EN PT

Artigos

0272/2025 - Visita domiciliar como uma ferramenta no cuidado farmacêutico: uma revisão de escopo
Home visit as a tool in pharmaceutical care: a scoping review

Autor:

• Tamires da Silva Montanhas - Montanhas, TS - <tamiresmontanhas@hotmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3953-293

Coautor(es):

• Lusnara Edite Teixeira - Teixeira, LE - <lusnara2011@hotmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5459-3740

• Larissa Torres Fernandes - Fernandes, LT - <farm.larissatorresfernandes@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6404-4462

• Sabrina Cerqueira Santos - Cerqueira-Santos, S - <sabrina.cerqueira@ufjf.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6748-727X

• Carina Carvalho Silvestre - Silvestre, CC - <silvestre.carina@ufjf.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2162-0810

• Larissa de Freitas Bonomo - Bonomo, LF - <larissafbonomo@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1272-5717



Resumo:

As visitas domiciliares (VDs) contribuem para o acesso à saúde, articulação entre os serviços e gestão em saúde. Nas VDs, o farmacêutico pode compreender a subjetividade do paciente, contribuindo para a individualização do plano de cuidado. Objetivou-se fornecer uma concepção ampliada de como as VDs são utilizadas pelos profissionais farmacêuticos para a provisão do cuidado em saúde. Essa revisão de escopo analisou estudos das bases de dados PubMed/MEDLINE, LILACS, Embase, Web of Science, Scopus, CINAHL, e literatura cinzenta. A pergunta norteadora foi “Como as visitas domiciliares são utilizadas pelo profissional farmacêutico para o cuidado em saúde?''. Foram incluídos 116 estudos. Os farmacêuticos prestaram cuidados em saúde por meio de atividades e serviços farmacêuticos, de modo uniprofissional na maioria das vezes, dirigidos principalmente à população idosa. Os principais serviços e atividades realizadas foram direcionados à revisão da farmacoterapia, conciliação de medicamentos, orientações e avaliações, proporcionando altas taxas de implementação de intervenções, e aceitabilidade das recomendações. A atuação dos farmacêuticos nas VDs demonstrou impactos positivos, incluindo a otimização da farmacoterapia, redução de gastos em saúde e melhora da qualidade de vida.

Palavras-chave:

Visita domiciliar, Farmacêutico, Cuidado domiciliar à saúde.

Abstract:

Home visits (HVs) contribute to healthcare access, service coordination, and health management. In HVs, pharmacists can comprehend the patient's subjectivity, contributing to the individualization of the care plan. The aim was to provide an expanded conception of how HVs are utilized by pharmacists for healthcare provision. This scoping review analyzed studies from PubMed/MEDLINE, LILACS, Embase, Web of Science, Scopus, CINAHL, and grey literature. The guiding question was "How are home visits utilized by pharmacists for healthcare?" 116 studies were included. Pharmacists provided healthcare through pharmaceutical activities and services, mostly in a uniprofessional manner, primarily directed towards the elderly population. The main services and activities carried out were aimed at reviewing pharmacotherapy, medication reconciliation, guidance and evaluations, providing high rates of intervention implementation and acceptability of recommendations. Pharmacists' involvement in HVs demonstrated positive impacts, including optimization of pharmacotherapy, reduction of healthcare costs, and improvement of quality of life.

Keywords:

Home visit, Pharmacist, Home healthcare.

Conteúdo:

INTRODUÇÃO
As visitas domiciliares (VDs) podem tornar os cuidados em saúde mais acessíveis, permitir a articulação entre os serviços, auxiliar como ferramenta para a gestão e melhorar a capacidade funcional dos indivíduos1,2,3.
Nas VDs, o farmacêutico pode compreender a subjetividade do paciente quanto à doença, à farmacoterapia e à rede de apoio familiar, contribuindo para a individualização do plano de cuidado2. No entanto, ainda existem desafios na provisão dos serviços clínicos por farmacêuticos (SCF), os quais estão relacionados a implementação de VDs na rotina de trabalho4. Ademais, é possível identificar lacunas na literatura relacionadas ao impacto da atuação do farmacêutico nas VDs quanto aos custos em saúde, à população-alvo e ao modelo de prática5.
Flanagan e Barns5 abordaram essa temática em uma revisão, compreendendo estudos publicados no período de janeiro de 2007 a dezembro de 2017, sobre os resultados associados aos SCF em domicílio. Porém, existem alguns aspectos metodológicos que distinguem o trabalho publicado por esses autores e a revisão de escopo aqui apresentada. No presente estudo, a revisão seguiu as diretrizes recomendadas para construção de uma revisão de escopo, não houve restrições quanto ao período de publicação e idioma, e a pesquisa nas bases de dados foi abrangente no que tange às bases de dados e estratégia de busca, considerando os termos em suas diversas combinações.
Ante o exposto, objetivou-se fornecer uma concepção ampliada de como as VDs são utilizadas pelos farmacêuticos para a provisão do cuidado em saúde.
MÉTODO
DESENHO DO ESTUDO
Trata-se de uma revisão de escopo, guiada pelo JBI Manual for Evidence Synthesis6 e conduzida segundo o PRISMA-SCR7. O protocolo foi registrado na plataforma Open Science Framework (https://osf.io/d3q4w/).
PERGUNTA DE PESQUISA
A pergunta norteadora seguiu a estratégia PCC – população, conceito e contexto6: “Como as VDs são utilizadas pelo farmacêutico para o cuidado em saúde?''
A população (P) foi composta por estudos originais, experimentais, observacionais ou qualitativos que abordaram VDs realizadas por farmacêuticos acompanhados ou não por outro(s) profissional(is) de saúde; O conceito (C) foi caracterizado pelas VDs farmacêuticas; e o contexto (C) relaciona-se aos cenários da prática do farmacêutico onde são realizadas VDs, como os sistemas de saúde públicos e privados, incluindo farmácias comunitárias, instituições e outros.
CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE
Foram incluídos estudos originais, experimentais, observacionais ou qualitativos que abordaram VDs realizadas por farmacêuticos acompanhados ou não por outro(s) profissional(is) de saúde. Foram excluídas revisões, comentários, comunicação breve, editoriais e cartas ao editor. Não houve restrições quanto à data de publicação e ao idioma.
FONTES DE INFORMAÇÕES E ESTRATÉGIA DE BUSCAS
Na estratégia de busca foram utilizados termos relacionados a VDs, ao farmacêutico e às atividades realizadas pelo farmacêutico, padronizados pelo MeSH e DeCS (Material suplementar). As bases utilizadas foram: PubMed/MEDLINE, LILACS, Embase, Web of Science, Scopus, CINAHL, e literatura cinzenta da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD), e Teses e Dissertações de Acesso Aberto (OATD). A busca nas bases de dados foi realizada no dia 18/09/2022, e na literatura cinzenta no dia 03/11/2022.
SELEÇÃO DE ESTUDOS
Os estudos foram selecionados por dois revisores de forma independente, primeiramente pela análise de títulos e resumos na plataforma Rayyan® (http://rayyan.qcri.org) e posteriormente pela leitura do texto completo. Em ambas as fases, em caso de discordância, um terceiro revisor foi contatado.
COLETA DE DADOS
Os dados foram coletados e organizados em uma planilha por dois revisores de forma independente, sendo eles: primeiro autor e ano da publicação; país; desenho do estudo; tamanho da amostra; público-alvo; serviços, atividades e intervenções realizadas pelo farmacêutico; local de atuação; modalidade profissional; e desfechos.
CONCEITOS UTILIZADOS NA REVISÃO
As VDs consistem em fornecer cuidados em saúde adequados às necessidades dos pacientes no âmbito domiciliar 8,9. Os SCF são um conjunto de atividades organizadas em um processo de trabalho. As atividades realizadas por farmacêuticos são as ações do processo de trabalho10. Problemas Relacionados a Medicamentos (PRMs) são quaisquer eventos ou circunstâncias que envolvem a farmacoterapia que interferem real ou potencialmente nos resultados de saúde desejados11.
Os desfechos foram classificados em econômicos, clínicos e humanísticos. Os econômicos referem-se à diminuição nos custos ou utilização de cuidados de saúde. Os clínicos envolvem melhorias na saúde do paciente e redução do uso dos serviços de saúde. Os humanísticos relacionam-se à satisfação do paciente e à qualidade de vida12. Os indicadores de processos são os aspectos qualitativos e quantitativos que medem uma atividade ou serviço farmacêutico13.
RESULTADOS
Um total de 2.701 estudos foram identificados, dos quais 116 atenderam aos critérios de elegibilidade e foram incluídos nesta revisão. O fluxograma do processo de seleção está descrito na Figura 1.

