0125/2025 - Desigualdades sociais na realização de exames preventivos entre mulheres mais velhas (50+): evidências do ELSI-Brasil Social inequalities in the use of preventive healthcare among older women (50+): evidence from ELSI-Brazil
Considerando o cenário do envelhecimento populacional brasileiro, marcado pela feminização da velhice e pela persistente desigualdade social no acesso e uso dos serviços de saúde, este trabalho tem como objetivo investigar a associação entre variáveis socioeconômicas e realização de exames preventivos de saúde entre mulheres mais velhas (+50), segundo fonte de atenção à saúde. Trata-se de estudo transversal utilizando dados do ELSI-Brasil (2015-16). Os desfechos foram a realização de exame de Papanicolau, mamografia, dosagem de colesterol e glicemia e aferição da pressão arterial, e as exposições de interesse foram escolaridade, cor autorreferida e renda domiciliar per capita. Foram ajustados modelos logísticos, com estimativa de razões de chance (?=5%). Cor autorreferida, escolaridade e renda foram frequentemente associadas aos desfechos, para mulheres com e sem afiliação aos planos privados de saúde, com maior realização dos exames entre as brancas e de maior escolaridade e renda. Implementação de políticas públicas e ações multisetoriais que atuem nos determinantes estruturais da saúde e melhorem as condições de vida e trabalho são essenciais para reduzir as iniquidades em saúde e garantir o direito universal a saúde.
Palavras-chave:
Idoso, Uso de serviços de saúde, Saúde da mulher, Mensuração das desigualdades em saúde, Estudos transversais.
Abstract:
Considering the scenario of Brazilian population aging, marked by the feminization of old age and persistent social inequality in access to and use of health services, this study aims to investigate the association between socioeconomic variables and preventive healthcare among older women (50+), according to the source of health care. This is a cross-sectional study, based on ELSI-Brazil (2015-16) baseline data. The outcomes were Pap smear; mammography; measurements of cholesterol, blood glucose, and blood pressure; and the exposures of interest were educational level, self-reported skin color, and per capita household income. Odds ratio (OR) were estimated in Logistic regression models. Self-reported skin color, educational level, and per capita household income were frequently associated with outcomes for women with and without private health plans, with a higher prevalence of exams among those who were white and those who had higher educational and income levels. The implementation of public policies and multisectoral actions that tackle the structural determinants of health and improve people’s living and working conditions is essential to reducing health inequalities and ensuring the universal right to health.
Keywords:
Aged. Screening Tests. Women's health. Measuring health inequalities. Cross-sectional studies.
Conteúdo:
INTRODUÇÃO
No processo de envelhecimento da população brasileira, destaca-se a feminização da velhice, consequência da maior expectativa de vida de mulheres1. No entanto, apesar de viverem mais, elas estão mais sujeitas ao processo de fragilização do seu estado de saúde, decorrente de seu histórico social de vida, que envolve discriminação no acesso à educação, trabalho, alimentação e salário2.
Como consequência do envelhecimento populacional, observamos um crescimento na incidência e prevalência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT)3. Globalmente, os quatro principais grupos de DCNT (doenças cardiovasculares, câncer, diabetes e doenças crônicas respiratórias) representam 71% de todas as mortes, sendo os países de baixa e média renda os mais impactados4. No Brasil, esses grupos de doenças crônicas foram responsáveis 54,7% das mortes em 20195.
O enfrentamento das DCNT apresenta-se como um desafio para a saúde pública e exige que o sistema de saúde se organize para ofertar ações preventivas regulares, diagnósticos oportunos e tratamento precoce, no intuito de reduzir a incidência de complicações e evitar mortes prematuras. A provisão de cuidado longitudinal integral exigida na abordagem às DCNT aumenta a demanda por serviços de saúde, particularmente entre adultos mais velhos, grupo populacional que tende a apresentar maior número de doenças crônicas. Pesquisa conduzida por Nunes et al. (2018)6, utilizando dados do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), mostrou que a prevalência de multimorbidade foi maior entre as mulheres e aumentou com a idade.
A expansão das Equipes de Saúde da Família (ESF) melhorou o desempenho de diversos indicadores de saúde da população, com expressiva redução nas internações e mortalidade por condições crônicas sensíveis à atenção primária7-9. Estudo realizado no Espírito Santo demonstrou que, após a implementação da ESF, houve uma redução nas internações por condições sensíveis à atenção primária, especialmente àquelas relacionadas à hipertensão entre adultos e idosos10. Outra iniciativa que contribuiu para o controle de DCNT foi a implementação do programa Hiperdia, iniciativa da Estratégia de Saúde da Família lançada em 2001, que viabilizou o acompanhamento mais sistemático das pessoas com diabetes e hipertensão pelas equipes de saúde11.
A ESF tem se consolidado como uma importante ferramenta para o enfrentamento das desigualdades sociais em saúde, principalmente ao ampliar o acesso aos serviços de atenção primária e prevenir complicações de condições crônicas7-9. Entretanto, apesar desses avanços, o Brasil ainda é extremamente marcado pelas desigualdades sociais no acesso e utilização de serviços de saúde e os indivíduos com maior desvantagem social têm menor probabilidade de buscar e utilizar esses serviços. Evidências sustentam que, embora a ESF tenha contribuído para a ampliação do acesso e uso aos serviços de saúde, ainda persistem barreiras que limitam a universalidade e a equidade no atendimento, refletindo a continuidade das desigualdades no país12,13.
A desigualdade social no acesso a serviços de saúde também se manifesta na realização de exames entre as mulheres. A literatura aponta que mulheres casadas, brancas, de maior escolaridade e com plano privado de saúde possuem maior probabilidade de terem realizado o Papanicolau, exame preventivo utilizado para diagnóstico de câncer de colo de útero, o 3° tipo de câncer em causa de mortes em mulheres no Brasil14-18. Resultados semelhantes foram observados para o exame de mamografia, utilizado para a detecção do câncer de mama, a neoplasia que mais mata mulheres no Brasil19. Estudos indicam maior probabilidade de realização do exame entre as mulheres com maior escolaridade e renda, que residem com companheiro, moram em áreas urbanas e possuem plano privado de saúde14,17,18,20.
Para o Papanicolau, os protocolos do Ministério da Saúde (MS) recomendam a realização de dois exames com um intervalo de um ano entre eles e, se ambos forem negativos, que a periodicidade aumente para três anos, sendo o público-alvo mulheres de 25 a 64 anos21. Em relação à mamografia, a recomendação é que o exame seja realizado a cada dois anos para mulheres de 50 a 69 anos21.
Além das neoplasias, outros dois grupos de DCNT são responsáveis por grande parte da morbidade e mortalidade entre as mulheres: as doenças do aparelho circulatório, com destaque para as doenças cardiovasculares, e a diabetes. Sabe-se que a hipertensão arterial sistêmica (HAS) e a dislipidemia constituem fatores de risco modificáveis para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e são consideradas um grande problema de saúde pública 22,23. Segundo as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, indivíduos saudáveis com valores adequados de pressão arterial aferidas em consultório e pacientes pré-hipertensos devem ter sua pressão arterial avaliada pelo menos uma vez ao ano22,24.
