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0327/2024 - O CONSUMO DE ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS ESTÁ ASSOCIADO COM A SÍNDROME METABÓLICA EM INDIVIDUOS COM MAIS DE 40 ANOS
THE CONSUMPTION OF ULTRA-PROCESSED FOODS IS ASSOCIATED WITH METABOLIC SYNDROME IN INDIVIDUALS OVER 40 YEARS OF AGE

Autor:

• Bruna Grazielle Mendes Rodrigues - Rodrigues, B.G.M - <mendesbrunag@hotmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0190-4138

Coautor(es):

• Vanessa do Nascimento Vilarinho - Vilarinho, V.N - <vanessanascimentox10@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5404-0134

• Layanne Cristina de Carvalho Lâvor - Lâvor, L.C.C - <layannecristina94@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3954-2870

• Poliana Cristina de Almeida Fonseca Viola - Viola, P.C.A.F - <polianafonseca.nutri@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8875-5154

• Paulo Víctor de Lima Sousa - Sousa, P.V.L - <paulovictor.lima@hotmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1486-0661

• Márcio Dênis Medeiros Mascarenhas - Márcio Dênis Medeiros Mascarenhas - <mdm.mascarenhas@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5064-2763

• Karoline de Macêdo Gonçalves Frota - Frota, K.M.G - <karolfrota@ufpi.edu.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9202-5672



Resumo:

Verificar a associação entre consumo de AUP com a SM em individuos de 20 e 39 anos e ? 40 anos. Estudo de natureza transversal, de base populacional e domiciliar. Foram coletados dados demográficos, socioeconômicos, estilo de vida, antropométricos, bioquímicos, consumo alimentar e de pressão arterial (PA) de indivíduos ?20 anos, de ambos os sexos, residentes em Teresina (PI). Dos 262 participantes, 38,2% dos indivíduos possuíam 20 a 39 anos e 61,8% com ? 40 anos. Indivíduos de ? 40 anos possuíam maior prevalência de SM (57,4%), de hiperglicemia (13%), hipertensão arterial (54,9%) e circunferência da cintura (CC) elevada (50,6%). Já aos 20 a 39 anos, a prevalência de SM foi de 23% e apresentavam glicemia, PA e CC adequadas (99%, 78% e 77%, respectivamente). Na amostra total, a ingestão calórica de AUP foi de 20% das calorias totais, sendo de 24,4% no grupo de 20 a 39anos e de 17% no grupo ? 40 anos. Verificou-se que indivíduos com ? 40 anos no maior tercil de consumo de AUP apresentaram 35% maior prevalência de SM.. Devendo desencorajar o consumo excessivo de AUP e estimular o consumo de alimentos in natura/minimamente processados, visando a garantia da saúde da população.

Palavras-chave:

consumo alimentar; alimentos in natura; alimento processado; síndrome metabólica; doenças não transmissíveis.

Abstract:

To verify the association between UPF consumption and MS in individuals aged 20 and 39 years and ≥ 40 years. Cross-sectional, population-based and household study. Demographic, socioeconomic, lifestyle, anthropometric, biochemical, food consumption and blood pressure (BP) data were collectedindividuals ≥20 years old, of both sexes, living in Teresina (PI). Of the 262 participants, 38.2% of individuals were aged 20 to 39 years and 61.8% were ≥ 40 years old. Individuals aged ≥ 40 years had a higher prevalence of MS (57.4%), hyperglycemia (13%), hypertension (54.9%) and high waist circumference (WC) (50.6%). At 20 to 39 years of age, the prevalence of MS was 23% and they had adequate blood glucose, BP and WC (99%, 78% and 77%, respectively). In the total sample, caloric intakeUPF was 20% of total calories, 24.4% in the group aged 20 to 39 years and 17% in the group ≥ 40 years. It was found that individuals aged ≥ 40 years in the highest tertile of UPF consumption had a 35% higher prevalence of MetS. The excessive consumption of UPF should be discouraged and the consumption of fresh/minimally processed foods should be encouraged, aiming to guarantee the health of the population.

Keywords:

food consumption; natural foods; processed food; metabolic syndrome; non-communicable diseases.

