0418/2024 - Distribuição espaço-temporal de pessoas hospitalizadas com câncer e COVID-19 no Rio de Janeiro: dois anos de pandemia Spatiotemporal distribution of people hospitalized with cancer and COVID-19 in Rio de Janeiro: two years of pandemic
Objetivo: analisar a distribuição espaço-temporal de pessoas com câncer e COVID-19, hospitalizadas no município do Rio de Janeiro – RJ. Métodos: constitui uma pesquisa ecológica, focada na análise da distribuição espacial e na análise exploratória do tempo de hospitalização, de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e de óbito. Na análise espacial, calculou-se o Índice de Moran Global e Local utilizando o software QGIS (v.3.22.16) e o GeoDa (v.1.22.0.4). E na análise do tempo, foram empregados os testes de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis, utilizando o software SPSS Statistics®. Resultados: o município do Rio de Janeiro apresentou o maior número de casos por 100 mil habitantes (12,56), existindo autocorrelação espacial positiva entre o número de pacientes hospitalizados e seus municípios de procedência (Índice Moran Global foi de 0,583). A presença de comorbidades (p-valor < 0,01) e os diferentes períodos da pandemia (p-valor = 0,03) tiveram um efeito sobre o tempo para hospitalização. Tanto o tipo de tumor (p-valor < 0,01 e p-valor = 0,02), quanto os diferentes períodos da pandemia (p-valor < 0,01 e p-valor = 0,01) exerceram efeito sobre o tempo de hospitalização e tempo de óbito, respectivamente. Conclusão: destaca-se a necessidade de estratégias de triagem e encaminhamento, bem como a relevância de protocolos de atendimento personalizados para pacientes com câncer.
Palavras-chave:
Infecções por Coronavirus, Neoplasias, Hospitalização.
Abstract:
Objective: to analyze the spatiotemporal distribution of people with cancer and COVID-19 hospitalized in the city of Rio de Janeiro - RJ. Methods: this is an ecological research, focused on the analysis of spatial distribution and exploratory analysis of time of hospitalization, Intensive Care Unit (ICU) and death. In the spatial analysis, the Moran Global and Local Index was calculated using the QGIS software (v.3.22.16) and GeoDa (v.1.22.0.4). In the time analysis, the Mann-Whitney and Kruskal-Wallis tests were used, using the SPSS Statistics® software. Results: the city of Rio de Janeiro had the highest number of cases per 100,000 inhabitants (12.56), with positive spatial autocorrelation between the number of hospitalized patients and their municipalities of origin (Global Moran Index was 0.583). The presence of comorbidities (p-value < 0.01) and the different periods of the pandemic (p-value = 0.03) had an effect on the time to hospitalization. Both the type of tumor (p-value < 0.01 and p-value = 0.02) and the different periods of the pandemic (p-value < 0.01 and p-value = 0.01) had an effect on the time of hospitalization and death, respectively. Conclusion: the need for screening and referral strategies is highlighted, as well as the relevance of personalized care protocols for cancer patients.
INTRODUÇÃO
A COVID-19, doença causada pela infecção de SARS-CoV-2, foi definida, em fevereiro de 2020, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como uma pandemia1. Este foi o evento mais severo de saúde pública das últimas décadas. Em dois anos foram confirmados cerca de 470 milhões de casos e 6 milhões de óbitos no mundo2. O Brasil se destacou negativamente durante a pandemia pelas elevadas taxas de incidência (13.986,5 casos por 100 mil habitantes) e mortalidade acumuladas (310,3 óbitos por 100 mil habitantes)3.
Em dois anos, no estado do Rio de Janeiro, Brasil, foram notificados aproximadamente 2 milhões de casos (12 mil por 100 mil habitantes) e cerca de 72 mil óbitos pela doença (420 por 100 mil habitantes). E somente na capital foram notificados cerca de metade desses casos e mortes, com aproximadamente 930 mil novos casos (14 mil por 100 mil habitantes) e cerca de 36 mil óbitos (542 por 100 mil habitantes), sendo esses índices considerados os mais elevados entre as capitais brasileiras3.
Segundo o painel da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ), as taxas de ocupação de leitos de enfermaria e UTI pela COVID-19 tiveram grandes variações nos últimos anos, chegando a ter ocupação máxima em períodos de pico4. Na capital do Rio de Janeiro, existem 15 hospitais para tratamento oncológico, segundo o Registro Hospitalar de Câncer (RHC)5, estes são de extrema importância para o atendimento de pacientes provenientes do próprio município, quanto do interior do estado do Rio de Janeiro. Segundo o Sistema de Informações Hospitalares - SIH/SUS, as unidades de tratamento oncológico tiveram 2.325 casos confirmados de COVID-19, no período de dois anos de pandemia, o que representa 8,5% do total de internações por esse motivo na capital do estado6.
As informações obtidas até aqui sugerem que, sendo o câncer um grupo heterogêneo de doenças, a infecção pela COVID-19 pode afetá-los de maneiras diferentes. Condições relacionadas a hospitalização, como intervenções invasivas e infecções nosocomiais, por exemplo, podem ainda representar um fator de risco importante para as complicações e para o óbito7. Acredita-se que nesse grupo de doenças, além dos fatores como diagnósticos, tratamentos e outras condições relacionadas à doença oncológica e à COVID-198–10, exposições relacionadas aos aspectos sociodemográficos, como distância entre o local de moradia e o local de atendimento, o tempo para admissão hospitalar ou mesmo o tempo de internação em leitos hospitalares e de cuidados intensivos, podem ter relação direta com um desfecho desfavorável. A produção nacional e internacional que avalia os efeitos da pandemia de COVID-19 na população oncológica está em crescimento exponencial, porém destaca-se a falta de estudos específicos sobre essa distribuição espaço-temporal.
Durante o surgimento de novas doenças infecciosas, é importante que a vigilância epidemiológica utilize ferramentas que permitam identificar padrões espaciais e temporais do agravo e detectar áreas que necessitam de maior atenção dos tomadores de decisão em saúde 11. Neste contexto, a análise espaço-temporal pode ajudar a identificar correlações entre a incidência de hospitalizações em pessoas com câncer, ajudando na identificação de fatores de risco específicos para determinadas regiões. Assim, este estudo tem como objetivo analisar a distribuição de pessoas com diagnóstico de câncer e COVID-19, hospitalizadas no município do Rio de Janeiro – RJ, nos primeiros dois anos de pandemia, levando em consideração o espaço e o tempo.
MÉTODOS
Este estudo constitui uma pesquisa ecológica, focada na análise da distribuição espacial e na análise exploratória do tempo de hospitalização, de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e de óbito em pacientes com câncer devido à COVID-19, no Rio de Janeiro. A investigação abrange o intervalo dos dois primeiros anos da pandemia, compreendido entre março de 2020 e fevereiro de 2022.
O município do Rio de Janeiro conta com uma área de 1.200,329 km². Em 2022, a população era de 6.211.223 habitantes e a densidade demográfica era de 5.175 hab/km². Possui 257 estabelecimentos de Saúde SUS, dos quais 15 são cadastrados como unidades de atendimento especializado em Oncologia5,12.
No âmbito do Sistema de Informações Hospitalares (SIH), os registros de casos de câncer foram discernidos por meio da aplicação da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde – 10ª Revisão (CID-10). Isso ocorreu mediante a utilização do código pertinente ao grupo C, referente a Neoplasias (capítulo II), nas variáveis associadas aos diagnósticos primários e secundários. Já os pacientes acometidos pela COVID-19 (CID-10 B34.2) foram identificados na base de dados de Casos de Síndromes Respiratórias Agudas Graves do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SRAG/Sivep-Gripe) por meio da variável "CLASSI_FIN", que especifica o diagnóstico final do caso (código 5 - SRAG por COVID-19), e pela variável "EVOLUCAO", responsável pela identificação de óbitos relacionados à COVID-19 (código 2).
