0211/2025 - Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária no Brasil no período de 2000 a 2022: tendências e desafios Hospitalizations for Primary Care-Sensitive Conditions in Brazil from 2000 to 2022: Trends and Challenges
Analisou-se a evolução das Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária (ICSAP) no Brasil de 2000 a 2022, destacando tendências nacionais e impactos da COVID-19. Estudo ecológico e longitudinal com dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS. Foram examinadas as taxas de ICSAP e sua proporção no total de internações, considerando população estimada, distribuição regional, estadual e faixas etárias. As 56.308.152 ICSAP registradas no período corresponderam a 20,8% das internações no país. Houve redução da taxa de ICSAP por 10.000 habitantes e da proporção total de internações, com estagnação entre 2015-2019. A maioria dos estados e regiões obtiveram redução, com maior decréscimo em estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Quanto aos grupos etários, verificou-se redução de ICSAP no período, com aumento na pandemia nos grupos mais vulneráveis, além de mudanças no padrão de causas. Durante a pandemia, houve redução das taxas entre 2020-2021, que se elevaram novamente em 2022. Ressalta-se a importância de políticas que garantam acesso integral e contínuo à Estratégia de Saúde da Família, especialmente para grupos vulneráveis, além da necessidade de investimentos contínuos para conter interrupções na atenção e reduzir internações evitáveis.
Palavras-chave:
Condições sensíveis à atenção primária, Estratégia Saúde da Família, Sistema Único de Saúde, Brasil.
Abstract:
The evolution of hospitalizations for Ambulatory Care-Sensitive Conditions (ACSC) in Brazil from 2000 to 2022 was analyzed, highlighting national trends and the impact of COVID-19. This is an ecological and longitudinal study using data from the Hospital Information System of the Brazilian Unified Health System (SUS). The study analyzed ACSC rates and their proportion of total hospitalizations, considering estimated population, regional and state distribution, and age groups. A total of 56,308,152 ACSC were recorded during the period, corresponding to 20.8% of hospitalizations in the country. There was a reduction in ACSC rates per 10,000 inhabitants and in the proportion of total hospitalizations, with stagnation between 2015-2019. Most states and regions saw a reduction, with the largest decreases in the North, Northeast, and Center-West regions. Regarding age groups, there was a reduction in ACSC during the period, with an increase during the pandemic among the most vulnerable groups, along with changes in the pattern of causes. During the pandemic, rates decreased between 2020-2021, only to rise again in 2022. The importance of policies ensuring comprehensive and continuous access to the Family Health Strategy in Brazil is highlighted, especially for vulnerable groups, as well as the need for continuous investment to prevent disruptions in care and reduce avoidable hospitalizations.
Keywords:
Ambulatory care-sensitive conditions, Family Health Strategy, Brazilian Unified Health System, Brazil.
Conteúdo:
Introdução
A organização de serviços de Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil têm uma trajetória histórica marcada por avanços e retrocessos ao longo do tempo. A criação do Programa Saúde da Família (PSF), em 1994, que se transformou em Estratégia Saúde da Família (ESF), é um marco da APS e do Sistema Único de Saúde (SUS).
Nas décadas seguintes, a ESF tornou-se prioridade na agenda federal da saúde 1,2 por sua relevância para ampliação do acesso, mudanças no modelo de atenção e no financiamento do SUS 3,4. O caráter prioritário dessa estratégia também se expressou em iniciativas de formação de profissionais, incentivos à pesquisa e inovações na avaliação.
As iniciativas de avaliação da APS, por governos ou pesquisadores no país, se basearam em recomendações de especialistas 5,6 e em experiências de outros sistemas de saúde. As metodologias de avaliação têm enfoque na estrutura e organização do sistema, no acesso e na qualidade da atenção à saúde 7-10. Além de utilizarem indicadores diretos – como os relativos à cobertura vacinal, às mudanças de hábitos – empregaram indicadores indiretos, como as internações por condições sensíveis à APS - ICSAP 6.
Condições sensíveis à atenção primária (CSAP) são aquelas em que a atenção primária de boa qualidade – “de primeiro contato, acessível, contínua, abrangente e coordenada”, conforme definição da Organização Mundial da Saúde – pode prevenir a hospitalização, ou a intervenção precoce pode evitar complicações ou gravidade 11. Indicadores relativos às CSAP têm sido utilizados em outros países, às vezes designados como “hospitalizações por condições sensíveis à atenção ambulatorial” ou “hospitalizações evitáveis” 11 - 17, incluindo no período da pandemia. 18,19
O Ministério da Saúde do Brasil instituiu, em 2008, uma lista de CSAP 20, composta por dezenove grupos de doenças, cujas hospitalizações poderiam ser evitadas ou reduzidas pela APS de boa qualidade, oportuna e qualificada 21. Desde então, as Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária (ICSAP) têm sido utilizadas em estudos de monitoramento e avaliação do SUS, visando analisar a resolutividade da APS e aprimorar a gestão do sistema de saúde 9, 22-27.
