0347/2025 - EXPECTATIVA DE VIDA SAUDÁVEL EM RELAÇÃO A INDICADORES DE SAÚDE BUCAL. CAMPINAS, SP HEALTHY LIFE EXPECTANCY IN RELATION TO ORAL HEALTH INDICATORS. CAMPINAS, SP
Introdução: o envelhecimento populacional traz desafios à saúde pública, incluindo a saúde bucal, impactada por doenças como a perda dental e o edentulismo. Objetivos: analisar a expectativa de vida sem edentulismo (EVSE) e com saúde bucal autoavaliada como boa (EVAB) na população de Campinas-SP a partir dos 20 anos, considerando diferenças entre sexos. Métodos: foram utilizados dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade, Sistema de Informações dos Nascidos Vivos, Censo Demográfico e do ISACamp 2014/2015. O método de Chiang foi aplicado para tábuas de mortalidade e o de Sullivan para estimar EVSE e EVAB. Resultados: aos 20 anos, as mulheres vivem mais sem edentulismo, mas os homens possuem maior proporção de anos livres da condição (87,0% x 81,6%). A EVAB foi superior entre mulheres em todas as idades: aos 20 anos, elas vivem 75,5% do restante da vida com boa saúde bucal, enquanto os homens vivem 73,1%. Aos 80 anos, essa proporção sobe para 85,6% e 74,4%, respectivamente. Conclusão: a EVSE reduz com a idade, sendo proporcionalmente maior nos homens aos 20 anos, enquanto a EVAB é maior em mulheres e idosos, destacando desigualdades ao longo da vida e entre os sexos que exigem intervenções específicas para promover melhorias na saúde bucal da população.
Palavras-chave:
Expectativa de Vida Saudável; Saúde Bucal; Perda Dental; Autoavaliação; Inquéritos de Saúde.
Abstract:
Introduction: population aging poses challenges to public health, including oral health, which is affected by conditions such as tooth loss and edentulism. Objectives: to analyze edentulism-free life expectancy (EF-LE) and good self-assessed oral health life expectancy (GOH-LE) in the population of Campinas from the age of 20 considering sex differences. Methods: data were obtained from the Mortality Information System, the Live Birth Information System, the Demographic Census, and the ISACamp 2014/2015 survey. Chiang's method was used to construct mortality tables and Sullivan’s method was applied to estimate EF-LE and GOH-LE. Results: at 20 years old, women live longer without edentulism, but men have a higher proportion of edentulism-free years (87.0% vs. 81.6%). GOH-LE was higher among women at all ages: at 20, they live 75.5% of their remaining years with good oral health, while men live 73.1%. By age 80, these proportions increase to 85.6% and 74.4%, respectively. Conclusion: EF-LE decreases with age and is proportionally higher among men at age 20, while GOH-LE is greater among women and older adults, highlighting oral health inequalities throughout life and between genders, emphasizing the need for targeted interventions to improve population oral health.
Keywords:
Healthy Life Expectancy; Oral Health; Tooth Loss; self-assessment; Health Surveys
Conteúdo:
INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, a população global e a estrutura etária alteraram substancialmente1 e as projeções para o restante do século 21 mostram uma continuação do envelhecimento global2. Essa tendência também tem sido observada no Brasil, a expectativa de vida para o total da população brasileira passou de menos de 50 anos nos anos de 1950 para 77 anos em 2021, sendo atualmente de 73,6 anos para os homens e de 80,5 anos para as mulheres, evidenciando a manutenção da diferença de gênero na expectativa de vida ao longo dos anos3. Embora esse aumento seja desejado, ele apresenta inúmeros desafios para a saúde pública, principalmente em relação à garantia de uma longevidade saudável4.
A população está envelhecendo e a perda dental tende a aumentar com a idade5, nesse contexto as doenças bucais são preocupantes devido à sua prevalência e impacto na saúde da população6. A perda dental e o edentulismo (ausência total de dentes naturais) foram uma das dez principais causas de anos vividos com incapacidade (AVI) em alguns países de alta renda devido ao envelhecimento da população7. Em todo o mundo, os distúrbios orais contribuíram com 8 milhões de anos vividos com deficiência entre pessoas de 50–74 anos em 20191.
Estima-se que o edentulismo afeta 3,3% da população mundial8 e acometa principalmente os idosos9. No Brasil, grande parte dos idosos de 65 a 74 anos apresentam ausência total de dentes, cerca de 36,4%10. Além disso, sua distribuição é marcada por importantes desigualdades, sendo as mulheres as mais prejudicadas apresentando desde cedo os maiores índices de cárie dentária6,9,11,12. Adolescentes do sexo feminino têm 59% mais chances de sofrer perda dental em comparação aos do sexo masculino6,9,11,12. Ademais, também é relatado na literatura que as mulheres são mais suscetíveis a sobretratamentos e iatrogenias6,9,11,12.
Indicadores clínicos são utilizados para mensurar os problemas bucais13, no entanto, tendem a ser limitados para avaliar a interferência do estado bucal na vida dos indivíduos13. Assim, a utilização de indicadores subjetivos torna-se cada vez mais importante em relação a avaliações de saúde geral e de saúde bucal13,14. A autoavaliação de saúde bucal é um indicador multidimensional que combina a condição objetiva da saúde oral e os valores sociais e culturais relacionados à mesma15,16. A saúde bucal autorreferida está relacionada à percepção da condição de saúde e da capacidade funcional, contribuindo de forma independente para o bem-estar e satisfação com a vida ao longo do tempo13.
Diante do exposto e com o aumento do interesse em estudar e compreender a qualidade dos anos adicionados à vida com o prolongamento da expectativa de vida, estudos que investiguem o papel da saúde bucal no envelhecimento saudável tornam-se primordiais, uma vez que a expectativa de vida pode ser influenciada também por doenças bucais17–19. Além disso, há poucas pesquisas que analisaram a relação entre saúde bucal e expectativa de vida saudável20.
Um indicador sintético que ajuda a determinar a relação entre saúde bucal e a expectativa de vida é a expectativa de vida saudável. Ao combinar dados de saúde bucal com a expectativa de vida, é possível estimar quantos anos uma pessoa pode esperar viver com ou sem problemas bucais. No Brasil, poucos estudos avaliaram a expectativa de vida saudável com indicadores de saúde bucal18,19, e apenas voltados à análise da população idosa, dessa forma até o presente momento não existem pesquisas que incluam as faixas etárias mais jovens. Além disso, esses estudos avaliaram a expectativa de vida segundo saúde bucal por meio de indicadores diferentes, um deles avaliando o impacto negativo da saúde bucal18 e o outro utilizando a expectativa de vida sem edentulismo19 e observaram que as mulheres tendem a viver mais tempo com baixa qualidade de vida relacionada à saúde bucal e tem menor expectativa de vida sem edentulismo. Para abordar essas lacunas na literatura científica do Brasil, o objetivo desse trabalho foi analisar a expectativa de vida sem edentulismo (EVSE) e expectativa de vida com saúde bucal autoavaliada como boa (EVAB) na população de Campinas a partir dos 20 anos e também verificar a existência de diferenças entre os sexos para ambos os indicadores. A investigação simultânea de dois indicadores de saúde (edentulismo e autoavaliação de saúde bucal) na população adulta permite uma análise relativamente mais compreensiva da saúde bucal e gera evidencia que pode auxiliar no desenvolvimento de programas e políticas públicas que previnem e mitigam os problemas de saúde bucal, garantindo mais anos saudáveis de vida.
MÉTODOS
Este estudo foi aprovado pelo comitê de ética da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (número do certificado: 75614823.5.0000.5404).
Para o cálculo da expectativa de vida, este estudo utilizou dados de três fontes: do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM)21, do Sistema de Informações dos Nascidos Vivos (SINASC; usado para o cálculo do coeficiente de mortalidade e probabilidade de morte infantil)22, e das projeções populacionais realizadas pelo município de Campinas com base nos dados do Censo Demográfico de 2010 (IBGE)23. Para estimar a expectativa de vida saudável, dados de prevalência sobre a saúde bucal foram obtidos do 3º Inquérito de saúde do município de Campinas/SP (ISACamp 2014/2015)24.
O ISACamp 2014/201524 foi realizado com a população residente da cidade de Campinas/SP e apresentou como critérios de inclusão ter idade igual ou superior a 10 anos e residir na zona urbana do município. Os indivíduos institucionalizados não participaram da pesquisa. A amostra do ISACamp 2014/201524 foi obtida por meio do método de amostragem por conglomerados, probabilístico, em dois estágios. No primeiro estágio foram sorteados 70 setores censitários proporcionalmente ao número de domicílios. No segundo estágio, os domicílios foram selecionados aleatoriamente por meio de um sistema de sorteio sistemático aplicado a uma lista atualizada de domicílios. Os domínios de idade considerados foram: 10 a 19 anos (adolescentes), 20 a 59 anos (adultos) e 60 anos ou mais (idosos).
O cálculo do número de indivíduos para a amostra foi realizado considerando uma proporção estimada de 50%, que reflete a variabilidade máxima observada nos estudos de eventos múltiplos. Utilizou-se um intervalo de confiança de 95% e um erro amostral de 4 a 5 pontos percentuais, com o objetivo de garantir precisão nos resultados. Além disso, foi aplicado um efeito de desenho de 2, o que significa que a amostra foi ajustada para levar em conta a complexidade do desenho amostral, como a estratificação ou o uso de amostragem em múltiplos estágios, o que pode aumentar a variabilidade dos dados. Esse processo resultou em 1.000 adolescentes, 1.400 adultos e 1.000 idosos. Com base no censo de 2010, estimou-se a probabilidade do número de indivíduos em cada domicílio por domínio de idade para os cinco distritos administrativos. Um total de 3.119, 1.029 e 3.157 domicílios foram selecionados independentemente para entrevistas com adolescentes, adultos e idosos, respectivamente, para atingir o tamanho de amostra desejado considerando taxas de não resposta de 27%, 22% e 20% para as três faixas etárias, respectivamente. Em cada domicílio, todos os moradores foram entrevistados na faixa etária específica para a qual o domicílio foi selecionado. A amostra final do estudo incluiu 1.023 adolescentes, 1.011 adultos e 987 idosos, totalizando 3.021 participantes entrevistados.