Fig. 1

Os estudos foram publicados entre 1982 e 2022, e envolveram 23 países. O tamanho da amostra, composta por farmacêuticos e/ou pacientes, variou de seis a 22.735 participantes e o desenho de estudo mais utilizado foi o transversal (n= 55). A caracterização completa dos estudos incluídos está apresentada na Tabela 1.

PÚBLICO-ALVO DOS ESTUDOS
O público-alvo dos estudos incluíam indivíduos que recebiam as VDs ou farmacêuticos que as realizavam. Os indivíduos que recebiam as VDs foram divididos em quatro grupos: 1) pacientes que tomavam três ou mais medicamentos e/ou apresentavam condições crônicas. Estes foram descritos em 77,0% dos estudos (n=90)2–5,16–19,21,23–28,30–33,35,38,40–42,44-45,47,48,50,51,53–59,61–66,68–71,73–86,88,89,91–96,98,99,101–104,106–109,112–114,116,118-120,125,127,128. Dentre estes, as condições crônicas, em sua maioria, eram diabetes (n=21; 23,3%)21,23–25,27,28,32,33,41,42,63,66,75,77–79,82,89,112,120,123 e condições cardiovasculares (n=22; 24,4%)2,18,25,27-28,31–33,41,42-48,63,66,68,75,77-78,79,81,82,84,85,108,112,123,125,127; 2) pacientes que receberam alta e/ou tinham maior probabilidade de ter uma readmissão após a alta foram descritos em 20 estudos (22,2%) 4,16,18,21,27,35,56,59,60,65,70,71,74,91,94,95,98,106,125,126; 3) pacientes idosos (sem mais informações) e/ou de alto risco e complexidade foram relatados em 11 estudos (12,2%)2,28,38,47,54,55,57,62,112,115,122; 4) pacientes que receberam visitas por encaminhamentos por outros serviços e/ou profissionais de saúde, ou que foram citados no estudo como elegíveis para VDs foram descritos em 6 estudos (6,7%)14,15,23,34,35,90. Ademais, o farmacêutico estava presente como público-alvo em quatro estudos (4,4%)4,67,68,96.
SERVIÇOS E ATIVIDADES REALIZADAS POR FARMACÊUTICOS NAS VDs
Nas VDs os farmacêuticos realizaram diversos serviços e atividades, os mais citados foram a revisão da farmacoterapia (n=56; 48,27%) 2,17,20,21,24,25,28,30,32,35,36,39,40,41, 43,44-46,48,49,51-54,56,57,59-62,64,66-69,74-76,78,79,97,99,102-105,107,108,112,113118,119,120,122-124, identificação de PRMs (n=40; 34,48%) 2,4,14,15,21,34,38,47,49,50,51,52,53,55,60,66,69,70,72,75,77,78,79,81,84,86,89,91,99,103,105,106,108,110,113,117,118,119,121,124; e orientações em saúde (n=38; 16,4%)16,17,19,20,26-29,31,37,39, 48,50,56,57,60,67-69,72,73,77,82,83,91,92,94,95,98,100,102,103,107,118,120,121,126,127. Alguns estudos destacam que os farmacêuticos envolvidos nas VDs passaram por treinamento4,5,22,31,32,43,56,64,69,70,73,75,83,90,94,96,98–101,120, acompanhamento de profissionais experientes15,19,122, possuíam pós-graduação em prática farmacêutica ou prática clínica57,60,92,95,96,98 e eram credenciados14,19,23,24,26,32,41,46,47,49,54,56,57,66,90,102.
MODALIDADE PROFISSIONAL
As VDs realizadas de forma uniprofissional foram identificadas em 76 estudos (65,5%)2,4,5,15,21–30,33,36–39,42,49–51,56,57,61,63,65,67–88,90–93,95,96,98–107,109,114,116,119–121,123,124,127,128. Nas VDs que envolveram outros profissionais (n=40; 34,5%)14,16–20,31,32,35,36,40,41,44–48,52–55,58,59,62,64,66,89,94,97,108,110–113,115,117,118,122,125,126, os profissionais mais citados nos estudos foram os médicos (n=26; 61,9%)14,17,34,35,40,43-44,46–48,52–55,62,64,66,89,94,110–113,115,117,118, seguidos pelos enfermeiros (n=16; 38,0%)18–20,36,40,44,45,64,66,108,113,115,118,122,125,126.
PRINCIPAIS DESFECHOS DA ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO NAS VDs
INDICADORES DE PROCESSO
Os indicadores de processos foram apresentados em 85,3% dos estudos (n=99). Os pacientes que receberam as VDs pelo farmacêutico foram encaminhados por outros profissionais de saúde em 11 estudos14,23,34-36,45,49,85,86,90,128. Os principais motivos para os encaminhamentos foram: revisão da farmacoterapia ou conciliação de medicamentos de pacientes em polifarmácia14,34–36,45,86,90; adesão à farmacoterapia35,45; e manejo da farmacoterapia14,85.
Os principais PRMs citados foram a adesão à farmacoterapia (n=15; 15,6%)2,14,34,39,44,55,64,69,78–80,85,86,119,127, necessidade de orientação e/ou aconselhamento em saúde (n=9; 9,4%)14,30,35,64,69,85,113,116,127, interações medicamentosas (n=7; 7,3%)21,34,75,85,97,105,113, medicamentos duplicados e/ou desnecessários (n=5; 5,2%)21,55,116–118, dose ou frequência (n=4; 4,2%)16,30,39,65, e condição não tratada e/ou necessidade de terapias adicionais (n=3; 3,1%)49,64,69.
A partir da identificação dos PRMs foi possível que os farmacêuticos emitissem recomendações aos prescritores. A aceitabilidade das recomendações variou entre 48,0 e 99,0%2,15,34,36,40,43-44,48,62,69,76,77,79,95,105,111,118 e a taxa de implementação pelos prescritores variou de 23,9 a 79,0%34,41,47,50,55,64,76,79,85,93.
Durante as VDs, os farmacêuticos interviram diretamente com o paciente e/ou familiares. As taxas de aceitação dessas intervenções chegaram a 84,0%34,44,69,71,84,94.
As intervenções realizadas pelos farmacêuticos durante as VDs propiciaram a redução do número médio de medicamentos utilizados pelos pacientes22,92,99,102,117, melhoraram o nível de conhecimento sobre o tratamento medicamentoso e a doença24,25,27,33,56,65,102,104,117,121,124,128,130, aumentaram a adesão ao tratamento medicamentoso25,26,33,50,64,78,81,88,91,97,127,128,135 e reduziram o número de consultas médicas38,40,102,111.
DESFECHOS CLÍNICOS
Os desfechos clínicos foram apresentados em 35 estudos (30,17%)18,20,22,25,26,28,29,33,35,37,38,40,43,52–54,66,81,85,88,91,92,94,95,98,100,102,114,119–121,127, e envolveram a melhora de parâmetros laboratoriais51,81,85,120; melhora dos níveis pressóricos18,25,33; diminuição no Índice de Massa Corporal (IMC)25 e circunferência abdominal81; redução no número de atendimentos de emergência26,35,58, reinternação e risco de ocorrência28,29,125, taxa e probabilidade de hospitalização22,35,52,53,102,127 e número de mortes58,94,95,125.