A realização de pesquisas comparativas sobre a adequação do indicador para análise da efetividade da atenção primária, bem como dos resultados alcançados diante de diferentes contextos socioeconômicos e de configuração dos sistemas de saúde tem representado um campo profícuo de estudos. Salienta-se que a capacidade resolutiva da APS possui diferenças regionais, estaduais e municipais, no âmbito do próprio SUS, evidenciando a importância de observar a diversidade das ICSAP entre esses distintos contextos.
Embora existam numerosos estudos sobre as ICSAP de diferentes escopos, há escassez de pesquisas de caráter nacional e longitudinal, que abranjam períodos mais longos. Ademais, a partir de 2020, a pandemia de COVID-19 modificou o padrão de internações no país, com suspensão de atendimentos considerados eletivos e direcionamento do sistema para o combate à emergência sanitária. As mudanças que ocorreram na quantidade e na gravidade das internações, com diferentes padrões em grupos etários e regiões, enfatizaram a necessidade de analisar como as ICSAP se comportaram nesse cenário. Dentre as publicações relativas ao tema, o presente estudo se destaca pelo longo período analisado (2000 a 2022) e por identificar variações na magnitude das taxas e do ritmo de caráter inter-regional e interestadual, além de destacar os grupos etários mais susceptíveis de serem beneficiados por medidas específicas.
As perguntas que orientaram o estudo foram: qual a evolução das ICSAP no Brasil entre 2000 e 2022? Como essa evolução foi afetada pela pandemia de COVID-19?
Os objetivos da investigação consistiram em (i) analisar a evolução das ICSAP no Brasil em uma série temporal de mais de duas décadas - de 2000 a 2022 -, e (ii) identificar as tendências nacionais e as repercussões da pandemia de COVID-19.
Métodos
Realizou-se um estudo ecológico, longitudinal e descritivo, com base em dados secundários, de acesso público e irrestrito, extraídos dos bancos reduzidos das autorizações de internações hospitalares (AIH) do Sistema de Internações Hospitalares do SUS (SIH-SUS), do Ministério da Saúde (MS). Os dados das internações de 2000 a 2022, no Brasil, foram coletados mensalmente e organizados em periodicidade anual e por Unidades da Federação (UF), evidenciando os efeitos da pandemia de COVID-19. Os dados de 2022 foram acessados em janeiro de 2024. Os bancos de dados foram manipulados no software SAS versão 9.4 e os gráficos foram construídos em Excel.
Analisou-se a evolução das taxas de ICSAP por 10.000 habitantes e a participação das ICSAP no total de internações, considerando a população brasileira estimada pelo Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística (IBGE), total, por regiões e estados do país e por faixas etárias.
A análise dos dados relativos às causas de internação foi realizada para os 19 grupos de diagnóstico que compõem as ICSAP em todas as faixas etárias. Com relação às doenças relacionadas ao pré-natal e parto, foram consideradas as intercorrências que acometeram as mulheres grávidas e puérperas, que poderiam ter sido evitadas por uma atenção primária de qualidade.
Foram destacadas as seis principais causas de internações no início e no final do período estudado, na população com idade inferior a cinco anos e acima de sessenta anos, pela relevância das ICSAP nesses grupos etários, em termos de taxa e de proporção das internações.
