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0033/2024 - Alimentos ultraprocessados e preparações culinárias em promoções no maior aplicativo de delivery de alimentos do Brasil
Alimentos ultraprocessados e preparações culinárias em promoções no maior aplicativo de delivery de alimentos do Brasil

Autor:

• Luiza Rodrigues Dias - Dias, L. R. - <luizaroddias@gmail.com>

Coautor(es):

• Juliana Aparecida Gama Baptista - Baptista, J. A. G. - <juu.gamab@gmail.com>

• Renata Bertazzi Levy - LEVY, R. B. - <rlevy@usp.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5388-7002

• Maria Alvim Leite - Leite, M. A. - <maria.alvim.leite@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2774-7126



Resumo:

O objetivo deste estudo foi verificar diferenças em características das promoções de alimentos predominantemente alimentos ultraprocessados ou predominantemente preparações culinárias no maior aplicativo de delivery de comidas do Brasil em bairros com distintas categorias de socioeconômicas na cidade de São Paulo. Foram sorteados 20 bairros categorizados segundo quartos do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal. Do centroide dos bairros, foram coletados dados de promoções de alimentos, classificadas como preparações culinárias ou alimentos ultraprocessados. 350 promoções compuseram a amostra e suas características foram comparadas segundo as categorias de grau de processamento e de vulnerabilidade do bairro. Observou-se maior prevalência de promoções de ultraprocessados em três de quatro categorias socioeconômicas. Locais que ofereciam preparações culinárias estavam mais próximos que os locais que ofereciam ultraprocessados. O preço e o desconto médios foram maiores para alimentos ultraprocessados. Diante da ampla oferta de alimentos ultraprocessados nas promoções no maior aplicativo de delivery de comidas do Brasil, parece necessário um maior incentivo ao consumo e destaque a preparações culinárias nos ambientes alimentares digitais, a fim desestimular a escolha por alimentos ultraprocessados.

Palavras-chave:

Consumo Alimentar, Aplicativos Móveis, Fatores Socioeconômicos.

Abstract:

The objective of this study was to verify differences in characteristics of promotions of predominantly ultra-processed foods or predominantly culinary preparations of the largest food delivery app in Brazil in neighborhoods with different socioeconomic categories in the city of São Paulo. Twenty neighborhoods categorized according to quartiles of the Municipal Human Development Index were ed. From the centroid of the neighborhoods, data on food promotions were collected, classified as culinary preparations or ultra-processed foods. A sample of 350 promotions was analyzed, and their characteristics were compared according to the categories of processing degree and neighborhood vulnerability. There was a higher prevalence of ultra-processed food promotions in three out of four socioeconomic categories. Places that offered culinary preparations were closer than places that offered ultra-processed foods. The average price and discount were higher for ultra-processed foods. Given the wide availability of ultra-processed foods in promotions on the largest food delivery app in Brazil, it seems necessary to incentivize the consumption of culinary preparations and highlight them in digital food environments in order to discourage the choice of ultra-processed foods.

Keywords:

Eating, Mobile Applications, Socioeconomic Factors.

Conteúdo:

INTRODUÇÃO
As prevalências de obesidade no Brasil vêm aumentando nas últimas décadas, sendo que de 2006 para 2019 houve um aumento de 11,8% para 20,3% 1, o que pode ser explicado, dentre outros fatores, por modificações na alimentação da população, com destaque ao aumento do consumo de alimentos ultraprocessados2.
Esses produtos compõe uma categoria da Nova, que classifica todos os alimentos em quatro grupos, de acordo com o grau de processamento, considerando aspectos físicos, biológicos e químicos. Os alimentos são classificados em 1) in natura ou minimamente alimentos processados, 2) ingredientes culinários processados, 3) alimentos processados e 4) alimentos ultraprocessados3. Considera-se preparações culinárias os pratos oriundos principalmente da combinação dos alimentos dos grupos 1 e 2 4.
Os alimentos ultraprocessados frequentemente apresentam uma composição nutricional desbalanceada, com alta densidade energética, alto teor de óleos, gorduras saturadas, açúcares e sódio, além de baixas densidades de fibra alimentar, quando comparados a preparações culinárias. Eles também contêm ingredientes de uso exclusivo da indústria, como corantes, emulsificantes, texturizantes e aromatizantes, que os deixam mais atrativos5. Possuem, também, características extrínsecas que estimulam seu consumo excessivo, como a praticidade de comê-los em qualquer lugar, a venda em grandes porções, a facilidade em encontrá-los em muitos estabelecimentos e o intenso marketing que os acompanha 6.
Não preparar as refeições em casa e alimentar-se fora do lar é uma prática cada vez mais comum no Brasil e em outros países e geralmente está associada ao aumento do consumo de alimentos ultraprocessados 7,8. É um comportamento de custo elevado motivado por rotinas atribuladas e falta de tempo para dedicar ao preparo de refeições, sendo o aumento da alimentação fora do domicílio diretamente proporcional ao aumento da renda, além de mais frequente em áreas urbanas em relação às rurais9.
Pedir comida em casa por meio de aplicativos de delivery de alimentos também é uma prática em crescimento10 e foi impulsionada com o início da pandemia de COVID-19 no Brasil, em 2020, devido à necessidade de adoção de medidas para o distanciamento físico-social 11,12.
Os aplicativos de entrega de alimentos têm transformado os ambientes alimentares incorporando a esse conceito os ambientes alimentares digitais13. As plataformas atuam como intermediários que conectam os clientes aos restaurantes, oferecendo uma variedade de opções de alimentos para entrega. Em 2020, uma a cada três pessoas possuía algum aplicativo com esse propósito em seu celular 14.
Apesar do alto preço dos alimentos e das taxas de entrega, estratégias de marketing, como promoções e combos especiais, impulsionam a utilização desses aplicativos 15. Devido ao custo, 49% dos usuários são de grupos sociais mais favorecidos, 44% de grupos intermediários e 7% de grupos menos favorecidos. Há uma desigualdade na utilização desse tipo de serviço, de acordo com a renda 14. Estudos apontam, ainda, que os aplicativos ofertam majoritariamente alimentos ultraprocessados, como sanduíches do tipo fast foods (21,3%) e refrigerantes (20,6%) 16,17, o que pode prejudicar a qualidade da alimentação.
Alimentar-se consumindo produtos adquiridos por meio de aplicativos de delivery de comida é uma prática em recente e pouco estudada7. Por isso, tem-se pouca informação sobre a qualidade e os atributos dos alimentos ali oferecidos e sobre diferenças de acordo com as condições socioeconômicas dos bairros onde os pedidos são realizados. Assim, este estudo buscou verificar diferenças nas características das promoções de alimentos predominantemente alimentos ultraprocessados e predominantemente preparações culinárias disponíveis no maior aplicativo de delivery de comidas do Brasil em bairros com distintas categorias socioeconômicas na cidade de São Paulo, SP.)

