0359/2025 - MAPEAMENTO DAS CARACTERÍSTICAS PESSOAIS DO PERFIL DE AGRESSOR(A) SEXUAL INFANTIL: UMA REVISÃO DE ESCOPO MAPPING THE PERSONAL CHARACTERISTICS OF THE CHILD SEXUAL OFFENDER PROFILE: A SCOPE REVIEW
O objetivo deste trabalho é mapear as características pessoais do perfil de agressores(as) sexuais infantis presentes na literatura científica nacional e internacional. Foi realizada uma revisão de escopo, seguindo o manual do Instituto Joanna Briggs. A pesquisa incluiu estudos de 2014 a 2023, em qualquer idioma, indexados em 4 bases de dados, e identificou 252 publicações, das quais 25 foram analisadas. Os resultados foram coletados e analisados em 3 grandes categorias: (1) características pessoais do agressor; (2) o ato do abuso; (3) contextos do agressor. Neste artigo analisaremos somente a categoria relacionada às características pessoais do agressor, ficando as demais para outros artigos, dado a extensão dos achados. Os resultados sugerem que os agressores compartilham características como impulsividade e baixa autoestima, influenciadas por fatores biológicos, psicológicos e socioculturais. O estudo destaca intervenções sensíveis ao gênero e a necessidade de mais pesquisas, como maior diversidade geográfica e foco em agressores femininos. No âmbito da bioética propõe-se intervenções que envolvem educação comunitária, intervenção personalizada para agressores e apoio às vítimas, visando promover justiça social e prevenção de futuros abusos.
Palavras-chave:
Abuso sexual na infância, Bioética, Pedofilia, Perfil pessoal de abusadores(as).
Abstract:
The aim of this study was to map the personal characteristics of the profile of child sex offenders found in national and international scientific literature. A scoping review was carried out, following the manual of the Joanna Briggs Institute. The research included studies from 2014 to 2023, in any language, indexed in 4 databases, and identified 252 publications, of which 25 were analyzed. The results of the collected and analyzed data are divided into 3 major categories: (1) personal characteristics of the aggressor; (2) the act of abuse; (3) contexts of the aggressor. In this article we will only analyze the category related to the personal characteristics of the aggressor, leaving the others for other articles, given the extent of the findings. The results suggest that the aggressors share characteristics such as impulsivity and low self-esteem, influenced by biological, psychological and sociocultural factors. The study highlights gender-sensitive interventions and the need for more research, such as greater geographic diversity and focus on female aggressors. In the field of bioethics, interventions are proposed that involve community education, personalized intervention for aggressors and support for victims, with the aim of promoting social justice and preventing future abuse.
Keywords:
Sexual abuse in childhood, Bioethics, Pedophilia, Personal profile of abusers.
Conteúdo:
Introdução
O cuidado com a infância e adolescência, além de uma responsabilidade individual, é um compromisso social e cultural. Este enfoque exige estratégias interdisciplinares e interculturais para reduzir danos e promover o bem-estar infantil. A bioética, nesse contexto, destaca-se como um campo relevante para a prevenção da violência e a defesa de direitos, porque integra diferentes saberes e práticas.
No Brasil, dados de 2015 a 20211 mostram que a violência sexual infantil envolve relações de poder, despersonalizando a criança e tratando-a como objeto. É um problema sociocultural e de saúde pública, que demanda esforços conjuntos do governo e da sociedade1. A Convenção sobre os Direitos da Criança2 destaca o princípio do melhor interesse da criança, reforçando a necessidade de uma abordagem eficiente para sua proteção.
Estudos sobre o perfil dos agressores sexuais infantis são fundamentais para entender a complexidade do problema. A identificação de fatores históricos e culturais permite a criação de abordagens adequadas para vítimas e agressores. Embora o foco principal seja a vítima, o agressor também tem direito a um processo penal justo, incluindo tratamento psicossocial. A bioética – em relação ao agressor - busca compreender as suas motivações, evita a estigmatização e promove sua reabilitação, sem, todavia, acobertar ou justificar seus atos.
Do ponto de vista bioético, o abuso sexual infantil viola os princípios de autonomia, beneficência, não maleficência e justiça. Morales e Schramm3 afirmam que esses princípios são frequentemente desrespeitados em casos de abuso, onde a vítima é colocada em extrema vulnerabilidade física, emocional e moral. A Bioética da Proteção se torna uma abordagem necessária para garantir justiça, prevenção e criação de um ambiente de apoio para vítimas, além de tratamento adequado para agressores4.
Na literatura, os agressores sexuais infantis são geralmente divididos em duas categorias: pedófilos e molestadores5. Ambos têm alguma forma de vantagem sobre a vítima, seja hierarquia, idade ou proximidade, e, na maioria das vezes, são familiares ou conhecidos da família, com pelo menos cinco anos de diferença em relação à vítima5.
Os molestadores, ao contrário dos pedófilos, não tem necessariamente um interesse contínuo por crianças. Eles não envolvem a criança em exploração sexual comercial, diferentemente dos aliciadores, que induzem menores a crimes sexuais5. Molestadores agem por oportunidade, curiosidade ou distúrbios de preferência sexual, mas não seguem o mesmo padrão crônico dos pedófilos6.
Nem todo agressor sexual infantil é pedófilo, e a ciência distingue essas categorias. Baltieri7 identifica três tipos de agressores: pedófilos, com transtorno psiquiátrico crônico e fantasias sexuais com menores de 14 anos; oportunistas, que abusam impulsivamente; e molestadores não pedófilos, que abusam por outras razões. Apenas uma pequena fração dos agressores preenche os critérios para pedofilia.
Etapechusk8 destaca que, enquanto o pedófilo busca estabelecer laços amorosos com a criança, o abusador pode agir por conveniência ou oportunidade. Barros9 diferencia os pedófilos, movidos por desejo sexual, dos molestadores, que podem ser motivados por sadismo ou busca de poder.
Além dessas categorias, a relação agressor-vítima pode ser intrafamiliar, quando o agressor é um membro da família, ou extrafamiliar, quando não há laços familiares. Esses diferentes contextos trazem implicações variadas para o abuso sexual infantil10.
Essas distinções são essenciais para entender o comportamento dos agressores e aplicar intervenções diagnósticas e psicossociais adequadas. Nesse cenário, mapear o perfil do agressor sexual infantil em diferentes contextos é crucial para planejar políticas públicas eficazes. O presente estudo tem o objetivo de mapear as características pessoais que compõe o perfil do agressor sexual infantil.
Metodologia
Foi realizada uma revisão de escopo seguindo as diretrizes do Joanna Briggs Institute (JBI), que compreendem: formulação da questão, identificação e seleção dos estudos, extração e análise dos dados, além do relato dos resultados11. O protocolo de pesquisa foi registrado na Open Science Framework (OSF) sob o DOI 10.17605/OSF.IO/MQJT8. A questão de pesquisa foi construída utilizando a estratégia PCC (População, Conceito e Contexto), com a pergunta central: "No contexto da violência sexual contra crianças e adolescentes, quais são os perfis dos agressores sexuais infantis?"
A pesquisa iniciou-se com a definição dos descritores, utilizando os vocabulários estruturados MeSH e DeCS, resultando nos seguintes termos: Abuso Sexual na Infância, Delitos Sexuais, Meio Social e Pedofilia. As buscas foram realizadas nas bases MEDLINE, APA PsycINFO, LILACS e Web of Science, com os seguintes termos: "child sexual abuse" e "sex offenders"; "sex offenders" e "social environment"; pedophiles e "sex offenders".
Os critérios de elegibilidade incluíram estudos publicados entre 2014 e 2023, sem restrição de idioma, sobre adultos abusadores sexuais de crianças e adolescentes. Excluíram-se estudos com preconceitos étnicos, religiosos ou de gênero, e o foco foi mantido no perfil do abusador sexual infantil. Foram considerados estudos de qualquer região sobre violência sexual contra crianças.