Os indicadores de cobertura estimada ou potencial da ESF e da APS foram obtidos do sítio eletrônico do Ministério da Saúde. Na página acessada em maio de 2023 (https://sisaps.saude.gov.br/painelsaps/saude-familia) a cobertura de APS estava disponível para os anos 2007 a 2022 e a de ESF de 2007 a 2020. Diante de mudanças no financiamento que passaram a exigir o cadastramento da população coberta, o Ministério da Saúde adotou o termo “cobertura potencial” para fins de comparabilidade da série28. A cobertura potencial das Equipes de Saúde da Família (EqSF) era estimada considerando o número de equipes e a recomendação de abrangência populacional por equipe (3500 pessoas), em relação à população total. A fórmula utilizada pelo Ministério da Saúde em 2022 era:
Cobertura estimada ou potencial da EqSF= (no EqSF x 3500) x 100 / Estimativa populacional do IBGE
O segundo indicador considera a estimativa de cobertura potencial de todos os serviços de APS, reconhecidos pelo Ministério da Saúde, levando em conta equipes da ESF (EqSF) ou equipes de APS com configurações distintas da ESF (EqAP), incluindo as equipes atuantes em Consultórios na Rua (eCR), junto à população ribeirinha (ePR) ou à população prisional (eAPP):
Cobertura estimada ou potencial de EqAPS = (no EqSF x 3500) + (noEqAP 20 h x 1750) + (noEqAP 30 h x 2625) + (Pop. SISAB de eCS, ePR e eAPP*) X 100/ Estimativa populacional do IBGE
Os dados de cobertura populacional estimada da ESF de 2000 a 2006 não estavam mais disponíveis on-line, mas haviam sido obtidos do sítio do Ministério da Saúde em maio de 2017 e constavam nos arquivos do grupo de pesquisa. Naquela época, o Ministério da Saúde também estimava a cobertura considerando o número de equipes financiadas e a abrangência populacional recomendada por equipe, em torno de 3500 pessoas.
Por se tratar de um trabalho que utilizou dados secundários, de acesso público e com informações desidentificadas, a pesquisa não foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos.
Resultados
Entre 2000 e 2022 foram registradas 56.308.152 internações por condições sensíveis à APS no Brasil, correspondendo a 20,8% do total de 270.855.504 internações hospitalares. Essas hospitalizações custaram ao SUS, respectivamente, R$39.539.942.995 e R$258.654.667.294,76, com valor médio de R$751,93 para as ICSAP e R$959,43 para as internações gerais.
Entre o primeiro e o último ano analisado, observou-se redução da taxa de ICSAP de 174,1 para 93,7 por 10.000 habitantes (Figura 1), e da proporção no total de internações, de 24,3% para 16,1% (dados não apresentados). O ritmo de redução variou no tempo. A diminuição da ICSAP até 2019 acompanhou o aumento da cobertura da ESF (Figura 1). Houve tendência de redução da taxa de ICSAP por 10.000 habitantes entre 2000 e 2008, nos quais se constatou expansão da ESF, seguido por um pequeno aumento entre 2008 e 2010, nova redução entre 2010 e 2016 e estagnação entre 2016 e 2019. Entre 2020 e 2021, os dois primeiros anos em que o país foi mais afetado pela pandemia de COVID-19, as taxas atingiram os menores níveis. A análise mensal (dados não apresentados) mostrou queda a partir de março de 2020, mês em que os casos de internações por COVID-19 começaram a aumentar. Em 2022, a taxa voltou a se elevar, mantendo-se abaixo do verificado em 2019.
Figura 1
A redução das ICSAP entre 2000 e 2022 ocorreu em todas as regiões do país, acompanhando a tendência nacional, com diferenças de ritmo entre regiões e UF (Tabela 1).
Tabela 1
Em 2000, a região Sul apresentou a maior taxa (225,1), seguida por Centro-Oeste (210,2), Nordeste (186,1), Norte (184,1) e Sudeste (141,2). Em 2022, a região Sul exibiu a maior taxa de ICSAP por 10.000 habitantes (112,6), apesar de variação negativa de 50%, representando a segunda maior redução entre as regiões no período estudado. A menor taxa foi no Sudeste (86,7), também com a menor redução percentual (-38,6). Norte, Nordeste e Centro-Oeste apresentaram, respectivamente, taxas de 98,4; 94,3 e 89,3 por 10.000 habitantes.
Os estados com as maiores taxas de ICSAP por 10.000 habitantes, por ano analisado, foram: Rondônia em 2000 (303,8), Piauí em 2009 (225,9) e Maranhão, no período de 2019 a 2022, sendo os três das regiões Norte e Nordeste do Brasil.
A variação da taxa de ICSAP de 2000 a 2022 foi negativa na maioria dos estados e em todas as regiões do país. As maiores quedas ocorreram na Paraíba (-68,2), Goiás (-66,0), Alagoas (-65,3), Mato Grosso (-63,1), Tocantins (-62,6), Rio Grande do Norte (-61,6) e Rondônia (-60,8). Os estados com maior decréscimo integram as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Apenas Amazonas (27,7) e Roraima (189,3) apresentaram aumento no período.
