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0256/2025 - "De que forma podemos nos proteger melhor?": Representações sociais de jovens lésbicas sobre saúde sexual
"How can we better protect ourselves?": Young lesbians' social representations of sexual health

Autor:

• Lanna Katherine Leitão Conceição - Conceição, LKL - <lanna.klc@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1767-3581

Coautor(es):

• Jeane Freitas de Oliveira - Oliveira, JF - <jeanefo@ufba.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8401-8432

• Marilia Emanuela Ferreira de Jesus - Jesus, MEF - <marilia.emanuela@ufba.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6844-6434

• Bianca Conceição Gomes de Santana - Santana, BCG - <biancacgs@ufba.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1944-6195

• Georgiane Silva Mota - Mota, GS - <georgiane.mota@ufba.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5125-9544



Resumo:

Objetivou-se conhecer a estrutura das representações sociais de jovens lésbicas sobre saúde sexual, a partir de suas vivências e práticas. Pesquisa descritiva, qualitativa, fundamentada na Teoria das Representações Sociais. Utilizou-se, via on-line, o Teste de Associação Livre de Palavras (TALP) para 124 pessoas autodeclaradas lésbicas, com idade variando de 18 a 29 anos e, dessas, 07 responderam a um roteiro de entrevista semiestruturada. Os dados do TALP foram processados pelo software IRaMuTeQ, contextualizados pelas justificativas e trechos das entrevistas que retratam vivências e práticas e, referências científicas sobre a temática. Os resultados apontaram os termos "camisinha”, “cuidado” e “prevenção"; como elementos centrais da estrutura das representações sociais. Nas entrevistas esses termos remetem à importância atribuída à proteção e à prevenção de doenças, embora os modelos de preservativo não se adequem às práticas sexuais do sexo sáfico. A prática e vivências das participantes ressaltam também os cuidados com a higiene pessoal. O desenvolvimento de políticas públicas efetivas para a saúde de lésbicas perpassa a valorização do conhecimento socialmente compartilhado por elas.

Palavras-chave:

Minorias Sexuais e de Gênero; Saúde Sexual; Associação Livre.

Abstract:

The aim was to understand the structure of young lesbians' social representations of sexual health, based on their experiences and practices. This is a descriptive, qualitative study based on the Theory of Social Representations. The Free Word Association Test (FWAAT) was used online for 124 self-declared lesbians, aged between 18 and 29, and of these, 7 responded to a semi-structured interview script. The TALP data was processed using IRaMuTeQ software (prototypical analysis), contextualised by excerpts from the interviews that portray experiences and practices, and scientific references on the subject. The results pointed to the terms ‘condom’, “care” and ‘prevention’ as central elements in the structure of social representations. In the interviews, these terms refer to the importance attributed to protection and disease prevention, although the condom models are not adapted to the sexual practices of trafficked sex. The participants' practices and experiences also emphasise personal hygiene. The development of effective public policies for lesbian health requires valuing the knowledge they share socially.

Keywords:

Sexual and Gender Minorities; Sexual Health; Free Association.

Conteúdo:

INTRODUÇÃO
A saúde sexual refere-se ao equilíbrio físico, emocional, mental e social relacionado à sexualidade1, que abrange diversos aspectos da vida humana, incluindo a sexualidade em si, identidades de gênero, papeis sociais, orientação sexual, experiências de prazer, intimidade e reprodução. Assim, a abordagem de uma sexualidade respeitosa e positiva2 deve abranger todas as manifestações da sexualidade humana, livre de coerção ou outras formas de violência.
A juventude pode ser compreendida a partir de fatores etários e biológicos que tendem a proporcionar aos jovens diferentes experiências de vida, incluindo formas de integração social a partir do exercício da sexualidade. O Estatuto da Juventude3, que aborda direitos, princípios e diretrizes de políticas públicas voltadas para jovens, define que a juventude compreende o período entre 15 e 29 anos. Nessa faixa etária, pessoas que se identificam como Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Travestis (LGBT+) enfrentam desafios em relação à integração social devido ao fato de não corresponderem às expectativas sociais e familiares4,5. No entanto, as políticas públicas e as pesquisas científicas voltadas para o campo da sexualidade têm enfatizado o enfrentamento dos problemas de saúde com ênfase para a reprodução humana entre pessoas cisgêneras e heterossexuais6.
Diante desse cenário, o I LesboCenso Nacional (2021-2022), pesquisa inédita realizada com 19.455 respondentes, buscou mapear o perfil sociodemográfico e as vivências de lésbicas e sapatão. Os resultados mostraram que 72,94% das participantes declarou ter medo/receio/constrangimento de falar sobre sua sexualidade7. 14,86% alegou ter manifestado sinal ou sintoma relacionado a alguma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) ao longo da vida; 37,26% declarou nunca ter realizado testagem para o HIV, devido a falta de informação de onde o teste poderia fazer e pela ideia de que a relação sexual com outra mulher não expõe a exposição ao vírus7.
Apesar da escassez de evidências científicas brasileiras que tratam especificamente do acesso de lésbicas aos serviços públicos de reprodução assistida, comumente, lésbicas cis - pessoas com vulva que se autoidentificam como mulheres e sentem atração afetivossexual por pessoas semelhantes - optam por clínicas privadas ou métodos não convencionais, como a inseminação caseira, diante das suas condições econômicas8,9. Com relação ao fenômeno da violência, o Brasil registrou, no segundo semestre de 2023, 338 denúncias envolvendo violações de direitos humanos nas quais as vítimas se autodeclararam lésbicas com idades entre 15 e 29 anos10. Nesse contexto, destacam-se o lesbocídio e o estupro corretivo11.
No campo da Saúde Coletiva, o Programa de Atenção à Saúde da Mulher reune ferramentas essenciais para que Enfermeiras, oportunamente, possam conhecer práticas sexuais, orientar condutas de prevenção, proteção e diagnóstico de IST e vaginoses, planejar a maternidade para mulheres cis e trans e acolher situações de violência. Ademais, considerando que mulheres que não performam a feminilidade a partir dos padrões hegemônicos tendem a sofrer mais com o preconceito, inclusive nas consultas ginecológicas12, uma abordagem respeitosa deve ampliar o olhar para além do binarismo de gênero e das heteronormas. A formação de profissionais de saúde frequentemente é apontada como o principal ponto de intervenção para a melhoria da qualidade do cuidado dispensado a lésbicas13.
No campo da Enfermagem, estudos desenvolvidos à luz dos princípios da Teoria das Representações Sociais (TRS) têm apontado para a potencialização de ações de promoção da saúde e prevenção de agravos no contexto do cuidado dispensados a grupos vulnerados14. As Representações Sociais (RS) tomam como referência a maneira como os indivíduos pensam e interpretam o cotidiano, logo, se constitui como um saber prático, produzido nas interações e na comunicação, nas experiências vividas, possibilitando constituir um conjunto de imagens que permitem interpretar suas vidas e a elas darem sentido15 .
Este estudo apresenta conteúdo inédito na área de pesquisa, uma vez que a saúde sexual de jovens lésbicas não foi abordada em outras pesquisas tendo como foco a vivência e prática do grupo investigado, sob a ótica da TRS. Este artigo tem como objetivo conhecer a estrutura das representações sociais de jovens lésbicas sobre saúde sexual a partir de suas vivências e práticas.

METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva, respaldada pela TRS de Mocovici17, com foco na abordagem estrutural, que permite compreender a estrutura das representações, com base no seu núcleo central (NC) e elementos periféricos (EPs)17 - que possuem as funções de organizar e dar sentido às representações, respectivamente. A referida teoria tem contribuído para desvelar preconceitos sustentados pelo senso comum e fortemente associados a pessoas LGBT+ em diferentes âmbitos12,18.
A pesquisa foi divulgada através da publicação de uma imagem no perfil do Instagram do Grupo de Pesquisas em Sexualidades, Vulnerabilidades, Drogas e Gênero da Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia, contendo uma frase chamariz, bem como as características desejáveis para as participantes, a saber: pessoas que se autodenominam lésbicas, acima de 18 anos. Utilizou-se a técnica de amostragem não probabilística “bola de neve”, por mostrar-se útil para estudar populações sobre as quais não há precisão sobre onde encontrar, ou sobre sua quantidade19, a exemplo de lésbicas. A técnica também é indicada para discussões de âmbito privado20, como questões atinentes aos cuidados à saúde sexual. O período de divulgação da pesquisa ocorreu entre setembro e dezembro de 2023.
Para coleta de dados foram utilizadas três as técnicas independentes, porém complementares: questionário de dados sociodemográficos e Associação Livre de Palavras, aplicadas através da plataforma on-line Google Forms ®; e a entrevista semi estruturada, aplicada on-line, com auxílio da plataforma Google Meet ®. O uso de multi técnicas é fundamental para pesquisas embasadas na TRS, pois além de garantir a fidedignidade da análise e interpretação dos resultados, permite a compreensão aprofundada e abrangente do fenômeno em estudo.
O questionário de identificação permitiu a caracterização do grupo investigado, condição relevante para pesquisas fundamentadas na TRS, uma vez que as representações possuem caráter dinâmico ao serem elaboradas por um determinado grupo, sobre um determinado objeto em um dado momento16,22. Para tal, foi composto de variáveis sociodemográficas como: idade, identidade de gênero, raça/cor, religião, envolvimento com movimentos sociais e Organizações Não-governamentais e início da vida sexual.
A Associação Livre é uma técnica projetiva, utilizada em pesquisas com a TRS, que permite o contato com o conteúdo latente no campo do pensamento de indivíduos, a partir do contato com estímulos indutores verbais, icônicos ou audiovisuais. A aplicação dessa técnica se deu mediante uso do Teste de Associação Livre de Palavras (TALP), composto por questionário de identificação e estímulos verbais indutores coerentes com o tema abordado 21.
O TALP foi composto de do termo indutor “saúde sexual”, para o qual foi solicitada a evocação de até cinco palavras, registradas cada uma nas caixas de diálogo disponibilizadas. Após os registros, foi solicitado que cada participante escolhesse a palavra mais importante e justificasse a escolha. Foram evocadas 620 palavras, das quais 59 eram diferentes entre si. Todas as participantes responderam ao questionário de identificação com dados sociodemográficos e ao TALP. O consentimento para participação na pesquisa foi obtido mediante a confirmação da leitura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, realizado por meio da marcação de uma caixa de seleção. Ao concordarem em participar, as participantes também se dispuseram a participar de uma entrevista semiestruturada.
A entrevista semiestruturada constituiu um recurso complementar na contextualização dos elementos que caracterizam os cuidados à saúde sexual das participantes, visto que, através dela, é possível apropriar-se de significados, aspectos vivenciais, emocionais, reflexivos, que só podem ser obtidos com a contribuição das pessoas envolvidas23. Elaborou-se um roteiro com questões abertas sobre trajetória afetivassexual com mulheres, compreensão dos conceitos de saúde sexual, formas e espaços de cuidado à saúde sexual. Foram realizadas duas entrevistas como testes pilotos.
Para as entrevistas, as participantes foram abordadas através dos contatos disponibilizados no questionário de identificação. Após tentativas de contato semanais, foram realizadas 13 entrevistas de acordo com a disponibilidade das participantes, das quais 08 eram jovens. As entrevistas foram realizadas entre 14 de setembro de 08 de dezembro de 2023, com duração média de 25 minutos.
Os dados provenientes do questionário de identificação foram organizados e analisados através da plataforma Google Sheets ®, a fim de gerar gráficos que pudessem caracterizar o perfil das participantes de acordo com as variáveis coletadas.
As informações oriundas do TALP foram organizadas no programa Microsoft Excel versão 2016 e Word 2016 para a lematização. As evocações foram analisadas com base nos critérios de frequência simples, ordem média de evocação e ocorrências, utilizando o software Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires (iRaMuTeQ), oferecendo ferramentas para as análises prototípica e de similitude24.
A análise prototípica permite identificar a estrutura das representações sociais a partir da frequência e da ordem média de evocação dos termos produzidos pelos participantes. Essa técnica organiza os dados em um quadro de quatro casas, conforme proposto por Abric16, distinguindo elementos centrais e periféricos com base na regularidade e saliência cognitiva das evocações. A análise de similitude envolve a relação mínima entre dois elementos de uma mesma RS, Seu uso permite identificar e explorar as conexões entre os termos apresentados no quadro de quatro casas, proporcionando uma visão abrangente da organização e estrutura das RS em relação ao objeto representado.
O conteúdo das entrevistas foi gravado e transcrito integralmente por integrantes da equipe. As transcrições foram lidas exaustivamente e fragmentos do seu conteúdo foram utilizados a fim de interpretar e contextualizar os resultados gerados a partir das análises prototípica e de similitude. Tanto as justificativas para os termos mais importantes provenientes do TALP, quanto os trechos das entrevistas, estão ancorados em práticas e vivências das participantes, portanto permitem a objetivação do objeto investigado.
O material coletado foi armazenado em um banco de dados on-line, cujo acesso foi restrito apenas para os e-mails institucionais da equipe de pesquisa, sob a moderação da Coordenadora do projeto. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal da Bahia, sob o parecer nº 4.650.818.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
As 124 participantes que responderam ao TALP tinham idade entre 18 a 29 anos, a maioria se declarou mulher cisgênera (120); negra (71); com ensino superior completo (57); sem religião (74). Sobre a participação em coletivos, entidades, movimentos sociais ou envolvimento com Organizações Não-governamentais, 30 participantes referiram ter algum tipo de experiência.
A análise dos dados do TALP, oriundos do processamento pelo software iRaMuTeQ, se deu a partir do quadro de quatro casas (Quadro 01) e da árvore máxima de similitude (Figura 01), organizados com termos que apresentavam frequência mínima de 12. A frequência das palavras diferentes correspondeu a 9,51%, revelando a homogeneidade dos dados, enquanto as evocações descartadas corresponderam a 6,6% do corpus, revelando aproveitamento de 93,4%. A Ordem Média de Evocações (OME) estabelecida pelo software foi de 2,81 - o que valida a ocupação do maior número de palavras na segunda e terceira posição nas evocações - e 23,16 como ponto de corte para a frequência, o equivalente a 33% do valor da amostra. Das 124 participantes, 116 evocaram simultaneamente duas ou mais palavras contidas no Quadro 01.