O colesterol elevado está associado com aumento do risco para doenças cardíacas e acidente vascular cerebral25. Não existe um consenso em relação à periodicidade para o rastreamento e, normalmente, é determinada de acordo com o risco cardiovascular. Para indivíduos com resultados normais, sugere-se que a dosagem seja realizada a cada cinco anos. Intervalo menor pode ser recomendado para pessoas que possuem valores próximos ao limite26.
Já para a diabetes mellitus, não existem evidências sobre uma frequência ideal de rastreamento do diabetes mellitus, mas o MS recomenda que indivíduos que possuem fatores de risco devem ser testados a cada três a cincos anos27.
Diante do exposto, considerando o cenário de envelhecimento populacional brasileiro, marcado pela feminização da velhice e pela desigualdade social no acesso e uso dos serviços de saúde, o objetivo deste estudo é investigar a associação entre variáveis socioeconômicas e realização de exames preventivos de saúde entre mulheres mais velhas (50 anos e mais), segundo a fonte de atenção (usuárias exclusivas do SUS ou afiliação a plano privado de saúde). A estratificação pela fonte de atenção se torna necessária devido às diferenças de organização dos sistemas, podendo ser este um importante fator de confusão para o objeto de estudo. Este trabalho busca preencher uma lacuna no contexto brasileiro, ao contribuir com informações que fortalecem as políticas públicas de saúde no Brasil auxiliando na garantia de cuidado longitudinal integral às mulheres com 50 anos e mais. Além disso, os resultados apresentados podem contribuir para a ampliação da oferta de serviços preventivos e promoção de ações multisetoriais que atuem nas condições socioeconômicas, como uma estratégia para redução das desigualdades sociais em saúde e garantia de equidade.
MÉTODOS
População de estudo
Estudo transversal conduzido com dados da linha de base do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), coletados entre 2015 e 2016. Para assegurar a representatividade das áreas urbanas e rurais em municípios de diferentes tamanhos (pequeno, médio e grande porte), o processo amostral do ELSI-Brasil adotou um desenho com estágios de seleção envolvendo a estratificação, em função do porte populacional, das unidades primárias de amostragem (municípios), setores censitários e domicílios. A amostra planejada foi de 10.000 participantes, tendo participado 9.412 indivíduos residentes em 70 municípios, situados nas 5 macrorregiões brasileiras. A amostra do ELSI-Brasil é representativa da população brasileira não institucionalizada com 50 anos e mais.
Mais detalhes sobre a metodologia foram descritos em outra publicação28 e no site da pesquisa (https://elsi.cpqrr.fiocruz.br/). Para este estudo, foram elegíveis pessoas do sexo feminino com 50 anos ou mais de idade, que compreendeu todas as 5.314 participantes deste sexo do ELSI.
Variáveis do estudo
Variáveis dependentes (Indicadores de uso dos serviços de saúde)
Os desfechos de interesse foram os indicadores de utilização dos serviços de saúde pelas participantes mais velhas, avaliados a partir da realização dos exames Papanicolau e mamografia, de acordo com as orientações do MS21 para a faixa etária, a dosagem de glicemia e colesterol e aferição da pressão arterial22, conforme descrição a seguir:
a) Realização de Papanicolau, para participantes de 50 a 64 anos (3 anos ou menos; Mais de 3 anos ou nunca realizou)
b) Realização de mamografia, para participantes de 50 a 69 anos (2 anos ou menos; Mais de 2 anos ou nunca realizou)
c) Dosagem de glicemia, para participantes com 50 anos ou mais (3 anos ou menos; Mais de 3 anos ou nunca realizou)
d) Dosagem de Colesterol, para participantes com 50 anos ou mais (3 anos ou menos; Mais de 3 anos ou nunca realizou)
e) Aferição da pressão arterial, para participantes com 50 anos ou mais (Até 1 ano; Mais de 1 ano ou nunca aferiu)
A temporalidade nos desfechos foi assim definida para garantir alinhamento com as políticas públicas de saúde vigentes no Brasil, além de refletirem a prática padrão do sistema de saúde em nosso contexto.
Variáveis de exposição (indicadores socioeconômicos)
a) Cor autorreferida (branca; outra (preta, parda, amarela e indígena))
b) Escolaridade (< 4 anos; 4-7 anos; > 8 anos de estudo)
c) Renda domiciliar per capita (em tercis: até R$587,00; de R$587,00 a R$ 1.050,00; superior a R$1.050,00)
Variáveis de ajuste
a) Idade (50-59; 60-69; 70-79; 80 anos e mais)
b) Arranjo domiciliar (mora só; não mora só)
c) Número de doenças crônicas, sendo considerado o autorrelato de diagnóstico médico para hipertensão arterial, diabetes, infarto, angina, insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral, doença pulmonar obstrutiva crônica, artrite ou reumatismo, depressão, câncer e insuficiência renal crônica (ausência de doença; autorrelato de uma doença crônica; autorrelato de duas ou mais doenças crônicas)
Variável de estratificação
a) Fonte de atenção à saúde (com plano de saúde; sem plano de saúde).
Análise dos dados
As características da amostra foram apresentadas por meio de frequências relativas, com os respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%). Nas análises não ajustadas, empregou-se o teste Qui-Quadrado de Pearson, com correção de Rao-Scott, para avaliar a significância estatística das diferenças entre proporções, segundo a fonte de atenção à saúde
As magnitudes das associações entre as variáveis de exposição (cor autorreferida, escolaridade e renda domiciliar per capita) e os desfechos (Papanicolau, mamografia, dosagem de glicemia e colesterol e aferição de pressão arterial) foram analisadas por meio do modelo de regressão logística, com estimativa de razões de chance e seus respectivos intervalos de 95% de confiança. Foram ajustados modelos brutos e ajustados por potenciais fatores de confusão, na amostra estratificada segundo a fonte de atenção à saúde. A qualidade do ajuste dos modelos foi avaliada pelo teste de Hosmer-Lemeshow.
Todas as análises foram conduzidas utilizando o software Stata® versão 14.1, levando em conta a complexidade do desenho amostral e o peso dos indivíduos. O nível de significância foi fixado em 5%.
Aspectos éticos
O ELSI-Brasil foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto René Rachou da Fundação Oswaldo Cruz e o processo está cadastrado na Plataforma Brasil (Protocolo no886.754). Todos os participantes registraram seu consentimento em participar da pesquisa por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
O ELSI-Brasil foi financiado pelo Ministério da Saúde: DECIT/SCTIE (Processos: 404965/2012-1 e TED 28/2017); COPID/DECIV/SAPS (Processos: 20836, 22566, 23700, 25560, 25552 e 27510).
RESULTADOS
A amostra do ELSI-Brasil contou com a participação de 5.314 mulheres. Foram incluídas no estudo aquelas que atendiam ao critério de seleção relacionado à faixa etária e com respostas válidas para os desfechos de interesse, com a maior perda decorrente de resposta inválida igual a 2,13%, para o desfecho relacionado à dosagem de colesterol. A amostra final do estudo foi composta por 5.225, 5.201 e 5.265 mulheres para, respectivamente, os desfechos de dosagem de glicemia, colesterol e aferição da pressão arterial, e de 2.942 e 3.727 mulheres para os exames de Papanicolau (50 a 64 anos) e mamografia (50 a 69 anos), respectivamente.
