0419/2023 - Efeito causal das síndromes hipertensivas da gestação sobre a prematuridade: dados do estudo transversal “Nascer no Brasil” Causal effect of hypertensive syndromes during pregnancy on prematurity: datacross-sectional study “Nascer no Brasil”
Avaliar o efeito causal das síndromes hipertensivas da gestação sobre a prematuridade. Os dados foram obtidos a partir do estudo de âmbito nacional “Nascer no Brasil” com 23.894 mulheres. As síndromes hipertensivas compreenderam a síntese das respostas positivas para qualquer uma das questões relativas ao aumento da pressão arterial contidas nos questionários preenchidos com dados do prontuário hospitalar e do cartão de pré-natal, e o desfecho foi o nascimento prematuro precoce e tardio. Foram apontadas no gráfico acíclico direcionado as variáveis de confusão, e o efeito causal foi estimado pelo escore de propensão. Das 20.494 puérperas avaliadas, 2.369 tinham diagnóstico de síndromes hipertensivas, e dentre essas, observou-se 5,8% nascimentos prematuros precoces e 13,5% tardios. Após a ponderação, as mulheres com síndromes hipertensivas tiveram 2,74 a chance de ter nascimento prematuro precoce (ORaj:2,74; IC95%:2,12-3,54) e 2,40 a chance de ter nascimento prematuro tardio (ORaj:2,40; IC95%:1,86-3,08). O efeito causal das síndromes hipertensivas sobre a prematuridade reafirmou seu papel em suscitar o aumento de nascimentos prematuros, reforçando a relevância do controle das síndromes no pré-natal.
Palavras-chave:
Síndromes hipertensivas da gestação. Prematuro precoce. Prematuro tardio. Gráfico acíclico direcionado. Escore de propensão.
Abstract:
: To evaluate the causal effect of hypertensive syndromes of pregnancy on prematurity. Data were obtainedthe nationwide study “Born in Brazil” with 23.894 women. Hypertensive syndromes comprised the synthesis of positive responses to any of the questions relating to increased blood pressure contained in the questionnaires completed with datathe hospital record and prenatal card. The outcome was early and late preterm birth. The confounding variables were indicated in the directed acyclic graph, and the causal effect was estimated by the propensity score. Of the 20.494 postpartum women evaluated, 2.369 had a diagnosis of hypertensive syndromes, and among these, 5.8% were early premature births and 13.5% were late. After weighting, women with hypertensive syndromes had a 2.74 chance of having an early preterm birth (ORadj:2.74; 95% CI:2.12-3.54) and a 2.40 chance of having a late preterm birth (ORadj:2.40; 95% CI:1.86-3.08). The causal effect of hypertensive syndromes on prematurity reaffirmed their role in causing an increase in premature births, reinforcing the importance of controlling syndromes during prenatal care.
Keywords:
Hypertension Pregnancy-Induced. Early prematurity. Late prematurity. Directed acyclic graph. Propensity score.
Conteúdo:
Introdução
As síndromes hipertensivas da gestação (SHG) figuram entre as principais causas de morbidades e mortalidade materna e perinatal1,2. No mundo, as SHG incidem em cerca de 3 a 14% das gestações3. No Brasil, o estudo transversal conduzido por Oliveira et al.4 verificou que das 12.272 gestantes estudadas, 10,2% apresentaram SHG. Leal et al.5, com base nos dados da coorte de nascimento de Pelotas, no ano de 2015, observaram que 31,3% das mulheres apresentaram SHG. No contexto epidemiológico, a frequência das SHG apresenta elevada variabilidade devido às diferentes características da população, definições e critérios diagnóstico empregados6.
As SHG possuem como critério diagnóstico a presença de hipertensão arterial maior ou igual a 140/90mmHg em duas ocasiões com intervalo mínimo de quatro horas7. As recomendações mais comumente aceitas são advindas do American College of Obstetricians and Gynecologists1 que classifica as SHG em quatro categorias, a saber: hipertensão arterial crônica, hipertensão gestacional, pré-eclâmpsia (PE)/eclâmpsia e PE sobreposta à hipertensão crônica. E, mais recentemente, as Diretrizes da Rede Brasileira de Estudos sobre Hipertensão na Gravidez8¬, que classificam a SHG em cinco categorias: hipertensão arterial crônica, síndrome do jaleco branco, hipertensão gestacional, pré-eclâmpsia (PE)/eclâmpsia e a PE sobreposta à hipertensão crônica.
A prematuridade é um dos desfechos neonatais mais frequentemente associado às SHG e que pode ocorrer devido à interrupção da gestação por comprometimento materno e/ou fetal ou pelo trabalho de parto espontâneo em virtude da contratibilidade uterina aumentada9. O nascimento prematuro representa um grande desafio para os serviços de saúde pública mundial10, sendo o principal fator de risco para a morbidade e mortalidade infantil11.
Na revisão sistemática conduzida por Chawanpaiboon et al.11, foram avaliados os dados de 139 milhões de nascidos vivos em 2014. Os autores identificaram que a frequência de nascimento prematuros variou de 8,7% na Europa e 13,4% no Norte da África, e no Brasil foi de 11,2%, o que o colocou no 9º lugar no ranking dos 10 países com maiores frequências de nascimentos prematuros.
Apesar de estudos anteriores já terem avaliado a associação entre as SHG e a prematuridade12,13, Franco et al.6 em recente revisão integrativa da literatura destacaram a presença de divergências metodológicas entre esses estudos, sobretudo no que diz respeito a classificação das SHG e da prematuridade, e do controle dos fatores de confundimento.
O presente estudo teve como objetivo, portanto, avaliar o efeito causal das SHG sobre o nascimento prematuro precoce e tardio com base em dados de âmbito nacional. Além disso, a realização do presente estudo se justifica por avaliar o efeito causal das SHG sobre o nascimento prematuro precoce e tardio utilizando o gráfico acíclico direcionado (DAG), ferramenta gráfica para identificar as covariáveis confundidoras ou não dessa relação causal14, e o escore de propensão, técnica estatística para avaliar os efeitos do tratamento (exposição) sobre o desfecho quando dados quase experimentais ou observacionais são utilizados15.
Métodos
Desenho e população de estudo
Este artigo é parte do estudo transversal de âmbito nacional e de base hospitalar intitulado “Nascer no Brasil: Inquérito Nacional sobre Parto e Nascimento”, realizado entre 2011 e 2012. O guideline STROBE16 foi utilizado para pautar a escrita de todas as seções do presente estudo.
A amostra do estudo maior foi selecionada em três etapas. Na primeira etapa, hospitais com mais de 500 partos por ano foram es¬tratificados de acordo com as cinco ma-crorregiões do país, localização (capital ou interior) e tipo de serviço (público, misto ou privado), sendo selecionados 266 hospitais com uma probabilidade de seleção proporcional ao número de nascimentos em cada um dos estratos em 2007. Na segunda etapa, o número de dias necessários para entrevistar 90 puérpe¬ras em cada hospital (mínimo de 7 dias) foi definido utilizando um método de amostragem inversa. Na terceira etapa, as mulheres elegíveis foram selecionadas. Foram planejadas 90 entrevistas por hos¬pital, tendo sido entrevistadas 23.894 mulheres. Detalhes do desenho amostral e seleção das puérperas estão disponíveis em Vasconcellos et al.17 e sobre a coleta dos dados, em Leal et al.18.
Para o estudo maior, foram incluídas as mulheres que tiveram parto de um nativivo, independentemente do peso ou idade gestacional ou natimorto com peso ?500 g e/ou idade gestacional ? 22 semanas de gestação e foram excluídas aquelas com transtorno mental grave, surdas ou que não compreendessem a língua portuguesa18.
