EN PT

Artigos

0358/2024 - Prevalência de hábitos de vida segundo o uso de práticas integrativas e complementares na população adulta brasileira: Pesquisa Nacional de Saúde 2019
Prevalence of lifestyle habits according to the use of integrative and complementary practices in the Brazilian adult population: National Health Survey 2019

Autor:

• Mário Círio Nogueira - Nogueira, M.C - <mario.cirio.nogueira@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9688-4557

Coautor(es):

• Larissa Valdier Cerqueira - Cerqueira, L.V - <larissavaldier@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0009-0002-9658-8322

• Sarah Rachid Ozório - Ozório, S,R - <sarahrozorio@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9941-5411

• Iasminn Gomes Rodrigues - Rodrigues, I.G - <iasminngomesdocs@gmail.com>



Resumo:

Introdução: As Práticas Integrativas e Complementares (PIC) contemplam sistemas médicos complexos e recursos terapêuticos que buscam estimular os mecanismos naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde, promovendo modificações nos hábitos de vida. Objetivo: Investigar a associação entre o uso das PIC e a prevalência de hábitos alimentares saudáveis na população brasileira, a partir da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019. Metodologia: Estudo transversal que utilizou dados da PNS 2019. Foram analisados participantes adultos e idosos e estimadas prevalências de hábitos por categorias de uso das PIC, além de razões de prevalência ajustadas por características sociodemográficas e ter alguma doença crônica, com intervalos de confiança de 95%, utilizando modelos de regressão de Poisson com variância robusta. Resultados: Nos entrevistados que utilizaram alguma PIC no período, houve maior prevalência no consumo regular de frutas, verduras e legumes e menor prevalência no consumo de refrigerantes, ultraprocessados e feijão. Conclusões: Usuários de PIC relataram maior prevalência de hábitos alimentares saudáveis e isto se coaduna com a abordagem que estas promovem. A ampliação do acesso às PIC pode contribuir para um estilo de vida mais saudável.

Palavras-chave:

Práticas Complementares e Integrativas; Estilo de vida; Comportamento Alimentar.

Abstract:

Introduction: Integrative and Complementary Practices (PIC) encompass complex medical systems and therapeutic resources that seek to stimulate natural mechanisms for disease prevention and health recovery, promoting changes in lifestyle habits. Objective: To investigate the association between the use of PIC and the prevalence of healthy eating habits in the Brazilian population, based on the 2019 National Health Survey (PNS). Methodology: Cross-sectional study that used datathe 2019 PNS. Adult and elderly participants were analyzed and prevalence of habits were estimated by categories of PIC use, in addition to prevalence ratios adjusted by sociodemographic characteristics and having a chronic disease, with 95% confidence intervals, using Poisson regression models with robust variance. Results: The prevalence of PIC use was 5.5%. Among those interviewed who used some PIC during the period, there was a higher prevalence of regular consumption of fruits and vegetables and a lower prevalence of consumption of soft drinks, ultra-processed foods and beans. Conclusions: PIC users affirming a higher prevalence of healthy eating habits and this is consistent with the approach they promote. Expanding access to PIC can contribute to a healthier lifestyle.

Keywords:

Complementary and Integrative Practices; Lifestyle; Eating Behavior.

Conteúdo:

INTRODUÇÃO
Um estilo de vida saudável inclui ter refeições diárias e diversificadas, boa qualidade do sono, não fumar, não consumir bebidas alcoólicas (ou fazer um consumo moderado) e praticar atividade física regularmente. Em conjunto, essas ações estão associadas a menores riscos de desenvolver doenças crônicas¹. Os hábitos de vida, portanto, influenciam na saúde do indivíduo, estando relacionados aos fatores de risco (FR) para patologias em geral. Fatores relacionados ao comportamento individual, como índice de massa corporal (IMC) elevado, glicemia em jejum aumentada e dieta inadequada, contribuem significativamente para mortes por doenças crônicas não transmissíveis (DCNT)².
No Brasil, a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) destaca-se por realizar uma parcela significativa dos estudos sobre estilo de vida. A PNS é um inquérito de saúde de base populacional, mais recentemente realizada nos anos de 2013 e 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério da Saúde, que tem como objetivo caracterizar as condições de saúde e o estilo de vida da população, bem como avaliar o desempenho do sistema nacional de saúde no que diz respeito ao acesso aos serviços, ações preventivas e fornecer dados para consolidar uma base para o estabelecimento da vigilância das doenças e seus determinantes. Dessa forma, a PNS constitui um marco para a saúde pública brasileira, permitindo, a partir das informações coletadas, estabelecer medidas capazes de auxiliar na elaboração, avaliação e monitoramento de políticas públicas em saúde³.
No que tange às informações sobre hábitos de vida dos brasileiros nas duas últimas pesquisas, realizadas em 2013 e 2019, observou-se o decréscimo em alguns hábitos saudáveis, como consumo de feijão e de peixe?, conjuntamente ao aumento da prevalência do consumo de álcool na população?, evidenciando a necessidade maior de investigação do estilo de vida, dado que alguns desses fatores estão relacionados diretamente com o aumento de obesidade e várias outras doenças crônicas? e decréscimo na autoavaliação da saúde como boa pelos indivíduos?.
As Práticas Integrativas e Complementares (PIC), denominadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como Medicina Tradicional/Medicina Alternativa Complementar (MT/MAC), contemplam sistemas médicos complexos e recursos terapêuticos que buscam estimular os mecanismos naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde. Sua abordagem se dá por meio de tecnologias eficazes e seguras, com destaque para a escuta acolhedora, o desenvolvimento do vínculo terapêutico e a integração do ser humano com o meio ambiente e a sociedade. Além disso, abrangem a visão ampliada do processo saúde-doença e a promoção global do cuidado humano, especialmente do autocuidado?.
No intuito de implantar, regulamentar e administrar as MT/MAC no mundo, a OMS lançou a primeira Estratégia sobre Medicina Tradicional (2002-2005). Devido ao seu impacto significante e às crescentes pressões para o incentivo e uso da MT/MAC, e principalmente à sua associação com a medicina convencional, uma nova Estratégia (WHO Traditional Medicine Strategy 2014-2023) foi desenvolvida. Os principais objetivos são aproveitar a contribuição potencial da MT/MAC para a saúde, o bem-estar e os cuidados centrados no indivíduo e promover o uso seguro e eficaz da MT/MAC, regulamentando, pesquisando e integrando produtos, profissionais e prática de MT/MAC aos sistemas de saúde, onde apropriado?.
No Brasil, as PIC foram institucionalizadas no Sistema Único de Saúde (SUS) por meio da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS (PNPIC), aprovada pela Portaria GM/MS nº 971, de 3 de maio de 2006¹?. A PNPIC contempla diretrizes e responsabilidades institucionais para oferta de serviços e produtos de homeopatia, medicina tradicional chinesa/acupuntura, plantas medicinais e fitoterapia, além de constituir observatórios de medicina antroposófica e termalismo social/crenoterapia, dentre outras. Essas práticas ampliam as abordagens de cuidado e as possibilidades terapêuticas para os usuários, garantindo uma maior integralidade e resolutividade da atenção à saúde. A PNPIC é reconhecida internacionalmente, pela OMS e por diversos países, como uma experiência de referência na implantação das medicinas tradicionais e complementares em um sistema nacional de saúde, sendo este um dos principais motivos pelo qual essas práticas são incorporadas de forma integrada no cuidado à saúde no SUS¹¹.
A PNS traz dados a respeito da utilização das PIC no Brasil, como acupuntura, homeopatia, plantas medicinais e fitoterapia, meditação, yoga, tai chi chuan, lian gong e outras. Em 2013 e em 2019, foi avaliada a proporção de indivíduos brasileiros que utilizaram alguma PIC nos últimos 12 meses. Os dados obtidos foram, respectivamente, de que cerca de 3,8% (IC: 3,50-4,10) e 4,6% (IC: 4,3-4,80) dos entrevistados utilizou alguma PIC nos 12 meses antecedentes à pesquisa¹²,¹³,¹?,¹?. Enquanto a PNS estimou essas prevalências na população geral, o uso de PIC especificamente por usuários da atenção básica no Brasil é bem maior¹?. Há estudos em outros países, como nos Estados Unidos, que observaram maior motivação entre os usuários de PIC a fazerem mudanças positivas no comportamento em saúde, relacionadas tanto à prática de exercícios físicos quanto à alimentação, além do uso de álcool e tabaco¹?.