Alguns estudos apontaram que a atuação do farmacêutico não influenciou nos desfechos clínicos20,33,37,66.
DESFECHOS HUMANÍSTICOS
Os desfechos humanísticos foram apresentados em 25,0% 21,24,27,31,37,40,45,48,49,51,54,56,61-62,65,72,74,77,89,92,94,95,98,99,104,109,115,120,121 dos estudos (n=29), evidenciando altos níveis de satisfação dos pacientes com as VDs21,24,32,48,51,65,74,77,95,99,121 realizadas pelos farmacêuticos, influência positiva no conhecimento sobre medicamentos 24,27,48,56,61-62,104, benefícios na qualidade de vida 66,109,120 e no controle da doença45.
DESFECHOS ECONÔMICOS
Os desfechos econômicos foram descritos em 12,1%15,22,23,54,58,74,87,98-99,102,105,108,112,115 dos estudos (n=14), com reduções em custos com serviços de saúde 54,105, medicamentos prescritos74,99,108, desprescrição de medicamentos87, intervenções e atividades prestadas pelos farmacêuticos15,112.
DISCUSSÃO
Nas VDs, os farmacêuticos prestaram cuidados em saúde por meio de atividades e serviços, principalmente de modo uniprofissional. Os principais serviços e atividades realizados foram a revisão da farmacoterapia, identificação e resolução de PRMs e orientação em saúde, os quais proporcionaram altas taxas de implementação de intervenções e aceitabilidade das recomendações.
As VDs são ferramentas na provisão SCF que promovem a autonomia e o fortalecimento do vínculo paciente-profissional5,101, otimizam o uso de medicamentos, melhoram as condições de saúde e o cuidado integral por meio da atuação interprofissional. Assim, as VDs evidenciam a contribuição do farmacêutico no processo de cuidado em saúde.
O público-alvo dos estudos envolveu predominantemente pacientes idosos, corroborando os achados de Flanagan & Barns5. Sabe-se que a população idosa é mais propensa à polifarmácia, condições crônicas, e hospitalizações. Nesse contexto, os achados demonstram que essa população pode se beneficiar com o cuidado farmacêutico recebido em seus domicílios3,81.
Alguns estudos desta revisão também indicaram resultados positivos em outras populações. Isso demonstra que as VDs, independentemente da faixa etária, proporcionam melhorias em saúde. No entanto, é necessário realizar mais estudos com populações de diferentes faixas etárias, a fim de obter melhor compreensão dos resultados em saúde.
A atuação do farmacêutico em VDs depende de um preparo prévio dos profissionais. Neste sentido, a formação na graduação pode contribuir para a integração dos farmacêuticos nessa prática128. Ainda, as políticas de Educação Permanente em Saúde e parcerias entre serviço e ensino são essenciais para qualificar e transformar práticas de saúde, tornando os profissionais mais preparados para atuar nesse cenário129.
Nas VDs, o farmacêutico pode estar inserido em um contexto uniprofissional ou multiprofissional. A colaboração interprofissional permite ao farmacêutico reduzir a carga administrativa, priorizando as atividades e serviços clínicos, aumenta a sua credibilidade junto aos pacientes, a satisfação profissional e a partilha de informações sobre os pacientes na elaboração do plano terapêutico62,81.
Alguns fatores, contudo, parecem constituir barreiras para colaboração interprofissional nas VDs, como a falta e/ou pouca remuneração4,67,68, tempo73,97,121, recursos humanos121, implementação das VDs na rotina4, complexidade das intervenções73 e coordenação multidisciplinar73. Ainda, a colaboração entre médicos e farmacêuticos é desafiadora, sendo que, para que ela ocorra, os profissionais precisam reconhecer a prática uns dos outros, e o farmacêutico deve atuar como mediador entre os pacientes e outros membros da equipe para melhorar a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida dos pacientes101,112,118.
Os desfechos e indicadores permitiram compreender o desempenho do farmacêutico nas VDs. Os indicadores de processo demonstraram contribuição na segurança e efetividade da farmacoterapia; no conhecimento sobre medicamentos e condições em saúde; no resgate do papel do farmacêutico na atuação interprofissional; e no fortalecimento do vínculo e da relação farmacoterapêutica com o paciente, culminando na promoção do cuidado86 e melhoria da qualidade de vida88.
Os resultados positivos frente às intervenções do farmacêutico podem ser potencializados mediante o alcance dos prescritores, culminando na aceitabilidade e implementação das recomendações. Ainda, são necessárias estratégias contínuas para aprimorar a comunicação entre os profissionais20,62, a partir de uma perspectiva longitudinal71.
Os desfechos clínicos revelaram a importância da atuação do farmacêutico na melhora clínica dos pacientes. Quando as VDs são associadas a estratégias de educação em saúde, resultam em melhorias no comportamento e hábitos de vida31, uma vez que os farmacêuticos podem auxiliar os pacientes a entenderem melhor suas condições, por meio de um olhar holístico e integral85, levando-os à procura por cuidados em saúde81,94,102.
Nos desfechos humanísticos destacou-se a atuação do farmacêutico nas VDs como provedores de saúde mais acessíveis e próximos das necessidades dos pacientes31. O farmacêutico pode estabelecer a relação terapêutica com o paciente para que ele se sinta confortável ao apresentar seus problemas118 e envolver o paciente na tomada de decisão, emponderando-o para o autocuidado em saúde101,116. Entretanto, a construção de um relacionamento de confiança e parceria leva tempo71,116. Nesse sentido, estratégias para garantir a sustentabilidade dos serviços devem ser planejadas, tais como, a infraestrutura de faturamento, a designação do farmacêutico como prestador elegível e o pagamento pelos serviços20,118, ou seja, uma compensação financeira adequada pode ser uma maneira de aumentar a fidelidade73,116.