Critérios de exclusão
A amostra do presente estudo foi composta por 20.494 mulheres (18.125 sem SHG e 2.369 com SHG). Do quantitativo de recém-nascidos do estudo maior (n = 24.200), foram excluídos 3.686 pelos seguintes motivos: 489 gemelares, 61 sem informação sobre a presença das SHG, 933 não dispunham de informações sobre adequação do pré-natal, dois devido à ausência de dados sobre a idade materna, um devido a ausência de dados sobre a paridade e 2.200 recém-nascidos com idade gestacional ? 41 semanas. Desse quantitativo (20.514 recém-nascidos), 8.336 recém-nascidos termo precoce (37 e 38 semanas) foram excluídos, totalizando 12.178 nascimentos prematuros e a termo. Desse total, 534 foram classificados como nascimento prematuro precoce; 1.605, nascimento prematuro tardio e 10.039 foram referentes a recém-nascidos a termo (entre 39 a 40 semanas) (Figura 1).
Variáveis do estudo
A variável de exposição foi a presença das SHG, que compreendeu a síntese das respostas positivas para qualquer questão contida nos questionários preenchidos com dados do prontuário hospitalar e do cartão de pré-natal: “hipertensão arterial com tratamento continuado”, “síndromes hipertensivas na gestação atual (hipertensão crônica, pré-eclâmpsia, ou síndrome HELLP (H: hemolysis; EL: elevated liver enzimes; LP: low plaquets count)”, “eclâmpsia/convulsão na gestação atual”, “diagnóstico de eclâmpsia e convulsão na internação”, “diagnóstico de hipertensão na gestação na internação (qualquer tipo)”, “pressão alta fora da gestação”.
O desfecho estudado foi o nascimento prematuro precoce (idade gestacional <34 semanas) e o nascimento prematuro tardio (idade gestacional entre 34 e 36 semanas). A idade gestacional considerada a termo (entre 39 e 40 semanas e 6 dias de gestação) foi utilizada como categoria de referência, independentemente do início do trabalho de parto. A idade gestacional foi estimada por meio de um algoritmo baseado, principalmente, nas estimativas da ultrassonografia precoce realizada entre 7 e 20 semanas de gestação. Na ausência desse exame, a idade gestacional foi baseada nas informações relatadas pelas puérperas na entrevista e, por fim, na data da última menstruação19.
Os recém-nascidos com idade gestacional entre 37 e 38 semanas (termo precoce) e os recém-nascidos com idade gestacional ? 41 semanas foram excluídos para garantir que o grupo de comparação, recém-nascidos com idade gestacional entre 39 e 40 semanas gestacionais, tivesse menor prevalência de fatores relacionados à idade gestacional precoce e tardia20.
Análise dos dados
A análise dos dados foi realizada em cinco etapas. Inicialmente, foi elaborado um DAG com base em um amplo levantamento bibliográfico. Essa ferramenta gráfica teve como objetivo estabelecer a relação entre a exposição (SHG), covariáveis e os desfechos (nascimento prematuro precoce e tardio).
O DAG do presente estudo foi elaborado no programa DAGitty (de domínio público, disponível na página http://www.dagitty.net/) desenvolvido para criar, editar e analisar modelos causais21. Esse programa segue regras estritas do DAG para identificar o conjunto mínimo de ajuste para confundimento de variáveis a serem ajustadas para que se possa proceder a identificação do efeito causal21. Este DAG é apresentado na Figura 2.
O processo de escolha das variáveis para ajuste seguiu o algoritmo gráfico22, que compreende seis critérios, até a seleção de um conjunto mínimo de variáveis potencialmente confundidoras23. Após a aplicação dos critérios gráficos, das 26 covariáveis inseridas no modelo gráfico foi identificado o conjunto mínimo de 14 variáveis potenciais confundidoras a serem utilizadas no ajuste da relação causal entre as SHG e a prematuridade, a saber: (1) idade materna (12 a 19; 20 a 34; ?35 anos); (2) escolaridade materna (fundamental incompleto; fundamental completo; ensino médico completo; ensino superior ou mais); (3) situação conjugal (sem companheiro; com companheiro); (4) índice de massa corporal (IMC) pré-gestacional: baixo peso (<18,5 kg/m2); eutrofia (?18,5 - <24,9 kg/m2); sobrepeso (>25,0 - ?29,9 kg/m2) e obesidade (?30 kg/m2); (5) ganho de peso gestacional (insuficiente; adequado; excessivo); (6) adequação do pré-natal (inadequado; parcialmente adequado; adequado; mais que adequado); (7) paridade (prímipara; 1 a 2 partos; 3 ou mais partos); (8) anemia (não; sim); (9) diabetes mellitus pré-gestacional (não; sim); (10) diabetes mellitus gestacional (não; sim); (11) doença autoimune (lúpus eritematoso sistêmico/LES) (não; sim); (12) doença renal crônica (não; sim); (13) infecção do trato urinário (não; sim). A variável “intervalo interpartal” não foi coletada na pesquisa original, portanto, não foi incluída para ajuste na análise dos dados (Figura 2).
Para a avaliação do estado nutricional pré-gestacional das mulheres foi utilizado o IMC pré-gestacional com base nos pontos de corte recomendados pelo Institute of Medicine24. O ganho de peso gestacional total foi calculado com base na subtração do peso da última consulta de pré-natal em relação ao peso pré-gestacional, ambos coletados do cartão de pré-natal ou autorreferido pela puérpera. A adequação do ganho de peso foi corrigida pela idade gestacional no nascimento. Para cada semana a menos que 40 semanas (gestação a termo) foi descontado o ganho de peso médio semanal do valor mínimo e do máximo referente a cada faixa de IMC pré-gestacional no segundo e terceiro trimestres gestacionais.
Para classificação da adequação do pré-natal, considerou-se o trimestre gestacional no momento do início do pré-natal, o número de consultas realizadas corrigidas segundo a idade gestacional na ocasião do parto, os exames de rotina realizados e a indicação da maternidade de referência para assistência ao parto, que foi considerada com base no relato materno sobre a orientação recebida. O pré-natal foi considerado adequado quando o início do acompanhamento do pré-natal ocorreu até 12 semanas de gestação e com a realização de 100% das consultas mínimas previstas para a idade gestacional no momento do parto, segundo a recomendação da Rede Cegonha25 vigente durante a realização do estudo maior26.
Após realização do DAG, foi realizada a segunda etapa que consistiu na análise descritiva das características maternas, de pré-natal e pós-parto segundo a presença ou ausência da SHG e dos desfechos analisados (nascimento prematuro precoce e tardio). Nessa etapa foi utilizado o teste Qui-quadrado com ajuste de Rao-Scott27 para comparar as proporções entre os grupos expostos e não expostos. O nível de significância adotado foi de 5%.
Na terceira etapa foi realizada a regressão logística bivariada entre as covariáveis de ajuste contidas no conjunto mínimo do DAG (idade materna, escolaridade materna, situação conjugal, IMC pré-gestacional, ganho de peso gestacional, adequação do pré-natal, paridade, anemia, diabetes mellitus pré-gestacional, diabetes mellitus gestacional, doença autoimune (lúpus eritematoso sistêmico), doença renal crônica, infecção do trato urinário) e os desfechos (nascimento prematuro precoce e tardio), tendo os recém-nascidos a termo como referência. Os resultados foram expressos como razões de chance (OR) com seus respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%).
Sequencialmente, aplicou-se o método de ponderação pelo escore de propensão que consiste em assumir a permutabilidade, ou seja, indivíduos tratados/expostos são semelhantes aos não tratados/controle de forma que o mesmo poderia estar em qualquer um dos grupos, caso a exposição não fosse diferente entre eles28. Uma vez estimadas as probabilidades de seleção para cada mulher, o próximo passo foi ponderar a estimativa pelo inverso da probabilidade de seleção29. Com esse método, deseja-se compensar as diferenças atribuindo maiores pesos as observações menos comuns e pesos menores as mais frequentes na tentativa de alcançar o balanceamento no estudo29.
