0037/2025 - COMPORTAMENTO DE SAÚDE PROPENSO A RISCO EM UNIVERSITÁRIOS: UMA ANÁLISE CONCEITUAL
UNIVERSITY STUDENT BEHAVIORS PRONE TO HEALTH RISKS: A CONCEPTUAL ANALYSIS
Autor:
• Pedro Lucas Ferreira Mota - Mota, P.L.F - <pedro.lucas@urca.br>ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3181-6585
Coautor(es):
• Gabriela Mendes Farias de Paiva - Paiva, G.M.F - <gabrielafarias210207@gmail.com>ORCID: https://orcid.org/0009-0001-8516-8966
• Paloma Loiola Leite - Leite, P.L - <ploiolaleite@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2380-8462
• Adriana de Moraes Bezerra - Bezerra, A.M - <adriana.bezerra@urca.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0929-4685
• Maria Sinara Farias - Farias, M.S - <sinarafariasbc@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2695-502X
• Lucas Dias Soares Machado - Machado, L. D. S. - <lucasdsmachado@hotmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4450-3796
• Nayara Santana Brito - Brito, N.S - <nayara.brito@urca.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9782-5513
Resumo:
Objetivou-se analisar o conceito comportamento de saúde propenso a risco em universitários, delimitando seus atributos, antecedentes e consequentes. Trata-se de uma análise conceitual, empregando uma revisão integrativa da literatura com buscas nas bases MEDLINE/PubMed, Scopus, PsycInfo, LILACS, BDENF e IBECS. Foram analisados 135 artigos na íntegra. Definiu-se como comportamento de saúde propenso a risco em universitários uma tendência à adoção de hábitos prejudiciais à saúde e bem-estar de caráter voluntário, negativo, desfavorável e/ou destrutivo. Manifesta-se a partir da influência de fatores de desenvolvimento pessoal e individual, relacionais, familiares, psicológicos, socioeconômicos, ambientais, formativos, extracurriculares, comportamentais e de cuidado em saúde. E coaduna para comportamentos de risco como hábitos alimentares inadequados, prática de atividade física instável, consumo de substâncias, práticas sexuais de risco, uso excessivo de tecnologias digitais, ensino-aprendizagem comprometido, violência, saúde mental comprometida, condução de trânsito perigosa, hábitos inadequados de sono, condutas desviantes e cuidado com a saúde prejudicada. A elucidação do conceito possibilitou a identificação dos elementos que compõem o fenômeno e estabeleceu uma compreensão inicial do construto, com o intuito de fornecer orientações para a assistência, gestão e pesquisa.Palavras-chave:
Comportamentos de risco à saúde; Universidades; Estudantes.Abstract:
The objective was to analyze the concept of university student behaviors prone to health risks, delineating its attributes, antecedents, and consequences. This study involved a conceptual analysis using an integrative literature review with searches conducted in the MEDLINE/PubMed, Scopus, PsycInfo, LILACS, BDENF, and IBECS databases. A total of 135 full-text articles were analyzed. University student behaviors prone to health risks were defined as a tendency to voluntarily adopt harmful habits that negatively impact health and well-being, characterized by voluntary, unfavorable, negative, and/or destructive aspects. They are manifested by the influence of several factors: personal and individual development, relational, family, psychological, socioeconomic, environmental, educational, extracurricular, behavioral, and healthcare. These contribute to risk behaviors such as inadequate dietary habits, unstable physical activity, toxic substance use, risky sexual practices, excessive use of digital technologies, compromised learning processes, violence, compromised mental health, dangerous driving, inadequate sleep habits, deviant conduct, and impaired concern for health. The elucidation of the concept allowed identification of the elements that compose this phenomenon, and established an initial understanding of the construct, aiming to provide guidance for care, administration and research.Keywords:
Health risk behaviors; Universities; Students.Conteúdo:
Comportamentos de risco a saúde, como tabagismo, uso de álcool, inatividade física e hábitos alimentares não saudáveis, têm sido associados com o período de vivência da universidade, com perduração na vida adulta e consequente desenvolvimento de condições crônicas não transmissíveis de relevância para a saúde pública, dentre as quais pode-se pontuar a hipertensão arterial, diabetes, neoplasias e doenças respiratórias crônicas 1-5.
Segundo essa perspectiva, a universidade materializa-se como um espaço de produção social em constante transformação, apresentando potencial para promoção da saúde, bem como propensão a adoção de comportamentos de risco pelos atores que a compõem – gestores, servidores, docentes e discentes. Logo, a vertente sobressalente encontra espaço de disputas na compreensão entre o biologicismo e o conceito ampliado de saúde, ancorada na transversalidade do cuidado nos diferentes contextos e na valorização do bem-estar e qualidade de vida, como fatores que direta e /ou indiretamente produzem efeitos sobre o processo ensino-aprendizagem e efetivação de ambientes saudáveis e sustentáveis 6.