Apesar do evidenciado, não foram encontrados estudos recentes que explorem a relação entre o uso de PIC e hábitos de vida em amostra representativa da população brasileira. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi investigar a associação entre o uso de PIC e a prevalência de hábitos saudáveis na população brasileira, utilizando os dados da PNS 2019.
MÉTODOS
Este é um estudo transversal que utiliza dados da PNS 2019, inquérito com amostragem representativa da população adulta e idosa brasileira, feita em três estágios¹?. Foram analisados os dados de 87.187 respondentes de 18 anos ou mais do questionário para o morador selecionado, após exclusão das pessoas que se autodeclararam de cor ou raça amarela e indígena, por orientação do IBGE, devido ao pequeno número de respondentes nessas categorias e elevado coeficiente de variação¹?. Foram baixados da página da PNS na internet (https://www.pns.icict.fiocruz.br/) o banco de microdados, o questionário, o dicionário de variáveis e códigos do programa R com orientações para manipulação dos dados e criação de novas variáveis.
De seu extenso questionário, utilizamos variáveis (códigos alfanuméricos do dicionário de variáveis) elaboradas a partir de questões dos módulos C (Características gerais dos moradores), J (Utilização de serviços de saúde), P (Estilos de vida) e Q (Doenças crônicas):
- C006: sexo (categorizada em: masculino ou feminino).
- C008: idade (excluídos os menores de 18 anos e categorizada em: 18 a 29 anos; 30 a 44 anos; 45 a 59 anos; 60 a 74 anos; 75 anos ou mais).
- C009: cor ou raça (categorizada em: branca, preta, amarela, parda ou índigena; foram excluídas da análise as categorias amarela e indígena).
- J05301: uso das PIC nos últimos 12 meses.
- J05402/J05403/J05404/J05405/J05406/J05407/J05408/J05409/J054010: uso nos últimos 12 meses de PIC específicas (respectivamente: acupuntura; homeopatia; plantas medicinais e fitoterapia; auriculoterapia; meditação; yoga; tai chi chuan, lian gong e qi gong; terapia comunitária integrativa; outra PIC).
- P00901 e P018: consumo adequado de frutas, legumes e verduras (pelo menos 5 porções por dia, 5 vezes na semana).
- P006: consumo regular de feijão (pelo menos 5 dias na semana).
- P015: consumo de peixe pelo menos 1 dia por semana.
- P02002: consumo regular de refrigerante (pelo menos 5 dias na semana).
- P02501: consumo regular de doces (pelo menos 5 dias na semana).
- P02602: substituição do almoço por lanches regularmente (pelo menos 5 dias na semana).
- P02601: consumo elevado de sal.
- P00607, P00608 e P00609: consumo de alguma hortaliça no dia anterior à pesquisa.
- P00610 e P00611: consumo de pelo menos uma fruta no dia anterior à pesquisa.
- P00614/P00615/P00616/P00617/P00618/P00619/P00620/P00621/P00622/P00623: não consumiu alimento ultraprocessado no dia anterior à pesquisa.
- P03201: consumo abusivo de álcool nos últimos 30 dias.
- P050: fumo atual do tabaco.
- P04501: tempo de televisão de 3 horas ou mais por dia.
- P04502: uso de telas (computador, celular ou tablets) por 3 horas ou mais por dia.
- Q00201: diagnóstico médico de hipertensão arterial.
- Q03001: diagnóstico médico de diabetes.
- Q063306: diagnóstico médico de doença do coração.
- Q068: diagnóstico médico de AVC.
- Q074: diagnóstico médico de asma.
- Q079: diagnóstico médico de artrite ou reumatismo.
- Q088: diagnóstico médico de DORT.
- Q084: diagnóstico médico de problema crônico de coluna.
- Q092: diagnóstico médico de depressão.
- Q11007/Q11008/Q11009: diagnóstico médico de outra doença mental.
- Q11604: diagnóstico médico de doença pulmonar crônica.
- Q120: diagnóstico médico de câncer.
- Q124: diagnóstico médico de insuficiência renal crônica.
Foi criada a variável “Alguma doença crônica”, com as categorias “sim” (se a pessoa tinha alguma das doenças ou agravos listados acima) ou “não”.
Além desses três módulos, foram utilizadas também as seguintes variáveis socioeconômicas e de localização:
- VDF004: renda domiciliar per capita (categorizada em salários mínimos: até meio; de meio a um; de um a dois; de dois a três; mais que três).
- VDD004A: escolaridade (categorizada em: fundamental incompleto ou equivalente, médio incompleto ou equivalente, superior incompleto ou equivalente ou superior completo).
- V0026: situação de residência (categorizada em: urbana ou rural).
- V0001: unidade da federação de residência (agregada por grandes regiões: Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste).
Foram estimadas prevalências de hábitos com intervalos de confiança de 95% (IC95%) por categorias de uso das PIC, além de razões de prevalência ajustadas por características sociodemográficas e de localização (Rpa1) e ajustadas por características sociodemográficas, de localização e ter alguma doença crônica (Rpa2), também com intervalos de confiança de 95% (IC95%), utilizando modelos de regressão de Poisson.