Entre 2020 e 2021, quando foram iniciadas no país as medidas não farmacêuticas (máscaras e distanciamento social 2020-21) e farmacêuticas (vacinação, em 2021) recomendadas para o controle da pandemia de COVID-19, houve queda na taxa nacional de ICSAP por 10.000 habitantes de -1,4%, seguida por elevação de 23,5% em 2022.
Embora tenham sido observadas reduções nas ICSAP para todas as faixas etárias, entre 2000 e 2022, há variações entre elas. As faixas etárias nas quais se registraram as maiores taxas de ICSAP foram entre os idosos acima de 80 anos, idosos de 60 a 79 anos e crianças de 0 a 4 anos. Nesses três grupos etários, a tendência de redução das ICSAP foi mais evidente, em termos da taxa populacional por 10.000 habitantes (Figura 2). Entre os maiores de sessenta anos, ocorreu uma redução contínua entre 2000 e 2007, com um aumento da queda entre 2007 e 2008 e entre 2019 e 2020, no último caso no contexto de aumento das internações por COVID-19. Entretanto, entre 2020 e 2021, as taxas voltaram a subir para os três grupos etários mais sensíveis (acima de 80 anos, entre 60 a 79 anos e crianças de 0 a 4 anos).
Figura 2
A análise das ICSAP por grupos de causas, considerando as faixas etárias de crianças menores de cinco anos e de idosos, mostra mudanças expressivas no período.
Entre 2000 e 2022, dentre as seis principais causas de ICSAP em menores de cinco anos, apresentaram redução as internações causadas por gastroenterites infecciosas e suas complicações (de 172,6 para 41,5/10.000 habitantes) e as internações causadas por asma (de 89,8 para 24,3/10.000 habitantes). As internações causadas por doenças pulmonares atingiram elevação de 21,5 para 61,5/10.000 habitantes; por pneumonias bacterianas se elevaram de 16,4 para 36,4/10.000 habitantes; por infecções do rim e trato urinário se elevaram de 7,5 para 14,2/10.000 habitantes e as causadas pelas doenças relacionadas ao pré-natal e ao parto apresentaram elevação de 1,5 para 15,3/10.000 habitantes (Figura 3).
Figura 3
Na população idosa (acima de sessenta anos) também se verificou, entre 2000 e 2022, redução das taxas de ICSAP pela maior parte das causas (Figura 4), embora neste grupo etário as taxas de ICSAP tenham se mantido acima dos demais e apresentado mudanças na composição das causas mais frequentes.
Em 2000, as seis principais causas de ICSAP por 10.000 habitantes na população acima de sessenta anos foram: insuficiência cardíaca (195,9), doenças pulmonares (129,4), doenças cerebrovasculares (101,5), gastroenterites infecciosas e suas complicações (52,6), hipertensão arterial (48,7) e diabetes mellitus (43,8). Em 2022, as principais causas de ICSAP nesse grupo populacional, por 10.000 habitantes, foram as doenças cerebrovasculares (56,7), seguidas da insuficiência cardíaca (51,8), infecções nos rins e trato urinário (32,2), doenças pulmonares (24,7), diabetes mellitus (22,4) e angina (20,5). Cabe destacar a elevação da taxa de infecções nos rins e trato urinário, que é a única, dentre as seis causas de internação mais frequentes, a se elevar no período para essa faixa etária, de 20,2, em 2000, para 32,2 por 10.000 habitantes neste grupo etário, em 2022.
Figura 4
Discussão
A tendência de redução das ICSAP no Brasil entre 2000 e 2022 identificada neste estudo corroborou resultados de estudos longitudinais nacionais anteriores 9,22, 29-33, com destaque para a acentuada diminuição registrada no período inicial da análise, entre 2000 e 2008. Vários estudos apontaram uma correlação negativa entre as ICSAP e a expansão da ESF no país, refletindo os esforços de fortalecimento da APS no SUS no período, bem como a efetividade do modelo de ESF para enfrentamento das desigualdades em saúde.
Pesquisas prévias exploraram a relação entre a APS e as ICSAP no âmbito macrorregional 31,34, estadual 23,30,35,36 e municipal 24,37,38; e/ou analisaram essas relações em diferentes grupos etários 7,25,34,39-41, com contribuições relevantes.
