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0290/2024 - BIOMONITORAMENTO DOS BOMBEIROS MILITARES QUE TRABALHARAM EM BRUMADINHO-MG APÓS O ROMPIMENTO DA BARRAGEM DE REJEITOS
BIOMONITORING OF MILITARY FIREFIGHTERS WORKING IN BRUMADINHO-MG AFTER THE BREAKDOWN OF THE TAILING DAM

Autor:

• Cristiane Barata-Silva - Barata-Silva, C. - <Cristiane.barata@fiocruz.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2940-2121

Coautor(es):

• Santos Alves Vicentini-Neto - Vicentini-Neto, S.A - <santos.neto@fiocruz.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0746-1470

• Lara Martins Catarino - Catarino, L.M. - <catarino.lara@fiocruz.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2958-839X

• Maria Pasionaria Blanco - Centurión, M.P.B - <maria.bcenturion@fiocruz.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0281-0651

• Mariana Tschoepke Aires - Aires, M.T - <marianataires@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0472-2660

• Ana Luiza Lopes Vianna - Vianna, A.L.L - <annalu.lopes@hotmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0009-0004-1810-0007

• Andréia de Andrade Lengruber - Lengruber, A.A - <andreialengruber@msn.com>
ORCID: https://orcid.org/0009-0001-8904-1364

• Lisia Maria Gobbo Santos - Santos, L.M.G - <lisia.gobbo@fiocruz.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0652-7538



Resumo:

Em janeiro de 2019, o Estado de Minas Gerais foi assolado por uma tragédia ambiental resultante do rompimento da Barragem da Mina de Córrego do Feijão, no município de Brumadinho, com consequências devastadoras, considerando o número de vítimas fatais e de pessoas desaparecidas. Por ocasião, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) designou equipes especializadas para a intervenção emergencial, em auxílio aos agentes da Corporação local envolvidos no atendimento e suporte às vítimas e moradores das áreas atingidas. Porém, esses profissionais foram expostos a lama contendo substâncias que causam danos à saúde. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi descrever as concentrações de elementos inorgânicos nas amostras biológicas dos Bombeiros Militares que participaram das ações após o rompimento da barragem de rejeitos em Brumadinho. Para tal, foi realizado um estudo observacional descritivo do tipo transversal. Todas as amostras continham níveis acima dos valores de referência, exceto para Mg, Al e Ca, o que indica uma exposição excessiva. Mesmo utilizando os equipamentos de proteção individuais, que é procedimento padrão e obrigatório da corporação, esses profissionais foram expostos a altas quantidades de diferentes contaminantes e este biomonitoramento visou ampliar as ações de vigilância em saúde, porém, isoladamente, não podem predizer a ocorrência de uma determinada patologia.

Palavras-chave:

Rompimento da barragem, poluentes inorgânicos, exposição ocupacional, equipe de busca e resgate

Abstract:

In January 2019, the State of Minas Gerais was struck by an environmental tragedy resultingthe collapse of the Córrego do Feijão Mine Dam, in the municipality of Brumadinho, with devastating consequences, considering the number of fatal victims and missing people. On this occasion, the Military Fire Brigade of the State of Rio de Janeiro (CBMERJ) designated specialized teams for emergency intervention, in aid of agentsthe local Corporation involved in providing care and support to victims and residents of the affected areas. However, these professionals were exposed to mud containing substances that cause harm to health. Therefore, the objective of this study was to describe the concentrations of inorganic elements in the biological samples of Military Firefighters who participated in the actions after the collapse of the tailings dam in Brumadinho. To this end, a cross-sectional descriptive observational study was carried out. All samples contained levels above reference values, except for Mg, Al and Ca, which indicates excessive exposure. Even using personal protective equipment, which is a standard and mandatory procedure for the corporation, these professionals were exposed to high amounts of different contaminants and this biomonitoring aimed to expand health surveillance actions, however, in isolation, they cannot predict the occurrence of a certain pathology.