Foi utilizada a biblioteca survey do programa R para a análise estatística, para levar em conta a amostragem complexa do estudo.
Este estudo não necessitou de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, pois se baseou em dados obtidos no site de livre acesso da PNS. A PNS teve sua aprovação pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) / Conselho Nacional de Saúde (CNS) sob o Parecer nº 3.529.376, emitido em 23 de agosto de 2019.
RESULTADOS
A amostra apresentou uma proporção ligeiramente superior do sexo feminino, com as faixas etárias de 30-44 anos e 45-59 anos com maiores proporções, raça/cor parda mais prevalente, quase 80% com renda per capita mensal inferior a 2 salários mínimos, escolaridade fundamental incompleto ou equivalente como a mais comum, setenta e sete por cento residente na área urbana, com maior proporção no Nordeste e pouco mais da metade com alguma doença crônica. Além dos percentuais simples, foram apresentadas também as proporções ponderadas, levando-se em conta o peso dos participantes, por se tratar de amostra complexa (Tabela 1).
Dentre as pessoas que informaram ter usado alguma PIC nos últimos 12 meses, apenas 46,1% (IC95%: 43,6-48,7) informaram consumo regular de frutas, verduras e legumes, embora seja uma prevalência 16,0% (RPa2 IC95%: 1,10-1,22) maior do que os não usuários de PIC. Por outro lado, o consumo regular de feijão foi 11% (RPa2 IC95% 0,85-0,93) menor em usuários de PIC, alcançando a prevalência de 54,1% (IC95%: 51,5-56,7). Não houve associação entre consumo de peixe, substituição regular de almoço por lanches, consumo elevado de sal e o uso de PIC. Os usuários de PIC tiveram um consumo regular de refrigerante 35,0% (RPa2 IC95%: 0,47-0,88) menor. Em relação ao consumo no dia anterior à entrevista, os usuários de PIC tiveram consumo 5,0% (RPa2 IC95%: 1,03-1,07; 1,02-1,08) maior de hortaliças e de frutas, e não consumo de ultraprocessados 12% (RPa2 IC95%: 1,01-1,25) maior. Não houve associação entre uso de PIC e consumo abusivo de álcool ou fumo atual do tabaco, mas houve associação negativa com tempo de TV (RPa2 IC95%: 0,79-0,95) e tempo de tela (RPa2 IC95%: 0,78-0,96) maiores que 3 horas (Tabela 2).
Dentre as pessoas entrevistadas que relataram ter utilizado fitoterapia ou plantas medicinais nos últimos 12 meses, observou-se uma prevalência 16% (RPa2 IC95%: 1,08-1,26) maior de consumo regular de frutas, verduras e legumes, em contrapartida o consumo regular de feijão se mostrou 9% (RPa2 IC95%: 0,87-0,96) menor. O consumo de peixe, o consumo elevado de sal, o não consumo de ultraprocessado no dia anterior, o consumo abusivo de álcool, o fumo atual do tabaco e o tempo de TV maior do que 3 horas não apresentaram associação com o uso de PIC. Além disso, o consumo regular de refrigerante foi 41% (RPa2 IC95%: 0,43-0,82) menor em usuários de PIC, enquanto o consumo regular de doce aumentou em 29% (RPa2 IC95%: 1,11-1,49) nessa população. A substituição do almoço por lanches foi 50% (RPa2 IC95%: 0,33-0,75) menor em pessoas que relataram o uso de PIC, conjuntamente com um consumo de hortaliças e de fruta no dia anterior 5% (RPa2 IC95%: 1,02-1,09) maior. O uso de tela maior que 3 horas foi 20% (RPa2 IC95%: 0,69-0.93) menor entre os usuários de fitoterapia e plantas medicinais (Tabela 3).
Nos entrevistados que afirmaram ter utilizado acupuntura nos últimos 12 meses, foi observada uma prevalência 13% (RPa2 IC95%: 1,03-1,24) maior de consumo de frutas, verduras e legumes, embora o consumo regular de feijão tenha tido uma prevalência 13% (RPa2 IC95%: 0,79-0,96) menor entre os que utilizaram a acupuntura. Por outro lado, o consumo de peixe uma vez por semana foi cerca de 13% (RPa2 IC95%: 1,04-1,23) maior nos entrevistados que fizeram uso da acupuntura. Não houve diferença entre os que utilizaram a prática e os que não a utilizaram em relação ao consumo regular de doces, substituição regular de almoço por lanches e consumo elevado de sal, consumo de hortaliça no dia anterior à pesquisa, consumo abusivo de álcool nos últimos 30 dias e tempo de TV ou de tela maior que 3h. Em relação ao consumo de frutas no dia anterior à entrevista, os usuários de acupuntura relataram consumo 8% (RPa2 IC95%: 1,03-1,13) maior. Foi observada também associação entre o uso atual de tabaco e o uso da acupuntura, sendo o uso de tabaco 34% (RPa2 IC95%: 0,49-0,89) menor nos que fizeram uso de acupuntura (Tabela 4).
Dentre os entrevistados que afirmaram ter utilizado homeopatia nos últimos 12 meses, observou-se uma prevalência 21% (RPa2 IC95%: 1,10-1,33) maior de consumo de frutas, verduras e legumes, no entanto, apenas 45,8% (RPa2 IC95%: 39,0-52,7) informou que realizava o consumo regular de feijão, uma razão de prevalência (RPa2) 15% (IC95%: 0,74-0,98) menor do que aqueles que não utilizaram essa PIC. O consumo regular de doces foi 31% (RPa2 IC95%: 1,00-1,71) maior no grupo dos usuários da homeopatia. Não foram encontradas diferenças significativas quanto ao consumo de peixe, consumo regular de refrigerantes, substituição regular de almoço por lanches e consumo elevado de sal entre os usuários e não usuários da homeopatia, bem como em relação ao consumo de hortaliças, frutas e alimentos ultraprocessados no dia anterior à entrevista. Não houve associação entre o uso de homeopatia e o uso abusivo de álcool nos últimos 30 dias e o fumo atual do tabaco. Não foi encontrada associação relevante com o tempo de TV e uso de telas maiores que 3 horas (Tabela 5).