MÉTODOS
Trata-se de um estudo transversal em que foram analisados os alimentos ofertados em promoção no aplicativo de delivery de comida iFood na cidade de São Paulo, SP, em julho de 2021, durante a pandemia de COVID-19. O município de São Paulo é a principal metrópole brasileira e a maior cidade do hemisfério sul, com 12,3 milhões de habitantes18. O iFood é o aplicativo do ramo alimentício mais utilizado e conhecido pelos brasileiros e respondia por 71% dos pedidos de refeições em 2020, ocasião em seus maiores concorrentes eram o Uber Eats e o Rappi A partir de uma métrica utilizada para monitorar continuamente a satisfação dos clientes, era considerado nesse ano o aplicativo que possuía o melhor atendimento 19,20.
Para a seleção das localidades amostradas, foi utilizada uma base de dados com 1.593 Unidades de Desenvolvimento Humano (UDH) da cidade de São Paulo. As UDH são regiões geográficas comparáveis a bairros, e usaremos essa terminologia daqui em diante. Essas áreas constituem um retrato de espaços intramunicipais brasileiros que agregam um conjunto de dados comparativos, considerando indicadores socioeconômicos das áreas de demografia, saúde, educação, habitação, renda, trabalho e vulnerabilidade social 21. Os bairros foram divididos em quartos de acordo com a variável sociodemográfica Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM). O IDHM é composto por uma medida de três dimensões para avaliar o desenvolvimento dos municípios brasileiros (longevidade, educação e renda) 22.
Em seguida, foram sorteados cinco bairros de cada um dos estratos de IDHM. Depois, foi gerado o centroide das áreas dos bairros amostrados e geradas as variáveis de latitude e longitude de cada ponto correspondente aos centroides. As operações espaciais foram feitas no QGIS 3.8.1. Os endereços de cada um dos 20 centroides foram obtidos por meio da plataforma Google Maps a partir das coordenadas geográficas de cada ponto (latitude e longitude).
A fim de coletar dados das promoções, foi utilizado um instrumento que tinha como propósito definir e padronizar as informações que seriam obtidas das ofertas. A aplicação deste instrumento foi realizada por duas alunas do último ano do curso de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública, da Universidade de São Paulo, que foram previamente treinadas.
Os dados foram coletados ao longo de 10 dias seguidos, de segunda a domingo, entre 19h e 21h, para que fossem apuradas as opções para a refeição jantar. Os dados foram coletados em um período de uma semana, em julho de 2021. Optou-se pela análise do jantar por ser o horário de maior número de pedidos delivery 23.
Visando a ausência de cookies (pacote de dados que é obtido por meio da navegação prévia do usuário em sites e aplicativos, que armazenam preferências e informações de busca com o objetivo de sugerir opções de maior interesse ao usuário), que poderiam enviesar a coleta de dados, foram geradas 20 novas contas de e-mail, uma para cada centroide. Então, foi realizado o download do aplicativo de venda de comidas em dispositivos celulares androids e concebidos os 20 novos cadastros para a autenticação no momento da coleta dos dados. Assim, para cada endereço havia um cadastro. A seguir, o usuário hipotético foi direcionado para a tela principal do aplicativo, home, em que se deparou com diferentes categorias e seções que compilam os alimentos disponíveis para compra.
