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0406/2024 - Implicações da pandemia do COVID-19 nos comportamentos de saúde de pais adolescentes e jovens: revisão integrativa
Implications of the COVID-19 pandemic on the health behaviors of adolescent and young parents: integrative review

Autor:

• JULLY ANNE DA SILVA - SILVA, J.A - <jullyannesilva97@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0009-0009-9600-4340

Coautor(es):

• MARIA EDUARDA JUCÁ DA PAZ BARBOSA - BARBOSA, M.E.J.P - <eduardapazb@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5663-7663

• MARCELA MATIAS SENA - SENA, M.M - <marcela10matias@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2777-2417



Resumo:

O estudo tem como objetivo identificar as implicações da pandemia de COVID-19 nos comportamentos de saúde de pais adolescentes e jovens, destacando a parentalidade na promoção da saúde e bem-estar. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada a partir da busca por publicações científicas indexadas nas bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MedLine/PubMed), Scopus e Web of Science (WOS). Como resultado, após a leitura de 137 títulos e resumos e 69 artigos completos, foram selecionados 7 artigos para amostra final. Os resultados dos artigos incluídos foram agrupados em duas categorias analíticas: temas transversais, que contemplam as implicações decorrentes da COVID-19, como impactos na saúde mental e emocional, socioeconômicos e no acesso a serviços de saúde e educação. A segunda categoria foi composta por temas específicos abordados individualmente em cada estudo, como imunização, saúde materno-infantil e insegurança alimentar. A partir da análise, identificou-se um aumento significativo dos comportamentos de risco e vulnerabilidades sofridas por pais jovens e adolescentes, com implicações futuras na saúde e no bem-estar, além de desafios econômicos, emocionais e sociais.

Palavras-chave:

Pais Adolescentes; Gravidez na Adolescência; Saúde do Adolescente; Comportamentos Relacionados com a Saúde; COVID-19.

Abstract:

The study aims to identify the implications of the COVID-19 pandemic on the health behaviors of adolescent and young parents, highlighting parenthood and their impacts on the health and well-being. This is an integrative literature review, carried out by searching for scientific publications indexed in the following databases: Virtual Health Library (BVS), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MedLine/PubMed), Scopus and Web of Science (WOS). As a result, after reading 137 titles and abstracts and 69 full articles, 7 articles were ed for the final sample. The results of the included articles were grouped into two analytical categories: cross-cutting themes, which contemplate the implications resultingCOVID-19, such as impacts on mental and emotional health, socioeconomic aspects and access to health and education services. The second category was composed of specific themes addressed individually in each study, such as immunization, maternal and child health and food insecurity. From the analysis, a significant increase in risk behaviors and vulnerabilities suffered by young parents and adolescents was identified, with future implications for health and well-being, in addition to economic, emotional and social challenges.

Keywords:

Adolescent Fathers; Pregnancy in Adolescence; Adolescent health; Health Behavior; COVID-19.

Conteúdo:

Introdução

A pandemia de COVID-19 provocou mudanças significativas na rotina diária da população visando controlar o aumento de casos e a sobrecarga nos serviços de saúde: como isolamento e distanciamento social, fechamento de escolas, restrições ao comércio, resultando em desemprego, instabilidade econômica, medo e incerteza, fatores que incidiram em processo de adoecimento psicossocial1–3.
De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), embora crianças e adolescentes não tenham sido os mais afetados diretamente pela COVID-19, o isolamento social e o fechamento de escolas prejudicaram sua educação e saúde mental, aumento nos riscos de maus-tratos, violência doméstica, abuso sexual, exploração e exclusão social, especialmente para meninas e meninos,além de restringir o acesso a serviços de saúde essenciais. O agravamento da pobreza durante a pandemia os expõe aos fatores de risco, entendido como condições biológicas ou socioeconômicas, ambientais ou comportamentais que estão associados com a causa ou aumento da susceptibilidade a doenças, adoecimento ou traumas 4, 5.
A parentalidade de crianças pequenas envolve a responsabilidade não apenas pela própria saúde, mas também pela saúde de seus filhos. Assim, as crianças dependem dos pais e cuidadores para prevenir e se proteger de problemas de saúde, sendo os comportamentos de saúde dos adultos um fator crucial para o bem-estar dos mais jovens 6,7.
Entende-se bem-estar como um conjunto de estados afetivos positivos, como prazer e satisfação, vivenciados por um indivíduo ou sociedade e influenciados pelas condições sociais, econômicas e ambientais de um meio 4,8. Além disso, envolve a resiliência do indivíduo, sua autoaceitação, capacidade de tomar decisões benéficas, boa habilidade de comunicação, paternidade e maternidade eficazes, além da competência para cuidar de si e dos outros emocionalmente 8.
Ser pais durante a adolescência coabita com as demandas e estresse do próprio ciclo vital da fase intermediária para a vida adulta, ao mesmo tempo em que as tarefas e responsabilidades parentais dos cuidados à criança estão presentes, mesmo eles não estando preparados para vivenciar a realidade e desafios diante deste contexto 9. Assim, essa transição de paternagem e maternagem pode ser geradora de conflito durante a adolescência.
A pandemia de COVID-19 intensificou as dificuldades enfrentadas na vida cotidiana, de pais adolescentes e jovens, exacerbando obstáculos pré-existentes. O isolamento social, necessário para conter o vírus, restringiu o acesso a serviços essenciais de saúde e apoio social, aumentando a instabilidade econômica, impactando negativamente sua trajetória educacional e profissional e as responsabilidades domésticas. Isso contribuiu para um aumento dos casos de depressão e ansiedade entre os jovens 10–12. A falta de suporte psicológico e habilidades parentais adequadas pode comprometer não apenas o desenvolvimento e o bem-estar dos filhos, mas também a própria saúde mental dos pais adolescentes e jovens 13, 14.
Embora a literatura já tenha indicado algumas implicações que a pandemia trouxe na vida de adolescentes e jovens, é relevante saber ainda como enfrentaram esse período diante dos desafios da parentalidade nesse grupo etário. Assim, o objetivo deste estudo é identificar na literatura as implicações da pandemia da COVID-19 nos comportamentos de saúde de pais adolescentes e jovens.

Metodologia

Trata-se de uma revisão integrativa, com o objetivo de identificar na literatura as implicações da pandemia de COVID-19 nos comportamentos de saúde de pais adolescentes e jovens, para contribuir com o conhecimento a partir de distintos desenhos de pesquisa presentes na literatura. Dessa forma, foram utilizadas as etapas sugeridas por Dhollande15 para a elaboração da revisão integrativa: 1) Elaboração da pergunta norteadora; 2) Estratégia de busca; 3) Avaliação dos resultados da pesquisa; 4) Resumo dos resultados da pesquisa; 5) Extração e redução de dados; 6) Análise; 7) Conclusões e implicações.
Na construção da pergunta de pesquisa, foi utilizada a estratégia PEO (População, Exposição e Outcome/Desfecho) descrita por Moola 16, em que P = Pais adolescentes e jovens até 24 anos, E = pandemia de COVID-19, O = Implicações nos comportamentos de saúde. Assim, apresentando a seguinte pergunta norteadora: “Quais as implicações da pandemia de COVID-19 nos comportamentos de saúde de pais adolescentes e jovens?”.
A busca foi realizada em novembro de 2023. A estratégia de busca utilizou as seguintes bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Medical Literature Analysis Retrieval System Online (MedLine/PubMed), Scopus e Web of Science (WOS). Foram aplicados os operadores booleanos em conjunto com descritores obtidos no Banco de Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), Medical Subject Headings (MeSH), e Emtree Thesaurus, adicionando sinônimos dos descritores e palavras-chave. O Quadro 1 apresenta os cruzamentos de descritores utilizados nas bases de dados.

Quadro 1

Adotaram-se os seguintes critérios de inclusão dos artigos elegíveis para este estudo: pesquisas quantitativas, qualitativas e mistas com dados de estudos primários, nos idiomas português, inglês e espanhol, disponíveis online na íntegra, publicados no período de 2020 a 2023, os quais se relacionam ao período de surgimento da pandemia da COVID-19. Foram excluídos estudos de revisão, estudos com dados secundários, opiniões/reflexões sobre o tema, trabalhos duplicados, resumos apresentados em eventos, dissertações, teses e documentos de instituições governamentais.
A busca na base de dados para seleção dos artigos foi realizada por dois pesquisadores independentes no mesmo período. Dúvidas quanto à inclusão de um artigo foram resolvidas por um terceiro pesquisador. O processo de seleção dos artigos foi realizado utilizando a ferramenta de gestão de referência Rayyan Qatar Computing Research Institute (Rayyan) e ilustrado seguindo a diretriz Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA).
Para extração dos dados e avaliação dos artigos presentes na literatura, foram observadas as seguintes categorias: periódico, título, autores, ano de publicação, país/origem, objetivos, métodos, resultados ou implicações. Baseadas nas informações obtidas na extração e análise dos dados, dividiu-se a discussão em duas categorias: a de temas transversais, que contempla as implicações decorrentes da COVID-19 em mais de um estudo, tais como impactos na saúde mental e emocional, socioeconômicos e no acesso a serviços de saúde e educacionais. A segunda categoria foi composta por temas específicos abordados individualmente em cada estudo, como imunização, saúde materno-infantil e insegurança alimentar.

