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Artigos

0190/2025 - Análise das demandas de literacia em saúde no Guia Alimentar para a População Brasileira
Analysis of health literacy demands in the Food Guide for the Brazilian Population Health literacy in the Food Guide

Autor:

• Frederico Peres - Peres, F - <frederico.peres@fiocruz.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2715-6622

Coautor(es):

• Ana Laura Brandão - Brandão, AL - <alaurabrandao@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7148-2268

• Juliana Pereira Casemiro - Casemiro, JP - <julianacasemiro@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6940-2479

• Karla Meneses Rodrigues - Rodrigues, KM - <karlamrpcosta@hotmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0009-0003-0683-7346



Resumo:

O presente estudo tem por objetivo identificar as demandas de literacia em saúde, organizadas a partir de seus distintos domínios, presentes na segunda edição do Guia Alimentar para a População Brasileira (2014). Se configura como estudo exploratório-descritivo, estruturado a partir da aplicação de protocolo, validado anteriormente para o contexto nacional, de análise de demandas de literacia em saúde, presentes no material, com posterior análise de conteúdo dos trechos identificados e organizados em matriz. A análise dos resultados identificou possíveis barreiras para compreensão e significação das recomendações do guia, organizadas a partir dos domínios fundamental, científico, cívico e cultural da literacia em saúde, desde o uso de linguagem não coloquial e jargões, até a impossibilidade de seguir as orientações ali presentes, pelo contexto do grupo social. Os resultados apontam para a necessidade de aproximar forma e conteúdo do material às demandas de literacia em saúde de seus potenciais beneficiários, facilitando o acesso, a compreensão, a avaliação e a significação de suas recomendações por parte de trabalhadores da saúde e grupos da população a que se destina.

Palavras-chave:

Letramento em Saúde; Educação Alimentar e Nutricional; Guias Alimentares; Hábitos Alimentares Saudáveis.

Abstract:

The present study aims to identify the health literacy demands, organized based on their different domains, present in the second edition of the Dietary Guidelines for the Brazilian Population (2014). It is an exploratory-descriptive study, based on the application of a protocol, previously validated for the national context, for health literacy load analysis of the material, with subsequent content analysis of selected excerpts, organized in a matrix. The analysis of the results identified possible barriers to understanding and make meaning of the Guide recommendations, organized according to the fundamental, scientific, civic, and cultural domains of health literacy, which ranged from the use of non-colloquial language and jargon to the impossibility of following the recommendations present therein, due to the context of the social group. The results point to the need to bring the form and content of the material closer to the health literacy demands of its potential beneficiaries, facilitating access, understanding, evaluation and significance of its recommendations by health workers and groups of the population for whom it is intended.

Keywords:

Health Literacy; Food and Nutrition Education; Food Guides; Healthy Eating Habits.

Conteúdo:

Introdução
O Guia Alimentar para a População Brasileira, cuja segunda edição completa 10 anos em 20241, representa um marco nas estratégias para a promoção de hábitos alimentares mais saudáveis, no país2. Publicado originalmente em 20063, apresentou pela primeira vez um conjunto de diretrizes alimentares oficiais, elaboradas pelo Ministério da Saúde em parceria com a academia, representações da sociedade civil e atores da prática, como resposta às transformações sociais e à transição epidemiológica vivenciadas pela população brasileira desde a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), em 19902,4,5.
Oito anos após a publicação de sua primeira edição, e mediante um amplo processo de consulta pública, abrangente e participativo, a versão atual do Guia é lançada, em consonância com um esforço internacional, coordenado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e seus órgãos técnicos, de atualização das orientações e diretrizes nacionais para uma alimentação adequada e saudável, como estratégia para o enfrentamento da epidemia global de obesidade e dos problemas de saúde a ela associados5,6. Constitui-se, desde então, um dos principais instrumentos de apoio a programas e políticas voltadas ao enfrentamento de problemas de saúde relacionados à alimentação e nutrição, assim como material estratégico para o suporte de ações voltadas para a promoção de hábitos alimentares saudáveis e um marco de referência para indivíduos e famílias, gestores e profissionais de saúde, tanto em âmbito nacional quanto internacional2,7.
O amplo processo de escuta a diferentes setores da população brasileira, no processo de formulação da segunda edição do Guia, contribuiu para que o material tenha se constituído como elemento-chave para programas e políticas voltados à promoção de hábitos alimentares adequados e saudáveis, inclusive no âmbito de políticas intersetoriais, cuja importância vem sendo devidamente demonstrada ao longo da última década2,8. Entre os principais avanços identificados na segunda versão do Guia, destaca-se a orientação de suas recomendações a partir da classificação Nova, que considera os diferentes níveis de processamento a que os alimentos são submetidos e como esses processos determinam não apenas o conteúdo do alimento, mas seu potencial de influenciar o risco de diversas doenças relacionadas à alimentação2,5. Também se destaca a reformulação de suas orientações a partir de exemplos e padrões nacionais de alimentação e nutrição, devidamente contextualizadas para as diferentes regiões do país1,2,4,5.
Apesar dos avanços, é possível considerar que o material1 – uma ampla e extensa publicação que busca articular o conhecimento acadêmico do campo às práticas e estratégias para a promoção de hábitos alimentares saudáveis, junto a diferentes grupos da população – traz consigo um conjunto de demandas de literacia em saúde, em seus diferentes domínios, capazes de interferir na interpretação e significação de suas orientações e recomendações8.
O conceito de literacia em saúde vem sendo largamente utilizado, em diferentes partes do planeta e no Brasil, inclusive, para delimitar um amplo e vasto conjunto de habilidades e competências que os indivíduos utilizam quando necessitam acessar, compreender, avaliar e dar sentido a informações sobre saúde, com o intuito de cuidarem de sua própria saúde ou de terceiros8. Está, portanto, vinculado ao processo de significação de informações em saúde, provenientes de diversas fontes (inclusive em materiais, como o Guia), que os indivíduos usam para a tomada de decisão informada sobre diferentes aspectos do cuidado à saúde, individual e coletivamente8-10.
Amplamente aplicados a diferentes contextos de saúde, em diferentes países, os estudos de análise de demandas de literacia em saúde – sobretudo aqueles focados em materiais usados para a educação e a promoção da saúde – ainda são escassos no país9, sobretudo no que se refere às estratégias para a promoção da alimentação adequada e saudável, considerando os diferentes contextos em que estão inseridos os diferentes grupos da população brasileira, audiência prioritária do Guia4,5. Isto posto, o presente estudo tem por objetivo identificar as demandas de literacia em saúde, organizadas a partir de seus distintos domínios, presentes na segunda edição do Guia Alimentar para a População Brasileira1, com vistas a contribuir para o aprimoramento de ações de promoção da alimentação adequada e saudável, no país.

Métodos
Trata-se de um estudo exploratório, baseado em abordagem qualitativa de pesquisa, estruturada a partir de uma análise ampliada de capacidades em literacia em saúde (health literacy load analysis). Esta abordagem, utilizada em diferentes países para subsidiar estudos de recepção de informações, sobretudo aquelas presentes em material educativo/informativo11, considera a literacia em saúde como um resultado de estratégias de educação e promoção da saúde e, portanto, busca associar esse amplo conjunto de habilidades e competências ao propósito de cada estratégia voltada ao seu desenvolvimento8,10. Dessa forma, alinha-se à teoria social crítica, sobretudo no que diz respeito à capacidade de empoderamento e promoção da autonomia do indivíduo para a tomada de decisão informada e engajamento em processos decisórios que busquem garantir o direito à saúde e à qualidade de vida, individual e coletivamente11.