Para a coleta dos dados, clicou-se no card “Promoções”, disponibilizado na listagem superior da tela, e então foi clicado no botão “Ver mais”, localizado no canto direito da categoria “Promoções perto de você”. Ao serem apresentadas as ofertas da categoria “Promoções perto de você”, não foi aplicado nenhum filtro de busca, nenhuma opção de ordenação dos itens e nenhum determinante que pudesse influenciar o formato de apresentação dos alimentos como, por exemplo, definição da faixa de preço desejada, por meio do componente “preço total”.
Foi aplicado, então, o instrumento de coleta dos dados para as 20 primeiras promoções que apareceram no aplicativo. As informações coletadas acerca das promoções foram: tipo do estabelecimento, tipo de refeição, nota de avaliação do estabelecimento pelos clientes, distância do endereço utilizado até o restaurante, intervalo de tempo estimado para entrega, valor de desconto fornecido, preço da promoção e presença ou ausência de taxa de entrega. Os dados foram coletados ao longo de 10 dias seguidos, de segunda a domingo, entre 19h e 21h, para que fossem apuradas as opções para a refeição jantar. Os dados foram coletados em um período de uma semana, em julho de 2021. Optou-se pela análise do jantar por ser o horário de maior número de pedidos delivery 19.
Pretendia-se obter uma amostra total de 400 promoções, advindas de 20 endereços. Porém, durante a obtenção das informações, descobriu-se que um endereço não disponibilizava a sessão “promoções” no aplicativo. Desta forma, por não pertencer às características definidas pela metodologia, foi excluído. Ainda, um dos locais apresentava apenas 19 ofertas. Mais adiante, foram desconsideradas 29 promoções que continham apenas especiarias ou bebidas alcoólicas. Sendo assim, o estudo foi conduzido com 350 promoções.
Tendo como referência a Nova classificação dos alimentos, foram definidas duas categorias para análise dos alimentos presentes nas promoções. A NOVA classifica todos os alimentos em quatro grupos, de acordo com o grau de processamento, considerando aspectos físicos, biológicos e químicos. Os alimentos são classificados em 1) in natura ou minimamente alimentos processados, 2) ingredientes culinários processados, 3) alimentos processados e 4) alimentos ultraprocessados 20. Considera-se preparações culinárias os pratos oriundos principalmente da combinação dos alimentos dos grupos 1 e 2 21. São elas: “predominantemente preparação culinária (PC)”, para ofertas que tinham igual ou acima de 50% dos itens in natura ou minimamente processados, como pratos compostos por arroz, feijão, uma proteína e salada; e “predominantemente ultraprocessado (AUP)”, quando apresentavam menos de 50% de itens in natura ou minimamente processados, como hambúrgueres e sobremesas industrializados.
Após a tabulação dos dados, foi realizada a classificação de todos os itens obtidos de acordo com as categorias definidas, assim como dos estabelecimentos de cada promoção. Na análise descritiva dos dados, para as variáveis tipo de estabelecimento, tipo de refeição, classificação da promoção e se possuía taxa de entrega, foram descritas as frequências em número absoluto e percentual. As variáveis nota, distância do ponto, tempo de entrega, preço e desconto foram apresentadas pelos respectivos valores da média aritmética referente às promoções.
Diferenças entre características das ofertas AUP e PC foram apresentadas por meio de números absolutos e porcentagens de acordo com o quarto de IDHM do bairro e foram calculadas a partir do teste t, quando comparação de médias, e qui-quadrado de Pearson, quando comparação de proporções. O valor de p<0,05 foi adotado para considerar significâncias estatísticas. Todas as análises foram realizadas no Stata versão 14 (Stata Corp., College Station, EUA).

