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0186/2025 - Homens que fazem sexo com homens (HSH) – representações e práticas de prevenção das infecções de transmissão sexual
Men who have sex with men (MSM) – representations and practices for the prevention of sexually transmitted infections

Autor:

• Hugo de Andrade Peixoto - Peixoto, HA - <hugodeandradepeixoto@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8982-158X

Coautor(es):

• Thelma Spindola - Spindola, T - <tspindola.uerj@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1785-5828

• Sergio Corrêa Marques - Marques, SC - <https://orcid.org/0000-0003-2597-4875>
ORCID: sergiocmarques@uol.com.br

• Denize Cristina de Oliveira - Oliveira, DC - <dcouerj@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0830-0935

• Vinicius Rodrigues Fernandes da Fonte - Fonte, VRF - <vrffonte@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9709-4669

• Laercio Deleon de Mello - Mello, LD - <laercio.deleon@jf.universo.edu.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8470-7040



Resumo:

Estudo descritivo, qualitativo, apoiado na Teoria das Representações Sociais, na abordagem estrutural. Objetivou analisar as representações sociais das práticas de prevenção das infecções sexualmente transmissíveis no grupo de homens que fazem sexo com homens (HSH). Participaram cem homens homossexuais, na faixa etária de 18 a 29 anos, que responderam a um questionário para caracterização social e de práticas, e a um formulário de evocações livres, ao termo indutor “prevenção de DST”. As evocações livres foram analisadas com as técnicas de análise prototípica e de similitude. O grupo investigado tinha idades entre 26-29 anos, (65%); informou presença de parceria sexual fixa (67%) e 45% utilizaram, nos últimos 12 meses, o preservativo de forma inconsistente ou esporádica. Na análise prototípica, os elementos que constituem o provável núcleo central foram preservativos, PrEP e cuidado, o que foi reforçado pela análise de similitude. A representação social sobre a prevenção das infecções de transmissão sexual de HSH está ancorada no cuidado de si, contudo o tipo de parceria sexual e a confiança no parceiro são fatores definidores para a adesão ou não às práticas de prevenção das infecções.

Palavras-chave:

Infecções Sexualmente Transmissíveis. Saúde do Homem. Sexualidade. Representação social

Abstract:

This is a descriptive, qualitative study, supported by the Theory of Social Representations, in the structural approach. The objective of this study was to analyze the social representations of sexually transmitted infection prevention practices in the group of men who have sex with men (MSM). One hundred homosexual men, aged 18 to 29 years, participated in the study, who answered a questionnaire for social and practice characterization, and a free evocation form, to the inducing term "STD prevention". Free evocations were analyzed with prototypical and similarity analysis techniques. The investigated group was aged between 26 and 29 years (65%); reported the presence of a fixed sexual partner (67%) and 45% had used condoms inconsistently or sporadically in the last 12 months. In the prototypical analysis, the elements that constitute the probable central nucleus were condoms, PrEP and care, which was reinforced by the similarity analysis. The social representation of the prevention of sexually transmitted infections of MSM is anchored in self-care, however the type of sexual partnership and trust in the partner are defining factors for adherence or not to infection prevention practices.

Keywords:

Sexually Transmitted Infections. Men's Health. Sexuality. Social representation

Conteúdo:

Introdução
As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) são consideradas um problema de saúde pública mundial pelo qual oito patógenos, incluindo vírus e bactérias, são os responsáveis, sendo eles: clamídia, gonorreia, sífilis, Human Immuno Deficiency Vírus (HIV), Herpes Vírus Simples (HSV), hepatite B, hepatite C e Human Papilloma Vírus (HPV), que são considerados os mais incidentes.1
A adoção de práticas sexuais inseguras torna o grupo jovem vulnerável a essas patologias. Um conjunto de fatores contribuem para esse cenário, como as condições socioambientais dos indivíduos, além das características inerentes ao público jovem, sejam elas físicas ou psicológicas, que, somadas ao uso de Substâncias Psicoativas (SPA), podem gerar a adoção de Comportamentos Sexuais de Risco (CSR).1-3
No que tange às relações de gênero, indivíduos do sexo masculino são mais expostos às ISTs, como o HIV/aids, buscando as unidades de saúde para realizar os testes após uma relação sexual desprotegida. Assumem, assim, o risco e aumentam as chances de exposição às ISTs, tornando-se um grupo mais vulnerável a tal problemática.4
A noção de vulnerabilidade demonstra que a chance de exposição das pessoas aos agravos de saúde não está apenas associada a um conjunto de atitudes individuais, mas também coletivas, que tornam os indivíduos mais susceptíveis a infecções e ao adoecimento.5A vulnerabilidade pode ser classificada segundo as dimensões: 1) Individual - avalia os aspectos pessoais e o modo de vida das pessoas, os quais podem contribuir para a exposição aos agravos; 2) Social - analisa os fatores contextuais que definem a vulnerabilidade individual, incluindo aspectos materiais, culturais, políticos e morais do cotidiano na sociedade; e 3) Programática - avalia como as instituições de atenção à saúde, educação, bem-estar social e cultura atuam em relação às condições sociais de vulnerabilidade.5
A vulnerabilidade masculina às ISTs está associada aos níveis individual e coletivo. O primeiro nível está relacionado à baixa percepção dos riscos. No aspecto coletivo, está diretamente relacionado às questões sociais de gênero, com uma visão fantasiosa de invulnerabilidade, e influencia diretamente a adesão dos homens em campanhas preventivas.4 Acrescenta-se que os modos de pensar e representar o mundo constituem-se como fatores de vulnerabilidade individual e social, definindo práticas.
Nas práticas de prevenção de IST para homens jovens, o tipo de parceria é um fator determinante. A ideia de introduzir o método preventivo em um relacionamento sério pode ser sinônimo de infidelidade e falta de confiança no parceiro. Referem que usar preservativo pode ser ruim, desconfortável e diminuidor da ereção, apesar de reconhecerem a importância do seu emprego nas relações sexuais. A autopercepção da possibilidade de aquisição de uma IST parece ser algo distante para esses indivíduos, mesmo quando o uso da camisinha é inconsistente.4,6
A desigualdade nas relações de gênero corrobora para o aumento da vulnerabilidade masculina às ISTs. O uso do preservativo é vinculado como função prioritária de método anticoncepcional e, poucas vezes, se referem a ele como fator de proteção contra ISTs. O tempo de relacionamento entre parceiros, a diminuição do prazer e o tipo de relação afetivo-sexual, foram apontados como fatores que se opõem ao uso do preservativo.7
Estudo com homens que fazem sexo com homens (HSH) demonstrou que eles possuem maior vulnerabilidade às ISTs, pois esses indivíduos tiveram mais chances de não aderir ao uso do preservativo masculino, quando comparados aos homens de outras categorias sexuais. Indivíduos que tiveram prática sexual com parceiros fixos, prática sexual anal insertiva, utilizavam bebidas alcoólicas e já tiveram algum diagnóstico de IST apresentavam maior probabilidade de não utilizar o método preventivo.8
Para avaliar a influência das características sociais, comportamentais e de consumo no sexo anal desprotegido entre HSH, foram observados fatores que potencializam as chances de vulnerabilidade dessa população às ISTs, ou seja, que potencializam as chances de realizar o sexo anal sem uso de preservativo, sendo eles: ter tido três ou mais parceiros nos últimos 30 dias; adotar a prática bareback como fetiche; preferir mídias sexuais explícitas, com cenas bareback, sexo anal sem uso de preservativos entre HSH; ter parceria sexual casual e possuir conhecimento sobre o status sorológico negativo do parceiro para o HIV.9
Estudo realizado com a população HSH chinesa demonstrou fatores que podem corroborar o uso positivo do preservativo nesse grupo, tendo uma relação direta com o nível de escolaridade. Os fatores contribuintes para o não uso do método estavam relacionados a problemas de saúde mental como depressão e experiências relacionadas a violência sexual entre parceiros íntimos.10
