0039/2024 - Compreensão e tomada de decisão de pessoas idosas frente às informações sobre a COVID-19: Estudo de Caso no sul do Brasil
Understanding and decision-making of older people in face of the information about COVID-19: a case study in southern Brazil
Autor:
• Marina Bittelbrunn Severo - Severo, M. B. - <marina.severo11@gmail.com>ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7210-3442
Coautor(es):
• Kátia Bones Rocha - Rocha, K. B. - <katia.rocha@pucrs.br>ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7603-1709
• Irani Iracema de Lima Argimon - Argimon, I. I. de L. - <argimoni@pucrs.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4984-0345
• Tatiana Engel Gerhardt - Gerhardt, T. E. - <tatiana.gerhardt@ufrgs.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8707-6347
• Ricardo Bezerra Cavalcante - Cavalcante, R. B. - <ricardocavalcante.ufjf@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5381-4815
• Alexandre Fávero Bulgarelli - Bulgarelli, A.F. - <alexandre.bulgarelli@ufrgs.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7110-251X
Resumo:
As informações sobre a pandemia de COVID-19, passaram a ser foco de atenção na saúde da população. Nesse sentido, pessoas idosas, além de classificadas como grupo de risco, são vulneráveis aos impactos da quantidade e qualidade das informações recebidas, por necessitarem passar por um processo de letramento digital. Objetivo: compreender como pessoas idosas ativas utilizam as informações sobre a COVID-19. Metodologicamente, foi realizado um Estudo de Caso do tipo único de abordagem teórico metodológica qualitativa, fundamentado na teoria do Comportamento Informacional de Thomas Wilson. Entrevistas semidirigidas foram realizadas, buscando atingir a saturação teórica dos dados. Assim, 31 pessoas idosas foram entrevistadas, obtendo-se média de idade de 69 anos, majoritariamente de alta escolaridade. Como resultados observou-se que as informações foram utilizadas para assimilar o fenômeno vivenciado, na busca por compreender como agir e tomar decisões sobre o cuidado em saúde. Considera-se que o caso apresentou pessoas idosas que passaram a sentir-se mais capacitadas a selecionar as notícias no decorrer do período de pandemia. Os achados podem contribuir na construção de materiais instrutivos em relação às informações sobre saúde, visando tomadas de decisões adequadas.Palavras-chave:
saúde do idoso; competência em informação; infodemia;Abstract:
Information about the COVID-19 pandemic has become the focus of attention in the population\'s health. In this sense, older people, in addition to being classified as a risk group, are vulnerable to the impacts of the quantity and quality of information received, as they need to go through a digital literacy process. Objective: to understand how active older people use information about COVID-19. Methodologically, a Case Study of a unique type of qualitative methodological theoretical approach was carried out, based on Thomas Wilson\'s theory of Information Behavior. Semi-structured interviews were carried out, seeking to reach theoretical saturation of the data. Thus, 31 elderly people were interviewed, obtaining an average age of 69 years, mostly with high education. As a result, it was observed that the information was used to assimilate the phenomenon experienced, in the search for understanding how to act and make decisions about health care. It is considered that the case presented elderly people who started to feel more able to the news during the pandemic period. The findings can contribute to the construction of instructional materials in relation to health information, aiming to make appropriate decisions.Keywords:
health of the elderly; information literacy; infodemicConteúdo:
A infodemia de COVID-19 foi determinada pela Organização Mundial da Saúde como a intensidade de desinformação a respeito da pandemia, considerando este fenômeno como uma emergente questão em saúde pública1,2. Essa situação se intensifica principalmente em decorrência das falsas informações divulgadas por meio de mídias sociais, que acabam repercutindo nas ações da população frente aos cuidados com o Coronavírus3, 4, 5. A proliferação do Coronavírus também esteve associada à proliferação das informações sobre a doença. O termo “infodemia” de COVID-19 caracteriza o número excessivo de informações a respeito da temática de forma bastante acessível à população. Este fenômeno esteve atrelado, muitas vezes, à divulgação de material informativo falso ou sem comprovação científica6. Durante a pandemia de COVID-19, pessoas idosas foram consideradas como “grupo de risco”, recebendo, portanto, indicações mais rígidas a respeito do distanciamento social e das medidas de proteção contra a doença7,8,9,10. O risco de pessoas idosas sofrerem maiores agravos em relação à COVID-19 merece atenção, porém, o risco de sofrer consequências frente à infodemia também deve ser considerado11. Tendo em vista que essa população passa continuamente por um processo de letramento digital, buscando adaptar-se às novas maneiras disponíveis de receber informação6,11,12.