O procedimento de obtenção de dados envolveu a delimitação do intervalo de estudo (01/03/2020 a 28/02/2022) e a exclusão de pacientes com idade inferior a 18 anos. Esta decisão baseou-se na observação de que, nesse grupo etário, a ocorrência de casos graves e óbitos por COVID-19 foi incomum, com taxas de hospitalização entre 2,5% e 4,1% e necessidade de tratamento em terapia intensiva inferior a 1%13.
Com o propósito de identificar os pacientes internados durante o período da pesquisa que apresentavam ambos os diagnósticos de câncer e COVID-19, procedeu-se à vinculação dos dados do SIH com a base SRAG/Sivep-Gripe. Esse processo foi realizado por meio da linguagem de programação Python (versão 3.10.12) e do ambiente de desenvolvimento Jupyter Notebook (6.4.8), pelas seguintes variáveis de ligação: Nome do paciente, nome da mãe do paciente e data de nascimento do paciente. Dessa maneira, com o relacionamento entre os bancos de dados, obteve-se um total de 2.278 hospitalizações para análise.
Destaca-se que durante a vinculação destes dados, scripts foram implementados para extrair, transformar e combinar informações relevantes dos dois sistemas (SIH e Sivep-Gripe). Isso incluiu a padronização de formatos de dados, o tratamento de valores ausentes e a harmonização de identificadores únicos de pacientes para garantir a consistência e a integridade dos dados utilizados na análise espaço-temporal proposta neste estudo.
As variáveis independentes escolhidas são relativas aos seguintes aspectos clínicos e epidemiológicos: 1) a faixa etária dos pacientes; 2) a presença de comorbidades (doença cardiovascular crônica, doença hematológica crônica, doença hepática crônica, diabetes mellitus, doença neurológica, asma ou outra pneumopatia crônica – além da COVID-19 -, imunodeficiência ou imunodepressão, doença renal crônica e obesidade); 3) os diferentes subtipos de tumores (tumor sólido ou neoplasia hematológica); 4) o local de internação (se em hospitais especializados em oncologia ou em outras instituições), levando em consideração as informações extraídas do Sistema Integrador RHC (INCA)5, que centraliza e consolida os dados provenientes das instituições especializadas em Oncologia credenciadas em todo o Brasil. E 5) os períodos de evolução da pandemia e/ou as iniciativas de vacinação implementadas no município do Rio de Janeiro, conforme documentado4:
? Período 1 (março a julho de 2020): início da pandemia e o fim do primeiro pico de casos graves e óbitos;
? Período 2 (agosto de 2020 a janeiro de 2021): segundo pico de casos graves e óbitos;
? Período 3 (fevereiro a agosto de 2021): início da ampla vacinação de COVID-19 - 1a, 2a, 3a doses ou dose única - em idosos;
? Período 4 (setembro de 2021 a fevereiro de 2022): início da dose de reforço ao fim do período de estudo.
Para a análise espacial, foram desenvolvidos dois conjuntos de dados. O primeiro banco de dados contendo o número de pacientes por município de residência foi utilizado para elaborar um mapa temático que apresentasse a procedência dos casos. O número de casos foi dividido pela população do local de residência do caso, conforme estimativa do ano de 2021, fornecido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (https://www.ibge.gov.br/), e multiplicado por 100 mil. Durante esta fase, os pacientes residentes em outros estados (menos de 1%) foram excluídos para garantir uma representação gráfica mais precisa.
A fim de descrever a correlação espacial entre o número de pacientes com câncer e COVID-19 e seu município de residência, calculou-se o Índice de Moran Global e Local 14. O Índice de Moran Global indica se há dependência espacial no conjunto de dados como um todo e o Índice de Moran Local calcula a autocorrelação espacial para cada localidade, isto permite a identificação de áreas com valores significativamente semelhantes (alta correlação espacial) ou diferentes (baixa autocorrelação espacial), possibilitando assim a detecção de clusters de baixa ou alta incidência, por exemplo. Para verificar se a autocorrelação espacial encontrada é significativa, foi aplicado um teste de pseudo-significância, realizado a partir de 999 permutações dos valores dos atributos associados às localidades. O cálculo dos índices de Moran Global e Local foi realizado no software GeoDa (v.1.22.0.4), utilizando-se uma matriz de contiguidade do tipo rainha de ordem 1.
O segundo conjunto de dados, contendo o número de hospitalizações agregadas com base no estabelecimento de saúde onde houve o atendimento, de acordo com o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) disponível na base do SIH, foi empregado na criação de mapas temáticos quantitativos. Esses mapas representam o número de hospitalizações de pacientes do município do Rio de Janeiro ao longo de todo o período analisado, assim como em cada um dos quatro períodos acima mencionados, e ainda por tipo de câncer (sólido ou hematológico).
O município do Rio de Janeiro foi subdividido em regiões administrativas, utilizou-se para isso as divisões administrativas do IBGE. Destacamos especialmente os hospitais oncológicos devido à sua expressiva representatividade, respondendo por mais de 90% das hospitalizações. As fronteiras territoriais foram obtidas através do IBGE, e a confecção dos mapas foi realizada utilizando o software QGIS (v.3.22.16).
As 2.278 hospitalizações descritas acima são provenientes de 1.336 casos de pacientes oncológicos, 40% destes deram entrada duas ou mais vezes em hospitais da rede pública de saúde no município do Rio de Janeiro, no período do estudo. Para a análise do tempo foram considerados estes casos. Assim, procedeu-se a uma análise descritiva levando em consideração as seguintes variáveis dependentes: Tempo de Hospitalização, Tempo de unidades de terapia intensiva (UTI) e Tempo até o óbito.
Foram utilizadas medidas de frequência e tendência central para essa análise. As médias de tempo e os Intervalo de Confiança de 95% (IC95%) foram calculados, de maneira geral e para cada umas das variáveis independentes citadas acima. Para avaliar o impacto de cada categoria foram empregados os testes não paramétricos de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis. E um p-valor inferior a 0,05 foi considerado estatisticamente significativo. Todas essas análises, juntamente com a elaboração de gráficos em formato boxplot, foram conduzidas utilizando o software SPSS Statistics®.
Esse estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/FIOCRUZ) e pelo CEP da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. Os bancos SIH e SRAG/Sivep-Gripe foram disponibilizados pela Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS-RJ), em janeiro de 2023.
RESULTADOS
Dos 1.336 casos, 99,56% foram provenientes do próprio estado do Rio de Janeiro. Os pacientes provenientes de outros estados incluíram aqueles do Distrito Federal, Maranhão, Minas Gerais, São Paulo, Tocantins e Roraima. Entre os 92 municípios do Rio de Janeiro, 47 tiveram casos de hospitalizações na capital, conforme ilustrado na Figura 1a. Como esperado, o município do Rio de Janeiro apresentou o maior número de casos por 100 mil habitantes (12,56), seguido pelos municípios vizinhos de São João de Meriti (11,83) e Nilópolis (11,66). Outros municípios próximos a capital também contribuíram para o número de casos por 100 mil habitantes, incluindo Itaguaí (9,50), Duque de Caxias (9,47), Queimados (9,20), Nova Iguaçu (8,96), Mesquita (8,47) e Japeri (8,46).
O resultado do Índice Moran Global foi de 0,583, indicando autocorrelação espacial positiva entre o número de pacientes hospitalizados com câncer e COVID-19 e seus municípios de procedência. No Índice de Moran Local observa-se um cluster de nove municípios que apresentaram valores altos de pacientes hospitalizados com câncer e COVID-19 por 100 mil habitantes e se localizaram vizinhos a outros municípios também com valores altos (p-valor ? 0,01), conforme a Figura 1b. O cluster observado engloba a capital do estado, Rio de Janeiro, e grande parte da baixada fluminense, incluindo os municípios de Nilópolis, São João de Meriti, Mesquita, Queimados, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Belford Roxo e Seropédica (p-valor ? 0,01).
Em se tratando da localização dos hospitais analisados neste estudo, grande parte se encontra na região Central e Sul do município do Rio de Janeiro. Ao longo do período analisado, 93,24% das hospitalizações foram registradas em 12 hospitais especializados em oncologia (hospitais oncológicos), enquanto os restantes 6,76% ocorreram em 17 hospitais sem especialização nessa área (hospitais não oncológicos), como é possível visualizar na Figura 2.