RESULTADOS
A Tabela 1 apresenta as características das 350 promoções coletadas de acordo com os quartos de IDHM nos bairros da cidade de São Paulo. Para o total da amostra, observou-se um predomínio do tipo de estabelecimento restaurante (47,43%), do tipo de refeição lanche ou salgado (27,43%) e prato feito ou prato principal (27,43%) e de promoções classificadas como AUP (55,14%). Constataram-se as médias de nota de 4,62, distância do ponto de 0,79 km, tempo de entrega de 46,78 minutos, preço de R$ 34,25 e desconto de R$ 12,04. Identificou-se a presença de taxa de entrega em 27,14% dos estabelecimentos.
O tipo de estabelecimento “fast food, food truck, pastelaria ou pizzaria” foi o mais prevalente nas regiões de menor IDHM (58,89% e 43,62%). Já os “restaurantes” tiveram a maior prevalência nas regiões de maior IDHM (45,26% e 77,46%).
Nota-se que houve predominância do tipo de refeição “lanche ou salgado” em todas as regiões, com exceção das de maior IDHM, que apresentaram como principal refeição “prato feito ou prato principal”. Ainda, apenas nas regiões mais favorecidas socioeconomicamente houve mais promoções com predomínio de preparações culinárias (66,20%).
Observa-se que com a diminuição do IDHM, além de diminuir o percentual de PC nas promoções, houve um aumento no tempo médio de entrega e diminuição no preço médio da promoção. Nos bairros do primeiro quarto observou-se a menor nota média (4,59) e o menor valor médio de desconto (R$ 7,27).
A Tabela 2 apresenta, para regiões estratificadas em quartos de IDHM, a comparação das características como: nota de avaliação do estabelecimento, distância do ponto, tempo de entrega, preço, desconto e taxa de entrega, entre as promoções classificadas como PC e AUP.
Para o total da amostra, promoções que ofereciam PC estavam localizadas mais próximas do ponto que as que ofereciam AUP (0,67 km versus 0,89 km) (p < 0,01). Para as regiões dos dois quartos mais ricos de IDHM, a distância foi significativamente maior para as promoções de AUP.
Apesar de não significativo, foi observado que o tempo médio de entrega é mais rápido para PC no primeiro quarto (43 min) e mais rápido para AUP no quarto quarto (32,6 min). Também é possível perceber que as notas são sempre sutilmente melhores para os AUP. E, apesar de não significante, para o total da amostra a prevalência de taxa de entrega foi maior para os AUP.
Um padrão pode ser percebido nos resultados encontrados, embora estatisticamente significativo apenas no terceiro quarto de IDHM: em todos os estratos, o preço médio foi maior nas promoções que ofereciam AUP. Entretanto, observa-se também que o desconto era maior para essa categoria de promoções, exceto no terceiro quarto de IDHM.