O envelhecimento da população brasileira está crescendo gradualmente, porém, concomitante à desigualdade social. Nesse sentido, o desenvolvimento de estudos a respeito da relação saúde-doença perante as pessoas idosas, contribuem na estruturação de políticas públicas que tenham como enfoque o cenário atual e busquem a viabilidade de envelhecer de forma saudável13,14. Existem diversas demandas de saúde que necessitam da atenção do sistema de saúde brasileiro e a inversão na pirâmide etária acaba sendo acrescentada a este montante de necessidades, considerando uma população que envelhece cada vez mais15.
Os avanços tecnológicos permitem ampliação no acesso às informações sobre saúde, visando a conscientização. Porém, a facilidade no compartilhamento de material informativo também impacta na proliferação de notícias falsas, o que foi amplamente verificado ao longo da pandemia de COVID-19 e refletiu no comportamento adotado pelas pessoas que acessam o material6.
Neste sentido, é necessário desenvolver e aprimorar os estudos a respeito do processo de aquisição e uso de informações em relação aos impactos na pandemia de COVID-1916, principalmente em populações que estão envelhecendo. Partindo deste pressuposto, conhecer o comportamento informacional das pessoas idosas referente às informações, muitas vezes excessivas e inverídicas, sobre a COVID-19, assim como suas repercussões, se faz necessário ao pensar nas estratégias de cuidado em saúde desta faixa-etária e das demais gerações que passam pelo processo de envelhecimento17. Diante do exposto, este estudo tem o objetivo de compreender como pessoas idosas ativas, e residentes em um grande centro urbano, utilizam as informações sobre a COVID-19, a que foram expostas.
Metodologia
O presente estudo faz parte de um projeto de pesquisa multicêntrico internacional18, que analisou as repercussões da infodemia de COVID-19 na saúde mental de pessoas idosas, de método misto de estratégia sequencial explanatória19. Este estudo corresponde à fase dois do projeto na cidade de Porto Alegre/RS que é um dos municípios estudados no estudo multicêntrico. Trata-se de um Estudo de Caso do tipo único de abordagem teórico metodológica qualitativa, desenvolvida seguindo um método indutivo. Propõe-se um Estudo de Caso único, entendendo seu caráter exploratório, em que se encontrou uma oportunidade histórica para seu desenvolvimento, na busca por compreender a questão do comportamento informacional de pessoas idosas durante a pandemia que, na atualidade, está indissociada do fenômeno da infodemia de COVID-19. Assim, contextualiza-se, também, como um Estudo de Caso exploratório com características da contemporaneidade20. A pesquisa foi fundamentada teórica e metodologicamente na teoria do Comportamento Informacional de Thomas D. Wilson21 e encontra-se aprovada sob parecer 4.134.050 da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa - CONEP.
Os participantes foram escolhidos, partindo-se do pressuposto de que seriam contactados aqueles idosos que consentiram inicialmente em continuar participando da parte qualitativa da pesquisa, visto que a fase quantitativa ocorreu anteriormente a este estudo18. Foram incluídas pessoas idosas (60 anos ou mais), com autonomia para responder às perguntas, tendo acesso a email e/ou redes sociais e/ou telefone, residentes na cidade de Porto Alegre/RS e que participaram da primeira etapa do estudo. Era garantido aos participantes que, em caso de desistência da participação na pesquisa, bastaria não aceitar verbalmente ou pedir para interromper a qualquer momento. Dentre as pessoas contatadas que aceitaram iniciar a entrevista, apenas uma se recusou a continuar participando.
Os dados foram produzidos por meio de entrevistas semidirigidas, seguindo um roteiro norteador que continha as seguintes perguntas disparadoras: “Conte para mim uma situação (um exemplo) durante a pandemia de COVID-19 em que você precisou buscar informações”; “conte para mim: como você se sente(iu) ao receber informações ou notícias sobre a doença ou sobre o vírus?”; “Como você lida com as informações sobre a COVID-19?”; “Você gostaria de falar algo mais sobre como você reage (tem vivenciado) a estas informações sobre a COVID-19 em sua vida?”. Devido ao fato que as entrevistas foram feitas durante a pandemia, as mesmas foram realizadas por chamada telefônica ou aplicativo de videochamada e áudio gravadas, visando compreender o ponto de vista e a vivência do público em questão frente ao fenômeno estudado. As perguntas norteadoras foram elaboradas com base no Comportamento Informacional para a compreensão da busca, análise, uso e compartilhamento de informações21. Cabe destacar que perguntas circulares foram feitas ao longo das entrevistas para adensar o processo de produção dos dados.
