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Artigos

0077/2024 - TECNOLOGIAS EM SAÚDE NA ATENÇÃO DOMICILIAR: ANÁLISE DO CONCEITO
HEALTH TECHNOLOGIES IN HOME CARE: CONCEPT ANALYSIS

Autor:

• Patrícia Pinto Braga - Braga, P. P. - <patricia_braga@ufsj.edu.br, patriciabragaufsj@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1756-9186

Coautor(es):

• Helen Cristiny Teodoro Couto Ribeiro - Ribeiro, H. C. T. C. - <helen.cristiny@ufsj.edu.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9365-7228

• Samara Larissa Silva - Silva, S. L. - <samaralarissadiv2@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8253-7351

• Renata de Oliveira Costa - Costa, R. O. - <renataoliveira19972015@gmail.com>

• Ana Luisa Brandão de Carvalho Lira - Lira, A. L. B. C. - <analuisa_brandao@yahoo.com.br>
ORCID: ttps://orcid.org/0000-0002-7255-960X

• Kênia Lara Silva - Silva, K. L. - <kenialara17@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3924-2122



Resumo:

Objetivo: Analisar o conceito de tecnologias em saúde na atenção domiciliar. Método: análise de conceito, orientada pelo método de Walker e Avant, operacionalizada a partir de revisão integrativa da literatura. Foram selecionados 81 estudos, destes foram extraídos os atributos, os antecedentes e os consequentes do conceito e elaborados casos modelo, limítrofe e contrário. Resultados: Os atributos encontrados foram conhecimentos aplicados para o cuidado; recursos de comunicação em saúde; produtos assistivos para o paciente; equipamentos eletrônicos e objetos para adaptações e monitoramento do ambiente. As necessidades de saúde dos pacientes e de melhorias na gestão e prestação dos cuidados destacaram-se como antecedentes. Dentre os consequentes destacaram-se melhorias no acesso, cuidado, comunicação e gestão de dados e/ou informações. Conclusão: A tecnologia em saúde na AD revelou-se como conhecimentos aplicados, recursos e estratégias comunicacionais, objetos, materiais e equipamentos eletrônicos ou não, usados para monitorar, adaptar, gerar informações e interações e assistir, de forma contínua, presencial ou remota, na reabilitação, recuperação e/ou manutenção da saúde.

Palavras-chave:

Tecnologia, Formação de conceito, Serviços de Assistência Domiciliar.

Abstract:

Objective: To analyze the concept of health technologies in home care. Method: concept analysis, guided by the Walker and Avant method, based on an integrative literature review. Eighty-one studies were ed,which the attributes, antecedents and consequences of the concept were extracted and model, borderline and contrary cases were elaborated. Results: The attributes found were knowledge applied to care; health communication resources; patient assistive products; electronic equipment and objects for adapting and monitoring the environment. The health needs of patients and improvements in the management and provision of care stood out as antecedents. Among the consequences, improvements in access, care, communication and management of data and/or information stood out. Conclusion: Health technology in HC revealed itself as applied knowledge, resources and communication strategies, objects, materials and equipment, electronic or not, used to monitor, adapt, generate information and interactions and assist, continuously, in person or remotely, in rehabilitation, recovery and/or maintenance of health.

Keywords:

Technology, Concept Formation, Home Care Services.

Conteúdo:

INTRODUÇÃO
A tecnologia é um termo polissêmico e amplo na área da saúde1,2. A Organização Mundial da Saúde (OMS) a compreende como a aplicação de conhecimentos e habilidades, utilizando dispositivos, medicamentos, vacinas, procedimentos e desenvolvimento de sistemas para lidar com um problema de saúde e melhorar a qualidade de vida das populações. Nesta perspectiva, a tecnologia seria um conjunto de aparatos que permite prevenir e tratar doenças e reabilitar pessoas3,4
Para o Ministério da Saúde brasileiro, as tecnologias em saúde são representadas por medicamentos, materiais, equipamentos e procedimentos, sistemas organizacionais, educacionais, de informações e de suporte, programas e protocolos assistenciais, por meio dos quais a atenção e os cuidados com a saúde são prestados à população5.
A respeito da Atenção Domiciliar (AD) esta compõe as políticas públicas de saúde brasileiras4 e é uma modalidade de cuidados disponibilizada na rede de atenção à saúde do Sistema único de Saúde (SUS). Identificamos que este tipo de assistência é ofertado também em muitos países do mundo6. A AD possui o potencial de produzir modos de cuidar, que perpassam os projetos dos usuários, dos familiares e da rede assistencial, configurando novos arranjos tecnoassistenciais7 e tem sido evidente que as tecnologias em saúde são expressivas neste contexto7,8.
Entende-se que esta potencialidade inovadora da AD está atrelada à maior permeabilidade das equipes aos diferentes aspectos vivenciados pelos usuários e suas famílias no domicílio. Outrossim, possibilita a produção de um cuidado ampliado, capaz de induzir inovações tecnológicas, caracterizadas pela articulação de diferentes saberes e práticas de usuários, familiares ou cuidadores. Nesta perspectiva a AD pode se configurar como um terreno do trabalho que possibilita a produção e a invenção de práticas cuidadoras e de tecnologias assistenciais7,8
Por se tratar da assistência em um ambiente privado, a AD pode exigir do profissional algumas adaptações para efetivar o cuidado. Tais adaptações podem gerar novas tecnologias, uma vez que, a finalidade desta é, a princípio, atender as necessidades sociais e tornam-se uma forma de reconfigurar o ambiente para que ele contribua para a assistência 9.
Na AD a tecnologia tem sido frequentemente associada a um conjunto de saberes e instrumentos que auxiliam e favorecem o processo de cuidar, seja com medicamentos e materiais ou a partir de cuidados profissionais com objetivo de promover ou recuperar a saúde, apresentando-se, assim, como tecnologias não-materiais9.
Nesta pesquisa, parte-se da premissa que a criatividade inventiva e inovadora e as tecnologias presentes no cotidiano da AD não podem, nem devem, ser reduzidas a definições estáticas. Contudo, clarificar e apresentar o conceito de tecnologias na AD permite uma análise crítica sobre as diferentes compreensões associadas a este termo. Isso permite entender como as práticas em saúde induzem e são induzidas por tecnologias. Reconhecemos que existem manifestações da tecnologia, presente nesse contexto, que ainda não foram exploradas.
O estudo de um conceito proporciona uma construção mental acerca de um tema que representa um fenômeno, a fim de construir um conhecimento teórico, elucidando seu uso na prática e favorecendo a comunicação. É comum um conceito variar ao longo do tempo, a depender do contexto10.
O processo de analisar um conceito requer um método científico que contribua para seu esclarecimento de forma coerente11. Nesta pesquisa, optou-se pelo referencial de Walker e Avant, o qual compreende que um conceito pode mudar ao longo do tempo e sua análise nunca é estática. Um conceito sólido nomeia claramente a coisa a qual se refere, por meio de uma estrutura clara e uma função nítida12.
Esse referencial tem sido utilizado em investigações científicas para compreender fenômenos em diferentes contextos da prática clínica12–15. Entretanto, não foi identificado, nas buscas de produções científicas, um estudo que tenha se dedicado à análise do conceito de tecnologias na AD. Para tanto, objetivou-se nesta pesquisa analisar o conceito de tecnologias em saúde na atenção domiciliar.
Este estudo é oportuno, uma vez que o termo é amplo e pode englobar diferentes perspectivas. Espera-se que o esclarecimento do conceito em investigação favoreça sua compreensão e uso em práticas assistenciais, pesquisas e políticas públicas.