A pré-seleção dos estudos foi realizada por dois revisores independentes, com análise inicial de títulos e resumos, excluindo-se duplicatas e aqueles que não atendiam ao objetivo. A busca inicial resultou em 252 artigos, sendo 96 duplicados eliminados. Dos 156 estudos restantes, 110 foram excluídos por não atenderem aos critérios. Após leitura completa dos 46 artigos restantes, 24 foram excluídos, resultando em 22 artigos selecionados. Três artigos adicionais foram incluídos a partir das referências, totalizando 25 estudos. As divergências foram resolvidas por consenso, e o processo foi descrito conforme o fluxograma Prisma (Figura 1).
Figura 1 – Fluxograma PRISMA
Fig.1
Resultados e discussão
A presente revisão de escopo incorporou 25 estudos de 13 países diferentes. Os países que mais contribuíram com artigos foram: Estados Unidos (7 artigos), Brasil (4 artigos), Israel (3 artigos), Bélgica (2 artigos). Os demais países (África do Sul, Alemanha, Austrália, Canadá, China, Coreia, Croácia, Portugal e Suíça) contribuíram com apenas 1 artigo cada. Quanto à distribuição por continente, 48% dos estudos foram realizados nas Américas (32% na América do Norte e 16% na América do Sul), 24% na Europa, 20% na Ásia, e 4% na África e Oceania, respectivamente. Em relação ao idioma, 84% das publicações estavam em inglês, 12% em português e 4% em francês.
No Quadro 1 são apresentados os dados bibliométricos referentes aos estudos incluídos nesta revisão de escopo.
Quadro 1
A extração de dados dos artigos escolhidos para esta RE foi sistematizada em 3 categorias: (1) características pessoais do agressor, (2) sobre o ato do abuso e (3) sobre os contextos do agressor. Para cada categoria se definiram algumas subcategorias que ressaltam características e aspectos importantes de cada categoria.
No quadro 2 são representados os 25 artigos analisados conforme as categorias e as subcategorias, e em quais artigos são encontrados, com o recorte, para este artigo exclusivo da categoria ‘características pessoais do agressor’.
Quadro 2
Neste artigo analisaremos somente a categoria relacionada às características pessoais do agressor com as suas 3 subcategorias: Características comportamentais, emocionais psicológicas e uso de substâncias; Percepção sobre sua própria sexualidade; Agressor sofreu abuso sexual na infância.
Características Pessoais do Agressor
Estudar as características dos agressores sexuais infantis é algo complexo e multifacetado, pois busca identificar traços psicológicos, comportamentais e sociais relacionados a esse comportamento. Embora os agressores formem um grupo heterogêneo, alguns traços gerais podem ser observados. É essencial destacar que nem todas as pessoas com determinadas características tornam-se agressoras. Por isso é necessária uma abordagem que considere fatores individuais, familiares, sociais e culturais.
Diversos estudos científicos desta RE identificaram características comportamentais comuns entre os agressores infantis. Na figura 2, exibimos uma representação das características pessoais que apareceram nos estudos revisados, ressaltando que esta é uma revisão de escopo que mapeia os achados, sem realizar uma análise da eficácia dos resultados encontrados nos artigos selecionados.
Fig. 2
Para melhor compreensão desta categoria subdividimos os dados coletados em 3 subcategorias: a) Características comportamentais, emocionais, psicológicas e uso de substâncias; b) Percepção sobre sua própria sexualidade; c) Agressor sofreu abuso sexual na infância.
Características comportamentais, emocionais, psicológicas e uso de substâncias
Entre as características comportamentais de agressores sexuais infantis, diversos estudos destacam a perda da capacidade de estabelecer relações afetuosas ou amorosas. Isso leva à objetificação de outras pessoas, que passam a ser vistas apenas como objetos sexuais. Essa dificuldade emocional não só causa medo da intimidade com adultos, mas também resulta em um interesse sexual desviante, onde o único meio encontrado pelo sujeito para obter parceiros sexuais é através de coerção e predação13,26. Ademais, relacionadas a essas dificuldades emocionais, a pesquisa de DeCou et al.27 identificou que o apoio emocional-interpessoal limitado, sentimentos de inutilidade, isolamento e desconexão relatados por agressores sexuais infantis no momento ou próximo ao momento da ofensa são déficits emocionais e interpessoais significativos. Esses vazios emocionais são considerados elementos cruciais no processo da ofensa, evidenciando o papel integral dessas necessidades não atendidas. Alguns estudos sugerem que essa incapacidade de se relacionar pode estar ligada ao fato de o agressor ter sido abusado na infância13,26,27. Corroborando com esta teoria Levenson et al.22 destacam como experiências adversas na infância podem contribuir para um maior índice de desvios sexuais e comportamentos antissociais. Estas experiências podem levar ao desenvolvimento de esquemas, atitudes e crenças que aumentam o risco de comportamentos sexualmente agressivos.
Os estudos sobre comportamento têm identificado diversos problemas de conduta entre agressores sexuais infantis. Naidoo et al.24 em pesquisa com agressores da África do Sul, observaram que problemas como hiperatividade, impulsividade e comportamentos violentos são comuns. Estes agressores frequentemente perpetuam o ciclo de abuso, vitimizando sexualmente seus próprios filhos ou familiares. Resultados similares foram encontrados em um estudo suíço com estudantes, que relataram ter coagido sexualmente outras pessoas, como forçar alguém a despir-se ou tocar partes íntimas sem consentimento, e a incitar atos sexuais15.
Problemas emocionais significativos em agressores sexuais foram relatados em alguns, incluindo transtornos de humor e ansiedade, traços de personalidade antissocial, solidão e psicopatia15,32. O estudo de Aebi15 examinou o impacto de problemas de saúde mental, como problemas de conduta, hiperatividade e problemas com colegas, que estavam significativamente associados a um risco aumentado de comportamento sexual coercitivo. Um estudo brasileiro realizado por Teixeira et al. 34, que analisou traços de vitimização e psicopatia em indivíduos que cometeram violência sexual contra crianças e adolescentes, revelou que um terço dos agressores atendia aos critérios para diagnóstico de psicopatia, uma proporção ligeiramente superior à encontrada em pesquisas anteriores.
Além disso, uma pesquisa na Croácia19 em 2022 examinou as diferenças entre agressores sexuais de crianças e de adultos. Os resultados indicaram que os agressores de crianças eram mais propensos a serem diagnosticados com transtorno de personalidade narcisista, transtorno de personalidade antissocial e pedofilia.
Na pesquisa de Hadi et al.12, foram identificados três fatores cruciais que levaram os participantes a cometerem abusos sexuais: uma dinâmica familiar patológica, distúrbios no controle de impulsos e um déficit de empatia. Os sujeitos do estudo apresentaram uma variedade de sintomas, incluindo sintomas sociopáticos, transtorno de oposição, depressão, impulsividade, timidez, alexitimia (dificuldade em identificar e expressar emoções), atração pela solidão e uma dependência elevada de adultos. As parafilias mais comuns identificadas foram pedofilia, frotteurismo e fantasias sexuais intrafamiliares.
O estudo de Gerwinn et al.35 investigou as diferenças entre pedófilos e não pedófilos, incluindo aqueles com e sem histórico de abuso sexual infantil. Os resultados mostraram que os pedófilos ofensores tinham taxas mais altas de comorbidades psiquiátricas, disfunções sexuais e experiências adversas na infância em comparação com os controles. Adicionalmente, esse grupo apresentava transtornos de humor, ansiedade, fobia social, personalidade esquiva, altas taxas de TDAH durante a infância e na vida adulta, impulsividade atencional, desatenção e uma variedade de outras parafilias.
Um estudo conduzido por Rosa et al.26 com agressores sexuais juvenis também identificou fatores de risco que prediziam uma idade precoce de início do comportamento delinquente. Entre esses fatores, estavam históricos de TDA/TDAH, raiva, baixa empatia, alta impulsividade e psicose.