Conteúdo:

INTRODUÇÃO
A avaliação do consumo alimentar pode ser realizada de diversas formas, como análise de nutrientes, determinação de padrões alimentares e, mais recentemente, pelo grau de processamento dos alimentos da dieta1,2. O grau de processamento tornou-se uma medida importante e diferenciada na avaliação da qualidade da dieta, tendo em vista a possibilidade de analisar de forma qualitativa os alimentos que compõem a dieta de determinado individuo. Para isso, é utilizada a classificação NOVA, responsável pela divisão dos alimentos em quatro grupos, alimentos in natura ou minimamente processados, ingredientes culinários processados, alimentos processados e alimentos ultraprocessados, os quais levam em consideração a extensão e o objetivo do processamento dos alimentos3,4,5.
Ao analisar as escolhas alimentares de toda a população do Brasil durante a última década, obseva-se que o perfil alimentar tradicional brasileiro ainda é caracterizado pela participação de arroz e feijão, porém, com ingestão aumentada de alimentos ultraprocessados (AUP), a exemplo de biscoitos e refrigerantes. Foi verificado também, que houve redução no consumo de alimentos in natura e minimamente processados como frutas, carnes, leite e derivados6.
Assim, esse perfil de consumo alimentar atual vem sendo constantemente alterado e constituído, cada vez mais, por alimentos ricos em lipídios, sódio e de elevado teor calórico, em detrimento, ao consumo reduzido de frutas, hortaliças e cereais. Como resultado, há um aumento alarmante na prevalência das doenças crônicas não transmissiveis (DCNT), como diabetes mellitus, obesidade, doenças cardiovasculares e dislipidemias, sendo responsáveis por três em cada quatro mortes no Brasil7,8.
Dentre os fatores que aumentam o risco de DCNT, encontra-se a síndrome metabólica (SM), condição clínica resultante de alterações complexas do metabolismo, fortemente associada ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares e diabetes mellitus tipo 2, sendo as DCNT de maior ocorrência, causando 72% das mortes na população brasileira9,10.
A SM é diagnosticada pela presença de pelo menos três marcadores de alteração metabólicas como circunferência da cintura, glicemia de jejum, pressão arterial, triglicerídeos e colesterol de alta densidade (HDL-c), critérios utilizados pelo National Cholesterol Education Program’s Adult Treatmen Panel III11. (2001). Nota-se prevalência crescente e elevada da SM, sendo de 38,4% na população brasileira, 24,3% na Europa e 34,2% nos Estados Unidos9,12,13. No centro da sua fisiopatologia, encontra-se o comportamento alimentar inadequado. O maior risco de desenvolver SM está associado a uma ingestão excessiva de gorduras saturadas, carboidratos simples, sódio, os quais estão presentes nos AUP. Em contrapartida, uma dieta rica em alimentos in natura e minimante processados atua de forma benéfica nessa patogênese. Ademais, a prática da atividade física e a promoção de um estilo de vida saudável estão relacionados ao papel protetor e modulador da SM9,14.
Portanto, com elevada prevalência da SM associada a mudança no perfil de consumo alimentar, nota-se a relevância do presente estudo, tendo em vista que o mesmo objetiva verificar a associação entre consumo de AUP com a SM em individuos de 20 a 39 anos e indivíduos ? 40 anos. Assim, mensurar a associação entre o consumo de AUP e a SM em diferentes faixas etárias faz-se necessario, considerando que o consumo cada vez mais frequente de AUP entre indivíduos mais jovens podem levar a repercussões maiores nas futuras geracões caso nenhuma intervenção seja realizada.