Acrescenta-se que as práticas de prevenção de IST incluem outras estratégias complementares, além do uso de preservativos, como realizar a prevenção contra o HPV por meio da vacinação; a profilaxia pré-exposição (PrEP), quando indicado; a profilaxia pós-exposição (PEP) e a testagem regular.11
O desenvolvimento de práticas de prevenção pressupõe a construção de um pensamento social sobre o objeto. Assim, a adoção da Teoria das Representações Sociais (TRS) neste estudo pauta-se na necessidade de compreensão desses modos de pensar que dão suporte (ou não) às práticas. Representar corresponde a um ato de pensamento pelo qual o sujeito se relaciona com um objeto. Este pode ser uma pessoa, uma coisa, um evento material, psíquico, um fenômeno natural, uma ideia e uma teoria12. As RS são definidas como uma “forma de conhecimento, socialmente elaborada e partilhada, com um objetivo prático, e que contribui para a construção de uma realidade comum a um conjunto social.”12:36
A importância do uso da TRS neste estudo pauta-se nas relações entre representações e práticas, ou seja, entre os modos de pensar e o agir em saúde. Em determinadas circunstâncias, observam-se práticas exercidas pelo grupo social em desacordo com a representação do objeto, conforme observado em diferentes estudos sobre prevenção de IST. A introdução de elementos estranhos ao contexto da representação pode ocasionar mudanças irreversíveis nas práticas dos sujeitos e, consequentemente, acarretar a transformação da representação.13 Parte-se, portanto, da hipótese de que as representações são condição das práticas e as práticas funcionam como determinantes da representação, conforme proposto por Rouquette14.
Nessa perspectiva, a presente pesquisa tem o objetivo de analisar as RS das práticas de prevenção das ISTs de homens que fazem sexo com homens. Acredita-se que esta investigação é relevante e pode contribuir para a reflexão dos profissionais de saúde no atendimento a essa população, à medida que discute práticas sexuais, prevenção de IST por HSH e as RS desse grupo frente aos seus comportamentos sexuais, dimensão prática das RS. Aborda peculiaridades que podem auxiliar os profissionais a perceberem essa população de modo individualizado e a ofertarem práticas educativas que favoreçam a diminuição da ocorrência de ISTs neste grupo.
O caráter inédito desta pesquisa, circunscreve-se aos constructos representacionais apresentados sobre as ISTs na ótica de HSH. Os resultados permitem compreender a percepção deste grupo sobre o objeto representacional e como modulam os comportamentos, distinguindo-se de outros resultados apresentados na literatura científica nacional e internacional.
Metodologia
Trata-se de uma investigação descritiva, qualitativa, pautada na TRS com emprego da abordagem estrutural. A abordagem estrutural considera que existe um núcleo central em torno do qual a RS se estrutura, em que estão inclusos sistemas de valores e normas sociais que compõem o meio ideológico vigente no momento. Já os elementos periféricos são os componentes mais acessíveis, dinâmicos e concretos da representação, integram as experiências cotidianas e são os mais individualizados e localizados.15
A coleta de dados ocorreu no período de setembro a novembro de 2022, no município do Rio de Janeiro. Estabeleceu-se o contato prévio com os participantes através de sites de relacionamento e se solicitou também a indicação de outros indivíduos que se enquadravam nos critérios de inclusão da pesquisa, sendo agendados dia e hora para a captação das informações. Todos os procedimentos éticos de pesquisa foram respeitados, ou seja, o estudo foi apreciado por uma Comissão de Ética em Pesquisa e os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Participaram do estudo cem indivíduos do sexo masculino que atenderam aos critérios de inclusão: ser homossexual, sexualmente ativo e estar na faixa etária entre 18 e 29 anos. Não foram incluídos na amostra homens que se declararam bissexuais, para evitar confundimento.
Foram utilizados dois instrumentos para a coleta de dados, um questionário para caracterização social e um formulário para captar as evocações livres. O questionário estava organizado com 30 questões, contendo variáveis sociodemográficas, questões sobre os conhecimentos, atitudes, práticas sexuais e de prevenção de IST. A captação das evocações livres, ou associação livre de palavras, deu-se pela aplicação do formulário, tendo como termo indutor a expressão “Prevenção de DST”. A sigla “DST” foi empregada na captação das evocações por ser mais reconhecida pelo público em geral.