O hospital oncológico que mais registrou hospitalizações durante todo o período de estudo foi o Hospital do Câncer III, do Instituto Nacional de Câncer (HC III/INCA) (500 hospitalizações), localizado na região administrativa (RA) de Vila Isabel; seguido pelo HC I/INCA (442 hospitalizações), localizado na RA do Centro e pelo HC II/INCA (336 hospitalizações), localizado na RA da Zona Portuária. Outros hospitais que também registraram um alto número de hospitalizações foram o Hospital do Federal do Andaraí (207 hospitalizações), na RA de Vila Isabel; o Hospital Federal da Lagoa, na RA da Lagoa (107 hospitalizações); e Hospital dos Servidores do Estado (101 hospitalizações), localizado na RA da Zona Portuária.
Os hospitais não oncológicos que apresentaram o maior número de hospitalizações foram o Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE/UERJ), com 66 casos, situado na RA de Vila Isabel, e o Hospital Municipal Albert Schweitzer, com 18 casos, localizado na RA de Realengo.
Os 12 hospitais com especialização em oncologia registraram 597 hospitalizações de março a julho de 2020 (Período 1) (Figura 3 a1); 566 hospitalizações de agosto de 2020 a janeiro de 2021 (Período 2) (Figura 3 a2); 605 hospitalizações de fevereiro a agosto de 2021 (Período 3) (Figura 3 a3); e 356 hospitalizações de setembro de 2021 a fevereiro de 2022 (Período 4) (Figura 3 a4).
Os hospitais HC I, HC II e HC III foram os que apresentaram o maior número de hospitalizações ao longo dos quatro períodos analisados. Durante os períodos 1 e 2, os hospitais HC I e HC III registraram mais de 100 hospitalizações cada. No período 3, esses mesmos hospitais, juntamente com o HC II, também superaram a marca de 100 hospitalizações cada. No período 4, observou-se uma redução no número de hospitalizações, mas novamente, os hospitais HC I, HC II e HC III lideraram com 62, 62 e 96 hospitalizações, respectivamente.
Do total de admissões nos hospitais oncológicos, 86% correspondiam a pacientes com tumores sólidos, enquanto 14% eram de pacientes com tumores hematológicos. Os estabelecimentos de saúde que mais registraram hospitalizações de pacientes com tumores sólidos foram o HC III, HC II e HC I, com 495, 365 e 315 hospitalizações, respectivamente (Figura 3 b1). Já os hospitais com maior número de hospitalizações de pacientes com tumores hematológicos foram o HC I (127), o Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (41) e o Hospital dos Servidores do Estado (38) (Figura 3 b2).
A maioria dos pacientes pertencia à faixa etária de 60 anos ou mais (61,6%) e apresentava alguma comorbidade adicional ao câncer (51,2%), sendo esta última uma condição destacada associada a uma maior frequência de internações em UTI (62,0%). O diagnóstico mais prevalente foi o de tumores sólidos (88,4%), em comparação com os tumores hematológicos (11,6%). Vinte por cento (20%) tiveram pelo menos uma admissão em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Sessenta e quatro por cento (64%) dos pacientes foram a óbito devido à COVID-19 (letalidade específica por COVID-19). O período 1 (mar/2020–jul/2020) registrou a entrada da maioria dos pacientes em sua primeira internação hospitalar (37,0%), com uma frequência de óbitos atingindo 42,7% nesse período (Tabela 1).
Em geral, o tempo médio entre os primeiros sintomas e a hospitalização foi de 3,6 dias (IC: 3,2-4,0) e o tempo médio entre a admissão e saída hospitalar (altas e óbitos hospitalares) foi de 17,2 dias (IC: 15,6-18,8). No que tange a pacientes admitidos em UTI, o tempo médio entre hospitalização e admissão em UTI e o tempo médio de permanência na UTI foram de 1,8 dias (IC: 1,2-2,4) e 15,3 dias (IC: 12,7-17,9), respectivamente. Entre os pacientes que foram a óbito por COVID-19, o tempo entre a admissão hospitalar e o óbito foi de 16,8 dias (IC: 14,7-18,9). A média, o intervalo de confiança e o p-valor distribuídos por aspectos clínicos e epidemiológicos estão descritos na Tabela 1.
A mediana do intervalo entre os primeiros sintomas e a hospitalização foi de 2 dias para pacientes com comorbidades (1ºIIQ: 0/3ºIIQ: 6) e 1 dia para aqueles sem comorbidades (1ºIIQ: 0/3ºIIQ: 4), sendo observada uma mediana mais elevada (2 dias, 1ºIIQ: 0/3ºIIQ: 5) durante o primeiro período da pandemia. Tanto a presença de comorbidades (p-valor < 0,01) quanto os diferentes períodos da pandemia (p-valor = 0,03) tiveram um efeito significativo sobre o tempo transcorrido entre os primeiros sintomas e a hospitalização.
A mediana do intervalo entre a admissão e a alta hospitalar foi maior para pacientes com tumores hematológicos (13 dias, 1ºIIQ: 7/3ºIIQ: 27) em comparação com aqueles com tumores sólidos (9 dias, 1ºIIQ: 4/3ºIIQ: 20). No período 3 da pandemia (fev/2021–ago/2021), esse intervalo foi de 12 dias (1ºIIQ: 5/3ºIIQ: 27). Além disso, a mediana do intervalo entre a admissão hospitalar e o óbito por COVID-19 apresentou uma distribuição semelhante. Tanto o tipo de tumor (p-valor < 0,01 e p-valor = 0,02) quanto os diferentes períodos da pandemia (p-valor < 0,01 e p-valor = 0,01) exerceram um efeito significativo sobre o tempo entre a admissão e a alta hospitalar e o tempo entre a admissão hospitalar e o óbito por COVID-19, respectivamente (Figura 4).
DISCUSSÃO
A distribuição espacial da COVID-19 no Brasil ocorreu de forma similar a outros países, onde os primeiros casos foram notificados nas grandes metrópoles e, em seguida, nos médios e pequenos centros urbanos. Entretanto, a busca por atenção aos serviços de saúde ocorreu de forma inversa devido à maior oferta de serviços de alta complexidade, como por exemplo leitos de UTI, em municípios maiores15. Entre pacientes oncológicos, essa busca possivelmente aconteceu devido ao seguimento já realizado nos centros de referência, o que foi observado neste estudo, onde aproximadamente 90% das internações ocorreram em hospitais especializados em oncologia. Isto corrobora a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer (Portaria Nº 874, de 16 de maio de 2013)16, que estabelece o cuidado integral do câncer feito em estabelecimentos de saúde habilitados.
Existem atualmente no Brasil, 317 unidades e centros de assistência habilitados no tratamento de câncer17. No município do Rio de Janeiro existem 15 hospitais que realizam tratamentos oncológicos. E, segundo os Registros Hospitalares de Câncer (RHC), nesses hospitais foram registrados 57,7 mil atendimentos, entre o período de 2016 a 2020, o que representou cerca de 73% dos atendimentos oncológicos de todo o estado5. Os resultados evidenciam essa distribuição significativa das admissões entre os hospitais especializados em Oncologia, localizados em sua maioria na capital do estado do Rio de Janeiro, com destaque para os centros de referência HC I, HC II e HC III, e que consistentemente lideraram em número ao longo dos quatro períodos em estudo.
A concentração espacial de serviços de saúde observada no Brasil se reflete também de maneira municipal e intramunicipal. O município do Rio de Janeiro apresenta alta centralidade de infraestrutura de saúde18, o que atrai indivíduos de outros municípios, por vezes de outros estados, em busca de maior disponibilidade de serviços de saúde de maior complexidade. Neste estudo, quase todas as hospitalizações foram de pacientes residentes no estado do Rio Janeiro e a capital apresentou o maior número de casos por 100 mil habitantes. Apesar disso, houve a procura por atendimento proveniente de outros municípios, principalmente vizinhos, como apontam os resultados deste estudo, o que pode ter contribuído para aumentar a pressão sobre os serviços de saúde local.