Outras estratégias para otimizar e aprimorar a prestação de SCF incluem a capacitação e treinamento dos farmacêuticos para a provisão de serviços clínicos62, a integração do serviço no fluxo de trabalho e melhorias tecnológicas73, as quais podem resultar em melhores desfechos de saúde e economia de custos no futuro62,73,116. Assim, a atuação do farmacêutico nas VDs reforça a importância da valoração da prestação de cuidados em domicílio62.
As limitações desta revisão incluem a falta de acesso a alguns estudos e de aprofundamento quanto à colaboração interprofissional, percepções dos pacientes/familiares em relação à atuação do farmacêutico e protocolos utilizados nos SCF.
Porém, destaca-se a potencial contribuição para o processo de implementação das VDs realizadas por farmacêuticos nos serviços de saúde. Ainda, o apontamento das principais atividades e serviços farmacêuticos podem auxiliar gestores e profissionais para o fortalecimento da atuação do farmacêutico em VDs. Por fim, a identificação das barreiras pode possibilitar a criação de mecanismos para evitá-las e/ou minimizá-las, tornando as VDs ferramentas efetivas no cuidado à saúde.
CONCLUSÃO
Este estudo revela a atuação do farmacêutico nas VDs por meio da revisão da farmacoterapia, identificação e resolução de PRMs, orientação em saúde e colaboração interprofissional, sendo que as diversas atividades e serviços prestados podem alcançar resultados de processos, clínicos, econômicos e humanísticos satisfatórios para os gestores, profissionais de saúde e pacientes/usuários. Contudo, percebe-se a necessidade de estudos que abordem o uso de tecnologias na provisão de SCF, impacto das barreiras culturais e organizacionais e avaliação longitudinal de resultados clínicos.
REFERÊNCIAS
1. Brasil. Ministério da Saúde(MS). Secretaria de Atenção Especializada à Saúde. Departamento de Atenção Hospitalar D e de U. Atenção Domiciliar na Atenção Primária à Saúde. Vol. II: Ministério da Saúde; 2020.
2. Akers JL, Meer G, Kintner J, Shields A, Dillon-Sumner L, Bacci JL. Implementing a pharmacist-led in-home medication coaching service via community-based partnerships. J Am Pharm Assoc 2019;59(2):243–51.
3. Fujita K, Kushida K, Okada H, Moles RJ, Chen TF. Developing and testing a set of quality indicators for pharmacist home visit services: A mixed methods study in Japan. Br J Clin Pharmacol 2021;87(4):e1940–52.
4. Ensing HT, Koster ES, Sontoredjo TAA, Van Dooren AA, Bouvy ML. Pharmacists’ barriers and facilitators on implementing a post-discharge home visit. Res Social Adm Pharm 2017;13(4):e811-819.
5. Flanagan PS, Barns A. Current perspectives on pharmacist home visits: do we keep reinventing the wheel? Integr Pharm Res Pract 2018;7:e141–59.
6. Peters MDJ, Godfrey C, McInerney P, Munn Z, Tricco AC, Khalil, H. Scoping Reviews (2020). Aromataris E, Lockwood C, Porritt K, Pilla B, Jordan Z, editors. JBI Manual for Evidence Synthesis. JBI; 2024. Disponível em: https://synthesismanual.jbi.global. Acesso em 30 de outubro de 2024.
7. Tricco AC, Lillie E, Zarin W, O’Brien KK, Colquhoun H, Levac D, et al. PRISMA Extension for Scoping Reviews (PRISMA-ScR): Checklist and Explanation. Ann Intern Med 2018;169(7):e467–73.
8. Márcia Stanhope, Márcia Stanhope. Foundations of Nursing in the Community: Community-Oriented Practice. Elsevier Health Sciences. Amsterdam: Netherlands; 2013.
9. Konlan KD, Vivor NK, Gegefe I, Abdul-Rasheed IA, Kornyo BE, Kwao IP. The practice of home visiting by community health nurses as a primary healthcare intervention in a low-income rural setting: A descriptive cross-sectional study in the Adaklu District of the Volta Region, Ghana. The J Sci World. 2021;2021.
10. Conselho Federal de Farmácia. Serviços farmacêuticos diretamente destinados ao paciente, à família e à comunidade: contextualização e arcabouço conceitual / Conselho Federal de Farmácia. Vol. il.Conselho Federal de Farmácia;2016.
11. Pharmaceutical Care Network Europe Association. Pharmaceutical Care Network Europe Classification for Drug Related Problem, 2020; (9):1.
12. Kozma CM. Outcomes Research and Pharmacy Practice. Am Pharm1995;35(7):35–41.
13. Fernandes O, Toombs K, Pereira T, Lyder C, Bjelajac Mejia A, Shalansky S, Al-Sukhni M, Gerges S, Sohal S, Gorman S. Canadian Consensus on Clinical Pharmacy Key Performance Indicators: Quick Reference Guide. Canadian Society of Hospital Pharmacists; 2015. Disponível em: https://www.cshp.ca/common/Uploaded%20files/PDFs/CSPH-Can-Concensus-cpKPI-QuickReferenceGuide_June_2017.pdf. Acesso em 30 de outubro de 2024.
14. Clark JA, Shen D, Shelden MR, Anderson KD, Koller NJ, Gates BJ. Analysis of a Long-Standing Consultant Pharmacy Service in Home Health Care. Sr Care Pharm. 2019;34(6):370–83.
15. Corsi K, Lemay V, Orr KK, Cohen L. Pharmacist medication therapy management in home health care: Investigation of a sustainable practice model. J Am Pharm Assoc. 2018;58(4):S64–8.
16. Crockett BM, Jasiak KD, Walroth TA, Degenkolb KE, Stevens AC, Jung CM. Pharmacist involvement in a community paramedicine team. J Pharm Pract. 2017;30(2):e223–8.
17. Der EH, Rubenstein LZ, Choy GS. The benefits of in-home pharmacy evaluation for older persons. J Am Geriatr Soc. 1997;45(2):211–4.
18. Earp JA, Ory MG, Strogatz DS. The effects of family involvement and practitioner home visits on the control of hypertension. Am J Public Health. 1982;72(10):1146–54.
19. Kapoor A, Landyn V, Wagner J, Burgwinkle P, Huang W, Gore J, Spencer FA, Goldberg R, McManus DD, Darling C, Boudreaux E, Barton B, Mazor KM. Supplying Pharmacist Home Visit and Anticoagulation Professional Consultation During Transition of Care for Patients With Venous Thromboembolism. J Patient Saf 2020;16(4):e367.