Tabela 1 – Características demográficas, socioeconômicas, de localização e de portador de doenças crônicas dos adultos e idosos selecionados pela Pesquisa Nacional de Saúde, Brasil, 2019.
Tabela 2 – Prevalência de hábitos de vida por uso de práticas integrativas e complementares, Brasil, 2019.
Tabela 3 – Prevalência de hábitos de vida por uso de plantas medicinais e fitoterapia, Brasil, 2019.
Tabela 4 – Prevalência de hábitos de vida por uso de acupuntura, Brasil, 2019.
Tabela 5 – Prevalência de hábitos de vida por uso de homeopatia, Brasil, 2019.
DISCUSSÃO
Entre os principais achados deste estudo, que visou investigar a associação entre o uso de PIC e a prevalência de hábitos saudáveis na população brasileira, estão: o uso de alguma PIC nos últimos 12 meses pela população brasileira foi de 5,5%; dentre aqueles que referiram ter usado alguma PIC nos últimos 12 meses, 46,1% relataram consumo de frutas, legumes e vegetais, sendo uma prevalência 16% maior do que os não usuários de PIC; consumo de refrigerante 41% menor e não consumo de ultraprocessados 12% maior entre os usuários de PIC; associação negativa com tempo de TV e tempo de tela maiores que 3 horas entre estes usuários; substituição do almoço por lanches foi 50% menor em pessoas que relataram o uso de PIC; uso de tabaco 34% menor nos que fizeram uso de acupuntura.
Estudos nacionais que buscam correlacionar os hábitos alimentares brasileiros e o envolvimento com práticas integrativas e complementares são escassos, contudo tangem uma relação positiva entre o uso das PIC e a alimentação saudável. Araújo et al. (2021)²?, através de revisão de literatura, abordam uma série de estudo nacionais que relatam uma relação benéfica do uso de PIC e o tratamento da obesidade, diretamente ligada a redução de compulsão alimentar, peso corporal, ansiedade e outros determinantes de obesidade. Apesar de tal relação evidenciada, as medidas de avaliação dos estudos selecionados não incluíram alteração de hábitos de vida específicos como consumo de alimentos saudáveis, tabagismo ou redução de tempo de tela, conforme evidenciado no neste presente estudo.
Em um outro estudo qualitativo exploratório-descritivo, tendo como técnica de produção de dados entrevistas semiestruturadas, com amostra de oito pessoas com diagnóstico de obesidade dos gêneros masculino e feminino, na faixa etária entre 18 e 64 anos, Araújo et al. (2023)²¹ descrevem que a presença das PIC assume um lugar híbrido e dinâmico no fluxo do cuidado e parecem colaborar com o cuidado da pessoa em sua integralidade, atuando como mediadoras do processo de aceitação corporal. Em tal estudo, a abordagem foi evidencialmente qualitativa e subjetiva, não cabendo traçar um paralelo quantitativo direto com os nossos resultados obtidos via PNS 2019. Contudo, tal conclusão evidencia a necessidade de promover estudos quantitativos a fim de investigar a proposta de cuidado em saúde promovida pelas PIC.
Recentemente, em 2024, foi publicado o estudo “Práticas integrativas e complementares em saúde entre estudantes universitários: motivos de uso e de não uso”, com a seleção de 667 questionários respondidos por estudantes, onde se ressalta, dentre os motivos apresentados para o uso das PIC o "bem-estar", a "saúde", a "qualidade de vida" e o "equilíbrio". Tais resultados, novamente, corroboram aspectos estudados das PIC, evidenciando uma percepção do público que atrela o uso de PIC com bons hábitos de vida, o que poderia levantar uma hipótese de justificativa para os resultados obtidos neste presente estudo.²² Da mesma forma, segundo Ornela et. al (2016)²³, a acupuntura foi apontada como auxiliadora no processo de emagrecimento, no qual incluía uma dieta específica acompanhada por um nutricionista, além de uma prática de atividade física regular. Foi relatada uma melhoria de aspectos relacionados à qualidade de vida dos pacientes e ao grau de satisfação. Também foram descritos comportamentos menos ansiosos e mais conscientes associados à reeducação alimentar e formação de novos hábitos em pacientes da nutrição que utilizaram as PIC por Menegotte et. al, 2024^24.
Quanto ao consumo de frutas e hortaliças, um estudo utilizando o Brazilian Longitudinal Study of Aging (ELSI-Brazil) de 2015 e 2016 demonstra uma prevalência de 12,9% na população idosa^25, evidenciando um consumo reduzido na população idosa e trazendo a necessidade de fortalecer as políticas públicas e os programas existentes em alimentação e nutrição. Enquanto isso, na população geral, segundo estudo baseado na VIGITEL nas capitais brasileiras, o consumo de frutas e hortaliças chegou a 35,2% em 2016, ainda assim menor do que o obtido 46,1% pelos usuários de PIC pela PNS 2019.²? Dessa forma, uma vertente de tal fortalecimento e incentivo a uma alimentação saudável poderia advir do incentivo à implementação das PIC no âmbito da Atenção Primária à Saúde.