A análise por tipo de tumor revela uma prevalência significativa de tumores sólidos, representando 86% do total de admissões nos hospitais oncológicos. Nesse contexto, HC I, HC II e HC III emergiram como os principais centros de atendimento a pacientes com tumores sólidos. Para pacientes com tumores hematológicos, HC I, Hospital Universitário Gaffrée e Guinle e Hospital dos Servidores do Estado foram os mais relevantes. Isto sugere que os hospitais especializados analisados desempenham um papel crucial no atendimento a pacientes com câncer. E a constante liderança dos hospitais do INCA na gestão de pacientes oncológicos reforça a importância dessa instituição como pilar na resposta ao tratamento de pacientes oncológicos em diferentes fases da pandemia. Além disso, a variação no número de hospitalizações entre os diferentes hospitais e tipos de tumores destaca a complexidade do tratamento oncológico e ressalta a necessidade de abordagens diferenciadas para cada perfil de paciente.
Nos dois anos após o início da pandemia, o estado do Rio de Janeiro experimentou cinco ondas de alta transmissão de casos de COVID-19. No município do Rio de Janeiro, as taxas de ocupação de leitos de enfermaria e UTI devido à COVID-19 atingiram sua capacidade máxima durante os picos4. Por sua vez, a vacinação teve início no Rio de Janeiro em fevereiro de 2021, priorizando a população idosa. No ano seguinte, em fevereiro de 2022, aproximadamente 99% da população adulta havia completado o esquema vacinal, enquanto cerca de 60% já haviam recebido a dose de reforço19. Neste estudo, os períodos foram definidos tanto pelo surgimento das duas primeiras ondas (períodos 1 e 2) quanto pelo início da vacinação e seu reforço (períodos 3 e 4). O período 1 registrou o maior percentual de hospitalizações (37,0%), admissão em UTI (30%) e óbitos (42,7%). Nos períodos subsequentes, houve uma redução significativa nessas taxas, com destaque para o período 4, atribuído por alguns autores à eficácia da vacinação contra a doença20,21.
Foi observado também que a média de tempo decorrido entre os primeiros sintomas e a hospitalização foi de 4 dias, enquanto o período médio de hospitalização total foi de 17 dias, incluindo 15 dias de permanência na UTI. Comparativamente, um estudo conduzido no Canadá22, revelou uma mediana de tempo de hospitalização e UTI mais curta, sendo de 11 e 8 dias, respectivamente. Em contraste, uma pesquisa realizada no estado de São Paulo – SP, Brasil23 apresentou uma média de tempo de hospitalização semelhante (18 dias), mas com um tempo de internação em UTI menor, de 5 dias. No município de Belém – PA, Brasil, foi observado que 49% dos pacientes com câncer e COVID-19 hospitalizados permaneceram por 10 dias na UTI, enquanto 57% necessitaram de ventilação mecânica pelo mesmo período24. Esses resultados fornecem insights importantes sobre a dinâmica e os desfechos das hospitalizações de pacientes com câncer durante a pandemia de COVID-19.
A análise do tempo entre os primeiros sintomas e a hospitalização demonstrou uma variação significativa, destacando a influência da presença de comorbidades e dos diferentes períodos da pandemia. Pacientes com comorbidades tendiam a buscar atendimento hospitalar um pouco mais tarde, possivelmente devido a mudanças restritivas impostas, associadas a uma autopercepção de risco e de medidas de saúde aumentadas neste período. Na análise de tempo de internação em UTI não houve uma variação significativa (este foi de 2 dias). Porém, em estudos com pacientes com COVID-19, sem diagnóstico de câncer, realizados nos EUA25 e Brasil26, o tempo médio desde a internação até a admissão na UTI foi de 7 dias. No entanto, outro estudo8, que envolveu pacientes diagnosticados com COVID-19 e câncer, foi observado um tempo médio de 6 dias desde a admissão hospitalar até a UTI, sendo a média menor (3 dias) para aqueles com neoplasias hematológicas. Esses resultados sugerem que os pacientes com o diagnóstico adicional de câncer podem ser mais vulneráveis, requerendo cuidados intensivos imediatos para prevenir ou minimizar complicações, que são mais comuns nesse grupo de pacientes.
A média de tempo entre os primeiros sintomas e o óbito foi de 21 dias, sendo maior em adultos (18 a 59 anos: 24 dias) e menor em idosos (60 anos ou mais: 19 dias). Em um estudo chinês, o tempo até o óbito foi similar (20 dias), com períodos menores registrados em câncer de pulmão (17 dias) e hematológico (19 dias). Esses intervalos foram superiores à média de outro estudo realizado em Pernambuco – PE, Brasil, envolvendo mulheres com câncer27, no qual o tempo entre os primeiros sintomas e o óbito foi de 12 dias, com as maiores médias (19 dias) observadas entre 50 e 59 anos, diminuindo para 12 dias entre os idosos de 60 a 79 anos.
Além disso, a variação nos tempos entre a admissão e a alta hospitalar e entre a admissão hospitalar e o óbito por COVID-19 revela nuances importantes, notadamente em relação ao tipo de tumor e os períodos da pandemia nos quais esse efeito foi significativo. Pacientes com tumores hematológicos apresentaram períodos mais prolongados de hospitalização e óbito, possivelmente relacionados à complexidade e gravidade desses casos, bem como escolhas clínicas direcionadas por diferentes especialidades. O aumento do tempo durante o terceiro período da pandemia sugere uma dinâmica variável ao longo do tempo, refletindo a evolução da compreensão e tratamento da COVID-19, bem como possíveis mudanças nas políticas de saúde.
Alguns aspectos limitantes deste estudo merecem ser mencionados, entre eles, a falta de informações clínicas detalhadas sobre a doença oncológica dos pacientes, tais como o número e o tipo de tratamentos oncológicos realizados anteriormente, o hospital onde foram realizadas o tratamento mais recente, a progressão ou remissão da doença, entre outros. Bem como a presença de dados incompletos ou ausentes em relação a datas importantes, como datas de procedimentos específicos (como o início e o término do uso de suporte ventilatório, a data da última cirurgia, a data do último ciclo de tratamento quimioterápico, entre outros). A inclusão desses dados poderia enriquecer os resultados do estudo.
Além disso, erros de digitação podem ter impactado a precisão das análises realizadas. A obtenção desses dados de forma mais completa e precisa poderia melhorar a qualidade das análises. A falta de uma chave identificadora unívoca e comum, como o Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), o Cartão Nacional de Saúde (CNS) e a Autorização de Internação Hospitalar (AIH), resultou em dificuldades operacionais. Isso exigiu o uso de técnicas probabilísticas para identificar correspondências entre registros com base em sequências de caracteres, conforme destacado por Peng e Mation28.
Uma estratégia para suprir tais dificuldades seria um sistema digital unificado que integrasse tais informações nos diferentes níveis de atendimento e de forma digital, com as bases de dados nacionais, o que ainda não é uma realidade na rede pública de saúde do Rio de Janeiro. É válido pontuar que esta análise dos dados se baseia em contextos específicos e pode variar em diferentes regiões e momentos da pandemia. A evolução constante do conhecimento sobre a COVID-19 e as práticas clínicas pode influenciar os resultados, reforçando a necessidade de atualizações contínuas nas abordagens de cuidados a pacientes oncológicos durante crises sanitárias.
Este estudo demonstra a magnitude das internações hospitalares e em leitos de UTI predominantemente especializados em oncologia no município do Rio de Janeiro. Apesar de no Brasil, com a Lei nº 12.732 de 2012, o paciente com câncer ter o direito legal de se submeter ao primeiro tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS) no prazo de até 60 dias29, durante a pandemia da COVID-19, houve a necessidade de readequação das rotinas e serviços de saúde, a suspensão dos serviços clínicos não emergenciais e atrasos no diagnóstico e tratamento, devido à sobrecarga dos serviços de saúde, condições essas que podem ter impactado negativamente a incidência, a gravidade e a mortalidade por câncer30. Vários estudos descreveram atrasos e cancelamentos no rastreamento, diagnóstico e tratamento oncológico31-32, isso aliado à sobrecarga causada pela ocupação de leitos de COVID-19, pode ter tido um impacto multidimensional no paciente com câncer.