Estudos sobre agressores sexuais infantis buscam compreender suas diferenças. Na Coreia28, uma pesquisa distinguiu pedófilos, hebefílicos e teleiófilos, revelando que pedófilos tendem a ter transtornos paranoides e esquizofrênicos, enquanto hebefílicos são mais ligados a transtornos bipolares e problemas de controle impulsivo. Seto et al.30 compararam agressores intrafamiliares e extrafamiliares, concluindo que os extrafamiliares apresentam maiores problemas de autorregulação, tendências antissociais e menor empatia, além de maior hostilidade contra mulheres. Já os intrafamiliares demonstraram maior repressão emocional, negação e supressão de sentimentos, sugerindo imaturidade emocional ou social.
A pesquisa sobre déficits cognitivos em agressores sexuais infantis tem revelado informações importantes, como demonstrado em estudos realizados na Bélgica em 2020 e em Portugal em 201529,32.
O estudo de Sigre-Leirós et al.32 investigou a relação entre Esquemas Desadaptativos Precoces (EMS), que se desenvolvem a partir de experiências adversas na infância, e diferentes tipos de comportamento sexual ofensivo, com foco especial em agressores pedófilos. Os resultados indicam que deficiências emocionais e uma tendência à submissão podem aumentar a vulnerabilidade cognitiva em casos de pedofilia. A pedofilia, sendo uma condição parafílica com necessidades distintas de outros crimes, se alinha com essas descobertas. O modelo de esquema sugere que indivíduos podem se envergonhar de defeitos pessoais percebidos, acreditando serem indignos de amor ou indesejáveis, o que pode incluir desejos sexuais inaceitáveis ou sensações de incompetência social. A subjugação emocional, caracterizada por uma excessiva concessão ao controle alheio para evitar conflitos ou abandono, leva à percepção de que as próprias opiniões e sentimentos são irrelevantes. Essas características são consistentes com estudos anteriores que identificaram dificuldades no funcionamento interpessoal, baixa autoestima e um foco excessivo em si mesmos entre pedófilos masculinos. A conexão entre a auto-percepção negativa relacionada a desejos sexuais inaceitáveis e a rejeição social da pedofilia é especialmente relevante.
O estudo realizado na Bélgica29 revelou que agressores sexuais infantis têm dificuldades em aprender tanto com reforços positivos quanto negativos. Isso interfere na capacidade de escolher comportamentos que resultem em recompensas e de inibir aqueles associados a punições. Este déficit de regulação comportamental é considerado um fator crítico para a ocorrência de abusos sexuais infantis, conforme sugerido pelos modelos de agressão sexual.
A pesquisa sobre agressoras sexuais femininas ainda é limitada, mas nossa revisão de escopo identificou três estudos relevantes dos Estados Unidos. DeCou et al.27 exploraram características específicas de vulnerabilidade de gênero entre mulheres envolvidas em crimes sexuais, enquanto Levenson et al.20 investigaram as experiências adversas na infância de agressoras sexuais infantis. Por fim, Comartin et al. 23 compararam características entre homens e mulheres ofensoras sexuais. Os resultados desses estudos destacam que mulheres envolvidas em crimes sexuais frequentemente apresentam desajustes significativos, como dependência emocional de parceiros, baixa autoestima e uma alta incidência de problemas de saúde mental, incluindo transtornos de humor, ansiedade e abuso de substâncias. Essas mulheres também possuem distorções cognitivas que influenciam seus comportamentos delituosos, manifestando crenças errôneas sobre a periculosidade e os direitos de seus parceiros, bem como sobre a maturidade e o consentimento de suas vítimas. Além disso, as adversidades enfrentadas na infância dessas mulheres frequentemente resultam em problemas relacionais e de enfrentamento, devido a dificuldades interpessoais e percepções distorcidas sobre si mesmas e os outros. A exposição a um ambiente de pouca proteção e afeto durante a infância faz com que vejam o mundo como um lugar perigoso, prejudicando a capacidade de confiar e levando a escolhas prejudiciais de relacionamentos. Comportamentos como afeto reduzido, hostilidade e manipulação são vistos como mecanismos de sobrevivência ao trauma, resultando em problemas de apego, autorregulação e competências relacionais. Comparativamente, mulheres agressoras sexuais tendem a ter pontuações mais baixas em delinquência e desvio sexual do que homens agressores.
O uso de drogas e álcool foi identificado como um fator significativo na predição de comportamentos sexuais coercitivos em diversos estudos. Por exemplo, uma pesquisa nos Estados Unidos explorou os fatores externos e internos que influenciam o comportamento de agressoras sexuais femininas, revelando que o consumo de substâncias pelas agressoras era um componente integral no processo do crime, incluindo o fornecimento de substâncias às vítimas antes e durante o ato de violação27. Em apoio a esse achado, estudos que examinaram as adversidades e abusos na infância enfrentados por abusadores sexuais de crianças encontraram uma prevalência de histórico de abuso ou dependência de álcool, drogas e substâncias psicoativas24.
Contrastando com isso, uma pesquisa comparativa entre perpetradores de abuso sexual infantil e de adultos descobriu que o consumo de álcool por perpetradores de abuso sexual infantil era significativamente menor do que pelos perpetradores de abuso sexual contra adultos. Isso pode ser atribuído ao fato de que os crimes contra crianças geralmente são premeditados, exigindo que o agressor mantenha controle e organize os eventos meticulosamente, enquanto os agressores de vítimas adultas tendem a agir de maneira mais impulsiva e sem planejamento prévio19. De forma semelhante, um estudo realizado por Brandão et al.21 no Brasil reforça essa observação, mostrando que em 75,72% dos casos analisados, o agressor não estava sob efeito de álcool.
No gráfico 1 sintetizamos as características comportamentais e psicológicas assinalando a frequência dos itens encontrados nos estudos desta RE. O intuito é que seja de fácil compreensão.
Gráfico 1
Percepção do agressor sobre sua própria sexualidade
A compreensão da própria sexualidade por parte de agressores sexuais é um tema complexo e pouco explorado, mas de extrema importância. Essa percepção varia significativamente entre indivíduos, sendo influenciada por experiências de vida, contextos sociais e fatores psicobiológicos. Alguns agressores podem distorcer sua sexualidade, associando-a a comportamentos violentos e de controle, enquanto outros podem minimizar seus atos, negando problemas em relação à sua orientação sexual.
É essencial desmistificar certos estereótipos, como a crença de que agressores sexuais infantis são predominantemente homossexuais. Pesquisas indicam que a maioria desses agressores é heterossexual, e as principais vítimas são meninas, desafiando preconceitos comuns21,22,24,25,31.
Um estudo realizado em Israel14 com agressores sexuais pedófilos da comunidade ultraortodoxa haredi, destacou desafios significativos na compreensão da própria sexualidade. As restritas leis deste grupo judaico e práticas culturais limitam a expressão da sexualidade quase que exclusivamente ao âmbito da reprodução dentro do casamento, resultando em uma compreensão limitada e dificuldades para gerir a sexualidade de maneira saudável14.
No clero católico romano, um estudo de Anderson17 sugere que os abusadores do clero se diferenciam por terem predominantemente vítimas do sexo masculino, o que pode decorrer de uma predominância de agressores homossexuais ou da falta de presença feminina nos seminários. A formação em seminários durante as décadas de 1950 a 1970, apontada no estudo, enfatizava uma vida comunitária altamente regulamentada e monitorada, com proibições significativas em torno da sexualidade. Isso muitas vezes levava à supressão emocional e falta de desenvolvimento de relações interpessoais saudáveis. Portanto, a percepção de sua própria sexualidade pode ser confusa e contraditória, afetada por fatores como a ênfase no celibato, que pode transformar a sexualidade em uma fonte de conflito e pecado, em contraste com a visão mais positiva da sociedade em geral. Além disso, há confusão quanto à orientação sexual, especialmente entre aqueles que foram vítimas de abusos. Essa ambiguidade é exacerbada por doutrinas que condenam a homossexualidade como intrinsecamente desordenada e pelo mito errôneo de que homossexualidade e pedofilia estão interligadas.