Os dados de caracterização social e de práticas foram organizados em uma planilha do Software Excel e analisados com emprego de estatística descritiva, sendo evidenciadas as frequências absolutas e relativas. Na análise prototípica, as palavras evocadas pelos participantes inicialmente passaram por um procedimento de redução da dispersão do corpus, com a padronização das palavras que apresentavam o mesmo significado. A análise dos dados foi realizada com o software Ensemble de Programmes Permettant L'analyse des Évocations (EVOC), que possibilitou a construção do quadro de quatro casas. Na análise das evocações, foram considerados os critérios de frequência e de importância pela ordem de aparição dos termos produzidos.15-17
A partir de um dicionário de palavras produzidas, o software EVOC calculou e informou a frequência simples de ocorrência de cada palavra, a média ponderada de ocorrência e a média das ordens médias ponderadas do conjunto de termos evocados. Diante disso, foi definido um ponto de corte para a frequência mínima e calculada a frequência média de acordo com a Lei de Zipf. A partir dessas informações, foi construído o “quadro de quatro casas”, em que foram demonstrados os elementos do possível núcleo central, os elementos de contraste e os elementos periféricos da RS.15-17
A análise prototípica não assegura a centralidade dos elementos do núcleo da representação, mas evidencia indicações prováveis.18 Considerando essa limitação da técnica, utilizou-se uma segunda técnica de indicação da centralidade da representação social do grupo com o desenvolvimento da análise de similitude por coocorrência. O índice de similitude foi calculado conforme técnica proposta por Pecora e Sá19, identificando-se, inicialmente, as coocorrências das palavras que apareceram no quadro de quatro casas. Retornou-se ao corpus das evocações e foram observadas as coocorrências (palavras que apareceram juntas) entre as cinco palavras pronunciadas por cada indivíduo que evocou, pelo menos, duas palavras que apareceram no quadro de quatro casas, haja vista que uma relação de conexidade somente pode existir entre um e outro termo. Identificadas todas as coocorrências existentes, o índice de similitude entre os pares de palavras foi calculado, dividindo-se o número de coocorrências observado no corpus pelo número de participantes envolvidos. Realizados os cálculos, a matriz de similitude foi criada e o grafo de similitude construído. Nesse tipo de análise, busca-se obter as relações de ligação entre os termos produzidos e a análise de distância entre eles, construindo-se, então, o grafo de similitude.19
Resultados
Os participantes da pesquisa foram cem homens homossexuais com a seguinte caracterização: 65% tinham idades entre 26 - 29 anos; 49% autodeclararam cor de pele branca; 66% não possuíam companheiro; 76% tinham trabalho remunerado; 38% informaram uso regular do preservativo; 81% referiram já ter tido relações sexuais com mais de um parceiro no mesmo período; nos últimos 12 meses, 67% tiveram parceria fixa e 45% utilizaram o preservativo de forma inconsistente; 79% informaram parcerias casuais e, destes, 59% utilizaram a camisinha em todas as relações.
No que concerne aos conteúdos representacionais identificados a partir das evocações livres ao termo indutor “Prevenção de DST”, o software EVOC evidenciou que houve a produção pelos participantes (n=100) de 497 palavras ou expressões, das quais 89 foram diferentes. Para a organização do quadro de quatro casas adotou-se a frequência mínima 8, a frequência média 20 e OME 3,00. Considerando os procedimentos e parâmetros enunciados, com o auxílio do software EVOC, foi elaborado o quadro de quatro casas apresentado no Quadro 1.
QUADRO 1
Os cognemas que constituem o provável núcleo central da representação social, os mais importantes em termos de saliência e localizados no quadrante superior esquerdo, foram: preservativos, PrEP e cuidado.
Esses elementos constituem a parte mais estável da representação, portanto, aquela que resiste às mudanças.20,21 De acordo com a Teoria do Núcleo Central (TNC), o núcleo é determinado pela natureza do objeto representado, pelos tipos de relação que o grupo social mantém com esse objeto e pelo sistema de valores e normas sociais que constituem o meio ambiente ideológico do momento e do grupo.20,22
Os elementos possivelmente centrais analisados parecem indicar que, para os HSH, a prevenção de IST é um fenômeno definido pelo uso de preservativos, pela profilaxia pré-exposição ao HIV e se traduz como um cuidado de si. O termo preservativos foi o que teve a maior frequência (80), sendo o mais evocado pelos jovens e, ao mesmo tempo, teve a menor média da ordem média de evocação (OME), que foi 1,700, significando que foi o mais prontamente evocado, ou seja, lembrado primeiramente com mais espontaneidade pelos participantes.