METODOLOGIA
Estudo de natureza transversal, de base populacional, recorte dos dados provenientes da pesquisa “Inquérito de saúde domiciliar nos municípios de Teresina e Picos (PI) – ISAD - PI”, que objetivou analisar as condições de vida e situação de saúde da população, por meio de visitas em domicílios localizados na área urbana dos municípios de Teresina e Picos (PI).
Participaram do presente estudo indivíduos ? 20 anos residentes na área urbana e em domicílios particulares localizados em Teresina-PI, que aceitaram participar da pesquisa após os devidos esclarecimentos sobre a pesquisa e os procedimentos éticos. Foram excluídos os indivíduos que possuem alguma deficiência ou incapacidade que dificulte a aplicação do questionário ou avaliação antropométrica ou coleta de sangue.
Para um melhor entendimento da metodologia utilizada no ISAD-PI sobre tamanho amostral, plano amostral e coleta de variáveis, mais informações podem ser encontradas no estudo de Rodrigues et al15.
A amostragem para o estudo ISAD-PI foi do tipo probabilística complexa, por conglomerados, em dois estágios: setor censitário e domicílio, com base nos dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)16.
Foi considerado a estratificação da população de acordo com a idade dos indivíduos para o cálculo da amostra. Considerando que o município de Teresina tem cerca de 210.093 domicílios particulares, com base no censo do IBGE16, foi calculado o número médio de indivíduos em cada grupo etário por domicílio e para que, no mínimo, 30 indivíduos de cada grupo etário participassem da amostra, calculou-se o número de domicílios necessários para cada grupo.
Seguindo o mesmo plano de amostragem, 50% dos domicílios foram selecionados formando uma subamostra para a coleta de dados de consumo alimentar, por meio da aplicação dos recordatórios de 24 horas, bem como para a análise de sangue. (Figura 1).
Foram coletados dados demográficos (idade e sexo), socioeconômicos (renda e escolaridade), estilo de vida (consumo de álcool, tabagismo e nível de atividade física), consumo alimentar, antropométricos (peso, altura, circunferência da cintura), pressão arterial e coleta de sangue.
A aplicação do recordatório alimentar de 24 horas (R24h) foi realizada em uma segunda etapa de coleta. Para isso, 50% dos domicílios sorteados em cada setor censitário foram sistematicamente selecionados formando uma subamostra. Os indivíduos ? 20 anos residentes em domicílios foram incluídos na subamostra e convidados a participar da coleta de dados referente ao consumo alimentar, dos quais 262 indivíduos de ? 20 anos aceitaram e responderam ao R24h.
Os dados sobre o consumo alimentar dos participantes foram obtidos mediante a aplicação do R24h que, para seu preenchimento, seguiu as orientações do Multiple Pass Method17. Foi aplicado um segundo R24h em 40% da população, em um intervalo de dois meses, com o objetivo de corrigir a variabilidade intrapessoal18. Foi realizada a quantificação dos R24h com o propósito de transformar em gramas ou mililitros as quantidades de alimentos e preparações referidas em medidas caseiras. Para isto, foram utilizadas informações disponíveis em tabelas de medidas caseiras19. (Pinheiro et al, 2005).
A pressão arterial foi realizada pelo menos duas medidas no intervalo de um minuto conforme preconiza a VII Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial20, bem como os resultados foram comparados com os pontos de corte indicados pela referida diretriz. Para o presente estudo foi considerado normal a pressão arterial sistólica (PAS) ? 120 mmHg e pressão arterial diastólica (PAD) ? 80 mmHg e elevada, qualquer valor superior a normalidade (PAS > 120 mmHg e/ou PAD > 80 mmHg).
Os pesquisadores foram padronizados para a avaliação das medidas antropométricas por meio de treinamento realizado pelo Laboratório de Avaliação Nutricional de Populações do Departamento de Nutrição da Universidade de São Paulo15,21. Quanto à classificação da Circunferência da Cintura (CC) dos adultos, foi realizada seguindo as recomendações da OMS22.
As concentrações de glicose de jejum foram determinadas por meio do método enzimático colorimétrico, utilizando os kits Labtest®. Os valores de referência para a glicemia de jejum foram baseados nos critérios definidos pela Sociedade Brasileira de Diabetes23.
As concentrações do colesterol lipoproteico de alta densidade (HDL-c) e triglicerídeos (TG) foram determinadas segundo o método enzimático colorimétrico. Os valores de corte que foram utilizados como referência para os lipídios séricos serão da Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose24.
A síndrome metabólica foi determinada, de acordo 3 ou mais critérios National Cholesterol Education Program’s Adult Treatment Panel III (NCEP-ATP III), conforme recomendado pela I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica25.
As análises foram realizadas por meio do programa Stata versão 13.0 utilizando o modo survey a fim de corrigir para a amostragem complexa da pesquisa.
A distribuição das variáveis foi analisada por meio do teste de Shapiro-Wilk. As variáveis contínuas foram expressas em média e as variáveis categóricas em valores absolutos e relativos. A diferença das médias entre as faixas etárias foi verificada por meio do teste U de Mann-Whitney. A associação entre variáveis categóricas foi analisada por meio do teste de Qui-Quadrado de Pearson ou teste Exato de Fisher. A associação entre a prevalência de SM e o consumo de alimentos quanto ao grau de processamento foi analisada por meio de regressão de Poisson, expressa em Razão de Prevalência bruta e ajustada, para potenciais fatores de confundimento, como idade, gênero, escolaridade, consumo de álcool e cigarros, prática de atividade física e uso de medicamentos ou suplementos em geral, com intervalo de confiança de 95% (IC95%). O nível de significância adotado foi de 5%.
Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal do Piauí, sob o parecer nº 2.552.426.