Para este estudo a fim de obter a prevalência de edentulismo e de autoavaliação de saúde bucal, foram considerados apenas os adultos (20 a 59 anos) e idosos (60 anos ou mais), totalizando 1.998 participantes. Os adolescentes (10 a 19 anos), embora incluídos na amostra geral do ISACamp, foram excluídos dessas análises por apresentarem baixa prevalência de edentulismo. Como as faixas etárias foram tratadas como domínios amostrais independentes, a exclusão do grupo de adolescentes não comprometeu a representatividade e a robustez das estimativas obtidas para os demais grupos etários.
Os dados foram coletados com o auxílio de um questionário pré-codificado composto principalmente por questões fechadas organizadas em 13 seções abordando vários temas, entre eles saúde bucal. As entrevistas face-a-face foram realizadas por entrevistadores treinados e supervisionados e os dados foram coletados com auxílio de um dispositivo eletrônico (tablet). A pesquisa foi realizada com o consentimento por escrito de cada participante.
O edentulismo foi avaliado por meio de uma pergunta: O(a) Sr.(a) já perdeu algum dente (superior ou inferior)? Se sim, perdeu um, mais de um ou todos os dentes? Havia quatro respostas possíveis (não; sim, apenas um dente; sim, mais de um dente; sim, todos os dentes). Foi considerado como edentulismo a ausência total de dentes, ou seja, apenas aqueles participantes que responderam “sim, todos os dentes” entraram nessa categoria.
Além do edentulismo, também foi analisada a autoavaliação de saúde bucal. Para isso, os participantes responderam a seguinte questão: Como o(a) Sr.(a) avalia a sua saúde bucal? As possíveis respostas para essa pergunta foram: muito boa, boa, regular, ruim e muito ruim, que foram dicotomizadas em avaliação de saúde bucal “boa” e “ruim”. A “autoavaliação ruim” compreendeu aqueles participantes que avaliaram sua saúde bucal como “regular”, “ruim” e “muito ruim” e a “autoavaliação boa” àqueles que avaliaram sua saúde bucal como muito boa e boa. Essa forma de dicotomização foi baseada em estudos prévios sobre autoavaliação de saúde bucal25,26.
Estimativas da prevalência e respectivos intervalos de confiança de 95% (IC 95%) de autoavaliação de saúde bucal ruim e de edentulismo foram calculadas por sexo e faixa etária quinquenais (20 a 80 anos ou mais) e as associações foram estimadas pelo teste de Qui-Quadrado com correção de Rao-Scott com nível de significância de 5%. Para o edentulismo, como nas faixas etárias mais jovens (20 a 49 anos) os valores das informações são baixos, as prevalências foram agrupadas para melhor apresentação dos dados e a categorização por faixa etária foi realizada em intervalos de cinco anos a partir dos 50 anos, considerando a maior prevalência da condição nesse grupo etário. As taxas de mortalidade específicas por idade foram estimadas também em intervalos de cinco anos na população com 20 a 80 anos ou mais, utilizando dados de mortalidade por todas as causas de morte do triênio 2014-2016 e a população de 2015. O método de Chiang27 foi utilizado para construir as tábuas abreviadas de mortalidade para homens e mulheres. De acordo com esse método, as taxas de mortalidade foram transformadas em probabilidades de morte na idade exata (através da formula abaixo) e utilizadas para obter a expectativa de vida.
Onde:
qx, x+n = probabilidade de morte entre a idade x e x+n
mx, x+n = coeficiente de morte entre a idade x e x+n
n = intervalo da faixa etária
ax, x+n= proporção dos anos vividos por aqueles que morreram naquele intervalo etário.
A expectativa de vida saudável representa o número de anos que um indivíduo pode esperar viver em um estado saudável28. A expectativa de vida sem edentulismo e a expectativa de vida com boa saúde bucal e os intervalos de confiança de 95% (IC 95%) foram estimadas pelo método de Sullivan29 utilizando a prevalência autorreferida (ISACamp 2014/2015)24 desses eventos (edentulismo e autoavaliação de saúde bucal ruim) em cada faixa etária para determinar o número médio de anos de vida que seriam vividos com e sem esses estados de saúde. O método Sullivan29 usa várias funções da tábua de mortalidade. Primeiramente, multiplica-se o número de anos-pessoa numa faixa etária específica (Lx, x+n, onde Lx, x+n = o número total de anos vividos por todas as pessoas entre idade x e x+n) pela proporção de pessoas sem uma determinada condição de saúde na mesma faixa etária ((1- n?x), onde n?x = proporção de pessoas com uma determinada condição de saúde entre a idade x e x+n):
Lx * (1-?x)
O número total de pessoas-anos vividos sem uma determinada condição de saúde a partir de uma idade especifica (Tx) é obtido através da formula (onde 80+ é a última faixa etária utilizada em nossa tabua de mortalidade):
A expectativa de vida saudável (ESV) na idade específica é dado através da divisão do Tx pelo número de sobreviventes na mesma idade.
Ambas a expectativa de vida sem edentulismo e a expectativa de vida com boa saúde bucal foram calculadas por sexo e faixa etária. Além disso, foram calculados os percentuais de anos vividos sem edentulismo e com boa saúde bucal autoavaliada, usando as fórmulas a seguir:
Onde:
% ESVx = proporção de anos vividos com saúde na idade x (i.e., sem edentulismo ou com boa saúde bucal)
ESVx = expectativa de vida saudável na idade x (i.e., sem edentulismo ou com boa saúde bucal)
EVx = expectativa de vida saudável
Também foram estimados os valores de p utilizando o método de Sullivan, adotando um nível de significância de 5%.
RESULTADOS
As prevalências de edentulismo por sexo e faixa etária são apresentadas na tabela 1. Do total da população de Campinas, 9,5% apresentou ausência total dos dentes e essa proporção é maior entre as mulheres, no total da população, sem diferenças estatisticamente significantes entre os sexos, nas diferentes faixas etárias. A prevalência de edentulismo aumentou com a idade, sendo o maior número observado entre os indivíduos com 80 anos e mais (65,9%). As prevalências de saúde bucal autoavaliada como ruim por faixa etária e sexo não apresentaram diferenças (tabela 2).
As estimativas da expectativa de vida sem edentulismo e a expectativa de vida com saúde bucal autoavaliada como boa são apresentadas na tabela 3. Os mais jovens vivem mais tempo sem perder todos os dentes. Há uma tendência de diminuição de tempo vivido sem edentulismo à medida que aumenta a idade. A partir dos 60 anos tende-se a viver menos tempo, em medidas absolutas ou proporcionais, sem edentulismo. Por outro lado, a expectativa de vida com boa saúde bucal autoavaliada tende a aumentar, proporcionalmente, a partir dos 55 anos, e a proporção de anos vividos com boa saúde bucal autoavaliada foi maior entre os idosos, passando de 74,4% aos 20 anos de idade para 81,9% aos 80 anos e mais. Além disso, ao se comparar os dois indicadores analisados, foi observado que dos 20 aos 39 anos a expectativa de vida sem edentulismo foi maior que a expectativa de vida com boa saúde bucal. Já entre os mais velhos, a partir dos 55 anos a expectativa de vida com boa saúde bucal autoavaliada foi maior.
As diferenças na expectativa de vida sem edentulismo para homens e mulheres são expostas na tabela 4. Aos 20 anos, em anos absolutos as mulheres tendem a viver mais tempo sem edentulismo, no limiar de significância estatística. No entanto, a proporção de anos a serem vividos sem edentulismo foi maior entre os homens. Proporcionalmente aos anos a serem vividos, os homens dessa faixa etária tendem a viver 87,0% do restante de suas vidas sem edentulismo, enquanto as mulheres 81,6%.
As diferenças por sexo na expectativa de vida com saúde bucal autoavaliada como boa foram significativas em todas as faixas etárias e o número de anos absolutos vividos com boa saúde bucal diminuiu com a idade em ambos os sexos. Tanto em anos absolutos, como proporcionalmente aos anos a serem vividos, as mulheres tendem a viver mais tempo com boa saúde bucal autoavaliada. A proporção de anos a serem vividos com boa saúde bucal aumentou com a idade. Uma mulher da faixa etária de 20 anos tende a viver 75,5% do restante de sua vida com boa saúde bucal autoavaliada, enquanto um homem de mesma idade tende a viver 73,1%. Entre os idosos, uma mulher, aos 80 anos, tende a viver 85,6% do restante de sua vida com boa saúde bucal, já um homem da mesma idade tende a viver 74,4% com boa saúde bucal. As diferenças de sexo em anos absolutos diminuíram a partir dos 45 anos, variando de 5,9 anos aos 20 anos a 1,8 anos aos 80 anos. (Tabela 5).
DISCUSSÃO
Este estudo avaliou a expectativa de vida sem edentulismo (EVSE) e a expectativa de vida com saúde bucal autoavaliada como boa (EVAB) na população de Campinas a partir dos 20 anos. Foi o primeiro estudo a utilizar este último indicador, até onde sabemos, assim como as possíveis diferenças de sexo para ambos os indicadores.
Os resultados revelaram uma redução progressiva da expectativa de vida sem edentulismo (EVSE) com o avanço da idade, tanto em termos absolutos quanto proporcionais, refletindo o acúmulo da carga de doenças bucais ao longo da vida. Observou-se ainda que, embora as mulheres apresentem maior expectativa de vida total (EVT) e mais anos absolutos vividos sem edentulismo, a proporção de anos a serem vividos sem perda total dos dentes (%EVSE) foi maior entre os homens, o que sugere que as mulheres vivem mais, porém com maior carga de perda dentária. Resultados semelhantes foram observados entre idosos da cidade de São Paulo19. Além disso, outro estudo conduzido no Brasil encontrou que as mulheres vivem mais tempo com baixa qualidade de vida relacionada à saúde bucal18. No Japão, Matsuyama et al. (2021)17 verificaram que o menor número de dentes estava associado a menor expectativa de vida saudável e total, e maior tempo de vida com incapacidade, em ambos os sexos. Yamato et al. (2022)30 reforçaram esses achados ao demonstrar que idosos com 20 ou mais dentes viviam, em média, dois anos a mais sem incapacidade do que aqueles com 0 a 9 dentes.
Esses dados refletem os efeitos duradouros de um modelo de atenção odontológica historicamente centrado em extrações e de baixa resolutividade6,9. A prevalência elevada de edentulismo entre os idosos está relacionada à limitada oferta de ações preventivas nas décadas passadas e à naturalização sociocultural da perda dentária como parte do envelhecimento6,9. A extração foi, por muito tempo, a principal, e muitas vezes única, alternativa de tratamento acessível para grande parte dessa população. Essa geração viveu a infância e a juventude sem acesso à fluoretação das águas de abastecimento e sem o uso disseminado de dentifrícios fluoretados, cuja cobertura nacional só foi ampliada a partir das décadas de 1980 e 19906,9.
