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0096/2025 - Terapia Ocupacional em Saúde Coletiva: uma proposição teórica
Occupational Therapy in Collective Health: a theoretical proposition

Autor:

• Andre Eduardo Mei - Mei, AE - <andremei.to@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9711-8085

Coautor(es):

• Regina Yoneko Dakuzaku Carretta - Carretta, RYD - <Reginadc@fmrp.usp.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3228-2287

• Nelson Filice de Barros - de Barros, NF - <nelfel@uol.com.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2389-0056



Resumo:

A Terapia Ocupacional e a Saúde Coletiva são campos de conhecimentos marcados pelo dinamismo e característica de se integrar a outros campos. Dessa forma, este artigo tem por objetivo discutir e avançar na temática das aproximações e da integração entre a Saúde Coletiva e a Terapia Ocupacional, buscando uma Terapia Ocupacional em Saúde Coletiva. A partir de dados de uma pesquisa exploratória, foram sistematizadas e atualizadas algumas afinidades eletivas entre as áreas, bem como foi apresentada uma proposição teórica. Houve espaço para uma integração entre os saberes da Terapia Ocupacional e da Saúde Coletiva que pôde subsidiar a elaboração de uma matriz de inteligibidade proposta para constituir-se enquanto domínio da Terapia Ocupacional em Saúde Coletiva e proporcionar a terapeutas ocupacionais um enquadramento teórico possível de ser utilizado ao navegar pela Saúde Coletiva, em contextos variados como da assistência, pesquisa ou da gestão.

Palavras-chave:

Terapia Ocupacional; Saúde Coletiva; Conhecimento; Pesquisa Qualitativa.

Abstract:

Occupational therapy and Collective Health are fields of knowledge marked by dynamism and ability to integrate with other fields. Therefore, this article aims to discuss and advance the theme of approaches and integration between Occupational Therapy and Collective Health, seeking an Occupational Therapy in Collective Health. Based on dataan exploratory research, some elective affinities between the areas were systematized and updated, as well as a theoretical proposition was presented. There was space for an integration between the knowledge of Occupational Therapy and Collective Health, which could support the elaboration of an intelligibility matrix proposed to constitute a domain of Occupational Therapy in Collective Health and provide occupational therapists with a theoretical framework that could be used. when navigating Collective Health, in varied contexts such as assistance, research or management.

Keywords:

Occupational therapy; Collective Health; Knowlodge; Qualitative Research.

Conteúdo:

Introdução

A Terapia Ocupacional é um campo de conhecimentos em saúde cujo objeto de estudos e intervenção é o envolvimento em atividades ou ocupações significativas de indivíduos e coletivos, compreendido como finalidade em si, como meio para tratar doenças e disfunções ou como meio e fim simultaneamente1. De acordo com a World Federation of Occupational Therapists (WFOT), o uso da atividade humana é elemento centralizador na construção complexa do processo terapêutico2, e tal complexidade acena categoricamente para o diálogo com outros campos de saber.
Por sua vez, a Saúde Coletiva também é um campo de conhecimentos irredutível a um paradigma monodisciplinar. Para Luz3, isso se dá pela sua característica dinâmica, de inclusão contínua de disciplinas oriundas de diferentes campos científicos, tais como o campo biológico, das ciências humanas e sociais e das ciências aplicadas. A área também se destaca pela complexificação de suas práticas e formas de intervenção, que se incorporaram ao campo ao longo das últimas décadas.
Esse panorama abre espaço para reflexões sobre as interações entre a Terapia Ocupacional e a Saúde Coletiva, destacando a importância das aproximações entre esses saberes. A aproximação entre dois ou mais campos do conhecimento pode acontecer de forma processual e contemplar uma grande diversidade de desdobramentos. É possível que a interação entre os saberes em um determinado momento seja pontual ou profunda, apresente influência mútua ou apenas unilateral, e, ainda, que aponte para um novo campo híbrido de conhecimentos. Sobre esta última possibilidade, Nunes4 observa que um campo do conhecimento, com sua própria identidade e formas de expressão, é estruturado progressivamente, a partir de manifestações históricas; do acúmulo de estudos e práticas nas quais se pode identificar as orientações de pesquisa, os paradigmas, os problemas e os instrumentos deste campo específico de conhecimento; e também de processos de institucionalização, com a criação de associações, periódicos específicos etc.
Uma maneira enriquecedora de compreender este fenômeno é a partir do conceito de afinidades eletivas, cunhado por Max Weber e apresentado por Lowy5 na acepção abaixo:

(...) afinidade eletiva é o processo pelo qual duas formas culturais – religiosas, intelectuais, políticas ou econômicas – entram, a partir de determinadas analogias significativas, parentescos íntimos ou afinidades de sentidos, em uma relação de atração e influência recíprocas, escolha mútua, convergência ativa e reforço mútuo (Lowy5, p. 139).