A afiliação a plano privado de saúde foi declarada por 25,3% das participantes. De acordo com a Tabela 1, 54,2% das participantes possuíam 60 anos e mais e 57,3% se autodeclararam preta, parda, amarela ou indígena. Aproximadamente uma em cada 10 morava só e 34,5% tinham menos de 4 anos de estudo. Cerca de 39% das participantes não reportaram doença crônica e 28% autorrelataram multimorbidade (o diagnóstico de pelo menos duas doenças crônicas). Em relação à realização de exames preventivos de saúde, cerca de 78% realizaram o exame de Papanicolau nos últimos 3 anos e 74% o de mamografia nos últimos 2 anos. Já os exames de glicemia e colesterol foram realizados nos últimos 3 anos por aproximadamente 90% das participantes e a aferição da pressão arterial no último ano por 94% delas. Com exceção do número de doenças crônicas, todas as outras variáveis incluídas no estudo foram estatisticamente associadas com a afiliação a plano privado de saúde, sendo maior a realização de exames preventivos de saúde entre as participantes com plano de saúde.
TABELA 1. Caracterização da amostra, total e estratificada pela afiliação a plano privado de saúde (ELSI-Brasil, 2015-2016).
As associações entre as variáveis sociodemográficas e a realização de exames preventivos de saúde são apresentadas nas Tabelas 2 e 3 para participantes com e sem plano de saúde, respectivamente. Para ambos os grupos, cor autorreferida, escolaridade e renda per capita foram associados a maioria dos desfechos analisados, com maior prevalência de realização dos exames entre as participantes de cor branca, com maior escolaridade e residentes em domicílios com maior renda per capita. Entre as participantes com plano de saúde, faixa etária e arranjo domiciliar não foram estatisticamente associados a nenhum dos desfechos analisados (Tabela 2). Por outro lado, para usuárias exclusivas do SUS, a faixa etária esteve fortemente associada à utilização dos serviços de saúde. Para os exames de Papanicolau e mamografia, foi maior a realização entre as participantes mais jovens. Por outro lado, para os demais exames, foi maior a realização entre as mais velhas (Tabela 3). Destaca-se também a maior realização de mamografia e dosagem de glicemia entre aquelas que não moravam sozinhas (Tabela 3).
TABELA 2. Prevalência (% (IC 95%)) da realização de exames preventivos de saúde entre mulheres mais velhas que possuem plano privado de saúde, segundo variáveis sociodemográficas (ELSI-Brasil, 2015-2016).
TABELA 3. Prevalência (% (IC 95%)) da realização de exames preventivos de saúde entre mulheres mais velhas que não possuem plano privado de saúde, segundo variáveis sociodemográficas (ELSI Brasil, 2015-2016).
As Tabelas 4 e 5 apresentam a associação entre as variáveis socioeconômicas e a realização de exames preventivos de saúde, para participantes com e sem plano de saúde, respectivamente, ajustada por faixa etária, arranjo domiciliar e número de doenças crônicas.
Entre as participantes que declararam possuir plano de saúde, em comparação com pretas, pardas, amarelas ou indígenas, observou-se maior chance de realização de dosagem de colesterol nos últimos 3 anos entre as de cor branca (OR= 2,00; IC95% 1,13–3,56). A escolaridade foi significativamente associada à realização de Papanicolau e de dosagem de colesterol. Em comparação às participantes com menos de 4 anos de estudo, ter entre 4 e 7 anos de estudo e 8 anos ou mais foi associado a uma maior chance de realizar o Papanicolau (OR= 3,88; IC95% 1,85–8,13 e OR= 3,04; IC95% 1,62–5,67, respectivamente). Participantes com 8 anos ou mais de escolaridade também apresentaram maior chance de realizarem a dosagem de colesterol (OR= 2,73; IC95% 1,19–6,27). Por fim, destaca-se a maior chance de realização da dosagem de glicemia (OR= 2,51; IC95% 1,47- 4,30) e colesterol (OR= 2,65; IC95% 1,24–5,64) para participantes no tercil superior da renda per capita domiciliar, em comparação àquelas no tercil inferior. Realização de mamografia nos dois últimos anos e aferição da pressão arterial no último ano não foram estatisticamente associadas aos fatores socioeconômicos analisados. Resultados detalhados podem ser vistos na Tabela 4.
Para as usuárias exclusivas do SUS, foram identificadas associações positivas e estatisticamente significativas entre cor autorreferida, escolaridade e renda domiciliar per capita e o uso dos serviços de saúde (Tabela 5). Participantes brancas apresentaram maior chance de realização da dosagem de glicemia nos últimos 3 anos (OR=1,30; IC 95% 1,01–1,68). Em comparação às participantes com menos de 4 anos de estudo, aquelas com 4-7 anos de escolaridade apresentaram maior chance de terem realizado mamografia nos últimos dois anos (OR= 1,35; IC95% 1,08–1,69) e dosagem de glicemia e colesterol nos últimos 3 anos (respectivamente, OR= 1,56; IC95% 1,16–2,09 e OR= 2,04; IC95% 1,52–2,74). Ter 8 anos ou mais de estudo também foi associado a maiores chances de realizar os exames de glicemia (OR= 1,67; IC95% 1,27–2,20) e colesterol (OR= 2,10; IC95% 1,62–2,72). Em relação à renda, participantes no segundo tercil de renda domiciliar per capita tiveram maior chance de realizar o exame de Papanicolau (OR= 1,50; IC95% 1,06–2,10). Já as participantes no terceiro tercil de renda apresentaram maior chance de realizar o Papanicolau (OR= 1,47; IC95% 1,02–2,12) e as dosagens de glicemia (OR= 1,55; IC95% 1,14–2,10) e colesterol (OR= 1,68; IC95% 1,23–2,30). Os fatores socioeconômicos analisados não foram associados à aferição da pressão arterial no último ano. Detalhes adicionais são apresentados na Tabela 5.
TABELA 4. Associação (OR (IC 95%)) entre características sociodemográficas e a realização de exames preventivos de saúde entre mulheres mais velhas que possuem plano privado de saúde (ELSI-Brasil, 2015-2016).
TABELA 5: Associação (OR (IC 95%)) entre características sociodemográficas e a realização de exames preventivos de saúde entre mulheres mais velhas que não possuem plano privado de saúde (ELSI-Brasil, 2015-2016)
DISCUSSÃO
Os resultados deste estudo destacaram a presença de desigualdades na realização de exames preventivos de saúde entre mulheres brasileiras com 50 anos e mais, nos desfechos investigados. Como principais resultados, podemos destacar (a) a maior realização do exame de colesterol (afiliadas a plano privado de saúde) e glicemia (usuárias exclusivas do SUS) pelas mulheres brancas; (b) a escolaridade como um importante determinante para a realização de exames entre brasileiras mais velhas com plano privado de saúde (Papanicolau e colesterol) e sem plano privado de saúde (mamografia, glicemia e colesterol); (c) a renda como um importante determinante para a realização de exames entre brasileiras mais velhas com plano privado de saúde (glicemia e colesterol) e sem plano privado de saúde (Papanicolau, glicemia e colesterol).