Delineamento do estudo
O estudo se baseou na aplicação de um protocolo adaptado e validado por Silva12 para o contexto brasileiro, que consiste em uma análise estrutural e funcional de informações sobre saúde, veiculadas em diferentes meios (impresso, vídeo, áudio etc.), feita por especialistas e capaz de identificar elementos necessários à compreensão do texto pela audiência/público a que se destina.
As categorias utilizadas pelo protocolo adotado12 foram matriciadas a partir dos quatro domínios definidos por Zarcadoolas et al.10,11, permitindo identificar as principais demandas de literacia em saúde presentes no Guia, a saber:
• Fundamental: elementos linguísticos presentes na superfície textual e na sua forma de organização, tais como: o vocabulário, a estrutura e a coesão do texto, o uso de instruções e/ou recomendações e a função do texto;
• Científico: elementos de natureza científica, como a presença de termos e jargões científicos, a utilização de evidências e notações científicas e a compreensão de princípios da construção do conhecimento científico;
• Cívico: elementos que qualificam o indivíduo como parte de um grupo social e dotado de cidadania, possibilitando a tomada de consciência de assuntos públicos e o envolvimento/engajamento em processos e fóruns coletivos de tomada de decisão;
• Cultural: elementos relacionados aos padrões culturais compartilhados em um determinado grupo social.
A análise foi feita por quatro especialistas, três mulheres e um homem, todos com título de doutor e mais de 10 anos de treinamento/formação em Saúde Pública e vinculados a instituições acadêmicas. A sistematização dos resultados se deu em duas etapas, seguindo protocolo desenvolvido por Silva12. Na primeira etapa, cada especialista identificou, de forma individual, a demandas de literacia em saúde presentes no material, a partir de uma leitura flutuante do material, na sua íntegra, com as devidas demandas sendo inseridas em uma planilha, organizada a partir de cada uma das quatro etapas acima identificadas10. Em seguida, foi realizada uma reunião de consenso, onde se buscou identificar aquelas demandas que haviam sido incluídas na planilha por, pelo menos, três dos quatro especialistas, sendo este o grau de coincidência adotado.

Organização e análise dos dados
As demandas identificadas segundo grau de coincidência estabelecido foram, então, divididas em dois grandes grupos: a) demandas de literacia em saúde para a população em geral; e b) demandas de literacia em saúde para trabalhadores da saúde. Para a análise dos dados, utilizou-se a técnica de Análise de Conteúdo segundo Bardin13, estruturada em 4 etapas: a organização da análise; a codificação; a categorização; e a etapa de inferências. Os elementos identificados no texto foram, então, organizados em quatro categorias, de acordo com cada domínio da literacia em saúde, incluindo:
• Aspectos de linguagem e numeracia com potencial de interferir na significação do material, por parte da população em geral e de trabalhadores da saúde (domínio fundamental);
• Conceitos, notações e princípios da ciência com potencial de interferir na significação do material, por parte da população em geral e de trabalhadores da saúde (domínio científico);
• Aspectos que demandam consciência do papel do indivíduo no grupo social, com potencial de interferir na significação do material, por parte da população em geral e de trabalhadores da saúde (domínio cívico);
• Elementos que demandam adequação cultural, considerando a diversidade da população brasileira, com potencial de interferir na significação do material, por parte da população em geral e de trabalhadores da saúde (domínio cultural).

Controle de viés e limites do estudo
Foram produzidas as inferências sobre o material categorizado, buscando compreender os significados de cada categoria no processo de interpretação e significação das informações-chave identificadas no Guia. Os trechos e termos identificados com a aplicação do protocolo foram levantados por cada um dos autores e, havendo coincidência da maioria (3/4), inseridos na matriz de demandas e, posteriormente, analisados conjuntamente pelos quatro pesquisadores para produção de inferências, devidamente organizadas a partir dos quatro domínios previamente definidos10, 11.
Embora o estudo tenha sido realizado a partir da aplicação de protocolo voltado à análise de materiais por especialistas, considera-se que um estudo de recepção de informações por parte dos dois grupos identificados como audiência do material (trabalhadores da saúde e população em geral – este último, grupo abrangente e impreciso, considerando os potenciais beneficiários estabelecidos pelos autores do Guia) poderia trazer informações adicionais e mais detalhadas, ampliando o escopo da análise aqui apresentada, razão pela qual se identifica tal limitação do estudo.