Adicionalmente, estudos mostram que o abuso sexual na infância pode influenciar o desenvolvimento de comportamentos sexuais desviantes e coercitivos na vida adulta. Portanto, é crucial abordar a complexidade da percepção da sexualidade pelos agressores, considerando fatores sociais, religiosos e psicológicos, para prevenir e tratar o abuso sexual de maneira eficaz13,15.
Agressor sofreu abuso sexual na infância
Indivíduos que sofreram abuso sexual na infância frequentemente se tornam objeto de estudo em pesquisas que buscam entender a conexão entre experiências traumáticas precoces e o desenvolvimento de transtornos mentais e comportamentais. Diversos estudos indicam que o abuso sexual infantil pode levar ao surgimento de comportamentos nocivos e transtornos psicopatológicos, com uma hipótese amplamente aceita sugerindo que essas experiências podem estar relacionadas ao desenvolvimento de interesse pedófilo. A teoria da aprendizagem social, por exemplo, propõe que vítimas de abuso podem assimilar e reproduzir comportamentos inapropriados observados em seus agressores37.
Entre os 25 estudos analisados nesta RE, 9 estudos (36%) exploraram diretamente a conexão abusado-abusador e na sequência os descreveremos cronologicamente, iniciando dos mais antigos aos mais recentes.
O estudo de Hershkowitz16 focou no impacto do abuso sexual infantil em vítimas masculinas e como este abuso pode influenciar o desenvolvimento de comportamento sexual intrusivo (SIB), destacando fatores como a idade no momento do abuso, estrutura familiar e frequência do abuso como elementos moderadores do impacto do abuso sobre o comportamento das vítimas. Aebi et al.15 encontraram, em uma pesquisa com adolescentes suíços, que vítimas de abuso sexual na infância tendem a apresentar mais comportamentos sexuais coercitivos em comparação com aqueles que não sofreram abuso.
Levenson et al.20,22 realizaram dois estudos sobre experiências adversas na infância de agressores sexuais. O primeiro20, em 2015 analisou 47 mulheres agressoras e revelou que metade delas sofreu abuso sexual na infância, enquanto 41% relataram quatro ou mais experiências adversas. O segundo estudo22, em 2016, com 697 homens agressores sexuais, mostrou que esses indivíduos tinham maior prevalência de abuso sexual e outras formas de maus-tratos na infância, em comparação com a população geral.
Entretanto, nem todos os estudos corroboram essa conexão. Widom e Massey36, por exemplo, investigaram a relação entre abuso infantil e crimes sexuais, concluindo que o abuso físico e a negligência aumentam a probabilidade de envolvimento em crimes sexuais, mas o abuso sexual infantil não foi identificado como a única causa. Isso sugere a necessidade de intervenções preventivas direcionadas para crianças que sofreram maus-tratos.
Gerwinn et al.35 examinaram um grande grupo de pedófilos e não pedófilos, divididos entre aqueles com e sem histórico de abuso sexual. Eles constataram que, em comparação com o grupo de controle, os três grupos clínicos/agressores apresentaram taxas significativamente mais altas de ter sofrido abuso emocional, físico e sexual. No entanto, o estudo não encontrou uma correlação direta entre o histórico de abuso sexual e o desenvolvimento de pedofilia, indicando que sofrer abuso pode aumentar a propensão para crimes sexuais, mas não necessariamente para a pedofilia.
Estudos mais recentes também corroboram essas descobertas. Abulafia e Epstein13, ao investigarem 532 agressores sexuais em Israel, descobriram que o abuso sexual infantil influencia diretamente o desenvolvimento de sexualidade desviada. A pesquisa destacou a perda de habilidades relacionais e a busca de parceiros sexuais por meio da coerção como consequências desse abuso. Isso demonstra uma associação clara entre forte interesse pedófilo e padrões de comportamento predatório e impessoal nas ofensas.
Na África do Sul, Naidoo et al.24 realizaram uma pesquisa com 12 agressores sexuais masculinos que haviam sido expostos a violência familiar e abuso sexual na infância. O estudo revelou que todos os participantes repetiram o padrão de abuso, vitimizando sexualmente seus próprios filhos ou outros familiares. A dinâmica de poder foi um fator determinante na perpetração dos abusos, com manipulação financeira e violência física e verbal usadas para subjulgar as vítimas. Além disso, os participantes apresentavam distorções cognitivas e fantasias sexuais, muitas vezes moldadas por suas próprias experiências traumáticas e exposição à pornografia.
Por fim, um estudo conduzido no Brasil por Ferraz et al.33 investigou as Experiências Adversas na Infância (ACEs) em indivíduos que cometeram violência sexual contra crianças e adolescentes. O abuso físico foi identificado como a ACE mais prevalente, seguido por violência moral e abuso sexual. O estudo encontrou associações significativas entre a morte ou separação dos pais e o abuso sexual, sugerindo que essas experiências adversas desempenham um papel crucial no desenvolvimento de comportamentos abusivos.
Considerações finais
A comparação entre os diversos estudos consultados nesta revisão sobre perfis dos agressores sexuais infantis, revelou uma grande complexidade, devido às diferenças substanciais nos objetivos, metodologias e amostras dos estudos analisados. Isso dificultou a criação de um perfil único e consistente. Entretanto, identifica-se traços comuns que podem servir como base para futuras pesquisas. Essas descobertas não pretendem estigmatizar os agressores, mas sim fornecer uma base para um entendimento mais profundo do comportamento abusivo.
O comportamento sexual abusivo não possui uma causa única; trata-se de uma combinação de fatores biológicos, psicológicos e socioculturais que moldam a trajetória do indivíduo ao longo de sua vida. Traumas e experiências de vida, especialmente aqueles vividos na infância, influenciam o comportamento dos agressores, revelando que a motivação para o abuso sexual é multifacetada e complexa.
Entre as características pessoais analisadas, observa-se que os agressores sexuais infantis tendem a exibir dificuldades de controle de impulsos, baixa autoestima, problemas com a formação de relações íntimas e comportamentos agressivos diante de frustrações. Além disso, muitos demonstram incapacidade de formar vínculos afetivos saudáveis, o que se traduz em objetificação das vítimas e comportamentos coercitivos. Experiências adversas na infância, como abuso ou negligência, frequentemente contribuem para o desenvolvimento de condutas antissociais e sexualmente desviantes.
Outro ponto relevante é a associação entre o uso de substâncias e a perpetração do abuso sexual. Isso ressalta a necessidade de tratar a dependência como parte dos programas de intervenção e prevenção. Além disso, a identificação de traços psicológicos e de personalidade entre agressores de diferentes perfis auxilia na criação de estratégias de intervenção mais eficazes e personalizadas.
Os resultados da pesquisa também sugerem que as intervenções devem ser sensíveis às diferenças de gênero. Agressores masculinos e femininos apresentam padrões distintos, que demandam abordagens terapêuticas específicas. O reconhecimento dessas diferenças é essencial para a efetividade dos tratamentos.
Estereótipos prejudiciais, como a falsa associação entre homossexualidade e abuso sexual infantil, precisam ser desmistificados. Estudos indicam que a maioria dos agressores sexuais infantis é heterossexual, o que desafia preconceitos enraizados. Além disso, normas culturais e religiosas rígidas, como as encontradas em comunidades ultraortodoxas e no clero católico, podem reprimir a expressão saudável da sexualidade, contribuindo para comportamentos desviantes. Uma abordagem mais aberta e informada sobre sexualidade pode mitigar alguns desses comportamentos.
A relação entre o abuso sexual na infância e o desenvolvimento de comportamentos sexuais coercitivos na vida adulta destaca a importância de intervenções precoces. Traumas na infância podem predispor indivíduos a se tornarem agressores, reforçando a necessidade de prevenir o abuso sexual infantil como parte de um ciclo contínuo de violência e trauma. Intervenções precoces são essenciais, principalmente em adolescentes que já demonstram sinais de comportamento abusivo ou estão em risco de desenvolvê-lo.
