0311/2007 - Vírus da Hepatite B: avaliação da resposta sorológica à vacina em funcionários de limpeza de Hospital-Escola
Hepatitis B vírus: serum response to vaccine in teaching hospital cleanners
Autor:
• cristina osti - Osti,C. - Botucatu, São Paulo - Universidade Estadual Paulista- UNESP- Botucatu - <crisostienf@yahoo.com.br>Área Temática:
Não CategorizadoResumo:
A hepatite viral B constitui um dos mais importantes problemas de saúde pública em todos os continentes. O vírus da hepatite B se transmite por via parenteral e, sobretudo por via sexual. Alguns grupos são particularmente expostos ao vírus da hepatite B, em função do comportamento de risco ou da atividade profissional. Nos profissionais da área da saúde o risco ocupacional é de duas a dez vezes maior que da população geral. A medida mais eficaz no combate à infecção pelo vírus é a imunização ativa dos indivíduos suscetíveis, com o emprego das vacinas disponíveis, com eficácia de 85% a 90% em prevenir infecção em adultos jovens.O objetivo foi avaliar na população ativa dos funcionários de limpeza do hospital da Faculdade de Medicina de Botucatu-UNESP, que receberam esquema completo de vacinação contra a hepatite B, medir os níveis de anticorpo contra o AgHBs (anti-HBs) e avaliar a sua relação com as condições epidemiológicas gerais, de vida pessoal e profissional e de risco de infecção pelo vírus da hepatite B. Foram estudados 104 funcionários, sendo 90 do sexo feminino entre 21 e 60 anos e 14 do masculino, com idades entre 21 e 53 anos. Quanto a formação de anti-HBs, encontrou-se associação altamente significativa entre o sexo feminino e produção de concentrações do anticorpo maiores que 100mUI/ml, tendência a associação de maiores títulos com ausência de tabagismo. Níveis mais baixos de anti-HBs se associaram, significamente, à presença de mais de um parceiro sexual. Não foi encontrada associação entre níveis de anti-HBs e gênero, faixa etária, escolaridade, número de acidentes de trabalho, uso de preservativo e obesidade.
Palavras-chave: vírus da hepatite B, anti-HBs, limpeza hospitalar, risco ocupacional.
Abstract:
Hepatitis B virus: serum response to vaccine in teaching hospital cleanness.Viral hepatitis B is one of the major public health problems in all continents. The hepatitis-B virus is transmitted parenterally and mainly sexually. Some groups of individuals are particularly exposed to the hepatitis-B virus due to their risk behavior or professional activity. In health care professionals, occupational risk is from two to tenfold that of the general population. The most efficient measure in the fight against infection by the virus is the active immunization of susceptible individuals by using available vaccines with an efficacy of 85% to 90% in preventing infection in young adults.
The objective of this study was to evaluate the population composing the active cleaning staff of the Botucatu School of Medicine Hospital – UNESP who had received a complete vaccination scheme against hepatitis B, to measure their levels of antibodies against AgHBs (anti-HBs) and to evaluate their relationship with general epidemiological conditions, personal and professional life conditions and risk of infection by the hepatitis-B virus. One hundred and four staff members were studied. Ninety were females aged 21 to 60 years, and 14 were males aged 21 to 53 years. As regards anti-HBs formation, highly significant association was found between females and the production of higher antibody concentrations than 100mUI/ml in addition to a tendency of association of higher titles to the absence of smoking habits. Lower anti-HBs levels were significantly associated with the presence of more than one sexual partner. No association was found between anti-HBs levels and gender, age, education, number of occupational accidents, use of condoms or obesity.
Key words: hepatitis-B virus, anti-HBs, hospital cleaning, occupational risk.
Conteúdo:
A hepatite viral B constitui um dos mais importantes problemas de saúde pública em todos os continentes. Estima-se que cerca de 300 milhões de indivíduos, em todo o mundo, sejam portadores crônicos desse vírus e que 2 milhões morram anualmente pela doença(1,2,3). No Brasil, de modo geral, 1% a 3% da população são infectados cronicamente pelo vírus da hepatite B (VHB). Na região Amazônica, que tem incidência comparável às maiores do mundo, 5% a 15% de seus habitantes são portadores crônicos do VHB(3,4,5,6).
Embora a infecção possa ocorrer em qualquer indivíduo, alguns grupos são particularmente expostos ao VHB, em função de comportamentos de risco ou da atividade profissional(7). Os profissionais da área da saúde (PAS) se incluem neste último grupo. Nesse grupo, a infecção pelo VHB constitui o maior risco ocupacional, sendo de duas a dez vezes maior que da população geral(8). O risco de transmissão do VHB, envolvendo os PAS, depende fundamentalmente da intensidade da exposição, da quantidade de vírus, do número de ocorrências e do tipo de materiais infectante. Embora o contato com mucosa possa propiciar transmissão, é o percutâneo com agulha com sangue condiciona maior risco(7,9,10).