Os resultados deste estudo podem orientar pesquisas futuras sobre a interação entre câncer e COVID-19, destacando áreas específicas de preocupação ou sucesso nas estratégias de saúde pública adotadas; bem como, preencher lacunas na literatura científica, fornecendo dados e análises específicas para o campo da Oncologia no contexto das doenças infecciosas, como a COVID-19. Isso contribuirá para o conhecimento global sobre a interseção entre condições de saúde preexistentes e a pandemia.
Destaca-se ainda, a importância de abordagens específicas adaptadas a diferentes tipos de tumores, destacando a necessidade de estratégias de triagem e encaminhamento adequados para pacientes com câncer. O impacto das variáveis analisadas, como comorbidades, tipo de tumor e período da pandemia, sublinha a complexidade na gestão desses pacientes e destaca a relevância de protocolos de atendimento personalizados. Essas conclusões ressaltam a necessidade de uma abordagem multidisciplinar e individualizada para garantir o melhor cuidado possível aos pacientes oncológicos hospitalizados em pandemias futuras.
Agradecimento
À Vice Direção de Pesquisa e Inovação (VDPI/ENSP/Fiocruz).
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Spatiotemporal distribution of people hospitalized with cancer and COVID-19 in Rio de Janeiro: two years of pandemic
Resumo (abstract):
Objective: to analyze the spatiotemporal distribution of people with cancer and COVID-19 hospitalized in the city of Rio de Janeiro - RJ. Methods: this is an ecological research, focused on the analysis of spatial distribution and exploratory analysis of time of hospitalization, Intensive Care Unit (ICU) and death. In the spatial analysis, the Moran Global and Local Index was calculated using the QGIS software (v.3.22.16) and GeoDa (v.1.22.0.4). In the time analysis, the Mann-Whitney and Kruskal-Wallis tests were used, using the SPSS Statistics® software. Results: the city of Rio de Janeiro had the highest number of cases per 100,000 inhabitants (12.56), with positive spatial autocorrelation between the number of hospitalized patients and their municipalities of origin (Global Moran Index was 0.583). The presence of comorbidities (p-value < 0.01) and the different periods of the pandemic (p-value = 0.03) had an effect on the time to hospitalization. Both the type of tumor (p-value < 0.01 and p-value = 0.02) and the different periods of the pandemic (p-value < 0.01 and p-value = 0.01) had an effect on the time of hospitalization and death, respectively. Conclusion: the need for screening and referral strategies is highlighted, as well as the relevance of personalized care protocols for cancer patients.
Spatiotemporal distribution of people hospitalized with cancer and COVID-19 in Rio de Janeiro: two years of pandemic
Lucian da Silva Viana1
orcid.org/0000-0002-4718-1748. E-mail: lucianviana@yahoo.com.br
Gustavo Menezes Silva Damasceno1
orcid.org/0000-0003-4712-7124. E-mail: gustavo.menezesd@gmail.com
Gina Torres Rego Monteiro1
orcid.org/0000-0002-9900-1825. E-mail: gina.monteiro@fiocruz.br
Andrea Sobral1
orcid.org/0000-0003-0552-771X. E-mail: andrea.sobral@fiocruz.br
1Programa de Pós-graduação em Saúde Pública e Meio Ambiente (PPGSPMA), da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP), Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
ABSTRACT
Objective: to analyze the spatiotemporal distribution of people with cancer and COVID-19 hospitalized in the city of Rio de Janeiro - RJ. Methods: this is an ecological research, focused on the analysis of spatial distribution and exploratory analysis of time of hospitalization, Intensive Care Unit (ICU) and death. In the spatial analysis, the Moran Global and Local Index was calculated using the QGIS software (v.3.22.16) and GeoDa (v.1.22.0.4). In the time analysis, the Mann-Whitney and Kruskal-Wallis tests were used, using the SPSS Statistics® software. Results: the city of Rio de Janeiro had the highest number of cases per 100,000 inhabitants (12.56), with positive spatial autocorrelation between the number of hospitalized patients and their municipalities of origin (Global Moran Index was 0.583). The presence of comorbidities (p-value < 0.01) and the different periods of the pandemic (p-value = 0.03) had an effect on the time to hospitalization. Both the type of tumor (p-value < 0.01 and p-value = 0.02) and the different periods of the pandemic (p-value < 0.01 and p-value = 0.01) had an effect on the time of hospitalization and death, respectively. Conclusion: the need for screening and referral strategies is highlighted, as well as the relevance of personalized care protocols for cancer patients.
Keywords: Coronavirus infections, neoplasms, hospitalization.
INTRODUCTION
COVID-19, a disease caused by the infection of SARS-CoV-2, was defined in February 2020 by the World Health Organization (WHO) as a pandemic1. This was the most severe public health event of recent decades. In two years, about 470 million cases and 6 million deaths were confirmed worldwide2. Brazil stood out negatively during the pandemic due to high incidence rates (13,986.5 cases per 100 thousand inhabitants) and cumulative mortality (310.3 deaths per 100 thousand inhabitants)3.
In two years, in the state of Rio de Janeiro, Brazil, approximately 2 million cases (12,000 per 100,000 inhabitants) and about 72,000 deaths due to the disease (420 per 100,000 inhabitants) were reported. And only in the capital were reported about half of these cases and deaths, with approximately 930 thousand new cases (14 thousand per 100 thousand inhabitants) and about 36 thousand deaths (542 per 100 thousand inhabitants), these indices being considered the highest among Brazilian capitals3.
According to the panel of the State Health Department of Rio de Janeiro (SES-RJ), the occupancy rates of nursing beds and intensive care units (ICU) for COVID-19 have had great variations in recent years, reaching maximum occupancy in peak periods4. In the capital of Rio de Janeiro, there are 15 hospitals for oncological treatment, according to the Cancer Hospital Registry (RHC)5, which are extremely important for the care of patients from the city itself, as well as from the interior of the state of Rio de Janeiro. According to the Hospital Information System - SIH, cancer treatment units had 2,325 confirmed cases of COVID-19 in the two-year pandemic period, which represents 8.5% of the total number of hospitalizations for this reason in the state capital6.
The information obtained so far suggests that, since cancer is a heterogeneous group of diseases, COVID-19 infection can affect them in different ways. Conditions related to hospitalization, such as invasive interventions and nosocomial infections, may also represent an important risk factor for complications and death7. It is believed that, in this group of diseases, in addition to factors such as treatments and other conditions related to oncological disease and COVID-198-10, exposures related to sociodemographic aspects, such as distance between the place of residence and the place of care, the time for hospital admission or even the time of hospitalization in hospital and intensive care beds, may have a direct relationship with an unfavorable outcome. The national and international production that evaluates the effects of the COVID-19 pandemic in the cancer population is growing exponentially, but there is a lack of specific studies on this spatiotemporal distribution.
During the emergence of new infectious diseases, epidemiological surveillance shall use tools to identify spatial and temporal patterns of disease and detect areas that require greater attention from health decision-makers11. In this context, spatiotemporal analysis can help to identify correlations between the incidence of hospitalizations in people with cancer, helping to identify risk factors specific to certain regions. Thus, this study aims to analyze the distribution of people with cancer and COVID-19 diagnosis hospitalized in the city of Rio de Janeiro – RJ, in the first two years of the pandemic, taking into account space and time.
METHODS
This study is an ecological research, focused on the analysis of spatial distribution and exploratory analysis of time of hospitalization, Intensive Care Unit (ICU) and death in patients with cancer due to COVID-19 in Rio de Janeiro. The investigation covers the first two years of the pandemic, between March 2020 and February 2022.
The municipality of Rio de Janeiro has an area of 1,200.329 km2. In 2022, the population consisted of 6,211,223 inhabitants and the population density was 5,175 inhab/km2. It has 257 universal health services facilities, of which 15 are registered as specialized care units in oncology5,12.