A análise por macrorregiões e estados realizada neste estudo corrobora as conclusões de outros trabalhos, segundo as quais as desigualdades estruturais e de implementação da ESF estariam modulando as diferenças nas reduções de ICSAP. Apesar das elevadas taxas de ICSAP por 10.000 habitantes entre 2000 e 2022 observadas na região Sul, as maiores taxas se concentraram em alguns estados do Norte e Nordeste, e as maiores quedas em estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Estudos de base municipal têm sido importantes para analisar a relação entre a configuração da atenção à saúde e as ICSAP. Macinko et al. 22 apontaram que, no período 1999-2007, a maior cobertura da APS se associou a menores taxas de ICSAP, enquanto a maior presença de leitos privados esteve associada a maiores taxas de ICSAP 22. Boing et al. 42 e Castro et al. 8 reconheceram a correlação entre maior disponibilidade de médicos nos serviços de APS e redução nas ICSAP. Castro et al. 9 verificaram que municípios com menor qualidade da APS apresentaram taxas de ICSAP 21,2% superiores às de municípios mais bem avaliados pelo Programa de Melhoria da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB), mesmo em contextos de vulnerabilidade social.
No Estado do Rio de Janeiro, Hone et al. 30 identificaram que cada consulta adicional da ESF foi associada a uma taxa 3% menor de ICSAP, uma taxa 63% menor de reinternações em 30 dias por qualquer causa não congênita e uma taxa 57% menor de reinternações em 30 dias por ICSAP. Segundo os autores, os idosos, as pessoas com menor escolaridade, desempregadas e com maior renda apresentaram as maiores reduções nas ICSAP associadas à ESF 30.
Destaca-se a situação de Rondônia, estado que registrou elevadas taxas de ICSAP por 10.000 habitantes, entre 2000 e 2022. Freitas et al. 43 ao analisarem as ICSAP em crianças no estado, destacaram o cenário de baixa cobertura de saneamento básico e alta proporção de gestantes com menos de seis consultas de pré-natal. Nesse estado, 42,8% das ICSAP foram registradas entre menores de nove anos, com maiores taxas de ICSAP em municípios de menor porte 44. Isso indica a necessidade de ampliação do acesso às ações de saúde para grupos em situação de vulnerabilidade, bem como de articulação entre políticas públicas para a melhoria das condições de vida.
Nas análises por grupos etários e causas, na população com menos de cinco anos, foi marcante a queda das internações por gastroenterites infecciosas e suas complicações. Enquanto a incidência dessas infecções pode ser reduzida pelo acesso à água potável, saneamento básico, medidas de prevenção (higiene dos alimentos, vacinação contra rotavírus), a redução das internações por essas causas depende de cuidados oportunos na APS às crianças com sintomas gastrointestinais (por exemplo, terapia de reidratação oral, medicamentos nos casos pertinentes). Santos et al. 45 associaram a redução das internações de crianças por gastroenterites e outras causas a fatores como: o planejamento das equipes da ESF; o funcionamento em horário especial; a existência de dependências para atenção infantil nas unidades e a disponibilidade de vacinas.
Contudo, o estudo revelou o aumento de internações por doenças relacionadas ao pré-natal e parto, nessa faixa etária, associado à sífilis congênita. Figueredo et al. 46 relataram variabilidade macrorregional nas limitações no acesso ao tratamento para sífilis na atenção básica, constatando que a aplicação de penicilina não consiste numa prática majoritária em elevada proporção de municípios das regiões Sudeste e Nordeste. Um estudo sobre as ICSAP em menores de cinco anos em Minas Gerais, entre 2008 a 2018, constatou que a sífilis congênita está relacionada à vulnerabilidade social e a lacunas nos cuidados durante o pré-natal 47. Outros trabalhos apontaram falhas na gestão do sistema de saúde, nas ações de referência e contrarreferência, na integração entre as ações de vigilância epidemiológica e de APS, na institucionalização de programas de educação permanente, e em cuidados básicos, como a aplicação da penicilina pelos serviços de APS 48,49.
A redução observada nas internações por ICSAP na população acima de sessenta anos foi previamente constatada em estudos nacionais 9,33,41 e regionais 23,26,30,50. As principais causas de ICSAP entre os idosos foram as doenças do aparelho circulatório; aparelho respiratório; e endócrinas, metabólicas e nutricionais, com redução de 61,5% nas taxas de internações por insuficiência cardíaca e elevação de 27,3% nas internações por pneumonia. Ressalte-se, neste grupo etário, o crescimento das infecções do rim e trato urinário no período, cuja relevância foi apontada por trabalhos prévios 26,50-52. Pinto et al. 50 destacaram como medidas importantes para evitar internações por esta causa entre idosos: a estratificação por risco e vulnerabilidade; consultas longitudinais; ênfase no autocuidado, na atenção domiciliar e na colaboração, entre as equipes da ESF e os cuidadores de idosos, para assegurar cuidados permanentes, como a ingestão hídrica regular e a imunização pneumocócica.