Por fim, é evidente que as abordagens preventivas e terapêuticas devem considerar a complexidade da sexualidade dos agressores, suas experiências de vida e o contexto sociocultural em que estão inseridos. Essa compreensão mais profunda permitirá não só tratar os agressores de forma eficaz, mas também prevenir novos casos de abuso. A falta de centros especializados e a pouca experiência dos profissionais de saúde mental em lidar com agressores sexuais são desafios significativos. A detecção precoce de adolescentes em risco de abusar sexualmente é crucial, visto que muitos abusadores foram vítimas de abuso na infância. Portanto, intervenções nesse nível são fundamentais para interromper o ciclo de abuso.
Esses achados sublinham a importância de uma abordagem multidisciplinar e contextualizada para o tratamento e a prevenção de abusos sexuais infantis.
Lacunas e oportunidades para pesquisas futuras
Esta revisão destaca lacunas importantes, como a escassez de estudos em regiões como África e Ásia e o foco predominante em agressores masculinos. Em grande parte, essas lacunas podem estar relacionadas a barreiras culturais e políticas, como o estigma associado ao tema, a relutância institucional em divulgar dados sensíveis e a ausência de políticas públicas voltadas à pesquisa e à prevenção da violência sexual. Além disso, normas socioculturais que minimizam ou silenciam a violência sexual podem dificultar tanto a denúncia quanto a investigação científica nesses contextos. Pesquisas comparativas entre gêneros são essenciais para compreender semelhanças e diferenças nos comportamentos. A falta de investigações sobre abuso online, uma forma crescente de exploração, também exige atenção. Além disso, há necessidade de modelos preditivos que integrem variáveis psicológicas, sociais e ambientais, permitindo identificar indivíduos em risco e criar programas preventivos eficazes.
Futuras pesquisas poderiam explorar o perfil do agressor antes e depois da formação da identidade sexual (18 anos), investigando se o comportamento agressivo é influenciado por condições ambientais ou se é uma característica inata.
Com base nas conclusões, sugere-se estudos que aprofundem as perspectivas teóricas que se fundamentem intervenções específicas na busca de prevenção do abuso sexual infantil e no tratamento dos agressores, integrando bioética e direitos humanos. Todavia, no contexto da bioética, destaca-se que as intervenções devem considerar justiça social, equidade e responsabilidade coletiva, promovendo conscientização, educação e ambientes seguros para crianças.
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MAPPING THE PERSONAL CHARACTERISTICS OF THE CHILD SEXUAL OFFENDER PROFILE: A SCOPE REVIEW
Resumo (abstract):
The aim of this study was to map the personal characteristics of the profile of child sex offenders found in national and international scientific literature. A scoping review was carried out, following the manual of the Joanna Briggs Institute. The research included studies from 2014 to 2023, in any language, indexed in 4 databases, and identified 252 publications, of which 25 were analyzed. The results of the collected and analyzed data are divided into 3 major categories: (1) personal characteristics of the aggressor; (2) the act of abuse; (3) contexts of the aggressor. In this article we will only analyze the category related to the personal characteristics of the aggressor, leaving the others for other articles, given the extent of the findings. The results suggest that the aggressors share characteristics such as impulsivity and low self-esteem, influenced by biological, psychological and sociocultural factors. The study highlights gender-sensitive interventions and the need for more research, such as greater geographic diversity and focus on female aggressors. In the field of bioethics, interventions are proposed that involve community education, personalized intervention for aggressors and support for victims, with the aim of promoting social justice and preventing future abuse.
Palavras-chave (keywords):
Sexual abuse in childhood, Bioethics, Pedophilia, Personal profile of abusers.
MAPEAMENTO DAS CARACTERÍSTICAS PESSOAIS DO PERFIL DE AGRESSOR(A) SEXUAL INFANTIL: UMA REVISÃO DE ESCOPO
MAPPING THE PERSONAL CHARACTERISTICS OF THE CHILD SEXUAL OFFENDER PROFILE: A SCOPING REVIEW
MAPEO DE LAS CARACTERÍSTICAS PERSONALES DEL PERFIL DEL AGRESOR SEXUAL INFANTIL: UNA REVISIÓN DEL ALCANCE
Authors:
Fabiane Olivia Ardenghi – Ardenghi, F.O
Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, Paraná, Brasil
lumi.ardenghi@gmail.com – ORCID: https://orcid.org/0009-0003-2564-956X
Mário Antônio Sanches – Sanches, M.A
Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, Paraná, Brasil
m.sanches@pucpr.br- ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5794-2272
Resumo
O objetivo deste trabalho é mapear as características pessoais do perfil de agressores(as) sexuais infantis presentes na literatura científica nacional e internacional. Foi realizada uma revisão de escopo, seguindo o manual do Instituto Joanna Briggs. A pesquisa incluiu estudos de 2014 a 2023, em qualquer idioma, indexados em 4 bases de dados, e identificou 252 publicações, das quais 25 foram analisadas. Os resultados foram coletados e analisados em 3 grandes categorias: (1) características pessoais do agressor; (2) o ato do abuso; (3) contextos do agressor. Neste artigo analisaremos somente a categoria relacionada às características pessoais do agressor, ficando as demais para outros artigos, dado a extensão dos achados. Os resultados sugerem que os agressores compartilham características como impulsividade e baixa autoestima, influenciadas por fatores biológicos, psicológicos e socioculturais. O estudo destaca intervenções sensíveis ao gênero e a necessidade de mais pesquisas, como maior diversidade geográfica e foco em agressores femininos. No âmbito da bioética propõe-se intervenções que envolvem educação comunitária, intervenção personalizada para agressores e apoio às vítimas, visando promover justiça social e prevenção de futuros abusos.
Palavras-chave: Abuso sexual na infância, Bioética, Pedofilia, Perfil pessoal de abusadores(as).
Abstract
The aim of this study was to map the personal characteristics of the profile of child sex offenders found in national and international literature. We conducted a scoping review following the guidelines published by the Joanna Briggs Institute. We performed a search of four databases for studies published in indexed journals between 2014 and 2023 written in any language, resulting in the identification of 252 publications, 25 of which were included in the review. The results were divided into three main categories: (1) Personal characteristics of the offenders; (2) The act of abuse; and (3) Offender contextual factors. This article limits the analysis to the first category, leaving the others for future articles in view of the extent of the findings. The results suggest that offenders share certain common characteristics, such as impulsivity and low self-esteem, which are influenced by biological, psychological and sociocultural factors. Our findings highlight the need for gender-sensitive interventions and further research that broadens the geographic areas represented and focuses on female offenders. Interventions in the field of bioethics, including community education, personalized measures for offenders and victim support, should be developed with the aim of promoting social justice and preventing future abuse.
Keywords: Childhood sexual abuse. Bioethics. Pedophilia. Personal profile of abusers.
Resumen
El objetivo de este trabajo es mapear las características personales del perfil de los agresores sexuales infantiles presentes en la literatura científica nacional e internacional. Se llevó a cabo una revisión del alcance, siguiendo el manual del Instituto Joanna Briggs. La búsqueda incluyó estudios de 2014 a 2023, en cualquier idioma, indexados en 4 bases de datos, e identificó 252 publicaciones, de las cuales se analizaron 25. Los resultados fueron recopilados y analizados en 3 categorías amplias: (1) características personales del agresor; (2) el acto de abuso; (3) contextos del agresor. En este artículo sólo analizaremos la categoría relacionada con las características personales del agresor, dejando las demás para otros artículos, dada la extensión de los hallazgos. Los resultados sugieren que los agresores comparten características como impulsividad y baja autoestima, influenciadas por factores biológicos, psicológicos y socioculturales. El estudio destaca las intervenciones sensibles al género y la necesidad de realizar más investigaciones, como una mayor diversidad geográfica y un enfoque en las mujeres perpetradoras. En el ámbito de la bioética se proponen intervenciones que involucran educación comunitaria, intervención personalizada para agresores y apoyo a víctimas, con el objetivo de promover la justicia social y prevenir futuros abusos.
