EN PT

Artigos

0193/2025 - As (im)possibilidades no manejo contraceptivo de jovens mulheres do Rio de Janeiro: desafios à justiça reprodutiva
The (im)possibilities in contraceptive management of young women in Rio de Janeiro: challenges to reproductive justice

Autor:

• Laiz Bueno Rodrigues - Rodrigues, LB - <laizbrodrigues@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0009-0006-3398-3981

Coautor(es):

• Elaine Reis Brandão - Brandão, ER - <brandao@iesc.ufrj.br>
ORCID: http://orcid.org/0000-0002-3682-6985



Resumo:

O artigo analisa narrativas de jovens mulheres, de camadas populares e médias, sobre suas intenções de (não)engravidar e vivências reprodutivas, considerando as dimensões de gênero, condição socioeconômica, raça e geração. Trata-se de pesquisa socioantropológica, cuja análise inspirou-se na matriz interseccional. O material empírico reúne oito entrevistas em profundidade, realizadas em 2021 e 2022, com mulheres cisgêneros, de 17 a 24 anos, do Rio de Janeiro. As jovens de camadas populares relataram dificuldades em acessar o DIU de cobre ou a laqueadura pelo Sistema Único de Saúde e estavam insatisfeitas com seus métodos anticoncepcionais, engravidando de modo não intencional. As de camadas médias não têm dificuldades de acesso aos mesmos, mas problemas no diálogo com ginecologistas. Uma delas engravidou sem intenção. Todas as jovens não desejavam engravidar, mas apenas uma não se sentia em risco. Há sofrimento, desconforto e receio dos efeitos colaterais dos métodos hormonais. Coerção, abuso reprodutivo e violência sexual integram algumas trajetórias. Destacam-se as (im)possibilidades no manejo contraceptivo nos contextos sociais atravessados por opressões interseccionais. Diante das iniquidades sociais em saúde, os desafios à justiça reprodutiva se intensificam.

Palavras-chave:

Juventude. Anticoncepção. Gravidez. Saúde Reprodutiva. Enquadramento Interseccional.

Abstract:

The article analyzes narratives of young women from lower and middle socioeconomic backgrounds regarding their intentions (not) to become pregnant and reproductive experiences, considering gender, class, race, and generation. This socioanthropological study is based on an intersectional framework. The empirical material consists of eight in-depth interviews conducted in 2021 and 2022 with cisgender women aged 17 to 24 from Rio de Janeiro. Women from lower socioeconomic backgrounds reported difficulties accessing copper IUDs or tubal ligation through the Unified Health System (SUS) and dissatisfaction with contraceptive methods, leading to unintended pregnancies. Middle-class women did not face access issues but encountered challenges communicating with gynecologists. One experienced an unintended pregnancy. All expressed a desire not to become pregnant, but only one did not feel at risk. Suffering, discomfort, and fear of hormonal contraceptive side effects were common. Coercion, reproductive abuse, and sexual violence appeared in some narratives. The (im)possibilities of contraceptive management intersect with social contexts marked by multiple oppressions. Given social health inequities, challenges to reproductive justice are heightened.

Keywords:

Youth. Contraception. Pregnancy. Reproductive Health. Intersectional Framework.

Conteúdo:

Acessar Revista no Scielo

Outros idiomas:







Realização



Patrocínio