Para tanto, convém ressaltar que a experimentação universitária, em princípio, é balizada como um período de transformações e rupturas, sobretudo, quando se associa a finalização do ensino médio em que as atribuições, habilidades, normativas institucionais e vínculos familiares e sociais são modificados para o seguimento da formação 7. Observa-se também que, em virtude da heterogeneidade na universidade, é possível que existam grupos que não ingressaram obrigatoriamente após a conclusão do ensino anterior, o que favorece a pluralidade de vivências e experiências passíveis de reconhecimento nesses espaços.
No tocante a relação entre ambiente de ensino-aprendizagem e comportamento de saúde propenso a risco, destacam-se as mudanças relacionadas as exigências de ajustamento às regras, boas relações com pares e superiores, busca por destaque no desenvolvimento acadêmico, excesso de carga horária de estudo, exigências para atingir as metas institucionais, adaptação à nova realidade acadêmica, rotinas diferentes de sono, necessidade de organização de tempo e estratégias de estudo, dentre outros 8. Essas demandas podem apresentar-se como estressores, pois adjuram do universitário uma transição comportamental em tempo hábil que muitas vezes não é atingida, gerando autocobranças, estresse mental e sintomas físicos 9-10.
O ambiente universitário manifesta-se, pois, como influenciador da adoção de comportamento de saúde propenso a risco em universitários, tendo em vista os reflexos das vivências na administração da vida, expectativas pessoais e futuras. Dentre as justificativas para tal, prevalece a busca pelo alívio do estresse, problemas de vida, autoaceitação, desejo pela alta personalidade e pressão dos pares (colegas, familiares e professores, por exemplo)11.
Em vista disso, é relevante compreender que os comportamentos humanos são mediados a partir dos estímulos motivacionais e contextuais, de modo que, a motivação parte de um construto multifacetado relacionado a autonomia e autodeterminação, podendo se fundamentar no comportamento como produto do prazer e desejos pessoais e na associação entre estilos de regulação autodeterminada. No panorama do comportamento de saúde do universitário, se percebe a predominância da motivação autodeterminada, dado a predisposição do indivíduo a adaptação por intermédio da situação, pressão ou recompensa12.
O comportamento de saúde propenso a risco pode ser caracterizado ainda pelo abuso de substâncias; falha em agir de forma a prevenir problemas de saúde; falha em alcançar sensação de controle ideal; minimização de mudanças no estado de saúde; não aceitação da mudança no estado de saúde; e tabagismo 13. Está relacionado a ansiedade social; apoio social inadequado; baixa autoeficácia; compreensão inadequada de informações de saúde; estressores; percepção negativa da estratégia recomendada de cuidados de saúde; e percepção negativa do profissional de saúde 13.
Embora o comportamento de saúde propenso a risco em universitários seja um construto de interesse reconhecido em estudos nacionais e internacionais, observa-se a prevalência de estudos com abordagem aos fatores de risco, sobrepujando a propensão a adoção do comportamento de risco, a polissemia empregada ao tratar do seu conceito e a necessidade de elucidação do conceito comportamento de saúde propenso a risco para embasar efetivamente políticas institucionais e públicas de saúde e educação, bem como ações promotoras de saúde.
Sob este prisma, justifica-se a realização de uma análise do seu conceito, com vistas a elucidá-lo, delineando seus componentes essenciais, com o propósito de apoiar a tomada de decisões, padronizar a linguagem de adoção do construto e fomentar a atenção e cuidado em saúde aos universitários.
Destarte, objetivou-se analisar o conceito comportamento de saúde propenso a risco em universitários, delimitando seus atributos, antecedentes e consequentes.
MÉTODOS
Estudo do tipo análise do conceito, desenvolvido conforme os preceitos metodológicos de Walker e Avant, cuja finalidade é avaliar, distinguir e elucidar os elementos representativos que oferecem apoio a um conceito 14.
Para esse fim, percorreu-se oito etapas preestabelecidas 14, sendo elas: 1) seleção do conceito comportamento de saúde propenso a risco em universitários; 2) delimitação do objetivo de refinar o conceito e elucidar os seus constituintes; 3) identificação do uso do conceito por meio de revisão integrativa da literatura; 4) determinação dos atributos empregados na literatura como ilustradores do conceito 5) elaboração do caso-modelo para descrição do uso do conceito; 6) construção dos casos adicionais como possibilidade de exemplificação do limite conceitual; 7) identificação dos antecedentes e consequentes do conceito através de revisão integrativa da literatura; e 8) definição das referências empíricas do conceito estudado.