METODOLOGIA
Estudo de análise conceitual, orientado pelo referencial de Walker & Avant12, operacionalizado a partir de uma revisão integrativa da literatura 17.
A teoria aplicada no estudo do conceito tem como principal característica explorar um fenômeno. Neste sentido, o estudo de um conceito consiste em entender qual conjunto de características está frequentemente associado a ele, ou seja, fenômenos que o antecedem e o que a presença do conceito produz (consequentes). Para tanto, um estudo desta natureza deverá considerar os atributos, também chamados de características definidoras, que são qualidades ou atributos capazes de definir ou fazer menção ao evento, ou seja, tornam o conceito único. Além disso, precisa considerar os antecedentes, sendo eles caracterizados ou representados por eventos que ocorrem antes da existência ou ocorrência do conceito analisado, e os consequentes do conceito, que representa eventos ou resultados da ocorrência do conceito localizando este em seu próprio fenômeno12.
Para tanto, foram adotados nesta pesquisa as seguintes etapas do referencial: 1- seleção do conceito que será o objeto de análise do estudo; 2- estabelecimento dos objetivos da análise; 3- Identificação dos possíveis usos do conceito; 4- determinação dos atributos; 5- identificação de antecedentes e consequentes; 6- elaboração de caso modelo; 7- identificação do caso adicional ou contrário; 8 evidências empíricas12 .
A revisão integrativa da literatura permitiu que fossem identificados os possíveis usos do conceito e nesta etapa foram adotadas as seguintes etapas: a) identificação do problema de pesquisa e elaboração de pergunta; b) pesquisa de literatura a partir de estratégias de busca; c) avaliação, estratificação dos estudos, métodos utilizados e viabilidade dos dados; d) análise de dados, extração e síntese dos resultados encontrados; e) apresentação da revisão16.
Para delimitação da pergunta que orientou a busca na literatura, adotou-se o mnemônico PICo (Population, Phenomena of Interest,Context)17. No presente estudo, a População refere-se a tecnologia em saúde; o Fenômeno de interesse é o estudo do conceito (atributos, antecedentes e consequentes) e o Contexto é a Atenção domiciliar em saúde no mundo. Assim, questionou-se: Quais são os atributos, antecedentes e consequentes do conceito tecnologia em saúde na Atenção Domiciliar?
A partir de uma busca preliminar na literatura, percebeu-se que os descritores “technology”, “home care services” e “concept formation” eram frequentes, os quais foram adotados neste estudo. A busca na literatura foi realizada em quatro bases de dados, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), PubMed, Embase e Web of Science (WoS).
Os critérios de inclusão foram: artigos nos idiomas português, inglês e espanhol. Os critérios de exclusão foram: não abordar o conceito “tecnologia em saúde” e/ou abordar o conceito fora do contexto do serviço de atenção domiciliar. Quanto a delimitação temporal, foram considerados documentos publicados a partir de 2007, ano que a OMS descreveu, oficialmente, a definição de tecnologia em saúde3.
A busca aconteceu entre os meses de novembro de 2021 a março de 2022. Foram encontrados 8.275 arquivos. Após a exclusão dos repetidos, seguiu-se com a triagem dos estudos, a partir da leitura do título e do resumo, por duas pesquisadoras de forma independente. Os casos discordantes na triagem eram resolvidos em reunião com um terceiro pesquisador. A partir da análise inicial, permaneceram 103 estudos para análise e leitura na íntegra. Após a leitura na íntegra, 81 artigos, listados conforme quadro anexo a este artigo, permaneceram para análise do conceito.