Após a estimação e a ponderação com o escore de propensão, verificou-se na quarta etapa o balanceamento dos grupos em relação as covariáveis de ajuste que pudessem interferir na relação entre a exposição e o desfecho utilizando a diferença padronizada absoluta das médias. O balanceamento foi verificado antes e após a implementação do escore de propensão e foi considerado adequado quando inferior a 0,1021.
Na quinta etapa foram calculadas as razões de chances brutas e ajustadas entre as SHG e o nascimento prematuro precoce e tardio com os respectivos IC95%. As análises foram realizadas no software R versão 3.4.2 (The R Foundation for Statistical Computing), sendo utilizada a biblioteca twang para estimação do escore de propensão.
Na análise estatística foi considerado o desenho complexo de amostragem com utilização de ponderação e calibração dos dados e incorporação do efeito do desenho de 1.3, com o intuito de assegurar que a distribuição das puérperas da amostra fosse semelhante à observada na população para o ano de 2011.
Aspectos éticos
O estudo maior foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/Fiocruz), sob o parecer n° 92/10. Para o objetivo do presente estudo houve dispensa da análise e aprovação pelo CEP do Instituto Nacional da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz (IFF/Fiocruz).
Resultados
No presente estudo foram analisados os dados de 20.494 puérperas (18.125 sem SHG e 2.369 com SHG). Desse total, 10,4% tiveram nascimentos prematuros, sendo 2,6% referente ao nascimento prematuro precoce e 7,8%, tardio. Dentre as mulheres com SHG, observou-se que a frequência de nascimentos prematuros foi de 19,3%, sendo 5,8% referente ao nascimento prematuro precoce e 13,5%, tardio.
Ao comparar as características sociodemográficas e clínicas entre as mulheres com SHG em relação às demais, observou-se que a frequência das SHG foi maior entre as mulheres com 12 a 19 anos (20,2%), com ensino fundamental incompleto (27,6%), sem companheiro (18,3%) e sem diabetes mellitus gestacional (93,1%) (Tabela 1).
Os nascimentos prematuros precoces foram mais frequentes entre as mulheres com 12 a 19 anos (27,3%), com ensino fundamental incompleto (38,6%), com baixo peso pré-gestacional (9,9%), com inadequação do pré-natal (31,1%) e que tiveram 3 ou mais partos (16,9%) em relação às mulheres que tiveram nascimentos entre 39 e 40 semanas de gestação (Tabela 2).
Ao analisar as mulheres que tiveram nascimentos prematuros tardios em relação às que tiveram nascimentos entre 39 e 40 semanas de gestação, verificou-se maior frequência desse desfecho entre as mulheres com 12 a 19 anos (24%), com nível fundamental incompleto (30,8%), sem companheiro (20,7%), com baixo pré-gestacional (10,2%), com ganho de peso gestacional insuficiente (28,5%), com inadequação do pré-natal (30,9%) e com 3 ou mais partos (14,5%) (Tabela 2).
Na análise de regressão logística, observou-se que as variáveis que aumentaram a chance para o nascimento prematuro precoce foram a idade entre 12 e 19 anos (OR:1,90; IC95%:1,55-2,32), o ensino fundamental incompleto (OR:3,02; IC95%:2,18-4,18), o baixo peso pré-gestacional (OR:1,35; IC95%:1,10-1,82), a inadequação do pré-natal (OR:2,19; IC95%:1,75-274), a paridade com 3 ou mais partos (OR:2,24; IC95%:1,73-2,89) e a infecção do trato urinário (OR:1,41; IC95%:1,14-1,75). As variáveis protetoras para o nascimento prematuro precoce foram a idade maior que 35 anos (OR:0,58; IC95%:0,41-0,83), a obesidade pré-gestacional (OR:0,68; IC95%:0,48-0,95), o pré-natal mais que adequado (OR:0,49; IC95%:0,37-0,65) e o diabetes mellitus gestacional (OR:0,55; IC95%:0,38-0,80) (Tabela 3).
Observou-se que as variáveis que aumentaram a chance para o nascimento prematuro tardio foram a idade entre 12 a 19 anos (OR:1,62; IC95%:1,42-1,84), o ensino fundamental incompleto (OR:3,35; IC95:2,67-4,19) e o ensino médio completo (OR:1,72; IC95%:1,38-2,15), ter companheiro (OR:1,36; IC95%:1,91-1,55), o baixo peso pré-gestacional (OR:1,38; IC95%: 1,15-1,65), a inadequação do pré-natal (OR:2,36; IC95%:2,05-2,72) e a paridade com 3 ou mais partos (OR:1,88; IC95%:1,59-2,22). As variáveis protetoras para esse desfecho foram a idade maior que 35 anos (OR:0,35; IC95%: 0,55-0,81), a obesidade pré-gestacional (OR:0,61; IC95%:0,49-0,75), o pré-natal mais que adequado (OR:0,56; IC95%:0,47-0,66), o diabetes mellitus gestacional (OR:0,52; IC95%:0,41-0,65) e a infecção do trato urinário (OR:0,54; IC95%:0,45-0,64) (Tabela 3).
Verificou-se que após o balanceamento, todas as diferenças médias para as covariáveis utilizadas na ponderação das mulheres ficaram abaixo de 0,10, indicando que o balanceamento após ajuste pelo escore de propensão foi adequado (dados apresentados em material suplementar).
As mulheres com SHG apresentaram 3,34 vezes mais chance de nascimento prematuro precoce (OR:3,34; IC95%:2,72-4,10) e 2,41 de nascimento prematuro tardio (OR:2,41; IC95%:2,09-2,77). Após a análise pelo escore de propensão, verificou-se que essas mulheres apresentaram 2,74 vezes mais chance de nascimento prematuro precoce (ORaj:2,74; IC95%:2,12-3,54) e 2,40, de nascimento prematuro tardio (ORadj:2,40; IC95%:1,86-3,08) (Tabela 4).
Discussão
Este estudo avaliou o efeito causal das SHG sobre o nascimento prematuro precoce e tardio. A prevalência das SHG encontrada foi de 11,5% semelhante a encontrada no estudo transversal conduzido por Bacelar et al.30 com 2.960 mulheres (13,4%). Em relação ao nascimento prematuro, observou-se que a frequência desse desfecho (19,3%) foi quase duas vezes superior entre as mulheres com SHG em relação as demais, com predominância dos nascimentos prematuros tardios (13,5%) em relação aos precoces (5,8%).
Observou-se, com o uso do método de ponderação pelo escore de propensão, o efeito causal das SHG sobre a prematuridade precoce (ORaj:2,74; IC95%:2,12-3,54) e tardia (ORaj:2,40; IC95%:1,86-3,08). Convém comentar que embora alguns pesquisadores tenham analisado a associação entre as SHG e a prematuridade12,13, ainda são escassos os estudos que se detiveram no uso dos métodos empregados para análise dos dados do presente estudo.
No Brasil, o estudo transversal conduzido por Rezende et al.31 com 4.464 gestantes verificou associação entre a PE e a prematuridade precoce (RP:11,01; IC95%:7,21-14,80). Enquanto na coorte com 28.967 gestantes britânicas, Love et al.32 ao analisarem a associação entre a hipertensão gestacional, PE e a prematuridade precoce (<32 semanas de gestação) e tardia (33 a 36 semanas de gestação), verificaram que as mulheres com hipertensão gestacional tiveram maior chance de prematuridade precoce (OR:1,55; IC95%:1,29-1,80) e as com PE, maior chance tanto de prematuridade precoce (OR:4,27; IC95%:3,46-5,38) quanto de tardia (OR:1,55; IC95%:1,29-1,87). Quando foi realizado o ajuste para as condições socioeconômicas maternas, a associação se manteve entre a PE e a prematuridade precoce e tardia.
Semelhantemente, Jonhson et al.33, com base no estudo de coorte com 14.170 mulheres, verificaram que após ajuste para os fatores socioeconômicos maternos, as gestantes com SHG tiveram risco de 40% para a prematuridade (RRaj:1,4; IC95%:1,3-1,6). Além disso, ao avaliarem individualmente os componentes das SHG, os autores observaram que o risco para esse desfecho foi maior entre as gestantes com PE (RR:2,5; IC95%:2,2-2,8), seguido das mulheres com hipertensão crônica (RR: 2,3; IC95%:2,1-2,6) e com hipertensão gestacional (RR:1,2; IC95%:1,1-1,3).