Sabendo que algumas afinidades eletivas já foram descritas por Mei, Carretta e Barros6,7, o presente artigo tem por objetivo retomar e atualizar as afinidades eletivas encontradas entre essas áreas, bem como propor uma Terapia Ocupacional em Saúde Coletiva, a partir de achados de uma pesquisa exploratória detalhada a seguir. Acreditamos que há um campo de conhecimentos a ser estruturado na integração entre estes saberes, e este artigo aponta possibilidades para tal, fundamentando futuras práticas, estudos e intervenções.

Percurso Metodológico

A pesquisa aqui apresentada tem delineamento qualitativo, transversal e exploratório8. Epistemologicamente, se alinha ao paradigma da complexidade de Edgar Morin9. Este é elaborado pelo autor em resposta à hegemonia da disjunção do conhecimento. Trata-se de uma proposta de religação entre saberes sem recorrer às fórmulas gerais abstratas ou simplificadoras. A contraposição do autor ao pensamento cartesiano, inclusive, alcança a inclusão da contradição, das incertezas e dos próprios pesquisadores no processo de pesquisa.
Apoiado neste desenho e nestes princípios, foi realizado um percurso de exploração em três etapas. A primeira foi desenvolvida em junho de 2018 para descobrir o estado da arte acerca do tema e consolidar a escolha do delineamento da pesquisa. Dessa forma, foi traçado um panorama de algumas aproximações institucionais conhecidas entre as áreas da Terapia Ocupacional e da Saúde Coletiva, bem como realizada uma revisão narrativa de literatura10,11.
A revisão foi realizada usando a base de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Uma vez que nos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), o termo “Saúde Coletiva” aparece enquanto sinônimo do termo “Saúde Pública”, juntamente com “Saúde Comunitária”, os três termos foram usados no levantamento, cada um deles combinados com o termo “Terapia Ocupacional” pelo conector boleano “AND”. Os seguintes critérios de inclusão foram definidos para o levantamento foram: possuir texto completo e gratuitamente disponível on-line, nos idiomas português, inglês e espanhol. As publicações fora destes critérios foram automaticamente excluídas. Em seguida, também foram excluídas as publicações que não mencionavam aproximações significativas entre Terapia Ocupacional e Saúde Coletiva. Por fim, os resultados de cada busca foram cruzados, para excluir duplicações. A seleção final contou com um universo de 21 registros, sendo 19 artigos, um editorial e um trabalho de conclusão de curso de um programa de residência multiprofissional.
Diante da inexistência, na esfera teórica, de associações diretas entre a Terapia Ocupacional e a Saúde Coletiva, os pesquisadores validaram o delineamento exploratório8 e outras duas etapas de investigação foram conduzidas.
A segunda etapa da pesquisa se constituiu em uma investigação biográfica do autor da pesquisa, terapeuta ocupacional atuante no campo da saúde coletiva. A aposta na inclusão de dados biográficos na composição da exploração se fundamenta também nos movimentos de descentramento do pós-modernismo, cujos esforços de enxergar os objetos de estudos são mais pluralistas, privilegiando vários pontos de vista em detrimento de uma grande, única e suprema narrativa12. Nesta ótica, que dá lugar aos estudos qualitativos e bio/autobiográficos, outro autor que nos embasa é Boaventura de Sousa Santos13. Ao defender a crítica da razão metonímica, na qual há obsessão pela totalidade sob a forma de ordem e o todo tem primazia sobre as partes, este autor apoia a divulgação da diversidade e multiplicidade das práticas sociais, legitimando a heterogeneidade das partes que compõem o todo e compreendendo que as partes, além do estatuto de partes, têm sempre, ao menos em latência, o estatuto da totalidade. Esta etapa foi realizada em fevereiro de 2020. Demais detalhes metodológicos e os achados desta etapa estão publicizados no texto de Mei, Carretta e Barros6.
A terceira etapa da pesquisa consistiu na realização de uma revisão de escopo, em dezembro de 2020, conforme metodologia proposta por Peters et al14. A escolha se deu visando atualizar alguns achados da primeira etapa a partir de uma modalidade de revisão mais sensível e adequada aos campos de conhecimento emergentes.
Cabe assinalar que a incipiência do conhecimento de Terapia Ocupacional em Saúde Coletiva tornava a realização de uma investigação de campo bastante desafiadora ou mesmo impossível, uma vez que não havia registros de quais práticas de Terapia Ocupacional se consideravam práticas de Terapia Ocupacional em Saúde Coletiva. Tampouco era possível saber quais profissionais se entendiam como terapeutas ocupacionais sanitaristas.
Ademais, uma nova pesquisa bibliográfica poderia trazer achados mais atuais, e seria realizada com mais apropriação e maturidade do universo temático pelos pesquisadores, dada a experiência das etapas anteriores. Maiores detalhes metodológicos e os achados desta etapa estão publicizados no texto de Mei, Carretta e Barros7.
Após a realização das três etapas da exploração, foi realizada uma análise e discussão da totalidade da pesquisa, sendo utilizados, para isso, aportes da metodologia de análise qualitativa proposta por Gibbs15. A partir desta análise, as afinidades eletivas encontradas puderam ser sistematizadas e atualizadas; alguns obstáculos à construção da teoria puderam ser identificados e uma proposta teórica pôde ser elaborada. A seguir apresentaremos esta produção.