Os acidentes com material pérfuro-cortante representam quase a metade dos casos de exposição ocupacional, sendo a maioria deles ocasionada por descarte em locais impróprios. Para esses autores, no ambiente hospitalar os que mais se acidentam são os trabalhadores da área de apoio e os do setor de limpeza (12,13).
Estudo realizado por Silva(14) mostra maior incidência de acidentes percutâneos, e de exposição cutâneo-mucosa, no pessoal de enfermagem, aparecendo, em seguida, os funcionários de limpeza. Outros estudos mostraram maior ocorrência de portadores crônicos do VHB nos laboratoristas do que nos profissionais da enfermagem e da limpeza hospitalar (15,16). A adoção de medidas preventivas, como adequação de caixas de descarte do material contaminado, treinamento específico para os trabalhadores da área da saúde sobre riscos biológicos e a veiculação da importância da vacinação contra a hepatite B, podem diminuir o número de indivíduos que se infectam. Essas medidas preventivas, juntamente com a conscientização de todos os trabalhadores da área da saúde, quanto ao descarte correto do material contaminado, podem influenciar diretamente na redução desse tipo de acidente, não só dentro da equipe de enfermagem, mas, também, entre os trabalhadores do setor de limpeza(12,13).
A medida mais eficaz no combate à infecção pelo VHB é a imunização ativa dos indivíduos suscetíveis, com emprego das vacinas atualmente disponíveis, altamente eficientes e seguras (11). Essas vacinas tornaram possível o estabelecimento de programas de controle da infecção, que buscam a eventual erradicação da hepatite B e a profilaxia do hepatocarcinoma(17,18).
A vacina contra o VHB apresenta eficácia de 85% a 90% em prevenir infecção em adultos jovens. A soroconversão ocorre em proporção inversa à idade, de modo que níveis protetores de anticorpos são encontrados em apenas 70% das pessoas entre 50 e 59 anos e em 50% daqueles com mais de 60 anos(19,20,21,22). A soroconversão também diminui com a presença de insuficiência renal, diabetes, doença hepática crônica, infecção por vírus da imunodeficiência humana, tabagismo e obesidade(20,23,24). Mulheres apresentam taxas de soroconversão discretamente maiores que os homens. Entre aqueles que não obtiveram resposta vacinal adequada, após as três doses iniciais, 25% a 40% respondem após uma única dose adicional e 50% a 70% respondem ao esquema de três doses (11). A imunização com a vacina da hepatite B é considerada eficaz quando a concentração do anticorpo contra o antígeno de superfície (anti-HBs) é igual ou superior a 10 mUI/ml(25,26,27).
Este estudo teve como objetivo medir os níveis de anticorpo contra o AgHBs (anti-HBs) e avaliar as associações desses níveis com as condições epidemiológicas gerais, de vida pessoal e profissional e de risco de infecção pelo vírus da hepatite B, na população ativa dos funcionários da limpeza do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu – Unesp, imunizados contra a hepatite B.
Casuística e Métodos
Trata-se de um estudo transversal, que abrangeu todos os 104 funcionários responsáveis pela limpeza dos vários setores do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP, sendo que 90 eram mulheres, com idade variando entre 21 e 60 anos e 14 homens, entre 21 e 53 anos de idade.
Todos os participantes que fizeram parte do estudo assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido.
O intervalo de tempo entre o primeiro e o último indivíduo vacinado foi de 30 meses. As amostras de sangue para a pesquisa dos marcadores virais foram obtidas após 36 meses do início da contagem do tempo, por um período de aproximadamente 5 meses.
Foi elaborado um questionário para coleta de dados, que foi aplicado por uma das autoras, a cada participante, individualmente. O questionário procurou as seguintes informações: dados de identificação, epidemiológicos, ligados à transmissão do VHB (acidentes com material biológico no trabalho, tipo de material que causou o acidente, de história de hepatite no passado, comportamento de risco para aquisição do vírus), de situações imunodebilitantes (doença de base crônica, uso de medicamentos). A informação sobre a situação de imunização anti-VHB foi confirmada pelo exame do cartão individual de vacinas, de cada participante.
A determinação quantitativa do anticorpo contra o antígeno de superfície do VHB (anti-HBs) foi realizada no soro do indivíduo pelo método MEIA (ensaio enzimático de micropartículas). Considerava-se imunizado o indivíduo que apresentasse, no exame sorológico, concentração de anti-HBs ≥ 10,0 mUI/ml.
