0013/2025 - Explorando a continuidade da Atividade Física: um estudo comparativo com dados da PeNSE (2012 e 2015) e PNS (2019)
Exploring the continuity of Physical Activity: a comparative study with dataPeNSE (2012 and 2015) and PNS (2019)
Autor:
• Carlos Alex Martins Soares - Soares, C.A.M - <carlos.alex@2ufrgs.br>ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8113-3010
Coautor(es):
• Otávio Amaral de Andrade Leão - Leão, O.A.A - <otavioaaleao@gmail.com>ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5253-7665
• Pedro Curi Hallal - Hallal, P.C - <prchallal@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1470-6461
• Mário Bernardes Wagner - Wagner, M.B - <mariobwagner@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3661-4851
Resumo:
Objetivo: Verificar a associação da atividade física com características demográficas e comportamentais entre adolescentes e adultos jovens. Métodos: Estudo transversal com amostra (n=198.861) distribuída em dois grupos etários: GE-1, PeNSE/2015 (14/17 anos) e PNS/2019-A (18/21 anos); e GE-2, PeNSE/2012 (14/17 anos) e PNS/2019-B (21/24 anos).PeNSE e PNS são equiprováveis devido à metodologia do IBGE e à seleção dos GE. Descrevemos (1) características em proporções; (2) média em minutos/semana e ativos fisicamente em percentual com IC95% para GE-1 e GE-2; (3) domínios da atividade física e etnias em médias e percentis; e (4) Regressão de Poisson ajustada para inquéritos, características demográficas, comportamentais e sexo. Resultados: Entre adultos jovens, houve aumento nos GE-1 e GE-2 da atividade física (266 min/sem e 353 min/sem), percentual de ativos (21,5% e 27,5%), prevalência (RP=1,094 e RP=1,075), e consumo de álcool (7,6% e 24,4%). A alimentação saudável correlacionou-se positivamente com a atividade física no GE-1. Houve redução da atividade física entre mulheres (RP=0,588 e RP=0,683). Conclusão: Os incrementos entre adultos jovens não trazem benefícios à saúde, pois decorrem de alta atividade física no trabalho e baixa no lazer, refletindo o paradoxo da atividade física.
Palavras-chave:
adolescente; adultos jovens; atividade física; doenças não transmissíveis.Abstract:
Purpose: To verify the association of physical activity with demographic and behavioral characteristics among adolescents and young adults. Methods: Cross-sectional study with a sample (n=198,861) divided into two age groups: AG-1, PeNSE/2015 (14/17 yrs) and PNS/2019-A (18/21 yrs); and AG-2, PeNSE/2012 (14/17 yrs) and PNS/2019-B (21/24 yrs). PeNSE and PNS are equiprobable due to the IBGE methodology and the ion of the AG. We describe (1) characteristics in proportions; (2) mean minutes/week and active individuals as a percentage (95%CI) for AG-1 and AG-2; (3) domains of physical activity and ethnicities in means and percentiles; and (4) Poisson regression adjusted for surveys, demographic characteristics, behaviors, and gender. Results: Among young adults, there was an increase in physical activity in AG-1 and AG-2 (266 min/week; 353 min/week), the percentage of active individuals (21.5%; 27.5%), prevalence (PR=1.094; PR=1.075), and alcohol consumption (7.6%; 24.4%). Healthy eating was positively correlated with physical activity in AG-1. Physical activity decreased among women (PR=0.588; PR=0.683). Conclusion: Increases among young adults offer no health benefits, as they resulthigh physical activity at work and low during leisure, reflecting the physical activity paradox.Keywords:
adolescent; young adults; physical activity; non-communicable diseases.Conteúdo:
O Brasil tem avançado no monitoramento da saúde com inquéritos para adolescentes – Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE)1 – e para adultos – Pesquisa Nacional de Saúde (PNS)2. Além disso, desenvolveu diretrizes sobre alimentação saudável3 e atividade física4, dois dos principais marcadores para as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como doença cardiovascular, diabetes mellitus tipo 2, doenças respiratórias crônicas e câncer que foram responsáveis por 74% das mortes no Brasil em 20165-7.
A adolescência, marcada pelo início da maturação sexual, envolve grandes mudanças morfológicas, funcionais, psicológicas e sociais8,9. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a adolescência como a faixa etária de 10 a 19 anos, com sobreposição da juventude (15 a 24 anos)10. No Brasil, a legislação considera adolescente quem tem 12 a 18 anos incompletos9 e jovem quem tem 18 a 29 anos11. Para a OMS12, adulto é quem tem mais de 19 anos, enquanto o Ministério da Saúde9 brasileiro define como adulto quem tem entre 18 a 64 anos. Neste estudo, delimitamos a adolescência a faixa etária dos 14 aos 17 anos e os adultos jovens dos 18 aos 24 anos.
Outro marcador fundamental é a atividade física, pois resulta em melhorias na saúde musculoesquelética e cardiovascular8, nos resultados acadêmicos13,14, na saúde mental15, redução de risco metabólico16, na cognição17 e na prevenção/redução do risco de sarcopenia18. Por isto, deve ser incentivada a participação dos adolescentes em atividades físicas no lazer4 e na educação física escolar onde devem experimentar os conteúdos da Base Nacional Comum Curricular19, desenvolverem habilidades através da prática de atividades físicas estruturadas, planejadas, orientadas e repetitivas20.