Apesar dos avanços em saúde bucal, o edentulismo ainda persiste como um importante problema de saúde pública, sobretudo no contexto do envelhecimento global da população31. De acordo com dados do Global Burden of Disease 202131, sua prevalência varia em diferentes regiões do mundo, com taxas que vão de 1,3% a 78% entre pessoas com 65 anos ou mais31. Em 2021, foram registrados cerca de 26,5 milhões de novos casos no mundo31, com altas taxas na América do Sul, incluindo Bolívia, Peru e Brasil31. No Brasil, embora a taxa de edentulismo entre idosos tenha caído de 54% em 2010 para 36,4%10 em 2023, os números ainda são elevados, revelando um quadro persistente de vulnerabilidade. Além disso, dados globais mostram que as mulheres apresentaram maior carga da condição a partir dos 20 anos, com taxas de incidência, prevalência e anos vividos com incapacidade (YLD) mais altas do que os homens até os 74 anos. Após os 80 anos, observou-se um declínio mais acentuado entre elas, sugerindo possíveis diferenças no padrão de progressão e impacto do edentulismo segundo o sexo31.
Ressaltamos que o edentulismo está associado a desfechos desfavoráveis em saúde como redução da qualidade de vida e mortalidade19,32–35, agravamento de doenças crônicas e ao comprometimento cognitivo35. No entanto, grande parte da perda dental é evitável9,12. É fundamental a implementação de estratégias voltadas à prevenção e ao controle das doenças bucais em todas as faixas etárias, para a preservação da qualidade de vida e da saúde geral, principalmente diante do envelhecimento da população brasileira.
As diferenças por sexo observadas na EVSE também merecem destaque. Uma possível explicação para a maior carga de perda dentária entre mulheres é o maior uso dos serviços odontológicos, o que dependendo da prática profissional pode resultar em sobretratamento e na perda precoce do elemento dentário9,12,36. O preço do tratamento dentário é muito expressivo, o que o torna muitas vezes inviável e favorece a extração12. Além disso, as mulheres tendem a apresentar maior prevalência de cárie dentária em diferentes contextos e faixas etárias, o que pode ser explicado por fatores biológicos, hormonais e sociais37. Esses dados reforçam a necessidade de medidas que promovam a redução das desigualdades nas afecções bucais, principalmente em relação à perda dental e aumentem a retenção dos dentes ao longo da vida, sobretudo em mulheres, contribuindo para seu envelhecimento saudável.
Apesar da menor EVSE entre as mulheres, os resultados mostraram que elas vivem mais anos com saúde bucal autoavaliada como boa. Até onde sabemos, este é o primeiro estudo a avaliar a expectativa de vida saudável com base na autoavaliação de saúde bucal. Estudos brasileiros28,38, utilizando a expectativa de vida saudável com base na autoavaliação da saúde geral, indicaram que as mulheres tendem a viver mais anos com boa saúde. Contudo, evidências do Brasil39, Chile40 e China41 indicam que elas vivem proporcionalmente menos anos com boa saúde, apesar da maior longevidade. Esses achados reforçam a complexidade do paradoxo saúde-sobrevivência entre os sexos.
A recuperação da saúde oral com a utilização de próteses dentais pode ter um resultado positivo na autoimagem e no comportamento dos indivíduos, uma vez que ao restabelecer de modo adequado a função mastigatória, a fonação e o aspecto estético proporciona uma melhora na interação social dos pacientes impactando na qualidade de vida dos mesmos30,42. Um estudo anterior demonstrou que idosos com apenas 0 a 9 dentes que utilizavam prótese viviam, em média, três anos a mais sem incapacidade do que aqueles que não faziam uso do dispositivo30. Entre os indivíduos com 10 a 19 dentes, essa diferença foi de um ano. Isso indica que o uso de próteses pode atenuar os impactos negativos da dentição comprometida, sobretudo entre os mais severamente afetados30.
O maior uso de prótese dental entre as mulheres tem sido atribuído à maior frequência de consultas odontológicas e por questões relacionadas ao autocuidado que são marcantes no sexo feminino6,43. O impacto da perda dentária na vida das mulheres é maior do que na dos homens42. Mulheres edêntulas tendem a se sentir menos confiantes e mais constrangidas por acreditarem que o edentulismo as deixa menos atraentes42. Assim, é provável que o maior uso de prótese dental entre as mulheres contribua para uma melhor autoavaliação de sua saúde bucal.
Adicionalmente, nesta pesquisa foi observado que, apesar dos idosos apresentarem menor proporção de anos a serem vividos sem edentulismo, eles tendem a viver mais anos com a saúde bucal autoavaliada como boa, tanto entre homens quanto entre mulheres. Esses dados sugerem que indicadores subjetivos de saúde bucal podem capturar dimensões de bem-estar e adaptação que não são reveladas por medidas clínicas objetivas. Outros estudos nacionais e internacionais também verificaram maior avaliação positiva da saúde bucal entre os idosos15,44,45. A aceitação da perda dentária como parte do envelhecimento pode explicar essa melhor percepção. Um estudo sobre o impacto das doenças bucais na expectativa de vida ajustada por qualidade (QALE) entre adultos nos Estados Unidos mostrou que a perda dentária teve menor efeito entre os mais velhos, enquanto o impacto dos dentes cariados foi maior nessa faixa etária32. Esses achados sugerem que os idosos podem se adaptar melhor à ausência de dentes ao longo do tempo32.
Como limitação deste estudo destaca-se a não realização do exame clínico para verificar a situação de saúde bucal dos entrevistados. No entanto, a autopercepção sobre o número de dentes possui alta validade de acordo com a literatura46,47. O uso de medidas autorreferidas em inquéritos populacionais representa uma alternativa viável, de baixo custo e grande alcance13. Pesquisas que empregam questões de saúde bucal autorreferidas, adquiridas por meio de questionário aplicado por entrevistadores treinados, representam uma opção com menor tempo de execução e sem a necessidade de profissionais da saúde para a coleta dos dados, sendo importante para as investigações de base populacional de larga escala14. Outra limitação refere-se à escassez de pesquisas na literatura sobre expectativa de vida saudável com base em indicadores de saúde bucal, dificultando comparações diretas e o posicionamento dos achados em contextos mais amplos. Além disso, embora os métodos de Chiang e Sullivan possibilitem a estimativa da expectativa de vida saudável, é importante destacar que este estudo não é longitudinal. Assim, as estimativas de expectativa de vida sem edentulismo e com boa saúde bucal são inferências derivadas de dados agregados de prevalência e mortalidade, não refletindo trajetórias individuais nem acompanhando coortes ao longo do tempo. No entanto, destacamos que dados longitudinais de saúde bucal não são muito comuns e métodos de multi-estados para calcular a expectativa de vida saudável que capturam as taxas de transição entre estados de saúde produzem resultados similares48. Portanto, os métodos de Chiang e Sullivan são alternativas solidas às tabuas de mortalidade de coorte e métodos de multi-estados.
Para uma sociedade em envelhecimento, é necessário que a saúde pública concentre esforços não apenas no aumento da expectativa de vida, mas também no aumento da expectativa de vida saudável, incluindo atenção à saúde bucal, que traz implicações importantes na saúde e bem-estar da população. Nesse sentido, nosso estudo contribui de forma original ao estimar a expectativa de vida saudável com base em diferentes indicadores de saúde bucal, tema ainda pouco explorado na literatura. A abordagem adotada é especialmente relevante por incluir adultos e não apenas idosos. Ademais, a literatura tem demonstrado a relevância da utilização de diferentes indicadores para a melhor compreensão da magnitude das diferenças entre os sexos na saúde e aponta que a análise da expectativa de vida saudável para esse fim é uma ferramenta importante 28,49.
Belon e colaboradores28 analisando as diferenças de sexo na expectativa de vida saudável encontraram resultados diferentes de acordo com o indicador de saúde estudado: as mulheres mais velhas poderiam esperar viver mais e a maior parte dos anos seriam passados com melhor autoavaliação de saúde. No entanto, elas viveriam mais anos com limitações funcionais em comparação com os homens brasileiros mais velhos. Nossos resultados acrescentam evidências para essa discussão e a enriquecem com dados para saúde bucal ao demonstrar que apesar das mulheres apresentarem menor proporção de vida sem edentulismo, isso não impediu que elas vivessem mais tempo com saúde bucal autoavaliada como boa. Portanto, além da prevenção da perda dentária, é necessário promover o acesso a reabilitações como próteses, principalmente entre os grupos mais vulneráveis, visando a um envelhecimento mais saudável e equitativo.
CONCLUSÃO
Em resumo, nosso estudo sobre a expectativa de vida sem edentulismo (EVSE) e a expectativa de vida com saúde bucal autoavaliada como boa (EVAB) na população de Campinas revelou diferenças importantes relacionadas à idade e ao sexo. A EVSE foi maior entre os jovens, com uma tendência de redução em termos absolutos e proporcionais a partir dos 60 anos. Em contrapartida, a EVAB demonstrou um comportamento oposto, com uma proporção crescente de anos vividos com boa saúde bucal ao longo do envelhecimento. Também foram evidenciadas diferenças entre os sexos. Embora as mulheres apresentem maior expectativa de vida em anos absolutos sem edentulismo aos 20 anos, proporcionalmente, os homens tendem a viver uma parcela maior do restante de suas vidas sem edentulismo. Já na EVAB, as mulheres apresentaram maior tempo de vida com boa saúde bucal.
Esses resultados destacam as desigualdades de saúde bucal ao longo da vida e entre os sexos, enfatizando a necessidade de intervenções direcionadas que considerem as diferenças etárias e de gênero para promover melhorias na saúde bucal da população. Estudos sobre EVSE e EVAB podem orientar políticas de envelhecimento saudável, priorizando a saúde bucal por meio de ações preventivas, ampliação do acesso a serviços odontológicos e redução das desigualdades. Essas medidas podem favorecer a manutenção dos dentes ao logo dos anos, diminuir a incapacidade, melhorar a qualidade de vida, contribuindo dessa forma para uma longevidade saudável. O monitoramento contínuo desses indicadores enriquece o debate sobre saúde na velhice e desempenha um papel fundamental no planejamento de sociedades sustentáveis frente ao desafio do envelhecimento populacional.