Um mesmo conceito pode ser expresso por uma infinidade de combinações de palavras. A análise desse conceito é fundamental para identificar o significado subjacente a essas diferentes expressões 14. Para identificação dos possíveis usos do conceito, bem como antecedentes, atributos e consequentes, optou-se pela revisão integrativa da literatura. Cabe ressaltar que os atributos consistem em termos registrados na literatura repetidamente, que ilustram a essência do conceito, caracterizando o que o compõe e o que não faz parte dele. Ao passo, os antecedentes e consequentes implicam-se na temporalidade do fenômeno conceituado, compreendidos como os eventos necessários à sua ocorrência – manifestação a priori – e deles resultantes – manifestação a posteriori, respectivamente 14.
A operacionalização da revisão integrativa da literatura 15, partiu da elaboração de uma pergunta de pesquisa segundo estratégia mnemônica PICo, sendo P - população: Universitários; I – intervenção: não se aplica; Co – contexto: comportamento de saúde propenso a risco. Dessa forma, determinou-se a seguinte questão norteadora “Qual a definição do conceito comportamento de saúde propenso à risco em universitários, seus atributos, antecedentes e consequentes?”.
A busca na literatura ocorreu entre os meses de setembro e novembro de 2023, via acesso Comunidade Acadêmica Federada (CAFe) do Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), nas bases de dados National Library of Medicine and National Institutes of Health (MEDLINE/PubMed), Scopus e PsycInfo. Para as bases de dados Latin American and Caribbean Health Sciences Literature (LILACS), Bases de Dados em Enfermagem (BDENF) e Índice Bibliográfico Espanhol em Ciências da Saúde (IBECS), a busca foi realizada via Biblioteca Virtual de Saúde (BVS).
A estratégia de busca foi organizada por intermédio da conexão dos descritores representativos do fenômeno identificados nos Descritores em Ciências da Saúde (DECS) e Medical Subject Headings (MESH), articulados segundo operadores booleanos AND e OR. A equação final elaborada foi (“Health Risk Behaviors” OR “Comportamento de risco à saúde”) AND (“Students” OR “Estudantes” OR “Universities” OR “Universitários”), ajustada a cada fonte de busca, conforme particularidade dessas.
Foram incluídas produções disponíveis na íntegra virtualmente com aproximação a definição e/ou características do comportamento de saúde propenso a risco em universitários. Exclui-se as publicações sem conexão com temática de interesse, estudos indisponíveis virtualmente, repetidos/duplicados e aqueles do tipo comentário, revisão de literatura, editorial, dissertações e teses. Com a finalidade de contemplar um maior escopo referente ao fenômeno, não se estabeleceu recorte temporal e idiomático.
Os resultados das buscas foram salvos em formato .csv e transferidos para o Rayyan (https://www.rayyan.ai/) para triagem pareada entre dois pesquisadores com cegamento assegurado. Na ocasião, os pesquisadores avaliaram os estudos classificando-os quanto a inclusão, dúvida (talvez) ou exclusão. Os casos em conflito foram resolvidos em consenso por um terceiro pesquisador.
As etapas de identificação, triagem e inclusão foram sumarizadas conforme o instrumento Preferred Reporting Items for Systematic Review and Meta-Analyses (PRISMA) 16.
Fig.1
A organização das informações deu-se a partir da leitura dos artigos selecionados, reconhecimento do uso do conceito comportamento de saúde propenso a risco em universitários, reconhecimento das características essenciais do conceito e classificação dessas enquanto atributos, antecedentes e consequentes. A classificação das características essenciais do conceito foi realizada por três pesquisadores independentes, conforme condução da revisão integrativa da literatura prévia.
Os dados foram organizados em planilha eletrônica do Microsoft Office Excel® 2016, quanto a ano de publicação, país de origem, população, tipo de estudo, nível de evidência, atributos do conceito, antecedentes e consequentes. O nível de evidências considerou a classificação a partir do tipo de estudo, como sendo Nível I- evidências de revisões sistemáticas e/ou metanálises de ensaios clínicos randomizados; Nível II- evidências de um ensaio clínico com aleatorização, controlado e bem delineado; Nível III- evidências de estudos bem delineados, controlados e sem aleatorização; Nível IV- evidências de estudos de coorte ou caso controle; Nível V- evidências de revisões sistemática de estudos descritivos e qualitativos; Nível VI- evidências de estudo descritivo e/ou qualitativo; e Nível VII- evidências de opiniões de autoridades ou relatórios de comitês de especialistas 17.
Os dados foram analisados a partir de estatística descritiva quanto a frequência absoluta e relativa e sumarizados em infográfico, considerando as características dos estudos, e tabelas, contemplando os atributos, antecedentes e consequentes. Ao fim, elaborou-se um modelo conceitual que representa visualmente as relações entre os elementos essenciais do conceito comportamento de saúde propenso a risco em universitários.