RESULTADOS
Participaram do estudo 262 indivíduos, destes 38,2% (100 indivíduos) possuíam de 20 a 39 anos e 61,8% (162 indivíduos) com 40 anos ou mais. Tanto o grupo de menor faixa etária (20-39 anos) e maior faixa etária (? 40 anos) tem a sua maioria do sexo feminino (69% e 74,7%, respectivamente), com renda menor ou igual a 2 salários-mínimos (70% e 83,2%, respectivamente). Em relação a escolaridade, 49% do grupo de menor faixa etária possui até o ensino médio, enquanto o grupo de maior faixa etária possui até o ensino fundamental (44,4%) (Tabela 1).
No que diz respeito aos hábitos de vida, indivíduos com 20 a 39 anos consumiam mais álcool do que indivíduos com ? 40 anos (67,9% e 55%, respectivamente). Já o hábito de fumar foi mais prevalente entre o grupo de maior faixa etária quando comparado ao de menor faixa etária (30,2% e 11%, respectivamente). Além disso, os participantes foram considerados ativos fisicamente, com maior prevalência entre os indivíduos de 20 a 39 anos (94,0%) comparado aos ? 40 anos (74,1%). Quanto ao uso de medicamentos/suplementos, observou-se uma maior utilização entre os indivíduos de maior faixa etária (54,3%) comparado ao grupo de menor faixa etária (24%) (Tabela 1).
Em relação ao diagnóstico da SM e seus componentes, observou-se que os indivíduos de ?40 anos possuíam maior prevalência de SM (57,4%), de hiperglicemia (13,0%), de hipertensão arterial (54,9%) e a circunferência da cintura (CC) elevada (50,6%). Em contrapartida, a prevalência de SM em indivíduos com 20 a 39 anos foi de 23%, e em sua maioria apresentavam glicemia, PA e CC adequadas (99%, 78% e 77%, respectivamente) (Tabela 1).
A tabela 2 mostra a ingestão energética total e a contribuição na ingestão calórica de alimentos in natura/minimamente processados e AUP por faixa etária (20 a 39 anos e ?40 anos). Na amostra total, os alimentos in natura/minimamente processados contribuíram com 68% das calorias totais diárias, sendo este o grupo de alimentos que mais contribui na ingestão energética diária dos indivíduos de ?40 anos (70,7%) quando comparado ao grupo mais jovem (63,7%) . De maneira geral, os alimentos deste grupo que menos contribuíram na ingestão energética foram raízes e tubérculos (1,0%), peixes/frutos do mar (1,5%), ovos (2,3%) e legumes (3,0%). Além disso, observou-se que houve baixo consumo de leite (4,1%), frutas e vegetais (2,2%) pelos indivíduos mais jovens, enquanto indivíduos mais velhos consumiam esses mesmos alimentos em maiores quantidades (6,7% e 5%, respectivamente).
A ingestão calórica de AUP foi quase 20,0% das calorias totais na amostra total, com maior ingestão energética pelos indivíduos de menor faixa etária (24,4%), com destaque para a maior contribuição energética pelo consumo de bolos e biscoitos (7,4%). Em contraste, 17% da ingestão energética diária é composta por AUP em indivíduos de maior faixa etária, sendo bolo e biscoitos (7,2%) os AUP mais consumidos nessa faixa etária. Além disso, observou-se maior ingestão de guloseimas (1,4%), embutidos (2,8%) e bebidas açucaradas (1,6%) pelos indivíduos de menor faixa etária quando comparados aos de maior faixa etária (0,2%, 1,2% e 1,4%, respectivamente (Tabela 2).
Na tabela 3 é possível analisar a contribuição no Valor Energético Total (VET) de alimentos in natura/minimamente processados e AUP em relação aos indivíduos com diagnóstico da SM. O consumo de alimentos in natura/minimamente processados se mostrou maior entre os indivíduos que não possuíam o diagnóstico de SM (1314,5 kcal/dia) quando comparados a indivíduos que contém SM (1092,9 kcal/dia). No grupo mais jovem e com ausência de SM foi possível perceber maior participação de frutas e vegetais (2,6%) no VET, enquanto, apenas, 0,9% dos indivíduos mais jovens e com SM. Em indivíduos de ?40 anos e sem o diagnóstico de SM (2,9%), o consumo de ovos teve maior contribuição no VET, sendo que apenas 1,6% consomem ovo nessa mesma faixa etária e com diagnóstico de SM .
Quanto ao consumo de AUP, observa-se maior consumo de bebidas lácteas (0,6%) para os indivíduos sem o diagnóstico de SM e 0,4% com SM. Vale destacar que o grupo de menor faixa etária com a presença do diagnóstico de SM apresentou maior consumo calórico de bebidas açucaradas (4,1% com SM vs 0,9% sem SM), enquanto o grupo de maior faixa etária, tinha bolos e biscoitos como os AUP de maior ingestão (9% com SM vs 4,6% sem SM) (Tabela 3).
A associação entre a prevalência de SM e os tercis de contribuição no VET de alimentos in natura/minimamente processados e AUP está disposta na tabela 4. Verificou-se que indivíduos ?40 anos que tinham maior consumo de AUP (3º tercil de consumo) apresentaram uma razão de prevalência para SM de 35,0% maior quando comparados aos indivíduos que possuíam menor consumo (1º tercil de consumo).