Quadro 1

A composição do provável NC (quadrante superior esquerdo) tende a concentrar elementos que apresentam maior frequência e que foram evocados mais rapidamente e, por isso, são considerados elementos consensuais e mais estáveis, ligados à memória coletiva do grupo investigado e organizadores das RS17. Considerando hierarquia e saliência, dentre os termos que compõem o NC (camisinha, cuidado e prevenção), o termo “camisinha” teve destaque para o grupo investigado, visto que foi evocado 54 vezes e justificado como mais importante oito vezes.
“Eu acho que nesse caso seria camisinha pensando em saúde, mesmo sabendo que para nós mulheres lésbicas é pouco usual.” (P115, 27 anos, mulher cis parda)

Nas entrevistas, participantes dizem reconhecer/adotar práticas de cuidado à saúde sexual, revelando uma tendência à valorização de conhecimentos práticos baseados em noções de higiene, em detrimento do uso do preservativo. Nessa perspectiva, o uso do preservativo como um dos métodos de barreira para as IST no sexo sáfico foi apontado como um gerador de desconforto para si e para a parceria:

“Até então, o uso de preservativos ou dedeiras ou cortar camisinha ou coisa do tipo, nunca foi algo que eu me senti confortável em fazer (...) Eu acho que eles tiram muito o sensual do sexo, não é nada fácil de utilizar. ” (P014, 25 anos, mulher cis branca)