Resultados
A análise dos dados desvelou um conjunto de elementos, correspondentes a cada um dos quatro domínios do modelo avançado de literacia em saúde considerado pelo estudo10, com potencial de interferência no processo de acesso, compreensão, avaliação e significação de informações para a tomada de decisões informadas em saúde. O Quadro 1 sintetiza os principais aspectos identificados, organizados de acordo com as demandas para a população em geral e para os trabalhadores da saúde.
Os principais elementos identificados são aqui identificados e organizados a partir dos domínios de literacia em saúde10.

Demandas do Domínio Fundamental da Literacia em Saúde
No que se refere ao domínio fundamental, identificou-se que o texto do Guia se aproxima mais do padrão de escrita acadêmica que de um texto para audiências mais abrangentes, com uso recorrente de longos parágrafos (com 3 ou mais frases sequenciadas), linguagem pouco coloquial e, em diversos trechos, encadeamento complexo de ideias nos distintos parágrafos. Também se observa, em particular no Capítulo 2, demandas de numeracia, como o conhecimento de ordens de grandeza, proporções e unidades de medida.
O Quadro 2 reúne alguns exemplos de elementos identificados no Guia que demandam habilidades e competências circunscritas ao domínio fundamental da literacia em saúde, tanto para a população em geral quanto para trabalhadores da saúde.

Demandas do Domínio Científico da Literacia em Saúde
Já no que tange ao domínio científico da literacia em saúde, são observados, no material, elementos que demandam o conhecimento prévio de conceitos, princípios ou natureza do conhecimento científico, tanto para a população em geral, quanto para os trabalhadores da saúde, principalmente aqueles com formação de base em áreas distintas da Alimentação e Nutrição. No que se refere à população em geral, identifica-se que a compreensão de processos fisiológicos/bioquímicos, como a digestão e a absorção de nutrientes, é um elemento-chave no processo de significação de informações apresentadas em diferentes partes do texto. O próprio conceito de nutrientes, entre outros, aparece como demanda prévia para a compreensão e avaliação de mensagens importantes apresentadas no material.
Com relação aos trabalhadores da saúde, cabe a consideração que, para além da possibilidade de desconhecerem os princípios relacionados a algum processo fisiológico/bioquímico, com demandas presentes no material, o texto demanda o conhecimento prévio de conceitos e processos externos ao (ou pouco comuns no) campo da Saúde, como o conceito de sistemas alimentares, sustentabilidade ambiental e social, soberania alimentar e nutricional e o processamento de alimentos, entre outros.
O Quadro 3 reúne alguns exemplos de elementos identificados no Guia que demandam habilidades e competências circunscritas ao domínio científico da literacia em saúde, tanto para a população em geral quanto para trabalhadores da saúde.

Demandas do Domínio Cívico da Literacia em Saúde
Um dos aspectos positivos da atualização feita para a segunda edição do Guia está, justamente, nas referências ao papel do indivíduo como cidadão, inserido no contexto do grupo social e engajado em processos coletivos relacionados à alimentação e nutrição. A inclusão de tais elementos no Guia atualizado coloca, por outro lado, demandas para o domínio cívico da literacia em saúde, entre as quais a factibilidade de dispor de tempo suficiente e ambiente adequado para realização das refeições (realidade que contrasta com as realidades do mundo do trabalho e dos locais de residência de grande parcela da população brasileira), a reivindicação do direito humano à alimentação adequada, a atuação organizada de cidadãos e a garantia da oferta, por parte de equipamentos do Poder Público, de alimentos adequados e minimamente processados.
Parte dos obstáculos relacionados às demandas do domínio cívico da literacia em saúde, presentes no material, tenta ser superada com a inclusão, no texto, de tópicos de destaque com chamada do tipo “o que você pode fazer”. Apesar de trazerem informações explícitas, passíveis de serem compreendidas, nem sempre tais orientações (ou recomendações) são possíveis de serem seguidas, em função da disponibilidade de recursos, formas de organização do grupo social, autonomia para o exercício da participação cidadã em determinadas comunidades, entre outros aspectos. Ademais, evidenciam mais a responsabilidade do cidadão que a do Poder Público que, por princípio constitucional, deve garantir a toda a população brasileira o direito humano à alimentação adequada e saudável.
O Quadro 4 reúne alguns exemplos de elementos identificados no Guia que demandam habilidades e competências circunscritas ao domínio cívico da literacia em saúde, tanto para a população em geral quanto para trabalhadores da saúde.