Em relação aos métodos empregados para avaliação do efeito causal das SHG sobre o nascimento prematuro precoce e tardio, nota-se a importância de se deter, mesmo que de forma breve, na discussão do DAG e do método de ponderação pelo escore de propensão. É importante destacar que a avaliação da causalidade é uma questão de extrema importância para a epidemiologia e têm sido objeto de intenso estudo há pelo menos três séculos34.
É reconhecido que o estudo da relação causal entre as SHG e prematuridade é bastante complexo e envolve uma rede de fatores socioeconômicos35,36, clínicos37,38, genéticos39,40, assistenciais41,42 e nutricionais43,44. Desta forma, para lidar com esses múltiplos fatores de risco, o uso dos modelos gráficos seria a estratégia adequada, dado que são realizados com base em uma estrutura flexível a fim de explorar os determinantes multidimensionais e os complexos mecanismos causais14. Nesse caso, a utilização do DAG se mostra uma ferramenta adequada para lidar com pressupostos consistentes e múltiplos fatores de risco, além de permitir que os pesquisadores utilizem critérios gráficos relativamente simples e sistemáticos para identificar um conjunto de variáveis confundidoras que precisam ser controladas na análise21.
Diversos pontos merecem destaque neste estudo, incluindo o ineditismo de avaliar o efeito causal das SHG sobre a prematuridade no Brasil a partir de uma amostra de abrangência nacional, de hospitais públicos e privados. Também se sobressaiu a utilização do DAG para identificar o conjunto mínimo de variáveis confundidoras e o método de análise aplicado foi de ponderação pelo escore de propensão. Nesse tipo de estudo, a utilização do escore de propensão tem como objetivo reduzir viés nas estimativas de efeito de exposição15, através da recuperação da permutabilidade entre os grupos tratados (expostos) e não tratados (não expostos)15,45,46. Com esse método é possível encontrar indivíduos idênticos ou muito parecidos entre os grupos de comparação, especialmente quando se pode observar todas as possíveis covariáveis confundidoras em relação ao desfecho de interesse47.
É importante apontar que a prematuridade no presente estudo não foi avaliada de forma convencional, considerando a idade gestacional inferior a 37 semanas48,49. Dado que a idade gestacional ao nascimento é um fator que impacta a maturidade fisiológica, o presente estudo categorizou a prematuridade em precoce e tardia. O período gestacional entre a 34ª e 36ª semanas é fundamental para o desenvolvimento imunológico, cerebral e pulmonar do neonato50. Quanto às complicações para nascidos prematuros, os sinais de gravidade são maiores para os prematuros precoces por serem mais propensos a receber ressuscitação ativa ao nascer, suporte respiratório e nutrição parental durante o período de internação, o que demanda maior tempo de internação hospitalar51. E os prematuros tardios ainda são imaturos fisiológica e metabolicamente, apresentando riscos aumentados de complicações neonatais (dificuldade respiratória, hipotermia, hipoglicemia, hiperbilirrubinemia, dificuldades de alimentação e infecções)51,52,53.
Este estudo apresenta algumas limitações. Apesar do conjunto mínimo de variáveis ser composto também pela variável intervalo interpartal, essa não foi inserida na análise de regressão, dado que não foi coletada no estudo maior. Embora tenha sido realizada uma extensa avaliação da literatura para a construção do DAG desse estudo, é importante notificar que todo gráfico pode conter erros, visto que a verdadeira estrutura causal é frequentemente desconhecida, devido a limitação considerável do conhecimento científico21.
Contudo, é importante destacar que não usar essa abordagem pela incerteza da veracidade do DAG demonstra simplesmente que se permite o acaso, e não a deliberação racional, ao fazer a escolha entre os diferentes diagramas causais. Logo, a inferência causal em estudos observacionais quase sempre será um exercício desafiador e dependerá da validade do modelo considerado21. Portanto, mesmo diante dessa questão, destaca-se que o diagrama foi construído por pesquisadores experientes na área maternoinfantil e que o mesmo poderá ser utilizado por outros estudos observacionais que tenham objetivos semelhantes ao do presente estudo.
Considerando-se que as SHG têm efeito causal na prematuridade precoce e tardia, o diagnóstico e o tratamento precoce dessas síndromes devem ser analisados no acompanhamento do pré-natal, visando sua redução e possíveis consequências a curto e longo prazo para o recém-nascido. Dessa forma, admite-se que os achados do presente estudo possuem implicações clínicas importantes, além de serem um auxílio no planejamento e criação de políticas públicas de saúde voltadas para prevenção dessas condições, bem como de mais estudos em busca de estratégias preventivas e intervencionistas mais eficazes para essa população no pré-natal.
Material suplementar depositado no repositório do Scielo Data: https://doi.org/10.48331/scielodata.JVLT2K
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Causal effect of hypertensive syndromes during pregnancy on prematurity: datacross-sectional study “Nascer no Brasil”
Resumo (abstract):
: To evaluate the causal effect of hypertensive syndromes of pregnancy on prematurity. Data were obtainedthe nationwide study “Born in Brazil” with 23.894 women. Hypertensive syndromes comprised the synthesis of positive responses to any of the questions relating to increased blood pressure contained in the questionnaires completed with datathe hospital record and prenatal card. The outcome was early and late preterm birth. The confounding variables were indicated in the directed acyclic graph, and the causal effect was estimated by the propensity score. Of the 20.494 postpartum women evaluated, 2.369 had a diagnosis of hypertensive syndromes, and among these, 5.8% were early premature births and 13.5% were late. After weighting, women with hypertensive syndromes had a 2.74 chance of having an early preterm birth (ORadj:2.74; 95% CI:2.12-3.54) and a 2.40 chance of having a late preterm birth (ORadj:2.40; 95% CI:1.86-3.08). The causal effect of hypertensive syndromes on prematurity reaffirmed their role in causing an increase in premature births, reinforcing the importance of controlling syndromes during prenatal care.
Palavras-chave (keywords):
Hypertension Pregnancy-Induced. Early prematurity. Late prematurity. Directed acyclic graph. Propensity score.
Introduction
Hypertensive syndromes during pregnancy (HSP) are among the main causes of
maternal and perinatal morbidity and mortality 1,2 . Worldwide, HSPs occur in approximately
3% to 14% of all pregnancies 3 . In Brazil, a cross-sectional study conducted by Oliveira et al. 4
found that of the 12,272 pregnant women studied, 10.2% had HSP. Leal et al. 5 , based on data
from the Pelotas birth cohort in 2015, found that 31.3% of the women had HSP. In the
epidemiological context, the frequency of HSP varies greatly due to the different
characteristics of the population, definitions, and diagnostic criteria used 6 .
The diagnostic criterion for HSP is the presence of hypertension greater than or equal
to 140/90 mmHg on two occasions with a minimum interval of four hours 7 . The most
commonly accepted recommendations come from the American College of Obstetricians and
Gynecologists 1 , which classifies HSP into four categories: chronic arterial hypertension,
gestational hypertension, preeclampsia (PE)/eclampsia, and PE superimposed on chronic
hypertension. More recently, the Guidelines of the Brazilian Network of Studies on
Hypertension in Pregnancy 8 classify HSP into five categories: chronic arterial hypertension,
white coat syndrome, gestational hypertension, preeclampsia (PE)/eclampsia, and PE
superimposed on chronic hypertension.
Prematurity is one of the neonatal outcomes most frequently associated with HSP and
can occur because of the interruption of pregnancy due to maternal and/or fetal compromise
or spontaneous labor due to increased uterine contractility 9 . Premature birth represents a major
challenge for public health services worldwide 10 , and is considered to be the main risk factor
for infant morbidity and mortality 11 .