Portanto, a prática regular de atividade física pode consolidar o hábito e servir como preditora de atitudes saudáveis na idade adulta21, especialmente se for um hábito de longo prazo. No entanto, a transição da adolescência para a vida adulta apresenta desafios e barreiras, pois muitos adolescentes reduzem a atividade física devido à perda do acesso à Educação Física escolar.
Nesse novo contexto, os adultos jovens enfrentam a escassez de políticas públicas que promovam a atividade física. A falta de atividade física no final da adolescência e início da vida adulta pode anular seus benefícios, o impacto que a continuidade de atividade produz e aumentar o risco de consolidar hábitos não saudáveis, como alimentação inadequada, consumo abusivo de álcool, tabagismo, comportamento sedentário (CS) e inatividade física, elevando a probabilidade de desenvolver DCNT.
Nosso objetivo foi comparar a continuidade da atividade física da adolescência para o início da vida adulta entre dois grupos etários, analisando as associações da atividade física com características demográficas e (idade, sexo e etnia) e comportamentais (tabagismo, consumo de álcool, comportamento sedentário e alimentação). Analisamos os inquéritos de bases populacionais do Ministério da Saúde, executados pelo IBGE, através de uma avaliação inovadora e original. Dessa forma, se preenche a lacuna do conhecimento relativa à atividade física na transição da adolescência para a idade de adulto jovem. Nossa hipótese era que o percentual de adolescentes ativos fisicamente era maior do que no início da vida adulta.
MÉTODOS
Desenvolveu-se um estudo epidemiológico, transversal, baseado em séries de inquéritos transversais22, com análises ecológicas23 utilizando dados das PeNSE/2012, PeNSE/2015 e PNS/2019. A PeNSE é um inquérito de base escolar, nacional, com amostragem em conglomerado e probabilística de escolas. Objetiva monitorar a saúde dos adolescentes para conhecer a magnitude dos efeitos da exposição aos fatores de risco e proteção às DCNT e dar sustentabilidade ao sistema de vigilância para orientar, desenvolver intervenções e subsidiar as políticas públicas.
O plano amostral da PeNSE/2012 utilizou uma amostragem em dois estágios nas capitais, com escolas como Unidades Primárias de Amostragem (UPA) e turmas como Unidades Secundárias de Amostragem (USA). Os municípios das cinco grandes regiões, excluindo as capitais, foram agrupados (UPA), as USA foram as escolas (n=2.842) e as turmas as Unidades Terciárias de Amostragem (UTA). Foram incluídos todos os alunos das turmas com 15+ discentes presentes no dia da coleta.
Em relação a PeNSE/2015, foram utilizados dois desenhos amostrais. Utilizamos a Amostra 1, que criou 53 estratos nacionais, considerando cada capital e agrupou os municípios do interior de cado estado, formando os estratos geográficos (UPA). Foram selecionadas escolas (n=3.160) como USA a partir do Censo Escolar de 2013 e foram escolhidas turmas (UTA) em cada escola, sendo os alunos convidados a responder o questionário25.
A PNS é um inquérito transversal, domiciliar, nacional, com amostragem em conglomerado e probabilística de domicílios, realizada quinquenalmente, cuja população-alvo é composta pelos moradores de domicílios particulares permanentes com 15+ anos e representatividade nacional. Visa buscar informações sobre a atenção, acesso, uso dos serviços de saúde e dos estilos de vida da população brasileira.
A seleção em conglomerado foi feita em três estágios, estratificando a UPA, os setores censitários ou conjunto destes. As USA foram os domicílios (n=108.525) e as UTA, os indivíduos. Foram selecionados 18 domicílios por setor censitário nos estados de Roraima, Amapá e Tocantins; 12 em Maranhão, Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul; e 15 nos demais estados. Um morador de 15 anos ou mais foi escolhido aleatoriamente para responder o questionário2. O tamanho da amostra foi definido para fornecer estimativas com erro máximo de 3% ao nível de confiança de 95%, com prevalência estimada em 50% para maximizar a variância dos estimadores amostrais2.
No presente estudo, a continuidade refere-se à tendência de os indivíduos manterem sua posição dentro de um grupo ao longo do tempo (por exemplo, ativos fisicamente), utilizando dados de dois inquéritos populacionais. Neste estudo, propomos a continuidade de grupos etários – e não de indivíduos – de maneira que os adolescentes nas PeNSE/2012 e PeNSE/2015 estivessem na faixa etária de início da vida adulta e que fossem provavelmente respondentes, ou representados, na PNS/2019. Assim, nossa amostra (n = 198.861) está distribuída em dois grupos etários: [A] Grupo Etário 1 (GE-1), adolescentes da PeNSE/2015 (14 aos 17 anos) e adultos da PNS/2019-A (18 aos 21 anos); e [B] Grupo Etário 2 (GE-2), adolescentes da PeNSE/2012 (14 aos 17 anos) e adultos da PNS/2019-B (21 aos 24 anos).
As coletas da PeNSE e PNS são realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nacionalmente representativas, incluem ambos os sexos e partem da Amostra Mestra26, estabelecida para a utilização de planos amostrais conglomerados com utilização do efeito do delineamento amostral27,28, redução do espalhamento geográfico e do custo dos inquéritos em comparação com a amostra aleatória simples.
Assim, garantimos a equiprobabilidade dos inquéritos do IBGE ao definir as faixas etárias do estudo. Os grupos etários incluem os escolares que responderam ou poderiam ter respondido à PeNSE/2012 (14 a 17 anos) e, em 2019, estavam entre 21 e 24 anos, e os da PeNSE/2015 (14 a 17 anos), que em 2019 estavam entre 18 e 21 anos. Portanto, os alunos que responderam à PeNSE/2012 e PeNSE/2015 estavam dentro da faixa etária da PNS/2019. Assim, de acordo com as metodologias do IBGE, esses indivíduos podem ter sido selecionados para a PNS/2019, já que a probabilidade de participação em ambos os inquéritos foi a mesma para adolescentes e adultos jovens.