O conjunto de dados deste artigo está disponível no repositório SciELO Data no Dataverse da Ciência & Saúde Coletiva no link: https://doi.org/10.48331/SCIELODATA.IZTHKX
BIBLIOGRAFIA
1. Patel J, Wallace J, Doshi M, Gadanya M, Yahya BI, Roseman J, Srisilapanan P. Oral health for healthy ageing. Lancet Heal Longev. 2021;2(8):e521.doi: 10.1016/S2666-7568(21)00142-2.
2. Vollset SE, Goren E, Yuan C-W, Cao J, Smith AE, Hsiao T, et al. Fertility, mortality, migration, and population scenarios for 195 countries and territories from 2017 to 2100: a forecasting analysis for the Global Burden of Disease Study. Lancet. 2020;396(10258):1285–306. doi:10.1016/S0140-6736(20)30677-2.
3. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Projeção da população do Brasil e das Unidades da Federação: 2000 a 2070 [Internet]. Rio de Janeiro: IBGE; 2021 [acesso em dez 2022]. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/9109-projecao-da-populacao.html
4. Fukai K, Ogawa H, Hescot P. Oral health for healthy longevity in an ageing society: maintaining momentum and moving forward. Int Dent J. 2017;67:3–6. doi: 10.1111/idj.12347.
5. Guiotoku SK, Moysés ST, Moysés SJ, França BHS, Bisinelli JC. Iniquidades raciais em saúde bucal no Brasil. Rev Panam Salud Pública. 2012;31(2):135–41.
6. Nico LS, Peres MA. Saúde Bucal autorreferida da população adulta brasileira?: resultados da Pesquisa Nacional de Saúde 2013.Ciênc. saúde colet. 2013; 389–98. doi:10.1590/1413-81232015212.25942015.
7. GBD 2015 Disease and Injury Incidence and Prevalence Collaborators. Global, regional, and national incidence, prevalence, and years lived with disability for 310 diseases and injuries, 1990–2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015. Lancet. 2016;388(10053):1545–602. doi:10.1016/S0140-6736(16)31678-6.
8. GBD 2017 Oral Disorders Collaborators. Global, regional, and national levels and trends in burden of oral conditions from 1990 to 2017: a systematic analysis for the Global Burden of Disease 2017 Study. J Dent Res. 2020;99(4):362–73. doi:10.1177/0022034520908533.
9. Peres MA, Barbato PR, Reis SCGB, Freitas CHSDM, Antunes JLF. Tooth loss in Brazil: analysis of the 2010 Brazilian oral health survey. Rev Saude Publica. 2014;47(SUPPL.3):78–89. doi: 10.1590/s0034-8910.2013047004226.
10. Brasil. Ministério da Saúde. SB Brasil 2023: Pesquisa Nacional de Saúde Bucal: resultados principais [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2024 [acesso em 20 de maio 2025]. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saps/brasil-sorridente/sb-brasil.
11. Teixeira DSDC, Frazão P, Alencar GP, Baquero OS, Narvai PC, Lebrão ML, Duarte YAO. Estudo prospectivo da perda dentária em uma coorte de idosos dentados. Cad Saude Publica. 2016;32(8):1–12. doi:10.1590/0102-311X00017215.
12. Barbato PR, Nagano HCM, Zanchet FN, Boing AF, Peres MA. Tooth loss and associated socioeconomic, demographic, and dental-care factors in brazilian adults: an analysis of the Brazilian Oral Health Survey, 2002-2003. Cad Saude Publica. 2007;23(8):1803–14.
13. Luchi CA, Peres KG, Bastos JL, Peres MA. Desigualdades na autoavaliação da saúde bucal em adultos. 2013;47(4):740–51. doi:10.1590/S0034 8910.2013047004364.
14. Levin L, Bechor R, Sandler V, Samorodnitzky-Naveh G. Association of self-perceived periodontal status with oral hygiene, probing depth and alveolar bone level among young adults. N Y State Dent J. 2011;77(1):29–32.
15. Matos DL, Lima-Costa MF. Auto-avaliação da saúde bucal entre adultos e idosos residentes na Região Sudeste?: resultados do Projeto SB-Brasil, 2003. Cad. Saúde Pública. 2006;22(8):1699–707. doi: 10.1590/S0102-311X2006000800018.
16. Dias D, Barros R, Ii DH, Vidal S, Torres DS, Rosário L, Neri Al, Antunes JFL. Autopercepção da saúde bucal em idosos e fatores associados em Campinas , SP , 2008-2009. Rev. Saúde Pública. 2011;45(6):1145–53.
17. Matsuyama Y, Aida J, Watt RG, Tsuboya T, Koyama S, Sato Y, Kondo K, Osaka K. Dental status and compression of life expectancy with disability. J Dent Res. 2017;96(9):1006–13. doi: 10.1177/0022034517713166.
18. Oliveira EJP, Alves LC, de Oliveira Duarte YA, Andrade FB. Life expectancy with negative physical oral health impact on quality of life in older adults. Cad Saude Publica. 2020;36(6). doi: 10.1590/0102-311X00119119.
19. Oliveira EJP, Alves LC, Duarte YA de O, Bof de Andrade F. Edentulism-free life expectancy among older Brazilian adults: SABE study, 2006-2016. Gerodontology. 2021; 38(4):429-436. doi: 10.1111/ger.12541.
20. Chiu C-T, Chan A, Ma S, Saito Y. Active life expectancy for elderly Singaporeans by number of teeth and chewing ability. In: 28th Annual REVES Meeting; 2016 jun 6–8; Vienna, Austria. REVES; 2016.
21. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde. [acesso em 20 dez 2023]. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/svsa/sistemas-de-informacao/sim
22. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos – SINASC [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; [acesso em 20 dez 2023]. Disponível em: https://svs.aids.gov.br/daent/cgiae/sinasc/.
23. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Censo Demográfico 2010: características gerais da população, religião e pessoas com deficiência [Internet]. Rio de Janeiro: IBGE; 2012 [acesso em 10 dez 2023]. Disponível em: https://censo2010.ibge.gov.br/.
24. Barros MBA, Lima MG. Retratos da Saude em Campinas sob as lentes do inquerito ISACamp. 1a ed. Campinas, SP: Editora Pontes; 2022.
25. Borrell LN, Taylor GW, Borgnakke WS, Woolfolk MW, Nyquist LV. Perception of general and oral health in White and African American adults: assessing the effect of neighborhood socioeconomic conditions. Community Dent Oral Epidemiol. 2004;32(6):363–73. doi:10.1111/j.1600-0528.2004.00177.x.
26. Moura C, Gusmão ES, Santillo PMH, Soares RSC, Cimões R. Autoavaliação da saúde bucal e fatores associados entre adultos em áreas de assentamento rural, Estado de Pernambuco, Brasil. Cad Saúde Pública. 2014;30(3):611–22. doi:10.1590/0102-311X00117012.
27. Chiang C. The life table and its applications. Krieger Pu. Malabar, FL: Robert E. 1984.
28. Belon AP, Lima MG, Barros MBA. Gender differences in healthy life expectancy among Brazilian elderly. Health Qual Life Outcomes. 2014;12(1):1–10. doi: 10.1186/1477-7525-12-88.
29. Sullivan DF. A single index of mortality and morbidity. HSMHA Health Rep. 1971;86(4):347–54.
30. Yamato M, Matsuyama S, Murakami Y, Aida J, Lu Y, Sugawara Y, et al. Association between the number of remaining teeth and disability-free life expectancy, and the impact of oral self-care in older Japanese adults: a prospective cohort study. BMC Geriatr. 2022;22(1):1–9. doi.org/10.1186/s12877-022-03541-2.
31. Feng Y, Xiao L, Fu L-L, Gosau M, Vollkommer T, Speth U, Smeets R, Rutkowski R, Friedrich RE, Yan M. Global, regional and national burden of edentulism and periodontal diseases from 1990 to 2021: analysis of risk factors and prediction of trends in 2050. In Vivo. 2025;39(3):1148–61. doi:10.21873/invivo.13919.
32. Matsuyama Y, Tsakos G, Listl S, Aida J, Watt RG. Impact of Dental Diseases on quality-adjusted life expectancy in US adults. J Dent Res. 2019;98(5):510–6. doi: 10.1177/0022034519833353.
33. Polzer I, Schwahn C, Völzke H, Mundt T, Biffar R. The association of tooth loss with all-cause and circulatory mortality. Is there a benefit of replaced teeth? A systematic review and meta-analysis. Clin Oral Investig. 2012;16(2):333–51. doi: 10.1007/s00784-011-0625-9.
34. Wu B, Fillenbaum GG, Plassman BL, Guo L. Association between oral health and cognitive status: a systematic review. J Am Geriatr Soc. 2016;64(4):739–51. doi: 10.1111/jgs.14036.
35. Zhao X, Zhang Q, Tao S, Zhou W, Jia P-Y. Association of edentulism and all-cause mortality in Chinese older adults: do sex differences exist? Public Health. 2023;221:184–9. doi:10.1016/j.puhe.2023.05.018.
36. Silva DD , Rihs LB, Sousa MLR . Fatores associados à presença de dentes em adultos de São Paulo, Brasil. Cad Saude Publica. 2009;25(11):2407–18. doi:/10.1590/S0102-311X2009001100011.
37. Lipsky MS, Su S, Crespo CJ, Hung M. Men and oral health: a review of sex and gender differences. Am J Mens Health. 2021;15(3):1–8. doi:10.1177/15579883211016361.
38. Camargos MCS, Gonzaga MR. Viver mais e melhor? Estimativas de expectativa de vida saudável para a população brasileira. Cad Saúde Pública. 2015;31(7):1460–72. doi:10.1590/0102-311X00128914.
39. Szwarcwald CL, Souza Júnior PRB, Marques AP, Almeida WS, Romero DE. Inequalities in healthy life expectancy by Brazilian geographic regions: findings from the National Health Survey, 2013. Int J Equity Health. 2016;15:141. doi:10.1186/s12939-016-0432-7.
40. Moreno X, Lera L, Albala C. Disability-free life expectancy and life expectancy in good self-rated health in Chile: Gender differences and compression of morbidity between 2009 and 2016. PLoS One. 2020;15(4):e0232445. doi:10.1371/journal.pone.0232445.
41. Liu Z, Zheng H, Wu Y, Wang S, Liu Y, Hu S. Self-Rated Healthy Life Expectancy Changes in Jiangxi Province of China by Gender and Urban–Rural Differences, 2013–2018. Front Public Heal. 2021;(8):1–12.
