0202/2025 - Doença toma remédio, né? E filho não, é pra vida toda: prevenção do HIV segundo jovens de baixa renda de cinco cidades do Brasil Disease requires medication, right? And children don't, they're for life: HIV prevention according to low-income youth from five cities in Brazil
O aumento da taxa de incidência do HIV entre jovens contrasta com a descontinuidade de ações educativas e a invisibilidade da aids no espaço público. A partir de pesquisa socioantropológica, o artigo analisa concepções e práticas sobre prevenção do HIV de 139 homens e mulheres de 15 a 24 anos, majoritariamente heterossexuais e cisgênero, de comunidades de baixa renda em Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Manaus e Salvador. O estudo envolveu observação etnográfica, entrevistas e grupos focais. Segundo os achados é limitado o conhecimento sobre diagnóstico, novas tecnologias de prevenção e tratamento do HIV. A transmissão do HIV ainda é associada aos gays, pessoas trans e indivíduos com muitos parceiros/as, persiste o receio do estigma da aids e há raro convívio com pessoas com HIV. Prevalece a autopercepção de que a infecção pelo vírus está distante do campo de possibilidades, principalmente se a camisinha for usada com pessoa desconhecida; há maior preocupação com a gravidez não intencional. Os resultados apontam para necessidade de políticas capazes de enfrentar o estigma da aids e as desigualdades sociais, raciais e de gênero e de criar espaços de aprendizagem e diálogo, nas escolas, serviços de saúde, movimento social, atualizando experiências exitosas e explorando o potencial das redes sociais.
Palavras-chave:
prevenção, adolescente, HIV/AIDS, pobreza, Brasil
Abstract:
The increase in HIV incidence rates among young people contrasts with the discontinuity of educational actions and the invisibility of AIDS in public space. Based on socio-anthropological research, the article analyzes conceptions and practices regarding HIV prevention of 139 men and women aged 15 to 24, mostly heterosexual and cisgender, from low-income communities in Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Manaus and Salvador. The study involved ethnographic observation, interviews and focus groups. According to the findings, the knowledge about diagnosis and new technologies for prevention and treatment of HIV is limited. HIV transmission is still associated with gays, trans people and individuals with many partners, fear of the stigma of AIDS persists and there is rare contact with people with HIV. There is a prevailing self-perception that infection by the virus is far from the realm of possibility, especially if condoms are used with strangers; there is greater concern about unintended pregnancy. The results point to the need for policies capable of addressing the stigma of AIDS and social, racial and gender inequalities and creating spaces for learning and dialogue in schools, health services and social movements, updating successful experiences and exploring the potential of social networks.
Disease requires medication, right? And children don't, they're for life: HIV prevention according to low-income youth from five cities in Brazil
Resumo (abstract):
The increase in HIV incidence rates among young people contrasts with the discontinuity of educational actions and the invisibility of AIDS in public space. Based on socio-anthropological research, the article analyzes conceptions and practices regarding HIV prevention of 139 men and women aged 15 to 24, mostly heterosexual and cisgender, from low-income communities in Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Manaus and Salvador. The study involved ethnographic observation, interviews and focus groups. According to the findings, the knowledge about diagnosis and new technologies for prevention and treatment of HIV is limited. HIV transmission is still associated with gays, trans people and individuals with many partners, fear of the stigma of AIDS persists and there is rare contact with people with HIV. There is a prevailing self-perception that infection by the virus is far from the realm of possibility, especially if condoms are used with strangers; there is greater concern about unintended pregnancy. The results point to the need for policies capable of addressing the stigma of AIDS and social, racial and gender inequalities and creating spaces for learning and dialogue in schools, health services and social movements, updating successful experiences and exploring the potential of social networks.
Monteiro, S, Honorato, I, Leal, A, Barbosa, RM, Neves, ALM, Magno, L, Knauth, D. Doença toma remédio, né? E filho não, é pra vida toda: prevenção do HIV segundo jovens de baixa renda de cinco cidades do Brasil. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2025/jun). [Citado em 05/12/2025].
Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/doenca-toma-remedio-ne-e-filho-nao-e-pra-vida-toda-prevencao-do-hiv-segundo-jovens-de-baixa-renda-de-cinco-cidades-do-brasil/19678?id=19678&id=19678