Resultados e Discussão

Sistematizando e atualizando as afinidades eletivas

A partir da exploração realizada, bem como da triangulação entre as etapas, foi possível identificar e sistematizar afinidades eletivas entre a Terapia Ocupacional e a Saúde Coletiva. Algumas delas emergiram durante a primeira e terceira etapa da exploração, sendo descritas e publicizadas em maiores detalhes nos trabalhos de Mei, Carretta e Barros 6,7.
No âmbito da pós-graduação, temos a procura de terapeutas ocupacionais por programas de pós-graduação strictu sensu de Saúde Coletiva, além da oferta de vagas a terapeutas ocupacionais em programas de residência multiprofissional na área de concentração de Saúde Coletiva. No âmbito do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), temos a Saúde Coletiva se constituindo enquanto especialidade da Terapia Ocupacional, ainda que não regulamentada até o momento6,7.
As revisões de literatura conduzidas na primeira e terceira etapa buscaram identificar conexões entre a Terapia Ocupacional e a Saúde Coletiva numa perspectiva mais conceitual e teórica, ou seja, se havia alguma teorização acerca do conhecimento construído na intersecção entre ambas as áreas do conhecimento.
Como resultado, emergiu na exploração6,7 a inexistência de uma relação direta entre as áreas em questão. Contudo, um universo de indícios aproximando elementos de ambas, sem nomear-se enquanto estudos de Terapia Ocupacional em Saúde Coletiva, foram encontrados. Destacam-se trabalhos que apontaram terapeutas ocupacionais vivenciando e se apropriando da temática da gestão e das políticas públicas em saúde; terapeutas ocupacionais utilizando conceitos e ferramentas cunhados no campo da Saúde Coletiva (ex: Projeto Terapêutico Singular, Clínica Ampliada, Apoio Matricial); terapeutas ocupacionais transcendendo práticas mais ligadas ao indivíduo e à reabilitação e discutindo, a partir de referenciais da Saúde Coletiva, promoção de saúde, prevenção de agravos, cuidados populacionais, determinantes sociais em saúde; uma valorização compartilhada do contexto comunitário de práticas.
Vale observar que, apesar do conteúdo encontrado apontar majoritariamente para os terapeutas ocupacionais ampliando seus escopos assistenciais através de contribuições da Saúde Coletiva, também foi encontrada uma contribuição da Terapia Ocupacional à Saúde Coletiva, que é a compreensão dos processos de saúde-adoecimento a partir da dimensão ocupacional da vida6,7. Tal visão é reforçada na literatura por Wilcock16, que qualifica o envolvimento em ocupações enquanto elemento central para pensar os processos de saúde-adoecimento-cuidados, uma vez que podem se constituir simultaneamente enquanto causa e consequência de adoecimentos.
A partir da triangulação e discussão entre as três etapas, onde o próprio entendimento sobre Saúde Coletiva se ampliou, outras afinidades eletivas puderam ser identificadas e atualizadas. No âmbito acadêmico, o panorama de algumas aproximações institucionais conhecidas também identificou a construção de projetos de pesquisa e mostras de práticas. Como exemplo, algumas iniciativas do Departamento de Terapia Ocupacional (DTO) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) se destacaram por apresentar uma relação direta entre as áreas, já observada nos títulos. De 2015 a 2022, o DTO abrigou o projeto de pesquisa intitulado “Interfaces entre Saúde Coletiva e Terapia Ocupacional”, e promoveu, de 2018 a 2020 a I, II e III Mostra de Experiências em Saúde Coletiva, Atenção Básica e Terapia Ocupacional17.
Em um âmbito mais ligado aos serviços públicos, temos a Terapia Ocupacional e a Saúde Coletiva cruzando caminhos na construção do SUS. Malfitano e Ferreira18 apontam para a potência das políticas públicas que constroem o SUS para legitimar novas concepções de saúde, ampliar o acesso do direito à saúde às populações-alvo da Terapia Ocupacional, e ampliar, diversificar e desenvolver a atuação de terapeutas ocupacionais em serviços públicos de saúde. As autoras destacam também a importância da convergência entre o princípio doutrinário do SUS da integralidade e os princípios da Terapia Ocupacional.
Ademais, cabe mencionar outras afinidades eletivas que se relacionam com o acúmulo da Terapia Ocupacional em determinadas áreas do conhecimento e que portam afinidades com a Saúde Coletiva. Primeiramente, há o caso da Terapia Ocupacional Social, especialidade da profissão em desenvolvimento desde o final da década de 1970 e também reconhecida pelo COFFITO19. De acordo com Barros20, a Terapia Ocupacional Social considera duas perspectivas. A primeira aproxima-se da compreensão do adoecimento enquanto fenômeno social e propõe uma Terapia Ocupacional Social que busca desenvolver, por meio da dimensão social destes processos, uma mediação saúde-doença. A segunda propõe um extravasamento do campo da saúde, onde a ação do terapeuta ocupacional atua como estratégia de mediação de conflitos e negociações culturais entre grupos, indivíduos, coletividades e classes. Embora receba um enquadre de Terapia Ocupacional Social, a primeira perspectiva guarda grande afinidade com a Saúde Coletiva.
O acúmulo da Terapia Ocupacional na área de Saúde da Trabalhadora e do Trabalhador (STT)21, por sua vez, também é cabível de ser mencionado por conter afinidades eletivas com a Saúde Coletiva. Vieira-da-Silva22 corrobora o exposto nos lembrando que embora a STT não tenha se constituído formal e institucionalmente enquanto área de concentração ou subárea da Saúde Coletiva, este campo possui vínculos de longa data consolidados com a Medicina Social, e, consequentemente, com a Saúde Coletiva.
Não obstante, após a condução da coleta de dados, um trabalho de fato propõe uma correlação direta entre a Terapia Ocupacional e a Saúde Coletiva. Vieira23 apresenta uma proposição de uma Terapia Ocupacional em Saúde Coletiva pelo referencial do materialismo Histórico-Dialético, na qual o objeto da Terapia Ocupacional em Saúde Coletiva são as atividades humanas enquanto mediadoras dos processos de reprodução social que definem os perfis epidemiológicos dos grupos sociais que compõem a população. Contudo, o trabalho dialoga com um recorte da Saúde Coletiva restrito a algumas obras deste campo de conhecimento com referencial explícito do Materialismo Histórico Dialético. Assim, buscando dialogar com uma Saúde Coletiva compreendida para além do recorte supracitado, apresentaremos na próxima seção uma outra proposição teórica.