Para extração dos dados, foi elaborada uma planilha eletrônica no Microsoft Office Excel 2019, constituída dos seguintes campos: plataforma, título original, ano, país de origem, contexto, periódico do artigo e principais resultados, atributos definidores do conceito, antecedentes, consequentes a identificação de objeto digital (DOI). O processo de extração das informações foi realizado por duas pesquisadoras de forma independente e revisado em reunião com a equipe de pesquisadoras para definições consensuais. Os atributos, consequentes e antecedentes identificados constituíram um banco de dados extenso, o qual passou por um processo de separação criteriosa.
As instâncias que compõem o conceito foram agrupadas de acordo com a similaridade de sua natureza conforme se repetiam nos contextos observados12. Os agrupamentos foram realizados em reuniões periódicas entre as pesquisadoras, e gerou-se em cada fase (atributo, consequente e antecedente) grupos de características, que representam o conceito segundo a similaridade dos termos encontrados nos estudos incluídos.
O processo de análise para identificação dos atributos, antecedentes e consequentes permitiu a elaboração dos casos modelo, limítrofe e contrário. O caso modelo evidencia todos os atributos essenciais do conceito de forma clara e explícita, sendo um exemplo evidente sobre o que é a manifestação do conceito em ação. O caso limítrofe trata de um exemplo que aparentemente, de forma superficial, seria confundido com o conceito no cotidiano, a fim de tornar claro o que é o conceito e o que não pode ser considerado como uma representação do conceito. O caso contrário expressa uma situação em que nenhum atributo está presente, sendo o oposto do caso modelo12.
RESULTADOS
A lista de referências que compõem o banco de dados deste estudo está disponível em material anexo a este artigo e foram codificados da seguinte forma: letra A seguida de numeração correspondente a sua identificação no texto (exemplo A23, A24, A25,A26...). Iniciamos esta codificação com o número 23 pois ela é sequencial às referências citadas neste artigo e isso pode favorecer a identificação dos artigos que compuseram a revisão.
A amostra foi composta por estudos, que foram quantificados entre parênteses (n), com a seguinte distribuição por países: Estados Unidos da América (n29) A24–A50, Brasil(n13) A51–A58, Noruega (n11) A59–A68, China (n8) A69–A75, Holanda (n4) A76–A79, Suíça (n4) A80–A83, Reino Unido (n2) A84,A85, Coreia do Sul (n2) A86,A87 e Australia (n2) A88,A89 e um estudo em cada um dos seguintes países: Canadá A90, Alemanha A91, DinamarcaA73, Eslovênia A92, Nova Zelândia A93 e Itália A94 . Quanto ao ano de publicação, houve um aumento expressivo de produções no ano de 2020. Dentre as pesquisas selecionadas, 17 incluíam pessoas idosas A24,A25,A27,A29,A35,A36,A40,A62,A71,A73,A75,A82,A83,A86,A91,A92,A94 e com doenças crônicas A27,A30,A31,A40,A83,A86,A92,A94, e três estudos tinham como objetivo aumentar a independência e adiar a admissão de idosos em instituições de longa permanência A35,A73,A82. Dentre os estudos incluídos, 13 foram realizados em situações que envolvem a criança dependente de tecnologia A30,A46,A50–A54,A66,A87,A90,A95, nove abordaram doenças crônicas, mas a faixa etária não foi especificada A47,A48,A52,A71,A72,A81,A83,A89,A93, e 16 abordavam os profissionais de saúde que atuam na atenção domiciliar (suas percepções, suas dificuldades) e/ou seus meios de atuação (discutindo, implementação de dispositivos auxiliares como sites, programas ou plataformas específicas) A26,A27,A31,A32,A34,A37,A55,A59–A61,A63,A76,A80,A88,A93.
A análise dos artigos permitiu agrupar as características dos atributos, de acordo com a similaridade de sua natureza, em 5 categorias, que buscaram representar o fenômeno da tecnologia na AD. Alguns estudos foram agrupados em mais de uma categoria, pois os autores mencionam as características distintas relacionadas a tecnologia de diferentes formas, como mostra o Quadro 1. Esclarecemos que os atributos relacionados ao conceito foram extraídos de todos os artigos analisados, mas no quadro 1 foram escolhidos e apresentados alguns exemplos de evidências empíricas que permitem clarificar a compreensão do atributo e de sua descrição.