Em seguida, foram construídos um caso modelo, um caso limítrofe e um caso contrário, que visam possibilitar comparações e contrastes do conceito analisado, elucidando o que o conceito é, o que não é e a aplicação de seus elementos constitutivos. Respectivamente, o caso modelo demonstra uma situação de aplicação do conceito, com seus antecedentes, atributos e consequentes; o caso limítrofe apresenta uma situação em que há elementos característicos e confundidores do conceito, ou seja, que não pertencem a esse; e, por fim, o caso contrário ilustra um contexto que não corresponde ao conceito em questão, opondo-se a esse.
No que diz respeito à formulação das referências empíricas, foram considerados os atributos do conceito, sendo estabelecidas, com base na literatura, as definições operacionais que detalham sua manifestação.
Por tratar-se de estudo com base em artigos científicos publicizados, assegurou-se os direitos éticos e legais de autoria mediante referência autoral, não havendo necessidade de apreciação por comitê de ética em pesquisa.
RESULTADOS
O comportamento de saúde propenso a risco manifesta-se na literatura científica nos últimos 40 anos, com crescente produção sobretudo de estudos observacionais do tipo transversal (94,81%), de nível VI de evidências (95,5%) e contemplando estudantes universitários no geral (81,48%), sem limitação a uma área do conhecimento ou curso de graduação. Em relação a localidade, os Estados Unidos da América agrupa a maior parte das pesquisas sobre o tema (31,85%), ao passo que no Brasil identificaram-se 12 estudos (8,8%).
A caracterização dos estudos encontra-se ilustrada na Figura 2, considerando o seu período, nível de evidência, tipo de estudo, local de publicação e população de universitários participantes.
Fig.2
A seleção do conceito comportamento em saúde propenso a risco em universitários deu-se frente as peculiaridades próprias do período formativo da graduação e do contexto da universidade, aumentando a exposição a situações, cenários e possibilidades de adoção de comportamentos que, quando recorrentes e intensos, contribuem com a manifestação de risco a saúde, bem-estar e qualidade de vida desses individuos.
O refinamento desse conceito ampara-se por sua polissemia e ampla abordagem com foco nos comportamentos de risco, sem contemplar a propensão a adoção desses comportamentos, compreendida como o conjunto de influencias que tendenciam a adoção dos comportamentos de risco, precedendo-os.
A investigação do comportamento de saúde propenso a risco objetiva reconhecer os componentes que antecedem sua manifestação, representando a propensão ao risco (antecedentes); delimitar os elementos constitutivos que o caracterizam (atributos); identificar os prinicpais comportamentos de risco aos quais os universitários estão expostos (consequentes); e fornecer subsídios de aplicação nas diferentes áreas da saúde, tais como a assistência, gestão, docência e pesquisa.
A Tabela 1 sumariza o antecedentes, atributos e consequentes do conceito e a frequência absoluta e relativa de presença nos estudos analisados. Os dados podem ser consultados na íntegra no material em anexo, contemplando os artigos analisados e as características antecedentes, atributos e consequentes deles extraídos.
Tab.1
Assim, o conceito é constituido por antecedentes reunidos em 11 domínios, dos quais são mais frequentes os psicológicos (47; 34,81%), relacionais (44; 32,59%) e formativos (42; 31,11%). A recorrência ou intensidade na manifestação desses antescedentes, de modo voluntário, negativo, desfavorável e/ou destrutivo leva ao comprometimento direto ou indireto da saúde, bem-estar e qualidade de vida dos universitários, com potencial letalidade.
Dentre os atributos, os aspectos de prejuízo ou comprometimento à saúde (12; 8,88%), o aumento no risco de lesões e/ou doenças (7; 5,18%) e a recorrência ou intensidade (6; 4,44%) são mais prevalentes nos estudos analisados. Por sua vez, foram mais frequentes os consequentes consumo de substâncias (118; 83,70%), hábitos alimentares inadequados (70; 51, 85%) e prática de atividade física instável (68; 50,37%), caracterizando-se como comportamentos de risco mais comuns na população de interesse.
Nesse sentido, delimitou-se os antecedentes como os elementos que predispõem os universitários a adoção de comportamentos de risco, enquanto os atributos reunem as caracteristicas que delimitam esse comportamento de saúde propenso a risco. Por fim, os consequentes podem ser compreendidos como o comportamento de risco em si, adotados e manifestos pelos universitários como influencia dos antecedentes.
Por tratar-se de um construto, o comportamento de saúde propenso a risco em universitários pode ser analisado na perspectiva de um continuum, partindo-se do estimulo a propensão ao risco presente em fatores motivacionais, contextuais e estruturais (antecedentes), seguindo para contemplação de comportamentos que predispõem a saúde dos universitários a riscos (atributos) e alcançando o/s comportamento/s de risco (consequentes).
Esses componentes e suas articulações estão ilustrados no modelo conceitual (figura 3) de comportamento de saúde propenso a risco em universitários, apresentando a definição desse conceito elaborada a partir dos estudos analisados.