O desuso do preservativo para o público jovem tem sido associado principalmente à prevenção de gravidez e IST em práticas sexuais de pessoas cisgêneras envolvendo pênis e vagina; ou centrados na homossexualidade de homens cisgêneros26. Pesquisa realizada com 1.146 lésbicas revelou que apenas 4,5% utilizou preservativo em todas as relações sexuais27.
A falta de acesso a informações precisas e culturalmente sensíveis sobre saúde sexual para jovens lésbicas pode contribuir para o desuso de preservativos. Lacunas significativas no conhecimento sobre prevenção de IST entre lésbicas e entre jovens com diferentes orientações sexuais, falta de educação sexual adequada com abordagem de necessidades específicas foram apontadas em pesquisa recente28. A ausência de campanhas de saúde sexual direcionadas a lésbicas também foi apontada como um fator que dificulta o acesso a informações sobre práticas de prevenção29.
Ainda com base nos termos que compõem o NC (camisinha, cuidado e prevenção), das falas das participantes emerge uma denúncia de que as estratégias de prevenção de IST difundidas globalmente para jovens e adultos não se adequam às necessidades, especificidades e possibilidades de práticas sexuais entre lésbicas cisgenêras, o que as expõem a práticas inseguras de acesso ao prazer.
“Cuidado” (F=48; OME=2,7) é o segundo termo a compor o NC. Foi apontado 19 vezes como mais importante e mostra-se relacionado à dimensão atitudinal das participantes para o objeto representado. As justificativas destacam, por exemplo:

“Saúde sexual é um cuidado global com a sexualidade que não está resumido a prevenir IST, mas que respeita nossos corpos e histórias.” (P113, 29 anos, mulher cis branca)

“Prevenção” (F=44; OME=2,2) apresenta-se como um elemento central de dimensão avaliativa, ao passo que fornece critérios para avaliar o objeto30. A prevenção, no contexto da saúde sexual, trata de um conjunto de medidas tomadas de forma antecipada que visa evitar um possível dano2. As entrevistadas compartilharam a busca pelo exame preventivo do colo do útero como estratégia de prevenção:
“Nunca fiz nem um exame preventivo. Das ginecologistas que eu fui, disseram que eu não precisava, por eu ser virgem ainda, já que não tive relação sexual com homens. ” (P002, 29 anos, mulher cis parda)

Embora o exame preventivo seja o cuidado mais conhecido entre lésbicas, também é o exame menos realizado entre elas. Foram elencados outros cuidados preventivos: restrição de práticas sexuais específicas (como o sexo oral e o tribadismo), cortar as unhas, ter parceria fixa, lavar as mãos, perguntar se a parceira é testada, e não fazer sexo oral se a mulher estiver menstruada4,27.
O quadrante superior direito ou primeira periferia, é composto por termos com alta frequência que foram evocados mais tardiamente17. Os termos que compõem esse quadrante (doença, exame, informação/conhecimento e sexo) remetem a dimensão cultural das RS e sugerem a ancoragem da saúde sexual em noções hegemônicas de risco e vigilância, o que pode ser reflexo de campanhas públicas, discursos médicos e experiências compartilhadas em contextos formais de saúde. Já os termos informação/conhecimento e sexo indicam uma tentativa de objetivação da saúde sexual, ou seja, a transformação de conceitos abstratos em elementos concretos e comunicáveis15.
Quando as evocações “doença e exame” emergiram como termos mais importantes, as justificativas trazem a ideia de que, num contexto onde faltam métodos seguros e acessíveis que compreendam práticas sexuais de lésbicas, exames tornam-se um elemento periférico atitudinal que contribui para minimizar o lugar de vulnerabilidade experienciado pelo grupo:

“Eu sempre acabo pensando que a transmissão de IST entre mulheres cis é mais difícil, e nunca penso maneiras de me proteger, mas depois me preocupo e faço exames.” (P218, 23 anos, mulher cis branca)

O termo “informação/conhecimento” foi justificado como mais importante oito vezes as justificativas revelam ser este um recurso necessário para cuidar da saúde sexual e, consequentemente, a falta de informação concreta, cientificamente referenciada e acessível, como um fator que pode contribuir para a condição de vulnerabilidade em saúde de lésbicas, levando-as a um movimento de buscas individuais:

“Eu fui aprendendo sobre minha saúde sexual, muito pelo ‘rolé’ autodidata/ conhecimento de internet, assim. E aí fui entendendo o que era uma possibilidade.” (P068, 28 anos, mulher cis preta)