Palabras clave: Abuso sexual en la infancia, Bioética, Pedofilia, Perfil personal de los abusadores.
Introduction
Caring for children and adolescents is both an individual responsibility and social and cultural commitment. This approach requires interdisciplinary and intercultural strategies to prevent harm and promote child well-being. Bioethics is a key field for violence prevention and the defense of rights, because it integrates different areas of knowledge and practices.
In Brazil, data from 2015 to 202111 show that child sexual abuse involves power relations, depersonalizing the child and treating them as an object. It is a sociocultural and public health problem that requires joint efforts by government and society1. The Convention on the Rights of the Child2 emphasizes the principle of the best interests of the child, reinforcing the need for an effective approach to ensure protection.
Studies exploring the profile of child sex offenders are essential to understanding the complexity of this problem. Identifying historical and cultural factors can help develop appropriate measures geared towards both victims and perpetrators. While the victim is the main focus, perpetrators have the right to a fair trial and counseling. Bioethics seeks to understand the motivations of offenders, avoid stigmatization and promote rehabilitation, without covering up or justifying their actions.
From a bioethical perspective, child sexual abuse violates the principles of autonomy, beneficence, nonmaleficence and justice. Morales and Schramm3 assert that these principles are often violated in cases of abuse, where the victim is placed in a state of extreme physical, emotional and moral vulnerability. Bioethics of protection thus becomes a necessary approach to ensure prevention and justice, the creation of a supportive environment for victims and adequate treatment for offenders4.
The literature generally divides child sex offenders into two categories: pedophiles and molesters5. Both exploit power imbalances over the victim, such as position of authority, age disparity or proximity, are mostly family members or acquaintances and are at least five years older than the victim5.
Unlike pedophiles, molesters do not necessarily have an ongoing interest in children. They do not make children engage in commercial sexual exploitation, unlike groomers, who incite minors to commit sexual crimes5. Molesters are opportunists, acting out of curiosity or driven by paraphilic disorders, but do not follow the same chronic pattern as pedophiles6.
Not every child sex offender is a pedophile, and science distinguishes between different categories. Baltieri7 identifies three types of offenders: pedophiles, who have a chronic psychiatric disorder and sexual fantasies about children under 14; opportunists, who abuse impulsively; and non-pedophile molesters, who abuse for other reasons. Only a small fraction of offenders meet the criteria for pedophilia.
Etapechusk8 highlights that while the pedophile seeks to establish loving bonds with the child, the abuser may act out of convenience or opportunity. Barros9 distinguishes between pedophiles, who are driven by sexual desire, and molesters, who may be motivated by sadism or a quest for power.
In addition to the above categories, the offender-victim relationship can be intra-familial, when the perpetrator is a family member, or extra-familial, when there are no family ties. These different contexts raise a number of different implications for child sexual abuse10.
These distinctions are essential for understanding offender behavior and applying appropriate diagnostic and psychosocial interventions. Mapping the profile of child sex offenders in different contexts is therefore crucial to planning effective public policies. The aim of this study was to map the personal characteristics that make up the profile of child sex offenders.
Methodology
We conducted a scoping review following the guidelines published by the Joanna Briggs Institute (JBI), which include the following stages: formulation of the research question; study identification and selection; data extraction and analysis; and reporting of results11. The study protocol was registered with the Open Science Framework (OSF) under DOI 10.17605/OSF.IO/MQJT8. The research question was formulated using the PCC (Population, Concept and Context) framework, resulting in the following central question: “What are the profiles of child sex offenders in the context of sexual violence against children and adolescents?”
The descriptors were defined using the structured MeSH and DeCS vocabularies, resulting in the following terms: child sexual abuse, sexual offenses, social environment and pedophilia. Searches were performed of Medline, APA PsycINFO, LILACS and Web of Science using the following terms: "child sexual abuse" and "sex offenders"; "sex offenders" and "social environment"; "pedophiles" and "sex offenders".
The eligibility criteria were studies from any region focusing on the profile of adult sexual abusers of children and adolescents published between 2014 and 2023. No language restrictions were imposed. Studies with ethnic, religious or gender bias were excluded.
Two independent reviewers screened the titles and abstracts, removing duplicates and articles that did not meet the review objectives. The initial search retrieved 252 articles, 96 of which were duplicates and therefore removed. Of the 156 remaining studies, 110 were excluded because they did not meet the eligibility criteria. After full-text screening of the remaining 46 articles, 24 were excluded, resulting in 22 selected articles. Three additional articles from the references were included, resulting in a total of 25 studies. Any disagreements were resolved by consensus. The selection process is described in the PRISMA flow diagram shown in Figure 1.
Results and discussion
The scoping review included 25 studies from 13 countries. The countries with the most articles were the United States (7), Brazil (4), Israel (3) and Belgium (2). The other countries (South Africa, Germany, Australia, Canada, China, Korea, Croatia, Portugal and Switzerland) had just one article each. With regard to distribution by continent, 48% of the studies were conducted in the Americas (32% in North America and 16% in South America), 24% in Europe, 20% in Asia and 4% each in Africa and Oceania, respectively. The large majority of the publications (84%) were written in English, followed by Portuguese (12%) and French (4%).
Box 1 shows the bibliometric data of the studies included in the scoping review.
Box 1
The data extracted from the articles were organized into 3 categories: (1) personal characteristics of the offenders; (2) the act of abuse; and (3) offender contextual factors. Each category was divided into subcategories highlighting important elements related to the topic.
Box 2 presents the category “Personal characteristics of the offenders” and its subcategories, showing which of the 25 articles addressed the elements in each subcategory.
Box 2
In this article, the analysis is limited to the category Personal characteristics of the offenders and its three subcategories: Behavioral, emotional and psychological characteristics, and substance use; Offenders’ perceptions of their own sexuality; and Offender was subjected to child sexual abuse.
Personal characteristics of the offenders
The study of the characteristics of child sex offenders is complex and multifaceted, as it seeks to identify psychological, behavioral and social traits related to this behavior. Although offenders are a heterogeneous group, some common traits can be observed. It is essential to note, however, that not all people with these characteristics become perpetrators of sexual abuse. The approach therefore needs to take into account individual, family and social and cultural factors.
Various studies included in this scoping review identified common offender behavioral characteristics. Figure 2 presents a representation of the personal characteristics that appeared in the studies. It is important to highlight that this scoping review only mapped the findings of the studies, without analyzing the efficacy of the results.
Figure 2
To better understand this category, we divided the data into three subcategories: a) Behavioral, emotional and psychological characteristics, and substance use; b) Offenders’ perceptions of their own sexuality; c) Offender was subjected to child sexual abuse.
Behavioral, emotional and psychological characteristics, and substance use
With regard to behavioral characteristics, several studies highlight the loss of the ability to establish affectionate or loving relationships, leading to the objectification of other people, who are seen as sexual objects. This emotional difficulty not only causes fear of intimacy with adults but also results in deviant sexual interests, where the only means to obtain sexual partners is through coercion and predation13,26. Also in relation to these emotional difficulties, the study by DeCou et al.27 found that limited emotional–interpersonal support and feelings of isolation, worthlessness, and disconnection at or about the time of their offense were salient emotional and interpersonal deficits reported by child sex offenders. Such emotional voids are considered crucial elements in the offending process, highlighting the integral role of these unmet needs. Some studies suggest that the inability to relate may be linked to the fact that the offender was abused during childhood13,26,27. Corroborating this theory, Levenson et al.22 highlight that adverse childhood experiences can contribute to higher levels of sexual deviance and antisocial behavior. These experiences can lead to the development of schemas, attitudes and beliefs
that increase the risk of sexually abusive behavior.
Behavioral studies have shown that child sex offenders have various behavioral problems. In a study in South Africa, Naidoo et al.24 found that problems such as hyperactivity, impulsivity and violent behavior were common among sex offenders. Offenders often perpetuate the cycle of abuse by sexually victimizing their own children or family members. Similar results were found by a study in Switzerland of students who reported having sexually coerced another person, such as forcing someone to undress, touching the other person’s private parts against their will, or urging them to perform a sexual act15.