Detalhes metodológicos adicionais estão em publicações prévias29, nos relatórios da PeNSE1,24,25 e da PNS2,30, além da amostra mestra26 que explica os processos de seleção utilizados nos inquéritos do IBGE.
Utilizamos variáveis disponíveis nos três inquéritos. As demográficas foram idade (em anos), sexo (masculino/feminino) e etnia (dicotomizada em afrodescendentes, soma de preta e parda; e brancos) e as comportamentais foram tabagismo (sim/não), consumo de álcool (sim/não), comportamento sedentário (tempo de TV, <2 horas/dia ou ?2 horas/dia) e alimentação, para a qual foi criada o escore de alimentação saudável como um indicador simplificado da dieta, usando três variáveis representativas – feijão, frutas e verduras/legumes – comuns aos estudos PNS e PeNSE. As variáveis foram dicotomizadas, com “0” para "Não consome" e “1” para "Consome". A soma das três variáveis resultou em um escore que varia de 0 (nenhum consumo) a 3 (consumo de todos os três alimentos).
A atividade física foi calculada para cada domínio: atividade física escolar, atividade física no trabalho, atividade física em deslocamento, realizada a pé ou de bicicleta no trajeto casa-escola-casa ou casa-trabalho-casa, e a atividade física no lazer, prática de atividades físicas e esportes no tempo livre. Em cada domínio foi multiplicada a frequência (dias) pela duração (tempo) da atividade física.
A atividade física acumulada representa o tempo total em atividade física durante a semana, expressa em minutos/semana. Para adolescentes é o produto da soma da atividade física escolar, atividade física em deslocamento e atividade física no lazer, enquanto no início da vida adulta a atividade física acumulada é formada pela soma dos domínios da atividade física (trabalho, deslocamento e lazer). A partir da atividade física acumulada calculou-se a média em atividade física e o percentual de ativos fisicamente, conforme o engajamento: 300+ minutos/semana para adolescentes e 150+ minutos/semana4,31 para adultos.
Descrevemos, na primeira etapa, as características dos inquéritos através de proporções considerando a amostragem por conglomerados e o efeito do delineamento amostral (Tabela 1). Na segunda etapa apresentamos a média e o percentual de ativos fisicamente com seus respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%) para os GE-1 (Tabela 2-A) e para o GE-2 (Tabela 2-B), incluindo os respectivos inquéritos e distribuídos por características demográficas e comportamentais.
Na terceira etapa (Tabela 3), analisamos os domínios e as etnias descrevendo as médias com os respectivos IC95% e os percentis (P10, P25, P50, P75 e P90) para cada grupo etário. A partir dessas análises geramos dois diagramas de caixas que destacam as medianas de cada domínio de atividade física do grupo etário 1 (Figura 1a) e do grupo etário 2 (Figura 1b) e facilitam a visualização das diferenças entre a atividade física do adolescente e do adulto jovem.
Por fim, na quarta etapa, realizamos a Regressão de Poisson (Tabela 4) para analisar os GE-1 e GE-2 com dois ajustes: (1) para inquéritos e características demográficas e comportamentais e (2) para inquéritos e sexo (masculino e feminino). Os modelos de Regressão de Poisson incluíram as variáveis amostra, sexo, etnia, fumo, álcool, TV e escore de alimentação.
Em função da seleção em conglomerado, incluímos no software estatístico Stata, Versão 16 (https://www.stata.com), o efeito do delineamento amostral para a obtenção das estatísticas descritivas e de associação, considerando IC95% e p ? 0,05 como resultados estatisticamente significante.
As edições da PeNSE e da PNS respeitaram a Declaração de Helsinque, como participação voluntária, confidencialidade das informações pessoais e desidentificação em relatórios e bancos de dados. Os inquéritos foram aprovados e registrados pela CONEP sob os números 16.805 (PeNSE/2012)24, 1.006.467 (PeNSE/2015)25 e 3.249.268 (PNS/2019)2.
RESULTADOS
A amostra foi composta por adolescentes e por jovens adultos que participaram da PeNSE/2012 (50,3% meninas), PeNSE/2015 (50,1% meninas) e da PNS/2019 (48,8% mulheres). A maioria da amostra dos dois grupos etários foi composta por afro-brasileiros. Cerca de 20% de todas as amostras relataram uso de tabaco. No grupo etário 1, cerca de 45% relataram consumo de álcool, enquanto no grupo etário 2 essa prevalência variou de 28,3% para adolescentes a 51,4% para jovens adultos. A maioria dos adolescentes relatou assistir mais de 2 horas de televisão por dia, enquanto um terço dos adultos relataram o mesmo. Além disso, a maioria dos indivíduos de todas as amostras também obteve nota máxima no escore de alimentação saudável (Tabela 1).
TABELA 1
Resultados descritos na Tabela 2 mostram as médias e prevalência de atividade física acumulada do grupo etário 1 (Tabela 2-A) e do grupo etário 2 (Tabela 2-B), de acordo com a característica demográficas e comportamentais das amostras. Em ambos os grupos etários pode se notar um aumento na prática de atividade física na transição da adolescência para a idade adulta. Os dados também confirmam uma desigualdade de gênero, mostrando que os homens foram mais ativos que as mulheres em todos os pontos analisados.