Fig.3
A melhor compreensão do conceito está associada a elaboração de casos fictícios relacionados a situações do cotidiano passíveis de manifestação do fenômeno de interesse. Desse modo, foram elaborados o caso modelo, caso limítrofe e caso-contrário, seguindo uma metodologia que visa explorar os limites e as possibilidades do conceito em estudo.
A análise do caso modelo nos mostra que os conceitos não são estáticos, são fatores sociais multideterminados e podem apresentar variações em diferentes contextos.
Caso modelo Comportamento de saúde propenso a risco em universitários
L.L.P., 21 anos, sexo feminino, cursou o segundo semestre de Engenharia Mecânica em um Instituto Federal. Na graduação, agora longe do controle dos pais e curiosa para vivenciar novas experiências, fez amizade com meninas de um grupo de estudo. Entretanto, embora participasse de todos os momentos com as colegas, sentia-se inferior ao nível acadêmico e padrões de beleza dessas, o que a levou a ter episódios recorrentes de tristeza, introversão e insatisfação com a vida. Sempre que possível consumia drogas ilícitas para fugir da realidade, pulava refeições com o intuito de controlar o peso e passava longas horas no computador estudando para assemelhar-se àquelas. Para manter o corpo magro como desejava, buscava informações em redes sociais sem compartilhar com as amigas, família e/ou profissionais de saúde, adotando dietas restritivas que a deixavam fraca e cansada. Esse cansaço prolongava horas de sono, fazendo com que aumentasse seu número de faltas nas aulas e reduzisse seu desempenho acadêmico, mesmo frente aos estudos em casa. Ao fim do semestre reprovou a maior parte das disciplinas, influenciando diretamente sua satisfação com a vida, níveis de felicidade e bem-estar mental.
O caso modelo explicita uma possibilidade de situação vivenciada por universitários, contemplando os atributos do conceito comportamento de saúde propenso a risco em universitários, bem como a manifestação de antecedentes e consequentes do construto.
Na situação, observa-se a tendência a adoção de hábitos intensos e recorrentes, comprometedores da saúde e bem-estar, adotados de forma voluntária, negativa, desfavorável e/ou destrutivo e com impactos sobre a aprendizagem, danos físicos, emocionais, econômicos e sociais (atributos).
A propensão a adoção desse comportamento de risco advém de influências familiares, sociais, de desenvolvimento pessoal e individual, relacionais, formativas, psicológicas, comportamental e de cuidado em saúde (antecedentes). Tais influências coadunam para manifestação de comportamentos considerados de risco ao universitário, tais como hábitos alimentares inadequados, consumo de substâncias, saúde mental comprometida, hábitos inadequados de sono, uso abusivo de tecnologias, cuidado com a saúde prejudicado e ensino-aprendizagem comprometido, apresentados pela personagem no caso modelo fictício exposto.
Caso limítrofe Comportamento de saúde propenso a risco em universitários
M.F.L.P., 19 anos, sexo masculino, é estudante do 7º período do curso de graduação em Medicina e irá iniciar as atividades no internato no Hospital Universitário da região metropolitana em que estuda. Para tanto, precisou sair da casa dos pais e morar em uma residência estudantil. Na ocasião, frente a intensa desesperança de que conseguiria concluir o curso postas as dificuldades socioeconômicas de sua família, pouco apoio dos pais aos seus estudos e a dificuldade de acreditar em seu potencial, o estudante começou a fazer uso de substâncias estimulantes para reduzir as horas de sono por tempo suficiente para manter um bom desempenho nas atividades curriculares e extracurriculares. A falta de acesso à alimentação adequada e a dificuldade em preparar alimentos ampliou seu consumo de fast-food. Aos finais de semana, reconhecendo a necessidade de socializar e os convites insistentes dos companheiros de residência, sai para boates onde faz uso de bebidas alcóolicas, vapping e volta de carona com colegas alcoolizados.
O caso limítrofe, assim como o caso modelo, aborda uma situação de aplicação do conceito, sem, no entanto, contemplar todos os seus atributos. Na situação relatada, reconhece-se os antecedentes desesperança, morar distante dos pais, autoconfiança insuficiente, baixo apoio familiar, baixos níveis socioeconômicos, preocupação por manter um bom desempenho acadêmico, baixa disponibilidade de alimentos saudáveis, falta de habilidades para preparar alimentos, influência dos pares e necessidade de socializar. Descreve ainda atitudes negativas, destrutivas e prejudiciais, bem como recorrência ou intensidade das ações, caráter voluntário, passível de controle e risco para si e para os outros, caracterizados como alguns dos atributos do conceito, e hábitos alimentares inadequados, consumo de substâncias, condução de trânsito perigosa e hábitos inadequados de sono, como consequentes.