Terapia Ocupacional em Saúde Coletiva: uma proposta teórica

Os achados da segunda etapa da pesquisa6 desvelaram alguns obstáculos à construção de uma teoria para fundamentar a Terapia Ocupacional em Saúde Coletiva. A fragilidade do domínio dos saberes foi um entrave significativo, pois era bastante difícil pensar em um conhecimento situado na intersecção de dois outros se estes tinham seus domínios frágeis e nebulosos. Tal questão se mostrou agravada na Saúde Coletiva, uma vez que esta é indistintamente fundida ou colocada como sinônimo de outros conceitos e movimentos intelectuais precursores que assumiram o estudo de populações como interesse central (ex: Medicina Social, Saúde Pública, Higiene, Medicina Preventiva, Medicina Comunitária, etc.).
A maneira pensada para enfrentar este obstáculo foi recorrer ao paradigma da complexidade, de forma a estabelecer uma nova definição de Saúde Coletiva, que religasse não apenas o conteúdo de suas definições e subáreas institucionalizadas, mas também um conteúdo herdado da sua ancestralidade cognitiva e presente nas suas ações e produções técnico-científicas, produzindo sentido a uma unidade.
Embora também tenha emergido enquanto saber cujo domínio se apresentou frequentemente frágil, no caso da Terapia Ocupacional foi possível encontrar registros de proposições onde o domínio foi suficientemente adequado e apto para a interlocução com outro saber amplo e complexo como a Saúde Coletiva. Entre eles, trazemos para tecer a interlocução desejada com a Saúde Coletiva a elaboração de Feriotti1, que se entende como parte de um processo de construção histórico e social e é alinhada ao paradigma da complexidade. A autora propõe a Terapia Ocupacional enquanto uma disciplina com identidade aberta, com objeto e domínio consistentes, contudo sem deixar de se abrir ao diálogo com outros campos.
Isto posto, a partir da incipiência de trabalhos estabelecendo relações diretas entre a Terapia Ocupacional e a Saúde Coletiva, e diante de uma riqueza de afinidades eletivas e da consciência dos desafios colocados, construímos a proposição de uma Terapia Ocupacional em Saúde Coletiva a partir do paradigma da complexidade. Não há a pretensão de que tal teorização seja a única ou mesmo definitiva sobre esta unidade de conhecimento em questão.
Buscamos diálogo da Saúde Coletiva integrada com seu universo ancestral, conceitual e disciplinar sem fusionamentos, enquanto estrutura integrada que embasa uma matriz de inteligibilidade e um modelo de compreensão que seja capaz de ser entendido além do próprio contexto que foi produzido.
Definimos a partir de agora a Saúde Coletiva enquanto um campo de conhecimento descendente da Aritmética Política, da Polícia Médica, da Higiene, da Saúde Pública, da Medicina Social, da Medicina Integral, da Medicina Preventiva; institucionalizado sobre as subáreas disciplinares de Política, Planejamento e Gestão, Ciências Sociais e Humanas em Saúde e Epidemiologia; e que articula conhecimentos transdisciplinarmente no campo da saúde para apreender e intervir no continuum saúde-adoecimento-provisão de cuidados, compreendido em sua integralidade de etapas (promoção de saúde, prevenção de agravos, cuidados curativos, de reabilitação e paliativos) e em sua multidimensionalidade de fatores (ambientais/urbanísticos, biológicos, psicológicos, sociais, culturais, antropológicos, políticos, ocupacionais, filosóficos, organizacionais, geográficos, demográficos, jurídicos, econômicos, ideológicos, religiosos-espirituais) de indivíduos, coletivos e populações. É, portanto, um campo de conhecimentos matriz, integrador e articulador de elementos e dimensões de um mesmo processo e de vários processos individuais, coletivos e populacionais que coexistem na sociedade.