Keywords:

structure collapse, inorganic pollutants, occupational exposure, Rescue Personnel

Conteúdo:

INTRODUÇÃO

Com o desenvolvimento industrial e tecnológico, a atividade humana vem modificando ecossistemas devido a intensa exploração dos recursos naturais e produção de rejeitos. Uma das áreas mais requerida para esse avanço é a mineração, pois é a partir desta que metais e outras substâncias são extraídas e amplamente utilizadas na produção de diversos artefatos. Porém, a exploração de minério apresenta um risco tanto ambiental quanto humano, pois torna circulante substâncias que antes estavam fixas nas rochas, além de gerar resíduos difíceis de serem tratados e descartados1.
No Brasil, o Estado que apresenta maior representatividade no ramo da mineração é Minas Gerais que devido a sua formação geológica possui riqueza de minérios com interesse comercial. Todavia, essa região acaba sofrendo impactos negativos dessa atividade, um exemplo drástico, é que somente nos últimos dez anos o Estado de Minas Gerais registrou dois trágicos acidentes em barragens de mineração, com consequências de amplo espectro, considerando os impactos econômicos, demográficos e sociais, em escala local, regional e nacional, sendo o primeiro na cidade de Mariana e o último na cidade de Brumadinho2,3.
Em novembro de 2015, ocorreu o rompimento da Barragem de Rejeitos de Fundão, localizada em Mariana/MG, pertencente à Samarco Mineração S.A. Tal evento envolveu a liberação de, aproximadamente, 45 milhões de m3 de rejeitos, o que acarretou a destruição da bacia do Rio Doce, com repercussões para os afluentes no Estado do Espírito Santo. Aos terríveis danos ambientais, somam-se dezenove vítimas fatais, centenas de famílias desabrigadas, milhares de postos de empregos extintos e, dentre tantas outras consequências nefastas, o aumento exponencial de agravos relacionados à saúde mental, doenças respiratórias, gastrointestinais e dermatológicas4.
Após quase quatro anos, o estado de Minas Gerais é novamente assolado por uma tragédia ambiental – em janeiro de 2019, ocorreu o rompimento da Barragem da Mina de Córrego do Feijão, da empresa Vale S.A, no município de Brumadinho/MG. Embora o registro do volume de rejeitos tenha sido inferior ao desastre de Mariana, 12 milhões de m3, o rompimento registrou consequências devastadoras, considerando o número de vítimas fatais e de pessoas desaparecidas5.
O lastro de destruição contabilizou, em 2019, o óbito de 270 pessoas (das quais 248 foram enterradas e 22 estão ainda desaparecidas), dados que ilustram a extensão da maior tragédia socioambiental do Brasil.5 A lama de rejeitos acometeu uma parte do distrito do Córrego do Feijão, uma pousada, um viaduto de linha férrea e várias propriedades rurais. Os danos de contaminação alcançaram o Rio Paraopeba, responsável pelo abastecimento de água potável para municípios vizinhos6,7.
Para auxiliar as operações de buscas e resgates, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) designou equipes especializadas para a intervenção emergencial, em auxílio aos agentes da Corporação local e demais atores envolvidos no atendimento e suporte às vítimas e moradores das áreas atingidas. A força-tarefa do CBMERJ empenhou 87 Bombeiros Militares (BM), destacados de distintos Órgãos e Unidades vinculados a Corporação. Esses trabalhadores foram expostos a diversos contaminantes, principalmente os elementos inorgânicos presentes na lama de rejeitos compostos de partículas finas, ultrafinas e coloidais que são respiráveis e associadas a diversos desfechos em saúde, como enfisemas e até câncer de pulmão7.
Sendo assim, o objetivo deste trabalho é descrever os resultados obtidos nos laudos de análise dos níveis de elementos inorgânicos nas amostras biológicas dos Bombeiros Militares que participaram das ações de busca, resgate e salvamento por ocasião do rompimento da barragem de rejeitos em Brumadinho – MG. Este monitoramento objetivou reduzir os riscos de doenças e ampliar as ações de vigilância e cuidados em saúde, a partir da atuação integrada com a Secretaria Estadual de Saúde (SES) do Rio de Janeiro e com a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ).