42. Probst LF, Ambrosano GMB, Cortellazzi KL, Guerra LM, Ribeiro-Dasilva M, Tomar S, Ciarântola M, Konkowski IPS, Posobon RF. Fatores associados aos sentimentos decorrentes da perda dentária total e às expectativas de reposição protética em adultos e idosos. Cad Saúde Coletiva. 2016;24(3):347–54. doi: 10.1590/1414-462X201600030244.
43. Azevedo JS, Azevedo MS, Oliveira LJC, Correa MB, Demarco FF. Needs for dental prostheses and their use in elderly brazilians according to the national oral health survey (SBBrazil 2010): Prevalence rates and associated factors. Cad Saude Publica. 2017;33(8):1–12. doi: 10.1590/0102-311X00054016.
44. Martins AMEBL, Barreto SM, Pordeus IA. Auto-avaliação de saúde bucal em idosos?: análise com base em modelo multidimensional. Cad. Saude Publica. 2009;25(2):421–35. doi:10.1590/S0102-311X2009000200021.
45. Slade GD, Sanders AE. The paradox of better subjective oral health in older age. J Dent Res. 2011;90(11):1279–85. doi: 10.1177/0022034511421931.
46. Pedro REL, Bós AJG, Maria D, Padilha DMP, Silva Filho IG. Validação de entrevista por telefone para avaliação da saúde bucal em idosos.RBCEH. 2011;8 (2) 213–20. doi:10.5335.
47. Ramos RQ, Bastos JL, Peres MA. Validade diagnóstica de agravos bucais autorreferidos em inquéritos populacionais: Revisão da literatura. Rev Bras Epidemiol. 2013;16(3):716–28.
48. Jagger C, Van Oyen H, Robine JM. Health expectancy calculation by the Sullivan method: a practical guide. 4th ed. Montpellier: European Health Expectancy Monitoring Unit; 2014. (EHEMU Technical report 2006_3).
49. Oksuzyan A, Bronnum-Hansen H, Jeune B. Gender gap in health expectancy. Eur J Ageing. 2010;7(4):213–8. doi: 10.1007/s10433-010-0170-4.
Outros idiomas:
HEALTHY LIFE EXPECTANCY IN RELATION TO ORAL HEALTH INDICATORS. CAMPINAS, SP
Resumo (abstract):
Introduction: population aging poses challenges to public health, including oral health, which is affected by conditions such as tooth loss and edentulism. Objectives: to analyze edentulism-free life expectancy (EF-LE) and good self-assessed oral health life expectancy (GOH-LE) in the population of Campinas from the age of 20 considering sex differences. Methods: data were obtained from the Mortality Information System, the Live Birth Information System, the Demographic Census, and the ISACamp 2014/2015 survey. Chiang's method was used to construct mortality tables and Sullivan’s method was applied to estimate EF-LE and GOH-LE. Results: at 20 years old, women live longer without edentulism, but men have a higher proportion of edentulism-free years (87.0% vs. 81.6%). GOH-LE was higher among women at all ages: at 20, they live 75.5% of their remaining years with good oral health, while men live 73.1%. By age 80, these proportions increase to 85.6% and 74.4%, respectively. Conclusion: EF-LE decreases with age and is proportionally higher among men at age 20, while GOH-LE is greater among women and older adults, highlighting oral health inequalities throughout life and between genders, emphasizing the need for targeted interventions to improve population oral health.
Palavras-chave (keywords):
Healthy Life Expectancy; Oral Health; Tooth Loss; self-assessment; Health Surveys
EXPECTATIVA DE VIDA SAUDÁVEL EM RELAÇÃO A INDICADORES DE SAÚDE BUCAL. CAMPINAS, SP
HEALTHY LIFE EXPECTANCY IN RELATION TO ORAL HEALTH INDICATORS, CAMPINAS, SP
ESPERANZA DE VIDA SALUDABLE EN RELACIÓN CON LOS INDICADORES DE SALUD BUCAL. CAMPINAS, SP
Bruna Kelly Fehlberg: Departamento de Saúde Coletiva, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP; fehlbergbruna@gmail.com; https://orcid.org/0000-0002-4626-1711.
Ana Paula Belon: Escola de Saúde Pública, Universidade de Alberta, Edmonton, AB, Canadá; ana.belon@ualberta.ca; https://orcid.org/0000-0002-4600-3202.
Marilisa Berti de Azevedo Barros: Departamento de Saúde Coletiva, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP; marilisa@unicamp.br; https://orcid.org/0000-0003-3974-195X.
Margareth Guimarães Lima: Departamento de Saúde Coletiva, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP; mglima@unicamp.br; https://orcid.org/0000-0001-6996-0745.
RESUMO
Introdução: o envelhecimento populacional traz desafios à saúde pública, incluindo a saúde bucal, impactada por doenças como a perda dental e o edentulismo. Objetivos: analisar a expectativa de vida sem edentulismo (EVSE) e com saúde bucal autoavaliada como boa (EVAB) na população de Campinas-SP a partir dos 20 anos, considerando diferenças entre sexos. Métodos: foram utilizados dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade, Sistema de Informações dos Nascidos Vivos, Censo Demográfico e do ISACamp 2014/2015. O método de Chiang foi aplicado para tábuas de mortalidade e o de Sullivan para estimar EVSE e EVAB. Resultados: aos 20 anos, as mulheres vivem mais sem edentulismo, mas os homens possuem maior proporção de anos livres da condição (87,0% x 81,6%). A EVAB foi superior entre mulheres em todas as idades: aos 20 anos, elas vivem 75,5% do restante da vida com boa saúde bucal, enquanto os homens vivem 73,1%. Aos 80 anos, essa proporção sobe para 85,6% e 74,4%, respectivamente. Conclusão: a EVSE reduz com a idade, sendo proporcionalmente maior nos homens aos 20 anos, enquanto a EVAB é maior em mulheres e idosos, destacando desigualdades ao longo da vida e entre os sexos que exigem intervenções específicas para promover melhorias na saúde bucal da população.
Palavras-chave: Expectativa de Vida Saudável; Saúde Bucal; Perda Dental; Autoavaliação; Inquéritos de Saúde.
ABSTRACT
Introduction: Population aging poses challenges to public health, including oral health, which is affected by conditions such as tooth loss and edentulism. Objectives: To analyze edentulism-free life expectancy (EF-LE) and good self-rated oral health life expectancy (GOH-LE) in the population of the city of Campinas 20 years of age or older, considering differences between the sexes. Methods: Data were obtained from the Mortality Information System, Live Birth Information System, Demographic Census, and ISACamp 2014/2015 survey. Chiang’s method was used to construct mortality tables and Sullivan’s method was applied to estimate EF-LE and GOH-LE. Results: At 20 years of age, women have a longer life expectancy without edentulism, but men have a higher proportion of edentulism-free years (87.0% vs. 81.6%). GOH-LE was higher among women at all ages. At 20, women live 75.5% and men live 73.1% of their remaining years with good oral health. By 80 years of age, these proportions increase to 85.6% and 74.4%, respectively. Conclusion: EF-LE decreases with age and is proportionally higher among men at age 20, whereas GOH-LE is greater among women and older adults. These results demonstrate oral health inequalities throughout life and between the sexes, underscoring the need for targeted interventions to improve the oral health of the population.
Keywords: Healthy Life Expectancy; Oral Health; Tooth Loss; Self-Assessment; Health Surveys
RESUMEN
Introducción: el envejecimiento poblacional plantea desafíos para la salud pública, incluida la salud bucal, afectada por condiciones como la pérdida dental y el edentulismo. Objetivo: analizar la expectativa de vida sin edentulismo (EVSE) y con salud bucal autovalorada como buena (EVAB) en la población de Campinas-SP a partir de los 20 años, considerando diferencias por sexo. Métodos: se utilizaron datos del Sistema de Información sobre Mortalidad, el Sistema de Información de Nacidos Vivos, el Censo Demográfico y la Encuesta de Salud de Campinas (ISACamp 2014/2015). Se aplicó el método de Chiang para la construcción de las tablas de mortalidad y el método de Sullivan para la estimación de EVSE y EVAB. Resultados: a los 20 años, las mujeres viven más tiempo sin edentulismo, pero los hombres presentan una mayor proporción de años libres de esta condición (87,0% vs. 81,6%). La EVAB fue superior en mujeres en todas las edades: a los 20 años, ellas viven el 75,5% del tiempo restante con buena salud bucal, mientras que los hombres viven el 73,1%. A los 80 años, estas proporciones aumentan a 85,6% y 74,4%, respectivamente. Conclusión: la EVSE disminuye con la edad y es proporcionalmente mayor en los hombres a los 20 años, mientras que la EVAB es más alta en mujeres y personas mayores. Estos hallazgos resaltan desigualdades a lo largo de la vida y entre sexos, subrayando la necesidad de intervenciones específicas para mejorar la salud bucal de la población.
Palabras clave: Esperanza de Vida Saludable; Salud bucal; Pérdida de Diente; Autoevaluación; Encuestas Epidemiológicas.
INTRODUCTION
The global population and age structure have changed substantially in recent decades1, and projections for the remainder of the 21st Century show a continuation of global aging2. This trend has also been seen in Brazil, as life expectancy for the Brazilian population went from less than 50 years in the 1950s to 77 years in 2021, and is currently 73.6 years for men and 80.5 years for women, revealing the maintenance of the difference in life expectancy between the sexes over the years3. Although this increase is desired, it poses numerous challenges for public health, especially with regards to ensuring healthy aging4.
Tooth loss tends to increase with age5. Oral diseases are a serious public health concern due to the high prevalence rates and impact on the health of the population6. Tooth loss and edentulism (complete absence of natural teeth) are among the ten leading causes of years lived with disability in some high-income countries due to the aging of the population7. Throughout the world, oral disorders contributed to eight million years lived with disability among individuals 50 to 74 years of age in 20191.
Edentulism affects an estimated 3.3% of the world’s population8, with a higher percentage in the older population9. In Brazil, a large part of individuals 65 to 74 years of age have the complete absence of teeth, corresponding to 36.4% of this portion of the population10. Moreover, the distribution of edentulism is marked by inequalities, with the female sex affected more and also having higher rates of dental caries from an early age6,9,11,12. Adolescent girls are 59% more likely to suffer tooth loss than boys6,9,11,12. The literature also reports that women are more susceptible to overtreatment and iatrogenesis6,9,11,12.
Clinical indicators are used to measure oral problems13, but tend to be limited in terms of the assessment of the interference of oral health status in the lives of individuals13. Thus, the use of subjective indicators of general and oral health has become increasingly important13,14. Self-reported oral health is a multidimensional indicator that combines objective oral health status with social and cultural values15,16 and regards one’s perception of one’s health condition and functional capacity, contributing independently to well-being and satisfaction with life over time13.
