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Pesquisa com a população cearense indica discrepância de gênero, idade e escolaridade; dados sugerem ineficácia de "isolamento vertical"

Publicada em 08/04/2020 | Novidades


Estudo brasileiro avalia crenças e comportamentos frente à pandemia de COVID-19

Pesquisa com a população cearense indica discrepância de gênero, idade e escolaridade; dados sugerem ineficácia de "isolamento vertical"

Artigo aprovado para a edição de maio da Revista Ciência e Saúde Coletiva revela crenças e comportamentos da população cearense frente à pandemia de COVID-19. Primeira pesquisa sobre o tema a ser publicado na revista, o estudo, realizado por meio de questionário online, indica como assimetrias de gênero, escolaridade, idade e local de residência afetam a percepção sobre o novo coronavírus e as condutas preventivas. Descartados os formulários com preenchimento incompleto, a amostra final contou com 2.259 participantes. Os dados foram coletados em 19 de março de 2020, um dia antes do decreto estadual que estabeleceu medidas duras de isolamento social no estado.

As mulheres se consideram em maior risco de contaminação, revela a pesquisa. A não-realização voluntária de quarentena foi mais prevalente entre os homens e entre a população residente no interior do Estado, em comparação à região metropolitana de Fortaleza. 

A escolaridade também afeta diretamente a percepção sobre a doença. Os participantes com o ensino fundamental se perceberam com um risco menor de contaminação que aqueles com escolaridade mais elevada. Também houve menor adesão à quarentena voluntária.

O comportamento comunitário é um dos fatores cruciais para evitar a elevação do número de casos e de mortes por infecções virais. A Coreia do Sul e o Japão já haviam mostrado uma curva achatada de progressão da doença através de medidas restritivas. Países que tardaram a tomar essas medidas ou tiveram dificuldade no controle da população em obedecê-las observaram aumento mais significativo de doentes e mortes.

Embora o Ceará, como muitos estados brasileiros, seja acometido regularmente por endemias como dengue, chikungunya e zika, as características de contágio e as medidas de controle de disseminação são profundamente diferentes do COVID-19. Entender como retardar e controlar a disseminação de patógenos é uma prioridade na previsão e prevenção de epidemias de doenças infecciosas.

Baixa adesão a mitos - O estudo indica que, apesar das declarações do Presidente de República, a maior parte da população não acredita contar com algum tipo de proteção especial contra o coronavírus em virtude do clima e das precárias condições sanitárias. Um total de 79,2% dos entrevistados não crê que exista alguma proteção ao vírus diferente de outros lugares. Tampouco aceitam a suposição de que as constantes viroses a que a população está submetida favorecerá a diminuição da pandemia no estado (84,5%), nem que tais viroses favoreçam a uma ação mais fraca do coronavírus (82,4%). Apenas o grupo com ensino fundamental incompleto.

Dados contestam isolamento "vertical" - Os resultados da pesquisam indicam a baixa eficácia da proposta do chamando "isolamento vertical", aplicável apenas aos grupos mais vulneráveis. Em altíssimo risco de complicações decorrentes de COVID-19, o grupo com 80 anos ou mais é o que mais tem sua quarentena parcialmente realizada por causa do fluxo de pessoas em casa. Entre eles, diferentemente da maior parte dos participantes, existe a crença de que a pandemia será menor no Brasil que no resto dos países mais afetados, que temos proteção ao vírus diferente de outros lugares, e que o clima do Ceará favorecerá a diminuição da pandemia.

Sobre a Revista Ciência e Saúde Coletiva - O periódico científico é editado deste 1996 pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). Está classificado na categoria A3 do Qualis/Capes e, há dois anos, lidera citações no Google Acadêmico, entre periódicos científicos de todas as áreas.

Confira o artigo: http://www.cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/covid19-no-estado-do-ceara-comportamentos-e-crencas-na-chegada-da-pandemia/17540?id=17540&id=17540

 

 

 

 


Fonte: http://www.cienciaesaudecoletiva.com.br/




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