A abordagem inicial dos participantes se deu a partir dos contatos telefônicos, fornecidos previamente pelos idosos, pela web-based survey realizada na fase 1 da pesquisa. Uma mensagem via WhatsApp foi, então, disponibilizada, contextualizando a continuidade da pesquisa e convidando o idoso a participar da segunda fase. Após a explicação por escrito, quando necessário, foi feita uma chamada telefônica para solucionar demais dúvidas a respeito da conversa. A partir da manifestação de interesse por parte dos idosos, foi agendado o dia e horário para a entrevista semidirigidas. O contato pela rede social WhatsApp, como forma de mensagem, e chamada telefônica foram realizados no intuito de estabelecer o primeiro vínculo com os idosos para a posterior entrevista. Durante toda a abordagem, a pesquisadora não insistiu caso os idosos não manifestassem interesse em participar e/ou continuar participando. Apesar de já haver o aceite da etapa 1 da pesquisa, a disposição de participar da fase 2 ficou a critério dos idosos que foram relembrados deste momento anterior e seu eventual aceite foi novamente registrado, de forma verbal, na entrevista audiogravada.
O processo de coleta de dados da presente pesquisa, feita com os idosos de Porto Alegre, deu-se de julho de 2021 a abril de 2022. As entrevistas deste Estudo de Caso foram realizadas em um momento de vacinação de idosos com a segunda dose, de insegurança em relação ao contato social e de um declínio lento do número de mortes e das internações hospitalares em UTI. O número final de entrevistados/participantes foi obtido seguindo a Técnica de Saturação Teórica dos dados22,23. Considerou-se que não é possível contar com um ponto de saturação a priori, respeitando a ideia de que a abordagem feita no campo precisa refletir a percepção do pesquisador em relação ao seu objetivo24. Deste modo, foram realizadas 31 entrevistas. As transcrições das entrevistas foram elaboradas de acordo com a maneira como os entrevistados verbalizaram, apresentando-se próximas da oralidade. Foi respeitado o protocolo de transcrição que propõem um padrão de escrita e simbologias específicas para identificar a maneira como a conversa transcorreu25. Os dados coletados e transformados em material textual foram sistematizados a partir da Análise de Conteúdo com auxílio do software OpenLogus. A partir de convergências cabíveis entre os conteúdos abordados, as codificações foram agrupadas em categorias temáticas, com base nas interpretações com o suporte teórico do modelo conceitual de Comportamento Informacional de Thomas Wilson21. Destaca-se que a codificação foi definida em consenso com a equipe de pesquisadores responsável pelo desenvolvimento do Projeto Multicêntrico18 por meio de elaborações e validações coletivas em reuniões periódicas realizadas ao longo do desenvolvimento da pesquisa. A interpretação dos resultados ocorreu de forma a torná-los significativos e válidos. Um segundo pesquisador qualitativista realizou o acompanhamento da análise dos dados, para sua validação18.
Neste contexto metodológico, o Caso em estudo mostra-se rico em contextos que permitiram a compreensão de um cenário único associando pessoas, decretos emergenciais, disponibilidades de vacinas nunca antes aplicadas na população e uma atmosfera de desinformação e excesso de informação sobre a COVID-19, algo que se aproxima de uma infodemia de COVID-19. Esse contexto, vivenciado a partir de 2020, também contou com as especificidades dos avanços tecnológicos, influenciando ciência, saúde e comunicação de maneiras positivas e negativas através da facilidade no acesso a um grande número de informações sobre o tema.
Características dos participantes
A partir da etapa inicial do estudo Multicêntrico18, 26, o qual obteve uma amostra de 381 pessoas idosas, 128 participantes demonstraram interesse em seguir participando da próxima etapa do estudo. A partir do contato com estas pessoas, 31 idosos foram entrevistados, respeitando a vontade de cada participante que havia manifestado interesse anteriormente e buscando dar conta da saturação teórica dos dados.