A partir dessa definição de Saúde Coletiva propomos uma Terapia Ocupacional em Saúde Coletiva enquanto campo de conhecimentos que busca apreender e intervir, por meio do envolvimento humano em ocupações, no continuum saúde-adoecimento-provisão de cuidados, compreendido em sua integralidade de etapas (promoção de saúde, prevenção de agravos, cuidados curativos, de reabilitação e paliativos) e em sua multidimensionalidade de fatores (ambientais/urbanísticos, biológicos, psicológicos, sociais, culturais, antropológicos, políticos, históricos, ocupacionais, filosóficos, organizacionais, geográficos, demográficos, jurídicos, econômicos, ideológicos, religiosos-espirituais) de indivíduos, coletivos e populações. Se a Saúde Coletiva é aqui entendida como campo de conhecimentos matriz, integrador e articulador, a Terapia Ocupacional em Saúde Coletiva se propõe a enriquecer essa matriz. Fará isso principalmente a partir do envolvimento humano em ocupações, fio condutor, integrador, analisador e interventor na articulação dos processos de saúde em suas múltiplas etapas e dimensões, bem como dos múltiplos e interligados processos vividos por indivíduos, coletivos e populações na sociedade.
Compreendendo a Terapia Ocupacional, a Saúde Coletiva e a Terapia Ocupacional em Saúde Coletiva dentro do paradigma da complexidade de Morin9, compreendemos como cada um destes elementos integra, tem consciência do todo, do seu domínio, e consegue, na sua particularidade, realimentar o todo e evitar dispersão24. Um estudo e/ou uma prática que se relacione com algum destes elementos pode, por conseguinte, se relacionar com a totalidade. Portanto, estamos aptos a realizar uma integração consciente e neguentrópica para a Terapia Ocupacional, para a Saúde Coletiva e agora, para a Terapia Ocupacional em Saúde Coletiva.
Para expandir a compreensão das possibilidades de estudos e práticas que podem se utilizar deste enquadramento teórico, apresentamos a seguir um panorama de exemplos de integração entre a Terapia Ocupacional e diferentes pontos da Saúde Coletiva. Para cada um destes pontos de encontro, mencionamos trabalhos que, mesmo não se identificando explicitamente como trabalhos de Terapia Ocupacional em Saúde Coletiva, poderiam fazê-lo sob a teorização aqui oferecida.
Iniciaremos conjugando a Terapia Ocupacional com um dos pilares disciplinares e institucionalizados da Saúde Coletiva: a subárea de Política, Planejamento e Gestão. Na pesquisa, emergiram nos trabalhos encontrados o quanto é importante para a Terapia Ocupacional apropriar-se do universo da gestão de serviços25; o ensino de conteúdos relativos à área de gestão na graduação de terapeutas ocupacionais26; a presença da gestão da clínica e suas ferramentas no cotidiano de terapeutas ocupacionais, como o Projeto Terapêutico Singular25; habilidades de terapeutas ocupacionais para ocupar cargos de gestão27; a vivência de espaços de vigilância28; controle social29; avaliação de programas de cuidado30; a importância de se apropriar das políticas públicas de uma forma ampla, analisando-as e vivendo-as como executores18, bem como a análise de políticas públicas específicas, que dizem respeito à populações historicamente assistidas pela Terapia Ocupacional 31.
Pela vastidão da subárea de Política, Planejamento e Gestão, inúmeros outros trabalhos já desenvolvidos no âmbito da Terapia Ocupacional poderiam perfeitamente figurar entre os exemplos. Ainda, considera-se que há elementos desta subárea disciplinar incipientemente explorados por terapeutas ocupacionais, e que, aqui, sugerimos como temas a serem pesquisados para expandir esse espaço cognitivo que estamos propondo, da Terapia Ocupacional em Saúde Coletiva. Dentre tais elementos, podemos citar a análise comparada de sistemas de saúde, os sistemas de informação em saúde, o financiamento e alocação de recursos em programas e serviços que contemplam a força de trabalho de terapeutas ocupacionais.