Quadro 1

Ao identificar os antecedentes do conceito foi possível agrupá-los conforme disposto no Quadro 2.

Quadro 2

Ao analisar os consequentes do conceito de tecnologia na AD foi possível perceber que a presença do conceito gerou muitos resultados. As variáveis analisadas foram agrupadas segundo a natureza dos fenômenos gerados a partir do conceito, como mostra o quadro 3.

Quadro 3

Os atributos, antecedentes e consequentes encontrados neste estudo e o conceito elaborado são representados na figura 1.

Fig. 1

O Quadro 4 apresenta os três casos (modelo, limítrofe e contrário) elaborados para elucidação do conceito “tecnologias na atenção domiciliar em saúde”.

Quadro 4 – Casos fictícios que ilustram a presença ou ausência da Tecnologia na AD

Quadro 4

DISCUSSÃO
A análise do conceito permitiu identificar a diversidade de países que produzem evidências sobre a temática abordada. Observou-se que esta produção tem relação com o seu perfil populacional, sendo predominante estudos oriundos de países desenvolvidos. Nestes países, o envelhecimento populacional demanda estratégias para atender as necessidades de saúde, sendo a atenção domiciliar uma modalidade assistencialA61. Assim como nesta investigação outros estudos apontam que a prevalência da população atendida pela atenção domiciliar no mundo são, idosos e pacientes com doenças crônicas, assim como, crianças e adolescentes dependentes de tecnologias em função da cronicidade de agravos vasculares e/ou neurológicos15 .
A análise dos atributos apontou que as tecnologias na AD possuem expressiva caracterização por equipamentos, materiais e/ou eletrônicos. Apesar dos benefícios importantes que estes componentes trazem para a inovação e melhorias do cuidado na AD, não é oportuno reduzir as tecnologias a esta única característica ou adotá-la como sinônimo, tendo em vista o caráter dinâmico, inventivo e de dimensão relacional no qual as tecnologias são produzidas.
Os produtos assistivos para o paciente são atributos associados à tecnologia para o suporte durante a recuperação da saúde. Quanto a esses produtos, seu tempo de utilização varia de acordo com a condição clínica do indivíduo. Alguns produtos como cadeiras de roda, muletas podem fazer parte da rotina do paciente para o resto da vida. Outros são instalados temporariamente, como sondas de alívio ou demora e sonda de alimentação. Assim, as tecnologias na AD podem ter um caráter permanente ou temporário. Todos esses produtos contribuem para a manutenção do cuidado diário do paciente, possibilitando e auxiliando na ADA79 .
Os equipamentos eletrônicos informacionais foram atributos encontrados e são representados por um conjunto de dispositivos físicos capazes de favorecer a troca de informações de saúde, como o telefone, webcam, computador, câmera digital e tablets. Eles possibilitam o registro de dados por meio de gravações e solicitação de auxílio em casos de agravo à saúde A61.
Os conhecimentos aplicados para o cuidado, é um atributo da tecnologia em AD, composto por um conjunto de ações, elaborações de pensamentos críticos e práticas. Eles estão presentes no gerenciamento de produtos e dos cuidados, na execução de programas e desenvolvimento de técnicas e procedimentos, criação e utilização de protocolos, manuais. Identifica-se que existem diferentes tipos de conhecimentos necessários para atuar no ambiente domiciliar, entre eles é fundamental que o profissional tenha a capacidade de combinar conhecimentos científicos e populares 16-18.
Ficou evidente que os saberes técnico-científicos não materiais, caracterizados como habilidades de resolução de problemas, escuta ativa e habilidade de gerenciamento, são também atributos das tecnologias na AD e foram identificados no estudo 6,A24,A58. Estudos apontam que a capacidade de aplicar diferentes conhecimentos de forma criativa são favoráveis para a atuação do profissional no contexto domiciliar, mantendo sempre a perspectiva profissional e o cuidado de forma holística 16,17,19.
O uso de recursos e estratégias para comunicação em saúde é outro atributo das tecnologias na AD que permite que a assistência seja prestada e registrada para a continuidade do cuidado, independente da distância, valendo-se de instrumentos como: Telessaúde, telemedicina, aplicativos de informática de saúde do consumidor e prontuários eletrônicos de saúde. A análise dos dados permitiu identificar que durante a pandemia da COVID- 19 as ferramentas de comunicação se mostraram oportunas e possibilitaram a comunicação, os acompanhamentos e a viabilidade dos atendimentos em saúde, ganhando notoriedade pela contribuição significativa utilizada para minimizar os riscos à saúde pública A99 .
Os atributos encontrados ao estudar o conceito em investigação expressam a dimensão etimológica das tecnologias uma vez que “tecno” vem de “techné” que significa saber fazer e “logia” que vem de “logos” que significa estudo e razão. Neste sentido, a tecnologia expressa a razão do saber fazer 20. Esses atributos caracterizam também as tecnologias como práticas sociais, na medida em que é dentro das relações, em seus diferentes contextos, que os sentidos, os significados e as finalidades do uso das tecnologias vão configurando a produção do cuidado no domicílio.