Within the scope of the Hospital Information System (SIH), cancer records were identified by applying the International Statistical Classification of Diseases and Health-related Problems – 10th Review (ICD-10). This was done by using the code relevant to group C, referring to neoplasms (chapter II), in the variables associated with primary and secondary diagnoses. As for the patients affected by COVID-19 (ICD-10 B34.2), they were identified in the database of Cases of Acute Respiratory Syndromes of the Influenza Epidemiological Surveillance Information System (SRAG/Sivep-Gripe) through the variable "CLASSI_FIN", which specifies the final diagnosis of the case (code 5 - SRAG for COVID-19), and the variable "EVOLUCAO", responsible for identifying deaths related to COVID-19 (code 2).
The data collection procedure involved the delimitation of the study interval (03/01/2020 to 02/28/2022) and the exclusion of patients under 18 years of age. This decision was based on the observation that, in this age group, the occurrence of severe cases and deaths from COVID-19 was uncommon, with hospitalization rates between 2.5% and 4.1% and need for treatment in intensive care below 1%13.
In order to identify patients hospitalized during the research period who had both cancer and COVID-19 diagnoses, the data from the SIH was linked to the SRAG/Sivep-Gripe database. This process was performed using the Python programming language (version 3.10.12) and the development environment Jupyter Notebook (6.4.8), by the following link variables: Patient name, patient mother’s name and patient birth date. Thus, with the relationship between the databases, there were 2,278 hospitalizations for analysis.
It is noteworthy that, while linking these data, scripts were implemented to extract, transform and combine relevant information from both systems (SIH and Sivep-Gripe). This included the standardization of data formats, the treatment of missing values and the harmonization of unique patient identifiers to ensure consistency and integrity of the data used in the spatiotemporal analysis proposed in this study.
The independent variables chosen are related to the following clinical and epidemiological aspects: 1) the patients’ age; 2) the presence of comorbidities (chronic cardiovascular disease, chronic hematological disease, chronic liver disease, diabetes mellitus, neurological disease, asthma or other chronic pneumopathy – in addition to COVID-19 -, immunodeficiency or immunodepression, chronic kidney disease and obesity); 3) the different tumor subtypes (solid tumor or hematological neoplasm); 4) the place of hospitalization (if in specialized hospitals in oncology or other institutions), taking into account the information extracted from the RHC Integrator System5, which centralizes and consolidates the data from the institutions specialized in Oncology accredited throughout Brazil. And 5) the periods of evolution of the pandemic and/or vaccination initiatives implemented in the city of Rio de Janeiro, as documented4:
● Period 1 (March - July, 2020): beginning of the pandemic and end of the first peak of serious cases and deaths;
● Period 2 (August, 2020 - January, 2021): second peak of serious cases and deaths;
● Period 3 (February - August, 2021): beginning of widespread COVID-19 vaccination - 1st, 2nd, 3rd doses or single dose - in the elderly;
● Period 4 (September, 2021 - February, 2022): beginning of booster dose at the end of the study period.
For the spatial analysis, two data sets were developed. The first database containing the number of patients per municipality of residence was used to draw up a thematic map showing the origin of the cases. The number of cases was divided by the population of the place of residence of the case, according to the estimate for 2021, provided by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE) (https://www.ibge.gov.br/), and multiplied by 100 thousand. During this phase, patients residing in other states (less than 1%) were excluded to ensure a more accurate graphical representation.
In order to describe the spatial correlation between the number of patients with cancer and COVID-19 and their municipality of residence, the Global and Local Moran Index was calculated14. The Global Moran Index indicates if there is spatial dependence in the data set as a whole and the Local Moran Index calculates the spatial autocorrelation for each locality, this allows the identification of areas with significantly similar (high spatial correlation) or different (low spatial autocorrelation) values, thus enabling the detection of clusters with low or high incidence, for example. To verify if the found spatial autocorrelation is significant, a pseudo-significance test was applied, performed from 999 permutations of the values of the attributes associated with the localities. The calculation of Moran Global and Local indices was performed in GeoDa software (v.1.22.0.4), using a contiguity matrix of order 1 type.
The second set of data, containing the number of hospitalizations aggregated based on the health institution where there was care, according to the National Registry of Health Establishments (CNES) available in the SIH database, was employed in the creation of quantitative thematic maps. These maps represent the number of hospitalizations of patients in the city of Rio de Janeiro over the entire period analyzed, as well as in each of the four aforementioned periods, and also by type of cancer (solid or hematological).
The city of Rio de Janeiro was subdivided into administrative regions, using the IBGE administrative divisions. We particularly highlight oncology hospitals due to their significant representativeness, accounting for more than 90% of hospitalizations. The territorial boundaries were obtained through IBGE, and the production of maps was carried out using the QGIS software (v.3.22.16).
The 2,278 aforementioned hospitalizations are from 1,336 cases of cancer patients, 40% of which entered public hospitals in Rio de Janeiro two or more times during the study period. For the time analysis, these cases were considered. Thus, a descriptive analysis was carried out taking into account the following dependent variables: Time of hospitalization, Time of ICU and Time to death.
Frequency and central trend measurements were used for this analysis. The time averages and 95% confidence interval (95%CI) were calculated, generally and for each of the aforementioned independent variables. To evaluate the impact of each category, non-parametric tests were used by Mann-Whitney and Kruskal-Wallis, and a p-value lower than 0.05 was considered statistically significant. All these analyses, together with the elaboration of boxplot-format graphs, were conducted using SPSS Statistics® software.
This study was approved by the Research Ethics Committee (CEP), the National School of Public Health Sergio Arouca, the Oswaldo Cruz Foundation (ENSP/FIOCRUZ) and the CEP of the Rio de Janeiro Municipal Health Department. The SIH and SRAG/Sivep-Gripe banks were made available by the Rio de Janeiro Municipal Health Secretariat (SMS-RJ), in January 2023.
RESULTS
Among the 1,336 cases, 99.56% came from the state of Rio de Janeiro. Patients from other states included those in the Federal District, Maranhão, Minas Gerais, São Paulo, Tocantins and Roraima. Among the 92 municipalities of Rio de Janeiro, 47 had cases of hospitalizations in the capital, as illustrated in Figure 1a. As expected, the city of Rio de Janeiro presented the highest number of cases per 100,000 inhabitants (12.56), followed by neighboring cities of São João de Meriti (11.83) and Nilópolis (11.66). Other municipalities near the capital also contributed to the number of cases per 100,000 inhabitants, including Itaguaí (9.50), Duque de Caxias (9.47), Queimados (9.20), Nova Iguaçu (8.96), Mesquita (8.47) and Japeri (8.46).
The result of the Moran Global Index was 0.583, indicating positive spatial autocorrelation between the number of patients hospitalized with cancer and COVID-19 and their municipalities of origin. In the Moran Local Index, a cluster of nine municipalities that presented high values of hospitalized patients with cancer and COVID-19 per 100,000 inhabitants and were located neighbors to other municipalities also with high values (p-value ≤ 0.01), according to Figure 1b. The observed cluster includes the state capital, Rio de Janeiro, and much of the Baixada Fluminense, including the municipalities of Nilópolis, São João de Meriti, Mesquita, Queimados, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Belford Roxo and Seropédica (p-value ≤ 0.01).
Figure 1: Incidence of COVID-19 cases in cancer patients hospitalized in Rio de Janeiro, according to place of origin (a) and Moran Local Index (b).
Regarding the location of hospitals analyzed in this study, most are located in the central and southern regions of the city of Rio de Janeiro. During the period analyzed, 93.24% of hospitalizations were recorded in 12 hospitals specialized in oncology (oncology hospitals), while the remaining 6.76% occurred in 17 hospitals without specialization in this area (non-oncology hospitals), as you can see in Figure 2.
Figure 2: Quantitative map of hospitalizations in the city of Rio de Janeiro, with emphasis on oncology hospitals.