Os marcadores socioeconômicos são determinantes da realização de exames preventivos entre as mulheres brasileiras com 50 anos e mais. Nessa faixa etária, as DCNT são as condições mais prevalentes e desde 2014, as neoplasias são a maior causa de óbito por DCNT entre as mulheres no Brasil, sobrecarregando o sistema de saúde e gerando altos custos econômicos29-31.
Diante desse contexto, o Brasil implementou o Plano de Ações Estratégicas para o Enfretamento das DCNT (2011-2022), com foco na prevenção e controle de doenças como diabetes, hipertensão arterial, câncer de mama e de colo de útero. Recentemente, foi lançado o plano de 2021-2030, priorizando a prevenção de doenças e promoção da saúde, com vistas a dirimir as desigualdades em saúde32,33. É importante frisar que as ações governamentais devem priorizar a prevenção e redução dos fatores de risco, pobreza e desigualdade social, com atuação nos determinantes estruturais e intermediários da saúde.
Embora existam os planos de ações estratégicas, evidências sugerem a persistência de disparidades socioeconômicas nos indicadores de utilização dos serviços de saúde, em particular relacionados à raça/cor, escolaridade e renda, independente da fonte de atenção à saúde.
O sistema de saúde brasileiro é composto pelo SUS, que oferta atendimento de forma universal e gratuito, e pelo sistema privado, baseado na capacidade de pagamento dos indivíduos, famílias e empregadores34. Devido às diferenças nas organizações dos sistemas, neste estudo, optou-se por utilizar a estratificação pela fonte de atenção. Apesar dos princípios constitucionais de universalidade, equidade e integralidade do SUS, a população encontra dificuldades para agendar consultas, marcar cirurgias e realizar exames, e diferenças importantes são observadas entre usuários exclusivos do SUS e indivíduos com plano privado de saúde34,35. Cabe ressaltar que embora o SUS oferte todos os exames estudados, a afiliação a plano privado permanece como um determinante na realização deles14,20,36-38.
Diversos trabalhos apontam a escolaridade como um dos principais marcadores socioeconômicos associados a desfechos de saúde39-41. Neste estudo, a escolaridade também se mostrou um importante determinante da realização de exames preventivos entre brasileiras mais velhas, usuárias ou não de plano de saúde. A literatura mostra que, no Brasil, mulheres com maior escolaridade e afiliadas a plano de saúde possuem maior probabilidade de realizarem exames como Papanicolau e mamografia14,20,41,42. Em relação à dosagem da glicemia, as evidências também reportam menor prevalência entre brasileiros com menor escolaridade43. Nos EUA, a proporção de mulheres que fizeram mamografia foi 15% menor entre aquelas com escolaridade mais baixa37. A literatura também aponta associação positiva entre escolaridade e realização da dosagem de colesterol. Estudo realizado na Polônia mostrou que a chance de realização do exame é 1,5 vezes maior para pessoas com nível médio ou superior em comparação às pessoas com escolaridade mais baixa44. Na mesma direção, a proporção de realização do exame é 15% menor para indivíduos com menor escolaridade nos EUA37. Achados semelhantes foram identificados na Índia, onde a escolaridade desempenhou um papel relevante na desigualdade socioeconômica relacionada à realização de exames de pressão arterial e dosagem de glicemia entre indivíduos com mais de 30 anos nos quatro distritos avaliados45. Esses achados reforçam o quão importante é a contribuição da escolaridade na realização de exames preventivos de saúde e apontam para a necessidade da adoção de estratégias com foco na redução das desigualdades encontradas, como a promoção de ações voltadas para a população menos escolarizada.
Na literatura, não há um consenso sobre a relação entre a realização de exames e raça/cor. Concordando com dados deste estudo, Boccolini e Souza Junior (2016) 43, ao realizarem estudo para investigar os fatores associados às iniquidades na utilização de serviço de saúde no Brasil, mostraram que as pessoas não brancas possuíam menor chance de realizar exames, como a dosagem de glicemia. No entanto, estudo realizado nos EUA com mulheres de 50 a 64 anos, não encontrou diferenças significativas em relação à raça/cor para a realização de mamografia e Papanicolau37. Estudo que avaliou as desigualdades em relação ao exame de colesterol nos EUA, mostrou que 6% das mulheres com 45 anos ou mais nunca haviam feito exame de colesterol. Entretanto, embora a proporção de não rastreamento fosse maior entre os não-brancos, as disparidades entre brancos e não brancos foram eliminadas após ajustamentos por variáveis de confusão46. Apesar da falta de consenso observada, as disparidades por raça/cor se mantêm como um importante determinante do uso dos serviços de saúde entre brasileiras mais velhas.
De maneira semelhante aos achados deste estudo, dados da literatura sugerem que a renda também opera como um importante determinante da utilização de serviços de saúde e de realização de exames40,44. Maior renda se associou positivamente à realização do Papanicolau entre mulheres suíças de 20 a 70 anos47 e entre brasileiras com mais de 60 anos residentes no município de Juiz de Fora, em Minas Gerais41. No Peru, estudo conduzido para avaliar as desigualdades na realização do exame de Papanicolau nos últimos três anos entre mulheres de 30 a 59 anos, revelou que a realização do exame estava concentrada entre as mulheres com um maior índice de riqueza48. Nos EUA, a proporção de mulheres que realizaram o exame de Papanicolau foi 27% menor entre aquelas com menor renda37 e resultados similares foram observados em relação aos exames de glicemia e colesterol. Na Índia, foi observado um papel relevante da renda para a desigualdade na realização de exames de pressão arterial e dosagem de glicemia na população acima de 30 anos45. Na população com mais de 50 anos da Itália, Polônia, Espanha, França, Suíça e Áustria, a realização destes exames é mais frequente nos grupos de alta renda49 e nos EUA a realização da dosagem de colesterol foi aproximadamente 15% menor entre aqueles com menor renda37.
De forma geral, os achados deste trabalho evidenciam que as brasileiras mais velhas (50+), pretas, pardas, amarelas ou indígenas, com menor renda e escolaridade e usuárias exclusivas do SUS são as que menos realizaram os exames preventivos.
Este estudo possui como limitação a possibilidade de viés de informação, uma vez que os desfechos foram autorrelatados e pessoas que são afetadas por um problema ou alguma doença podem tender a recordar mais sobre a realização destes exames do que as não afetadas. Além disso, pessoas que possuem problemas de saúde tendem a procurar mais os serviços. Entretanto, o número de doenças crônicas foi incluído como ajuste, o que minimizou um possível efeito deste fator. Por outro lado, este estudo traz contribuições significativas por ser conduzido em amostra representativa da população brasileira de 50 anos e mais não institucionalizada, residente das áreas urbana e rural em municípios de diferentes tamanhos (pequeno, médio e grande porte). A coleta dos dados contou com entrevistadores treinados e certificados pela equipe de pesquisadores do projeto de forma a garantir a qualidade das informações coletadas. A análise dos dados foi conduzida utilizando metodologia estatística adequada, incorporando o efeito de desenho amostral complexo e peso amostral.