20. Kapoor A, Bloomstone S, Javed S, Silva M, Lynch A, Yogaratnam D, Carlone B, Springer K, Maheswaran A, Chen X, Nagy A, Elhag R, Markaddy E, Aungst T, Bartlett D, Houng D, Darling C, McManus D, Herzig SJ, Barton B, Mazor K. Reducing Hospitalizations and Emergency Department Visits in Patients With Venous Thromboembolism Using a Multicomponent Care Transition Intervention. Inquiry 2020;57.
21. Kogut SJ, Goldstein E, Charbonneau C, Jackson A, Patry G. Improving medication management after a hospitalization with pharmacist home visits and electronic personal health records: an observational study. Taylor & Francis 2014;e6.
22. Korn A, Michaels N, Phillips D, Rhodes L. Impact of a coordination of care program in an independent community pharmacy. J Am Pharm Assoc. 2019;59(4):e141-145.
23. Monte S V, Passafiume SN, Kufel WD, Comerford P, Trzewieczynski DP, Andrus K, et al. Pharmacist home visits: A 1-year experience from a community pharmacy. J Am Pharm Assoc 2016;56(1):67–72.
24. Moultry A, Poon I. Perceived value of a home-based medication therapy management program for the elderly. Consult Pharm 2008;23(11):877–85.
25. Moultry AM, Pounds K, Poon IO. Managing medication adherence in elderly hypertensive patients through pharmacist home visits. Consult Pharm 2015;30(12):710–9.
26. Ndefo UA, Davis PN, Henry A. Effect of home-based asthma medication therapy management program on pediatric African Americans with uncontrolled asthma. J Am Pharm Assoc 2019;59(4):521–6.
27. Pherson EC, Shermock KM, Efird LE, Gilmore VT, Nesbit T, LeBlanc Y, et al. Development and implementation of a postdischarge home-based medication management service. American Society of Health-System Pharmacy 2014;71(18):1576–83.
28. Pherson E, Swarthout M, Fu D, Barbour L, Green R, Ross P, Nesbit T. Medication management through pharmacist?provided home?based services. J Am Coll Clin Pharm 2020; 3(4),749-756.
29. Polinski JM, Moore JM, Kyrychenko P, Gagnon M, Matlin OS, Fredell JW, Brennan TA, Shrank WH. An Insurer's Care Transition Program Emphasizes Medication Reconciliation, Reduces Readmissions And Costs. Health Aff 2016;35(7):1222-9.
30. Poon LH, Wang L, Moody S, Proffitt L. Evaluation of Pharmacy Resident and Student Recommendations Made Before and After Home-Based Primary Care Patient Visits. Consult Pharm 2015;30(1):45–51.
31. Poon IO, Pounds K, Morris-Moultry A, Jemerson T. Effect of Pharmacist Home Visits on Weight Control in Overweight Elderly Hypertensive African American Patients: Managing Your Blood Pressure (My Bp) Program. J Adv Med Pharm Sci 2021;23(7):e43.
32. Pounds K, Guinn D, Poon IO, Moultry AM. Implementation of a medication adherence program in senior public housing facilities utilizing pharmacists and health educators. Arch Community Med Public Health 2020;6(2):e250.
33. Rashid JR, Leath BA, Truman BI, Atkinson DD, Gary LC, Manian N. Translating Comparative Effectiveness Research Into Practice. J Public Health Manag Pract. 2017;23(5):468–76.
34. Reidt S, Morgan J, Larson T, Blade MA. The role of a pharmacist on the home care team: a collaborative model between a college of pharmacy and a visiting nurse agency. Home Healthc Now 2013;31(2):80–7.
35. Reidt SL, Larson TA, Hadsall RS, Uden DL, Blade MA, Branstad R. Integrating a pharmacist into a home healthcare agency care model: Impact on hospitalizations and emergency visits. Home Healthc Nurse 2014;32(3): e146–52.
36. Reidt S, Holtan H, Stender J, Salvatore T, Thompson B. Integrating home-based medication therapy management (MTM) services in a health system. J Am Pharm Assoc. 2016 Mar 1;56(2):178–83.
37. Shcherbakova N, Tereso G. Clinical pharmacist home visits and 30-day readmissions in Medicare Advantage beneficiaries. J Eval Clin Pract 2016;22(3):363–8.
38. Sidel VW, Beizer JL, Lisi-Fazio D, Kleinmann K, Wenston J, Thomas C, et al. Controlled study of the impact of educational home visits by pharmacists to high-risk older patients. J Community Health 1990;15(3):e163–74.
39. Souter C, Kinnear A, Kinnear M, Mead G. A pilot study to assess the practicality, acceptability and feasibility of a randomised controlled trial to evaluate the impact of a pharmacist complex intervention on patients with stroke in their own homes. Eur J Hosp Pharm 2016;24(2):e101–6.
40. Stout JW, White LC, Rogers LT, McRorie T, Morray B, Miller-Ratcliffe M, Redding GJ. The Asthma Outreach Project: A Promising Approach to Comprehensive Asthma Management. Journal of Asthma1998;35(1):119–27.
41. Tuttle KR, Alicic RZ, Short RA, Neumiller JJ, Gates BJ, Daratha KB, Barbosa-Leiker C, McPherson SM, Chaytor NS, Dieter BP, Setter SM, Corbett CF. Medication Therapy Management after Hospitalization in CKD. Clin J Am Soc Nephrol 2018;13(2):231–41.
42. Williams BR, Lopez S. Reaching the Homebound Elderly: The Prescription Intervention and Lifelong Learning (PILL) Program. Home Health Care Serv. Q 2005;24(1–2):61–72.
43. Bell JS, Aslani P, McLachlan AJ, Whitehead P, Chen TF. Mental health case conferences in primary care: Content and treatment decision making. Res Social Adm Pharm 2007;3(1):86–103.
44. Cheong EA, Ng K. Home Pharmacy Service: Three Years Experience. J Pharm Pract Res 2003;33(3):212–5.
45. Elliott RA, Lee CY, Beanland C, Goeman DP, Petrie N, Petrie B, Vise F, Gray J. Development of a clinical pharmacy model within an Australian home nursing service using co-creation and participatory action research: the Vi siting P harmacist (ViP) study. BMJ Open 2017;7(11):e018722.
46. Farag M, Hoti K, Hughes J, Chalmers L. Impact of a clinical pharmacist on medication safety in mental health Hospital-in-the-Home: a retrospective analysis. Int J Clin Pharm 2022;44(4):947–55.
47. Gilbert AL, Roughead EE, Mott K, Barratt JD, Beilby J. Collaborative medication management services: improving patient care. Medic J Australia 2002;177(4):189–92.