No que diz respeito ao tabagismo, observa-se que a prevalência de tabagismo na população adulta das capitais do Brasil no VIGITEL 2014 foi de 10,8%, número que traça paralelo com a porcentagem de 12,7 % (IC95%: 12,3-13,1) em não usuários de PIC na PNS 2019, se contrapondo com o uso de tabaco por usuários de acupuntura igual a 6,0% (IC95%: 4,2-7,7) neste presente estudo. Quanto ao consumo regular de refrigerantes, ainda segundo VIGITEL 2014, nota-se uma porcentagem de 20,8% entre os adultos das capitais brasileiras e Distrito Federal, enquanto observamos 5,0% (IC95%: 3,5-6,5) em usuários de alguma PIC na PNS 2019.²?
Já no contexto internacional, foi realizada a National Health Interview Survey (NHIS) em 2012, uma pesquisa de entrevistas domiciliares transversais conduzida periodicamente visando a população civil dos Estados Unidos. Os entrevistados da pesquisa foram solicitados a especificar quais três PIC foram as mais importantes para sua saúde nos últimos 12 meses, dentre: manipulação quiroprática/osteopática; massagem; acupuntura; terapia de cura energética; naturopatia; hipnose; biofeedback; terapia craniossacral; curandeiros tradicionais; ervas; homeopatia; meditação; ioga/tai chi/qi gong; dietas especiais; terapias de movimento ou exercício. A partir dessa pesquisa, foi realizado um estudo correlacionando o uso de PIC com hábitos de vida, no qual notou-se que 45,4% dos entrevistados relataram estar motivados a fazer pelo menos uma mudança de comportamento de saúde após o uso da PIC. Aproximadamente um terço referiu sentir-se motivado a praticar exercício físico com mais regularidade (34,9%) ou a alimentar-se de forma mais saudável (31,4%); 17,2% dos entrevistados relataram estar motivados a comer mais alimentos orgânicos. Percebe-se que há prevalência semelhante de alimentação saudável dentre os usuários de PIC do presente estudo, uma vez que 46,1% das pessoas que informaram ter usado alguma PIC nos últimos 12 meses, informaram também consumo regular de frutas, verduras e legumes. Por outro lado, diferente do presente estudo, que não mostrou associação entre a redução do consumo de álcool e tabaco, o estudo citado aponta que 16,6% dos fumantes relataram estar motivados a reduzir ou parar de fumar; e 8,7% dos bebedores de álcool relataram estar motivados a reduzir ou parar de beber álcool. Todas as modalidades individuais de PIC inspiraram mudança de comportamento de saúde em alguns usuários. Por exemplo, 66,7% das pessoas que usam técnicas de movimento ou exercício; 61,5% das que usam ioga ou tai chi/qi gong e 39,5% daqueles que seguem uma dieta especial relataram estar motivadas a se exercitar com mais regularidade. Enquanto que 77,3% das que seguem uma dieta especial; 43,4% das que usam técnicas de movimento ou exercício e 41,2% das que usam ioga ou tai chi/qi gong relataram estar motivadas a comer de forma mais saudável. Assim, aproximadamente metade dos usuários foram motivados pelas suas práticas a mudarem positivamente seus hábitos de vida, especialmente em relação a exercícios físicos e alimentação, consideração que também foi percebida no presente estudo, além da redução do consumo de tabaco e álcool¹?.
Ainda no campo internacional, um outro estudo apresentou a análise dos dados do Australian Longitudinal Study on Women's Health (ALSWH), pesquisa nacionalmente representativa projetada para avaliar a saúde e o bem-estar de mulheres australianas Três grupos de idade diferentes foram selecionados aleatoriamente do banco de dados nacional do Medicare e apresentou a análise de dados de um total de 28696 mulheres das coortes de 62–67 anos, de 31–36 anos e 19–25 anos. As entrevistadas foram questionadas se haviam consultado um naturopata/herborista nos últimos 12 meses; se fumavam ou se haviam fumado; se e como consumiam álcool; se e como praticavam atividades físicas; como era o comportamento alimentar. As mulheres que consultam naturopatas/herboristas eram mais propensas a relatar comportamentos positivos de saúde, como não fumar, pelo menos níveis moderados de atividade física, à semelhança da pesquisa realizada a partir da National Health Interview Survey (NHIS)¹?, e seguir uma dieta vegetariana ou vegana. O álcool foi consumido pela maioria das mulheres que consultaram um naturopata, no entanto, apenas uma minoria apresentou alto risco ou comportamento de consumo de risco²?. Não se sabe se a consulta com um naturopata/herborista capacita as mulheres a adotar os comportamentos de saúde discutidos no artigo, ou se as características pessoais e os fatores psicossociais que impulsionam esses comportamentos de saúde também predizem a intenção e a abertura para procurar cuidados naturopatas/herbalistas, no entanto, percebe-se que há essa associação.
Um outro estudo exploratório transversal foi realizado com adultos na Alemanha por meio de uma pesquisa online, com o objetivo de avaliar o uso de intervenções de autocuidado, estilo de vida e uso de PIC, bem como o estado mental/emocional vivenciado durante a pandemia de COVID-19²?. O questionário foi direcionado a adultos que se consideravam ter afinidade com PIC e/ou intervenções no estilo de vida. Observou-se que mais de metade dos participantes seguiu uma dieta baseada em vegetais e declarou ser vegetariano ou vegano, associação também observada no estudo supracitado²?. Além disso, percebeu-se que os participantes num estado emocional positivo relataram maior proporção de consumo de alimentos orgânicos e dieta globalmente mais saudável com ênfase em vegetais, alimentos in natura e menos processados do que os participantes num estado emocional negativo. Apesar das limitações do estudo, foram percebidas correlações entre hábitos de vida e uso de PIC, bem como o estudo presente e os anteriormente citados, como na preferência de alimentação mais saudável dentre os usuários de PIC.
A partir dos resultados encontrados nos questionários aplicados pela PNS 2019, é possível afirmar que usuários de PIC apresentaram maior prevalência de hábitos alimentares saudáveis, como um maior consumo de frutas, verduras e legumes em detrimento ao consumo de alimentos ultraprocessados. Essa afirmação também se respalda nos achados de Tesser³?, que aborda as PIC como um conjunto de ferramentas que podem ser inseridas no Modelo de Atenção à Saúde, devido ao seu papel estratégico na Promoção de Saúde, em seus quatro eixos e nas esferas individuais e grupais. Uma das justificativas para essa influência é devido a várias práticas complementares abordarem a saúde de modo integrado, e seus praticantes viverem em si mesmos experiências que possibilitaram desenvolver saberes em saúde, que transpassam suas escolhas individuais na formação dos seus hábitos alimentares.