Ainda a respeito da organização do quadro de quatro casas, Abric20 afirma que os demais cognemas, obedecendo também à hierarquia e à frequência, compõem os quadrantes da representação: zona de contraste e elementos periféricos, que correspondem ao quadrante inferior esquerdo e aos quadrantes superior e inferior direito, respectivamente.
Assim, verifica-se que, no quadrante superior direito, primeira periferia, estão os cognemas cuja frequência é igual ou superior à frequência média, mas que não foram tão prontamente lembrados, são eles: informação e tratamento. Observa-se que são conteúdos que guardam relação com o conhecimento/informação como necessários à prevenção, aos modos de transmissão das ISTs e algumas práticas que devem ser adotadas para evitar ou controlar a transmissão.
No quadrante inferior direito, estão localizados os cognemas que tiveram uma frequência baixa e que foram lembrados mais tardiamente, caracterizando a segunda periferia. São eles: testagem-dst, prevenção, educação, sexo, SUS, parceria-sexual, PEP, higiene e conhecimento. Esses cognemas estão ligados ao contexto mais imediato de vida dos participantes e às práticas cotidianas e se referem às dimensões educativa/conhecimento como suporte para as práticas de prevenção e a utilização de tecnologias para a prevenção no contexto do SUS.
No quadrante inferior esquerdo ou zona de contraste, estão localizados os cognemas cuja frequência é inferior à média, mas que foram prontamente mencionados por alguns participantes, são eles: saúde, exames e responsabilidade. No contexto da TNC, este quadrante pode evidenciar um subgrupo que pensa diferente dos demais participantes ou mesmo estar reforçando o núcleo central ou os elementos periféricos. Neste estudo, parece se observar um atributo novo relativo à prevenção, qual seja, o da responsabilização individual por sua prática. Esse atributo não foi observado no núcleo central nem na periferia.
A seguir, será apresentado o grafo de similitude, mostrando os cognemas que estabeleceram maior número de conexões, dando uma segunda indicação da centralidade da representação. Assim, foram identificados 90 participantes que evocaram, no mínimo, dois cognemas presentes no quadro de quatro casas (Figura 1). Obteve-se como resultado um grafo de similitude, em que se pode observar os cognemas ligados entre si (vértices dos grafos), expressando a força de ligação entre os conteúdos representacionais.16
FIGURA 1
Observa-se no grafo de similitude que os cognemas presentes são: preservativos, cuidado, testagem-dst, prevenção, informação, exame, saúde, PEP, PrEP e tratamento, totalizando dez elementos evocados. Verifica-se que o cognema que mais estabeleceu conexões (oito) foi preservativos, além de estabelecer as ligações mais fortes com os demais. Esses indicadores reforçam a possibilidade de sua centralidade na RS analisada. As ligações mais fortes apresentadas são com cuidado (0,16), testagem-DST (0,15) e prevenção (0,14), no entanto as demais ligações são igualmente fortes, variando de 0,11 a 0,13. A centralidade dos elementos PrEP e cuidado não parece se confirmar nessa análise, uma vez que não se apresentam como irradiadores de coocorrências com outros termos.
Discussão
No que se refere à caracterização do grupo de HSH, a faixa etária prevalente foi de 26 a 29 anos. Outras pesquisas com a população jovem identificaram resultados divergentes no que concerne ao recorte etário, com registros no intervalo entre 18 e 25 anos.9,23 Quanto a cor da pele, metade do grupo se autodeclarou branco, e trabalhando com ganho financeiro, o que demonstra um fator de privilégio social desse grupo.
Pesquisa realizada com população de HSH demonstrou que o marcador social é importante no que diz respeito às diferenças de oportunidades. Assim, pessoas de cor da pele branca têm maiores possibilidades de um melhor posicionamento social, mesmo os indivíduos de classe média baixa. Para outros participantes, entretanto, a condição de ser negro e gay é um fator de dificuldade social.24 Outras investigações com a população de HSH, evidenciaram que a maioria dos participantes tem cor de pele preta ou parda.24,25
Entre os participantes, 66% não possuíam companheiro e 81% informaram a presença de mais de um parceiro sexual no mesmo período. Pesquisa com a população de HSH demonstrou alta rotatividade de parceiros sexuais e a prática de sexo grupal, sendo estes fatores da vulnerabilidade individual desses indivíduos às IST.9