METODOLOGIA
DESENHO DO ESTUDO
Trata-se de um estudo observacional descritivo do tipo transversal retrospectivo, o qual utilizou amostras biológicos dos Militares do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro envolvidos nas ações de busca, salvamento e resgate no município de Brumadinho/MG no ano de 2019, decorrente do rompimento Barragem da Mina de Córrego do Feijão, da empresa Vale S.A.
O presente projeto está em consonância com a Resolução 466 de 12/12/12 e suas complementares e teve aprovação no Comitê em Ética em Pesquisa do Instituto Oswaldo Cruz da Fundação Oswaldo Cruz (IOC/FIOCRUZ) sob número de parecer CAEE 69198823.7.0000.5248. Todos os participantes tiveram o acesso aos resultados de seus exames e caso fosse verificado pelo médico alguma alteração nos parâmetros em relação ao valor de referência, o bombeiro foi acompanhado pela equipe de saúde do Hospital Central Aristarcho Pessoa do CBMERJ até o pronto reestabelecimento de sua saúde.

POPULAÇÃO DE ESTUDO

A força-tarefa do CBMERJ empenhou 87 Bombeiros Militares (BM), sendo 3 do sexo feminino e 84 do sexo masculino, destacados de distintos Órgãos e Unidades vinculados a Corporação, a saber: Subsecretaria de Estado da Defesa Civil (SUBSEDEC), Grupamento de Operações Aéreas (GOA), Grupamento de Socorro Florestal e Meio Ambiente (GSFMA), Grupamento de Busca e Salvamento (GBS). Eles foram avaliados assim que retornaram da operação de busca e resgate em Brumadinho/MG sendo coletado sangue e urina. Em função do pequeno número de participantes do sexo feminino o estudo foi realizado usando, somente, os dados dos participantes do sexo masculino.

AMOSTRAS /REAGENTES E PADRÕES

Coleta das amostras biológicas
As amostras biológicas (sangue, soro e urina) de cada bombeiro foram coletadas no retorno à cidade do Rio de Janeiro. Esses profissionais foram inspecionados na Policlínica de Niterói e no Hospital Central Aristarcho Pessoa do CBMERJ nos dias 01, 08 e 15 de fevereiro de 2019 que foi a semana seguinte ao retorno de Brumadinho/MG.
Antes da consulta médica e psicológica, cada profissional, que estava em jejum devido à necessidade de avaliação de parâmetros glicêmicos/bioquímicos de rotina, teve amostras coletadas por uma enfermeira qualificada em recipientes adequados para o armazenamento das amostras. Para a urina, o frasco era de polietileno com capacidade de 20 mL, enquanto para o sangue e soro, os tubos eram à vácuo específico para análise de metais. Após a coleta, as amostras foram preparadas e, em seguida, armazenadas sob refrigeração (-8°C) para manter sua integridade. As amostras foram então transportadas para o Setor de Elementos Inorgânicos do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), onde foram realizadas as análises químicas.

Preparo das amostras
As amostras analisadas neste estudo (77 amostras de sangue, 75 amostras de soro e 83 amostras de urina, totalizando 235 amostras) foram preparadas conforme a metodologia descrita no trabalho publicado por Neto e colaboradores (2022)8 que foi a digestão ácida em banho-maria, à uma temperatura máxima de 80°C por aproximadamente 2 horas, no qual foram pipetados 0,1 mL de amostra e 4,9 mL de solução de HNO3 10% (v/v) Suprapur® em um tubo de 15 mL, do tipo Falcon. Após a digestão, as soluções foram avolumadas para 10 mL com água deionizada8.
As concentrações de creatinina nas amostras de urina foram determinadas no laboratório onde foram realizadas as análises clínicas e bioquímicas das amostras e foi utilizado o Kit Colorimétrico Doles (Panamá, Goiás, Brasil) aplicando-se reação de ácido pícrico em meio alcalino, após desproteinização, através de espectrofotometria.

Preparo das soluções padrões
A partir de padrões estoque multielementar de Ca, Fe, Al, Zn, Mg, As, Cd, Pb, Cr, Mn, Ni, Cu, Ba e V contendo 10 mg L-1 foi preparada uma solução intermediária multielementar com concentração de 1mg L-1.
A curva de calibração para análise por ICP-MS variou de 0.1 a 10 ?g L-1, já, para a análise por ICP OES, a curva de calibração variou de 50 a 200 ?g L-1. Como padrão interno foi utilizado solução de ródio, concentração final de 10 ?g L-1 (Merck, Alemanha).
Para controle de qualidade dos resultados foi utilizado o material de referência Certificado (MRC) NIST SRM 955C Toxic Metals in Caprine Blood.