Outra área disciplinar institucionalizada na Saúde Coletiva é a área de Ciências Sociais e Humanas em Saúde. Na presente pesquisa o artigo de Muñoz32, identificado pela etapa de revisão narrativa, refletiu sobre os condicionantes sociais da saúde e seus diálogos com a Terapia Ocupacional, e propôs ampliação do debate proposto pela Comissão de Determinantes Sociais de Saúde da OMS através de um aprofundamento do tema do poder econômico. Outro exemplo de trabalho que caberia ser lido como um trabalho de Terapia Ocupacional em Saúde Coletiva por meio das Ciências Sociais e Humanas em saúde é o de França, Queiroz e Bezerra33, uma vez que buscam, sob a perspectiva da Terapia Ocupacional, colocar em diálogo as percepções de frequentadores de um terreiro acerca da saúde e as visões de trabalhadores de uma Unidade Básica de Saúde acerca da Política de Saúde Integral da População Negra, com ênfase nos povos de terreiros. Não obstante, reconhecemos o espaço de inúmeros outros trabalhos que eventualmente possam agregar ao campo da Terapia Ocupacional em Saúde Coletiva por meio do diálogo das ciências sociais e humanas em suas plurais possibilidades.
Caminhando ainda pelas subáreas disciplinares institucionalizadas da Saúde Coletiva, percorreremos o âmbito da Epidemiologia. Enquanto área de conhecimentos é bastante transversal e utilizada por todo o segmento da saúde, por suas leituras e análises macroscópicas de populações e segmentos populacionais. Apesar da epidemiologia não ter emergido na presente pesquisa como um dos elementos explorados pela Terapia Ocupacional, vemos terapeutas ocupacionais, em diversas ocasiões, fazerem uso desta área e suas ferramentas para analisar indicadores de saúde de grupos populacionais assistidos pela Terapia Ocupacional.
Um trabalho que se assume pertencente ao universo da Terapia Ocupacional em Saúde Coletiva e parte de uma perspectiva integrada entre a Terapia Ocupacional e a Epidemiologia é o trabalho de Mei, Ferrett e Mei34. Neste estudo, os autores propõem uma integração entre as áreas não apenas pela apropriação, por terapeutas ocupacionais, de eventos ligados a doenças em grupos populacionais, mas também investiga a ocorrência e distribuição de eventos ligados à ocupação na população brasileira, como equilíbrio de tempo dedicado a ocupações cotidianas e estabilidade das ocupações de trabalho, bem como a sua associação com episódios de ansiedade, disfunção do sono e depressão na primeira onda da pandemia de Covid-19. Ademais, investigam no mesmo contexto indícios de prejuízos na vida ocupacional ocasionados por injustiças ligadas a gênero, cor e condição socioeconômica.
Consideramos esta subárea riquíssima para ser explorada por terapeutas ocupacionais que queiram ampliar o universo da Terapia Ocupacional em Saúde Coletiva. Esta conjunção com a Epidemiologia, especialmente se associada a outras ciências que exploram as populações, como a Demografia, a Geopolítica e a própria Ciência Ocupacional, abre caminhos para serem desenvolvidos estudos que busquem explicações para diversos indicadores e tendências de eventos de saúde, de adoecimento e ligados à ocupação em distintos grupos e populações. Cabe ressaltar que o estudo de populações se apresenta como uma janela de oportunidades para a Terapia Ocupacional desenvolver-se num âmbito mais macroscópico, ou seja, desenvolvendo um olhar não apenas para os grupos populacionais que tradicionalmente assiste, mas sim para toda a população.
Um caminho que pode ser estratégico para desenvolver a Terapia Ocupacional no cuidado em nível populacional e, portanto, para desenvolver a Terapia Ocupacional em Saúde Coletiva, é através da Ciência Ocupacional, que foi elaborada como um campo de saberes interdisciplinares derivado da Terapia Ocupacional que busca compreender fenômenos ligados à ocupação para além do efeito terapêutico das ocupações numa situação de cuidados individuais. Ademais, desenvolveu-se dialogando com vários saberes, entre eles a Saúde Pública35.