Resultados
Foram encontrados um total de 137 estudos nas bases de dados e, após avaliação e leitura de títulos e resumos, 7 foram incluídos por atenderem aos critérios de inclusão e à questão norteadora, formando assim o corpo da análise deste estudo, evidenciado pelo fluxograma PRISMA (Figura 1). Todos os artigos são internacionais, publicados em inglês e majoritariamente indexados na Scopus (57,14%), seguidos da BVS, PubMed e Web of Science, com 14,28% cada.

Fig.1

Em relação à localidade de origem dos estudos, houve predominância no continente asiático. Foram identificados estudos originados principalmente na Indonésia e Tailândia, com um adicional envolvendo Jordânia e Bangladesh, totalizando três estudos (42%). A América do Norte contribuiu com duas publicações (28%), todas provenientes dos Estados Unidos. As demais regiões apresentaram uma publicação cada (14%), com um estudo originado em Roma, na Europa, e outro no Quênia, na África.. Não foram encontrados estudos publicados no Brasil e/ou com adolescentes brasileiros sobre essa temática.
Na análise dos artigos, são apresentados dois quadros que resumem as informações encontradas. O Quadro 2 organiza os artigos quanto ao título, autores e ano, periódico, tipo de estudo e nível de evidência, de acordo com Polit e Beck17. Enquanto isso, o Quadro 3 apresenta a classificação dos artigos selecionados quanto aos objetivos, materiais e métodos, e resultados.
Dentre os sete estudos selecionados e incluídos, três foram publicados em 2023, três em 2022 e um em 2021, todos artigos no idioma inglês e em periódicos internacionais. Considerando os delineamentos dos estudos, dois são qualitativos, dois são transversais e três são longitudinais (Quadro 2).

Quadro 2

No Quadro 3, são detalhados os objetivos, materiais e métodos, assim como os principais resultados obtidos nos estudos. A partir desta síntese, foi possível identificar tanto temas transversais presentes em todas as produções quanto temas específicos abordados individualmente em cada estudo. Essas duas categorias serão apresentadas adiante.

Quadro 3

No quadro 4 apresentamos o agrupamento dos artigos por categorias analíticas: temas transversais, que contemplam as implicações decorrentes da COVID-19 em mais de um estudo encontrado na revisão, tais como impactos na saúde mental e de apoio social socioeconômicos e no acesso a serviços de saúde e educacionais 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24. A segunda categoria foi composta por temas específicos abordados individualmente em cada estudo, como imunização, saúde materno-infantil e insegurança alimentar 18, 20, 21 .

Quadro 4

Discussão
A maioria das produções científicas selecionadas origina-se no continente asiático (42%), o que pode ser justificado pelo fato de o epicentro da pandemia de COVID-19 ter sido na China. Costa25 aponta que profissionais de saúde e pesquisadores situados nessa região foram os pioneiros nas investigações sobre a doença. Sua contribuição significativa no fornecimento de dados foi fundamental para orientar a assistência à saúde globalmente. A disseminação do novo coronavírus provocou alterações nos hábitos e comportamentos em toda a sociedade, com um efeito cascata em todos os aspectos da vida humana 26,27. Na presente revisão, os estudos apontam que a pandemia impactou significativamente a saúde e o bem-estar dos pais adolescentes, com desafios econômicos, emocionais e sociais.
De modo geral, embora o descritor "pai adolescente" ("adolescent father") tenha sido utilizado, observa-se que todos os estudos enfatizam a mulher. Há uma questão de gênero que exclui a participação masculina, especialmente em relação ao seu papel na parentalidade e às possíveis implicações da vivência dessa gravidez na perspectiva do pai 28,29. Além disso, quando a família é incluída, os resultados frequentemente não fornecem informações detalhadas sobre a sua dinâmica.
Wahyuni18 destaca que o sucesso do aleitamento materno exclusivo em mães adolescentes depende não apenas do conhecimento da mãe sobre a amamentação, mas também do apoio que ela recebe da família. Esse aspecto é complementado pelo estudo de Sangsawang23, que revela que a maioria das mães adolescentes conta com o suporte dos pais e familiares, enquanto o parceiro, muitas vezes, tem um papel menos presente nesse processo.
Essa dinâmica está ligada às expectativas de gênero dentro da família, que frequentemente reforçam a ideia de que a responsabilidade pela criação dos filhos recai sobre a mãe, deixando o jovem pai em uma posição de coadjuvante. Tal desigualdade de gênero pode prejudicar o envolvimento do pai adolescente, levando à marginalização de seu papel, o que contribui para sua menor participação na parentalidade30.
No entanto, a participação da família é importante não apenas para as mães adolescentes, mas também para os pais jovens. Essa rede de suporte, ao oferecer apoio emocional e social, pode ser decisiva, já que ambos enfrentam o desafio de conciliar o desenvolvimento pessoal e a transição para a vida adulta com as responsabilidades da parentalidade31.