Demandas do Domínio Cultural da Literacia em Saúde
Outro aspecto de destaque, observado na elaboração da versão atualizada do Guia, é o cuidado que se tem na apresentação de alimentos e preparos capazes de representar, pelo menos em parte, a diversidade cultural de nosso país. As fotos e as sugestões de preparo por refeição trazem concretude à ideia, até então vaga, do que seria uma alimentação suficiente, adequada e saudável.
O esforço de representação de parte da diversidade cultural dos hábitos alimentares da população brasileira esbarra, infelizmente, na constatação que o acesso e a disponibilidade de alimentos para a realização de refeições adequadas e saudáveis, tal qual recomendado pelo Guia, ainda são realidades distantes para uma grande parcela da população que, cotidianamente, convive com a insegurança alimentar em seus diferentes níveis13.
Assim, apesar dos avanços anteriormente apontados e, sobretudo, considerando o contexto histórico de desigualdade em nosso país, que determina a permanência de milhões de brasileiros em situação de insegurança alimentar14, cabe destacar a falta de elementos, no material, que possibilitem, ao mesmo tempo, um diálogo com aqueles indivíduos e grupos da população que não têm acesso a uma alimentação suficiente, adequada e saudável – não por escolha, mas por determinação social, histórica e política –, e uma aproximação aos diferentes atores dos diferentes territórios de nosso país, historicamente associados com as estratégias de enfrentamento da insegurança alimentar.
O Quadro 5 reúne alguns exemplos de elementos identificados no Guia que demandam habilidades e competências circunscritas ao domínio cultural da literacia em saúde, tanto para a população em geral quanto para trabalhadores da saúde.