Dentre os trabalhos que porventura poderiam também ser compreendidos enquanto estudos de Terapia Ocupacional em Saúde Coletiva num viés da epidemiologia e por meio dos conceitos e ferramentas da Ciência Ocupacional aplicada a populações mencionamos o artigo de Pereira et al.36, que apresenta uma caracterização das ocupações de moradores de uma comunidade ribeirinha na Amazônia e discute esta compreensão enquanto modo de produzir um cuidado em saúde por parte de terapeutas ocupacionais culturalmente engajados, equacionando ocupação, cultura e saúde num nível populacional.
A integração de saberes da Terapia Ocupacional com a Saúde Coletiva ultrapassa o diálogo da primeira com as subáreas disciplinares institucionalizadas desta última. Como proposto, há uma integração com elementos que não são necessariamente circunscritos dentro destas subáreas e que trazem questões que unem e ultrapassam as disciplinas.
Uma destas questões consiste no continuum saúde-adoecimento-provisão de cuidados. É uma preocupação, desde os saberes ancestrais da Saúde Coletiva, como a Higiene, a Saúde Pública e a Medicina Preventiva, por exemplo, a compreensão e a intervenção em fatores preventivos de doenças37. A partir de segunda metade do século XX esse continuum vai se enriquecendo com o conceito de promoção de saúde, adereçado principalmente no âmbito da Saúde Pública, em especial a partir do conceito de história natural das doenças de Leavell & Clarke nos anos 1960, e difundido pelo projeto preventivista da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Na pesquisa realizada, foram identificados alguns trabalhos que valorizaram especialmente a promoção de saúde enquanto campo rico de possibilidades para a Terapia Ocupacional. Foram observados trabalhos que se posicionaram a favor da importância da promoção da saúde, bem como da prevenção de agravos para a Terapia Ocupacional, de forma ampla. A promoção da saúde emergiu também enquanto conteúdo de Saúde Pública a ser ministrado em cursos de graduação em Terapia Ocupacional38; em sua dimensão emancipadora da população39; enquanto âmbito da construção de ambientes sustentáveis40. Não obstante, a promoção de saúde foi enxergada sob distintas concepções e em suas práticas cotidianas41 por terapeutas ocupacionais, assim como a prevenção de agravos42.
Outro conceito central em Saúde Coletiva e, portanto, central à Terapia Ocupacional em Saúde Coletiva, trata da integração da multidimensionalidade do continnum supracitado, ou seja, da exploração e integração dos distintos fatores que o condicionam. Já foi mencionado anteriormente acerca da determinação social do processo, mas, efetivamente, vários outros condicionantes existem. Na pesquisa, foi identificado o quanto o envolvimento humano em ocupações é também valorizado enquanto um condicionante no processo saúde-adoecimento-provisão de cuidados43.
Ademais, outras dimensões dos processos de saúde-adoecimento-provisão de cuidados são comumente exploradas por terapeutas ocupacionais e poderiam assim ser lidas sob a perspectiva aqui apresentada de Terapia Ocupacional em Saúde Coletiva. Correia e Gonçalves44, por exemplo, propõem a inserção da Terapia Ocupacional no âmbito ambiental/urbanístico, dando destaque às ocupações coletivas enquanto construção do espaço social das cidades, bem como às assimetrias de poder e às desigualdades socioterritoriais implicando em privações e injustiças ligadas a ocupação humana.
Compreendendo que a missão deste artigo não é esgotar as possibilidades de estudos e práticas de Terapia Ocupacional em Saúde Coletiva, tampouco de colonizar intelectualmente tais estudos e práticas, finalizamos a discussão, com o desejo que a Terapia Ocupacional em Saúde Coletiva seja vastamente explorada em pesquisas futuras.