No grupo investigado, 38% informaram uso continuado do preservativo nas relações sexuais. Uma investigação constatou que a motivação para o não uso do preservativo por HSH está relacionada a alguns fatores como o conhecimento, a confiança no parceiro, o “tesão” no momento do ato sexual, o efeito do álcool e outras drogas e não ter a camisinha no momento26. As chances de um indivíduo do grupo de HSH praticar o ato sexual sem o uso do preservativo podem estar aumentadas pela quantidade de parceiros, pelo tipo de parceria sexual estabelecida, pelas estratégias de proteção adotadas e pela fetichização da prática bareback, que pode ser potencializada pelo fato de preferir assistir mídias sexuais explícitas, em que a prática do sexo sem preservativo tem sido comum.9
Em território colombiano, identificaram-se que este recurso é visto como um método eficaz apenas nas práticas sexuais com penetração. Em práticas com múltiplos parceiros, o uso de um único preservativo é tido como suficiente para as várias penetrações e a terapia antirretroviral, tanto pré quanto pós-exposição, é vista como se autorizasse o não uso da camisinha.27
Entre os participantes, observou-se uma maior adesão dos HSH ao uso desse recurso com parcerias eventuais (19% em relações com parceiros fixos e 59% em relações com parceiros casuais). Pesquisa realizada na Suíça com objetivo de averiguar o uso do preservativo na população local constatou que, entre 2012 e 2017, o uso de preservativo foi maior com parceiros casuais (74% e 83%), em comparação com os parceiros estáveis, com registros de 23% e 33% respectivamente.28 O uso de preservativos com parceiros fixos costuma ser menor que com as parcerias casuais devido a alguns fatores, como a confiança no parceiro, por acreditar que conhece a pessoa e, consequentemente, pode relaxar as medidas protetivas contra IST. Esse dado está presente em outras pesquisas que envolvem o grupo de homens jovens e, entre eles, os HSH.6,26,29
Quanto à análise da representação social da prevenção das ISTs, verifica-se que ela é constituída por elementos que expressam ideias, informações, imagens, atitudes e práticas no contexto de uma estrutura, havendo correspondência com o conceito atribuído por Abric20 ao afirmar que “uma representação social é um conjunto organizado e estruturado de informações, crenças, opiniões e atitudes; ele é um sistema sociocognitivo particular [...]”.20:38
Embora nessa composição não se consiga definir com exatidão as dimensões representacionais presentes, pode-se considerar que estão contempladas, conforme proposto por Moscovici, as dimensões da informação ou conceito, imagética, atitudinal e prática.22,30
Assim, observa-se que o cognema preservativos contempla a dimensão imagética, pois reflete uma imagem difundida na sociedade afeita à prevenção. No entanto, esse cognema também evidencia o conhecimento/informação que o grupo possui ou uma prática a ser seguida em relação à prevenção das ISTs. A dimensão da informação é observada nos cognemas que revelam outras formas de prevenção ou controle das infecções afeitas a tecnologias mais recentes, como a PrEP, tratamento, exames, testagem-dst, PEP, parceria sexual. Quanto à dimensão atitudinal, que se refere ao modo como o indivíduo se posiciona diante do objeto de representação, está contemplada nos cognemas cuidado e responsabilidade.
Foram evidenciados na análise prototípica, como componentes do possível núcleo central, os cognemas preservativos, PrEP e cuidado. No entanto, buscou-se uma segunda indicação da centralidade com a técnica de análise de similitude na qual o cognema preservativos apresentou destaque por possui um maior número de conexões com outros cognemas evocados, o que reforça a hipótese da possível centralidade desse elemento da representação.
Verifica-se haver um núcleo de sentido formado pelo cognema preservativos, com forte indicação de centralidade e, portanto, dando sentido à representação e organizando os demais conteúdos. Assim, avalia-se que, no pensamento do grupo, a prevenção das ISTs tem como elemento central o preservativo, seja numa dimensão cognitiva, isto é, fazendo parte do conhecimento do grupo, ou numa dimensão prática, como uma prática de prevenção de barreira para a transmissão dos agentes infecciosos.
Há que se considerar que a prevenção das ISTs envolve outros aspectos. Ela evidencia um cuidado de si ou do outro, mas que necessita de informação para que possa ser praticada. Por outro lado, apesar da importância atribuída ao preservativo, outras ações ou condutas englobam o conjunto de medidas que podem ser empregadas para a prevenção ou o controle das infecções, como PEP, PrEP e testagem-dst. Esses cognemas mostram que o grupo considera a informação um componente importante para a prevenção e que o tratamento também é uma forma de prevenção, evitando a disseminação das infecções.