Caso-contrário Comportamento de saúde propenso a risco em universitários
M.S.D.L., sexo masculino, 20 anos, cursa graduação em Direito e gosta de ter sua rotina muito organizada para alcançar suas metas semanais. Possui apoio dos pais nas questões escolares, pratica atividade física regularmente, alimenta-se de modo saudável, preparando a comida aos sábados para toda a semana e tenta dormir ao menos oito horas por noite. Organiza os turnos da tarde para as atividades extracurriculares e da noite para os estudos. Dedica no mínimo um momento do dia ao lazer e sempre que tem dúvidas relacionadas a saúde procura a equipe assistencial do seu campus ou os profissionais da Unidade Básica de Saúde do seu bairro.
Esse caso retrata uma situação de não conceito, onde as características essenciais apresentadas diferem totalmente das esperadas no conceito, seus atributos, antecedentes e consequentes. Nesse sentido, o universitário fictício apresenta condutas contrárias ao comportamento de saúde propenso ao risco em universitários, sendo essas mais condizentes com comportamentos saudáveis e promotores de saúde.
As definições de referências empíricas, última etapa da análise conceitual, possibilitam a melhor descrição dos atributos, auxiliando na compreensão de como esses manifestam-se operacionalmente (Quadro 1)
Quadro 1
DISCUSSÃO
Embora amplamente abordados na literatura, os fenômenos relacionados ao comportamento e à saúde dos universitários apresentam ambiguidades semânticas, especialmente no que se refere ao comportamento de risco e a propensão ao risco. Para tanto, a análise conceitual apresenta-se como estratégia para elucidar significados de conceitos empregados de modo polissêmico em contextos, tempo e situações semelhantes, adequando sua utilização e otimizando os processos de trabalho 18.
O comportamento de risco, majoritariamente enfatizado nas publicações científicas, representa o período subsequente e interrelacionado ao comportamento de saúde propenso a risco, dado um continuum de decisões em saúde que finda com o adoecimento e até a morte desses indivíduos. Sublinham-se como atitudes e padrões comportamentais a longo prazo que interferem e prejudicam à saúde do universitário 19, representados como consequentes desse estudo.
De modo distinto, a propensão ao risco é delineada como a fase que antecede o comportamento de risco, cujas peculiaridades direcionam e tendenciam o universitário à adoção de hábitos que infligem a saúde e a qualidade de vida e potencializam o adoecimento. Nesse sentido, esse conceito é fundamentado na predisposição a prática de risco, de modo voluntário, controlável, com efeitos negativos e danosos à saúde.
Elucidar os constituintes do comportamento de saúde propenso à risco em universitários desvela-se relevante ao passo que se encontra intrinsecamente relacionado a adoção de comportamentos de risco, analisados sob uma perspectiva fragmentada, relacionando o fator a determinada situação, normalmente de doença. No Brasil, por exemplo, as pesquisas sobre o tema destinam-se a avaliação do comportamento de risco para doenças crônicas transmissíveis, o comportamento de risco com a insatisfação com o corpo e transtorno alimentar ou para infecções sexualmente transmissíveis, entre outros, sem, no entanto, contemplar a propensão a esses comportamentos por parte dos universitários 20-23.
Valorizando os estudos que buscam conhecer, identificar ou relacionar os comportamentos de risco com certas situações ou doenças em universitários, reflete-se sobre a necessidade de transcender delineamentos que reduza o adoecer de universitários às vivências contextuais e a adoção de comportamentos de risco. O que se espera é uma visão ampliada do processo saúde-doença-cuidado, das interrelações que influenciam esse processo e a compreensão de que experienciar a universidade não limita ou exclui as influências de outras dimensões da vida, tais como a familiar, socioeconômica, relacional, ambiental e de desenvolvimento pessoal.
Assim, a visão de um modelo conceitual que defina o comportamento de saúde propenso a risco em universitários e elenque seus constituintes apresenta potencial para auxiliar na compreensão da vivência universitária como momentos marcados por diversas mudanças no cotidiano que influenciam direta ou indiretamente o bem-estar, a qualidade de vida e saúde dos indivíduos, tais como a sobrecarga de atividades acadêmicas, a escassez de tempo livre, os níveis elevados de cansaço e estresse 23.
A análise conceitual possibilita a evolução do conhecimento, a qualificação do processo de trabalho relacionada a ampliação do espectro de visão do objeto e a possibilidade de subsidiar outros estudos 24.
Tratando-se dos antecedentes do conceito estudado, esses podem ser compreendidos como os comportamentos e atitudes que predispõem a adoção de comportamentos de risco. Nesse sentido, a dimensão psicológica que compreende, dentre outros, situações de sofrimento psicológico, tristeza, baixa autoestima, ansiedade e depressão, consolidou-se na literatura como a maior predisponente ao comportamento de risco. Esse apontamento pode estar relacionado com a centralidade da mentalidade e emoções nos processos humanos, influenciando e sendo influenciada diretamente pelas demais dimensões identificadas 25.