Considerações Finais

Diversas afinidades eletivas entre a Terapia Ocupacional e a Saúde Coletiva puderam ser identificadas e discutidas. A Saúde Coletiva da qual partimos é uma Saúde Coletiva atualizada e integrada em sua complexidade, nas suas subáreas disciplinares institucionalizadas e também nos seus conceitos centrais e heranças ancestrais. Dessa forma, houve espaço para uma integração entre os saberes da Terapia Ocupacional e da Saúde Coletiva que pôde subsidiar a elaboração de uma matriz de inteligibilidade proposta para se constituir enquanto domínio da Terapia Ocupacional em Saúde Coletiva e proporcionar a terapeutas ocupacionais um enquadramento teórico possível de ser utilizado ao navegar pela Saúde Coletiva, em contextos variados como da assistência, da pesquisa ou da gestão.
A teorização proposta é propositalmente aberta, com a esperança que permita embasar a diversidade, mas fechada o suficiente para não se afogar na superficialidade. É formulada também a partir de uma trajetória estudantil e clínica, na qual uma série de inquietações emergiram e foram levadas à academia com a finalidade de elaborar um horizonte para o pesquisador, suas vivências, seus desafios, e, se possível, facilitar o caminho dos seus predecessores na terceira margem. A Terapia Ocupacional em Saúde Coletiva, já sentida e vivida, passou a ser elaborada e imaginada complexamente.

Referências Bibliográficas

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Mei, AE, Carretta, RYD, de Barros, NF. Terapia Ocupacional em Saúde Coletiva: uma proposição teórica. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2025/abr). [Citado em 15/04/2025]. Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/terapia-ocupacional-em-saude-coletiva-uma-proposicao-teorica/19572?id=19572

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