Oncology hospitals: 1 – Federal Hospital of Andaraí; 2 – General Hospital of Bonsucesso; 3 –Federal Hospital Cardoso Fontes; 4 – University Hospital Clementino Fraga Filho; 5 – University Hospital Gaffree and Guinle; 6 – Cancer Hospital I (INCA); 7 – Cancer Hospital II (INCA); 8 – Cancer Hospital III (INCA); 9 - Federal Hospital of Ipanema; 10 - Federal Hospital of Lagoa; 11 – Hospital Mario Kroeff; 12 - Hospital of the State Workers.
Other hospitals: 13 – Institute Fernandes Figueira (Fiocruz); 14 – National Institute of Infectious Diseases Evandro Chagas (Fiocruz); 15 – National Institute of Traumatology and Orthopedics Jamil Haddad; 16 – Regional Emergency Coordination Leblon; 17 – Municipal Hospital Albert Schweitzer; 18 –Municipal Hospital of Piedade; 19 – Municipal Hospital Evandro Freire; 20 – Municipal Hospital Francisco da Silva Telles; 21 – Municipal Hospital Lourenço Jorge; 22 – Municipal Hospital Miguel Couto; 23 –Municipal Hospital Pedro II; 24 – Municipal Hospital Rocha Faria; 25 – Municipal Hospital Ronaldo Gazolla; 26 – Municipal Hospital Salgado Filho; 27 – Municipal Hospital Souza Aguiar; 28 – Maternity Hospital Fernando Magalhães; and 29 - University Hospital Pedro Ernesto.
The oncology hospital that registered the most hospitalizations during the entire study period was the Cancer Hospital III, of the National Cancer Institute (HC III/INCA) (500 hospitalizations), located in the administrative region (RA) of Vila Isabel; followed by HC I/INCA (442 hospitalizations), located in the RA of the Center and by the HC II/INCA (336 hospitalizations), located in the RA of the Port Area. Other hospitals that also registered a high number of hospitalizations were the Federal Hospital of Andaraí (207 hospitalizations), in the RA of Vila Isabel; the Federal Hospital of Lagoa, in the RA of Lagoa (107 hospitalizations); and Hospital of the State Workers (101 hospitalizations), located in the RA of the Port Area.
The non-oncology hospitals that presented the highest number of hospitalizations were the Pedro Ernesto University Hospital (HUPE/UERJ), with 66 cases, located in the Vila Isabel Regional Government, and the Albert Schweitzer Municipal Hospital, with 18 cases, located in the Realengo Regional Government.
The 12 hospitals with oncology specialization registered 597 hospitalizations from March to July 2020 (Period 1) (Figure 3 a1); 566 hospitalizations from August 2020 to January 2021 (Period 2) (Figure 3 a2); 605 hospitalizations from February to August 2021 (Period 3) (Figure 3 a3); and 356 hospitalizations from September 2021 to February 2022 (Period 4) (Figures 3 to 4).
Figure 3: a) Number of hospitalizations in oncology hospitals during periods 1, 2, 3 and 4. b) Number of hospitalizations in oncology hospitals by type of tumor.
1 – Federal Hospital of Andaraí; 2 – General Hospital of Bonsucesso; 3 – Federal Hospital Cardoso Fontes; 4 – University Hospital Clementino Fraga Filho; 5 – University Hospital Gaffree and Guinle; 6 – Cancer Hospital I (INCA); 7 - Cancer Hospital II (INCA); 8 - Cancer Hospital III (INCA); 9 - Federal Hospital of Ipanema; 10 - Federal Hospital of Lagoa; 11 – Hospital Mario Kroeff; 12 - Hospital of the State Workers.
Hospitals HC I, HC II and HC III presented the highest number of hospitalizations during the four periods analyzed. During periods 1 and 2, hospitals HC I and HC III recorded more than 100 hospitalizations each. In period 3, these same hospitals, along with HC II, also surpassed the mark of 100 hospitalizations each. In period 4, there was a reduction in the number of hospitalizations, but again, HC I, HC II and HC III hospitals led with 62, 62 and 96 hospitalizations, respectively.
Of the total admissions to oncology hospitals, 86% were for patients with solid tumors, while 14% were for patients with hematological tumors. The health facilities that registered the most hospitalizations of patients with solid tumors were HC III, HC II and HC I, with 495, 365 and 315 hospitalizations, respectively (Figure 3 b1). The hospitals with the highest number of hospitalizations of patients with hematological tumors were HC I (127), University Hospital Gaffrée and Guinle (41) and Hospital of the State Workers (38) (Figure 3 b2).
Most patients were aged 60 years or older (61.6%) and had some comorbidity additional to cancer (51.2%), the latter being a prominent condition associated with a higher frequency of admissions to the ICU (62.0%). The most prevalent diagnosis was solid tumors (88.4%), compared to hematological tumors (11.6%). Twenty percent (20%) had at least one admission to an Intensive Care Unit (ICU). Sixty-four percent (64%) of patients died due to COVID-19 (specific lethality for COVID-19). Period 1 (Mar/2020-Jul/2020) recorded the entry of most patients in their first hospital admission (37.0%), with a death rate reaching 42.7% in this period (Table 1).
Table 1: Number and average time (in days) of hospitalization, ICU and death.
*Mann-Whitney test.
**Kruskall-Wallis test.
1, 2, 3 and 4 refer to the four study periods.
In general, the mean time between first symptoms and hospitalization was 3.6 days (CI: 3.2-4.0) and the mean time between admission and hospital discharge (hospital discharges and deaths) was 17.2 days (CI: 15.6-18.8). For patients admitted to the ICU, the mean time between hospitalization and admission to the ICU and the average time of stay in the ICU were 1.8 days (CI: 1.2-2.4) and 15.3 days (CI: 12.7-17.9), respectively. Among patients who died from COVID-19, the time between hospital admission and death was 16.8 days (CI: 14.7-18.9). The mean, confidence interval and p-value distributed by clinical and epidemiological aspects are described in Table 1.
The interval median between first symptoms and hospitalization was two days for patients with comorbidities (1oIIQ: 0/3oIIQ: 6) and one day for those without comorbidities (1oIIQ: 0/3oIIQ: 4), with a higher median (2 days, 1oIIQ: 0/3oIIQ: 5) during the first period of the pandemic. Both the presence of comorbidities (p-value < 0.01) and the different periods of the pandemic (p-value = 0.03) had a significant effect on the time elapsed between the first symptoms and hospitalization (Figure 4).
Figure 4 - Median and percentiles 25 and 75 of time (in days) of hospitalization and death.
*Mann-Whitney test.
**Kruskall-Wallis test.
The interval median between admission and hospital discharge was higher for patients with hematological tumors (13 days, 1oIIQ: 7/3oIIQ: 27) compared to those with solid tumors (9 days, 1oIIQ: 4/3oIIQ: 20). In the third period of the pandemic (Feb/2021-Aug/2021), this interval was 12 days (1oIIQ: 5/3oIIQ: 27). In addition, the median interval between hospital admission and death from COVID-19 showed a similar distribution. Both the type of tumor (p-value < 0.01 and p-value = 0.02) and the different periods of the pandemic (p-value < 0.01 and p-value = 0.01) had a significant effect on the time between admission and hospital discharge and the time between hospital admission and death from COVID-1919 respectively.
DISCUSSION
The spatial distribution of COVID-19 in Brazil was similar to other countries, where the first cases were reported in large cities and then in medium and small urban centers. However, the search for health services was reversed due to the greater supply of high-complexity services, such as ICU beds, in municipalities majors15. Among cancer patients, this search possibly occurred due to the follow-up already carried out in reference centers, which was observed in this study, where approximately 90% of admissions occurred in hospitals specialized in oncology. This corroborates the National Cancer Prevention and Control Policy (Order N. 874, of 16 May 2013)16, which establishes comprehensive cancer care done in licensed health facilities.
There are currently 317 units and centers in Brazil that provide care for the treatment of cancer17. In the city of Rio de Janeiro, 15 hospitals perform oncological treatments. According to the Hospital Cancer Records (RHC), 57,700 visits were registered in these hospitals between 2016 and 2020, which represented about 73% of oncologic visits from all over the state5. The results show this significant distribution of admissions among hospitals specialized in oncology, located mostly in the state capital of Rio de Janeiro, with emphasis on the HC I reference centers, HC II and HC III, and consistently led in number over the four periods under study.