Discussão
A análise dos resultados possibilitou a identificação de um conjunto de demandas, organizadas nos quatro diferentes domínios da literacia em saúde (fundamental científico, cívico e cultural), que apresentam potencial de interferência no acesso, compreensão, avaliação e significação de mensagens-chave, contidas no material. Demandas que, consequentemente, podem se constituir como barreiras para estratégias visando a promoção de uma alimentação adequada e saudável junto a diferentes grupos da população brasileira.
A interpretação dos resultados do presente estudo parte do reconhecimento que a promoção de uma alimentação adequada e saudável é, indiscutivelmente, uma ação estratégica para o enfrentamento de um conjunto amplo de problemas de saúde que, nas últimas décadas, marcam o quadro de saúde de diversos grupos da população brasileira, impactando o SUS e limitando o desenvolvimento social-sanitário15. E, nesse contexto, um material de referência, abrangente e representativo, como o Guia Alimentar para a População Brasileira, se constitui como um elemento estratégico para a promoção de uma alimentação adequada e saudável junto a diferentes grupos da população brasileira2,16.
A atualização e publicação da segunda edição do Guia Alimentar para a População Brasileira, em 20141, representou um importante marco de sustentação para programas e políticas de Alimentação e Nutrição no país. Concebido e desenvolvido a partir de um esforço importante de articulação de gestores, acadêmicos e atores da prática4, e elaborado a partir de novos paradigmas epidemiológicos e científicos5, como a classificação Nova de alimentos – que introduziu novos indicadores para compreender as relações entre o padrão de consumo alimentar e o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis – o Guia é o resultado de um processo técnico, político e histórico que consolidou, na academia e na administração pública, os princípios básicos de uma alimentação adequada e saudável4,7.
Tendo como referência os trabalhos dos comitês técnicos da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO)17, os guias alimentares são considerados importantes instrumentos para a orientação de políticas nacionais de alimentação e nutrição, devidamente articuladas com estratégias para o enfrentamento da obesidade e de outras doenças crônicas não-transmissíveis2. Nesse contexto, o documento brasileiro se insere em um esforço internacional para a construção de guias nacionais voltados à promoção da alimentação adequada e saudável que, no ano de 2019, já abrangia, pelo menos, 90 países, 27 destes na região da América Latina e Caribe6,18.
O Guia brasileiro se destaca, entre outros documentos internacionais, por buscar adequar-se às significativas mudanças no perfil nutricional global e incorporar as mais recentes evidências científicas, sem perder de vista as especificidades dos diferentes grupos de sua população, marcada pela histórica desigualdade que persiste no país, definindo a coexistência de padrões de insegurança alimentar por carência e excesso, muitas vezes em um mesmo território19. Também é reconhecido como uma referência mundial6,20, 21 por apresentar informações detalhadas sobre a culinária tradicional, compartilhadas por gerações, ao longo do tempo, e pela orientação de suas recomendações a partir do nível de processamento dos alimentos4,5,19,21.
Apesar do amplo reconhecimento da relevância do Guia5,6,20,21, é importante considerar a possibilidade de suas orientações e recomendações não estarem plenamente alinhadas às demandas de literacia em saúde dos diferentes indivíduos e grupos da população brasileira, a quem o material se destina. Estudos realizados no país9,22,23 e no exterior24-26 apontam para a importância de considerar a literacia em saúde dos indivíduos e grupos da população nas ações educativas e de promoção da saúde, como os programas e políticas voltadas para a promoção da alimentação adequada e saudável8,10,12,23. Entre essas principais evidências, destacam-se: a) a relação positiva entre a literacia em saúde e a capacidade de autocuidado; b) uma maior autonomia para a tomada de decisão informada em saúde observada em indivíduos com a literacia em saúde mais desenvolvida; e c) o maior engajamento de indivíduos e grupos da população com literacia em saúde mais desenvolvida em torno de ações visando a promoção da saúde, individual e coletivamente8,12,24,26.
Com relação às demandas de literacia em saúde identificadas no Guia, tanto em seu domínio fundamental quanto científico, evidencia-se o teor acadêmico adotado em partes do material e as possíveis barreiras para seu uso, como instrumento de apoio para ações de promoção de hábitos alimentares saudáveis, sobretudo por parte da população em geral e trabalhadores da saúde não diretamente vinculados ao campo da Alimentação e Nutrição12.
O peso da linguagem escrita e do teor acadêmico de mensagens-chave contidas em materiais para a promoção da alimentação adequada e saudável27, como o Guia, dificulta a compreensão e significação de suas recomendações por parte de audiências com habilidades de leitura e escrita pouco desenvolvidas28-31 e aproximação entre os saberes de especialistas e não-especialistas, incluindo, nesse segundo grupo, trabalhadores da saúde não diretamente vinculados ao campo da Alimentação e Nutrição32. E coloca a necessidade de criação de espaços de significação comum, favorecendo a motivação e o interesse sobre o tema, elementos-chave no processo de avaliação da pertinência de seu conteúdo5,8,10,30,33.
Para além dos domínios fundamental e científico da literacia em saúde, os esforços para a redução de possíveis barreiras de compreensão e significação devem considerar, também, aspectos relacionados à percepção do papel do indivíduo na cidadania (domínio cívico) e dos padrões culturais próprios de cada grupo social (domínio cultural)8,10,23,24. Estudos realizados juntos a indivíduos e grupos da população com a literacia em saúde menos desenvolvida mostram que o uso de linguagem objetiva e coloquial, construída a partir de elementos passíveis de reconhecimento, dentro de um quadro de significância comum e, sempre que possível, amparada por recursos pictográficos culturalmente adequados, pode minimizar problemas relacionados à apropriação das mensagens-chave contidas nestes materiais, tornando-os mais eficientes e de mais fácil significação8,23,29,33.
A análise das demandas de literacia em saúde presentes no Guia mostrou, também, que os esforços em torno da promoção de uma alimentação adequada e saudável para o conjunto da população brasileira precisa considerar, de forma específica, as estratégias dirigidas a trabalhadores da saúde. Estes resultados, em consonância com evidências de estudos anteriores7,15,23,24, apontam para a necessidade elaboração de mensagens-chave específicas para os profissionais de saúde, destacando-as do conjunto de mensagens para as demais audiências e, dessa forma, fortalecendo seu papel como promotores de hábitos alimentares adequados e saudáveis junto à população32.
Os resultados aqui apresentados se alinham a outras evidências, identificadas na literatura nacional4,7,12,22,23 e internacional11,24,32,33,34, que reforçam a importância de estratégias educativas – sejam estas dirigidas à população ou a trabalhadores da saúde – voltadas à promoção de uma alimentação adequada e saudável. Estratégias que incluam a utilização de materiais como o Guia Alimentar para a População Brasileira nos diferentes espaços de cuidado e promoção da saúde, como nas ações de educação permanente em saúde, no matriciamento junto a programas e equipes Multiprofissionais da Atenção Primária à Saúde (APS), na articulação com as assessorias Técnicas de Alimentação e Nutrição, nos diferentes territórios, entre outros. E que considerem a adequação dessas estratégias às demandas de literacia em saúde dos diferentes indivíduos e grupos da população aos quais se destinam.
Nesse sentido, o presente estudo consegue lançar luz sobre algumas questões-chave para se pensar a promoção da alimentação adequada e saudável através de estratégias educativas alinhadas às demandas de literacia em saúde das audiências a que se destinam. Um primeiro aspecto, circunscrito ao domínio fundamental da literacia em saúde, está relacionado à necessidade de se adotar, em materiais como o Guia, uma linguagem mais objetiva, concisa e compreensível, distanciando-a do tom acadêmico que ainda predomina em parte significativa do material. Um desafio que ainda está por ser superado, não apenas no país, como se evidencia em três recentes revisões internacionais da literatura sobre o tema29,30,32.
Evidencia-se, ainda, que tal esforço deva ser acompanhado de um tratamento distinto das informações e mensagens elaboradas para trabalhadores de saúde (e de outras áreas correlatas) e para a população em geral, facilitando uma significação mais adequada de tais conteúdos e, assim, promovendo condições para uma tomada de decisões informada sobre a promoção da alimentação adequada e saudável4,12,15,23.
Um segundo aspecto, relacionado ao domínio científico da literacia em saúde, reside no fato de haver uma ampla diversidade de trabalhadores da saúde que, potencialmente, podem utilizar o Guia. Partindo-se do pressuposto que cada grupo de trabalhadores dispõe habilidades e competências específicas, não necessariamente vinculadas às questões de alimentação e nutrição, coloca-se a necessidade de um olhar e da revisão do uso de conceitos e fundamentos da ciência da alimentação e nutrição que, porventura, possam trazer dificuldades de compreensão e significação das mensagens-chave8,10,12. Sobretudo considerando que os trabalhadores da saúde são os principais “intérpretes” de grande parte do conteúdo do Guia para população em geral4,7,22,23,24.
Cabe, ainda, a consideração, relacionada com o domínio cívico da literacia em saúde, da importância de se alinhar as orientações, apresentadas no material, às reais possibilidades de cumprimento, por parte da audiência a que se destina. É de fundamental importância que o material considere, nos casos em que algumas limitações se imponham, o papel mediador do trabalhador da saúde, a partir de recomendações específicas de como atuar como promotor de uma alimentação adequada e saudável e articulador da participação cidadã, voltada à garantia de direitos básicos e à representação dos indivíduos e grupos da população nos fóruns decisórios em saúde23,24.
Por fim, e no que diz respeito ao domínio cultural da literacia em saúde, reforça-se o papel estratégico do trabalhador da saúde na adequação das orientações e recomendações do Guia aos padrões culturais compartilhados pelo grupo social, dando ainda mais concretude ao esforço, evidenciado no material, de consideração da diversidade sociocultural de nosso país, no que se refere aos hábitos e padrões de alimentação4,7,12.