Frequentemente, pesquisas nacionais apontam o desconhecimento ou conhecimento impreciso sobre métodos preventivos associados à falta de normatização técnica para orientação de cuidados em saúde sexual voltados para lésbicas31. A escassez de serviços e de profissionais de saúde que dominem as especificidades das questões de pessoas LGBT+ é apontada como fator que incita estratégias de cuidado baseadas na própria experiência e sem supervisão profissional12,13.
Os elementos presentes no quadrante superior direito (doença, exame, informação/conhecimento e sexo) remetem a ideia de que a falta produção de informação e conhecimento sobre a saúde sexual de lésbicas potencializa que as estratégias de autocuidado e prevenção sejam compartilhadas entre os pares, de modo a garantir a prevenção de doenças com base em suas experiências. Mesmo quando estas acessam os serviços de saúde, nem sempre as suas práticas sexuais e exercício da sexualidade são priorizadas e valorizadas dentro do conhecimento biomédico disseminado, o que impossibilita a dispensação de cuidados em saúde assertivos e singulares.
O quadrante inferior direito, conforme preconizado pela abordagem estrutural da TRS, é composto por termos considerados mais fracos na determinação de comportamentos e atitudes relacionados ao objeto de representação, interferindo com menor força se comparado às outras estruturas17,30. Nessa pesquisa, os termos que compõem esse quadrante (IST, falta, educação, segurança e vulnerabilidade) e as justificativas trazidas para os mesmos, sugerem um cenário onde se apontam necessidades e iniquidades vivenciadas por lésbicas no contexto da saúde sexual:

“Falta, pois sinto que há muita desinformação acerca de métodos de cuidados com a saúde sexual de lésbicas. De que forma podemos nos proteger melhor?” (P189, 22 anos, mulher cis branca)

Pesquisas sobre a frequência e risco de contaminação por IST em mulheres cisgêneras que têm relações sexuais com mulheres igualmente cisgêneras revelou, além de alta incidência dessas condições, probabilidade aumentada de contrair IST relacionado ao número de parceiras sexuais, ao tabagismo, ao histórico de sexo não consensual e ao estigma associado à sexualidade32.
Os termos deste quadrante reforçam e denunciam questões políticas e estruturais que atravessam a saúde sexual de lésbicas, que convivem com a insegurança e vulnerabilidade de contrair alguma IST, mas para além disso, tem negligenciada a possibilidade de cuidado integral.
No quadrante inferior esquerdo constam elementos que foram prontamente evocados, porém, por um número reduzido de participantes30. Os dois primeiros termos que compõem esse quadrante (ginecologista e médico) reforçam o NC, remetendo ao cuidado e prevenção, contudo o termo prazer aparece como uma necessidade para a prática sexual saudável e foi interpretado como um elemento novo no conjunto das representações, já que a experiência do prazer não é vista como central no âmbito da saúde sexual para este grupo. Para a TRS, tratam-se de evocações possíveis de constituírem o NC de alguns indivíduos. Isso foi explorado por uma participante:

“ (...) Eu acho que envolve a autoestima, o sentimento de merecimento de prazer e de que você não é só um corpo pra dar prazer pros outros; e que o sexo não é apenas pra reprodução e que ele deve ser feito de forma segura, consciente, com consentimento” (P063, 29 anos, mulher cis preta)

As falas das participantes estão em consonância com a produção científica acerca da saúde sexual tendo como público jovem e com pessoas que se autorreferem LGBT+, na qual existe uma massividade de pesquisas com foco na prevenção de IST29,31.
Na análise de similitude (Figura 01) os elementos “cuidado” e “camisinha” se destacam por agrupar, em torno de si, tanto elementos do NC que dão origens a outros subgrupos, quanto por fazer o maior número de conexões com outros elementos no universo das evocações. A conformação dá-se com base na análise frequencial (representada pelo tamanho do círculo) e na ocorrência simultânea (ou co-ocorrência) entre os termos (representada pelo tamanho e espessura das linhas, bem como pelos números que as seguem)25.

Figura 01 - Árvore de similitude das representações sociais de jovens lésbicas sobre saúde sexual. Salvador, Bahia, Brasil, 2024.