A estratégia de contato com os potenciais entrevistados foi estipulada buscando-se trazer a representatividade de idade e gênero para o grupo de pessoas idosas (média de 69 anos de idade) do caso em estudo. Todos os idosos que participaram do estudo se apresentavam como residentes de Porto Alegre/RS, embora parte tenha se mudado temporariamente para cidades do interior durante o período de isolamento social. Outras características como escolaridade e etnia, embora não consideradas no processo de seleção/escolha dos participantes por não haver uma variedade considerável capaz de articular com os demais marcadores, foram descritas e consideradas na caracterização dos participantes.
Os participantes desta pesquisa eram na maioria brancos, com alto grau de escolaridade, características essas representativas da amostra de Porto Alegre/RS do estudo multicêntrico. Cabe destacar que se trata de pessoas idosas de Porto Alegre com acesso à internet, contatadas por meio das mídias digitais. Além de estarem vivenciando a infodemia também através da internet, são participantes que se mostraram disponíveis para conversar sobre sua utilização, contemplando o tema desta pesquisa.
A característica sociodemográfica do Caso em estudo, pode estar associada ao nível de escolaridade das pessoas entrevistadas, reafirmando a desigualdade no acesso à educação em relação à raça/cor no Brasil. Mais especificamente no Rio Grande do Sul, a taxa de analfabetismo, por raça/cor e faixa etária, traz que pessoas com 60 anos ou mais, declaradas como pretas, têm um nível de analfabetismo três vezes maior do que de pessoas brancas da mesma faixa etária27. Portanto, o fato das pessoas que compõem o caso em estudo apresentarem um nível de escolaridade elevada, reflete também na não representatividade étnica do acesso à educação na cidade de Porto Alegre. Pessoas com alta escolaridade, acesso e entendimento a respeito do uso da internet, podem demonstrar um perfil sociodemográfico que tende a indicar um padrão de pessoas idosas mais familiarizadas com as mídias digitais28.
Com a percepção trazida por estes idosos, nas suas falas e na participação nas entrevistas, bem como com o referencial teórico escolhido para análise e interpretação, foi possível compreender que essas pessoas utilizam a informação, que excessivamente chega até elas, de maneira a, inicialmente, compreender o fenômeno da pandemia, para posteriormente selecionar os métodos de lidar com a situação. Neste processo compreensivo foram estruturadas duas categorias temáticas, que norteiam a discussão e interpretação do Caso em estudo.
Resultados e discussão
Os resultados do presente estudo são apresentados de forma narrativa, de maneira que são trazidos para o texto alguns trechos de falas que representam Unidade de Registros. Tais Unidades de Registro, dentro do processo de análise e estratégia de interpretação semiótica29, permitiram a construção de núcleos de sentidos que representam os conteúdos transformados em dois grandes temas que representam comportamentos das pessoas idosas frente às informações a respeito da COVID-19. Deste modo, os trechos das falas não representam os resultados na íntegra, mas ilustram em uma narrativa textual semiótica registros importantes dos conteúdos para a construção da interpretação segundo o referencial teórico utilizado na pesquisa. Dois temas emergiram como resultados: “Desenvolvimento de uma compreensão sobre a pandemia de COVID-19” e “Tomada de decisão: selecionando e utilizando métodos de proteção e cuidado em saúde” que serão descritos a seguir.
Desenvolvimento de uma compreensão sobre a pandemia de COVID-19
O comportamento informacional de buscar informações parte da necessidade de utilização deste material a um objetivo final21. Os participantes da pesquisa tiveram o comportamento de adquirir informações sobre a pandemia no intuito de alcançar maior compreensão do perigo da situação e, consequentemente, dos cuidados de prevenção como sendo necessários. Houve uma habilidade desenvolvida por estas pessoas idosas, após o acesso à informação, por buscar compreender do que se tratava esta pandemia. A percepção do perigo existe e apresenta-se como algo que está fora de controle e com um perigo diferente de uma gripe comum30. Esse entendimento da existência do vírus e de suas consequências, bem como da importância de agir sobre o problema apresentado, se deu a partir das informações acessadas a respeito da evolução da doença. Estas pessoas idosas buscam informações para se contextualizarem sobre o vírus, a doença e o que fazer.