Outro comentário concerne à intensidade de redução das taxas de ICSAP nos diferentes momentos, observando-se certa desaceleração entre 2015 e 2019. Embora as limitações do presente estudo não permitam inferências entre as orientações dos sucessivos governos e a evolução das ICSAP, estudos prévios levantaram hipóteses nesse sentido. Barros et al. 38 constataram que as políticas de austeridade fiscal resultaram em redução do gasto com APS nos municípios com maior carência socioeconômica, principalmente entre 2015 e 2016. Santos et al. 45 alertaram para a redução do ritmo de declínio das taxas de ICSAP entre 2015 e 2019, período de austeridade e crise econômica no país.
O efeito redutor da pandemia de COVID-19 sobre o comportamento das ICSAP, observado neste estudo, também foi registrado em estudos anteriores. Viola 53 constatou redução nos atendimentos e internações por diversas condições sensíveis à atenção primária em cinco cidades (Manaus, Belo Horizonte, Recife, Brasília e Florianópolis), de 2017 a 2021. Dalberto 54 e Gama e Silva 55 registraram declínios semelhante nas internações por ICSAP, seguidos por tendências ascendentes, provavelmente resultantes do acúmulo de demanda provocado pelas restrições impostas à população durante o período mais crítico da pandemia. Cabe realizar outras pesquisas para explorar os condicionantes dessa redução, não necessariamente relacionadas à uma melhoria da atenção primária, mas provavelmente às dificuldades em acessar os serviços hospitalares, devido ao distanciamento físico, receio de contaminação e/ou sobrecarga dos serviços com os atendimentos a COVID-19.
Em síntese, os resultados deste estudo reforçam que a implementação de políticas orientadas para o atendimento integral e contínuo, como o modelo de ESF, juntamente com investimentos na promoção e prevenção em saúde, são meritórias para reduzir internações hospitalares por condições que poderiam ser tratadas na APS 51. Além disso, corroboraram a afirmação que, durante crises sanitárias como a pandemia de COVID-19, para evitar interrupções na atenção à saúde, é necessário o aumento do financiamento público e a adoção de estratégias adaptativas no planejamento e na prestação de serviços de saúde 56,18,19.
As limitações na utilização do indicador ICSAP foram destacadas em estudos anteriores, que apontaram o subregistro das hospitalizações, imprecisões na classificação diagnóstica e cobertura restrita do índice de ICSAP 51, ressaltando a necessidade de aprimoramento no registro de dados em saúde. Nos dados sobre Cobertura da ESF e da APS, eventuais oscilações que podem estar relacionadas a mudanças de critério de cálculo pelo Ministério da Saúde, não comprometeram a análise da tendência geral. A despeito da obrigatoriedade da coleta e registro do quesito raça/cor nos Sistemas de Informações do SUS desde 2017, a melhoria na qualidade de seu preenchimento nos sistemas de informação hospitalar tem sido recente e gradual: a ausência dessa informação foi de 35,4% no total de internações em 2008, caindo para 23,3% das internações e 22,4% das ICSAP em 2021, com importante variação territorial 57. As lacunas nessa informação prejudicaram a análise das desigualdades étnico-raciais no acesso, utilização de serviços e resultados em saúde no período do estudo. A perspectiva de melhoria da qualidade do registro após a eliminação da opção “sem informação” no quesito raça/cor em reforçou a importância para a condução de estudos que explorem essa importante dimensão da desigualdade brasileira.
Este estudo teve como limitações seu caráter descritivo, a omissão analítica sobre a oferta de leitos e o foco nas taxas nacionais, sem que fossem aprofundados elementos explicativos sobre as causas das mudanças nas ICSAP no período e a persistência de disparidades espaciais e entre grupos. São necessárias pesquisas adicionais que analisem a correlação das ICSAP com desigualdades socioeconômicas (de renda, étnico-raciais), territoriais (base municipal) e regionais, na oferta de leitos (considerando composição público-privada) e com características do sistema de saúde (de gestão, organização e cuidado), inclusive no período da pandemia de COVID-19.