Tal perspectiva pode ser explorada por meio do reflexo da dimensão relacional à dimensão psicológica, em que os conflitos relacionais, competição por destaque e a necessidade de inclusão potencializaram a ocorrência de transtornos mentais, como estresse acadêmico, ansiedade e quadros depressivos 26.
No contexto relacional, o desenvolvimento de parcerias em um ambiente de novas vivências, experimentações, liberdade e autonomia assume o papel facilitador da adaptação e socialização, ao passo que predispõe a comportamentos de saúde de risco, principalmente aqueles socialmente normatizados. Essa conotação encontra respaldo na representação dos pares como modelos de influência, proporcionando oportunidades e pressão para a adoção de comportamentos, especialmente aqueles relacionados ao abuso de substâncias, agrupamento de consequentes de maior prevalência reconhecido na literatura 2.
Em caráter formativo, o ensino superior traz consigo um escopo de atribuições e responsabilidades que exige do universitário o gerenciamento do tempo, compromisso e empenho no processo de aprendizagem. Dessa forma, a sobrecarga de atividades submete o universitário a diversas preocupações, especialmente aquelas relacionadas ao desempenho acadêmico 26, podendo desencadear a subalternação dos hábitos alimentares saudáveis 1 e aumento do consumo de drogas ilícitas 27 como forma de apropinquação com a situação.
Embora abordados de forma menos frequente nos estudos analisados, destaca-se a relevância de contemplar as demais dimensões antecedentes ao fenômeno nas práticas em saúde, na formulação de políticas públicas e em estudos que busquem uma melhor compreensão do comportamento de saúde propenso a risco, uma vez que também contribuem para sua manifestação.
Quanto aos atributos que definem o comportamento de saúde propenso à risco em universitários, cabe reconhecer que esse caracteriza-se pela adoção de atitudes negativas, destrutivas e prejudiciais à saúde. Entretanto, faz-se necessário que exista uma continuidade ou intensidade aumentada, apresentem caráter voluntário, seja passível de controle, represente risco para si e para os outros e impeçam de alcançar os potenciais de aprendizagem e progresso geral 2; 28-29.
Avançando frente à identificação das características mais prevalentes que envolvem o conceito deste estudo na população universitária, como o comprometimento à saúde, o aumento no risco de lesões e/ou doenças e a recorrência ou intensidade, necessário se faz considerar a vulnerabilidade e os riscos à saúde de universitários de forma expressiva 30.
Nesta linha de argumentação, a saúde do estudante é, portanto, uma questão atual, que precisa ser compreendida a partir da interação entre as demandas inerentes ao ensino superior e os aspectos sociais, econômicos e pessoais, fazendo-se necessário considerar os atributos que explicitam o comportamento de saúde propenso à risco.
Assim sendo, a atuação com vistas a promoção da saúde dos universitários apresenta-se como possibilidade de redução na adoção desses comportamentos, prevenção de riscos e empoderamento individual e coletivo para tomar melhores decisões e advogar pela saúde 31.
Urge fortalecer o contexto universitário enquanto promotor da saúde, considerando as perspectivas atuais da realidade acadêmica. Em sua matriz conceitual, a promoção da saúde consiste em um campo de teorias e práticas que se materializa como alicerce do novo paradigma de saúde, na busca de superar o cuidado pautado essencialmente no modelo biomédico e hospitalocêntrico. Dessa maneira, propõe o desenvolvimento de ações que consideram e contribuem com a participação social, bem como com a articulação entre pesquisa e realidade dos serviços de saúde e comunidades 32; 31.
O ambiente universitário tece influências sobre o bem-estar e saúde dos indivíduos, com possibilidade de assumir condutas promotoras de saúde ou de propensão ao risco. Os comportamentos adotados no período universitário podem perdurar e contribuir com o desenvolvimento de condições crônicas e adoecimento. Assim, adotar a universidade como espaço de intervenção em saúde e objetivar torná-la um espaço promotor de saúde faz-se um imperativo 2.
Os consequentes do modelo conceitual elaborado representam os comportamentos de risco aos quais os universitários estão expostos e podem apresentar propensão a adoção, sendo eles hábitos alimentares inadequados, prática de atividade física instável, consumo de substâncias, uso excessivo de tecnologias digitais, práticas sexuais de risco, ensino-aprendizagem comprometido, violência, saúde mental comprometida, condução de trânsito perigosa, hábitos inadequados de sono, cuidado com a saúde prejudicado e condutas desviantes.
O conjunto de comportamentos de risco apontados comprometem em maior ou menor grau a saúde e bem-estar dos universitários, com reflexos sobre o processo ensino-aprendizagem que elevam os indicadores educacionais de retenção, absenteísmo, presenteísmo e evasão 33-34.