“Eu já tenho assim, óh: consciência do perigo disso, disso tudo. E eu tendo uma consciência assim, óh, talvez eu tenha muito mais consciência da/ que as pessoas de um modo geral, num sentindo assim/ eu já vi que é isso que acontece então não vou fazer. Já pus isso na minha cabeça, não vou fazer, entendi. Então eu tenho assim, óh, eu sei que para ir no super eu tenho que pôr máscara que eu não tenho que tirar perto das pessoas então, já é uma coisa, faz parte da da minha/ do meu dia a dia, eu só vou deixar de usar máscaras, só vou deixar de mudar de comportamento quando eu tiver certeza de que está tudo ok, que está liberado e que pode andar” (Jequitibá, homem, 64 anos).
No decorrer do tempo de pandemia, mesmo diante do que se aproxima de uma infodemia, percebe-se que a utilização dos cuidados em saúde passa a fazer parte do cotidiano dos participantes. O ato de se cuidar e se proteger da contaminação partiu do entendimento adquirido progressivamente sobre o tema. A atenção para as preocupações e dificuldades para o exercício de um cuidado seguro frente à pandemia torna-se extremamente necessário, tanto aos usuários quanto aos profissionais dos serviços de saúde. A compreensão desses atravessamentos pode gerar impactos positivos na segurança para praticar os cuidados em saúde31. O comportamento do uso da informação corresponde ao ato de assimilar o material, comparando com conhecimentos anteriores21. As pessoas idosas entrevistadas, são conscientes a respeito dos cuidados necessários, no decorrer da pandemia, sendo esse entendimento utilizado para gerar alívio e nortear a forma ideal de agir, evitando também a potencial incerteza gerada pelo excesso de informações.
“Então, esse tipo de coisa, assim, vai te deixando… À medida que foi girando, que tu foi te informando e que o tempo passando, e tu foi entendendo exatamente o/ a questão onde tu estavas inserido naquele momento difícil e diferente na vida de todo mundo, aquilo foi dando… não digo que segurança, mas um certo alívio… Conseguir, conseguir lidar melhor com isso” (Hortênsia, mulher, 73 anos).
É possível compreender que estes idosos conscientes buscam conhecimento sobre a pandemia e se comportaram buscando controlar suas inseguranças e solucionar suas potenciais incertezas. Houve um movimento das pessoas idosas passarem a olhar para si, enquanto afetadas pela infodemia, o que reforça o caráter complexo desse fenômeno. Orientações destinadas aos idosos, caracterizando-os como “grupo de risco” frente à pandemia, geraram certa angústia nas pessoas de tal faixa etária, que receberam a rotulação como uma confirmação da vulnerabilidade10.
“A idade tá me dando um peso que ela não tinha antes, sabe? Porque, hã, a gente vê tanta… a morte, que parece que tu vê… Que porque tu tem idade tu já.../ mas a da coisa morte, ela ficou mais pesada na minha cabeça, entendeu? É um dos sentimentos que ficou com a pandemia que não existia antes” (Orquídea, mulher, 62 anos).
Ao pensar sobre uma situação, é necessário pensar sobre os próprios atravessamentos e implicações frente a ela, de maneira que ambos sejam vistos como inter relacionados32. Neste contexto, o comportamento informacional envolve buscar, manejar e utilizar informações para suprir uma necessidade21. Buscando compreender o comportamento informacional do caso em estudo, percebe-se que se faz necessário compreender as experiências vivenciadas em momentos de pandemia de COVID-19, a fim de corroborar a compreensão de outros momentos de crise do passado e, possivelmente, do futuro. Busca-se, assim, fortalecer aqueles que vivenciaram o fenômeno e podem, em outras situações semelhantes, recordar o que foi possível extrair e aprender33. Algumas pessoas idosas entrevistadas passaram a interpretar as relações de maneira diferente, compreendendo a complexidade da situação e, consequentemente, dos seus diversos atravessamentos.
“É, temos que mudar alguns paradigmas que a gente vê que são tradicionais para paradigmas mais humanitários. E:: viver a essência, o amor. A gente tem que entender melhor o que é o amor, o carinho, as necessidades das pessoas… tem que conversar mais, parar de brigar tanto por qualquer coisa” (Cipreste, mulher, 78 anos).
Percebe-se que as notícias sobre a pandemia de COVID-19 levaram as pessoas idosas a repensarem suas práticas e relações, visando contribuir nos cuidados com a própria saúde e saúde dos demais. O desenvolvimento gradual de entendimento a respeito das informações, bem como do cenário pandêmico e infodêmico, favoreceu a percepção da necessidade desses cuidados adequados ao longo do tempo.