DISCUSSÃO
Com base nos resultados obtidos, pode-se observar uma predominância de promoções categorizadas como AUP em três dos quatro quartos de IDHM. Esse achado vai ao encontro de outros estudos, como o de Horta et al.14, que mostra uma maior oferta de alimentos ultraprocessados pelos aplicativos de delivery. Entretanto, o aumento do consumo de alimentos por aplicativos de delivery e a exacerbação de oferta de alimentos ultraprocessados nesse tipo de aplicativo pode trazer um risco à saúde, visto a associação do consumo exagerado desses alimentos com um maior risco de desenvolver doenças associadas à má alimentação, como a obesidade, hipertensão, diabetes, entre outras doenças crônicas não transmissíveis 24.
Um grande motivo que levou ao aumento da utilização dos aplicativos de delivery é a pandemia da COVID-19 16. Devido às medidas restritivas impostas principalmente antes do início da vacinação em massa, as pessoas passaram a ficar a maior parte do tempo em casa. O desejo por refeições rápidas, a falta de tempo e a pouca habilidade para cozinhar contribuíram para que recorressem aos aplicativos de entrega de comida 17. Outros fatores como a busca pelo prazer em sair e frequentar restaurantes também podem justificar a utilização dos aplicativos 7. Apesar dos elevados preços e das taxas de entrega 25, a praticidade e a facilidade de aquisição dos alimentos, além da massiva propaganda – como promoções e entrega grátis – tornaram os aplicativos de delivery muito atrativos aos consumidores.
De forma complementar, sabe-se que os aplicativos recorrem aos algoritmos para saber que tipos de alimentos estão sendo procurados e, assim, utilizam estratégias de marketing, como posicionar alimentos específicos na primeira página do menu para evidenciá-los, podendo estimular e influenciar nas ações e escolhas de consumo dos usuários 26,27,28. Vimos que há maior presença de AUP e o aplicativo pode ser que contribua para isso.
Nos bairros de todas as faixas socioeconômicas obteve-se um preço médio maior para os alimentos categorizados como AUP em comparação à categoria de PC. Essa diferença só foi significativa, porém, nas regiões do terceiro quarto de IDHM. Apesar do aumento exponencial do consumo de alimentos ultraprocessados, de 12,6% das calorias totais consumidas por adultos em 2002 para 18,4% em 2018, esses produtos ainda possuem um valor mais elevado no Brasil quando comparados a refeições baseadas em alimentos in natura ou minimamente processados 9. Nossos achados vão nessa mesma direção. Esse resultado, de 2021, confronta a percepção popular, no Brasil, de que as escolhas saudáveis apresentam um valor mais elevado do que aquelas tidas como não saudáveis, como os alimentos ultraprocessados 29,30.
Considerando que o preço é um determinante central nas escolhas alimentares 31, o valor médio maior para os AUP pode ter um impacto positivo na escolha por alimentos da categoria de PC. O menor custo pode impulsionar o consumo nos aplicativos de delivery, principalmente considerando a atual situação socioeconômica do país frente à pandemia e ao aumento da inflação sobre os alimentos 17.
No Brasil, a substituição de alimentos tradicionais brasileiros, como o arroz com feijão, por alimentos industrializados pode estar relacionada ao hábito de realizar refeições fora de casa 31 e à diminuição no tempo dedicado ao preparo de alimentos 32. Por essas e outras razões, é importante a disseminação de informações acerca de uma alimentação saudável baseada em alimentos in natura ou minimamente processados e a disponibilização desses alimentos em todos os espaços. Padrões alimentares baseados em alimentos in natura ou minimamente processados vão ao encontro das diretrizes do Guia alimentar para a população brasileira, que é o instrumento de referência para proposição de intervenções e políticas públicas para a promoção da alimentação adequada e saudável 33,34.
Em contrapartida, como uma possível forma de incentivar o consumo de alimentos ultraprocessados, pode-se observar, neste estudo, que em três das quatro categorias de IDHM, o desconto médio foi maior para os AUP, apesar de não haver significância estatística. Esse tipo de estratégia de marketing, que confere um benefício financeiro como dar descontos, colocar taxa de entrega grátis e/ou disponibilizar cupons, torna atrativo o uso do aplicativo de delivery 17.
O estudo de Horta et al. 14 encontrou que os aplicativos estimulam justamente o consumo dos alimentos ultraprocessados e o estudo de Alcântara et al. 10 mostrou uma ligação direta entre o uso de cupons de desconto e o consumo de fast foods e doces. Essas são táticas que podem atrair e encorajar os consumidores a utilizarem os aplicativos.
As únicas regiões que demonstraram uma maior oferta de promoções com PC foram aquelas de maior nível socioeconômico. Diversos fatores podem influenciar as promoções nos aplicativos, sendo um deles a condição socioeconômica e/ou de escolaridade, visto que nessas regiões, mais ricas, também foram encontradas maiores prevalências do tipo de refeição “prato principal ou prato feito” e do tipo de estabelecimento “restaurante”. Além disso, o tempo de entrega também foi menor para esse IDHM em comparação aos outros.