VALIDAÇÃO DA METODOLOGIA

Para realização da análise dos elementos inorgânicos nas amostras biológicas foi utilizado um espectrômetro de massas com plasma indutivamente acoplado (ICP-MS) modelo NexION 300D (Perkin Elmer, EUA) e o espectrômetro de emissão óptica com plasma indutivamente acoplado ICP OES modelo Optima 8300 (Perkin Elmer, USA).
Os parâmetros de validação estudos são aqueles descritos no documento de orientação sobre Validação de Métodos Analíticos do INMETRO (DOQ-CGCRE-008) e na Norma ISO 17025: especificidade e seletividade, faixa de trabalho, linearidade, sensibilidade, limites de detecção e quantificação, exatidão e precisão9,10.
A seletividade foi avaliada através da adição padrão e a linearidade da curva foi comprovada através de testes estatístico de acordo e Bazílio et al. (2012)11. A faixa de trabalho variou em função dos elementos determinados e do limite de quantificação (LOQ). O LOQ foi definido experimentalmente como o primeiro ponto da curva de calibração multielementar que contemplava todos os analitos avaliados neste estudo. A exatidão e a precisão foram avaliadas utilizando material de referência NIST SRM 955C para As, Cd, Pb e estudo de recuperação para os demais analitos estudados.
O limite de quantificação definido como o primeiro ponto da curva de calibração foi de 10 ?g L-1 para Al, Ca, Cr, Fe, Mg, Ni e Zn no ICP OES e de 0.002 ?g L-1 para As (total), Ba, Cd, Cu, Mn, V e Pb no ICP-MS. Quanto a avaliação da exatidão todos os elementos estavam dentro do critério de aceitação de 80-120% e a precisão foi expressa através do desvio padrão relativo (% RSD) que foi menor que 20% para todos os elementos estudados. Sendo assim, os resultados obtidos estão dentro do recomendado pelo INMTERO, na faixa de concentração de trabalho9.