Tomada de decisão: selecionando e utilizando métodos de proteção e cuidado em saúde
O comportamento informacional, que vai desde o acesso à informação, compreensão a respeito das indicações feitas e reflexão acerca das possíveis ações a serem adotadas, reflete nas consecutivas tomadas de decisão21. Portanto, compreende-se que atitudes individuais são também de grande responsabilidade social, por impactarem diversos grupos sociais, especialmente aqueles considerados de risco, frente ao combate ao vírus34. Os participantes do estudo relataram que as informações buscadas possibilitaram criar discernimento, capacitando a agir e tomar decisões mais conscientes, como adotar medidas de isolamento social e prevenção da doença, ou se preparar para o futuro.
“Qual era o teu propósito ao buscar essas informações, o que te estimulava a fazer essa busca?” (Entrevistadora). “Pra ver… tendências, né? Até pra programar o futuro. Bem no começo da pandemia me ajudou bastante, né?” (Carvalho, homem, 61 anos).
Apesar do processo de aprendizado identificado, pessoas idosas possuem baixo letramento em saúde, necessitando de instrumentalização para garantir a autonomia da faixa etária ao pensar no próprio bem estar35. Nesse sentido, trabalhar no desenvolvimento da alfabetização em saúde abre espaço para pensar no autocuidado e busca por estratégias seguras, não somente ao longo da pandemia, mas também em situações futuras referentes à saúde35.
“Então eu começo a ver o que tem/ eu sempre penso: se tem alguém apontando que isso, isso e isso não deve fazer, eu/ eh, alguém que eu vejo pela televisão, pelas informações que você recebe [...] Aí eu vejo que não é para fazer algumas coisas e eu não faço. Eu não dou, assim, tipo, de super-herói que eu vou lá e não vai acontecer comigo. Entende? Eu penso: vai acontecer comigo se eu, se eu, se eu vacilar, entende?” (Jequitibá, homem, 64 anos).
Destaca-se que houve uma tendência de mudança a respeito da aceitação das recomendações de saúde frente à pandemia, atrelada ao apoio de retomada do comércio para aquelas pessoas que não fazem parte de grupos de risco, assim como uma parcela da população que seguiu ao longo do tempo favorável ao isolamento para todos e também aquelas pessoas que, tomando cuidados, seguiram com atividades fora de casa36.
Quanto ao comportamento de seguir as recomendações de isolamento divulgadas com base nos estudos científicos, compreende-se que os entrevistados deste estudo tiveram a oportunidade de escolher sobre se isolar ou não, diferente de pessoas de outras condições econômicas que não tiveram a mesma oportunidade de decisão e tiveram que enfrentar as ruas e o perigo da contaminação. Ademais, identificou-se dois grupos de participantes que puderam fazer essa escolha: o primeiro concordou com as recomendações de saúde, mantendo-se em casa, o outro grupo que compreendeu a possibilidade de flexibilização do isolamento social, mantendo atividades fora de casa.
Pessoas de baixa renda correspondem a uma relação maior de contradição entre concordar com as medidas de proteção à saúde, mas não conseguem utilizá-las por falta de recursos. Já o grupo com renda média (cinco a vinte salários-mínimos) apresenta maior relação de concordância entre aceitar e conseguir aderir a esses cuidados na prática, em semelhança aos achados no presente estudo. Por fim, as pessoas com renda mais elevada apresentam maior discordância e menor adesão às recomendações científicas30. As pessoas idosas do presente estudo se mostraram cônscias a respeito da diversidade de realidades experimentadas durante a pandemia. Acredita-se que conseguiram lidar melhor com possibilidades de agravos à saúde por entenderem como se comportar frente às informações. Porém, por vezes, trouxeram dificuldades de percepção acerca das disparidades sociais, intensificadas neste período.
“Porque eu pensava assim: se é na vila, os cuidados devem ser menores, os coitadinhos, porque às vezes as pessoas até produtos de higiene muitas vezes não têm acesso, ou o acesso é mais dificultoso. Daí (+) MAS…/ e por incrível que pareça, eh::: esse vírus foi muito democrático (risos). Porque ele NÃO realmente escolhia classe social, porque, apesar desse medo, desse/ que lá na vila a gente ficava ouvindo às vezes as conversas aqui… estavam morrendo e aqui também estavam morrendo, então bom, eu não sei onde se dá esse contágio” (Rosa, mulher, 60 anos).