In the systematic review conducted by Chawanpaiboon et al. 11 , data from 139 million
live births in 2014 were evaluated. The authors identified that the frequency of premature
births ranged from 8.7% in Europe and 13.4% in North Africa, while in Brazil this finding
5
was 11.2%, which ranked Brazil 9th among 10 countries with the highest frequencies of
premature births. Although previous studies have already evaluated the association between
HSP and prematurity 12,13 , Franco et al. 6 in a recent integrative literature review highlighted the
presence of methodological differences between these studies, especially with regard to the
classification of HSP and prematurity, and the control of confounding factors.
The present study therefore aimed to evaluate the causal effect of HSP on early and
late preterm birth based on national data. In addition, the present study is justified by
evaluating the causal effect of HSP on early and late preterm birth using the directed acyclic
graph (DAG), a graph tool used to identify the covariates that may or may not confound this
causal relationship 14 , and the propensity score, a statistical technique to evaluate the effects of
treatment (exposure) on the outcome when quasi-experimental or observational data are
used 15 .
Methods
Study design and population
This article is part of a nationwide, hospital-based cross-sectional study entitled
“Nascer no Brasil: Inquérito Nacional sobre Parto e Nascimento” (“Born in Brazil: National
Survey on Childbirth and Birth”), conducted between 2011 and 2012. The STROBE 16
guideline was used to guide the writing of all sections of this study. The sample for the larger
study was selected in three stages. In the first stage, hospitals with more than 500 births per
year were stratified according to the five macro-regions of the country, location (capital or
interior) and type of service (public, mixed, or private), while 266 hospitals were selected
with a probability of selection proportional to the number of births in each of the strata in
2007. In the second stage, the number of days needed to interview 90 postpartum women in
each hospital (minimum of 7 days) was defined using an inverse sampling method. In the
6
third stage, eligible women were selected. Ninety interviews were planned per hospital, and
23,894 women were interviewed. Details of the sampling design and selection of postpartum
women are available in Vasconcellos et al. 17 , and data collection can be found in Leal et al. 18 .
For the larger study, women who had a live birth, regardless of weight or gestational
age, or a stillbirth weighing ≥500 g and/or gestational age ≥22 weeks of gestation were
included, and those with severe mental disorders, who were deaf, or who did not understand
Portuguese were excluded 18 .
Exclusion criteria
The sample of the present study consisted of 20,494 women (18,125 without HSP and
2,369 with HSP). Of the number of newborns in the larger study (n = 24,200), 3,686 were
excluded for the following reasons: 489 twins, 61 without information on the presence of
HSP, 933 without information on the adequacy of prenatal care, two due to the absence of
data on maternal age, one due to the absence of data on parity, and 2,200 newborns with
gestational age ≥ 41 weeks. Of this number (20,514 newborns), 8,336 early term newborns
(37 and 38 weeks) were excluded, totaling 12,178 preterm and full-term births. Of this total,
534 were classified as early preterm birth; 1,605 were late preterm births, and 10,039 were
full-term newborns (between 39 and 40 weeks) (Figure 1).
Study variables
The exposure variable was the presence of HSP, which consisted of the summary of
positive responses to any question contained in the questionnaires completed with data from
hospital records and prenatal cards: “hypertension with continued treatment”, “hypertensive
syndromes during the current pregnancy (chronic hypertension, preeclampsia, or HELLP
7
syndrome (H: hemolysis; EL: elevated liver enzymes; LP: low platelet count)”,
“eclampsia/seizure in the current pregnancy”, “diagnosis of eclampsia and seizure upon
admission”, “diagnosis of hypertension during pregnancy upon admission (any type)”, and
“high blood pressure outside of pregnancy”.
The outcome studied was early preterm birth (gestational age <34 weeks) and late
preterm birth (gestational age between 34 and 36 weeks). The gestational age considered to be
full-term (between 39 and 40 weeks and 6 days of gestation) was used as the reference
category, regardless of the onset of labor. Gestational age was estimated using an algorithm
based mainly on estimates from early ultrasound performed between 7 and 20 weeks of
gestation. In the absence of this examination, gestational age was based on information
reported by the postpartum women in the interview and, finally, on the date of the last
menstrual period 19 .
Newborns with a gestational age between 37 and 38 weeks (early term) and newborns
with a gestational age ≥ 41 weeks were excluded to ensure that the comparison group,
newborns with a gestational age between 39 and 40 weeks of gestation, had a lower
prevalence of factors related to early and late gestational age 20 .
Data analysis
Data analysis was performed in five stages. Initially, a DAG was developed based on a
broad bibliographic survey. This graph tool aimed to establish the relationship among
exposure (HSP), covariates, and outcomes (early and late preterm birth).
The DAG of the present study was developed in the DAGitty program (public domain,
available at http://www.dagitty.net/) developed to create, edit, and analyze causal models 21 .
This program follows strict DAG rules to identify the minimum set of variables to be adjusted
8
for confounding factors in order to identify the causal effect 21 . This DAG is presented in
Figure 2.
To assess the pre-gestational nutritional status of women, pre-gestational BMI was
used based on the cutoff points recommended by the Institute of Medicine 24 . Total gestational
weight gain was calculated by subtracting the weight of the last prenatal visit from the pre-
gestational weight, both collected from the prenatal card or self-reported by the postpartum
woman. The adequacy of weight gain was corrected for gestational age at birth. For each
week less than 40 weeks (full-term gestation), the average weekly weight gain was discounted
from the minimum and maximum values for each pre-gestational BMI range in the second
and third gestational trimesters.
To classify the adequacy of prenatal care, the gestational trimester at the time of the
start of prenatal care, the number of consultations attended corrected for gestational age at the
time of delivery, routine exams performed, and the indication of the reference maternity
hospital for childbirth care were considered, which was considered based on the mother's
report on the medical advice received. Prenatal care was considered adequate when prenatal
care began up to 12 weeks of gestation and 100% of the minimum consultations scheduled for
the gestational age at the time of delivery had been completed, according to the
recommendation of the Rede Cegonha 25 in effect during the broader study 26 .
After the DAG had been performed, the second stage consisted of a descriptive
analysis of maternal, prenatal and postpartum characteristics according to the presence or
absence of HSP. and the analyzed outcomes (early and late preterm birth). In this stage, the
Chi-square test with Rao-Scott adjustment 27 was used to compare the proportions between the
exposed and unexposed groups. The significance level adopted was 5%. In the third stage,
bivariate logistic regression was performed between the adjustment covariates contained in
the minimum set of the DAG (maternal age, maternal education, marital status, pre-
9
gestational BMI, gestational weight gain, adequacy of prenatal care, parity, anemia, pre-
gestational diabetes mellitus, gestational diabetes mellitus, autoimmune disease (systemic
lupus erythematosus), chronic kidney disease, urinary tract infection), and the outcomes (early
and late preterm birth), using full-term newborns as the reference. The results were expressed
as odds ratios (OR) with their respective 95% confidence intervals (95% CI).
The propensity score weighting method was then applied, which consists of assuming
interchangeability, i.e., treated/exposed individuals are similar to untreated/control individuals
in such a way that they could be in either group if the exposure was not different between
them 28 . Once the selection probabilities for each woman had been estimated, the next step was
to weigh the estimate by the inverse of the selection probability 29 . With this method, the aim is
to compensate for differences by assigning greater weights to less common observations and
lower weights to more frequent ones in an attempt to achieve balance in the study 29 .
After estimation and weighting with the propensity score, the fourth stage verified the
balance of the groups in relation to the adjustment covariates that could interfere in the
relationship between the exposure and the outcome using the absolute standardized difference
of the means. The balance was verified before and after the implementation of the propensity
score and was considered adequate when less than 0.1021.
In the fifth stage, the crude and adjusted odds ratios between HSP and early and late
preterm birth were calculated with the respective 95% CI. The analyses were performed using
the R software, version 3.4.2 (The R Foundation for Statistical Computing), using the twang
library to estimate the propensity score.