Quanto ao uso das ICSAP para avaliação do sistema de saúde, em que pesem limitações apontadas pela literatura, sua importância está associada à sua magnitude, visto que corresponderam a mais de 20% do total de internações no país no período de análise. Este fato ressalta a necessidade do monitoramento das ICSAP, bem como de realização de estudos aprofundados sobre a estrutura e a efetividade das estratégias de APS, visando subsidiar as políticas públicas para fortalecer o SUS e melhorar as condições de saúde da população brasileira.
Conclusão
Este estudo identificou que a taxa nacional de ICSAP no Brasil apresentou tendência de redução contínua no período de 2000 a 2022. Porém, foram observadas: (i) variações na magnitude das taxas e no ritmo da queda entre as regiões e os estados do país; (ii) maior queda das taxas nos extremos da vida, ou seja, nos grupos abaixo de cinco anos e acima de sessenta anos; (iii) comportamento diferente dos diversos grupos de causas, com redução das internações por algumas causas, e aumento preocupante de internações por outras; (iv) efeitos da pandemia de COVID-19 sobre as ICSAP, com queda em 2020 e 2021 e aumento em 2022 para níveis inferiores aos de 2019.
A redução das taxas de ICSAP no período ocorreu em cenário marcado pela expansão do acesso à APS no Brasil. No entanto, o decréscimo não se verificou no mesmo ritmo nos diferentes momentos, nem da mesma forma para as regiões, grupos etários e causas.
Os aumentos das internações decorrentes de doenças relacionadas ao pré-natal e ao parto em crianças menores de 5 anos; das internações por infecções nos rins e trato urinário entre idosos, alertaram para lacunas de organização e de cuidado na APS cujo enfrentamento é urgente, visando reduzir a morbidade por condições evitáveis que podem levar a complicações, sequelas e óbito.
Agradecimentos
Agradecemos o apoio financeiro da Unidade de Pesquisa em Saúde Global do NIHR/SEDHI e pelas contribuições nos debates no âmbito do projeto.
CVM e LDL são bolsistas de Produtividade em Pesquisa do CNPq e Cientistas do Nosso Estado pela FAPERJ.
Referências
1. Malta DC, Santos MAS, Stopa SR, Vieira JEB, Melo EA, Reis AAC. A Cobertura da Estratégia de Saúde da Família (ESF) no Brasil, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, 2013. Cien Saude Colet 2016; 21(2):327-38.
2. Pinto LF, Giovanella L. Do Programa à Estratégia Saúde da Família: expansão do acesso e redução das internações por condições sensíveis à atenção básica (ICSAB). Ciência & Saúde Coletiva 2018; 23(6):1903-14. doi: 10.1590/1413-81232018236.05592018
3. Castro ALB, Machado CV. A política de atenção primária à saúde no Brasil: notas sobre a regulação e o financiamento federal. Cad Saúde Pública [Internet]. 2010 [acesso em 2025 Janeiro 12];26(4):693-705. Disponível em: http://www.scielo. br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2010000400012.
4. Brasil. Constituição da República Federativa: 1988 – texto constitucional promulgado em 5 de outubro de 1988, com as alterações adotadas pelas Emendas constitucionais nºs 1/1992 a 131/2023, pelo Decreto legislativo nº 186/2008 e pelas Emendas constitucionais de revisão nºs 1 a 6/1994. 64. ed.Brasília: Coordenação de Publicações, Câmara dos Deputados; 2023.
5. Billings J, Zeitel L, Lukomnik J, Carey TS, Blank AE, Newman L. Impact of socioeconomic status on hospital use in New York City. Health Aff (Millwood) 1993; 12:162-73.
6. Starfield B. Efetividade e Equidade em Serviços de Saúde através da Atenção Primária em Saúde. Terceiro Seminário Internacional: Avaliação em APS e Gestão por Resultados. Recife, Brasil, 2007 Dez 13. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/eventos/seminario_inter_dab/barbara_starfield_eua.pdf.
7. Rasella D, Harhay MO, Pamponet ML, Aquino R, Barreto ML. Impact of primary health care on mortality from heart and cerebrovascular diseases in Brazil: a nationwide analysis of longitudinal data. BMJ 2014 Jul 3; 348: g4014 doi: 10.1136/bmj. g4014
8. Castro ALB, Andrade CLT, Machado CV, Lima LD. Condições socioeconômicas, oferta de médicos e internações por condições sensíveis à atenção primária em grandes municípios do Brasil. Cad. Saúde Pública 2015; 31(11):2353-66.
9. Castro DM, Oliveira VB, Andrade ACS, Cherchiglia ML, Santos AF. Impacto da qualidade da atenção primária à saúde na redução das internações por condições sensíveis. Cad. Saúde Pública 2020; 36(11):e00209819. doi: 10.1590/0102-311X00209819.