Em suma, os resultados alcançados neste trabalho evidenciaram que os fatores socioeconômicos avaliados, se mostraram significativamente associados à realização de exames preventivos de saúde por brasileiras mais velhas. É possível que indivíduos com maior escolaridade e renda reconheçam mais as necessidades de saúde e procurem mais os serviços de saúde e atendimento médico e/ou que obtenham maior facilidade no acesso. De qualquer forma, quando fatores como escolaridade, cor autorreferida e renda estão associados a utilização de cuidados de saúde, há evidências de iniquidades. Nesse contexto, para além da oferta de serviços de saúde, são necessárias medidas e políticas públicas direcionadas para mulheres mais velhas, de menor renda e escolaridade e que se autodeclaram como pretas, pardas, amarelas e indígenas, como estratégia para reduzir as iniquidades presentes na utilização dos serviços de saúde.
FINANCIAMENTO
A pesquisa recebeu financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, mediante bolsa de mestrado. O ELSI-Brasil é financiado pelo Ministério da Saúde: DECIT/SCTIE (Processos: 404965/2012-1 e TED 28/2017); COPID/DECIV/SAPS (Processos: 20836, 22566, 23700, 25560, 25552 e 27510).
REFERÊNCIAS
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Outros idiomas:
Social inequalities in the use of preventive healthcare among older women (50+): evidence from ELSI-Brazil
Resumo (abstract):
Considering the scenario of Brazilian population aging, marked by the feminization of old age and persistent social inequality in access to and use of health services, this study aims to investigate the association between socioeconomic variables and preventive healthcare among older women (50+), according to the source of health care. This is a cross-sectional study, based on ELSI-Brazil (2015-16) baseline data. The outcomes were Pap smear; mammography; measurements of cholesterol, blood glucose, and blood pressure; and the exposures of interest were educational level, self-reported skin color, and per capita household income. Odds ratio (OR) were estimated in Logistic regression models. Self-reported skin color, educational level, and per capita household income were frequently associated with outcomes for women with and without private health plans, with a higher prevalence of exams among those who were white and those who had higher educational and income levels. The implementation of public policies and multisectoral actions that tackle the structural determinants of health and improve people’s living and working conditions is essential to reducing health inequalities and ensuring the universal right to health.
Palavras-chave (keywords):
Aged. Screening Tests. Women's health. Measuring health inequalities. Cross-sectional studies.
Desigualdades sociais na realização de exames preventivos entre mulheres mais velhas (50+): evidências do ELSI-Brasil
Social inequalities in the use of preventive healthcare among older women (50+): evidence from ELSI-Brazil
Desigualdades sociales en la realización de exámenes preventivos entre mujeres mayores (50+): evidencia de ELSI-Brasil
Poliana Fialho de Carvalho, Instituto René Rachou, polianafcarvalho@gmail.com ORCID:0000-0001-6482-6803
Luciana de Souza Braga, Universidade Federal de Minas Gerais, lusouzabraga@ufmg.br ORCID:0000-0003-4499-6316
Maria Fernanda de Lima-Costa, Instituto René Rachou e Universidade Federal de Minas Gerais lima.costa@fiocruz.br, ORCID:0000-0002-3474-2980
Juliana Vaz de Melo Mambrini, Instituto René Rachou, juliana.mambrini@fiocruz.br, ORCID:0000-0002-0420-3062
RESUMO
Considerando o cenário do envelhecimento populacional brasileiro, marcado pela feminização da velhice e pela persistente desigualdade social no acesso e uso dos serviços de saúde, este trabalho tem como objetivo investigar a associação entre variáveis socioeconômicas e realização de exames preventivos de saúde entre mulheres mais velhas (+50), segundo fonte de atenção à saúde. Trata-se de estudo transversal utilizando dados do ELSI-Brasil (2015-16). Os desfechos foram a realização de exame de Papanicolau, mamografia, dosagem de colesterol e glicemia e aferição da pressão arterial, e as exposições de interesse foram escolaridade, cor autorreferida e renda domiciliar per capita. Foram ajustados modelos logísticos, com estimativa de razões de chance (α=5%). Cor autorreferida, escolaridade e renda foram frequentemente associadas aos desfechos, para mulheres com e sem afiliação aos planos privados de saúde, com maior realização dos exames entre as brancas e de maior escolaridade e renda. Implementação de políticas públicas e ações multisetoriais que atuem nos determinantes estruturais da saúde e melhorem as condições de vida e trabalho são essenciais para reduzir as iniquidades em saúde e garantir o direito universal a saúde.
Palavras-chave: Idoso, Uso de serviços de saúde, Saúde da mulher, Mensuração das desigualdades em saúde, Estudos transversais.
ABSTRACT
Considering the scenario of Brazilian population aging, marked by the feminization of old age and persistent social inequality in access to and use of health services, this study aims to investigate the association between socioeconomic variables and preventive healthcare among older women (50+), according to the source of health care. This is a cross-sectional study, based on ELSI-Brazil (2015-16) baseline data. The outcomes were Pap smear; mammography; measurements of cholesterol, blood glucose, and blood pressure; and the exposures of interest were educational level, self-reported skin color, and per capita household income. Odds ratio (OR) were estimated in Logistic regression models. Self-reported skin color, educational level, and per capita household income were frequently associated with outcomes for women with and without private health plans, with a higher prevalence of exams among those who were white and those who had higher educational and income levels. The implementation of public policies and multisectoral actions that tackle the structural determinants of health and improve people’s living and working conditions is essential to reducing health inequalities and ensuring the universal right to health.
Keywords: Aged. Screening Tests. Women\'s health. Measuring health inequalities. Cross-sectional studies.
RESUMEN
Considerando el escenario de envejecimiento de la población brasileña, marcado por la feminización de la vejez y la persistente desigualdad social en salud, este trabajo tiene como objetivo investigar la asociación entre variables socioeconómicas y la realización de exámenes preventivos de salud entre mujeres mayores, según fuente sanitaria. Se trata de un estudio transversal que utiliza datos de ELSI-Brasil (2015-16). Los resultados fueron prueba de Papanicolaou, mamografía, medición del colesterol y la glucosa en sangre y medición de la presión arterial, y las exposiciones de interés fueron la educación, la raza autoinformada y el ingreso familiar per cápita. Se ajustaron los modelos logísticos estimando odds ratios (α=5%). El color, la educación y los ingresos autoinformados se asociaron frecuentemente con los resultados, para mujeres con y sin afiliación a planes de salud privados, y se realizaron más exámenes entre las mujeres blancas y aquellas con mayor educación e ingresos. La implementación de políticas públicas multisectoriales que aborden los determinantes estructurales de la salud y mejoren las condiciones de vida y de trabajo son esenciales para reducir las inequidades en salud y garantizar el derecho universal a la salud.
Palabras clave: Adulto mayor, Uso de servicios de salud, Salud de la mujer, Medición de desigualdades en salud, Estudios transversales.