TABELA 2
Em relação a etnia, os resultados sugerem maior prática entre indivíduos afro-brasileiros. Maior prática de atividade física também pode ser observada entre indivíduos fumantes e indivíduos que consomem álcool. Adolescentes mais sedentários apresentaram maior prática de atividade física, enquanto os jovens adultos menos sedentários foram aqueles mais ativos fisicamente. Indivíduos com melhores escores de alimentação saudável eram mais ativos, com exceção do grupo mais velho (21 a 24 anos) pertencente ao grupo etário 2 (Tabela 2-B).
FIGURA 1
A Tabela 3 apresenta os resultados contínuos da prática de atividade física de acordo com o domínio. Entre os adolescentes, maiores médias e medianas de atividade física foram observadas no lazer, enquanto nos adultos jovens as maiores médias foram no domínio do trabalho e maiores medianas no domínio do lazer. A média de atividade física acumulada dobrou da adolescência para a idade adulta, em ambos os grupos etários. As diferenças podem ser observadas nos diagramas de caixas que compõem a Figura 1.
TABELA 3
Os resultados da Tabela 4 apresentam dados da regressão de Poisson, confirmando alguns resultados observados anteriormente. Pode-se perceber maior prevalência de atividade física entre os jovens adultos, comparado aos adolescentes, menor prevalência de atividade física nas mulheres, maior prevalência de atividade física em indivíduos que consomem álcool e com nota máxima no escore de alimentação saudável.
TABELA 4
DISCUSSÃO
Utilizamos inquéritos do IBGE (PeNSE/2012, PeNSE/2015 e PNS/2019), com equiprobabilidade dos participantes terem sido selecionados e respondido os inquéritos na adolescência e início da vida adulta. Analisamos a associação da atividade física com fatores de risco às DCNT para compreender a continuidade da atividade física da adolescência para o início da vida adulta. Além disso, utilizamos como referência as atuais recomendações para adolescentes (sessões diárias, duração de 60 minutos/dia e intensidade de moderada à vigorosa) e adultos (150 a 300 minutos/semana com intensidade de moderada à vigorosa ou 75 minutos/semana em intensidade vigorosa).
A média de atividade física total e prevalência de atividade física aumentou da adolescência para início da vida adulta. Esse resultado pode ser justificado pelo grande aumento da atividade física no trabalho (jovens adultos), comparado a atividade física escolar (adolescentes). Apesar disso, esse grande incremento na atividade física do trabalho pode não ser tão vantajoso, evidenciando o paradoxo da atividade física32. De forma sintética, os trabalhadores de atividades que exigem esforço, geralmente, estão expostos a longos períodos de trabalho e baixo tempo de recuperação.
No editorial do British Journal of Sports Medicine, Holtermann e colaboradores33 listam seis fatores que explicam o paradoxo da atividade física e apresentam um diagrama dos mecanismos envolvidos. Eles destacam o efeito negativo da atividade física laboral em profissões como construção, limpeza, coleta de lixo, cuidados com idosos, agricultura e indústria. Reforçam que o exercício ideal deve ocorrer entre 60% e 80% capacidade aeróbia máxima, mas a atividade física laboral pode manter o trabalhador entre 30% e 35% dessa capacidade, prejudicando a saúde cardiovascular. Além disso, ela aumenta a frequência cardíaca e a pressão arterial, tem tempo de recuperação insuficiente e baixo controle do trabalhador, elevando os níveis de inflamação33.
Em outro estudo liderado por Holtermann34, foi relatado que a atividade física no trabalho está associada a um risco maior de eventos cardiovasculares e mortalidade por todas as causas, ao contrário da atividade física no lazer, que reduz esses riscos. Cillekens et al.35 analisaram a associação entre atividade física ocupacional e mortalidade por DCV e concluíram que a atividade física no lazer é benéfica, enquanto a atividade física no trabalho é prejudicial, reforçando o paradoxo da atividade física.
O paradoxo da atividade física em nossos resultados reforça os estudos pioneiros de Morris36,37. As atividades físicas no trabalho analisadas por Morris eram de baixa intensidade se comparadas àquelas desenvolvidas pelos trabalhadores atuais e aferidas na PNS. A atividade física no trabalho é parte do cotidiano dos adultos e inclui tanto tarefas leves quanto esforços físicos intensos de curta duração. Assim, a medição da atividade física no trabalho visa quantificar a prática, não sendo recomendada como forma de se tornar ativo fisicamente.
Em 2011, a International Society for Physical Activity and Health (ISPAH) apresentou uma proposta para incluir a atividade física no cotidiano, revisada e atualizada por Milton e colaboradores38 em 2021. Com base em revisões da literatura, os autores definiram estratégias eficazes para mudar comportamentos relacionados à atividade física e envolver organizações, políticos, mídia e comunidades. No Brasil, algumas ações recomendadas, como o Programa de Saúde na Escola e a qualificação de profissionais, estão em andamento; outras, como transporte e urbanismo ativo, estão em estudo; e algumas ainda precisam ser implementadas, como campanhas de educação em saúde e programas comunitários.
Além disso, muitos estudos concluíram que a atividade física é importante na vida adulta, como afirmam Mielke e colaboradores: a atividade física de intensidade moderada (AFMV) a vigorosa, no início da vida adulta, é um importante preditor da saúde cardiometabólica. Os pesquisadores analisaram a associação entre AFMV e saúde cardiometabólica na coorte de 1993 de Pelotas (n=2.280), avaliados clinicamente aos 18 e aos 22 anos. Os autores concluíram que a níveis reduzidos de AFMV na vida adulta foi associado a prejuízos no perfil metabólico, em contrapartida, o aumento da AFMV a melhorias, especialmente entre homens39.