Fig.1

A centralidade dos termos (Quadro 01) permite inferir que a saúde sexual é permeada por ações de cuidados preventivos que não apenas o uso do preservativo, já que os modelos existentes na atualidade não estão em consonância com as práticas sexuais do grupo. Atribui-se a forte relação simbólica do termo “camisinha” com o objeto representado, enquanto “cuidado” mostra-se relacionada à dimensão atitudinal das participantes.
A análise de similitude (Figura 1), revela as coocorrências com base na frequência das conexões entre os elementos que compõem a representação social17,30. A organização e estrutura apresentadas pela Figura 1 apontou como possíveis núcleos centrais os termos “camisinha e cuidado”, os quais organizaram os demais elementos em dois grandes pólos que representam, fortemente, as dimensões simbólica e atitudinal das RS. Observa-se, ainda, que os núcleos principais supracitados dão origem a dois subgrupos organizados a partir dos termos “prevenção e doença”, garantindo a função estruturante da RS. Os termos “camisinha, cuidado, prevenção e doença” têm forte evidência de que poderão vir a fazer parte do NC da RS ou que já o compuseram em algum momento, necessitando de outros testes de centralidade para confirmar tal hipótese.
Há um número expressivo de co-ocorrências realizadas entre os termos “cuidado e prevenção”, como também entre os termos “cuidado e camisinha”, o que dá sentido às práticas de cuidado adotadas por lésbicas. Os excertos de entrevistas também apontam para a centralidade do referido termo no conjunto das evocações:

“Nunca transei com uma mulher utilizando nenhum tipo de... Eu não sei se pode chamar isso de camisinha. Até hoje, a prática que eu sempre adotei é manter uma boa higiene. Unhas curtas, unhas limpas. Se for usar algum brinquedo também limpo, não ficar compartilhando, mas fazer uma limpeza nas trocas” (P050, 21 anos, mulher cis branca)

Para as participantes, é consensual que os métodos de proteção no sexo entre lésbicas cisgêneras são pouco usuais entre o público. Possivelmente pelo fato de não serem pensados a partir de suas práticas sexuais e contarem com materiais adaptados como o plástico filme e o e o dental dam - peça plástica utilizada na prática clínica de dentistas.
Ao considerar o termo “cuidado” como elemento central do primeiro núcleo de sentido, os elementos ao seu entorno: “prevenção, segurança, acompanhamento, necessário e preconceito”, revelam que, embora as jovens compreendam a necessidade de cuidado preventivo, que requer um acompanhamento profissional para a prevenção de agravos, a sensação de segurança nesse itinerário fica comprometida, visto que, suas experiências são permeadas por preconceitos.
Na literatura, os preconceitos percebidos por pessoas autodeclaradas LGBT no itinerário do cuidado em saúde são associados à necessidade de aumentar a visibilidade da temática nos currículos formais da formação superior em saúde12,13,27,31. Os dados provenientes dessa pesquisa corroboram para a compreensão de que as Representações Sociais refletem atitudes e práticas sociais12,14,16, uma vez que as jovens interlocutoras circunscrevem o objeto em suas práticas e assumem comportamentos como usar/não usar preservativo, buscar acompanhamento de médico, ir ao ginecologista, realizar exames, buscar informações. Vale salientar que, a organização das conexões apontam elementos de promoção do cuidado à saúde sexual relacionados ao termo “prevenção”, como as evocações “médico, educação e prazer”, reiterando a ideia de que para promover o cuidado à saúde sexual são necessárias ações intersetoriais que englobam a saúde, a educação e a individualidade dos sujeitos.
De forma semelhante, considerando o termo “camisinha”, o número expressivo de co-ocorrências identificadas junto ao termo “doença” reforça a ideia de que, para o grupo investigado, o conceito de saúde sexual está relacionado ao risco de contaminação por IST e, por consequência, ao uso de preservativos como barreira de proteção. Em se tratando dos termos agrupados ao elemento “doença”, infere-se a compreensão da possibilidade de risco de contrair uma doença através do ato sexual, diante de condutas de prevenção e/ou estratégias de cuidados não adotadas pelas participantes. A presença de dois termos relacionados ao médico chama a atenção porque representa, por inferência, o quanto os modelos hegemônicos de atenção, a saber: biologicista e medicocentrado, é reforçado pelas RS.
Ademais, os elementos “higiene, exame, falta, vulnerabilidade, informação/conhecimento” agrupam-se em seu entorno a fim de conformar um grafo que tanto denúncia os desafios percebidos, quanto demonstra práticas adotadas por pessoas que se autorreferem lésbicas no cuidado à saúde sexual. Trecho das entrevistas demonstra algumas estratégias comportamentais que lésbicas utilizam para se sentirem mais seguras/menos inseguras pensando o cuidado à saúde sexual:

“Enquanto estava me relacionando com pessoas que eu não conhecia, que eu saia no momento e acabava transando, eu achava que seria mais seguro pra mim se eu não fizesse e nem recebesse sexo oral, mas garantia que a pessoa lavasse as mãos pra que houvesse penetração com os dedos e as unhas bem cortadas. Então, essa era a forma que me preservava, que eu achava que eu estava segura.” (P063, 28 anos, mulher cis preta)

Evidencia-se a importância da produção de materiais técnico-científicos, fundamentados em evidências e amplamente acessíveis, que abordem práticas sexuais alinhadas às vivências de lésbicas, de modo a promover cuidado integral, inclusivo e baseado na realidade dessas populações. O desenvolvimento de ações voltadas para a saúde sexual de lésbicas está intimamente ligada à capacitação e participação ativa da juventude na sociedade, ao fortalecimento das relações familiares e comunitárias, à educação sobre saúde e à prevenção de problemas de saúde.
Esta pesquisa reconhece que, embora existam múltiplas expressões e interseccionalidades que compõem as juventudes lésbicas, não foi possível incluir na amostra participantes que se autoidentificam como lésbicas transgêneras. Ainda assim, os dados obtidos oferecem importantes contribuições para a qualificação da assistência em saúde, especialmente no que se refere à promoção de cuidados sexuais seguros e inclusivos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este artigo reforça a necessidade de investimentos em métodos de barreira que atendam especificidades de práticas sexuais de jovens lésbicas cisgêneras. A falta de informação acessível e específica para lésbicas sobre saúde sexual também emergiu como um desafio a ser superado com novas pesquisas, atividades de extensão e práticas educativas promovidas por instituições de saúde e educação, movimento social, possibilitando vez e voz de pessoas que se autoreferem lésbicas Participantes relataram depender de fontes de informação autodidata, como a internet, e enfrentar dificuldades na interação com profissionais de saúde que não compreendem suas necessidades específicas, associadas às experiências de discriminação e estigma nos serviços de saúde.
Ademais, reforça a importância do desenvolvimento de políticas públicas voltadas para a promoção da saúde sexual de jovens que se autorreferem lésbicas valorizando o conhecimento socialmente compartilhado por elas. A experiência relatada busca assegurar o acesso universal a cuidados de saúde sexual que sejam seguros, inclusivos e culturalmente competentes, especialmente, para a população estudada.

REFERÊNCIAS

1World Health Organization [WHO]. Sexual and reproductive health and rights. 2004.

2 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde Sexual e Saúde reprodutiva / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica 2013.
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_sexual_saude_reprodutiva.pdf

3 Brasil. Lei nº 12.852 de 05 de agosto de 2013. Institui o Estatuto da Juventude e dispõe sobre os direitos dos jovens, os princípios e diretrizes das políticas públicas de juventude e o Sistema Nacional de Juventude - SINAJUVE. Diário Oficial da União 2013; 05 ago.
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Conceição, LKL, Oliveira, JF, Jesus, MEF, Santana, BCG, Mota, GS. "De que forma podemos nos proteger melhor?": Representações sociais de jovens lésbicas sobre saúde sexual. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2025/jul). [Citado em 05/12/2025]. Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/de-que-forma-podemos-nos-proteger-melhor-representacoes-sociais-de-jovens-lesbicas-sobre-saude-sexual/19732?id=19732

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