Observa-se, portanto, que em bairros com maior nível socioeconômico há, possivelmente, uma maior demanda e oferta de alimentos mais saudáveis, e isso pode se dar devido à maior escolaridade das pessoas nesses locais, o que pode estar associado a uma maior consciência sobre alimentação saudável e sobre as doenças relacionadas à má alimentação, como apontado por Kearney et al. 35, que demonstrou que a maior escolaridade foi um fator determinante para o esforço de ter uma dieta mais saudável. Sabemos que, no Brasil, a população que consome mais ultraprocessados é a mais rica 36,37. Porém, pode ser que esse comportamento não se repita ao tratar do consumo de alimentos via aplicativos de delivery. Apesar de uma realidade diferente, de acordo com um estudo de Miura et al. 38 conduzido na cidade de Brisbane, Austrália, grupos de maior escolaridade estavam mais propensos a escolher opções mais saudáveis de comidas para viagem, enquanto grupos com menos escolaridade escolhiam opções menos saudáveis.
A comparação entre as distâncias do estabelecimento da promoção e o ponto de entrega foi um resultado significativo, em que em bairros mais ricos as promoções que possuíam AUP estavam em uma distância maior se comparados às promoções de PC. Um estudo de Keeble et al. 39 observou uma associação positiva entre o maior número de estabelecimentos na vizinhança e as chances do uso de aplicativos de delivery no Reino Unido. Portanto, pode-se presumir que possuir uma maior proximidade a estabelecimentos que oferecem promoções de PC no bairro possa influenciar o usuário a optar por este tipo de comida.
Um consumo crescente de alimentos ultraprocessados é um problema de saúde pública. Diversos estudos demonstram a ligação direta entre esses alimentos e o surgimento de doenças como obesidade, síndrome metabólica, asma, hipertensão, doenças cardiovasculares, distúrbios intestinais e câncer em geral 3. E, como demonstrado nesta pesquisa, a maior parte dos alimentos ofertados são classificados como predominantemente ultraprocessados, incentivando o aumento do seu consumo. Mostra-se necessária atenção ao modelo de alimentar-se a partir do uso de aplicativos de delivery que está em crescimento principalmente desde o início da pandemia da COVID-19 e da crise econômica, possibilitando situações adversas que deixam a população ainda mais vulnerável.
Este estudo encontrou algumas limitações em seu desenvolvimento. Pode-se citar possíveis imprecisões na categorização das promoções, visto que se tinha apenas a descrição do alimento na promoção e muitas vezes a forma de preparo e os temperos utilizados são fatores importantes. As fotos dos alimentos, no entanto, auxiliaram na decisão da classificação. Além disso, optou-se por analisar apenas um aplicativo do segmento de delivery de alimentos. Dessa forma, há a necessidade de que mais estudos sejam conduzidos com maior cobertura do ambiente alimentar digital para que seja possível aprofundar a análise das diferenças entre características de alimentos ultraprocessados e preparações culinárias disponíveis em promoções de diferentes aplicativos. Ainda, a pesquisa foi conduzida explorando as regiões apenas da cidade de São Paulo. Portanto, pesquisas aplicadas em diferentes cidades e regiões do Brasil são de suma importância para caráter comparativo e exploratório do padrão de ofertas no ambiente alimentar digital do território brasileiro. Ademais, esse estudo focou em analisar as ofertas da refeição jantar, porém novos estudos podem ser conduzidos para observar as características das promoções das demais refeições ofertadas.
Consideramos pontos fortes do estudo o ineditismo, por ser um dos poucos estudos a avaliar as características das ofertas disponibilizadas no ambiente alimentar digital da cidade de São Paulo, a significância, dado que a análise da amostra explorou bairros de diferentes estratos socioeconômicos, e a pertinência, por examinar o aplicativo de delivery de comida mais utilizado no Brasil 19.
Tendo em vista que há uma grande oferta de AUP nas promoções do principal aplicativo de delivery de alimentos em diferentes bairros da cidade de São Paulo e o setor de entrega de alimentos apresentou um crescimento exponencial, é importante conhecer os alimentos comercializados nos ambientes alimentares digitais, a fim de mapear as diferentes estratégias que estimulam o consumo de alimentos de má qualidade nutricional.
Cozinhar o alimento em casa é sempre a melhor escolha e deve ser sempre incentivado40. Porém, diante dos hábitos atuais e das normas vigentes, entende-se o papel do delivery de alimentos na construção de padrões alimentares dos brasileiros. Então, apesar da compra de alimento via aplicativo ser uma prática ainda elitizada, é importante que estejam disponíveis e sejam incentivadas as promoções de PC para que o acesso a alimentação saudável por meio dos aplicativos seja possível em todos os estratos de renda.




REFERÊNCIAS
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Dias, L. R., Baptista, J. A. G., LEVY, R. B., Leite, M. A.. Alimentos ultraprocessados e preparações culinárias em promoções no maior aplicativo de delivery de alimentos do Brasil. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2024/fev). [Citado em 22/12/2024]. Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/alimentos-ultraprocessados-e-preparacoes-culinarias-em-promocoes-no-maior-aplicativo-de-delivery-de-alimentos-do-brasil/19081?id=19081

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