Some studies reported that offenders experienced significant emotional problems, such as mood disorders and anxiety, antisocial personality traits, loneliness and psychopathy15,32. The study by Aebi15 examined the impact of mental health problems such as conduct problems, hyperactivity, and peer problems, showing that they were significantly associated with increased risk of coercive sexual behaviors. A study in Brazil by Teixeira et al. 34 analyzing traits of victimization and psychopathy in individuals who sexually abused children and adolescents revealed that one third of the offenders met the criteria for a diagnosis of psychopathy, which is a slightly higher proportion than that found in previous studies.
In addition, a study in Croatia19 examining differences between sex offenders who abused children and adults showed that the former were more likely to be diagnosed with narcissistic and antisocial personality disorder, dementia and pedophilic disorder.
Hadi et al.12 identified three key factors that drove participants to commit sexual abuse: pathological family dynamic; impaired impulse control; and an empathic deficit. The offenders showed a variety of symptoms, including sociopathic traits, oppositional defiant disorder, depression, impulsivity, shyness, alexithymia (difficulty identifying and describing emotions), an attraction to solitude and a high level of dependence on adults. The most common paraphilias were pedophilia, frotteurism and intra-familial sexual fantasies.
The study by Gerwinn et al.35 investigated differences between pedophiles and non-pedophiles with and without a history of child sexual offending. The results reveal higher levels of psychiatric comorbidities, sexual dysfunctions and adverse childhood experiences among the pedophilic offenders in comparison to the control groups. The pedophilic groups also showed mood disorders, anxiety, social phobia, avoidant personality disorder, more pronounced childhood and adult ADH, attentional impulsiveness, inattention and a variety of other paraphilias.
A study by Rosa et al.26 with juvenile sex offenders identified risk factors that were predictive of early onset of delinquent behavior, including history of ADD/ADHD, anger, low empathy, high impulsivity and psychosis.
Studies on child sex offenders seek to understand their differences. A study in Korea28 distinguished between pedophiles, hebephiliacs and teleiophiliacs, revealing that pedophiles tend to have paranoid personality and schizophrenia, while hebephiliacs are more likely to have bipolar and impulsive control disorders. Seto et al.30 compared intra-familial and extra-familial offenders, concluding that the latter had greater self-regulation problems and antisocial tendencies and lower victim empathy and greater hostility towards women. Intra-familial offenders showed higher levels of emotional repression, denial and suppression or repression of feeling, indicating emotional or social immaturity.
Research investigating cognitive deficits in child sex offenders has revealed important insights, as demonstrated by the studies conducted in Belgium in 2020 and Portugal in 201529,32. The study by Sigre-Leirós et al.32 investigated the relationship between early maladaptive schemas (EMS) stemming from adverse childhood experiences and different types of sexual offending behavior, focusing on pedophilic offenders. The results show that emotional deprivation and tendency towards submission can increase cognitive vulnerability in cases of pedophilia. These findings are consistent with the results of other studies showing that pedophilia is a paraphilic condition with distinct needs from other crimes. This type of schema suggests that individuals may feel ashamed of perceived personal defects, believing themselves to be unworthy of love or undesirable. These feelings may include unacceptable sexual desires or a sense of social incompetence. Subjugation schemas, characterized by excessive surrendering of control to others to avoid conflict or abandonment, lead to the perception that one\'s own opinions and feelings are irrelevant. These characteristics are consistent with previous studies that found that male pedophiles had interpersonal functioning difficulties, low self-esteem and an excessive focus on themselves. The link between negative self-image and unacceptable sexual desires and the social rejection of pedophilia is especially relevant.
The study conducted in Belgium29 revealed that child sex offenders have both positive and negative reinforcement learning impairment, influencing their capacity to select behaviors that are associated with reward and suppressing behaviors that are associated with punishment. According to sexual offender models, this inability to modulate behavior is a key factor contributing to child sexual offending.
Although research on female sex offenders remains limited, our review included three relevant studies conducted in the United States by DeCou et al.27 exploring vulnerability characteristics among women who become involved in sex crime, while Levenson et al.20 investigated adverse childhood experiences in female child sex offenders. Finally, Comartin et al.23 compared the characteristics of male and female sex offenders. The results of these studies highlight that women involved in sexual crimes often exhibit significant maladjustments, such as dependency in relationships, low self-esteem and a high incidence of mental health problems, including mood, anxiety and substance use disorders. These women also commonly describe cognitive distortions that may contribute to offence criminal behavior, including distorted beliefs about the dangerousness and entitlement of their partners and the maturity and sexual desires of victims. Furthermore, adverse childhood experiences frequently result in interpersonal problems and maladaptive coping skills stemming from relational deficits and distorted cognitive schemas about oneself and others. Women exposed to environments with a lack of protective and nurturing caregiving during childhood perceive the world as dangerous, compromising their capacity to trust and leading to poor relationship choices. Behaviors such as flattened affect, hostility, resistance or manipulativeness are seen as trauma survival mechanisms, problems with attachment, self-regulation and relationship competence. In contrast, female sexual offenders tend to have lower delinquency and sexual deviance scores than male offenders.
Several studies have shown that drug and alcohol is a significant predictive factor for coercive sexual behavior. For example, a study in the United States exploring external and internal factors contributing to female sexual offending revealed that substance use, including providing substances to victims prior to and while offending, was integral to the process of offending27. In line with this finding, studies examining adverse childhood experiences and abuse experienced by child sexual abusers found that history of alcohol, drug and substance abuse was prevalent24.
In contrast, a comparative study of child sexual abusers and individuals who abused adults found that alcohol consumption was significantly lower in the former. This may be explained by the fact that that crimes against children are usually premeditated, requiring the perpetrator to maintain control and organize events meticulously, while abusers of adult victims tend to act more impulsively, without prior planning19. The study conducted by Brandão et al.21 in Brazil reinforces this observation, showing that the offender was not under the influence of alcohol in 75.72% of the cases analyzed.
Figure 1 summarizes the behavioral, emotional and psychological characteristics, and substance use, indicating the frequency of items found in the studies included in the review.
Graph 1
Offenders’ perceptions of their own sexuality
Offenders’ perceptions of their own sexuality is a complex and little explored topic that is of utmost importance. Perceptions vary considerably among individuals, being influenced by life experiences, social contexts and psychobiological factors. Some abusers may distort their sexuality, associating it with violent and controlling behavior, while others minimize their actions, denying any problems in relation to their sexual orientation.
It is essential to demystify certain stereotypes, such as the belief that child sex offenders are predominantly homosexual, with research showing that most abusers are heterosexual and that the main victims are girls, challenging common preconceptions21,22,24,25,31.
A study in Israel14 with pedophiles from an ultra-orthodox haredi sector highlighted that the participants faced significant challenges in understanding their own sexuality. The strict laws and cultural practices of this Jewish community limit the expression of sexuality almost exclusively to reproduction within marriage, resulting in a limited understanding and difficulties in managing sexuality in a healthy manner14.
In a study of Roman Catholic clergy, Anderson17 suggests that clergy offenders differ from other abusers in that their victims are predominantly male, which may be due to a predominance of homosexual perpetrators or the lack of female presence in seminaries. The study highlights that training for the priesthood in seminaries during the 1950s to 1970s consisted of a highly regulated and monitored community life, with strict prohibitions on sexual expression, often leading to repression of emotions and hampering the development of healthy interpersonal relationships. Clergy offenders’ perceptions of their own sexuality can therefore be confused and contradictory, being affected by factors such as the emphasis on celibacy, which can turn sexuality into a source of conflict and sin, in contrast to the more positive view that society as a whole has of sex. There is also confusion regarding sexual orientation, especially among those who have been victims of abuse. This ambiguity is exacerbated by doctrines that condemn homosexuality as being “intrinsically disordered” and by the misconception that homosexuality and pedophilia are linked.