Temas transversais das implicações da pandemia de COVID-19
Nessa categoria, é possível observar que existe um consenso entre os autores dos diferentes estudos incluídos quanto às implicações e alterações nos comportamentos de saúde e bem-estar de pais adolescentes e jovens. Tópicos como impactos na saúde mental e emocional, socioeconômicos e no acesso a serviços de saúde e educacionais foram os mais abordados. Portanto, essa categoria será dividida em subtópicos para entendermos a extensão e dimensão de cada implicação decorrente da pandemia de COVID-19.

Saúde mental e apoio social
A crise durante a pandemia de COVID-19 não se limitou apenas aos aspectos físicos, mas também gerou uma intensificação dos problemas de saúde mental. Xiong32 relata que níveis significativos de sofrimento psicológico foram associados à pandemia, frequentemente ultrapassando o limiar de relevância clínica. A incerteza econômica, o medo de infecção, a perda de familiares e a interrupção das rotinas diárias contribuíram para o aumento do estresse e da ansiedade33.
A preocupação com a saúde mental já era uma necessidade não atendida antes da pandemia, especialmente entre os pais adolescentes, que apresentavam taxas significativamente mais altas de problemas de saúde mental do que seus colegas que não são pais. A crise da COVID-19 agravou os fatores estressantes para os pais adolescentes e pode ter introduzido obstáculos adicionais ao acesso aos serviços de saúde mental 22,34.
Ademais, as comunicações e interações presenciais com profissionais de saúde, familiares e amigos foram limitadas, ocasionando uma diminuição do apoio social formal e informal de suas redes35. As jovens gestantes e puérperas enfrentaram uma escassez de apoio social ao longo da pandemia da COVID-19, o que contribuiu para um aumento dos distúrbios de saúde mental no período pós-parto, incluindo estresse, ansiedade e depressão36.
O estudo de Smiley22 revelou que uma pequena parte das pessoas em sua pesquisa tinha acesso a serviços de saúde mental e uma porcentagem significativa expressou interesse por esses serviços sem conseguir acessá-los, evidenciando uma lacuna no suporte necessário para enfrentar esses desafios. Assim, a crise desencadeada pela pandemia de COVID-19 não se limitou às suas ramificações físicas, mas também trouxe à tona uma intensificação dos desafios relacionados à saúde mental.

Acesso aos serviços de saúde e educação
Para conter a propagação do vírus, governos em todo o mundo fecharam temporariamente escolas, afetando milhões de estudantes37. Esse impacto foi intensificado em regiões com acesso restrito a ferramentas de aprendizado remoto, como internet e computadores, comprometendo significativamente a continuidade da educação22, 24.
Durante o período pandêmico, observou-se um aumento na incidência de gravidez na adolescência e no abandono escolar. Essa associação entre o fechamento de escolas e o aumento de gravidez, incorrendo no subsequente abandono escolar, evidencia a interconexão entre saúde reprodutiva e educação. Outros desafios encontrados nesse período do fechamento das escolas e a redução ou cancelamento de consultas básicas de saúde foram a desinformação e mudanças na saúde sexual e reprodutiva18, 19, 20.
O impacto da pandemia de COVID-19 na vida dos adolescentes foi direto, como nos casos de manifestações clínicas em decorrência da infecção, mas também indireto, com efeitos a médio e longo prazo no período pós-pandemia. Houveram prejuízos no ensino, dificuldades de socialização com seus pares, restrições ao convívio familiar, amigos e rede de apoio. Essa experiência coletiva refletiu na saúde mental dos adolescentes, servindo como gatilho para estresse, além de contribuir para redução na cobertura vacinal, aumento no uso de tela, sedentarismo, fome e insegurança alimentar, perdas financeiras familiares e dificuldades de acesso dos serviços de Atenção Primária e Atenção Especializada em Saúde38.