INTRODUCTION
In the aging process of the Brazilian population, the feminization of old age stands out, primarily as a consequence of women\'s greater life expectancy1. However, despite living longer, they are more subject to the process of weakening their health status, resulting from their social history, which involves discrimination in access to education, work, food, and salary2.
As a consequence of population aging, we have observed an increase in the incidence and prevalence of Noncommunicable Diseases (NCDs)3. Globally, the four main groups of NCDs (cardiovascular diseases, cancer, diabetes, and chronic respiratory diseases) account for 71% of all deaths, with low- and middle-income countries being the most impacted4. In Brazil, these groups of chronic diseases accounted for 54.7% of deaths in 20195.
Addressing NCDs is a challenge for public health and requires the health system to organize itself to offer regular preventive actions, timely diagnoses, and early treatment in order to reduce the incidence of complications and avoid premature deaths. The provision of comprehensive longitudinal care required to address NCDs increases the demand for health services, particularly among older adults, a population group that tends to have a higher number of chronic diseases. Research conducted by Nunes et al. (2018)6, using data from the Brazilian Longitudinal Study of Elderly Health (ELSI-Brazil), showed that the prevalence of multimorbidity was higher among women and increased with age.
The expansion of Family Health Strategy (FHS) teams has improved the performance of several health indicators for the population, with a significant reduction in hospitalizations and mortality due to chronic conditions that are sensitive to Primary Health Care (PHC)7-9. A study conducted in the state of Espírito Santo demonstrated that, after the implementation of the FHS teams, there was a reduction in hospitalizations due to conditions that are sensitive to primary care, especially those related to hypertension among adults and the elderly10. Another initiative that contributed to the control of NCDs was the implementation of the Hyperdia program, an initiative of the FHS launched in 2001, which enabled more systematic monitoring of people with diabetes and hypertension by health teams11.
The FHS has established itself as an important tool for addressing social inequalities in health, mainly by expanding access to PHC services and preventing complications from chronic conditions7-9. However, despite these advances, Brazil is still extremely marked by social inequalities in access to and use of health services, and individuals with greater social disadvantages are less likely to seek and use these services. Evidence suggests that, although the FHS teams have contributed to expanding access to and use of health services, barriers still persist that limit universality and equity in care, reflecting the continued inequalities in the country12,13.
Social inequality in access to health services is also evident in the use of medical examinations among women. The literature indicates that married, white women, women with higher educational levels, and with private health insurance are more likely to have undergone a Pap smear, a preventive exam used to diagnose cervical cancer, the third leading cause of death in women in Brazil14-18. Similar results were observed for mammography, used to detect breast cancer, the neoplasm that most kills women in Brazil19. Studies indicate that women with higher educational and income levels, who live with a partner, who live in urban areas, and who have private health insurance are more likely to undergo the exam14,17,18,20.
For the Pap smear, the Ministry of Health (MoH) protocols recommend performing two exams with a one-year interval between them and, if both are negative, that the frequency be increased to three years, with the target audience being women aged 25 to 64 years21. Regarding mammography, the recommendation is that the exam should be performed every two years for women aged 50 to 69 years21.
In addition to neoplasms, two other groups of NCDs are responsible for a major part of the morbidity and mortality among women: circulatory system diseases, especially cardiovascular diseases, and diabetes. It is well-known that systemic arterial hypertension (SAH) and dyslipidemia constitute modifiable risk factors for the development of cardiovascular diseases and are considered a major public health problem22,23. According to the Brazilian Hypertension Guidelines, healthy individuals with adequate blood pressure values measured in the office and pre-hypertensive patients should have their blood pressure measured at least once a year22,24.
High cholesterol is associated with an increased risk of heart disease and stroke25. There is no consensus regarding the frequency of screening, and it is usually determined according to cardiovascular risk. For individuals with normal results, it is suggested that the measurement be performed every five years. A shorter interval may be recommended for people with values close to the limit26.
As for diabetes mellitus, there is no evidence regarding an ideal frequency for screening; however, the MoH recommends that individuals with risk factors should be tested every three to five years27.
In view of the above, considering the scenario of Brazilian population aging, marked by the feminization of old age and social inequality in access to and use of health services, the present study aimed to investigate the association between socioeconomic variables and preventive healthcare among older women (50 years and older), according to the source of care (exclusive users of SUS or affiliation with a private health plan). Stratification by source of care is necessary due to differences in the organization of the systems, which may be an important confounding factor for the object of study.
This work seeks to fill a gap in the Brazilian context by contributing information that strengthens public health policies in Brazil, helping to ensure comprehensive longitudinal care for women aged 50 and older. Furthermore, the results presented herein can contribute to expanding the availability of preventive services and to the promotion of multisectoral measures that act upon socioeconomic conditions as a strategy to reduce social inequalities in health and guarantee equity.
METHODS
Study population
Cross-sectional study conducted with baseline data from the Brazilian Longitudinal Study of Aging (ELSI-Brazil), collected between 2015 and 2016. To ensure representativeness of urban and rural areas in municipalities of different sizes (small, medium, and large), the ELSI-Brazil sampling process adopted a design with selection stages, involving stratification, according to population size, primary sampling units (municipalities), census tracts, and households. The planned number of interviews was 10,000 (9,412 participated), residing in 70 municipalities, located in the five Brazilian macro-regions. The ELSI-Brazil sample is representative of the non-institutionalized Brazilian population aged 50 and over.
More details on the methodology were described in another publication28 and on the research website (https://elsi.cpqrr.fiocruz.br/). Females aged 50 years or older were eligible for this study, making up all 5,314 female ELSI participants.
Study variables
Dependent variables (Healthcare service use indicators)
The outcomes of interest were indicators of the use of health services by older participants, assessed based on Pap smear and mammogram tests, in accordance with the MoH21 guidelines for the age group, blood glucose and cholesterol levels, and blood pressure measurements22, as described below:
a) Pap smear, for participants aged 50 to 64 years (3 years or less; more than 3 years or never had one)
b) Mammography, for participants aged 50 to 69 years (2 years or less; more than 2 years or never had one)
c) Blood glucose level, for participants aged 50 or over (3 years or less; more than 3 years or never had one)
d) Cholesterol level, for participants aged 50 or over (3 years or less; more than 3 years or never had one)
e) Blood pressure measurement, for participants aged 50 or over (Up to 1 year; more than 1 year or never had one)
The temporality of the outcomes was defined in this way to ensure alignment with current public health policies in Brazil, in addition to reflecting the standard practice of the health system in our context.
Exposure variables (socioeconomic indicators)
a) Self-reported race (white; other (black, brown, yellow, and indigenous))
b) Educational level (< 4 years; 4-7 years; ≥ 8 years of study)
c) Per capita household income (in tertiles: up to R$587.00; from R$587.00 to R$1,050.00; above R$1,050.00)
Adjustment variables
a) Age (50-59; 60-69; 70-79; 80 years and over)
b) Living arrangement (lives alone; does not live alone)
c) Number of chronic diseases, considering self-reported medical diagnosis for high blood pressure, diabetes, heart attack, angina, heart failure, stroke, chronic obstructive pulmonary disease, arthritis or rheumatism, depression, cancer and chronic renal failure (absence of disease; one chronic disease; two or more chronic diseases)
Stratification variable
a) Source of health care (with health insurance; without health insurance).