A partir dos resultados desta investigação e considerando que, estudos 6,16 sinalizam que na AD há uma práxis em saúde que vai compondo um território dialético de reflexões e ações sobre o fazer, o saber e o saber fazer, observa-se que há um potencial deste espaço como um território dinâmico e histórico de produção de tecnologias que se materializam em modos operandi envolvendo profissionais, familiares e cuidadores. Neste sentido, os atributos definidores das tecnologias na AD evidenciam um conjunto de aparatos, conhecimentos, comunicações e ações que vão caracterizando o conceito em investigação.
Considerando todo o exposto identifica-se que os atributos foram moldados, adaptados ou criados para viabilizar o atendimento de demandas por cuidados em saúde, bem como favorecer o processo de trabalho dos profissionais. Neste sentido, evidenciou-se de forma expressiva, como antecedente do conceito em investigação, o atendimento das necessidades de cuidados em saúde.
As mudanças na população, tanto em aspectos etários quanto de saúde e doença, induzem a criação de meios que possam favorecer a reabilitação, terapêutica, assistência e o bem estar do indivíduoA61. Contudo, os cuidados em domicílio apenas são possíveis por intermédio de pessoas e/ou instrumentos físicos capazes de assistir em uma realidade extra hospitalar e isso ficou nítido nos casos elaborados a partir dos resultados do presente estudo do conceito.
As necessidades em saúde que antecedem a tecnologia na prestação de cuidados em domicílio variam segundo a condição do paciente 21. Assim, as tecnologias são geradas ou demandadas não apenas por aspectos biológicos, como em caso de crianças que dependem de ventilação mecânica e aconselhamento profissional para manutenção da vida, mas também, por aspectos do ambiente. Estas situações são exemplificadas como o caso de idosos que precisam adaptar o ambiente para facilitar o acesso e acompanhamento dos profissionais, com auxílio de fechaduras digitais e/ou evitar agravos como quedas por meio de alarmes de segurança e barras de segurança. Assim, a necessidade de cuidar da saúde no domicílio fomenta a criação de meios necessários para a realização da assistência.
A necessidade de interação/comunicação e monitoramento de profissionais com os usuários do cuidado foi o segundo antecedente que se destacou. Estudos mostram que há pacientes que possuem patologias com longos períodos de tratamento e precisam estar monitorizados constantemente. A necessidade de criar tecnologias que possibilitem esses recursos em domicílio se mostrou oportuna, permitindo constante comunicação com a equipe de saúde, trazendo segurança para os familiares, desospitalização e conforto no tratamentoA63,A80,A86. A interação gerada por meio da tecnologia requer um processo de organização para que o cuidado prestado tenha continuidade e qualidade. Assim, a necessidade de gerar, organizar e armazenar dados também foi um antecedente identificado.
O atendimento e acompanhamento do paciente em domicílio requer organização e armazenamento dos dados para que possam ser utilizados por diferentes profissionais em diferentes cenáriosA98 . Há exemplo disso mencionamos o caso do Ministério da Saúde brasileiro que, a fim de, organizar e armazenar as informações implementou mais de 37 Sistemas de Informação em Saúde (SIS), com interfaces criadas para estruturar o acesso, registro e troca de informações 22,23. Na AD um estudo abordou essa organização na criação de um software, Sistema de Informação para a Gestão do Cuidado na Rede de Atenção Domiciliar (SI GESCAD), que auxilia na clínica ampliada, na coordenação e na continuidade assistencial ao paciente em atenção domiciliar (AD)A98.
Os mecanismos de organização de dados também podem ser chamados de Tecnologias da Informação em Saúde (TIS) que dão suporte à tomada de decisão no âmbito do cuidado em saúde 22. As TIS no serviço domiciliar se apresentam como uma solução oportuna para atender a necessidade de melhorar a gestão do cuidado prestado, sendo este outro antecedente identificado e entendemos que ele contribui para a ampliação do acesso aos SIS por meio de sites, aplicativos e plataformas para dar continuidade nos cuidados domiciliares, inclusive como suporte a equipe de enfermagem.
A necessidade de investir, aperfeiçoar e criar soluções é outro antecedente encontrado ao analisar o conceito tecnologias na AD. Os investimentos em estratégias permitem ao paciente buscar informações sobre seu processo de saúde e doença, favorece o acompanhamento de doentes crônicos e permite um maior controle da saúde de idosos que vivem sozinhos A86, A93. O aperfeiçoamento possibilita a participação do indivíduo e torna necessário o envolvimento do mesmo sobre a própria condição de saúde, por meio do automonitoramento, para que mantenha os cuidados em domicílio e tome as medidas necessárias em casos de agravosA69 .