Considerações Finais
As evidências levantadas e discutidas, ao longo do presente estudo, reiteram a importância e os avanços obtidos com o lançamento da segunda edição do Guia, mas, ao mesmo tempo, reforçam a necessidade de um olhar específico sobre as demandas de literacia em saúde nele presentes, como forma de contribuir para um melhor acesso, compreensão, avaliação e significação de suas recomendações e orientações. Ao longo do texto, foram trazidos à discussão alguns aspectos importantes, identificados através de uma análise das orientações e mensagens presentes no Guia Alimentar para a População Brasileira, relacionados à necessidade alinharmos as estratégias para a promoção da alimentação adequada e saudável, no país, às demandas de literacia em saúde da população em geral e dos trabalhadores da saúde.
A ampla diversidade cultural e as profundas desigualdades observadas entre os indivíduos e grupos da população, no país, dificultam a adoção de estratégias nacionais para a promoção da alimentação adequada e saudável, contribuindo para a persistência de quadros de insegurança alimentar, seja por carência ou excesso. Igualmente, a estrutura complexa do Sistema Único de Saúde (SUS) representa um desafio para uma grande parcela da população que, por não disporem de habilidades e competências para “navegarem” adequadamente por este sistema – questão circunscrita ao domínio cívico da literacia em saúde – encontram dificuldades para acessar serviços e programas de alimentação e nutrição.
Nesse sentido, o estímulo a estratégias para o desenvolvimento da literacia em saúde, no país, principalmente no que se refere à promoção da alimentação adequada e saudável, apresenta um potencial de gerar importantes benefícios para a sociedade brasileira, em duas dimensões distintas. A primeira, relaciona-se com a possibilidade de contribuir para uma sociedade mais informada, dotada de mais autonomia para tomar decisões informadas sobre o cuidado à saúde – condição de extrema importância no contexto atual de desinformação e negacionismo da ciência e da saúde. E, a segunda, com a possibilidade de melhorar a qualidade da informação sobre alimentação e nutrição, contribuindo para um maior engajamento de trabalhadores da saúde e da população em geral em torno de estratégias para a promoção da alimentação adequada e saudável, no país.
Embora não esgotem o debate, as evidências aqui apresentadas, obtidas através de um estudo de demandas da literacia em saúde no Guia Alimentar para a População Brasileira, devidamente fundamentadas por registros obtidos na literatura internacional, apontam para a oportunidade de desenvolvimento da literacia em saúde como estratégia para a avançarmos na promoção de uma alimentação mais adequada e saudável junto à população brasileira.