In the statistical analysis, the complex sampling design was considered with the use of
weighting and calibration of the data and the incorporation of the design effect of 1.3 in order
to ensure that the distribution of the postpartum women in the sample was similar to that
observed in the population for the year 2011.
10
Ethical aspects
The larger study was approved by the Research Ethics Committee (Comitê de Ética
em Pesquisa – CEP) of the Sérgio Arouca National School of Public Health, Oswaldo Cruz
Foundation (ENSP/Fiocruz), logged under opinion no. 92/10. For the purpose of the present
study, analysis and approval by the CEP of the Fernandes Figueira National Institute of
Women, Children, and Adolescents, Oswaldo Cruz Foundation (IFF/Fiocruz) was waived.
Results
In this study, data from 20,494 postpartum women were analyzed (18,125 without
HSP and 2,369 with HSP). Of this total, 10.4% had premature births, 2.6% of which were
early preterm births and 7.8% were late preterm births. Among women with HSP, the
frequency of premature births was 19.3%, 5.8% of which were early preterm births and 13.5%
were late preterm births.
When comparing the sociodemographic and clinical characteristics between women
with HSP and the others, it was observed that the frequency of HSP was higher among
women aged 12 to 19 years (20.2%), with incomplete elementary education (27.6%), without
a partner (18.3%), and without gestational diabetes mellitus (93.1%) (Table 1).
Early preterm births were more frequent among women aged 12 to 19 years (27.3%),
with incomplete primary education (38.6%), with low pre-gestational weight (9.9%), with
inadequate prenatal care (31.1%), and who had 3 or more births (16.9%), as compared to
women who had births between 39 and 40 weeks of gestation (Table 2).
11
When analyzing women who had late premature births in relation to those who had
births between 39 and 40 weeks of gestation, a higher frequency of this outcome was
observed among women aged 12 to 19 years (24%), with incomplete elementary education
(30.8%), without a partner (20.7%), with low pre-gestational (10.2%), with insufficient
gestational weight gain (28.5%), with inadequate prenatal care (30.9%), and with 3 or more
births (14.5%) (Table 2). In the logistic regression analysis, it was observed that the variables
that increased the chance of early preterm birth were ages between 12 and 19 years (OR: 1.90;
95% CI: 1.55-2.32), incomplete elementary education (OR: 3.02; 95% CI: 2.18-4.18), low
pre-gestational weight (OR: 1.35; 95% CI: 1.10-1.82), inadequate prenatal care (OR: 2.19;
95% CI: 1.75-2.74), parity with 3 or more births (OR: 2.24; 95% CI: 1.73-2.89), and urinary
tract infection (OR: 1.41; 95% CI: 1.14-1.75). The protective variables for early preterm birth
were age over 35 years (OR: 0.58; 95% CI: 0.41-0.83), pre-gestational obesity (OR: 0.68;
95% CI: 0.48-0.95), more than adequate prenatal care (OR: 0.49; 95% CI: 0.37-0.65), and
gestational diabetes mellitus (OR: 0.55; 95% CI: 0.38-0.80) (Table 3). It was observed that
the variables that increased the chance of late preterm birth were ages between 12 and 19
years (OR: 1.62; 95% CI: 1.42-1.84), incomplete elementary education (OR: 3.35; 95% CI:
2.67-4.19) and complete high school (OR: 1.72; 95% CI: 1.38-2.15), having a partner (OR:
1.36; 95% CI: 1.91-1.55), low pre-gestational weight (OR: 1.38; 95% CI: 1.15-1.65),
inadequate prenatal care (OR: 2.36; 95% CI: 2.05-2.72), and parity with 3 or more births (OR:
1.88; 95% CI: 1.59-2.22). The protective variables for this outcome were age over 35 years
(OR: 0.35; 95% CI: 0.55-0.81), pre-gestational obesity (OR: 0.61; 95% CI: 0.49-0.75), more
than adequate prenatal care (OR: 0.56; 95% CI: 0.47-0.66), gestational diabetes mellitus (OR:
0.52; 95%CI: 0.41-0.65), and urinary tract infection (OR: 0.54; 95% CI: 0.45-0.64) (Table 3).
It was found that after balancing the information, all mean differences for the
covariates used to weight women were below 0.10, indicating that balancing after adjustment
by the propensity score was adequate (data presented in supplementary material).
12
Women with HSP had a 3.34-fold greater chance of early preterm birth (OR: 3.34;
95% CI: 2.72-4.10) and a 2.41-fold greater chance of late preterm birth (OR: 2.41; 95% CI:
2.09-2.77). After analysis by propensity score, it was found that these women had a 2.74-fold
greater chance of early preterm birth (ORadj: 2.74; 95% CI: 2.12-3.54) and a 2.40-fold greater
chance of late preterm birth (ORadj: 2.40; 95% CI: 1.86-3.08) (Table 4).
Discussion
This study evaluated the causal effect of HSP on early and late preterm birth. The
prevalence of HSP was 11.5%, similar to that found in the cross-sectional study conducted by
Bacelar et al. 30 , conducted with 2,960 women (13.4%). Regarding preterm birth, it was
observed that the frequency of this outcome (19.3%) was almost twice as high among women
with HSP when compared to the others, with a predominance of late preterm births (13.5%)
as compared to early preterm births (5.8%).
Using the propensity score weighting method, the causal effect of HG on early
(ORadj: 2.74; 95% CI: 2.12-3.54) and late (ORadj: 2.40; 95% CI: 1.86-3.08) preterm birth
was observed. It is important to mention that although some researchers have analyzed the
association between HSP and prematurity 12,13 , there are still few studies that have focused on
the use of the methods employed to analyze the data in this study.
In Brazil, the cross-sectional study by Rezende et al. 31 , conducted with 4,464 pregnant
women, found an association between PE and early prematurity (PR: 11.01; 95% CI: 7.21-
14.80). In a cohort of 28,967 British pregnant women, Love et al. 32 analyzed the association
between gestational hypertension, PE, and early (<32 weeks of gestation) and late (33 to 36
weeks of gestation) prematurity, and found that women with gestational hypertension had a
higher chance of early prematurity (OR: 1.55; 95% CI: 1.29-1.80), while those with PE had a
higher chance of both early (OR: 4.27; 95% CI: 3.46-5.38) and late (OR: 1.55; 95% CI: 1.29-
13
1.87) prematurity. When adjustment for maternal socioeconomic conditions was
implemented, the association remained between PE and early and late prematurity.
Similarly, Johnson et al. 33 , based on a cohort study of 14,170 women, found that after
adjusting for maternal socioeconomic factors, pregnant women with HSP had a 40% risk of
prematurity (RRadj: 1.4; 95% CI: 1.3-1.6). Furthermore, when individually evaluating the
components of HSP, the authors observed that the risk for this outcome was higher among
pregnant women with PE (RR: 2.5; 95% CI: 2.2-2.8), followed by women with chronic
hypertension (RR: 2.3; 95% CI: 2.1-2.6) and with gestational hypertension (RR: 1.2; 95% CI:
1.1-1.3). Regarding the methods used to assess the causal effect of HSP on early and late
preterm birth, it is important to briefly discuss the DAG and the propensity score weighting
method. It is important to highlight that the assessment of causality is an extremely important
issue for epidemiology and has been the subject of intense study for at least three centuries 34 .
It is understood that the study of the causal relationship between HSP and prematurity
is quite complex and involves a network of socioeconomic 35,36 , clinical 37,38 , genetic 39,40 ,
healthcare 41,42 , and nutritional 43,44 factors. Thus, to deal with these multiple risk factors, the use
of graph models would be the appropriate strategy, given that they are performed based on a
flexible structure in order to explore the multidimensional determinants and complex causal
mechanisms 14 . In this case, the use of DAG proved to be an adequate tool for dealing with
consistent assumptions and multiple risk factors, in addition to allowing researchers to use
relatively simple and systematic graph criteria to identify a set of confounding variables that
need to be controlled in the analysis 21 .