Avalia-se que uma parcela do grupo considera três aspectos importantes para a prevenção das ISTs: a prevenção promove ou mantém a saúde; a realização de exames periódicos se caracteriza como um cuidado preventivo, na medida em que poderá detectar precocemente uma infecção; a responsabilização do indivíduo pela adoção desses cuidados com a saúde.
Diante do exposto, e fazendo a triangulação dos resultados, entende-se que os jovens HSH investigados representam o preservativo como principal forma de prevenção das ISTs, mesmo não utilizando esse recurso de forma consistente em todas as relações sexuais. A abordagem racional da existência de uma relação de causalidade entre ter conhecimento e adotar determinadas práticas pode não ser eficaz, podendo apresentar discrepância com as experiências de vida, os sistemas de crença, cultura e valores, fugindo de parâmetros considerados racionais.31 Por outro lado, a presença da PrEP no núcleo central alerta para a transferência da responsabilização pela prevenção para uma tecnologia medicamentosa.
Achados importantes também foram encontrados na primeira periferia e na segunda periferia, demonstrando significações resultantes de uma atividade que faz da representação uma “construção” e uma “expressão” do sujeito, implicando que, se o sujeito fizer exames rotineiramente, testagem para HIV e uso de recursos como a PrEP e a PEP, se prevenirá das ISTs. Nesse sentido, o uso da camisinha pode ser percebido como facultativo, uma vez que outras tecnologias poderiam suprir a necessidade de um método de barreira, considerado desagradável e inconveniente em vários aspectos. Há que se reforçar que o grupo considera a informação um componente importante para a prevenção e o tratamento também como uma forma de prevenção, evitando a disseminação das infecções.
No entanto, o processo de objetivação da RS da prevenção pode ser observado nos cognemas preservativo, PrEP e PEP, conforme discutido. A profilaxia pré-exposição ao HIV consiste no uso de antirretrovirais orais para reduzir o risco de infecção pelo vírus. Os critérios de elegibilidade para a PrEP são concentrados em algumas populações-chave, que respondem pela maioria dos casos novos de infecção, como gays e outros HSH, pessoas transgênero e trabalhadoras do sexo.11
Estudo realizado com gays e HSH apontou que os principais fatores para a conscientização e a motivação para uso da profilaxia estão associados ao conhecimento prévio (redes sociais virtuais, amigos, profissionais de saúde, experiências em serviços de saúde e uso prévio de PEP); à quantidade e à qualidade das relações sexuais (maior ou menor frequência de uso de preservativo e alta ou baixa frequência de relações sexuais) e às percepções de risco que se relacionam com a percepção do grau de exposição na relação sexual.24
As características sociais do grupo estudado, homens brancos, inseridos no mercado de trabalho e com conhecimento acerca da PrEP e da PEP, reforçam que se trata de um grupo considerado privilegiado socialmente, pois tem acesso à informação de diferentes formas e, possivelmente, melhor acesso aos serviços de saúde. No entanto, essas condições parecem não promover mudanças de comportamentos e de práticas, uma vez que a maioria dos investigados afirmou não usar de forma regular o preservativo nas relações sexuais.
Na análise das relações entre representações e práticas há uma tendência na sociedade de vê-las como lineares, ou seja, haveria uma correspondência direta entre o que o grupo pensa/conhece sobre o objeto e as práticas adotadas. No entanto, conforme já apontaram outros autores14,20,22,32, essas relações não são simétricas, já que as representações se apresentam como uma condição das práticas, mas novas práticas efetivamente modificam as representações, como se observa na presença da PrEP no núcleo central da RS da prevenção. Nesse sentido, a disponibilização de tecnologias medicamentosas que permitem a interrupção da infecção pelo HIV pode estar incidindo nas práticas de prevenção mais gerais. No entanto, essa é uma hipótese que merece ser explorada em outros estudos.
Por outro lado, no âmbito da TRS esta situação também pode ser explicada pelo conceito de sistema de representações em que alguns objetos sociais são organizados em uma rede estabelecendo uma relação entre diferentes representações num mesmo grupo.33 Assim, as representações sociais do grupo sobre o preservativo se impõem influenciando as práticas acerca do não uso deste recurso para prevenção. Ainda que o grupo tenha conhecimento que o preservativo é recomendado para a prevenção das ISTs, nas representações é percebido como algo desconfortável, que se interpõe entre os parceiros, gera desconfiança e interfere na prática do uso desse dispositivo de modo efetivo.