DISCUSSÃO
O presente estudo investigou o consumo de alimentos ultraprocessados e sua associação com a síndrome metabólica em indivíduos de 20 a 39 anos e indivíduos ?40 anos do município de Teresina – PI. Ao considerar que a alimentação é um dos principais fatores de risco comportamentais modificáveis, torna-se possível o controle e tratamento das alterações metabólicas características dessa condição clínica26.
O presente estudo mostrou uma elevada prevalência de SM, sendo maior que 40% nos indivíduos estudados, ademais verificou-se maior prevalência na faixa etária ? 40 anos. Oliveira et al.9 observaram uma prevalência de SM de 38,4% e verificaram maior frequência dessa condição na mesma faixa etária, relacionando esse dado ao fato de que o envelhecimento é o precursor de diversas alterações metabólicas. Pois sabe-se que o aumento da idade encontra-se associado ao aumento da gordura corporal, consequência da redução da secreção do hormônio de crescimento, taxa de metabolismo basal e tecido muscular, sendo o sobrepeso, um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento das DCNT27.Dados do VIGITEL mostram que 57,2% dos brasileiros estão com sobrepeso, estado nutricional caracterizado pelo acúmulo excessivo de gordura e, portanto, em risco para o desenvolvimento de alterações metabólicas e pressóricas28,29. Dentre os componentes relacionados ao diagnóstico da SM analisados nesse estudo, os maiores percentuais de alterações foram observados na glicemia em jejum, pressão arterial e CC no grupo de maior faixa etária (? 40 anos). Esses três componentes do diagnóstico da SM estão interligados, tendo em vista que uma elevada CC está relacionada à presença de gordura visceral, na qual aumenta a pressão intra-abdominal e promove prejuízos aos rins, ativando assim, o sistema renina-angiotensina-aldosterona, tendo com resultado o quadro de hipertensão. Esse aumento da pressão arterial estimula a contração dos vasos, reduzindo a captação de glicose que resulta na RI30.
Na população indiana também foi encontrado como componentes associados ao aumento da prevalência de SM a glicemia em jejum, pressão arterial sistólica e CC, além de triglicerídeos e colesterol HDL31.
Ao verificar o consumo de alimentos na população do estudo, o consumo de AUP representa cerca de um quinto da ingestão calórica diária. No estudo de Oliveira et al.32 (2021), as quantidades de carboidratos e gorduras encontrados em AUP representou cerca de um terço da ingestão diária. Além disso, maiores percentuais de contribuição no VET de colesterol (71%) e sódio (61,4%) foram encontrados nos AUP quando comparados aos alimentos in natura ou minimamente processados.
Aspectos socioeconômicos, nutricionais, culturais e demográficos são alguns dos determinantes para a escolha dos alimentos para o domicílio. Com a globalização, observou-se o aumento na diversificação dos produtos alimentícios e, dessa forma, favoreceu o consumo de alimentos da população em todo o mundo, principalmente os AUP33. A escolha de AUP pode ser explicada pela atração visual, praticidade, hiperpatabilidade, facilidade de acesso e o marketing34. O consumo elevado de AUP resulta em uma baixa qualidade da dieta e aumento do risco de desenvolvimento de DCNT35.
Em 2021, o VIGITEL indicou que o consumo de alimentos in natura/minimamente processados foi maior entre aqueles de maior faixa etária27. . Corroborando os achados do presente estudo, os alimentos in natura/minimamente processados foram mais consumidos por indivíduos ?40 anos. No que se refere ao consumo de AUP os indivíduos de 20 a 39 anos consumiam maiores percentuais de AUP comparado aos indivíduos ?40 anos . Segundo Murray et al (2020), a tendência do consumo de AUP vem aumentando entre os jovens de hoje, comparado aos jovens de antigamente. Tal perspectiva preocupa a comunidade científica, visto que o cenário das DCNT, de aumento da obesidade e da SM pode piorar para as futuras gerações36.
Em relação aos alimentos in natura/minimamente processados, as raízes, tubérculos, peixes/frutos do mar, ovos e legumes foram os menos consumidos em todas as faixas etárias. Esses alimentos também foram considerados na POF 2017-2018 como os de menores consumos, dentre eles, raízes e tubérculos (1,8%), ovos (1,4%), verduras e legumes (1,9%) e peixes (1,1%)37.
O padrão alimentar do brasileiro vem se modificando a cada ano que passa e os alimentos prontos ou semiprontos vem ocupando espaço dos alimentos chamados tradicionais brasileiros, em virtude de necessidade de realizar refeições fora do domicílio. Com isso, dados dos anos de 2002 a 2018 demonstraram que as despesas com refeições fora do domicílio aumentaram para cerca de 9% e, em grande parte, composta por alimentos de baixa qualidade e de alta densidade calórica38.
O presente estudo mostrou que os AUP de maior consumo foram os bolos e os biscoitos que representaram quase 8% das calorias consumidas diárias de indivíduos de ?40 anos de Teresina – PI. De acordo com a WHO, o consumo encontrado no presente estudo encontra-se dentro das recomendações preconizadas (<10% da ingestão total de açúcares simples). No entanto, deve-se atentar para que esses valores permaneçam dentro desse limite aceitável ou tenha até o estímulo para a redução, visto que o consumo excessivo desse grupo pode favorecer a deficiência de micronutrientes, bem como ser um potencial fator etiológico para diversas patologias, entre elas, a SM26,39.