With the increasing interest in studying and understanding the quality of the years added to life with the prolongation of life expectancy, studies investigating the role of oral health in healthy aging are essential, as life expectancy can also be influenced by oral diseases17–19. However, few studies have analyzed the relationship between oral health and healthy life expectancy20.
Healthy life expectancy is a synthetic indicator that assists in determining the relationship between oral health and life expectancy. By combining oral health data with life expectancy, it is possible to estimate how many years a person can expect to live with or without oral problems. In Brazil, the few studies that have investigated healthy life expectancy with oral health indicators18,19 focused only on the analysis of the older population. No studies have performed such analyses including younger age groups. Moreover, the studies conducted thus far have investigated life expectancy according to oral health using different indicators. One investigated the negative impact of oral health18 and another used edentulism-free life expectancy as a measure.19 The results of these studies revealed that women tend to live longer with low oral health-related quality of life and have a lower edentulism-free life expectancy. To address these gaps in the scientific literature in Brazil, the aim of the present study was to investigate edentulism-free life expectancy (EF-LE) and good self-rated oral health life expectancy (GOH-LE) in the population of the city of Campinas 20 years of age or older, considering differences between the sexes. The simultaneous investigation of two health indicators (edentulism and self-rated oral health) in the adult population enables a more comprehensive analysis of oral health and generates evidence that can assist in the development of programs and public policies aimed at the prevention and mitigation of oral health problems, thus ensuring a greater number of healthy years of life.
METHODS
This study received approval from the ethics committee of the School of Medical Sciences of the State University of Campinas (certificate number: 75614823.5.0000.5404).
To calculate life expectancy, data from three sources were used: the Mortality Information System21, Live Birth Information System (used to calculate the mortality coefficient and probability of infant death)22, and population projections for the city of Campinas based on data from the 2010 Demographic Census (Brazilian Institute of Geography and Statistics)23. To estimate healthy life expectancy, prevalence data on oral health were obtained from the 3rd Health Survey of the city of Campinas/SP (ISACamp 2014/2015)24.
ISACamp 2014/201524 was conducted with the resident population of the city of Campinas in the state of São Paulo, the inclusion criteria of which were being 10 years of age or older and living in urban areas of the city. Institutionalized individuals did not participate in the survey. The ISACamp 2014/201524 sample was obtained using a probabilistic, two-stage, cluster sampling method. In the first stage, 70 census sectors were drawn in proportion to the number of households. In the second stage, households were randomly selected through a systematic drawing system applied to an updated list of households. The age ranges considered were 10 to 19 years (adolescents), 20 to 59 years (adults), and 60 years or older (older people).
The calculation of the number of individuals for the sample was performed considering an estimated proportion of 50%, which reflects the maximum variability observed in studies of multiple events. A 95% confidence interval and a sampling error of 4 to 5 percentage points were used to ensure accuracy in the results. A design effect of 2 was also applied to account for the complex sampling design, such as stratification or the use of multi-stage sampling, which can increase variability in data. This process resulted in 1,000 adolescents, 1,400 adults, and 1,000 older people. Based on the 2010 census, the probability of the number of individuals in each household by age domain was estimated for the five administrative districts of the city. A total of 3,119, 1,029, and 3,157 households were independently selected for interviews with adolescents, adults, and older people, respectively, to achieve the desired sample size considering non-response rates of 27%, 22%, and 20% for the three age groups, respectively. In each household, all residents in the specific age group for which the household was selected were interviewed. The final sample of the study was composed of 1,023 adolescents, 1,011 adults, and 987 older people, totaling 3,021 participants.
For the present study, only adults (20 to 59 years) and older people (60 years or older) were considered to determine the prevalence of edentulism and self-rated oral health, totaling 1,998 participants. Although included in the general ISACamp sample, adolescents (10 to 19 years of age) were excluded from these analyses due to the low rate of edentulism. Since the age groups were treated as independent sample domains, the exclusion of the adolescent group did not compromise the representativeness or robustness of the estimates obtained for the other age groups.
Data were collected with the aid of a pre-coded questionnaire composed mainly of closed-ended questions organized into 13 sections addressing different topics, including oral health. Face-to-face interviews were conducted by supervised interviewers who had undergone training exercises and the data were collected with the aid of an electronic device (tablet). The study was carried out with the written consent of each participant.
Edentulism was assessed through the answer to the following question: Have you ever lost any teeth (upper or lower)? If so, have you lost one, more than one, or all of your teeth? The four possible response options were “no”, “yes, only one tooth”, “yes, more than one tooth”, and “yes, all teeth”. The total absence of teeth was considered edentulism; only those who answered “yes, all teeth” were in this category.
In addition to edentulism, self-rated oral health was also analyzed. For such, the participants answered the following question: How do you rate your oral health? The response options were “very good”, “good”, “fair”, “poor” and “very poor”. Self-rated oral health was dichotomized as good (answers of “very good” and “good”) or poor (answers of “fair”, “poor” and “very poor”). This form of dichotomization was based on previous studies25,26.
Estimates of the prevalence with respective 95% confidence intervals (CI) of poor self-rated oral health and edentulism were calculated by sex and age group in five-year intervals (20 to 80 years or older). Associations were tested using the chi-square test with the Rao-Scott correction. The significance level was set at 5% (p ≤ 0.05). As lower rates of edentulism are found in younger age groups (20 to 49 years), the rates were grouped for better presentation of the data and categorization by age group was performed at five-year intervals beginning at 50 years of age, considering the higher prevalence of the condition older age groups. Age-specific mortality rates were also estimated at five-year intervals in the population 20 to 80 years and older, using all-cause mortality data from the 2014-2016 period and the 2015 population. Chiang’s method27 was used to construct the abbreviated mortality tables for men and women. With this method, mortality rates were transformed into probabilities of death at the exact age with the formula below and used to obtain life expectancy.
in which:
qx, x+n = probability of death between age x and x+n
mx, x+n = coefficient of death between age x and x+n
n = age group interval
ax, x+n= proportion of years lived by those who died in that age interval.
Healthy life expectancy corresponds to the number of years an individual can expect to live in a healthy state28. Life expectancy without edentulism and life expectancy with good oral health and respective 95% CIs were estimated by Sullivan’s method29, using the self-reported prevalence (ISACamp 2014/2015)24 of these factors (edentulism and poor self-rated oral health) in each age group to determine the average number of years of life that would be lived with and without these health states. Sullivan’s method involves several functions of the mortality table: First, multiply the number of person-years in a specific age group (Lx, x+n, in which Lx, x+n = the total number of years lived by all individuals between age x and x+n) by the proportion of individuals without a certain health condition in the same age group (1- nx, in which nx = proportion of individuals with a certain health condition between age x and x+n):
Lx * (1-x)
The total number of person-years lived without a given health condition from a specific age (Tx) is obtained through the following formula (in which 80+ is the last age group used in our mortality table):
Healthy life expectancy (HLE) at a specific age is given by dividing TX by the number of survivors at the same age.
Both edentulism-free life expectancy and life expectancy with good oral health were calculated by sex and age group. The percentages of years lived without edentulism and with self-assessed good oral health were calculated, using the following formula:
in which:
% HLEx = proportion of years lived with health at age x (i.e., without edentulism/with good oral health)
HLEx = healthy life expectancy at age x (i.e., without edentulism/with good oral health)
LEx = life expectancy at age x
Sullivan’s method was also used to estimate p-values, adopting a 5% significance level.
RESULTS
The rates of edentulism (complete absence of teeth) by sex and age group are displayed in Table 1. The prevalence of edentulism in the total population of the city of Campinas was 9.5%. The proportion was higher among women in the total population. However, no statistically significant differences between the sexes were found in the different age groups. Moreover, the prevalence of edentulism increased with age, with the highest number found among individuals aged 80 years or older (65.9%). No significant differences were found in the prevalence of poor self-rated oral health by sex or age group (Table 2).
The estimates of edentulism-free life expectancy and life expectancy with good self-rated oral health are displayed in Table 3. Younger people have a longer edentulism-free life expectancy. Time lived without edentulism tends to decrease with the increase in age. Beginning at 60 years of age, individuals tend to live less time without edentulism in terms of both absolute and relative frequencies. Life expectancy with good self-rated oral health tends to increase proportionally beginning at 55 years of age and the proportion of years lived with good self-rated oral health was higher among older people, going from 74.4% at 20 years of age to 81.9% at 80 years of age and older. Moreover, when comparing the two indicators, edentulism-free life expectancy from 20 to 39 years of age was higher than life expectancy with good oral health. In contrast, life expectancy with good oral health was longer among individuals 55 years of age and older.
The differences in edentulism-free life expectancy between men and women are displayed in Table 4. At 20 years of age, women tend to have a longer edentulism-free life expectancy in absolute years (borderline statistical significance). However, the proportion of years to be lived without edentulism was higher among men. Proportionally to the years to be lived, men in this age group tend to live 87.0% of the rest of their lives without edentulism, whereas this proportion is 81.6% among women.
Differences between the sexes in life expectancy with self-rated good oral health were significant across all age groups. The number of absolute years lived with good oral health decreased with age in both sexes. Both in absolute years and proportion to the years to be lived, women tend to live longer with good self-rated oral health. The proportion of years to be lived in good oral health increased with age. Women in the age 20-year-old group tend to live 75.5% of the remainder of their lives with good self-rated oral health, whereas this proportion is 73.1% among men of the same age. Among older people, women at 80 years of age tend to live 85.6% of the rest of their lives with good oral health, whereas this proportion is 74.4% among men of the same age. Differences between the sexes in absolute years decreased beginning at 45 years of age, ranging from 5.9 years at age 20 to 1.8 years at age 80 (Table 5).
DISCUSSION
This study investigated edentulism-free life expectancy (EF-LE) and life expectancy with good self-rated oral health (GOH-LE) in the population of the city of Campinas 20 years of age and older. To the best of our knowledge, this is the first study to use the latter indicator as well as investigate possible differences between the sexes for both indicators.
The results revealed a progressive reduction in EF-LE with the advance in age in both absolute and proportional terms, reflecting the accumulation of the burden of oral diseases throughout life. Another finding was that, although women had a longer total life expectancy and more absolute years lived without edentulism, the proportion of years to be lived without complete tooth loss (%EF-LE) was higher among men, which suggests that women live longer, but with a higher burden of tooth loss. Similar results were found among older people in the city of São Paulo19. Moreover, another study conducted in Brazil found that women live longer with lower oral health-related quality of life18. In Japan, Matsuyama et al. (2021)17 found that having fewer teeth was associated with lower healthy and total life expectancy as well as longer life expectancy with disability in both sexes. Yamato et al. (2022)30 reinforced these findings by demonstrating that older adults with 20 or more teeth lived an average of two years longer without disability than those with 0 to 9 teeth.