Impacto socioeconômico
O estudo de Wahyuni18 revela que as condições econômicas dos pais, associadas a outros fatores, podem limitar o acesso dos mesmos a recursos que promoveriam uma vida mais saudável para seus filhos. Diante da diminuição da renda e da necessidade de se manter em casa, um dos grandes desafios encontrados foi o aumento dos preços nos alimentos e a redução no acesso aos mercados devido aos bloqueios, acarretando a insegurança alimentar pela impossibilidade de comprar alimentos essenciais20.
A pandemia de COVID-19 representou um desafio global para a saúde pública e introduziu uma nova dinâmica na economia mundial. O período de isolamento ocasionou maior preocupação com os meios de subsistência, uma vez que muitas pessoas perderam seus empregos, afetando assim suas fontes de renda. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a pandemia teve um impacto profundo no mundo do trabalho39.
A crise resultou em perdas de jornadas de trabalho, levando ao aumento do desemprego, da inatividade e da informalidade. Essa situação impactou sobretudo as mulheres, que enfrentaram perdas desproporcionais em termos de emprego e renda, e também afetou os jovens, uma geração que sofreu interrupções em sua educação, formação profissional e oportunidades de trabalho39.
Assim, a pandemia de COVID-19 exacerbou as disparidades sociais e econômicas, afetando de forma desproporcional os mais vulneráveis, incluindo mulheres e jovens. A crise econômica resultante teve um impacto significativo no mercado de trabalho, levando a perdas massivas de empregos e renda. Essas conclusões destacam a necessidade de políticas e intervenções que abordem não apenas os desafios imediatos da pandemia, mas também as disparidades estruturais que acentuam as desigualdades sociais.

Temas específicos das implicações da pandemia de COVID-19
Essa categoria elucida temas específicos abordados nos estudos, que são apontados como implicações da pandemia de COVID-19 para pais jovens e adolescentes. Os temas que emergiram foram obstáculos na saúde materno-infantil, imunização e insegurança alimentar.

Saúde Materno-infantil
As restrições impostas pela pandemia e a realocação dos recursos de saúde para o combate à COVID-19 limitaram o acesso a serviços essenciais de saúde, afetando jovens mães e adolescentes grávidas. O estudo de Sangsawang23 revela que as mães adolescentes tendem a ser mais depressivas, sentem-se menos eficazes no seu papel materno e recebem menos apoio social do que as mães adultas. Esta comparação se faz necessária devido a estudos anteriores que identificaram diferenças no apoio que mães adultas e adolescentes recebem, conforme descrito por Lewin40.
A ausência dos atendimentos de pré-natal, puerpério, planejamento familiar e apoio psicossocial pode ter levado à baixa adesão do aleitamento materno exclusivo e ao aumento das complicações gestacionais e neonatais, incluindo baixo peso ao nascer e problemas respiratórios, conforme discutido por Wahyuni18 e Genna21. Para jovens mães e adolescentes grávidas, essas preocupações foram agravadas pela ansiedade em relação à saúde e ao bem-estar dos seus filhos. Genna21 relata como a pandemia exacerbou as desigualdades de saúde entre jovens grávidas negras e birraciais, introduzindo estressores adicionais como medo de infecção, falta de apoio e pressões relacionadas à vacinação.
Questões como falta de orientação aos cuidados infantis e problemas de comportamento nas crianças também foram relatadas, impactando diretamente a capacidade dos pais adolescentes de gerenciar as responsabilidades parentais em um contexto já estressante. Além disso, o isolamento social decorrente das medidas restritivas implementadas em resposta à pandemia da COVID-19 acarretou a redução das conexões sociais e na limitação do acesso aos serviços públicos de saúde e maternidade.