48. Hanna M, Larmour I, Wilson S, O’Leary K. Patient and general practitioner perspectives of the Hospital Outreach Medication Review service at Monash Health. J Pharm Pract Res 2015;45(3):282–90.
49. Hussainy SY, Box M, Scholes S. Piloting the role of a pharmacist in a community palliative care multidisciplinary team: an Australian experience. BMC Palliat Care 2011;10(1):16.
50. Naunton M, Peterson GM. Evaluation of Home?Based Follow?Up of High?Risk Elderly Patients Discharged from Hospital. J Pharm Pract Res 2003;33(3):176–82.
51. Peterson GM, Fitzmaurice KD, Naunton M, Vial JH, Stewart K, Krum H. Impact of pharmacist-conducted home visits on the outcomes of lipid-lowering drug therapy. J Clin Pharm Ther 2004;29(1):23–30.
52. Roughead EE, Barratt JD, Ramsay E, Pratt N, Ryan P, Peck R, Killer G, Gilbert AL. The Effectiveness of Collaborative Medicine Reviews in Delaying Time to Next Hospitalization for Patients With Heart Failure in the Practice Setting. Circ Heart Fail. 2009;2(5):424–8.
53. Roughead EE, Barratt JD, Ramsay E, Pratt N, Ryan P, Peck R, Killer G, Gilbert A. Collaborative home medicines review delays time to next hospitalization for warfarin associated bleeding in Australian war veterans. J Clin Pharm Ther 2011;36(1):27–32.
54. Sorensen L, Stokes JA, Purdie DM, Woodward M, Elliott R, Roberts MS. Medication reviews in the community: results of a randomized, controlled effectiveness trial. Br J Clin Pharmacol 2004;58(6):648–64.
55. Sorensen L, Stokes JA, Purdie DM, Woodward M, Roberts MS. Medication management at home: medication risk factor prevalence and inter-relationships. J Clin Pharm Ther 2006;31(5):485–91.
56. Stafford L, van Tienen EC, Bereznicki LRE, Peterson GM. The benefits of pharmacist-delivered warfarin education in the home. Int J Pharm Pract 2012;20(6):384–9.
57. Stell R, Bonollo M, Fiddes K, Dooley MJ. Successful Integration of a Clinical Pharmacist into a Disease Management Unit. J Pharma Pract Res. 2008 Jun;38(2):132–6.
58. Stewart S, Pearson S, Horowitz JD. Effects of a Home-Based Intervention Among Patients With Congestive Heart Failure Discharged From Acute Hospital Care. Arch Intern Med 1998;158(10):e1067–72.
59. Stewart S, Pearson S. Uncovering a multitude of sins: medication management in the home post acute hospitalisation among the chronically ill. Aust N Z J Med 1999;29(2):220–7.
60. Vuong T, Marriott JL, Kong DCM, Siderov J. Implementation of a community liaison pharmacy service: a randomised controlled trial. Int J Pharm Pract 2010;16(3):127–35.
61. White L, Klinner C, Carter S. Consumer perspectives of the Australian Home Medicines Review Program: Benefits and barriers. Res Social Adm Pharm 2012;8(1):4–16.
62. Blain L, Flanagan PS, Shyr C. Team-based care: A clinical pharmacist and family physicians. Canadian Pharmacists Journal / Can Pharm J 2021;154(4):242–7.
63. Faisal S. Lessons in reflexivity of a pharmacist conducting ethnographic research. Res Social Adm Pharm 2021;17(10):1849–55.
64. Farris KB, Côté I, Feeny D, Johnson JA, Tsuyuki RT, Brilliant S, Dieleman S. Enhancing primary care for complex patients. Demonstration project using multidisciplinary teams. Can Fam Physician 2004;50(7):998–1003.
65. Flanagan P, Kainth S, Nissen L. Satisfaction Survey for a Medication Management Program: Satisfaction Guaranteed? Can J Hosp Pharm 2013;66(6).
66. Hogg W, Lemelin J, Dahrouge S, Liddy C, Armstrong CD, Legault F, Dalziel B, Zhang W. Randomized controlled trial of anticipatory and preventive multidisciplinary team care: for complex patients in a community-based primary care setting. Can Fam Physician 2009;55(12):e76-85.67.
68. MacKeigan LD, Marshman JA, Kruk-Romanus D, Milovanovic DA, Jackevicius C, Naglie G, et al. Clinical Pharmacy Services in the Home: Canadian Case Studies. J Am Pharm Assoc (1996) 2002;42(5):735–42.
69. Papastergiou J, Luen M, Tencaliuc S, Li W, van den Bemt B, Houle S. Medication management issues identified during home medication reviews for ambulatory community pharmacy patients. Can Fam Physician 2019;152(5):334–42.
70. Daliri S, Hugtenburg JG, Ter Riet G, van den Bemt BJF, Buurman BM, Scholte Op Reimer WJM, van Buul-Gast MC, Karapinar-Çarkit F. The effect of a pharmacy-led transitional care program on medication-related problems post-discharge: A before-After prospective study. PLoS One. 2019;14(3):e0213593.
71. Daliri S, Bouhnouf M, van de Meerendonk HWPC, Buurman BM, Scholte Op Reimer WJM, Kooij MJ, Karapinar-Çarkit F. Longitudinal medication reconciliation at hospital admission, discharge and post-discharge. Res Social Adm Pharm 2021;17(4):677-684.
72. Ensing HT, Vervloet M, van Dooren AA, Bouvy ML, Koster ES. Patient-pharmacist communication during a post-discharge pharmacist home visit. Int J Clin Pharm. 2018;40:712–20.
73. En-Nasery-de Heer S, Uitvlugt EB, Bet PM, van den Bemt BJF, Alai A, van den Bemt PMLA, Swart EL, Karapinar-Çarkit F, Hugtenburg JG. Implementation of a pharmacist-led transitional pharmaceutical care programme: Process evaluation of Medication Actions to Reduce hospital admissions through a collaboration between Community and Hospital pharmacists (MARCH). J Clin Pharm Ther. 2022 Jul;47(7):1049-1069.
74. Hugtenburg JG, Borgsteede SD, Beckeringh JJ. Medication review and patient counselling at discharge from the hospital by community pharmacists. Pharma World Sci 2009;31:630–7.
75. Kwint HF, Faber A, Gussekloo J, Bouvy ML. The contribution of patient interviews to the identification of drug-related problems in home medication review. J Clin Pharm Ther 2012;37(6):674–80.