Análises estatísticas
A estatística descritiva foi realizada no programa Microsoft Excel®, Software 2010, incluindo média aritméticos, mediana, desvio padrão (SD), teste t de Student e análise de variância (ANOVA)12.
RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste estudo foram analisadas 77 amostras de sangue, 75 amostras de soro e 83 amostras de urina, totalizando 235 amostras. Os motivos de não se analisar a totalidade de amostras de cada bombeiro que participou dessa missão foram relacionados a perda durante o transporte ou armazenamento, problemas de coagulação e quantidade insuficiente de amostra para realização das análises.
A Tabela 1 apresenta os resultados obtidos para amostras de sangue e soro e a Tabela 2 apresenta os resultados obtidos nas amostras de urina.
Tabela 2 – Teores dos elementos inorgânicos obtidos nas amostras de urina (n = 80) em bombeiros do sexo masculino (n= 226) e valores de referências nacionais e internacionais.
Ao analisar os teores dos elementos nas diferentes amostras biológicas, foi observado que na matriz urina (Tabela 2) foi possível quantificar a maioria dos elementos pesquisados nesse estudo, exceto os elementos Mg e Ca. A presença nessa matriz biológica pode ser atribuída pelo fato de os metais estarem ligados com a proteína metalotioneína de baixo peso molecular, proteína responsável pelo controle da concentração dos metais no organismo13, além disso proteínas de baixo de peso molecular (< 350 Da) e compostos solúveis em água são facilmente excretados pela urina14. Desta forma, a urina é um dos mecanismos de excreção dos metais presente no organismo e a presença desses xenobióticos em baixas concentrações nessa matriz demonstra que a exposição cessou no momento do retorno desses profissionais, indicando assim uma exposição pregressa que não permaneceu durante a coleta das amostras biológicas14.
Através dos resultados apresentados nas Tabelas 1 e 2, foi possível comparar a concentração de alguns analitos obtidos neste estudo com os valores preconizados na legislação nacional (NR-07) e na legislação internacional16, assim como em um estudo de coorte internacional da população não exposta ocupacionalmente17, que avalia a exposição ambiental a vários xenobióticos. Observamos que, para a maioria dos biomarcadores avaliados, os limites definidos para o monitoramento biológico, seja no sangue ou na urina, são equivalentes entre a legislação nacional (NR-07)15 e a internacional (ACGIH)16. No entanto, uma exceção é o chumbo, cujo limite permitido no sangue é maior na legislação nacional (NR-07) em comparação com a internacional (ACGIH).É importante ressaltar que, embora esses valores estejam estabelecidos para o monitoramento biológico, não garantem necessariamente a proteção plena da saúde dos trabalhadores. A contínua avaliação e adaptação desses limites são fundamentais para assegurar um ambiente de trabalho seguro e proteger a saúde dos profissionais expostos14.
Outra avaliação que corrobora essa afirmação é a comparação desses valores estabelecidos nas legislações com os observados na população em geral, que possui apenas exposição ambiental. Os teores encontrados na população em geral são bem menores, indicando que a exposição ocupacional é a responsável pelo aumento desses biomarcadores nos bombeiros avaliados neste estudo14.
Os biomarcadores, sejam de dose interna ou de efeito, são parâmetros importantes para o acompanhamento individual da exposição e uma forma de evitar a evolução de uma condição subclínica para um desfecho irreversível em saúde. Na avaliação da saúde do trabalhador, é obrigatório realizar esse biomonitoramento nos exames periódicos. Quando valores acima do estabelecido são observados, é mandatório que o empregador afaste o trabalhador da exposição antes que ocorra a evolução para um desfecho em saúde14.
Um fator importante a ser ressaltada é que, apesar da recomendação de apresentar os resultados de urina corrigidos pela creatinina para descartar um possível comprometimento do sistema renal, que possa gerar uma interpretação errônea dos resultados, a legislação brasileira na Norma Regulamentadora número 07 (NR-7)15 indica que, para alguns elementos, os valores dos indicadores são expressos sem essa correção, descritos como mg L-1. Portanto, para facilitar a comparação com os limites estabelecidos no âmbito nacional e internacional, mantivemos os valores quantificados em mg L-1 e, também, os apresentamos de forma corrigida pela creatinina para os elementos cádmio (Cd) e vanádio (V). Isso permite uma avaliação mais precisa e consistente da exposição a esses elementos, garantindo que os resultados sejam compreensíveis e comparáveis tanto em termos absolutos (mg L-1) quanto em termos normalizados (mg g-1 de creatinina)18.
Nesse estudo, o elemento com maior concentração nas amostras analisadas foi o ferro, que é um metal essencial e que possui funções importantes no nosso organismo19. Porém, a concentração encontrada está acima do valor de referência preconizado como ideal para a saúde. Sendo assim, quando em excesso pode ocasionar cansaço, perda de peso sem causa aparente, fraqueza, queda de cabelo, alteração no ciclo menstrual e diarreia sanguinolenta e vômitos, que podem ser seguidos por acidose. Além disso, também pode resultar na falência de alguns órgãos, como fígado, pâncreas, coração e tireoide, assim como favorecer o surgimento do câncer de fígado20.
Observação semelhante é relatado em um documento produzido pelo Ministério da Saúde no qual avaliou amostras do solo dessa região e verificou que os níveis de Fe no solo são superiores à média normal dos solos da região analisada21. Ao ter, o solo com alta concentração deste elemento, esses trabalhadores foram expostos durante suas atividades de resgate e consequentemente apresentaram níveis elevados nas amostras biológicas.