Além disso, as recomendações de distanciamento social, apesar de terem o intuito de proteger, trouxeram confusão com relação ao convite para saída de casa, quando foi possível iniciar a vacinação contra a COVID-19. O, até então, chamado para as ruas era entendido como uma postura negacionista da existência de perigos decorrentes do vírus, alegando que “o Brasil não pode parar”37. Essa contradição contribuiu para a dificuldade de adesão da população idosa e, novamente, reforça a necessidade de buscar conhecimento a respeito dos padrões de comportamento informacional desta faixa etária, a fim de acessá-los da melhor maneira31. Destaca-se, também, o trabalho contrário à campanha de vacinação, sustentados por tentativas de desacreditar na gravidade da pandemia e na efetividade do imunizante, afetando muitas pessoas em seus entendimentos sobre prevenção à doença38. Por outro lado, as pessoas idosas participantes do estudo não apresentaram este receio de forma significativa. Pelo contrário, se mostraram adeptos e dispostos à vacinação, tomando a decisão de utilizar o imunizante.
“Por exemplo, sobre vacinas boas, ah, chegou muito na época/ agora que eu tô me lembrando que a Coronavac não prestava, que era só a boa era a Jansen, a Pfizer. Isto eu não compartilho. Eu acredito em qualquer vacina” (Ulmeiro, homem, 68 anos).
De forma geral, os participantes apresentaram boas habilidades em compreender e utilizar as informações de maneira segura. Porém, por vezes, os idosos também se utilizam de informações não comprovadas cientificamente. Mesmo em uma parcela da população com alto grau de escolaridade, apontando para bons níveis de compreensão das informações, podem ser constatadas dificuldades na percepção de veracidade de algumas notícias39. Ao estudar o fenômeno da infodemia de COVID-19 em Porto Alegre/RS, percebe-se que, apesar de as pessoas idosas utilizarem informações verdadeiras, podem converter a ideia transmitida em algo ilegítimo. Sem uma reflexão crítica a respeito da notícia, o seu uso no cotidiano pode trazer riscos à saúde.
“Eu, assim, via os canais de imprensa, as DISCORDÂNCIAS, e depois vinham com uma balela/ para mim é balela: “ah mas não tem fundamentação científica”. No entanto, cada caso é/ eu aprendi assim: eu sou eu, tu és tu, então nós temos essas particularidades” (Abeto, homem, 73 anos).
Diante do exposto, percebe-se que a dificuldade de interpretação, das informações excessivas, pode ter importantes reflexos na saúde das pessoas. A infodemia tomou grandes proporções, pois ainda existe uma grande parte da população que necessita desenvolver competências informacionais para discernir e, consequentemente, utilizar as informações de forma correta40.
Dentre as consequências da repercussão de um grande número de notícias, incluindo as falsas, destaca-se o aumento na dificuldade de pessoas leigas sobre questões de prevenção e tratamentos de saúde adotarem somente medidas comprovadas cientificamente, como forma de buscar cuidar da sua saúde41. Alguns poucos participantes deste estudo de caso, optaram por medidas de prevenção sem fundamento científico, utilizando medicamentos e substâncias sem constatação de eficácia no combate à COVID-19.
“A não ser aquela medicação preventiva. Nós tomamos uma medicação preventiva, que sempre tomávamos, né? Mas nada que fosse acelerar ou atropelar. Nós tomamos o reforço, mas foi antes, bem antes da vacina. Eu não podia como tradicional e::/ acreditar nas coisas simples/ nós tomamos a ivermectina, né?” (Abeto, homem, 73 anos).
A pandemia de COVID-19 realçou o olhar para a saúde da população idosa, estimulando a necessidade de apoio e acompanhamento destas pessoas. Porém, também realçou o etarismo, a partir da exclusão e menosprezo desta faixa etária, frente à sua autonomia e capacidade de pensar sobre a própria saúde33. Percebe-se que, embora existam dificuldades a respeito da complexidade das recomendações de saúde, atreladas ao excesso de informações disponíveis, e sendo muitas delas falsas, as pessoas idosas participantes deste estudo mostraram-se, na maioria dos casos, aptas a compreender e utilizar o material de maneira benéfica.
