0336/2020 - Pertencimentos sociais e vulnerabilidades em experiências de parto e gestação na prisão
Social belonging and vulnerabilities in childbirth and pregnancy in prison
Autor:
• Gabriela Dalenogare - Dalenogare, G - <gabrieladalenogare@gmail.com>ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0167-7358
Coautor(es):
• Letícia Becker Vieira - Vieira, L.B. - <lebvieira@hotmail.com>ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5850-7814
• Rosana Maffacciolli - Maffacciolli, R. - Porto Alegre, RS - <rosanamaffac@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5846-6001
• Deise Lisboa Riquinho - Riquinho, D. L. - Porto Alegre, RS - <deise.riquinho@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6604-8985
• Débora Fernandes Coelho - Coelho, D.F - <debynh@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4535-2611
Resumo:
Gestar e parir na prisão pode aprofundar relações de poder e mecanismos promotores de desigualdades na assistência prestada a mulheres e crianças, com consequências negativas na vida de ambos. O tema suscitou uma pesquisa que objetivou compreender as experiências de gestação e parto de mulheres em situação prisional. Método: estudo qualitativo, sob perspectivas teóricas que abordam interseccionalidades entre raça, gênero e classe social. O estudo foi realizado a partir de entrevistas com mulheres egressas de uma penitenciária no sul do Brasil. As participantes, em sua maioria mulheres negras e periféricas, relatam terem sido submetidas a situações de violência desde a primeira abordagem policial. Quando já privadas de liberdade, foram submetidas a deficitário acesso à saúde, além de violência psicológica e moral. A experiência do parto foi permeada por violência institucional e por sentimentos de solidão e desamparo. O descumprimento de previsões legais, a reprodução da violência nas relações com os agentes de segurança e a sistemática negligência às necessidades sociais e de saúde são efeitos adicionais de opressões de gênero, raça e classe social que afetam as mulheres gestantes e parturientes em situação prisional.Palavras-chave:
Mulheres.Violência. Prisões. Saúde MaternaAbstract:
Gestating and giving birth in prison can deepen power relationships and mechanisms that promote inequality in the care provided to women and children, with negative consequences for the lives of both. The theme gave rise to research that aimed to understand the experiences of pregnancy and childbirth for women in prison. Method: qualitative study, under theoretical perspectives which address intersectionality between race, gender and social class. The study was carried out through interviews with women who had left a penitentiary in southern Brazil.The participants, mostly young black women, report having been subjected to situations of violencethe moment of approach by the police, before imprisonment. Once deprived of their liberty, they were subjected to humiliation, deficient access to health, as well as psychological and moral violence by security agents and health professionals. The experience of childbirth was permeated by institutional violence and feelings of loneliness and helplessness. Failure to comply with legal provisions, reproduction of violence in relations with security agents and systematic neglect of social and health needs are additional effects of gender, race and social class oppressions that affect pregnant women and women in prison.