Outro elemento presente nas amostras biológicas que apresentou valor considerado tóxico (>0,015 mg L-1) nos bombeiros foi o manganês (Mn)22, que assim como o Fe, possui concentração em mg/kg no solo acima do teor médio dos solos da região21. Estudos realizados nesta região apontam que em todas as amostras estudadas da lama de rejeito, a concentração de Mn estava acima da média do encontrado no solo de Brumadinho levando a uma grande preocupação23. A literatura reporta que este elemento em altas concentrações no organismo, pode causar danos neuronais e tem sido relacionado com o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, como a Doença de Huntington (DH)24.
Nesta mesma avaliação, foi descrito que algumas amostras do solo da região de Brumadinho tinham teores de Cu acima do valor de prevenção preconizado pelo Conama 420/2009, e neste momento da análise apresentaram valores superiores à média normal dos solos da região estudada para tal metal21. Porém, ao realizar o biomonitoramento dos bombeiros, os teores de Cu nas amostras analisadas estavam com valores abaixo ao estabelecido como máximo permitido, indicando que apesar do contato com o solo contaminado, este elemento não está presente em altas concentrações no organismo25. Esse achado pode ser justificado pelo fato de o Cu ser um metal essencial ao organismo e a quantidade que foi incorporada aos processos metabólicos que utilizam o Cu, mantendo a homeostasia do organismo dos trabalhadores expostos nesta missão.
Ao avaliar o documento produzido pelo Ministério da Saúde quanto ao biomonitoramento dos profissionais atuantes nesse desastre, foi relatado que Arsênio e Níquel foram os metais com maiores teores na urina e com resultados acima do valor de referência21. No presente estudo, observamos que há também amostras com valores acima do estabelecido como referência (As < 35 µg L-1 e Ni < 5.2 µg L-1), mas, a média obtida para o sexo feminino não ultrapassou o valor de referência para esses dois elementos, porém para o sexo masculino esses valores foram superiores ao preconizado como aceitáveis26,27.
O As é um elemento que não se tem evidência sobre sua essencialidade e possui seus efeitos tóxicos amplamente descritos, sendo a sua forma inorgânicos classificada como carcinogênico26. Já o Ni parece estar envolvido nos processos bioquímicos das proteínas e ácidos nucleicos, e apresenta importantes funções no metabolismo, como por exemplo, catalisa sistemas enzimáticos. Porém em altas concentrações no organismo, inibe a ação da insulina, além de acarretar reações alérgicas ao contato com a pele e atualmente é classificado como carcinogênico26,28. Entretanto, não foi realizada a especiação sendo o valor determinado de arsênio total.
O terceiro elemento que apresenta o maior número de amostras com concentrações acima do valor de referência nos profissionais, segundo o documento produzido pela Ministério da Saúde, foi o cromo. Este elemento na espécie Cr (III) é considerado um elemento essencial que possui papel fisiológico amplamente descrito na literatura, sendo atualmente apontado como o fator de tolerância à glicose29. Porém, o Cr (VI) é classificado como tóxico para o ser humano uma vez que possui alto potencial de oxidação durante o seu processo de biotransformação gerando espécies reativas de oxigênio que podem ocasionar um estresse oxidativo no organismo exposto. Além disso, essa espécie possui alta capacidade de atravessar membranas biológicas e assim interage com estruturas importantes da célula, elevando o risco para a ocorrência do câncer principalmente o de pulmão28.
No presente estudo, esse mesmo achado não foi observado quando se utiliza como referência a legislação voltado para a área ocupacional, pois os valores encontrados para cromo total não eram superiores ao preconizado na NR-7 (0.025 mg L-1)15. Porém, ao se comparar os níveis sanguíneos com o estabelecido como faixa de referência adotada pelos laboratórios de análises clínicas30, o presente estudo verificou uma concentração cerca de 1000 vezes maior, indicando assim uma exposição excessiva desses trabalhadores durante o processo de resgate e busca nessa área contaminada. Além, dos problemas crônicos causados pelo Cr (VI), há também problemas agudos como irritação cutânea que podem evoluir causando úlceras na pele que incapacitam os trabalhadores de executar atividades cotidianas29.
O teor de zinco nas amostras de soro e urina para os bombeiros do sexo masculino é cerca de duas vezes maior do que para as profissionais do sexo feminino, porém a concentração no sangue total se assemelha em ambos os sexos. Tais valores são cerca duas a cinco vezes maior do valor de referência utilizado pelos laboratórios clínicos nacionais. Este elemento é classificado como metal essencial sendo um constituinte importante nas estruturas nobres de diversas organelas e deve ter uma dose de consumo diária menor que 100 mg, sendo então considerado como micronutriente28. Porém, a exposição a altas concentrações o torna um xenobiótico que possui capacidade de danificar o sistema nervoso central e sendo associado a ocorrência de doenças neurovegetativas, como Alzheimer, por exemplo31. Outros desfechos em saúde associado ao excesso de Zn no organismo são doenças como transtorno de déficit de atenção com hiperatividade, problemas cognitivos, depressão e autismo32.
O magnésio (Mg) e alumínio (Al) são elementos classificados como metais essenciais que possuem atividade importante nos mecanismos bioquímicos no organismo humano. Porém, assim como qualquer outra substância, sua ausência e excesso traz malefícios para saúde que podem ser inicialmente assintomáticos até quadros de perturbação da saúde, como dores musculares, perda de apetite, náuseas, fadiga e problemas mentais33. Nesse estudo, as concentrações destes metais nas amostras analisadas estavam dentro da faixa estabelecida como de referência.