The spatial concentration of health services observed in Brazil is also reflected in municipal and intramunicipal ways. The municipality of Rio de Janeiro has a high health infrastructure centrality18, which attracts individuals from other municipalities, sometimes from other states, in search of greater availability of more complex health services. In this study, almost all hospitalizations were of patients resident in the state of Rio de Janeiro and the capital presented the highest number of cases per 100,000 inhabitants. Despite this, there was a demand for care from other municipalities, mainly neighboring, as the results of this study point out, which may have contributed to increase the pressure on local health services.
Analysis by type of tumor reveals a significant prevalence of solid tumors, representing 86% of the total admissions in oncology hospitals. In this context, HC I, HC II and HC III emerged as the main centers for patients with solid tumors. For patients with hematological tumors, HC I, University Hospital Gaffrée and Guinle and Hospital of the State Workers were the most relevant. This suggests that the specialized hospitals analyzed play a crucial role in the care of cancer patients. The constant leadership of INCA hospitals in the management of cancer patients reinforces the importance of this institution as a pillar in the response to the treatment of cancer patients in different phases of the pandemic. In addition, the variation in the number of hospitalizations between different hospitals and types of tumors highlights the complexity of cancer treatment and emphasizes the need for differentiated approaches to each patient profile.
In the two years after the pandemic began, the state of Rio de Janeiro experienced five waves of high transmission of COVID-19 cases. In the city of Rio de Janeiro, the occupancy rates of nursing beds and ICU due to COVID-19 reached their maximum capacity during the peaks4. In turn, vaccination began in Rio de Janeiro in February 2021, prioritizing the elderly population. By the following year, in February 2022, approximately 99% of the adult population had completed the vaccination scheme, while about 60% had already received the booster dose. In this study, the periods were defined by the emergence of the first two waves (periods 1 and 2) and by the beginning of vaccination and its reinforcement (periods 3 and 4). Period 1 recorded the highest percentage of hospitalizations (37.0%), admission to ICU (30%) and deaths (42.7%). In the subsequent periods, there was a significant reduction in these rates, especially for period 4, attributed by some authors to the effectiveness of vaccination against the disease20,21.
It was also observed that the average time elapsed between the first symptoms and hospitalization was 4 days, while the average total hospitalization period was 17 days, including 15 days of stay in the ICU. Comparatively, a study conducted in Canada22 revealed a median of hospitalization time and shorter ICU, being 11 and 8 days, respectively. In contrast, a survey conducted in the state of São Paulo - SP, Brasil23 showed an average length of hospitalization similar (18 days), but with a shorter stay in the ICU, 5 days. In the city of Belém - PA, Brazil, it was observed that 49% of patients with cancer and COVID-19 hospitalized remained for 10 days in the ICU, while 57% required mechanical ventilation for the same period24. These results provide important insights into the dynamics and outcomes of hospitalizations of cancer patients during the COVID-19 pandemic.
The analysis of time between the first symptoms and hospitalization showed a significant variation, highlighting the influence of the presence of comorbidities and different periods of the pandemic. Patients with comorbidities tended to seek hospital care a little later, possibly due to restrictive changes imposed, associated with a self-perceived risk and increased health measures in this period. In the analysis of time of hospitalization in ICU there was no significant variation (this was 2 days). However, in studies with patients with COVID-19 without cancer diagnosis, conducted in the USA25 and Brazil26, the average time from hospitalization to admission to the ICU was 7 days. However, another study8, which involved patients diagnosed with COVID-19 and cancer, was observed an average of 6 days from hospital admission to the ICU, with a lower mean (3 days) for those with hematological neoplasms. These results suggest that patients with additional cancer diagnosis may be more vulnerable, requiring immediate intensive care to prevent or minimize complications, which are more common in this group of patients.
The average time between first symptoms and death was 21 days, being higher in adults (18 to 59 years: 24 days) and lower in elderly people (60 years or more: 19 days). In a Chinese study, the time to death was similar (20 days), with shorter periods recorded in lung cancer (17 days) and hematology (19 days). These intervals were higher than the average of another study conducted in Pernambuco – PE, Brazil, involving women with cancer27, in which the time between the first symptoms and death was 12 days, with the highest averages (19 days) observed between 50 and 59 years, decreasing to 12 days among the elderly aged 60 to 79 years.
Furthermore, the variation in time between admission and hospital discharge and between hospital admission and death from COVID-19 reveals important nuances, especially with respect to the type of tumor and the periods of the pandemic in which this effect was significant. Patients with hematological tumors had longer periods of hospitalization and death, possibly related to the complexity and severity of these cases, as well as clinical choices directed by different specialties. The increase in time during the third period of the pandemic suggests a variable dynamic over time, reflecting the evolution of COVID-19 understanding and treatment, as well as possible changes in health policies.
Some limiting aspects of this study deserve to be mentioned, among them the lack of detailed clinical information about the patients\' oncological disease, such as the number and type of oncologic treatments previously performed, the hospital where the most recent treatment, progression or remission of the disease was performed, among others. As well as the presence of incomplete or missing data in relation to important dates, such as specific procedure dates (such as the beginning and end of ventilatory support use, date of last surgery, date of last chemotherapy treatment cycle, among others). The inclusion of these data could enrich the study results.
Besides, typing errors may have impacted the accuracy of the analyses performed. Obtaining these data in a more complete and accurate way could improve the quality of the analyses. The lack of a unique and common identification key, such as the Natural Persons Register (CPF), the National Health Card (CNS) and the Authorization of Hospital Admission (AIH), resulted in operational difficulties. This required the use of probabilistic techniques to identify matches between records based on strings, as highlighted by Peng and Mation28.
A strategy to overcome these difficulties would be a unified digital system that integrates such information in the different levels of care and digitally, with national databases, which is not yet a reality in the public health network of Rio de Janeiro. It is worth pointing out that this analysis of the data is based on specific contexts and may vary in different regions and times of the pandemic. The constant evolution of knowledge about COVID-19 and clinical practices can influence outcomes, reinforcing the need for continuous updates in approaches to care for cancer patients during health crises.
This study demonstrates the magnitude of hospital admissions and ICU beds predominantly specialized in oncology in the city of Rio de Janeiro. Although in Brazil, with the Law n 12.732 of 2012, the cancer patient has the legal right to undergo the first treatment in the Unified Health System (SUS) within 60 days29, during the COVID-19 pandemic, there was a need to readjust the routines and health services, the suspension of non-emergency clinical services and delays in diagnosis and treatment due to the overload of health services, conditions that may have negatively impacted the incidence, the severity and mortality of cancer30. Several studies have described delays and cancellations in screening, diagnosis and oncologyco31-32 treatment, this combined with the overload caused by COVID-19 bed occupancy may have had a multidimensional impact on the cancer patient.
The results of this study may guide future research on the interaction between cancer and COVID-19, highlighting specific areas of concern or success in public health strategies adopted; as well as fill gaps in the scientific literature, providing data and analysis specific to the field of Oncology in the context of infectious diseases such as COVID-19. This will contribute to global knowledge about the intersection between pre-existing health conditions and the pandemic.
It is also important to use specific approaches adapted to different types of tumors, highlighting the need for adequate screening and referral strategies for cancer patients. The impact of the variables analyzed, such as comorbidities, type of tumor and pandemic period, underlines the complexity in the management of these patients and highlights the relevance of personalized care protocols. These conclusions highlight the need for a multidisciplinary and individualized approach to ensure the best possible care for cancer patients hospitalized in future pandemics.
Acknowledgement
To the Vice Directorate of Research and Innovation (VDPI/ENSP/Fiocruz). (VDPI/ENSP/Fiocruz).
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Como
Citar
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Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/distribuicao-espacotemporal-de-pessoas-hospitalizadas-com-cancer-e-covid19-no-rio-de-janeiro-dois-anos-de-pandemia/19466?id=19466