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Aspectos éticos
O presente estudo restringiu-se à análise, pelos autores, de material elaborado pelo Ministério da Saúde (Guia Alimentar para a População Brasileira), o qual se encontra em acesso irrestrito na Internet, e não envolveu, em nenhuma de suas etapas, dados de seres humanos.

Conflitos de interesses
Os autores declararam não possuir conflitos de interesse.

Financiamento
Não se aplica.

Contribuição dos autores
FP delineou o estudo, analisou e interpretou os resultados, redigiu e revisou criticamente o manuscrito. Todos os autores analisaram e interpretaram os dados, redigiram e revisaram criticamente o manuscrito. Todos os autores aprovaram a versão final do manuscrito e são responsáveis por todos os seus aspectos, incluindo a garantia de sua precisão e integridade.



Créditos de autoria
FP: Conceituação, Curadoria de dados, Análise formal, Investigação, Metodologia. Escrita – rascunho original, Escrita – revisão e edição.
ALB: Curadoria de dados, Análise formal, Investigação, Metodologia. Escrita – rascunho original, Escrita – revisão e edição.
JPC: Curadoria de dados, Análise formal, Investigação, Metodologia. Escrita – rascunho original, Escrita – revisão e edição.
KMR: Curadoria de dados, Análise formal, Investigação, Metodologia. Escrita – rascunho original, Escrita – revisão e edição.


Outros idiomas:







Como

Citar

Peres, F, Brandão, AL, Casemiro, JP, Rodrigues, KM. Análise das demandas de literacia em saúde no Guia Alimentar para a População Brasileira. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2025/jun). [Citado em 19/09/2025]. Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/analise-das-demandas-de-literacia-em-saude-no-guia-alimentar-para-a-populacao-brasileira/19666?id=19666

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