O único metal que neste estudo de biomonitoramento apresentou valores abaixo do estipulado como faixa de referência foi o cálcio (Ca) que também é um metal essencial classificado como macronutriente e tem papel fisiológico muito importante. Sua concentração diminuída pode ser justificada pela presença dos outros metais divalentes que competem com ele por diversos sítios de ação, provocando assim uma hipocalcemia. Esta condição também pode ser proveniente de um processo de insuficiência renal que é descrito na literatura como um desfecho em saúde observado em indivíduos expostos a metais, uma vez que o rim é o órgão crítico de toxicidade34.
Outros estudos apontam que há uma relação entre a concentração de Ca quando há a presença de bário (Ba), pois, o Ba age como agonista do Ca favorecendo sua atuação no organismo. Porém, a exposição aguda ou crônica ao Ba pode ocasionar problemas cardíacos e hipertensão, além de comprometer o sistema renal e causar estimulação musculoesquelética, intestinal e cardíaca seguida de paralisia35. Os teores mensurados nas amostras dos bombeiros são considerados resultantes da exposição ambiental, pois não há descrito na literatura um valor de referência em matrizes biológicas para a população em geral e este metal está presente principalmente nas rochas que sofrem lixiviamento e são carreados para água superficial. Sendo assim, devido a toxicidade deste elemento existe um esforço das autoridades ambientais em estabelecer valores máximo permitidos em cada matriz ambiental36-40.
Apesar das concentrações do chumbo (Pb) nas amostras estudadas estarem menor do que é estabelecido na NR-7 para o indicador biológico (sangue total < 60 µg / 100 mL)27, toda quantidade presente no organismo dessa população é oriunda da exposição ambiental, uma vez que o Pb é considerado um contaminante tóxico sem essencialidade comprovada. Sendo assim, os valores de referência adotados não significam valores seguros, mas indicam valores encontrados na população de forma geral, sem que haja um cenário de exposição intensa a este xenobiótico. O principal efeito tóxico associado a exposição ao chumbo é inibição das enzimas da via sintética do grupo Heme (delta-aminolevulínico desidratase e ferroquelatase), ocasionando anemia do microcítica e hipocromia, e em casos mais severos, taquicardia. Além desses, o chumbo é considerado tóxico para o sistema nervoso central e periférico, levando ao indivíduo exposto quadros de neuropatia periférica e a nefropatia crônica, dentre outros33,42.
Outro elemento que não é fisiológico é o Cádmio (Cd) que nessas amostras apresentou concentração cerca de 4 a 6 vezes maior do que é considerado aceitável para a maior parte da população que não está exposta ocupacionalmente ou ambientalmente no regiões com altos índices de contaminação. Como toxicidade este metal apresenta a capacidade de gerar estresse oxidativo por se ligar a biomoléculas que contém o grupo sulfidrila ou selênio, aumentando assim a formação de espécies reativas de oxigênio que podem induzir a apoptose e é considerado carcinogênico. Além disso, o Cd compete com metais essenciais, como Ca, Fe, Cu e Zn, pelo sítio de ligação e pode se acumular nas organelas provocando citotoxicidade e até carcinogenicidade33,43.
O vanádio (V) também foi quantificado nas urinas desses profissionais expostos ao refeito da mineração, estando com valores cerca de três vezes maior do que estabelecido como referência (< 0.001 mg L-1)44. O V não ocorre na natureza de forma livre, ele está complexado com oxigênio, enxofre, dentre outros e presença nas matrizes ambientais é na ordem de ng m3, sendo maior quando há atividade antropogênica, como a realizada nas indústrias de ligas de aço. A exposição continuada à poeira de pentóxido de vanádio pode levar a problemas respiratórios como bronquite, tosse crônica, respiração ofegante e broncopneumonia. Além desses, são descritos outros sintomas como fraqueza generalizada, dor de cabeça, palpitações, sudorese e danos renais. Quanto a carcinogenicidade, a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) o classifica como possível cancerígeno para o ser humano (Grupo 2B)33.
Além desses elementos inorgânicos aos quais os bombeiros foram expostos durante a missão de busca e resgate do acidente ocorrido em Brumadinho-MG, existem outros xenobióticos potencialmente tóxicos aos quais esses profissionais estão expostos durante suas atividades rotineiras, incluindo substâncias classificadas como carcinogênicas. Dessa forma, a avaliação biológica desses profissionais tende a verificar níveis de carboxiemoglobina, indicadores da exposição ao monóxido de carbono proveniente da queima incompleta de matéria orgânica, ou a cianeto, um gás asfixiante gerado na combustão de polímeros, entre outros45-47.
Uma lacuna identificada durante a realização deste trabalho é a carência de estudos que apresentem dados desses biomarcadores em grupos homogêneos de exposição, como em outros bombeiros que passaram por exposições semelhantes ao grupo de estudo. Além disso, não foi possível ter acesso aos valores desses indicadores biológicos no grupo avaliado antes da exposição, o que teria permitido a comparação dos níveis basais dos indivíduos com os obtidos após a exposição ocupacional, utilizando-os como seus próprios controles. Dessa forma, novos estudos são necessários para acompanhar os valores dos biomarcadores nessa população de estudo cinco anos após a cessação da exposição e compará-los com os obtidos no momento do retorno da missão em 2019.