Além disso, a relação positiva entre usuários de PIC e hábitos saudáveis pode ser corroborada por outros estudos, como a revisão de literatura realizada por Araújo et al. (2021)²?, que destacou que as PIC desempenham um papel importante no cuidado integral da pessoa, atuando como mediadoras do processo de aceitação corporal. Deste modo, as PIC não se limitam apenas a abordar questões físicas, mas promovem uma abordagem holística da saúde, levando em consideração aspectos emocionais e psicológicos. Esses aspectos são fundamentais para a adoção de escolhas alimentares mais conscientes e a manutenção de hábitos saudáveis.

Contudo, é importante destacar, que a principal limitação deste estudo é o fato de ser transversal e, portanto, não se poder estabelecer uma relação de causalidade entre o uso das PIC e os hábitos analisados. Seria desejável que este tema fosse investigado em estudos longitudinais, como estudos de coorte, que pudessem acompanhar ao longo de um período as características e comportamentos do indivíduo e assim estabelecer a relação temporal entre o início do uso das PIC e a modificação dos hábitos de vida.

Conclusão
De acordo com o presente estudo, os usuários de PIC obtiveram maior prevalência de hábitos alimentares saudáveis, como um maior consumo de frutas, verduras e legumes em detrimento ao consumo de alimentos ultraprocessados, além de uma relação negativa com hábitos de vida prejudiciais como o tabagismo e o uso prolongado de telas. Como este se configura um estudo observacional transversal, permanece inconclusivo se usuários de PIC tendem a incluir hábitos de vida mais saudáveis como parte do tratamento ou se usuários de PIC já tem um interesse prévio em mudanças de hábitos de vida.
Entretanto, é evidente que as PIC configuram um conjunto de ferramentas que podem ser inseridas no Modelo de Atenção à Saúde, devido ao seu papel estratégico na Promoção de Saúde e à sua regulamentação pela PNPIC 2006. Diversos estudos qualitativos demonstraram a relação positiva de valorização do autocuidado, da autonomia e do empoderamento em saúde, bem como a promoção de saúde e de hábitos de vida melhores, o que suporta as hipóteses e justificativas levantadas neste estudo. Dessa forma, a ampliação do acesso às PIC poderia contribuir para um estilo de vida mais saudável.
Portanto, nota-se que o tema necessita de maior atenção por parte dos profissionais de saúde, principalmente daqueles inseridos na Atenção Primária à Saúde, e dos gestores e pesquisadores em saúde, dado que este campo ainda permanece escasso de estudos quantitativos e pesquisas.