Ao analisar o consumo de alimentos e a presença da SM nos participantes da pesquisa, aqueles com idade de 40 anos ou mais que tinham uma alimentação mais saudável, com maior ingestão calórica de alimentos in natura/minimamente processados, estavam um terço mais protegidos para o diagnóstico da SM. Além disso, foi possível observar que o grupo dos mais jovens (20 a 39 anos) e dos mais velhos (? 40 anos) sem a SM consumia maiores quantidades significativamente de frutas e vegetais.
Dietas ricas em alimentos in natura/minimamente processados, como dietas mediterrâneas e DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension), são associadas inversamente ao diagnóstico de SM40,41,42,43. Uma melhor distribuição e qualidade nutricional tornam essas dietas como um dos principais fatores de proteção para o desenvolvimento dessa síndrome. Quando consumidas em quantidades adequadas, os alimentos in natura e minimamente processados possuem elevadas quantidades de potássio, magnésio, fibras, antioxidantes e polifenóis que auxiliam na regulação das concentrações de glicose e insulina no sangue44.
O consumo de bebidas lácteas da classe dos AUP foi elevado entre os todos os indivíduos sem SM. Pode-se atribuir o consumo aumentado dessas bebidas a disseminação de informações acerca dos benefícios dos probióticos, como melhora de quadros infecciosos do intestino, de constipação e de absorção dos nutrientes, efeito anti-inflamatório em neoplasias e protetor do sistema imunológico e sínteses de vitaminas e proteínas. Esses alimentos são encontrados amplamente e facilmente nas prateleiras, através, principalmente, de produtos ultraprocessados como requeijão, iogurtes e leites fermentados45. Contudo, vale ressaltar que sua composição conta com a presença de inúmeros adoçantes artificiais e emulsionantes que induzem, em sua maioria, o desequilíbrio da microbiota intestinal, promovendo prejuízos na função da barreira intestinal e consequente inflamação no intestino46.
Quanto aos indivíduos diagnosticados com SM, observou-se uma elevada ingestão de bebidas açucaradas e de bolos e biscoitos no grupo de indivíduos mais jovem (20 a 39 anos) e nos mais velho (? 40 anos), respectivamente. O consumo de carboidratos de alto índice glicêmico está relacionada a RI e o aumento da glicemia aguda é causado pela carga oral de glicose, que, por sua vez, aumenta a inflamação e estresse oxidativo gerando quadros de hiperglicemia crônica e persistente. Assim, tanto a RI como a inflamação de baixo grau, gerados pelo consumo desses alimentos, encontra-se diretamente associada a etiologia da SM47,48.
Indivíduos de maior faixa etária com maior consumo de AUP apresentaram maior prevalência de SM quando comparados ao de baixo consumo. Fato esse também foi observado nos Estados Unidos, em que o consumo de AUP aumentou a prevalência em 28% de SM49. A associação de AUP e SM pode ser explicada pela composição de alimentos com alto índice glicêmico, lipídios saturados e trans, emulsificantes e adoçantes que causam o aumento de peso, alterações da microbiota do intestino, inflamações e o estabelecimento de quadros de alterações metabólicas50,51,52. Fabiani et al.53 que associaram padrões alimentares e o risco de desenvolver SM, verificaram menores risco de desenvolver essa condição clínica em indivíduos com padrão “saudável”, enquanto indivíduos com padrão “carne/ocidental” obtiveram aumento em 19% o risco de desenvolver a SM.
Dessa forma, o consumo de AUP é considerado fator de risco para o desenvolvimento de SM. Martínez Steele et al.49 apontou em seu estudo o aumento de 12% na prevalência de SM associado ao aumento em 10% no consumo de AUP em adultos com idade entre 20 e 29 anos. Ademais, o aumentar 5% na ingestão de AUP (mais 150 gramas/dia de AUP) levou ao desenvolvimento de SM em 31% da população adulta (35 a 74 anos)54.
Em relação ao processo amostral, o número de indivíduos da amostra final foi considerado adequado para estudos em saúde pública, permitindo precisão adequada, em geral com coeficiente de variação de proporção (Cv) inferior a 20%. No presente estudo, a maioria das estimativas apresentou Cv abaixo de 20% e que, em mais de 90% delas, o efeito de delineamento foi inferior a 1,515.
Para tanto, para melhor controle sobre as diferentes características entre os grupos analisados, considerou-se como variáveis para ajuste, a idade, gênero, escolaridade, consumo de álcool, fumo e prática de atividade física. Vale ressaltar que o estudo apresenta algumas limitações. Dentre elas, o uso de recordatório 24 horas, pelo fato de depender da memória do entrevistado, podendo haver omissão e superestimação das quantidades e alimentos relatados. Além disso, por ser estudo do tipo transversal, torna inviável a investigação de causa e efeito entre as variáveis analisadas. Em contrapartida, o estudo destaca-se por ser um estudo de base populacional, com amostra representativa de indivíduos de ?20 anos de Teresina-PI, além de trazer resultados da caracterização do consumo alimentar e do impacto desse consumo na prevalência da SM na população estudada.