Data analysis
The sample characteristics were presented using relative frequencies, with their respective 95% confidence intervals (95% CI). In the unadjusted analyses, Pearson\'s Chi-Square test, with Rao-Scott correction, was used to assess the statistical significance of differences between proportions, according to the source of health care.
The magnitudes of the associations between the exposure variables (self-reported race, education, and per capita household income) and the outcomes (Pap smear, mammography, blood glucose and cholesterol levels, and blood pressure measurement) were analyzed using the logistic regression model, with estimated odds ratios and their respective 95% CI. Crude models and models adjusted for potential confounding factors were adjusted in the sample stratified according to the source of health care. The goodness-of-fit of the model adjustment was assessed using the Hosmer-Lemeshow test. All analyses were conducted using Stata® software version 14.1, taking into account the complexity of the sample design and the weight of the individuals. The significance level was set at 5%.
Ethical aspects
ELSI-Brazil was approved by the Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) ethics committee, Minas Gerais, Brazil (protocol number 886.754). All participants registered their consent to participate in the study by signing the Free and Informed Consent Form (FICF).
ELSI-Brazil was funded by the MoH: DECIT/SCTIE (Processes: 404965/2012-1 and TED 28/2017); COPID/DECIV/SAPS (Processes: 20836, 22566, 23700, 25560, 25552, and 27510).
RESULTS
The ELSI-Brazil sample included 5,314 women. Those who met the selection criteria regarding the age group and provided valid responses for the outcomes of interest were included in the study, with the largest loss, of 2.13%, being due to invalid responses for the outcome related to cholesterol measurement. The final study sample consisted of 5,225; 5,201; and 5,265 women for, respectively, the outcomes of blood glucose, cholesterol levels, and blood pressure measurements, and 2,942 and 3,727 women for Pap smear (50 to 64 years) and mammogram (50 to 69 years), respectively.
Affiliation to a private health plan was declared by 25.3% of the participants. According to Table 1, 54.2% of the participants were 60 years of age or older and 57.3% self-identified as black, brown, yellow, or indigenous. Approximately one in 10 lived alone, and 34.5% had less than four years of education. Approximately 39% of the participants reported no chronic disease and 28% self-reported multimorbidity (diagnosis of at least two chronic diseases). Regarding preventive healthcare, approximately 78% had undergone a Pap smear in the last three years and 74% had a mammogram in the last two years. Approximately 90% of the participants had blood glucose and cholesterol tests performed in the last three years, while 94% had their blood pressure measured in the last year. With the exception of the number of chronic diseases, all other variables included in the study were statistically associated with affiliation to a private health plan, with preventive healthcare being more frequent among participants with a health plan.
TABLE 1. Descriptive characteristics of the sample, overall and according to private health plan affiliation (ELSI-Brazil, 2015-2016).
The associations between sociodemographic variables and the performance of preventive healthcare are presented in Tables 2 and 3 for participants with and without health insurance, respectively. For both groups, self-reported race, educational level, and per capita income were associated with most of the analyzed outcomes, with a higher prevalence of exams among white participants, with higher educational levels, and living in households with higher per capita income. Among participants with health insurance, age group and living arrangements were not statistically associated with any of the analyzed outcomes (Table 2). By contrast, for exclusive users of SUS, age group was strongly associated with the use of health services. For Pap smear and mammography exams, a higher frequency was observed among younger participants, whereas for the other exams, there was a higher frequency among older participants (Table 3). It is also important to note that there was a higher frequency of mammography and blood glucose testing among those who did not live alone (Table 3).
TABLE 2. Prevalence (% (95% CI)) of preventive healthcare among older women who have private health insurance, according to sociodemographic variables (ELSI-Brazil, 2015-2016).
TABLE 3. Prevalence (% (95% CI)) of preventive healthcare among older women who do not have private health insurance, according to sociodemographic variables (ELSI-Brazil, 2015-2016).
Tables 4 and 5 show the association between socioeconomic variables and preventive healthcare for participants with and without health insurance, respectively, adjusted for age groups, living arrangements, and number of chronic diseases. Among participants who reported having health insurance, compared to black, brown, yellow, or indigenous individuals, there was a greater chance of having cholesterol levels measured within the last three years among white individuals (OR = 2.00; 95% CI 1.13–3.56). Educational level was significantly associated with having a Pap smear and having cholesterol levels measured. Compared to participants with less than four years of education, having between four and seven years of education and eight years or more was associated with a greater chance of having a Pap smear (OR = 3.88; 95% CI 1.85–8.13 and OR = 3.04; 95% CI 1.62–5.67, respectively). Participants with 8 or more years of education were also more likely to have their cholesterol levels measured (OR = 2.73; 95% CI 1.19–6.27). Finally, participants in the highest tertile of household per capita income were more likely to have their blood glucose levels (OR = 2.51; 95% CI 1.47–4.30) and cholesterol levels (OR = 2.65; 95% CI 1.24–5.64) measured, as compared to those in the lowest tertile. Having had a mammogram in the last two years and having had one’s blood pressure measured in the last year were not statistically associated with the analyzed socioeconomic factors. Detailed results can be seen in Table 4.
For exclusive SUS users, positive and statistically significant associations were identified among self-reported race, educational level, per capita household income, and the use of health services (Table 5). White participants were more likely to have had their blood glucose levels measured within the last three years (OR = 1.30; 95% CI 1.01–1.68). Compared to participants with less than four years of education, those with 4–7 years of education were more likely to have had a mammogram in the last two years (OR = 1.35; 95% CI 1.08–1.69), as well as blood glucose and cholesterol levels measured in the last 3 years (respectively, OR = 1.56; 95% CI 1.16–2.09 and OR = 2.04; 95% CI 1.52–2.74). Having eight or more years of education was also associated with a higher chance of undergoing blood glucose (OR = 1.67; 95% CI 1.27–2.20) and cholesterol (OR = 2.10; 95% CI 1.62–2.72) exams. Regarding income, participants in the second tertile of per capita household income were more likely to undergo a Pap smear (OR = 1.50; 95% CI 1.06–2.10). Participants in the third tertile of income were more likely have a Pap smear (OR = 1.47; 95% CI 1.02–2.12) and blood glucose (OR = 1.55; 95% CI 1.14–2.10) and cholesterol (OR = 1.68; 95% CI 1.23–2.30) exams. The socioeconomic factors analyzed in this study were not associated with blood pressure measurements in the last year. Additional details are presented in Table 5.
TABLE 4. Association (OR (95% CI)) between sociodemographic characteristics and the use of preventive healthcare among older women who have private health insurance (ELSI-Brazil, 2015-2016).
TABLE 5: Association (OR (95% CI)) between sociodemographic characteristics and the use of preventive healthcare among older women who do not have private health insurance (ELSI-Brazil, 2015-2016).