Imunização
O estudo realizado por Wahyuni18 com vinte mães adolescentes de Kalimantan Oriental revelou que, dos vinte e dois filhos participantes da pesquisa, dez bebês não receberam as imunizações completas por diversos motivos, incluindo preocupações de que os bebês pudessem adoecer após serem vacinados, informações incorretas sobre imunizações, falta de meios de transporte e limitações no acesso a serviços de saúde durante a pandemia de COVID-19.
A hesitação vacinal e experiências de racismo no sistema de saúde, reflete os obstáculos enfrentados por pais jovens em acessarem cuidados de saúde adequados e confiáveis durante um período tão crítico21.
Durante a pandemia de COVID-19, a cobertura vacinal foi significativamente menor do que o esperado para 13 dos 16 antígenos em 2020 e para todos os antígenos avaliados em 2021, segundo Ghaznavi41.

Insegurança alimentar
O isolamento social influenciou na economia da população, consequentemente provocando alterações em seus hábitos alimentares, com o aumento dos preços e as limitações de acesso. Segundo Torres42, a capacidade financeira de uma pessoa pode influenciar suas escolhas alimentares, uma vez que o custo dos alimentos pode ser um fator determinante.
O estudo conduzido nos Estados Unidos por Nagata43 destacou um aumento na insegurança alimentar entre grupos vulneráveis em contexto de pandemia. O estudo considerou o parâmetro de insuficiência alimentar, o qual aumentou de 8,1% para 10,0% entre março e junho de 2020; este aumento foi relacionado a fatores socioeconômicos. Elementos como a renda familiar e políticas relacionadas à renda mínima podem restringir o acesso regular a uma dieta saudável e diversificada44. O hábito de consumir alimentos não saudáveis geralmente acompanha um estilo de vida sedentário; ambos configuram comportamentos de risco para o surgimento de doenças crônicas não transmissíveis45.
Wahyuni18 sinaliza que a falta de conhecimento sobre uma boa nutrição para o desenvolvimento infantil, as más condições econômicas dos pais, o histórico de doenças durante a gravidez e as condições da pandemia da COVID-19 contribuem para problemas de saúde das crianças.
Conclusões e implicações
O estudo aponta um aumento significativo dos comportamentos de risco de pais jovens e adolescentes durante a pandemia. As restrições impostas, como o isolamento social, tiveram um impacto marcante na dinâmica familiar, aumentando os comportamentos sedentários e uma dieta menos saudável, enquanto reduziram oportunidades para exercício físico e interação social, essenciais para o bem-estar físico e psicológico dos jovens e adolescentes.
Além disso, a crise econômica resultante da pandemia exacerbou no aumento do desemprego, instabilidade financeira e insegurança alimentar, afetando negativamente suas condições de vida e saúde dos pais e adolescentes e jovens.. As implicações psicossociais, como aumento da ansiedade, estresse e depressão, foram frequentemente reportadas, ressaltando a necessidade de abordagens de suporte psicológico mais robustas e acessíveis para essa população.
Dentre as implicações que o estudo revela estão a ausência de suporte social e a dificuldade de acesso aos serviços de saúde, que por sua vez acarretaram na limitada comunicação com os profissionais de saúde sobre cuidados da criança, e ações preventivas, como a vacina, acarretando baixa adesão e desinformação sobre sua eficácia. No conjunto desses fatores, pode-se indicar que as dificuldades vivenciadas pelas mães adolescentes ultrapassam o período pandêmico, o que requer mais atenção por parte dos profissionais de saúde no acompanhamento de mães adolescentes e jovens e de crianças nascidas no período.
A parentalidade em adolescentes e jovens, já se constitui um desafio. Pois ambos estão diante de novos enfrentamentos como cuidar de uma criança, e ao mesmo tempo vivendo uma fase de mudanças biopsicossociais. Esta experiência diante do contexto pandemia reduziu ou eliminou os acessos de suporte social e de saúde para o exercício da parentalidade destes jovens. O que já lança olhares e vigilância para suas consequências.
Uma limitação identificada neste estudo foi a total predominância de pesquisas focadas em mães adolescentes e grávidas, em detrimento dos pais adolescentes, cuja ausência de estudos foi notável. Essa lacuna nas pesquisas sobre jovens e adolescentes como pais destaca a influência das normas culturais e da estrutura social, que frequentemente relegam homens a um papel menos ativo na paternidade durante a adolescência.

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SILVA, J.A, BARBOSA, M.E.J.P, SENA, M.M. Implicações da pandemia do COVID-19 nos comportamentos de saúde de pais adolescentes e jovens: revisão integrativa. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2024/dez). [Citado em 27/12/2024]. Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/implicacoes-da-pandemia-do-covid19-nos-comportamentos-de-saude-de-pais-adolescentes-e-jovens-revisao-integrativa/19454?id=19454

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