Several points deserve to be highlighted in this study, including the novelty of
assessing the causal effect of HSP on prematurity in Brazil based on a nationwide sample of
public and private hospitals. The use of DAG to identify the minimum set of confounding
variables also stood out, and the analysis method applied was weighting by the propensity
14
score. In this type of study, the use of the propensity score aims to reduce bias in the estimates
of the effect of exposure 15 , by recovering the interchangeability between the treated (exposed)
and untreated (unexposed) groups 15,45,46 . With this method, it is possible to find identical or
very similar individuals among the comparison groups, especially when all possible
confounding covariates can be observed in relation to the outcome of interest 47 . It is important
to note that prematurity in the present study was not assessed in a conventional manner,
considering a gestational age of less than 37 weeks 48,49 . Given that gestational age at birth is a
factor that impacts physiological maturity, the present study categorized prematurity into
early and late. The gestational period between the 34th and 36th weeks is essential for the
immunological, cerebral, and pulmonary development of the newborn 50 . Regarding
complications for premature infants, signs of severity are greater for early premature infants,
as they are more likely to receive active resuscitation at birth, respiratory support, and
parental nutrition during the hospitalization period, which requires a longer hospital stay 51 .
Moreover, late premature infants are still physiologically and metabolically immature,
presenting an increased risk of neonatal complications (respiratory distress, hypothermia,
hypoglycemia, hyperbilirubinemia, feeding difficulties, and infections) 51,52,53 .
This study does have its limitations. Although the minimum set of variables also
includes the variable interpregnancy interval, this was not included in the regression analysis,
as it was not collected in the larger study. Although an extensive literature review was carried
out to construct the DAG for this study, it is important to note that every graph may contain
errors, since the true causal structure is often unknown, due to the considerable limitation of
scientific knowledge 21 .
However, it is important to highlight that not using this approach due to uncertainty
about the veracity of the DAG simply demonstrates that chance, rather than rational
deliberation, is allowed when choosing between the different causal diagrams. Therefore,
15
causal inference in observational studies will nearly always be a challenging exercise and will
depend on the validity of the chosen model 21 . Therefore, even in view of this issue, it is worth
noting that the diagram was constructed by experienced researchers in the maternal-child area
and that it can be used by other observational studies that have objectives similar to those of
the present study.
Considering that HSP have a causal effect on early and late prematurity, early
diagnosis and treatment of these syndromes should be analyzed during prenatal monitoring,
aiming at their reduction and possible short- and long-term consequences for the newborn.
Thus, it is assumed that the findings of the present study have important clinical implications,
in addition to being an aid in the planning and creation of public health policies aimed at
preventing these conditions, as well as in further studies in search of more effective
preventive and interventional strategies for this population during prenatal care.
Supplementary material has been deposited in the Scielo Data repository:
https://doi.org/10.48331/scielodata.JVLT2K
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21
Figure 1: Flowchart of the number of early and late premature newborns
Total number of newborns in the study
“Born in Brazil”
n= 24,200
Premature and full-term births
n= 20,514
Premature and full-term births
n= 20,514
Excluded:
489 newborn twins
61 newborns whose mothers did not have information on
hypertensive syndromes during pregnancy
933 newborns whose mothers did not have information on the
adequacy of prenatal care:
2 newborns whose mothers did not have information on age
1 newborn whose mother did not have information on parity
2,200 newborns (≥41 weeks)
Excluded:
Early term newborns
(37 to 38 weeks)
n= 8,336
Premature births
(<37 weeks)
n= 2,139
Full-term births
(39 to 40 weeks)
n=10,039
Early premature births
(<34 weeks)
n=534
Late Preterm Births
(34 to 36 weeks)
n=1,605
(<33 semanas)
n= 534
22
Figure 2: Directed acyclic graph between hypertensive syndromes of pregnancy and prematurity
HSP: hypertensive syndromes during pregnancy Type of birth (cesarean section and vaginal delivery)
Pre-existing diseases (autoimmune disease, chronic
kidney disease)
Congenital anomalies (myoma and short cervical
length)
Previous infectious diseases (HIV and syphilis) BMI: Body Mass Index
IUGR: intrauterine growth restriction IPV: intimate partner violence
Behavioral habits (use of illicit drugs, alcoholism,
smoking)
Socioeconomic level (education)
Table 1. Maternal, prenatal, and birth characteristics according to hypertensive syndromes during pregnancy. Brazil, 2011-2012
Hypertensive syndromes during pregnancy
Variables used in weighting
No
(18,125)
n (%)
Yes
(2.369)
n (%) p-value b
Maternal age (years) 0.038
12-19 3,346 (18.5) 478 (20.2)
20-34 12,795 (70.6) 1.662 (70.2)
≥ 35 1,984 (10.9) 229 (9.7)
Maternal education 0.117
Incomplete elementary school 4,652 (25.7) 653 (27.6)
Complete elementary school 4,432 (24.5) 559 (23.6)
Complete high school 7,051 (38.9) 923 (39.0)
High school and higher education 1,990 (11.0) 234 (9.9)
Marital status 0.178
Without a partner 3,107 (17.1) 433 (18.3)
With a partner 15,018 (82.9) 19.36 (81.7)
23
Pre-gestational BMI (kg/m2) 0.421
Low weight (≤18.5) 1,489 (8.2) 207(8.7)
Eutrophic (18.5-24.9) 10,848 (59.8) 1.412 (59.6)
Overweight (25–29.9) 4,128 (22.8) 553 (23.3)
Obesity (≥30) 1,668 (9.2) 197(8.3)
Gestational weight gain 0.927
Insufficient 4,949 (27.3) 643 (27.1)
Adequate 5,830 (32.2) 756 (31.9)
Excessive 7,346 (40.5) 970 (40.9)
Adequate prenatal care 0.213
Inadequate 3,451(19.0) 490 (20.7)
Partially adequate 4,760 (26.3) 604 (25.5)
Adequate 5,772 (31.8) 759 (32.0)
More than adequate 4,142 (22.9) 516 (21.8)
Parity 0.627
Primiparous 8,485 (46.8) 1,126 (47.5)
1 to 2 births 7,798 (43.0) 995 (42.0)
3 or more births 1,842 (10.2) 248 (10.5)
Maternal anemia 0.501
No 17,706 (97.7) 2,320 (97.9)
Yes 419 (2.3) 49 (2.1)