DISCUSSION
The results of this study highlighted the presence of inequalities in preventive healthcare among Brazilian women aged 50 and over, in the investigated outcomes. The main results include (a) the greater frequency of cholesterol (private health plan members) and blood glucose (exclusive SUS users) exams among white women; (b) education as an important determinant for the performance of exams among older Brazilian women with private health insurance (Pap smear and cholesterol) and without private health insurance (mammography, blood glucose, and cholesterol); (c) income as an important determinant for the performance of exams among older Brazilian women with private health insurance (blood glucose and cholesterol) and without private health insurance (Pap smear, blood glucose, and cholesterol).
Socioeconomic markers are determinants of the performance of preventive exams among Brazilian women aged 50 and over. In this age group, NCDs are the most prevalent conditions, and since 2014, neoplasms have been the leading cause of death from NCDs among women in Brazil, overloading the health system and generating high economic costs29-31.
In this context, Brazil implemented the Strategic Action Plan to Combat NCDs (2011-2022), focusing on the prevention and control of such diseases as diabetes, high blood pressure, breast cancer, and cervical cancer. The 2021-2030 plan was recently launched, prioritizing disease prevention and health promotion, with a view to eliminating health inequalities32,33. It is important to emphasize that government actions should prioritize the prevention and reduction of risk factors, poverty, and social inequality, with action on the structural and intermediate determinants of health.
Although strategic action plans exist, evidence suggests that socioeconomic disparities persist in indicators of health service use, particularly those related to race/color, education, and income, regardless of the source of health care.
The Brazilian health system is comprised of SUS, which offers universal and free care, and the private system, based on one’s ability to pay of individuals, families, and employers34. Due to differences in the organization of the systems, the present study opted to use stratification by source of care. Despite the constitutional principles of universality, equity, and comprehensiveness of SUS, the population finds it difficult to schedule appointments and surgeries, and undergo examinations. Important differences can also be observed between exclusive SUS users and individuals with private health insurance34,35. It is important to note that although SUS offers all the exams studied in our work, affiliation with a private insurance plan continues to be a determining factor in performing them14,20,36-38.
Several studies indicate that education is one of the main socioeconomic markers associated with health outcomes39-41. In this study, education also proved to be an important determinant of preventive exams among older Brazilian women, with or without a health insurance plan. The literature shows that, in Brazil, women with higher education and who are affiliated with a health insurance plan are more likely to undergo medical exams, such as Pap smears and mammograms14,20,41,42. Regarding blood glucose levels, evidence also reports a lower prevalence among Brazilians with lower education43. In the USA, the proportion of women who underwent mammograms was 15% lower among those with lower education37. The literature also indicates a positive association between education and cholesterol levels. A study conducted in Poland showed that the chance of undergoing a cholesterol exam is 1.5-fold greater for people with secondary or higher education when compared to people with lower education44. Likewise, the proportion of individuals with lower levels of education who undergo this exam is 15% lower in the USA.37 Similar findings were identified in India, where education played a relevant role in the socioeconomic inequality related to the performance of blood pressure and blood glucose exams among individuals over 30 years of age in the four evaluated districts45. These findings reinforce how important the contribution of education is in the performance of preventive healthcare and point to the need to adopt strategies focused on reducing the inequalities found, such as the promotion of actions aimed at the less educated population.
In the literature, there is no consensus on the relationship between screening test uptake and race/color. In agreement with data from this study, Boccolini and Souza Junior (2016)43, when conducting a study to investigate the factors associated with inequities in the use of health services in Brazil, showed that non-white people were less likely to undergo exams, such as blood glucose levels exams. However, a study conducted in the USA with women aged 50 to 64 years found no significant differences in relation to race/color for undergoing mammograms and Pap smears37. A study that evaluated inequalities in relation to cholesterol testing in the USA showed that 6% of women aged 45 or over had never undergone a cholesterol exam. However, although the proportion of non-screening was higher among non-whites, the disparities between whites and non-whites were eliminated after adjustments for confounding variables46. Despite the lack of consensus, disparities by race/color remain an important determinant in the use of health services among older Brazilian women.
Similar to the findings of this study, data from the literature suggest that income is also considered an important determinant of the use of health services and the performance of tests40,44. Higher income was positively associated with the performance of the Pap smear among Swiss women, aged 20 to 70 years47, and among Brazilian women over 60 years of age living in the city of Juiz de Fora, in the state of Minas Gerais41. In Peru, a study conducted to assess inequalities in the performance of the Pap smear in the last three years among women, aged 30 to 59 years, revealed that the performance of the exam was concentrated among women with a higher wealth index48. In the USA, the proportion of women who performed the Pap smear was 27% lower among those with lower incomes37, and similar results were observed in relation to blood glucose and cholesterol exams. In India, a relevant role of income was observed in the inequality in the performance of blood pressure and blood glucose exams in the population over 30 years of age45. In the population over 50 years of age in Italy, Poland, Spain, France, Switzerland, and Austria, these exams are more frequent in high-income groups49 and in the USA, cholesterol testing was approximately 15% lower among those with lower incomes37.
In general, the findings of this study show that older Brazilian women (50+), black, brown, Asian, or indigenous, with lower income and education, and who use SUS exclusively are those who least undergo preventive exams.
This study has a limitation of information bias, since the outcomes were self-reported and people who are affected by a problem or disease may tend to remember more about undergoing these exams than would those who are not affected. In addition, people who have health problems tend to seek out services more often. However, the number of chronic diseases was included as an adjustment, which minimized a possible effect of this factor. However, this study also brings significant contributions, as it was conducted with a representative sample of the Brazilian population, aged 50 years and over, who are not institutionalized, living in urban and rural areas in municipalities of different sizes (small, medium, and large). Data collection was carried out by interviewers who were duly trained and certified by the project\'s research team in order to guarantee the quality of the collected information. Data analysis was conducted using appropriate statistical methodology, incorporating the effect of complex sampling design and sampling weight.
In short, the results obtained in this study showed that the socioeconomic factors evaluated were significantly associated with the performance of preventive healthcare by older Brazilian women. It is possible that individuals with higher educational levels and income recognize their health needs more and seek out health services and medical care more often, and/or have a greater ease of access. In any case, when factors such as education, self-reported race/color, and income are associated with the use of health care, evidence of inequities appears. In this context, in addition to the provision of health services, public measures and policies aimed at older women with lower income and education and who self-identify as black, brown, yellow, or indigenous, are necessary as a strategy to reduce the inequities present in the use of preventive health services.
FUNDING
This study received funding from the Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel, through a Master\'s scholarship. ELSI-Brasil is funded by the Ministry of Health: DECIT/SCTIE (Processes: 404965/2012-1 and TED 28/2017); COPID/DECIV/SAPS (Processes: 20836, 22566, 23700, 25560, 25552 and 27510).
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Como
Citar
Carvalho, PF, Braga, LS, Lima-Costa, MF, Mambrini, JVM. Desigualdades sociais na realização de exames preventivos entre mulheres mais velhas (50+): evidências do ELSI-Brasil. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2025/mai). [Citado em 15/06/2025].
Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/desigualdades-sociais-na-realizacao-de-exames-preventivos-entre-mulheres-mais-velhas-50-evidencias-do-elsibrasil/19601?id=19601