A relação de gênero se manteve nos padrões detectados em outros estudos40-42, pois os homens foram mais ativos em todos os inquéritos. O crescimento da média e do percentual de ativos fisicamente ser maior entre as mulheres (GE-2), não muda o fato das ativas fisicamente ser menor que 50%, tanto no grupo etário 1 (Tabela 2-A) quanto no grupo etário 2 (Tabela 2-B).
Não houve diferença (GE-1, Tabela 2-A) na média de atividade física entre as etnias na adolescência, porém quando existe é bem pequena (GE-2, Tabela 2-B). Entretando, no início da vida adulta a atividade física dos afrodescendentes cresce abruptamente (Tabela 2). Por que pessoas afrodescendentes apresentam maior tempo de atividade física e menor percentual de inatividade física do que as pessoas brancas no início da idade adulta? Provavelmente as questões socioeconômicas e a equidade em saúde estão presentes, já que afrodescendentes são 65,6% das pessoas desocupadas43 (maior possibilidade de estarem em trabalho informal, braçal e deslocamentos a pé/bicicleta) e apenas 18,3% frequentam o ensino superior44.
O tabaco ainda é acessível aos adolescentes, apesar das barreiras legais e do marketing da OMS – MPOWER (Monitoring, Protect, Offer, Warn, Enforce, Raise) – que visa monitorar o consumo, propor políticas públicas, alertar sobre perigo do tabaco, promover cessação, proibir publicidade, aumentar impostos e realizar campanhas antitabaco45. Globalmente, o MPOWER ajudou a reduzir a prevalência de 22,7% em 2007 para 17% em 202145, com uma taxa de 20,9% para pessoas com 15+ anos em 2022. No Brasil, a estimativa é de 12,3%46.
Estudo canadense mostrou que houve cessação do uso em 40% dos iniciantes, associado a participação em esportes coletivos47. Porém, na adolescência e início da vida adulta dos brasileiros, encontramos uma tendência oposta: os tabagistas possuem maior média e percentual de ativos fisicamente (Tabelas 2-A e 2-B). O mesmo ocorre com o consumo de álcool (Tabelas 2-A e 2-B)48. O adulto jovem enfrenta diversos riscos, como tabagismo e fácil acesso ao álcool. A prevalência global de consumo de álcool entre jovens de 15 a 19 anos48 é de 22% e o consumo episódico pesado é de 38% entre adultos48. No Brasil, essas taxas são 26,8%1 e 17,6%48, respectivamente. É possível que haja iniciação em drogas lícitas e ilícitas através da liberdade concedida pelos pais, que aumenta a exposição dos adolescentes a desafios. Entre adultos jovens, a busca por autonomia pode levar ao abuso dessas substâncias.
A prevalência de assistir TV por mais de 2 horas/dia reduziu na vida adulta. Além disso, a média e prevalência de atividade física nos jovens adultos é maior quando consideramos aqueles que despendem menos tempo assistindo TV. Esse resultado pode sugerir que os indivíduos estão trocando o comportamento de assistir televisão por atividades físicas, ou o CS está subrepresentado, considerando apenas televisão e não a migração para outros equipamentos de tela (tablet, smartphone, computadores, videogames, etc.) ou trocando o CS por atividade física no trabalho. O CS está relacionado com a evolução tecnológica e é impactado pela pandemia de inatividade física49, fenômeno que recrudesce um conjunto de mecanismos, conectando-se às DCNT por ser persistente, progressivo, possuir alta prevalência e atingir, globalmente, 4 em cada 5 adolescentes (80,3%).
Ekelund et al. realizaram metanálise e analisaram a associação da atividade física com tempo assistindo TV, utilizando dados de 194 países (n = 1.006.091). Aqueles que assistiram TV por ?5 horas/dia tiveram aumento na mortalidade por todas as causas (entre 16% e 93%), independentemente do tempo em atividade física, e entre os mais ativos apenas o tempo de TV ?5 horas/dia foi significativamente associado a um risco aumentado de mortalidade (HR 1,16; IC 95%: 1,05–1,28). Os autores concluíram que o alto nível de atividade física (60 a 75 min/dia) atenua, mas não elimina os riscos associados ao tempo assistindo TV50.
Nesse sentido, Mielke e colaboradores, a partir de dados coletados aos 11, 15 e 18 anos (n=3.613) de integrantes das coortes de nascimento de Pelotas, analisaram a associação entre atividade física autorreferida e tempo de tela em indicadores de risco cardiometabólico. Os autores concluíram que níveis mais elevados de atividade física parecem ser mais importantes do que reduzir o tempo de tela para a saúde cardiometabólica em adolescentes51.
A mudança de paradigma para enfrentar a inatividade física envolve ações, programas e políticas públicas que ofertem e mobilizem a população em torno de atividades físicas capazes de promover a melhora na aptidão física. Entretanto, é preciso uma infraestrutura mínima, que inclui a manutenção dos equipamentos existentes e novos espaços de lazer, como trilhas, locais para práticas esportivas e construção de ciclovias, ampliando as opções de deslocamento ativo.
Este envolvimento contínuo em atividades físicas (com volume, duração e intensidade adequadas para cada indivíduo), conduzirá à hábitos duradouros, aumentando os níveis populacionais de atividade física31 e reduzindo os riscos cardiometabólicos50, a morbimortalidade por DCV52,53 e a diabetes54,55.