These data reflect the lasting effects of a dental care model historically centered on extractions and with a low power of resolution6,9. The high prevalence of edentulism among older people is related to the low offer of preventive actions in past decades and the sociocultural notion that tooth loss is a natural part of aging6,9. For a long time, tooth extraction the main and often only treatment option accessible to a large part of this population. This generation lived their childhood and youth without access to a fluoridated water supply and without the widespread use of fluoridated toothpastes, for which national coverage was only expanded beginning in the 1980s6,9.
Despite advances in oral health, edentulism persists as an important public health problem, especially in the context of global population aging31. According to data from the Global Burden of Disease 202131, the prevalence of edentulism varies in different regions of the world, with rates ranging from 1.3% to 78% among individuals 65 years of age and older31. In 2021, around 26.5 million new cases were registered throughout the world31, with high rates in South America31. In Brazil, although the rate of edentulism among older people dropped from 54% in 2010 to 36.4%10 in 2023, the numbers remain high, revealing a persistent situation of vulnerability. Moreover, global data show that women have a higher burden of edentulism beginning at 20 years of age, with higher rates of incidence, prevalence, and years lived with disability (YLD) than men up to 74 years of age. After the age of 80, a more pronounced decline is observed among women, suggesting possible differences in the pattern of progression and impact of edentulism according to sex31.
Edentulism is associated with unfavorable health outcomes, such as a low quality of life, mortality19,32–35, the aggravation of chronic diseases, and cognitive impairment35. However, a large portion of tooth loss is preventable9,12. The implementation of strategies aimed at the prevention and control of oral diseases is needed in all age groups for the preservation of quality of life and general health, especially in view of the aging of the Brazilian population.
Differences between the sexes in EF-LE are also noteworthy. A possible explanation for the higher burden of tooth loss among women is the greater use of dental services, which, depending on the practice, can result in overtreatment and tooth loss9,12,36. High dental costs often make treatment unfeasible, thus favoring extraction12. Moreover, the prevalence of dental caries tends to be higher in the female sex in different contexts and age groups, which may be explained by biological, hormonal, and social factors37. These data underscore the need for measures that promote the reduction of inequalities in oral diseases, especially in relation to tooth loss, and increase tooth retention throughout life, especially in women, contributing to their healthy aging.
Despite the lower EF-LE among women, the results showed that they live longer with good self-rated oral health. To the best of our knowledge, this is the first study to assess healthy life expectancy based on self-rated oral health. Brazilian studies28,38 investigated healthy life expectancy based on self-rated general health have indicated that women tend to live longer with good health. However, evidence from Brazil39, Chile40, and China41 indicates that women live proportionally fewer years in good health, despite their greater longevity. These findings highlight the complexity of the health-survival paradox between the sexes.
The recovery of oral health with the use of dental prostheses can exert a positive impact on self-image and behavior. The reestablishment of chewing function, speech, and dental aesthetics leads to improvements in social aspects and quality of life30,42. A previous study showed that older people with zero to nine teeth who wore dentures lived an average of three years longer without disability compared to those who did not wear dentures30. The difference was one year among those with 10 to 19 teeth. This indicates that the use of prostheses can attenuate the negative impacts of a compromised dentition, especially among the most severely affected individuals30.
The greater use of dental prostheses among women has been attributed to the higher frequency of dental appointments and greater concern for self-care among women6,43. The impact of tooth loss is greater among women than men42. Edentulous women tend to feel less confident and more embarrassed because they believe that edentulism makes them less attractive42. Thus, it is likely that the greater use of dental prostheses among women contributes to a better self-assessment of their oral health.
The present study also demonstrated that, although older people have a lower proportion of years to be lived without edentulism, both older men and women tend to live longer with good self-rated oral health. These data suggest that subjective oral health indicators can capture dimensions of well-being and adaptation that are not revealed by objective clinical measures. Other national and international studies have also found better self-rated oral health among the older people15,44,45. The acceptance of tooth loss as part of the aging process may help explain this perception. A study investigating the impact of oral diseases on quality-adjusted life expectancy (QALE) among adults in the United States showed that tooth loss had less of an effect among older people, whereas the impact of dental caries was greater in this age group32. These findings suggest that older people may adapt better to the absence of teeth over time.
One limitation of the present study was the lack of a clinical examination to diagnose the oral health status of the interviewees. However, the literature reports the high validity of self-perception with regards to the number of one’s teeth46,47. The use of self-reported measures in population-based surveys constitutes a viable, low-cost, far-reaching option13. Surveys that use self-reported oral health data collected through a questionnaire applied by trained interviewers constitute an option with a shorter execution time and without the need for health professionals, which is important for large-scale population-based investigations14. Another limitation regards the scarcity of studies in the literature on healthy life expectancy based on oral health indicators, hindering direct comparisons and the positioning of the findings in broader contexts. Moreover, although Chiang’s and Sullivan’s methods enable the estimation of healthy life expectancy, the present study did not have a longitudinal design. Thus, estimates of edentulism-free life expectancy and life expectancy with good oral health are inferences derived from aggregated prevalence and mortality data and therefore do not reflect individual trajectories, as no follow-up was conducted of cohorts over time. However, one should bear in mind that longitudinal oral health data are not common and multi-state methods for calculating healthy life expectancy that capture transition rates between health states produce similar results48. Therefore, Chiang’s and Sullivan’s methods are solid alternatives to cohort mortality tables and multi-state methods.
For an aging society, public health must focus efforts not only on increasing life expectancy, but also on increasing healthy life expectancy, including that related to oral health, which has important implications for the health and well-being of the population. Thus, our study offers an original contribution by estimating healthy life expectancy based on different oral health indicators, which is an issue that has not previously been explored in the literature. The approach adopted is particularly relevant, as it included all adults and not only older people. Moreover, the literature has demonstrated the relevance of using different indicators to gain a better understanding of the magnitude of differences in health between the sexes and points out that the analysis of healthy life expectancy for this purpose is an important tool28,49.
Belon et al.28 analyzed differences in healthy life expectancy between the sexes and found different results depending on the health indicator studied: older women could expect to live longer and most of the years would be spent with better self-rated health. However, they would live longer years with functional limitations compared to older Brazilian men. Our results add evidence to this discussion and enrich it with data for oral health by demonstrating that, although women had a lower proportion of life without edentulism, this did not prevent them from living longer with good self-rated oral health. Therefore, in addition to preventing tooth loss, it is necessary to promote access to rehabilitation, such as dental prostheses, especially among the most vulnerable groups, to ensure healthier and more equitable aging.
CONCLUSION
Our study on edentulism-free life expectancy (EF-LE) and life expectancy with good self-rated oral health (GOH-LE) in the population of Campinas revealed important differences related to age and sex. EF-LE was higher among young people, with a downward trend in absolute and proportional terms beginning at 60 years of age. In contrast, GOH-LE demonstrated the opposite behavior – an increasing proportion of years lived with good oral health with the advance in age. Differences between the sexes were also found. Although women at 20 years of age have a higher EF-LE in absolute years, men tend to live a larger portion of the rest of their lives without edentulism. With regards to GOH-LE, women had a longer life span with good oral health.
These results highlight oral health inequalities throughout life and between the sexes, underscoring the need for targeted interventions that consider age and gender differences to promote improvements in the oral health of the population. Studies on EF-LE and GOH-LE can guide healthy aging policies, prioritizing oral health through preventive actions, expanding access to dental services, and reducing inequalities. Such measures can favor the maintenance of teeth over the years, reduce disability, and improve quality of life, thus contributing to healthy longevity. The continuous monitoring of these indicators enriches the discussion on health in old age and plays a fundamental role in the planning of sustainable societies in the face of the challenge of population aging.
The dataset of this article is available in the SciELO Data repository in the Science & Collective Health Dataverse through the link: https://doi.org/10.48331/SCIELODATA.IZTHKX
REFERENCES
1. Patel J, Wallace J, Doshi M, Gadanya M, Yahya BI, Roseman J, Srisilapanan P. Oral health for healthy ageing. Lancet Heal Longev. 2021;2(8):e521.doi: 10.1016/S2666-7568(21)00142-2.
2. Vollset SE, Goren E, Yuan C-W, Cao J, Smith AE, Hsiao T, et al. Fertility, mortality, migration, and population scenarios for 195 countries and territories from 2017 to 2100: a forecasting analysis for the Global Burden of Disease Study. Lancet. 2020;396(10258):1285–306. doi:10.1016/S0140-6736(20)30677-2.
3. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Projeção da população do Brasil e das Unidades da Federação: 2000 a 2070 [Internet]. Rio de Janeiro: IBGE; 2021 [acesso em dez 2022]. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/9109-projecao-da-populacao.html
4. Fukai K, Ogawa H, Hescot P. Oral health for healthy longevity in an ageing society: maintaining momentum and moving forward. Int Dent J. 2017;67:3–6. doi: 10.1111/idj.12347.
5. Guiotoku SK, Moysés ST, Moysés SJ, França BHS, Bisinelli JC. Iniquidades raciais em saúde bucal no Brasil. Rev Panam Salud Pública. 2012;31(2):135–41.
6. Nico LS, Peres MA. Saúde Bucal autorreferida da população adulta brasileira : resultados da Pesquisa Nacional de Saúde 2013.Ciênc. saúde colet. 2013; 389–98. doi:10.1590/1413-81232015212.25942015.
7. GBD 2015 Disease and Injury Incidence and Prevalence Collaborators. Global, regional, and national incidence, prevalence, and years lived with disability for 310 diseases and injuries, 1990–2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015. Lancet. 2016;388(10053):1545–602. doi:10.1016/S0140-6736(16)31678-6.
8. GBD 2017 Oral Disorders Collaborators. Global, regional, and national levels and trends in burden of oral conditions from 1990 to 2017: a systematic analysis for the Global Burden of Disease 2017 Study. J Dent Res. 2020;99(4):362–73. doi:10.1177/0022034520908533.
9. Peres MA, Barbato PR, Reis SCGB, Freitas CHSDM, Antunes JLF. Tooth loss in Brazil: analysis of the 2010 Brazilian oral health survey. Rev Saude Publica. 2014;47(SUPPL.3):78–89. doi: 10.1590/s0034-8910.2013047004226.
