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Chamadas Públicas



CÂNCER RELACIONADO AO TRABALHO E AO AMBIENTE: DESIGUALDADES, EVIDÊNCIAS E DESAFIOS PARA A SAÚDE COLETIVA

30/08/2025 | Chamada Pública


Período: 30 de agosto de 2025 a 19 de dezembro de 2025  PRORROGADO 

*Só aceitaremos artigos enviados por e-mail cadastrado no final da chamada*

Justificativa

As exposições a agentes carcinogênicos em contextos de trabalho e no ambiente configuram uma das fronteiras mais sensíveis da saúde pública contemporânea. Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que uma fração expressiva dos casos de câncer está associada a exposições ambientais e ocupacionais evitáveis, o que transforma esse grupo de agravos em um problema de iniquidade, regulação e responsabilidade institucional.

No Brasil, as desigualdades socioambientais e laborais tornam o controle do câncer relacionado ao ambiente e ao trabalho particularmente desafiador. Persistem obstáculos como a subnotificação, a ausência de registros sistemáticos, as falhas na vigilância em saúde do trabalhador e do meio ambiente, além da invisibilidade de populações expostas — especialmente trabalhadores informais, comunidades tradicionais e moradores de zonas industriais ou contaminadas.

Esta proposta de número temático pretende reunir evidências científicas e reflexões interdisciplinares que contribuam para uma compreensão ampla e crítica das múltiplas relações entre câncer, trabalho e ambiente, integrando perspectivas da epidemiologia, toxicologia, direito, políticas públicas, justiça ambiental, saúde do trabalhador e movimentos sociais.

 

Objetivo Geral

Reunir contribuições científicas interdisciplinares que abordem o câncer relacionado ao trabalho e ao ambiente sob perspectivas epidemiológicas, sociais, legais, políticas e clínicas, com foco em prevenção, regulação, cuidado, justiça social e responsabilidade institucional.

 

Eixos Temáticos Propostos

 

  • Epidemiologia do câncer relacionado ao trabalho e ao ambiente: Estudos de carga de doença, análises temporais, abordagens ecológicas e comparações internacionais sobre incidência, mortalidade e subnotificação.
  • Exposições ambientais e ocupacionais a agentes carcinogênicos prioritários: Investigação sobre substâncias como agrotóxicos, metais pesados, benzeno, amianto, sílica, poluentes atmosféricos e suas vias de exposição em contextos ocupacionais e ambientais.
  • Desigualdades e vulnerabilidades na distribuição dos cânceres ambientais e ocupacionais: Análises interseccionais com foco em classe, raça, gênero, território, atividades laborais e vulnerabilidade ambiental.
  • Câncer e injustiça ambiental: comunidades expostas e territórios contaminados: Casos emblemáticos de contaminação ambiental, conflitos territoriais, e resistência popular frente à degradação ambiental e ao adoecimento coletivo.
  • Desafios para a vigilância em saúde do trabalhador e do meio ambiente: Potencialidades e lacunas das ações de vigilância e regulação, incluindo a atuação da RENAST, dos CERESTs, e das políticas ambientais nos níveis local e nacional.
  • Dimensões jurídicas e previdenciárias do câncer de causa ocupacional e ambiental: Nexo causal, responsabilização, reparação de danos, ações civis públicas e acesso a benefícios previdenciários.
  • Modelos internacionais de prevenção e regulação de carcinógenos ocupacionais e ambientais: Políticas exitosas de monitoramento, restrição e eliminação de substâncias carcinogênicas em ambientes de trabalho e comunidades.
  • Caminhos terapêuticos e barreiras no cuidado oncológico de populações expostas: Itinerários assistenciais e desafios enfrentados por trabalhadores e comunidades expostas para obter diagnóstico, tratamento e seguimento oncológico.
  • Promoção da saúde, prevenção primária e ação intersetorial em ambientes de risco: Estratégias intersetoriais e comunitárias voltadas à redução da exposição e fortalecimento de ações locais de saúde, ambiente e segurança.
  • Metodologias participativas e epistemologias críticas na produção de conhecimento sobre câncer, ambiente e trabalho: Abordagens colaborativas, saberes populares, experiências de ensino e protagonismo dos sujeitos expostos nos processos de pesquisa, denúncia e transformação social.

Normas para Submissão

Os autores devem seguir as diretrizes de submissão da Ciência & Saúde Coletiva, disponíveis no site https://cienciaesaudecoletiva.com.br/passo-a-passo. Além disso, os artigos devem:

  • Incluir uma carta de apresentação do artigo, com até 500 palavras.
  • Indicar claramente o eixo temático ao qual o artigo está vinculado.
  • Para o número temático, não é necessário o pagamento da taxa de submissão;
  • Os artigos devem ser submetidos exclusivamente pelo e-mail oncotrab@gmail.com

 

Avaliação

Os artigos serão avaliados por pares, seguindo o processo de revisão cega por pares (double-blind peer review). Serão considerados os critérios de originalidade, relevância, qualidade metodológica, clareza de redação e contribuição para o tema proposto.

 

7. Contato

Para dúvidas e informações adicionais, entre em contato com a equipe editorial pelo e-mail: oncotrab@gmail.com

 

                                                            Rio de Janeiro, 30 de agosto de 2025

 

                                                                      Editores Convidados

 

Raphael Mendonça Guimarães,

Fundação Oswaldo Cruz

 

Camila Drumond Muzi,

Instituto Nacional de Câncer

Raquel de Souza Ramos

Instituto Nacional de Câncer

 

Rafael Tavares Jomar

Instituto Nacional de Câncer

Karina Cardoso Meira

Universidade Federal de São Paulo

 







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