Algumas limitações devem ser consideradas. Estamos analisando o tempo acumulado em atividade física, pois não houve aferição da intensidade da atividade física na PeNSE e PNS, tornando impossível classificá-la em leve, moderada ou vigorosa. Utilizamos questões presentes nos inquéritos PeNSE e PNS, estudos transversais por autorrelato, portanto passíveis de vieses de informação, assim como não se pode estabelecer relações causais2. Apesar disso, destaca-se o rigor metodológico e estrutural dos dois inquéritos para serem representativos das populações, terem validade interna, externa e alto poder estatístico.
Embora nossa análise faça analogia a um estudo de coorte, não acompanha os mesmos participantes ao longo do tempo, o que deve ser considerado na interpretação dos resultados. Contudo, acreditamos que nossa abordagem é inovadora e traz uma novidade para o uso de dados de vigilância rotineiramente coletados no Brasil.
Destaca-se a análise do CS, que se baseia no tempo assistindo TV devido às limitações dos instrumentos de cada inquérito. Recomendamos que os questionários nacionais incluam o uso de outros dispositivos eletrônicos, como tablets e smartphones. No entanto, essas novas variáveis não permitirão comparações temporais com inquéritos anteriores, pois os instrumentos de avaliação evoluem com a tecnologia e a sociedade.
Outro aspecto importante é que as estimativas da PeNSE e da PNS permaneceram íntegras, uma vez que utilizamos os dados de todos os indivíduos que integraram os inquéritos, dentro das faixas etárias selecionadas e com dados válidos para as variáveis incluídas nas análises. Os questionários e os desenhos metodológicos dos inquéritos, que foram cuidadosamente elaborados para obter prevalências e a distribuição dos fatores de risco e proteção relativos à saúde das populações investigadas, consideraram as mensurações das atividades físicas que se alinhassem as práticas cotidianas de adolescentes e adultos. Assim, utilizamos domínios que revelassem como esses grupos acumulam tempo em atividades físicas comuns às suas idades.
É preciso destacar que uma parte significativa dos estudos sobre atividade física fundamenta-se na análise dos domínios, que representam subdivisões da prática da atividade física, visando contemplar todos os aspectos da vida cotidiana dos indivíduos. Nesse contexto, a investigação da atividade física entre os adolescentes ocorre concretamente durante as aulas de educação física escolar, nos momentos de lazer e nos deslocamentos ativos, frequentemente circunscritos ao trajeto casa-escola-casa, sem considerar, por exemplo, aqueles que ocorrem entre a casa e outros espaços de lazer. Em relação aos adultos, desvinculados do ambiente escolar, mantêm, muito provavelmente, uma ligação com algum ambiente laboral. Muitos deles, enfrentando os desafios das novas responsabilidades e da limitação de recursos ou por uma escolha ecológica, continuam realizando deslocamentos ativos, agora no trajeto casa-trabalho-casa, e desenvolvem suas atividades físicas durante o tempo de lazer.
Nesse contexto, as disparidades entre a PeNSE e a PNS não comprometem a acurácia de seus questionários. Especificamente no que diz respeito à atividade física em diferentes grupos demográficos, de maneira que ambos os instrumentos buscam retratar o comportamento dessa variável em adolescentes e adultos, adaptando os domínios de atividade física conforme a faixa etária. Por exemplo, a avaliação da atividade física em adolescentes inclui o tempo destinado à Educação Física escolar, um domínio relevante para essa faixa etária, enquanto a atividade física no ambiente de trabalho é considerada na análise dos adultos.
Finalmente, a comparação foi realizada por instrumentos diferentes, pois é habitual na literatura que questionários validados para adolescentes sejam diferentes daqueles validados para adultos, visto que os domínios da atividade física (por exemplo, atividade escolar vs. atividade ocupacional) diferem entre os grupos etários. Ainda que apresentem similaridades nos domínios que compõem a atividade física, a interpretação dos resultados deve levar em conta o contexto específico de cada grupo e as implicações de extrapolar tais resultados.
CONCLUSÃO
O aumento do tempo de atividade física no trabalho, no início da vida adulta, não corrobora a hipótese inicial e pode não trazer benefícios à saúde, especialmente considerando as médias de atividade física no trabalho. A presença do paradoxo da atividade física em nossos resultados demonstra o efeito da atividade física do trabalho na saúde dos adultos jovens, pois é maior que a atividade física de lazer quanto mais distante da adolescência, como observado na comparação entre GE-1 e GE-2. Propomos a implementação de ações de promoção da saúde que priorizem a prevenção primordial como estratégia para combater as DCNT. Além disso, sugerimos iniciar um debate sobre a possibilidade de ampliar a recomendação atual de 150 a 300 minutos de atividade física por semana, que pode ser insuficiente para atender às necessidades de adultos jovens.
Entre os adolescentes, a prevalência de indivíduos ativos foi baixa, sugerindo a necessidade de políticas que estimulem a prática nessa atividade, para que eles incorporem o hábito da atividade física em suas rotinas. Além disso, os resultados reforçam a importância da prática de atividade física escolar, que representou cerca de 1/3 da atividade total realizada por adolescentes de 14 a 17 anos de idade. Portanto, desenvolver o consenso da ISPAH para enfrentar a inatividade física é uma forma eficaz de promover as mudanças necessárias nessas populações.
Por fim, embora o tempo de atividade física e a prevalência tenham aumentado da adolescência para o início da vida adulta, é crucial que futuros estudos acompanhem o impacto da prática na saúde dos adultos jovens, assegurando benefícios a curto e longo prazo.