CONCLUSÃO
No presente estudo, observou-se que o maior consumo de AUP estava associado aos diagnóstico da SM em indivíduos de ?40 anos. A prevalência de SM no municipio foi elevada e mais comum em individuos de maior faixa etária.
O cosumo alimentar atual, com predominância de AUP, traz consigo um desafio para a saúde pública, tendo em vista, seu potencial negativo a agravos na saúde. Desse modo, ressalta-se a importância de ações que objetivem desencorajar o consumo excessivo de AUP, como adoção de rótulos com cores especificas e letras mais legíveis para alertar a cerca da composição dos alimentos, aumento de impostos nos AUP, em contrapartida, a redução de impostos e estímulo aos pequenos agricultores de alimentos in natura/minimamente processados, visando a garantia da saúde da população.

REFERÊNCIAS
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Rodrigues, B.G.M, Vilarinho, V.N, Lâvor, L.C.C, Viola, P.C.A.F, Sousa, P.V.L, Márcio Dênis Medeiros Mascarenhas, Frota, K.M.G. O CONSUMO DE ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS ESTÁ ASSOCIADO COM A SÍNDROME METABÓLICA EM INDIVIDUOS COM MAIS DE 40 ANOS. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2024/Set). [Citado em 17/09/2024]. Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/o-consumo-de-alimentos-ultraprocessados-esta-associado-com-a-sindrome-metabolica-em-individuos-com-mais-de-40-anos/19375?id=19375

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