In addition, studies show that being sexually abused during childhood can contribute to the development of deviant and coercive sexual behaviors in adulthood. It is therefore essential to address the complexity of offenders\' perceptions of sexuality, taking into account social, religious and psychological factors to effectively prevent and treat sexual abuse13,15.
Offender was subjected to child sexual abuse
Individuals who were subjected to sexual abuse during childhood often become the object of study of research exploring the connection between early traumatic experiences and the development of mental and behavioral disorders. Several studies have shown that child sexual abuse can lead to harmful behaviors and mental disorders, with the hypothesis that these experiences may be related to the development of pedophilic interests a widely accepted. Social learning theory, for example, postulates that victims of abuse can assimilate and reproduce inappropriate behaviors observed in their abusers37. Of the 25 studies analyzed in this review, nine (36%) directly explored the abused-abuser connection. Below we describe these studies in chronological order starting with the least recent.
Hershkowitz16 focused on the impact of child sexual abuse on male victims and how it can contribute to the development of sexually intrusive behavior (SIB), highlighting that factors such as age at the time of abuse, family structure and frequency of abuse are moderators of the impact of abuse on victim behavior. Aebi et al.15 found that victims of child sexual abuse were more likely to report coercive sexual behaviors than those who were not subjected to abuse.
Levenson et al.20, 22 conducted two studies on adverse childhood experiences in sex offenders. The first20, undertaken in 2015, involved 47 adult female sex offenders and revealed that half had been sexually abused during childhood, with 41% reporting that they had four or more adverse childhood experiences. The second22, conducted in 2016 with a sample of 697 male sexual offenders, showed that these offenders were more likely to have suffered child sexual abuse and other types of maltreatments during childhood compared with males in the general population.
However, not all studies corroborate this association. For example, in a study investigating the relationship between childhood abuse and sex crimes, Widom and Massey36 concluded that childhood physical abuse and neglect increased the risk of involvement in sex crimes, but that child sexual abuse was not the only cause, suggesting that early intervention programs should target children with histories of physical abuse and neglect.
Gerwinn et al.35 conducted a study with a large group of pedophiles with and without a history of child sexual offending, child sex offenders without pedophilia and a control group, finding that the three clinical/offender groups reported significantly higher rates of emotional, physical and sexual abuse than the control group. However, the study did not find a direct correlation between history of childhood sexual abuse and pedophilia, with the findings showing that having been sexually abused during childhood may increase the propensity to engage in child sex offending, but not the likelihood of developing pedophilia.
More recent studies also corroborate these findings. In a study with a sample of 532 sexual offenders in Israel, Abulafia and Epstein13 found that early sexual abuse directly influences the development of deviant fixated sexuality. The findings also highlight that the loss of the ability to relate to others and obtaining sexual partners through coercion are consequences of this type of abuse, demonstrating the clear association between strength of pedophilic interest and impersonal and predatory patterns of behaving in offending.
In a study in South Africa with 12 male sexual offenders who had been experienced family violence and child sexual abuse, Naidoo et al.24 reported that all participants repeated patterns of abuse, sexually abusing their own children or other family members. Power dynamics were a determining factor for the perpetration of abuse, with the use of economic manipulation and physical and verbal violence to control the victims. The participants also exhibited distorted cognitions and sexual fantasies, often shaped by their own traumatic experiences and exposure to pornography.
Finally, a study in Brazil by Ferraz et al.33 investigating adverse childhood experiences in child sexual abusers found that physical abuse was the most common experience, followed by moral violence and sexual abuse. The findings show a significant association between death of/separation from parents and sexual abuse, suggesting that these adverse experiences play a crucial role in the development of abusive behaviors.
Final considerations
The comparison of the various studies included in this review revealed great complexity due to substantial differences in study objectives, methodologies and samples, making it difficult to create a single consistent profile. However, common traits were identified that can serve as a basis for future research. These findings are not intended to stigmatize offenders, but rather provide a basis for a deeper understanding of abusive behavior.
Sexual abuse does not have a single cause. Rather it is influenced by a combination of biological, psychological and sociocultural factors that shape an individual\'s life trajectory. Traumas and life experiences, especially childhood experiences, influence the behavior of offenders, revealing that the motivation behind sexual abuse is multifaceted and complex.
The findings show that offender personal characteristics include impulse control difficulties, low self-esteem, problems building intimate relationships and aggressive behavior in response to frustration. In addition, many offenders exhibit an inability to form healthy emotional bonds, which translates into victim objectification and coercive behavior. Adverse childhood experiences such as abuse or neglect often contribute to the development of antisocial and sexually deviant behaviors.
Another important point is the association between substance use and sexual offending, highlighting the need for intervention and prevention programs to treat addiction. In addition, identifying the psychological and personality traits of different offender profiles helps to create effective and personalized intervention strategies.
The results of this review also suggest that interventions should be sensitive to gender differences. Male and female offenders exhibit distinct patterns, which require specific therapeutic approaches. Recognizing these differences is essential for treatment effectiveness.
Harmful stereotypes such as the myth that there is an association between homosexuality and child sexual abuse need to be dispelled. Studies show that most child sex offenders are heterosexual, challenging deep-rooted prejudices. Furthermore, strict cultural and religious norms, such as those found in ultra-Orthodox communities and among Catholic clergy, can repress the healthy expression of sexuality, contributing to deviant behaviors. Adopting a more open and informed approach to sexuality could mitigate some of these behaviors.
The relationship between childhood sexual abuse and the development of coercive sexual behaviors in adulthood underlines the importance of early interventions. Childhood trauma can predispose people to sexual offending, reinforcing the need to prevent child sexual abuse stemming from a continuous cycle of violence and trauma. Early intervention is therefore essential, especially in adolescents who show signs of abusive behavior or are at risk of developing this type of behavior.
Finally, the evidence suggests that preventive and therapeutic measures need to address the complexity of offenders\' sexuality, their life experiences and the sociocultural context in which they live. A deeper understanding of these factors can help provide effective treatment for sexual offenders and prevent new cases of abuse. The lack of specialized centers and limited experience of mental health professionals with dealing with sex offenders are significant challenges. The early detection of adolescents with a propensity for engaging in sexual abuse is crucial, given that many abusers were victims of abuse themselves as children, meaning that interventions at this level are essential to break the cycle of abuse.
These findings underscore the importance of adopting a multidisciplinary and context-based approach to the treatment and prevention of child sexual abuse.
Gaps and opportunities for future research
This review highlights some important gaps, including the scarcity of studies in regions such as Africa and Asia and an overwhelming focus on male offenders. These gaps may be largely due to cultural and political barriers, such as the stigma associated with this issue, institutional reluctance to disclose sensitive data and the absence of public policies geared towards sexual violence research and prevention. Furthermore, sociocultural norms that minimize or silence sexual violence can hinder both the reporting of and research into abuse. Comparative studies of gender differences is essential to understand similarities and differences in behavior. The lack of research into online abuse, a fast-growing form of exploitation, also requires attention. There is also a need for predictive models that integrate psychological, social and environmental variables, enabling the identification of individuals with a propensity for engaging in sexual abuse and the development of effective preventive programs.
Future research should explore the profile of offenders before and after the development of sexual identity (age 18) to investigate whether abusive behavior is influenced by environmental conditions or innate characteristics.
Based on these conclusions, further research should aim to broaden the theoretical perspectives that inform specific interventions aimed at the prevention of child sexual abuse and treatment of offenders, integrating bioethics and human rights. Within the context of bioethics, these interventions should address social justice, equity and collective responsibility, promoting awareness, education and safe environments for children.
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Como
Citar
Ardenghi, FO, Sanches, MA. MAPEAMENTO DAS CARACTERÍSTICAS PESSOAIS DO PERFIL DE AGRESSOR(A) SEXUAL INFANTIL: UMA REVISÃO DE ESCOPO. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2025/out). [Citado em 07/12/2025].
Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/mapeamento-das-caracteristicas-pessoais-do-perfil-de-agressora-sexual-infantil-uma-revisao-de-escopo/19835?id=19835