A capacitação do profissional mostrou-se como um antecedente relevante, sendo necessário treinamento do cuidador, para que a assistência ocorra em domicílio, especialmente quando se trata da complexidade de aparatos como: bombas de alimentação, ventiladores mecânicos e monitores de sinais vitais. Considerando os antecedentes das tecnologias na AD, identificamos a necessidade como incentivo ao desenvolvimento de algo que favoreça a prestação de cuidados para condições presentes, de forma estruturada, que demanda a presença do conceito estudado. A presença do fenômeno "tecnológico" gera impacto na atenção domiciliar e consequências tanto para quem as utiliza quanto para quem vai mediar o cuidado através das mesmas.
Em relação aos consequentes da tecnologia na AD identificamos impactos positivos e negativos. Os benefícios advindos da presença do conceito no contexto domiciliar se manifestaram em muitos estudos por meio da melhoria da comunicação entre usuários e profissionais facilitando a continuidade do cuidado A45 . Outro benefício foi a possibilidade de monitorar o paciente, assim como, a possibilidade de realizar manutenção de funções vitais e provocar o aumento do autocuidado. Estudos indicam que a adoção de tecnologia contribui para a eficácia do cuidado em domicílio incentivando a corresponsabilização do cuidadoA65, A69 . Um consequente negativo da tecnologia na AD é a sobrecarga física e/ou emocional do cuidador. Estudos discutem que assumir integralmente os cuidados de uma pessoa no domicílio é um fator estressanteA46. É preciso reconhecer que, além da demanda gerada pelo cuidado, uma tecnologia adicional, seja ela um conhecimento ou um equipamento, por exemplo, podem tornar o processo mais desafiador, pois são demandas adicionais impostas às pessoas que assumem os cuidados no domicílio. Soma-se a isso o fato de a tecnologia não material englobar aspectos como a prestação de cuidados e seu gerenciamento A54, A87. Na unidade de saúde, isso é feito por profissionais habilitados que se revezam para prestar o cuidado.
A disponibilização de tecnologias na AD, seja ela material ou não, aumenta os custos para o sistema e paciente sendo discutido em alguns estudos. Os custos para o sistema de saúde estão relacionados com a contratação de pessoas qualificadas para a AD, realização de treinamentos de capacitação, do uso das tecnologias implantadas no serviço e aquisição de equipamentos, para realização de teleconsultas A29. Na mesma ótica, apesar do auxílio do sistema público de saúde, o paciente ou os familiares muitas vezes assumem as despesas com insumos e dispositivos, como em alguns casos de crianças que dependem da tecnologia para sobreviverA57 .
Em contrapartida a redução de custos para o sistema de saúde e para alguns usuários, foi também um consequente encontrado. O processo de cuidado em um ambiente familiar resulta em diminuição do tempo de permanência do cliente no hospital, evita internações desnecessárias, e em alguns casos, como pacientes idosos, protela a necessidade de internação em instituições de longa permanência, instituições essas que geram custos consideráveis para os familiares A57.
A insegurança do uso da tecnologia na AD por parte dos cuidadores também foi identificada como consequente A79. Há uma insegurança dos cuidadores de assumir o cuidado, mesmo com o apoio da equipe de saúde. Estudos apontam que esses desafios estão atrelados a aspectos emocionais como: medo, preocupação e a falta de conhecimento técnico científico para lidar com imprevistos A53, A65,A76. Outro consequente negativo identificado foi as falhas na assistência domiciliar em função do manuseio incorreto de materiais ou equipamentos que podem comprometer a prestação do cuidado, ocasionando infecções ou o monitoramento incorreto A71, A79.
Por outro lado, o monitoramento do paciente pode se tornar uma atividade favorável tendo em vista o uso de tecnologias como robôs sociais que desempenham apoio nos cuidados diários, por meio de sinalizações de consultas, lembretes para tomar medicamentos e controle do balanço hídrico. Estudos apontam que tais tecnologias de monitoramento podem contribuir para a segurança, independência e qualidade de vida dos pacientes em suas próprias casas, facilitando a logística dos cuidados A61 . Atrelado a isso, o monitoramento do ambiente também se configura como estratégia de auxílio nos cuidados domiciliares por fornecer informações sobre mudanças nas atividades de vida diárias desenvolvidas e assim, prevenir acidentes domésticos e o estresse familiar A83.