CONCLUSÃO
A contaminação ambiental, e consequentemente humana, vem crescendo expressivamente, intensificando-se nos casos de acidentes envolvendo resíduos tóxicos, como o ocorrido em Brumadinho/MG. Além da população residente nessa área, um grupo específico de trabalhadores foi deslocado para a região para auxiliar na busca e resgate de sobreviventes. Devido à atividade ocupacional, esses trabalhadores foram expostos a rejeitos químicos provenientes da indústria da mineração, compostos preferencialmente por metais. No entanto, a falta de dados e a dificuldade de comparar os resultados com outros estudos dificultam a interpretação dos achados. Portanto, novos estudos devem ser realizados para validar esses resultados e fornecer uma base mais sólida para as conclusões.
Diversos metais possuem ação tóxicas e acarretam desfechos em saúde que podem ser irreversíveis dependendo do cenário de exposição. Desta forma, a mensuração desses contaminantes presentes no organismo é essencial para verificar a fração absorvida e verificar como tais profissionais podem ser impactados, porém o biomonitoramento isoladamente não confere o estado de saúde completo do indivíduo, sendo necessário a realização de uma avaliação clínica.
Desta forma, foi possível observar com o presente estudo que esses profissionais, mesmo estando utilizando adequadamente o equipamento de proteção individual, foram expostos a altas quantidades de diversos elementos inorgânicos, em quase sua totalidade. Este biomonitoramento objetivou reduzir os riscos de doenças e ampliar as ações de vigilância e cuidados em saúde, porém isoladamente não podem predizer a ocorrência de uma determinada patologia, mas podem justificar algumas queixas clínicas que possivelmente ocorreram após o retorno da missão, trazendo malefícios na saúde destes bombeiros. Por isso é importante manter o biomonitoramento destes militares, com o objetivo de identificar possíveis alterações nos níveis séricos e urinários dos contaminantes estudados, em complemento à avaliação clínica.

AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem às seguintes agências brasileiras: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível superior - Brasil (CAPES) - Código Financeiro 001, Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro-FAPERJ e Ministério da Saúde.

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Barata-Silva, C., Vicentini-Neto, S.A, Catarino, L.M., Centurión, M.P.B, Aires, M.T, Vianna, A.L.L, Lengruber, A.A, Santos, L.M.G. BIOMONITORAMENTO DOS BOMBEIROS MILITARES QUE TRABALHARAM EM BRUMADINHO-MG APÓS O ROMPIMENTO DA BARRAGEM DE REJEITOS. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2024/ago). [Citado em 22/12/2024]. Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/biomonitoramento-dos-bombeiros-militares-que-trabalharam-em-brumadinhomg-apos-o-rompimento-da-barragem-de-rejeitos/19338?id=19338

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