Limitações do estudo
O estudo tem como limitação o número de participantes e ter sido realizado em apenas um município do Rio de Janeiro, entretanto, os resultados são congruentes a outras investigações com HSH e denotam uma mudança representacional da prevenção das ISTs com a incorporação de novas tecnologias para o cuidado.
Conclusão
Sabe-se que as ISTs causam grande impacto na vida sexual e reprodutiva dos indivíduos e que existem pessoas mais vulneráveis a esses agravos de saúde, como os HSH. A investigação, com o emprego da TRS, permitiu identificar os conteúdos representacionais estruturados acerca da prevenção das ISTs na perspectiva de jovens HSH.
A RS do grupo está estruturada a partir do preservativo, da PrEP e do cuidado, no entanto apenas o preservativo se firmou como possível elemento de centralidade segundo o quadro de quatro casas e o grafo de similitude. Pode-se inferir que o preservativo, por ser uma tecnologia mais antiga e longamente abordada nas campanhas educativas ao longo do tempo, apresenta-se como a principal forma de prevenção dessas infecções, mesmo que acompanhada de elementos mais recentes, como a PrEP, que não desempenha, ainda, um papel de organizador da RS analisada.
Os dados quantitativos do estudo, contudo, demonstram que não há simetria entre esse achado e as práticas de proteção desenvolvidas, uma vez que os HSH investigados não usam esse método em todas as relações sexuais, principalmente com parceiros fixos. Portanto, outros elementos incidem na determinação das práticas de proteção que não o conhecimento do objeto e as recomendações científicas.
Assim, observa-se uma assimetria entre representações e práticas de prevenção das ISTs, conforme já apontado para outros grupos de jovens e adultos. A PrEP e a PEP, por seu lado, foram incorporadas à RS da prevenção das ISTs e denotam uma mudança representacional associada ao surgimento de novas práticas de prevenção da aids, que se impuseram à RS da prevenção de forma mais geral, mesmo não sendo afeitas às ISTs especificamente, mas sim ao HIV. Pode-se levantar a hipótese de uma diminuição da importância e do uso do preservativo nos relacionamentos sexuais, em função da incorporação de novas tecnologias para o cuidado com a saúde sexual e a prevenção de agravos.
Os resultados desta investigação corroboram com as novas evidências capazes de impactarem a elaboração e a implantação de políticas de saúde pública voltadas a este grupo social, para que as práticas de cuidado em saúde, no que tange a prevenção e controle de IST, possam ser remodeladas de forma a abarcarem as peculiaridades e os constructos representacionais dos HSH. Destaca-se que ações educativas contínuas, realizadas dentro e fora das instituições de ensino e de saúde, ou seja, que contemplem a sociedade como um todo, são imperiosas e devem contemplar novos veículos comunicacionais, como redes sociais e aplicativos de relacionamentos e encontros casuais. Nesse contexto, recomenda-se a realização de investigações futuras com o estudo dessa temática, em outros contextos socioculturais e regiões do território nacional e internacional.
Contribuição dos autores:
HAP - Concepção, planejamento e supervisão do projeto, coleta e análise dos dados, na elaboração e redação do artigo; TS – Concepção, planejamento e supervisão do projeto, análise dos dados, elaboração, redação e revisão final do artigo; DCO – colaborou na análise dos dados e na elaboração e revisão final do artigo; SCM - colaborou na análise dos dados e na elaboração e revisão final do artigo; VRFF – colaborou na análise dos dados, na elaboração e revisão crítica do artigo; LDM – colaborou na análise dos dados, na elaboração e revisão crítica do artigo.

Financiamento:
O presente trabalho foi realizado com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro – Brasil (FAPERJ), Edital E_26/2021 - auxílio básico à pesquisa (APQ1) em ICTs estaduais UERJ e UEZO -2021/SEI-260003/015578/2021-APQ1.

Referências
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Peixoto, HA, Spindola, T, Marques, SC, Oliveira, DC, Fonte, VRF, Mello, LD. Homens que fazem sexo com homens (HSH) – representações e práticas de prevenção das infecções de transmissão sexual. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2025/jun). [Citado em 22/08/2025]. Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/homens-que-fazem-sexo-com-homens-hsh-representacoes-e-praticas-de-prevencao-das-infeccoes-de-transmissao-sexual/19662?id=19662

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