REFERÊNCIAS
1. Nahas MV. Lazer Ativo e Qualidade de Vida do Trabalhador. In: Atividade Física, Saúde e Qualidade de Vida: Conceitos e Sugestões para um Estilo de Vida Ativo. [S. l.: s. n.], 2017. Capítulo 9, p. 187-207.
2. Malta DC, Felisbino-Mendes MS, Machado ÍE, Veloso GA, Gomes CS, Brant LCC.. Burden of disease attributable to Risk Factors in Brazil: an analysis of national and subnational estimates from the 2019 Global Burden of Disease study. Rev Soc Bras Med Trop [Internet]. 2022;55:e0262–2021.
3. Stopa SR, Szwarcwald CL, Oliveira MM de, Gouvea E de CDP, Vieira MLFP, Freitas MPS de,. Pesquisa Nacional de Saúde 2019: histórico, métodos e perspectivas. Epidemiol Serv Saúde [Internet]. 2020;29(5):e2020315.
4. Santin, F., Gabe, K. T., Levy, R. B., & Jaime, P. C.. (2022). Food consumption markers and associated factors in Brazil: distribution and evolution, Brazilian National Health Survey, 2013 and 2019. Cadernos De Saúde Pública, 38, e00118821.
5. Ribeiro LS, Damacena GN, Szwarcwald CL. Prevalência e fatores sociodemográficos associados ao beber pesado no Brasil: análises transversais da Pesquisa Nacional de Saúde. Rev Bras Epidemiol. 2021;24:e210042.
6. Brasil. Secretaria de Atenção à Saúde. Guia alimentar para a população brasileira. 2. ed. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2014.
7. Triaca LM, Franca MT. Estilos de vida saudável e autoavaliação de saúde como boa: uma análise dos dados da PNS/2013 [Internet]. 2013 [cited 2024 Mar 22].
8. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS - PNPIC-SUS / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. - Brasília : Ministério da Saúde; 2006.
9. World Health Organization (WHO). WHO Traditional Medicine Strategy 2014-2023. World Health Organization (WHO); 2013.
10. Brasil. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 971, de 03 de maio de 1999. Brasília; 2006.
11. WHO global report on traditional and complementary medicine 2019. Geneva: World Health Organization; 2019.
12. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Coordenação de Trabalho e Rendimento. Pesquisa Nacional de Saúde 2013: percepção do estado de saúde, estilos de vida e doenças crônicas. Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento; 2014.
13. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa nacional de saúde: 2013: acesso e utilização dos serviços de saúde, acidentes e violências: Brasil, grandes regiões e unidades da federação; 2014.
14. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa nacional de saúde: 2019: informações sobre domicílios, acesso e utilização dos serviços de saúde: Brasil, grandes regiões e unidades da federação; 2020.
15. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Diretoria de Pesquisas Coordenação de Trabalho e Rendimento. Pesquisa Nacional de Saúde 2019: Percepção do estado de saúde, estilos de vida e doenças crônicas e saúde bucal-Brasil e grandes regiões; 2020.
16. Vieira IC, Jardim WPCA, Silva DP, Ferraz FA, Toledo PS, Nogueira MC. Demanda de atendimento em práticas integrativas e complementares por usuários da Atenção Básica e fatores associados. Rev APS. 2018;21(4):551-569.
17. Bishop FL, Lauche R, Cramer H, Pinto JW, Leung B, Hall H, Leach M, Chung VC, Sundberg T, Zhang Y, Steel A, Ward L, Sibbritt D, Adams J. Health Behavior Change and Complementary Medicine Use: National Health Interview Survey 2012. Medicina (Kaunas). 2019 Sep 24;55(10):632. doi: 10.3390/medicina55100632. PMID: 31554323; PMCID: PMC6843558.
18. Stopa SR, Szwarcwald CL, Oliveira MM de, Gouvea E de CDP, Vieira MLFP, Freitas MPS de,. Pesquisa Nacional de Saúde 2019: histórico, métodos e perspectivas. Epidemiol Serv Saúde [Internet]. 2020;29(5):e2020315.
19. Malta DC, Gomes CS, Prates EJS, Santos FP dos, Almeida W da S de, Stopa SR,. Analysis of demand and access to services in the last two weeks previous to the National Health Survey 2013 and 2019. Rev bras epidemiol [Internet]. 2021;24:e210002.
20. Araújo DA, Camozzi ABQ. Práticas Integrativas e Complementares no tratamento da obesidade. Integrative and Complementary Practices in the treatment of obesity. Pontifícia Universidade Católica de Goiás.
21. Araújo MCES, França SLG, Amparo-Santos L. “EU ME SINTO MUITO BEM”: os efeitos das Práticas Integrativas e Complementares no cuidado a pessoas com obesidade. Ciência & Saúde Coletiva. 2023;28(5):1491–1500.
22. Carvalho, V. P. D., Coelho, M. T. Á. D., & Carmo, M. B. B. D. (2024). Práticas integrativas e complementares em saúde entre estudantes universitários: motivos de uso e de não uso. Saúde e Sociedade, 33(1), e220953pt.
23. Ornela RG, Oba MV, Kinouchi FL, Sigoli MA, Scandiuzzi RJ, Soares DW, Carvalho PC. Acupuntura no tratamento da obesidade. Acupuncture treatment of obesity.
24. Menegotte PCS, Anschau A, Szinwelski NK. As práticas integrativas e complementares no SUS e a interface com o profissional de nutrição. In: Congresso Internacional em Saúde. 2021.
25. Bolbinski P, Nascimento-Souza MA, Lima-Costa MF, Peixoto SV. Consumption of fruits and vegetables among older adults: findings from the ELSI?Brazil study. Cad Saúde Pública [Internet]. 2023;39(6):e00158122. Available from: https://doi.org/10.1590/0102-311XEN158122
26. Silva, Luiza Eunice Sá da e Claro, Rafael Moreira - Tendências temporais do consumo de frutas e hortaliças entre adultos nas capitais brasileiras e Distrito Federal, 2008-2016. Cadernos de Saúde Pública [online]. v. 35, n. 5 [Acessado 29 Maio 2024] , e00023618. Disponível em: . ISSN 1678-4464. https://doi.org/10.1590/0102-311X00023618.
27. Malta DC, Stopa SR, Iser BPM, Bernal RTI, Claro RM, Nardi ACF, et al.. Fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico nas capitais brasileiras, Vigitel 2014. Rev bras epidemiol [Internet]. 2015Dec;18:238–55. Available from: https://doi.org/10.1590/1980-5497201500060021
28. Steel A, Tiveron S, Reid R, Wardle J, Cramer H, Adams J, Sibbritt D, Lauche R. Do women who consult with naturopaths or herbalists have a healthy lifestyle?: a secondary analysis of the Australian longitudinal study on women’s health. BMC Complementary Medicine and Therapies. 2020;20:349. doi: 10.1186/s12906-020-03153-6.
29. Jeitler M, Erehman A, Koppold DA, Ortiz M, Jerzynski L, Stöckigt B, Rotter G, Blakeslee S, Brinkhaus B, Michalsen A, Seifert G, Cramer H, Kandil FI, Kessler CS. Self-care and lifestyle interventions of complementary and integrative medicine during the COVID-19 pandemic-A cross-sectional study. Front Med (Lausanne). 2023 Jan 9;9:1033181. doi: 10.3389/fmed.2022.1033181. PMID: 36698795; PMCID: PMC9868272.
30. Tesser, C. D. (2009). Práticas complementares, racionalidades médicas e promoção da saúde: contribuições poucos exploradas. Cadernos de Saúde Pública, 25, 1732-1742. doi: 10.1590/S0102-311X2009000800009



Outros idiomas:







Como

Citar

Nogueira, M.C, Cerqueira, L.V, Ozório, S,R, Rodrigues, I.G. Prevalência de hábitos de vida segundo o uso de práticas integrativas e complementares na população adulta brasileira: Pesquisa Nacional de Saúde 2019. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2024/nov). [Citado em 22/12/2024]. Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/prevalencia-de-habitos-de-vida-segundo-o-uso-de-praticas-integrativas-e-complementares-na-populacao-adulta-brasileira-pesquisa-nacional-de-saude-2019/19406?id=19406&id=19406

Últimos

Artigos



Realização



Patrocínio