Para a análise estatística, foram utilizados o teste de Qui-Quadrado e o teste exato de Fisher. Quando indicado, empregou-se a correção de Yates(28).
O presente estudo recebeu parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina de Botucatu – Unesp, aprovado em 4 de março de 2002.
Resultados
A tabela 1 mostra a distribuição dos 104 funcionários, de acordo com o gênero e os níveis de anti-HBs, após vacinação contra o VHB.
Os títulos de anti-HBs após a vacinação atingiram concentrações menores que 10 mUI/ml em 21,4% dos homens, 50,0% dos homens, alcançaram títulos entre 10 mUI/ml e 100 mUI/ml, e maiores ou iguais a 100 mUI/ml em 28,6 % deles. Entre as mulheres, 67,8% mostraram níveis maiores ou iguais a 100 mUI/ml após a vacinação, 14,4 % estavam entre 10 mUI/ml e 100 mUI/ml e em apenas 17,8% dos casos esses níveis não atingiram 10mUI/ml. Títulos de anti-HBs maiores ou iguais a 100 mUI/ml predominaram entre as mulheres. (p<0,01) (Tab1).
TABELA 1 Distribuição de 104 funcionários de limpeza do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu/UNESP, de acordo com o nível de anticorpos de anti-HBs após vacinação contra o vírus da Hepatite B e o gênero.
Níveis séricos de anti-HBs (mUI/ml) <10 [10 - 100) ≥100 TOTAL
Gênero Nº % Nº % Nº %
Masculino 3 21,4 7 50,0 4 28,6 14
Feminino 16 17,8 13 14,4 61 67, 8** 90
TOTAL 19 18,3 20 19,2 65 62,5 104
** p < 0,01
Dos 52 funcionários com até um parceiro sexual, 9,6% tiveram títulos de anti-HBs menores que 10 mUI/ml, 13,5% de 10 mUI/ml a 100 mUI/ml e 76,9% tiveram títulos maiores ou iguais a 100 mUI/ml. Dentre aqueles com mais de um parceiro sexual, 26,9% tiveram títulos de anti-HBs menores que 10 mUI/ml, 25,0% tiveram títulos de 10 mUI/ml a 100 mUI/ml, e 48,0% títulos maiores ou iguais que 100 mUI/ml.
A análise dos resultados mostrou associação significativa entre maior número de parceiros sexuais com maior ocorrência de títulos < que 10 mUI/ml e menor ocorrência de títulos maior ou igual a 100 mUI/ml (p < 0,01) (Tab2).
TABELA 2. Distribuição de 104 funcionários de limpeza do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu/UNESP, de acordo com o nível de anticorpos anti-HBs após a vacinação contra o vírus da Hepatite B e o número de parceiros sexuais.
Níveis séricos de anti-HBs (mUI/ml) <10 [10-100) ≥100 TOTAL
Parceiro sexual Nº % Nº % Nº %
Até 1 5 9,6 7 13,5 40 76,9 52
Mais de 1 14 26,9** 13 25,0 25 48, 0** 52
TOTAL 19 18,3 20 19,2 65 62,5 104
** p < 0,01
Entre os tabagistas, 27,8% tiveram níveis de anti-HBs menores que 10 mUI/ml, e 25,0% entre 10 mUI/ml e 100 mUI/ml, e 47,2% níveis maiores ou iguais a 100 mUI/ml. Entre os não tabagistas, 13,2% tiveram níveis menores que 10 mUI/ml, 16,2% títulos de 10 mUI/ml e 100 mUI/ml e 70,6 % títulos maiores ou iguais a 100 mUI/ml. Foi observada tendência à associação entre maiores títulos de anti-HBs e ausência de tabagismo (0,10 > p > 0,05). (Tab 3).
Não foi constatada associação entre níveis de anti-HBs e faixa etária, ocorrência de acidente de trabalho, número de acidentes de trabalho com material pérfuro-cortante, uso de preservativo e ocorrência de obesidade.
TABELA 3. Distribuição de 104* funcionários de limpeza do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu/UNESP, de acordo com o nível de anticorpos anti-HBs após a vacinação contra o vírus da Hepatite B e a presença de tabagismo.