76. Uitvlugt EB, Heer SE, van den Bemt BJF, Bet PM, Sombogaard F, Hugtenburg JG, van den Bemt PMLA, Karapinar-Çarkit F. The effect of a transitional pharmaceutical care program on the occurrence of ADEs after discharge from hospital in patients with polypharmacy. Res Social Adm Pharm 2022;18(4):2651-2658.
77. Al alawneh M, Nuaimi N, Basheti IA. Pharmacists in humanitarian crisis settings: Assessing the impact of pharmacist-delivered home medication management review service to Syrian refugees in Jordan. Res Social Adm Pharm 2019;15(2):164–72.
78. Al-Qudah RA, Bulatova NR, Obeidat NM, Basheti IA. Impact of home medication management review on medication adherence among Jordanian patients. J Pharma Health Serv Res 2018;9(3):227–35.
79. Basheti IA, Rizik M, Bulatova NR. Home medication management review in outpatients with alarming health issues in Jordan: a randomized control trial. J Pharma Health Serv Res 2018;9(2):91–100.
80. Albert V, Baumgartner PC, Hersberger KE, Arnet I. How do elderly outpatients manage polypharmacy including DOAC - A qualitative analysis highlighting a need for counselling. Res Soc Adm Pharma 2022;18(6):3019–26.
81. Aquino AT de. Impacto da atenção farmacêutica na qualidade de vida e no perfil clínico de pacientes com hipertensão arterial assistidos pela estratégia saúde de família [dissertação]. Goiânia: Universidade Federal de Goiás; 2013.
82. Balestre K, Teixeira JJ V, Crozatti MTL, Cano FG, Gunther LSA. Relato de um seguimento farmacoterapêutico de pacientes portadores de diabetes do programa saúde da família de Atalaia, Paraná. Rev Cien Farma Bas Aplic 2007;28(2).
83. Azevedo M da GB de, Pedrosa RS, Aoqui CM, Martins RR, Nagashima Junior T. Effectiveness of home pharmaceutical interventions in metabolic syndrome: a randomized controlled trial. Braz J Pharm Sci. 2017;53(2).
84. Debiasi JZ. A importância do seguimento farmacoterapêutico no tratamento de pacientes idosos hipertensos em uso de polifarmácia [dissertação]. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina; 2018.
85. Martins BPR, Aquino AT de, Provin MP, Lima DM, Dewulf N de LS, Amaral RG. Pharmaceutical Care for hypertensive patients provided within the Family Health Strategy in Goiânia, Goiás, Brazil. Braz J Pharm Sci 2013;49(3):609–18.
86. Santos FTC, Silva DLM da, Tavares NUL. Pharmaceutical clinical services in basic care in a region of the municipality of São Paulo. Braz J Pharm Sci 2018;54(3).
87. Alves A, Green S, James DH. Deprescribing of Medicines in Care Homes—A Five-Year Evaluation of Primary Care Pharmacist Practices. Pharmacy 2019;7(3):105.
88. Begley S, Livingstone C, Hodges N, Williamson V. Impact of domiciliary pharmacy visits on medication management in an elderly population. Int J Pharmacy Pract 2011;5(3):111–21.
89. Coleman DJ, Portlock J, Brown D. Delivering domiciliary pharmaceutical care from a health centre pharmacy. Int J Pharmacy Pract 2011 Feb 22;9(2):127–37.
90. Foulsham R, Goodyer L. Referrals made by different health care professionals to community pharmacists for domiciliary visits. Int J Pharmacy Pract 2011;7(2):86–91.
91. Kalista T, Lemay V, Cohen L. Postdischarge community pharmacist–provided home services for patients after hospitalization for heart failure. J Am Pharm Assoc 2015;55(4):438–42.
92. Lenaghan E, Holland R, Brooks A. Home-based medication review in a high risk elderly population in primary care--the POLYMED randomised controlled trial. Age Ageing 2007;36(3):292–7.
93. Schneider J, Barber N. Provision of a domiciliary service by community pharmacists. Int J Pharmacy Pract 2011;4(1):19–24.
94. Holland R, Lenaghan E, Harvey I, Smith R, Shepstone L, Lipp A, Christou M, Evans D, Hand C. Does home based medication review keep older people out of hospital? The HOMER randomised controlled trial. BMJ 2005;330(7486):293.
95. Holland R, Brooksby I, Lenaghan E, Ashton K, Hay L, Smith R, Shepstone L, Lipp A, Daly C, Howe A, Hall R, Harvey I. Effectiveness of visits from community pharmacists for patients with heart failure: HeartMed randomised controlled trial. BMJ 2007;334(7603):1098.
96. Kayyali R, Funnell G, Harrap N, Patel A. Can community pharmacy successfully bridge the gap in care for housebound patients? Res Social Adm Pharm 2019;15(4):425–39.
97. McCormick P, Coleman B, Bates I. The value of domiciliary medication reviews–a thematic analysis of pharmacist’s views. Int J Clin Pharm 2022;44(4):1004–12.
98. Pacini M, Smith RD, Wilson ECF, Holland R. Home-based medication review in older people: is it cost effective? Pharmacoeconomics 2007;25:171–80.
99. Raynor DK, Nicolson M, Nunney J, Petty D, Vail A, Davies L. The development
and evaluation of an extended adherence support programme by community pharmacists for elderly patients at home. Int J Pharmacy Pract 2011;8(3):157–64.
100. Chen MJ, Kao FH. The Role of Pharmacists in Home Health Care: A Study Set in a Regional Hospital in Taipei City. Home Health Care Manag Pract 2021;33(4):272–9.
101. Hsu KC, Lu HL, Kuan CM, Wu JS, Huang CL, Lin PH, Trezise D, Wang TC. Potentially Inappropriate Medication among Older Patients Who Are Frequent Users of Outpatient Services. Int J Environ Res Public Health 2021;18(3):985.
102. Huang YY, Cheng SH. A community pharmacist home visit project for high utilizers under a universal health system: A preliminary assessment. Health Policy 2019;123(4):373–8.
103. Lau CLL, Hor CY, Ong ST, Roslan MF, Beh XY, Permal D, Rama S. Home medication management problems and associated factors among psychiatric patients using home care pharmacy services at government hospitals in western Malaysia. BMC Health Serv Res 2022;22(1):1–12.
104. Sundus A, Pin TM, Sellappans R. What Do Older Adults and Their Caregivers in Malaysia Think of Home Medication Review? A Qualitative Inquiry. Malaysian J Medic Health Sci 2022;18(1).
105. Flanagan P, Virani A, Baker W, Roelants H. Pharmacists Making House Calls:Innovative Role or Overkill? Can J Hosp Pharm 2010;63(6).