Agradecimentos
À Professora Celia Maria Chagas Soares pelas correções na escrita que melhoraram a versão final deste manuscrito.
REFERÊNCIAS
1. Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar: 2019. Rio de Janeiro: IBGE; 2021.
2. Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Saúde - 2019: percepção do estado de saúde, estilos de vida, doenças crônicas e saúde bucal - Brasil e Grandes Regiões. Rio de Janeiro: IBGE; 2020.
3. Brasil. Ministério da Saúde. Guia Alimentar para a População Brasileira Guia Alimentar para a População Brasileira. 2014.
4. Brasil. Ministério da Saúde. Guia de atividade física para a população brasileira. Brasília: Ministério da Saúde; 2021.
5. Institute for Health Metrics and Evaluation. Estudo de carga de doença global: gerando evidências, informando políticas de saúde. Seattle, WA: IHME; 2013.
6. Malta DC. Avanços do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis no Brasil, 2011-2015. Epidemiol Serv Saúde, 2016;25(2):373–90.
7. Brasil. Ministério da Saúde. Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas e Agravos não Transmissíveis no Brasil 2021-2030. Brasília: Ministério da Saúde; 2021.
8. Howley ET, Franks BD. Manual do condicionamento físico. Porto Alegre: Artmed; 2008.
9. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Área de Saúde do Adolescente e do Jovem. Marco legal: saúde, um direito de adolescentes. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2007.
10. Organização Pan-Americana da Saúde. Ação Global Acelerada para a Saúde de Adolescentes (AA-HA!): guia de orientação para apoiar a implementação pelos países. Washington, D.C.: Organização Pan-Americana da Saúde; 2018.
11. Brasil. Lei nº 12.852, de 5 de agosto de 2013. Institui o Estatuto da Juventude. Diário Oficial da União: Seção 1, Brasília, DF, ano CL, n. 150, p. 1-4, 6 ago. 2013.
12. World Health Organization. Consolidated guidelines on the use of antiretroviral drugs for treating and preventing HIV infection: recommendations for a public health approach June 2013. Geneva: HO Press, 2013.
13. Hillman CH, Erickson KI, Kramer AF. Be smart, exercise your heart: exercise effects on brian and cognition. Nat Rev Neurosci. 2008;9(1):58–65.
14. Hallal P, Bertoldi A, Gonçalves H, Victora C. Prevalência de sedentarismo e fatores associados em adolescentes de 10-12 anos de idade. Cad Saúde Pública 2006;22(6):1277–87.
15. World Health Organization. Guidelines on mental health promotive and preventive interventions for adolescents: helping adolescents thrive. Vol., World Health Organization. Geneva: WHO; 2020.
16. Hallal P, Victora C, Azevedo M, Wells J. Adolescent Physical Activity and Health: a Systematic Review. Sports Med. 2006;36(12):1019–30.
17. Biddle SJH, Ciaccioni S, Thomas G, Vergeer I. Physical activity and mental health in children and adolescents: An updated review of reviews and an analysis of causality. Psychol Sport Exerc. 2019;42:146–55.
18. Tessier AJ, Wing SS, Rahme E, Morais JA, Chevalier. Stéphanie. Association of low muscle mass with cognitive function during a 3-Year follow-up among adults aged 65 to 86 years in the Canadian Longitudinal Study on Aging. JAMA Netw Open;5(7):1–12.
19. Brasil. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular; educação é a base. Brasília: MEC; 2018.
20. Marques A, Matos MG de. Adolescents’ physical activity trends over the years: a three-cohort study based on the Health Behaviour in School-aged Children (HBSC) Portuguese survey. BMJ Open. 2014;4(e006012):1–7.
21. Azevedo Junior M, Araújo C, Pereira F. Atividades físicas e esportivas na adolescência: mudanças de preferências ao longo das últimas décadas. Rev Bras Educ Fís Esporte. 2006;20(1):51–8.
22. Hulley SB, Cummings SR, Browner WS, Grady DG, Newman TB. Delineando a pesquisa clínica. 4ª Ed. Porto Alegre: Artmed; 2015.
23. Florindo A, Hallal P. Epidemiologia da atividade física. Epidemiologia da atividade física. São Paulo: Atheneu; 2011.
24. Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar - 2012. Rio de Janeiro: IBGE; 2013.
25. Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar - 2015. Rio de Janeiro: IBGE; 2016.
26. Freitas MPS de, Lila MF, Azevedo RV de, Antonaci G de AA. Amostra Mestra para o Sistema Integrado de Pesquisas Domiciliares. Rio de Janeiro: CDDI, IBGE; 2007.
27. Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 2015: Nota metodológica no 1, informações para utilização dos microdados Amostras 1 e 2. Versão - 14 de maio de 2018. Rio de Janeiro; IBGE; 2018.
28. Stopa SR, Szwarcwald CL, Oliveira MM de, Gouvea E de CDP, Vieira MLFP, Freitas MPS de, et al. Pesquisa Nacional de Saúde 2019: histórico, métodos e perspectivas. Epidemiol Serv Saúde 2020;29(5):e2020315.
29. Oliveira MM de, Campos MO, Andreazzi MAR de, Malta DC. Características da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar - PeNSE. Epidemiol Serv Saúde. 2017 Jul 1;26(3):605–16.
30. Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Saúde 2013: percepção do estado de saúde, estilos de vida e doenças crônicas - Brasil, Grandes Regiões e Unidades da Federação. Rio de Janeiro: IBGE; 2014.