A melhoria no acesso, cuidado e gestão de dados e ou informações é também uma consequência da tecnologia no domicílio. Por possibilitar a integração, compartilhamento e acesso aos dados dos pacientes na rede de saúde, de modo que facilita a visualização do histórico de saúde, a prescrição de condutas e medicações e a interação intersetorial entre farmácias e locais de atendimentos e/ou consultas A29, A36. Nesse contexto, tais medidas de comunicação possibilitam também a viabilidade de cuidados a distância, como mostrado em alguns estudos que retratam o tratamento da depressão por videoconferência, além de favorecer o atendimento em áreas de difícil acesso A25, A74.
A desospitalização foi um consequente positivo encontrado por estar atrelada a redução de complicações em saúde. Estudos relatam que o uso das tecnologias na atenção domiciliar permite evitar e/ou reduzir o tempo de hospitalização de um paciente, principalmente naqueles com doenças crônicas, por propiciar menor exposição a riscos externos, gerenciamento da doença, tomada de decisões e a autonomia quanto aos cuidados A78, A93.
Por fim, a melhoria na satisfação do usuário com os cuidados prestados também foi uma das consequências. A presença do conceito contribuiu com a melhora nos sintomas, a manutenção da saúde em casos de dependência, aumento da confiança de pacientes que vivem sozinhos e dos profissionais que conseguem acompanhar mais de perto a evolução clínica A44, A78. O conceito seja em sua forma material e não material provocou de maneira geral o favorecimento da gestão do cuidado em saúde na rede de atenção à saúde (RAS) utilizando os atributos de forma combinada ou não, transmitindo conhecimento por meio de dispositivos, software, favorecendo a continuidade e o acesso ao cuidado em saúde A29, A55.
Para finalizar apontamos que a elaboração dos casos foi um exercício de tentar clarificar, como se manifesta o conceito “Tecnologias em saúde na Atenção Domiciliar” (modelo), quando ele pode ser confundido com outra situação por ser bem parecida (limítrofe) e outro cenário em que o conceito não se faz presente por não possuir nenhum de seus atributos (contrário). Estes casos apesar de ilustrativos e fictícios, apoiam na identificação da presença ou ausência dos atributos das tecnologias em saúde na AD.
A partir dos casos e evidências deste estudo identifica-se que a presença física de insumos, medicamentos, profissionais bem como de conhecimentos e recursos comunicacionais não são suficientes para vermos a manifestação de fato do conceito em sua plenitude. A intencionalidade e disponibilidade, de profissionais, cuidadores e pacientes, para estabelecimento de interações é um aspecto decisivo para a prestação dos cuidados de recuperação e/ou manutenção da vida. Isso pode indicar que a tecnologia mais potente e inovadora, no contexto da AD, é a interação humana.
CONCLUSÃO
Com este estudo ficou evidente que os atributos das tecnologias em saúde na AD são conhecimentos aplicados para o cuidado, recursos de comunicação em saúde, produtos assistivos para o paciente, equipamentos eletrônicos e objetos para adaptações e monitoramento do ambiente. As necessidades de saúde dos pacientes e de melhorias na gestão e prestação dos cuidados destacaram-se como antecedentes. Dentre os consequentes destacaram-se melhorias no acesso, cuidado, comunicação e gestão de dados e/ou informações.
O estudo do conceito, a partir do referencial teórico adotado, apontou que tecnologias em saúde na AD revelam-se como conhecimentos aplicados, recursos e estratégias comunicacionais, objetos, materiais e equipamentos eletrônicos ou não, usados para monitorar, adaptar, gerar informações e interações e assistir, de forma contínua, presencial ou remota, na reabilitação, recuperação e/ou manutenção da saúde.
Reconhecemos que outras bases de dados, além das incluídas na revisão integrativa, e a literatura cinzenta poderiam trazer informações adicionais a esta investigação e isso representa uma limitação deste estudo, contudo identifica-se que a análise dos artigos incluídos permitiu responder à pergunta da revisão integrativa, estudar em profundidade o conceito e alcançar o objetivo proposto.

AGRADECIMENTOS
Ao CNPq pelo financiamento a partir de bolsa de iniciação Científica e tecnológica.
REFERÊNCIAS
1. Silva HP, Elias FTS. Incorporação de tecnologias nos sistemas de saúde do Canadá e do Brasil: perspectivas para avanços nos processos de avaliação. Cad Saude Publica. 2019; 1-14.

2. Rajão FL, Martins M. Atenção Domiciliar no Brasil: estudo exploratório sobre a consolidação e uso de serviços no Sistema Único de Saúde. Cien Saude Colet. 2020; 25:1863–1877.

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Quadro 5


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Braga, P. P., Ribeiro, H. C. T. C., Silva, S. L., Costa, R. O., Lira, A. L. B. C., Silva, K. L.. TECNOLOGIAS EM SAÚDE NA ATENÇÃO DOMICILIAR: ANÁLISE DO CONCEITO. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2024/Mar). [Citado em 06/10/2024]. Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/tecnologias-em-saude-na-atencao-domiciliar-analise-do-conceito/19125?id=19125

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