10. Brasil. Ministério da Saúde. SB Brasil 2023: Pesquisa Nacional de Saúde Bucal: resultados principais [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2024 [acesso em 20 de maio 2025]. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saps/brasil-sorridente/sb-brasil.
11. Teixeira DSDC, Frazão P, Alencar GP, Baquero OS, Narvai PC, Lebrão ML, Duarte YAO. Estudo prospectivo da perda dentária em uma coorte de idosos dentados. Cad Saude Publica. 2016;32(8):1–12. doi:10.1590/0102-311X00017215.
12. Barbato PR, Nagano HCM, Zanchet FN, Boing AF, Peres MA. Tooth loss and associated socioeconomic, demographic, and dental-care factors in brazilian adults: an analysis of the Brazilian Oral Health Survey, 2002-2003. Cad Saude Publica. 2007;23(8):1803–14.
13. Luchi CA, Peres KG, Bastos JL, Peres MA. Desigualdades na autoavaliação da saúde bucal em adultos. 2013;47(4):740–51. doi:10.1590/S0034 8910.2013047004364.
14. Levin L, Bechor R, Sandler V, Samorodnitzky-Naveh G. Association of self-perceived periodontal status with oral hygiene, probing depth and alveolar bone level among young adults. N Y State Dent J. 2011;77(1):29–32.
15. Matos DL, Lima-Costa MF. Auto-avaliação da saúde bucal entre adultos e idosos residentes na Região Sudeste : resultados do Projeto SB-Brasil, 2003. Cad. Saúde Pública. 2006;22(8):1699–707. doi: 10.1590/S0102-311X2006000800018.
16. Dias D, Barros R, Ii DH, Vidal S, Torres DS, Rosário L, Neri Al, Antunes JFL. Autopercepção da saúde bucal em idosos e fatores associados em Campinas , SP , 2008-2009. Rev. Saúde Pública. 2011;45(6):1145–53.
17. Matsuyama Y, Aida J, Watt RG, Tsuboya T, Koyama S, Sato Y, Kondo K, Osaka K. Dental status and compression of life expectancy with disability. J Dent Res. 2017;96(9):1006–13. doi: 10.1177/0022034517713166.
18. Oliveira EJP, Alves LC, de Oliveira Duarte YA, Andrade FB. Life expectancy with negative physical oral health impact on quality of life in older adults. Cad Saude Publica. 2020;36(6). doi: 10.1590/0102-311X00119119.
19. Oliveira EJP, Alves LC, Duarte YA de O, Bof de Andrade F. Edentulism-free life expectancy among older Brazilian adults: SABE study, 2006-2016. Gerodontology. 2021; 38(4):429-436. doi: 10.1111/ger.12541.
20. Chiu C-T, Chan A, Ma S, Saito Y. Active life expectancy for elderly Singaporeans by number of teeth and chewing ability. In: 28th Annual REVES Meeting; 2016 jun 6–8; Vienna, Austria. REVES; 2016.
21. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde. [acesso em 20 dez 2023]. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/svsa/sistemas-de-informacao/sim
22. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos – SINASC [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; [acesso em 20 dez 2023]. Disponível em: https://svs.aids.gov.br/daent/cgiae/sinasc/.
23. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Censo Demográfico 2010: características gerais da população, religião e pessoas com deficiência [Internet]. Rio de Janeiro: IBGE; 2012 [acesso em 10 dez 2023]. Disponível em: https://censo2010.ibge.gov.br/.
24. Barros MBA, Lima MG. Retratos da Saude em Campinas sob as lentes do inquerito ISACamp. 1a ed. Campinas, SP: Editora Pontes; 2022.
25. Borrell LN, Taylor GW, Borgnakke WS, Woolfolk MW, Nyquist LV. Perception of general and oral health in White and African American adults: assessing the effect of neighborhood socioeconomic conditions. Community Dent Oral Epidemiol. 2004;32(6):363–73. doi:10.1111/j.1600-0528.2004.00177.x.
26. Moura C, Gusmão ES, Santillo PMH, Soares RSC, Cimões R. Autoavaliação da saúde bucal e fatores associados entre adultos em áreas de assentamento rural, Estado de Pernambuco, Brasil. Cad Saúde Pública. 2014;30(3):611–22. doi:10.1590/0102-311X00117012.
27. Chiang C. The life table and its applications. Krieger Pu. Malabar, FL: Robert E. 1984.
28. Belon AP, Lima MG, Barros MBA. Gender differences in healthy life expectancy among Brazilian elderly. Health Qual Life Outcomes. 2014;12(1):1–10. doi: 10.1186/1477-7525-12-88.
29. Sullivan DF. A single index of mortality and morbidity. HSMHA Health Rep. 1971;86(4):347–54.
30. Yamato M, Matsuyama S, Murakami Y, Aida J, Lu Y, Sugawara Y, et al. Association between the number of remaining teeth and disability-free life expectancy, and the impact of oral self-care in older Japanese adults: a prospective cohort study. BMC Geriatr. 2022;22(1):1–9. doi.org/10.1186/s12877-022-03541-2.
31. Feng Y, Xiao L, Fu L-L, Gosau M, Vollkommer T, Speth U, Smeets R, Rutkowski R, Friedrich RE, Yan M. Global, regional and national burden of edentulism and periodontal diseases from 1990 to 2021: analysis of risk factors and prediction of trends in 2050. In Vivo. 2025;39(3):1148–61. doi:10.21873/invivo.13919.
32. Matsuyama Y, Tsakos G, Listl S, Aida J, Watt RG. Impact of Dental Diseases on quality-adjusted life expectancy in US adults. J Dent Res. 2019;98(5):510–6. doi: 10.1177/0022034519833353.
33. Polzer I, Schwahn C, Völzke H, Mundt T, Biffar R. The association of tooth loss with all-cause and circulatory mortality. Is there a benefit of replaced teeth? A systematic review and meta-analysis. Clin Oral Investig. 2012;16(2):333–51. doi: 10.1007/s00784-011-0625-9.
34. Wu B, Fillenbaum GG, Plassman BL, Guo L. Association between oral health and cognitive status: a systematic review. J Am Geriatr Soc. 2016;64(4):739–51. doi: 10.1111/jgs.14036.
35. Zhao X, Zhang Q, Tao S, Zhou W, Jia P-Y. Association of edentulism and all-cause mortality in Chinese older adults: do sex differences exist? Public Health. 2023;221:184–9. doi:10.1016/j.puhe.2023.05.018.
36. Silva DD , Rihs LB, Sousa MLR . Fatores associados à presença de dentes em adultos de São Paulo, Brasil. Cad Saude Publica. 2009;25(11):2407–18. doi:/10.1590/S0102-311X2009001100011.
37. Lipsky MS, Su S, Crespo CJ, Hung M. Men and oral health: a review of sex and gender differences. Am J Mens Health. 2021;15(3):1–8. doi:10.1177/15579883211016361.
38. Camargos MCS, Gonzaga MR. Viver mais e melhor? Estimativas de expectativa de vida saudável para a população brasileira. Cad Saúde Pública. 2015;31(7):1460–72. doi:10.1590/0102-311X00128914.
39. Szwarcwald CL, Souza Júnior PRB, Marques AP, Almeida WS, Romero DE. Inequalities in healthy life expectancy by Brazilian geographic regions: findings from the National Health Survey, 2013. Int J Equity Health. 2016;15:141. doi:10.1186/s12939-016-0432-7.
40. Moreno X, Lera L, Albala C. Disability-free life expectancy and life expectancy in good self-rated health in Chile: Gender differences and compression of morbidity between 2009 and 2016. PLoS One. 2020;15(4):e0232445. doi:10.1371/journal.pone.0232445.
41. Liu Z, Zheng H, Wu Y, Wang S, Liu Y, Hu S. Self-Rated Healthy Life Expectancy Changes in Jiangxi Province of China by Gender and Urban–Rural Differences, 2013–2018. Front Public Heal. 2021;(8):1–12.
42. Probst LF, Ambrosano GMB, Cortellazzi KL, Guerra LM, Ribeiro-Dasilva M, Tomar S, Ciarântola M, Konkowski IPS, Posobon RF. Fatores associados aos sentimentos decorrentes da perda dentária total e às expectativas de reposição protética em adultos e idosos. Cad Saúde Coletiva. 2016;24(3):347–54. doi: 10.1590/1414-462X201600030244.
43. Azevedo JS, Azevedo MS, Oliveira LJC, Correa MB, Demarco FF. Needs for dental prostheses and their use in elderly brazilians according to the national oral health survey (SBBrazil 2010): Prevalence rates and associated factors. Cad Saude Publica. 2017;33(8):1–12. doi: 10.1590/0102-311X00054016.
44. Martins AMEBL, Barreto SM, Pordeus IA. Auto-avaliação de saúde bucal em idosos : análise com base em modelo multidimensional. Cad. Saude Publica. 2009;25(2):421–35. doi:10.1590/S0102-311X2009000200021.
45. Slade GD, Sanders AE. The paradox of better subjective oral health in older age. J Dent Res. 2011;90(11):1279–85. doi: 10.1177/0022034511421931.
46. Pedro REL, Bós AJG, Maria D, Padilha DMP, Silva Filho IG. Validação de entrevista por telefone para avaliação da saúde bucal em idosos.RBCEH. 2011;8 (2) 213–20. doi:10.5335.
47. Ramos RQ, Bastos JL, Peres MA. Validade diagnóstica de agravos bucais autorreferidos em inquéritos populacionais: Revisão da literatura. Rev Bras Epidemiol. 2013;16(3):716–28.
48. Jagger C, Van Oyen H, Robine JM. Health expectancy calculation by the Sullivan method: a practical guide. 4th ed. Montpellier: European Health Expectancy Monitoring Unit; 2014. (EHEMU Technical report 2006_3).
49. Oksuzyan A, Bronnum-Hansen H, Jeune B. Gender gap in health expectancy. Eur J Ageing. 2010;7(4):213–8. doi: 10.1007/s10433-010-0170-4.
Como
Citar
Fehlberg, BK, Belon, AP, Barros, MBA, Lima, MG. EXPECTATIVA DE VIDA SAUDÁVEL EM RELAÇÃO A INDICADORES DE SAÚDE BUCAL. CAMPINAS, SP. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2025/out). [Citado em 05/12/2025].
Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/expectativa-de-vida-saudavel-em-relacao-a-indicadores-de-saude-bucal-campinas-sp/19823