106. Bergheim S, Jacobsen CD, Clausen F, Straand J. Home visits by a pharmacist after discharge from hospital. Tidsskr Nor Laegeforen 2008;128(5):567–9.
107. Willoch K, Blix HS, Pedersen-Bjergaard AM, Eek AK, Reikvam A. Handling drug-related problems in rehabilitation patients: a randomized study. Int J Clin Pharm 2012;34:382–8.
108. Hamano J, Ozone S, Tokuda Y. A comparison of estimated drug costs of potentially inappropriate medications between older patients receiving nurse home visit services and patients receiving pharmacist home visit services: a cross-sectional and propensity score analysis. BMC Health Serv Res 2015;15(1):1–9.
109. Hashimoto R, Fujii K, Shimoji S, Utsumi A, Hosokawa K, Tochino H, Sanehisa S, Akishita M, Onda M. Study of pharmacist intervention in polypharmacy among older patients: Non?randomized, controlled trial. Geriatr Gerontol Int 2020;20(3):229–37.
110. Masumoto S, Sato M, Yamakawa T, Hamada S, Inaba T, Kataoka Y, Ozone S, Yokoya S, Hamano J. Evaluation of changes in prescription among Japanese elderly patients before and after transition to home care. J Gen Fam Med 2022;23(2):94–100.
111. Sugiura S, Kitamura Y, Izushi Y, Ushio S, Sendo T. Factors Associated with Work Efficiency in Home Health Care by Pharmacists. Acta Med Okayama 2022;76(3):307–15.
112. Fiß T, Schaefer M, van den Berg N, Hoffmann W. Zeitbedarf und Kosten für die Umsetzung eines Medikamentenreviews und assoziierter pharmazeutischer und medizinischer Evaluation im ambulanten Versorgungssektor. Das Gesundheitswesen. 2012;74(05):322–7.
113. Fiss T, Ritter CA, Alte D, van den Berg N, Hoffmann W. Detection of drug related problems in an interdisciplinary health care model for rural areas in Germany. Pharmacy World Sci 2010;32:566–74.
114. Hunt V, Anderson D, Lowrie R, Montgomery Sardar C, Ballantyne S, Bryson G, Kyle J, Hanlon P. A non-randomised controlled pilot study of clinical pharmacist collaborative intervention for community dwelling patients with COPD. NPJ Prim Care Respir Med 2018;28(1):38.
115. Kari H, Äijö-Jensen N, Kortejärvi H, Ronkainen J, Yliperttula M, Laaksonen R, Blom M. Effectiveness and cost-effectiveness of a people-centred care model for community-living older people versus usual care ? A randomised controlled trial. Res Social Adm Pharm 2022;18(6):3004–12.
116. Kongkaew C, Methaneethorn J, Mongkhon P, Dechanont S, Taburee W. Drug-Related Problems Identified at Patients’ Home: A Prospective Observational Study in a Rural Area of Thailand. J Patient Saf 2021;17(1):8–14.
117. Liang Y hui, Wang KH, Huang HM, Shia BC, Chan SY, Ho CW, Liu CK, Chen M. Reducing Medication Problems among Minority Individuals with Low Socioeconomic Status through Pharmacist Home Visits. Int J Environ Res Public Health 2022;19(7):4234.
118. Memis S, Sancar M, Varlikli O, Akcay B, Varol H, Soylemez SL, Medisoglu MS, Okuyan B. A pilot study of clinical pharmacistled medication review in older adults on polypharmacy and receiving home health care services. Turkish J Geriatrics 2020;23(4):515–23.
119. Olesen C, Harbig P, Buus KM, Barat I, Damsgaard EM. Impact of pharmaceutical care on adherence, hospitalisations and mortality in elderly patients. Int J Clin Pharm 2014;36:163–71.
120. Purwonugroho TA, Budi R, Laksmi M, Ika M, Vitis Vini Fera Ratna U, Githa Fungi G, Baroroh HN, Pratiwi H, Samodro P, Efendi JAJ, Setiawan D. Community pharmacist home visit-based intervention improved diabetes patients’ outcomes: A randomized controlled trial. J Appl Pharm Sci 2021;11(3):054-059.
121. Sheridan J, Butler R, Brandt T, Harrison J, Jensen M, Shaw J. Patients’ and pharmacists’ perceptions of a pilot Medicines Use Review service in Auckland, New Zealand. J Pharma Health Serv Res 2012;3(1):35–40.
122. Berman T, Clark N, Lemieux AA. Impact of Pharmacist-Driven Heart Failure in-Home Counseling on 30-Day Readmission Rates. Prof Case Manag 2019;24(4):194–200.
123. McKeirnan KC, Frazier K, Kherghehpoush S, Sedaghat E. Using the patient activation measure during a pharmacist-led rural patient home visit pilot project. J Am Pharma Ass 2021;61(4):e279–83.
124. Schumacher PM, Kaune A, Merkenschlager A, Bernhard MK, Kiess W, Neininger MP, et al. Optimizing parents’ performance in anticonvulsant rescue medication administration. Epilepsy & Behavior 2018;84:37–43.
125. Stewart S, Pearson S, Luke CG, Horowitz JD. Effects of Home?Based Intervention on Unplanned Readmissions and Out?of?Hospital Deaths. J Am Geriatr Soc 1998 27;46(2):174–80.
126. Stewart S, Pearson S, Horowitz JD. Effects of a Home-Based Intervention Among Patients With Congestive Heart Failure Discharged From Acute Hospital Care. Arch Intern Med 1998;158(10):1067.
127. Toh CT, Jackson B, Gascard DJ, Manning AR, Tuck EJ. Barriers to Medication Adherence in Chronic Heart Failure Patients during Home Visits. J Pharmacy Pract Res 2010;40(1):27–30.
128. Brasil. Ministério da Educação. Resolução N°6, de 19 de outubro de 2017. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia e dá outras providências. Brasília: MS; 2017.
129. Brasil. Ministério da Saúde. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde: o que se tem produzido para o seu fortalecimento? Brasília: Ministério da Saúde; 2018.















Outros idiomas:







Como

Citar

Montanhas, TS, Teixeira, LE, Fernandes, LT, Cerqueira-Santos, S, Silvestre, CC, Bonomo, LF. Visita domiciliar como uma ferramenta no cuidado farmacêutico: uma revisão de escopo. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2025/ago). [Citado em 05/12/2025]. Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/visita-domiciliar-como-uma-ferramenta-no-cuidado-farmaceutico-uma-revisao-de-escopo/19748

Últimos

Artigos



Realização



Patrocínio