Pre-gestational diabetes mellitus 0.453
No 17,959 (99.1) 2,543 (98.9)
Yes 166 (0.9) 26 (1.1)
Gestational diabetes mellitus 0.035
No 16,648 (91.9) 2,206 (93.1)
Yes 1477 (8.1) 163 (6.9)
Autoimmune disease (SLE) 1.00
No 18,084 (99.8) 2,364 (99.8)
Yes 41 (0.2) 5 (0.2)
Chronic kidney disease 0.542
No 18,096 (99.8) 2,367 (99.9)
Yes 29 (0.2) 2 (0.1)
Urinary tract infection 0.215
No 15,689 (86.6) 2.073 (87.5)
Yes 2,436 (13.4) 296 (12.5)
a All variables were selected based on the directed acyclic graph
b Rao-Scott chi-square test; SLE: systemic lupus erythematosus
BMI: body mass index; kg: kilogram; m 2 : square meters
24
Table 2. Maternal, prenatal, and birth characteristics according to early and late preterm birth. Brazil, 2011-2012
Variables used in weighting 39-40 gestational
weeks
(n=10,039)
n (%)
Early premature
birth b
(n=534)
n (%)
p-value c
Late premature
birth b
(n=1.605)
n (%)
p-value c
Maternal age (years) <0,001 <0,001
12-19 1,577 (15.7) 386 (24.0)
20-34 7,234 (72.1) 353 (66.1) 1.095 (68.2)
≥ 35 1,228 (12.2) 35 (6.6) 124 (7.7)
Maternal education 146 (27.3, <0.001 <0.001
Incomplete elementary school 1,901 (18.9) 206 (38.6) 495 (30.8)
Complete elementary school 2,457 (24.5) 122 (22.8) 422 (26.3)
Complete high school 4,370 (43.5) 159 (29.8) 586 (36.5)
Higher education and more 1,311 (13.1) 47 (8.8) 102 (6.4)
Marital status 0.090 <0.001
No partner 1,621 (16.1) 71 (13.3) 333 (20.7)
With partner 8,418 (83.9) 463 (86.7) 1.272 (79.3)
Pre-gestational BMI (kg/m2) 0.0126 <0.001
Underweight (≤18.5) 720 (7.2) 53 (9.9) 164 (10.2)
Eutrophic (18.5-24.9) 5,887 (58.6) 322 (60.2) 974 (60.7)
Overweight (25–29.9) 2,377 (23.7) 120 (22.5) 361 (22.5)
Obesity (≥30) 1,055 (10.5) 39 (7.3) 106 (6.6)
Gestational weight gain 0.285 0.028
Insufficient 2,551 (25.4) 145 (27.2) 458 (28.5)
Adequate 3,211 (32.0) 180 (33.7) 498 (31.0)
Excessive 4,277 (42.6) 209 (39.1) 649 (40.4)
Adequate prenatal care <0.001 <0.001
Inadequate 1,459 (14.5) 166 (31.1) 496 (30.9)
Partially adequate 2,553 (25.4) 133 (24.9) 430 (26.8)
Adequate 3,076 (30.6) 160 (30.0) 443 (27.6)
More than adequate 2,951 (29.4) 75 (14.0) 236 (14.7)
Parity <0.001 <0.001
Primiparous 4,708 (46.9) 222 (41.6) 684 (42.6)
1 to 2 births 4,478 (44.6) 222 (41.6) 688 (42.9)
3 or more births 853 (8.5) 90 (16.9) 233 (14.5)
Maternal anemia 0.458 0.177
No 9,799 (97.6) 518 (97.0) 1.557 (97.0)
Yes 240 (2.4) 16 (3.0) 48 (3.0)
Pre-gestational diabetes mellitus 0.171 0.108
No 9,929 (98.9) 532 (99.6) 1.595 (99.4)
Yes 110 (1.1) 02 (0.4) 10 (0.6)
Gestational diabetes mellitus 0.0019 <0.001
No 9,059 (90.2) 504 (94.4) 1.520 (94.7)
Yes 980 (9.8) 30 (5.6) 85 (5.3)
Autoimmune disease (SLE) 0.976 0.963
No 10,012 (99.7) 532 (99.6) 1.600 (99.7)
Yes 27 (0.3) 02 (0.4) 05 (0.3)
Chronic kidney disease 0.952 -
No 10,019 (99.8) 533 (99.8) 1.605 (100)
Yes 20 (0.2) 01 (0.2) 0 (0.0)
Urinary tract infection 0.002 <0.001
No 8,466 (84.3) 423 (79.2) 1.459 (90.9)
Yes 1,573 (15.7) 111 (20.8) 146 (9.1)
a All variables were selected based on the directed acyclic graph
b The outcomes were compared with the category: 39-40 gestational weeks
C Rao-Scott Chi-square test
BMI: Body mass index; kg: kilogram; m 2 : square meters; SLE: systemic lupus erythematosus
25
Table 3. Logistic regression between the variables of the minimum adjustment set and early and late preterm
birth. Brazil, 2011-2012
Variables used in weighting a Early preterm birth b
(n=534)
Late preterm birth b
(n=1,605)
Maternal age (years)
12-19 1.90 (1.55 - 2.32) 1.62 (1.42 - 1.84)
20-34 1.00 1.00
≥ 35 0.58 (0.41 - 0.83) 0.35 (0.55 - 0.81)
Maternal education
Incomplete elementary school 3.02 (2.18 - 4.18) 3.35 (2.67 - 4.19)
Complete elementary school 1.39 (0.98 - 1.95) 2.21 (1.76 - 2.77)
Complete high school 1.01 (0.73 - 1.41) 1.72 (1.38 - 2.15)
High school and higher education 1.00 1.00
Marital status
Without a partner 1.00 1.00
With a partner 1.26 (0.97-1.62) 1.36 (1.91 – 1.55)
Pre-gestational BMI (kg/m2)
Underweight (≤18.5) 1.35 (1.10-1.82) 1.38 (1.15 - 1.65)
Eutrophic (18.5-24.9) 1.00 1.00
Overweight (25–29.9) 0.92 (0.74-1.14) 0.92 (0.81 - 1.05)
Obesity (≥30) 0.68 (0.48-0.95) 0.61 (0.49 - 0.75)
Gestational weight gain
Insufficient 1.01 (0.81 - 1.27) 0.98 (0.86 - 1.11)
Adequate 1.00 1.00
Excessive 0.87 (0.71-1.07) 1.16 (1.01 - 1.33)
Adequate prenatal care
Inadequate 2.19 (1.75-2.74) 2.36 (2.05-2.72)
Partially adequate 1.00 (0.79-1.27) 1.17 (1.01-1.35)
Adequate 1.00 1.00
More than adequate 0.49 (0.37-0.65) 0.56 (0.47-0.66)
Parity
Primiparous 1.00 1.00
1 to 2 births 1.05 (0.87-1.27) 1.06 (0.94 - 1.18)
3 or more births 2.24 (1.73-2.89) 1.88 (1.59 – 2.22)
Maternal anemia
No 1.00 1.00
Yes 1.26 (0.75-2.11) 1.26 (0.92-1.72)
Pre-gestational diabetes mellitus
No 1.00 1.00
Yes 0.34 (0.08-1.38) 0.57 (0.30 -1.08)
Gestational diabetes mellitus
No 1.00 1.00
Yes 0.55 (0.38-0.80) 0.52 (0.41 - 0.65)
Autoimmune disease (SLE)
No 1.00 1.00
Yes 1.39 (0.33 – 5.88) 1.16 (0.45 -3.01)
Chronic kidney disease
No 1.00 1.00
Yes 0.94 (0.13-7.02) -
Urinary tract infection
No 1.00 1.00
Yes 1.41 (1.14-1.75) 0.54 (0.45 – 0.64)
a All variables were selected based on the directed acyclic graph
b The outcomes were compared with the category: 39-40 gestational weeks
C Rao-Scott Chi-square test
BMI: Body mass index; kg: kilogram; m 2 : square meters; SLE: systemic lupus erythematosus
26
Table 4. Crude and adjusted odds ratios for early and late preterm birth. Brazil 2011-2012
Early preterm birth Late preterm birth
Crude OR
(95% CI)
Adjusted OR*
(95% CI)
Crude OR
(95% CI)
Adjusted OR*
(95% CI)
Hypertensive Syndrome during
Pregnancy (HSP)
No 1.0 1.00 1.0 1.00
Yes 3.34 (2.72-4.10) 2.74 (2.12-3.54) 2.41 (2.09-2.77) 2.40 (1.86-3.08)
* Adjusted for weighting. Early prematurity: (< 34 weeks); Late prematurity (34 to 36 weeks); OR: odds ratio; 95% CI:
95% confidence interval. Minimum adjustment variables: maternal age, maternal education, marital status, pre-gestational
BMI, gestational weight gain, adequacy of prenatal care, parity, anemia, pre-gestational diabetes mellitus, gestational
diabetes mellitus, autoimmune disease (systemic lupus erythematosus, chronic kidney disease, urinary tract infection).
Como
Citar
Franco, E. de P., Rocha, D. M., Gama, S.G.N, Guidolini, M. K.. Efeito causal das síndromes hipertensivas da gestação sobre a prematuridade: dados do estudo transversal “Nascer no Brasil”. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2023/dez). [Citado em 22/12/2024].
Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/efeito-causal-das-sindromes-hipertensivas-da-gestacao-sobre-a-prematuridade-dados-do-estudo-transversal-nascer-no-brasil/19045?id=19045