Níveis séricos de anti-HBs(mUI/ml) <10 [10-100) ≥100 TOTAL
Tabagismo Nº % Nº % Nº %
Sim 10 27, 8 9 25,0 17 47,2 36
Não 9 13,2 11 16,2 47 70,6 ** 68
TOTAL 19 18,2 20 19,2 65 62,5 104
**0,10 > p > 0,05
Discussão
Desde a aprovação nos EUA, em 1981, da primeira vacina contra o VHB, derivada de plasma de portadores crônicos do vírus, surgiram aquelas, produzidas com material recombinante, das quais as mais utilizadas, em nosso meio, são a Engerix B (Smith Kline-Beecham) e a Recombivax (Merck, Sharp & Dohme)(29). A descoberta de uma vacina eficaz e segura permitiu a implementação da imunização universal, adotada em mais de 80 países, medida fundamental para a redução de infecção crônica pelo VHB(29). A vacina contra o VHB induz a produção de anti-HBs em títulos maiores que 10 mUI/ml, considerados protetores, em mais de 90% dos adultos. Observa-se menor resposta vacinal em neonatos e prematuros, indivíduos com mais de 40 anos, imunossuprimidos, obesos, fumantes, etilistas, pacientes em hemodiálise ou portadores de cardiopatia, cirrose hepática e doença pulmonar crônica(21). Existe correlação direta entre títulos de anticorpos obtidos após a vacinação e a permanência do anti-HBs. A imunidade pode persistir após o desaparecimento do anti-HBs ao longo dos anos, isto se devendo à memória imune(27,30). Em indivíduos previamente vacinados, a subseqüente exposição ao vírus da hepatite B causa elevação dos títulos de anti-HBs, por essa razão, não é necessário que, em adultos vacinados e imunocompetentes, seja realizada rotineiramente a titulação do anti-HBs, com exceção dos profissionais de saúde, entre outros, pelo risco freqüente de exposição a sangue e derivados (30,31).
Entre os vacinados, Garcia et al(32) mostraram que as mulheres são melhores respondedoras, com 86,0% delas apresentando títulos > 100 mUI/ml. No estudo de Ferraz et al(33), 43,0% dos participantes apresentaram soroconversão após a primeira dose vacinal. No Uruguai, Arca et al(34) observaram que 93,4% dos participantes com esquema vacinal completo tinham concentrações de anti-HBs > que 1000 mUI/ml. No estudo em discussão, ao avaliar a viragem sorológica, observou-se que a concentração de anti-HBs no sangue periférico também foi maior entre as mulheres, com 67, 8% apresentando níveis a 100 mUI/ml, enquanto apenas 28,6 % dos homens tiveram resposta semelhante. Essa diferença também pode ter sido influenciada pelo grande número de indivíduos do sexo feminino da casuística, que representavam 86,7% do total de funcionários estudados. A maior população de mulheres entre os funcionários da limpeza hospitalar deve-se às características peculiares dessa função, com as quais as mulheres tem maior afinidade entre nós.
Entre os adultos, a atividade sexual é a principal nas vias de transmissão do VHB, portanto, indivíduos vacinados, reexpostos naturalmente ao VHB, têm elevação de títulos de anti-HBs, devido à memória imunológica(30). Portanto, seria de se supor que os títulos do anticorpo, em indivíduos vacinados com múltiplos parceiros sexuais, devessem ser maiores do que daqueles com nenhum ou apenas um parceiro sexual. Neste estudo, não se observou relação do número de parceiros sexuais e títulos altos de anti-HBs entre os funcionários estudados. Ao contrário, foi entre os indivíduos que referiram mais de um parceiro sexual que se encontrou a maior proporção de maus respondedores a vacina (48,8%), entre aqueles que referiram ter apenas um parceiro, tinham títulos de anti-HBs 100 (76,9 %). Talvez a explicação se encontre, novamente, na casuística com maioria de mulheres, que não tinham outro fator de risco que a atividade profissional. Deve-se lembrar que a referência a mais de um parceiro não equivalia à promiscuidade sexual, significando na maioria das vezes, que apenas existia mais de um relacionamento sexual, por tempo prolongado. Daí, talvez, não se ter encontrado “reforço” à vacinação nesse grupo. Já, a baixa resposta a vacinação associada ao tabagismo freqüentemente demonstrada pelas pesquisas, também foi observada no presente trabalho. A maioria dos não fumantes, isto é, 70,6 % deles conseguiu títulos de anticorpos que 100 mUI/ml. Entre os fumantes, apenas 47,2% conseguiram esse efeito, sendo ainda que 27,8% ficaram abaixo de 10 mUI/ml após vacinação contra o VHB.Ferraz et al (33) em estudo sobre viragem sorológica em profissionais da área de saúde, encontraram associação entre não tabagismo e maior porcentagem de soroconversão. Kallinowski et al (35) também concluíram que os fumantes, após a vacina, tinham resposta imunológica significativamente mais baixa do que os não fumantes. Vários outros estudos destacam o cigarro entre os fatores que interferem negativamente na resposta sorológica à vacinação. (36,37,38,39,40).
Colaboradores:
C. OSTI participou da concepção, discussão dos dados, da redação final do estudo; realizou a coleta de dados e a revisão bibliográfica. J. MARCONDES-MACHADO participou da concepção, do delineamento, da discussão dos dados, da redação final do estudo.