É fulcral sublinhar que o comportamento de saúde propenso a risco, majoritariamente, se distribui em fluxos interrelacionais, de modo que cada preditor apresenta potencialidade de desencadear diversos comportamentos simultâneos, assim como podem surgir desses 35. Como exemplo, pontua-se: o estresse resultante da ausência de tempo para a execução das demandas pode impulsionar a adoção de comportamentos ansiosos, aumentar o consumo de fast food, expor o indivíduo ao abuso de substâncias, modificar os padrões de sono, entre outros comportamentos que predispõem a manifestação do estresse.
Um estudo desenvolvido com 974 estudantes universitários de enfermagem evidencia que esses comportamentos contribuem diretamente para a elevada prevalência de fatores de risco para doenças crônicas não-transmissíveis, destacando-se a necessidade de programas educacionais, a fim de reduzir esses fatores. Tais achados, impulsionam a urgência dessas ações, visto que o estilo de vida é um dos mais importantes determinantes da saúde da população estudantil 36.
Posta essa complexidade tem-se impulsionado discussões sobre a necessidade de adequação à promoção da saúde, considerando suas conexões com o sucesso acadêmico e a otimização da transição para o mercado profissional. Nesse sentido, a Universidade Promotora de Saúde apresenta potencial para contribuir na redução da adoção do comportamento de saúde propenso a risco por universitários. Trata-se de um movimento de construção de um espaço de aprendizagem e cultura organizacional direcionada à saúde, capaz de reduzir as barreiras do comportamento saudável utilizando o público e/ou ambiente como cenário para disseminação de informações sobre saúde 37.
Considerando a polissemia envolta na adoção do conceito comportamento de saúde propenso a risco em universitários, bem como a relevância de se investir na promoção da saúde nas universidades enquanto um movimento de repercussões internacionais, a elucidação desse conceito nesse estudo demonstra possibilidades de contribuir com: a) a atuação profissional, principalmente de equipes de saúde universitária, tais como as encontradas na rede federal de institutos de educação, ciência e tecnologia, e equipes da atenção primária à saúde; b) a oferta de subsídios para tomada de decisões efetivas por parte de gestores da educação, saúde e assistência social, direcionando o cuidado aos constituintes do fenômeno; c) o apoio a formulação de políticas institucionais e públicas que adequem-se as realidades reconhecidas, baseadas em evidências; e d) o apontamento de possibilidades a serem melhor investigadas por pesquisadores, tais como as interrelações entre os antecedentes, atributos e consequentes, reconhecimento dos agrupamentos em clusters, estruturação de cadeias causais e identificação de variáveis confundidoras e mediadoras; dentre outros.
A adoção do termo de busca controlado comportamento de risco à saúde pode apresentar-se como uma limitação desse estudo, posto o desejo de estudar um fenômeno relacionado a esse, o de propensão a risco, mas que não possui representação como um termo de busca controlado. Entretanto, essa decisão justifica-se frente ao desejo de ampliar as possibilidades da busca e o número reduzido de estudos que adotam propriamente o termo comportamento de saúde propenso a risco. Uma outra limitação que pode ser apontada consiste no reconhecimento majoritário de estudos do tipo transversal, que impossibilitaram a identificação de fluxos causais entre os constituintes do conceito.
CONCLUSÃO
A análise conceitual permitiu reconhecer o comportamento de saúde propenso a risco em universitários como a predisposição à adoção de comportamentos prejudiciais ao bem-estar e saúde que assumem caráter voluntário, negativo, desfavorável e/ou destrutivo.
Neste panorama, evidenciou-se como um fenômeno complexo que contempla 11 antecedentes relacionados a atitudes de desenvolvimento pessoal, individual, relacional, familiar, psicológico, socioeconômico, ambiental, formativo, extracurricular, comportamental e de cuidado em saúde. Além disso, foram identificados 12 atributos correspondentes às características que indicam que um universitário apresenta comportamento de saúde propenso à risco e, por fim, 12 consequentes derivados da ocorrência do conceito.
Assim, a análise desse conceito converge para uma apropriação inicial do construto com vistas a fornecer direcionamentos e utilização em ações concretas, como a assistência, a gestão e a pesquisa, possibilitando que os núcleos profissionais identifiquem dimensões para intervenção individual e/ou interprofissional.
Em guisas de conclusão, considerando o caráter contextual do fenômeno, sublinha-se a necessidade de atualização do conceito futuramente, tendo em vista as especificidades e a constante modificação do perfil acadêmico, universidade, ensino e fatores que o predizem.
FINANCIAMENTO
Chamada Conecta Mais Q-Inova IFPB - Edital Nº 38/2023; Bolsa de Iniciação Científica URCA/FECOP.
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