31. World Health Organization. WHO guidelines on physical activity and sedentary behaviour. Geneva: WHO; 2020.
32. Ekblom-Bak E, Ekblom B, Paulsson S, Wallin P, Väisänen D. Revisiting the physical activity paradox: the role of cardiorespiratory fitness in workers with high aerobic demands. Scand J Public Health, 2023;0(0):1-5.
33. Holtermann A, Krause N, Van der Beek A, Straker L. The physical activity paradox: six reasons why occupational physical activity (OPA) does not confer the cardiovascular health benefits that leisure time physical activity does. Br J Sports Med. 2018;52(3):149-150.
34. Holtermann A, Schnohr P, Nordestgaard BG, Marott JL. The physical activity paradox in cardiovascular disease and all-cause mortality: the contemporary Copenhagen General Population Study with 104,046 adults. Eur Heart J, 2021 Apr 14;42(15): 1499-1511.
35. Cillekens B, Huysmans MA, Holtermann A, van Mechelen W, Straker L, Krause N, et al. Physical activity at work may not be health enhancing. A systematic review with meta-analysis on the association between occupational physical activity and cardiovascular disease mortality covering 23 studies with 655,892 participants. Scand J Work Environ Health, 2022;48(2):86–98.
36. Morris JN, Heady JA, Raffle PAB, Roberts CG, Parks JW. Coronary heart-disease and physical activity of work. The Lancet. 1953;262(6796):1111–20.
37. Morris JN, Crawford MD. Coronary heart disease and physical activity of work. Br Med J. 1958;2(5111):1485–96.
38. Milton K, Cavill N, Chalkley A, Foster C, Gomersall, Hagstromer M et al. Eight investments that work for physical activity. J Phys Act Health. 2021;18(6):625-630.
39. Mielke GI, Menezes AMB, DA Silva BGC, Ekelund U, Crochemore-Silva I, Wehrmeister FC, et al. Associations between device-measured physical activity and cardiometabolic health in the transition to early adulthood. Med Sci Sports Exerc. 2021;53(10):2076–85.
40. Soares CAM, Hallal PC. Interdependência entre a participação em aulas de Educação Física e níveis de atividade física de jovens brasileiros: estudo ecológico. Rev. Bras. Ativ. Fis. Saúde, 2015;20(6):588–97.
41. Condessa LA, Soares CA, Mielke GI, Malta DC, Caiaffa WT. Prevalence of physically active adolescents in Brazilian capitals: National Adolescent School-based Health Survey 2012 and 2015. Rev Bras Epidemiol, 2018;21(SUPPL. 1):E180012-25.
42. Soares CAM, Leão OAA, Freitas MP, Hallal PC, Wagner MB. Tendência temporal de atividade física em adolescentes brasileiros: análise da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar de 2009 a 2019. Cadernos de Saúde Pública 2023; 39(10):e00063423.
43. Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Desigualdades sociais por cor ou raça no Brasil. Vol. 47, Estudos e Pesquisas - Informação Demográfica e Socioeconômica. Rio de Janeiro: IBGE; 2022.
44. Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Desigualdades sociais por cor ou raça no Brasil. Vol. 41, Estudos e Pesquisas - Informação Demográfica e Socioeconômica. Rio de Janeiro: IBGE; 2019.
45. World Health Organization. WHO report on the global tobacco epidemic, 2023 Protect people from tobacco smoke. Geneva: WHO, 2023.
46. World Health Organization. WHO global report on trends in prevalence of tobacco use 2000–2030. Geneva: WHO, 2024.
47. O’Loughlin J, Dugas EN, Brunet J, DiFranza J, Engert JC, Gervais A, et al. Cohort Profile: The Nicotine Dependence in Teens (NDIT) Study. Int J Epidemiol, 2015;44(5):1537–46.
48. World Health Organization. Global status report on alcohol and health and treatment of substance use disorders. Geneva: WHO, 2024.
49. Kohl HW, Craig CL, Lambert EV, Inoue S, Alkandari JR, Leetongin G, et al. The pandemic of physical inactivity: global action for public health. The Lancet 2012;380(9838):294–305.
50. Ekelund U, Steene-Johannessen J, Brown WJ, Fagerland MW, Owen N, Powell KE, et al. Can physical activity elminate the detrimental association of sitting time with mortality? A harmonized meta-analysis of data from more than one million men and women. The Lancet, 2016;6736(16):1–10.
51. Mielke GI, Brown WJ, Wehrmeister FC, Goncalves H, Oliveira I, Menezes AM, et al. Associations between self-reported physical activity and screen time with cardiometabolic risk factors in adolescents: Findings from the 1993 Pelotas (Brazil) Birth Cohort Study. Prev Med (Baltim). 2019;1;119:31–6.
52. Costa IFAF da, Medeiros CCM, Costa FDAF da, Farias CRL de, Souza DR, Adriano WS, et al. Adolescentes: comportamento e risco cardiovascular. J Vasc Bras., 2017;16(3):205–13.
53. Pratt M, Perez LG, Goenka S, Brownson RC, Bauman A, Lucia O, et al. Can Population Levels of Physical Activity Be Increased? Global Evidence and Experience. Prog Cardiovasc Dis., 2015;7(4):356–67.
54. World Health Organization. Global report on diabetes. Geneva: WHO; 2016.
55. Khan MAB, Hashim MJ, King JK, Govender RD, Mustafa H, Kaabi J Al. Epidemiology of Type 2 diabetes - Global burden of disease and forecasted trends. J Epidemiol Glob Health. 2020;10(1):107–11.
?