A autonomia diz respeito à possibilidade de tomar decisões de acordo com as próprias concepções e preferências. Para que a preservação da autonomia aconteça no processo de tomada de decisão, é fundamental garantir o acesso às informações de qualidade e a oportunidade de educação para que haja a instrução adequada no curso do envelhecimento ativo42. Percebe-se com base no exposto pelos entrevistados, que os entendimentos a respeito da situação vivenciada e das possibilidades de ação, capacitaram as pessoas idosas a sentirem-se aptas na tomada de decisões sobre os próprios cuidados. Deste modo, a autonomia destes idosos reflete nas tomadas de decisões identificadas.
A compreensão de um conhecimento se desenvolve a partir da análise e comparação desta com a bagagem informacional já existente. Assim, o comportamento de passar a utilizar uma informação está pautado nas ações e processamentos necessários para a incorporação deste conhecimento ao entendimento prévio da pessoa que busca se informar21. Sendo assim, o desenvolvimento da habilidade de compreensão a respeito de uma informação, permitiu que as pessoas idosas participantes concordassem ou não com o conteúdo acessado, a partir de suas bagagens de vida, podendo assim, optar por utilizá-la no cotidiano.
“Tá certo que isso aí deixa a gente meio deprimida, mas também a gente tem que saber pra/ se tu não sabe, tu não te preocupa, tu não te cuida. É:: é muito mais fácil, por exemplo, dizer uma coisa pra uma pessoa e ela debater o assunto contigo do que tu ver num jornal a pessoa diz e já muda de assunto. Então se tu souber aquela coisa tu vai discutir e quando sair de lá tu já entendeu melhor tudo” (Gérbera, mulher, 77 anos).
Uma busca informacional chega ao fim quando as necessidades de informação são sanadas pelo usuário. Ao perceber-se abastecido de material informativo capaz de solucionar o problema, as pessoas encerram este comportamento21. Isso pode ser compreendido nas falas dos participantes que demonstram estar satisfeitos com os achados da busca. Ademais, ao compreenderem a maneira de acessar informações, padronizam seu comportamento para futuras situações.
A partir do cenário apresentado, que se aproxima de uma infodemia de COVID-19, destaca-se a importância de investimento em estratégias que visem seu controle, considerando, nesse processo, o comportamento informacional das pessoas idosas. Se faz necessária a inclusão de ações que instruam essas pessoas, considerando a diversidade de contextos em que estão inseridos. Dessa forma, torna-se imprescindível contar com os componentes das redes de apoio da população idosa43.
O comportamento informacional das pessoas idosas, participantes desta pesquisa, encerrou seu curso quando as mesmas passaram a utilizar as informações obtidas. Seja a partir do entendimento aprofundado da situação da doença COVID-19, auxiliando a contextualizar essas pessoas, frente ao fenômeno apresentado, como também, a partir da aplicação prática do conteúdo absorvido a partir das notícias referentes ao tema.
Considerações finais
O fenômeno da infodemia intensificado na pandemia de COVID-19 trouxe a possibilidade de agravos à saúde da população, principalmente aquelas pessoas que têm maiores dificuldades de selecionar e compreender o material disponibilizado. Pode-se perceber que as pessoas idosas que compuseram este Estudo, que vivenciaram este acontecimento, utilizaram as informações sobre o coronavírus no intuito de compreender o que estava ocorrendo ao longo da pandemia e na busca por conseguir cuidar da própria saúde a partir dos métodos de proteção e prevenção disponíveis. A gravidade da pandemia ficou evidente para os entrevistados a partir do excesso de informações sobre o tema, porém, esse mesmo excesso trouxe a necessidade de avaliar os métodos utilizados para a obtenção de informações precisas e seguras sobre a saúde.
Este estudo tem algumas limitações. Por se tratar de um Estudo de Caso único não é possível replicabilidade deste estudo. O tempo em que a coleta de dados aconteceu foi de 9 meses, trazendo percepções de momento diferentes da pandemia. As entrevistas somente foram realizadas uma vez com cada participante, não contemplando uma visão longitudinal do caso. Apesar de ter tais limitações acredita-se que os resultados deste estudo confirmam a necessidade de se continuar dando voz às pessoas idosas, para ampliar os estudos e verificar os mais contextos relacionados à saúde da população idosa.
O entendimento sobre a utilização das informações pelos idosos durante a pandemia para, não somente enfrentar a doença, mas também a infodemia de notícias a respeito, pode contribuir na construção de futuros materiais informativos destinados à esta população. As vivências trazidas neste estudo favorecem a necessidade de planejamento e instrumentalização de uma rede de apoio que compreenda as pessoas idosas como agentes proativos na busca pelo conhecimento.
Referências
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