10. Santos FM, Macieira C, Machado ATGM, Borde EMS, Jorge AO, Gomes BA, Santos AF. Association between hospitalizations for sensitive conditions and quality of primary care. Rev Saude Publica 2023; 57:85. doi: 10.11606/s1518- 8787.2023057004879
11. Gibbons DC, Bindman AB, Soljak MA, Millett C, Majeed A. Defining primary care sensitive conditions: a necessity for effective primary care delivery? Journal of the Royal Society of Medicine 2012; 105(10):422-8. doi: 10.1258/jrsm.2012.120178.
12. Probst JC, Laditka JN, Laditka SB. Association between community health center and rural health clinic presence and county-level hospitalization rates for ambulatory care sensitive conditions: an analysis across eight US states. BMC Health Serv Res 2009 Jul 31; 9:134. doi: 10.1186/1472-6963-9-134
13. Falster MO, Jorm LR, Douglas KA, Blyth FM, Elliott RF, Leyland AH. Sociodemographic and health characteristics, rather than primary care supply, are major drivers of geographic variation in preventable hospitalizations in Australia. Med Care 2015; 53(5):436-45.
14. Srinivasa VK, Genevieve C, Raj SB, Linda W, Anne D, Andrew M et al. Assessment of health care, hospital admissions, and mortality by ethnicity: population-based cohort study of health-system performance in Scotland. Lancet Public Health 2018 May; 3(5):e226-36. doi: 10.1016/S2468-2667(18)30068-9. Epub 2018 Apr 21.
15. Van Der Pol M, Olajide D, Dusheiko M, Elliott R, Guthrie B, Jorm L et al. The impact of quality and accessibility of primary care on emergency admissions for a range of chronic ambulatory care sensitive conditions (ACSCs) in Scotland: longitudinal analysis. BMC Fam Pract 2019 Feb 22; 20(1):32.
16. González-Vélez AE, Mejía CCC, Padilla EL, Marín SYM, Bobadilla PAR, Sánchez JPR et al. Ambulatory care sensitive conditions hospitalization for emergencies rates in Colombia. Rev Saude Publica 2019; 53:36.
17. Satokangas M, Arffman M, Antikainen H, Leyland AH, Keskimäki I. Individual and Area-level Factors Contributing to the Geographic Variation in Ambulatory Care Sensitive Conditions in Finland: A Register-based Study. Med Care 2021 Feb 1; 59(2):123-30.
18. Green MA, McKee M, Hamilton OKL, Shaw RJ, Macleod J, Boyd A, Srinivasa VK Associations between self-reported healthcare disruption due to covid-19 and avoidable hospital admission: evidence from seven linked longitudinal studies for England. BMJ 2023; 382:e075133. doi: 10.1136/bmj-2023-075133
19. Green MA, McKee M, Massey J, et al. Trends in inequalities in avoidable hospitalisations across the COVID-19 pandemic: a cohort study of 23.5 million people in England. BMJ Open 2024; 14:e077948. doi: 10.1136/ bmjopen-2023-077948
20. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Lista Brasileira de Condições Sensíveis a Atenção Básica. Portaria nº 221 de 17 de abril de 2008. Diário Oficial. Brasil: Ministério da Saúde; 2008 Set 21.
21. Alfradique ME, Bonolo PDF, Dourado I, Lima-Costa MF, Macinko J, Mendonça CS, et al. Internações por condições sensíveis à atenção primária: a construção da lista brasileira como ferramenta para medir o desempenho do sistema de saúde (Projeto ICSAP - Brasil). Cad Saúde Pública 2009; 25:1337-49.
22. Macinko J, Oliveira VB, Turci MA, Guanais FC, Bonolo PF, Lima-Costa MF. The influence of primary care and hospital supply on ambulatory care-sensitive hospitalizations among adults in Brazil, 1999-2007. Am J Public Health 2011 Oct; 101(10):1963-70. doi: 10.2105/AJPH.2010.198887. Epub 2011 Feb 17.
23. Marques AP, Montilla DER, Almeida WS, Andrade CLT. Internação de idosos por condições sensíveis à atenção primária à saúde. Rev Saúde Pública 2014; 48(5):817-26. doi: 10.1590/S0034-8910.2014048005133
24. Araújo WRM, Queiroz RCS, Rocha TAH, Silva NCS, Thumé E, Tomasi E, et al. Estrutura e processo de trabalho na atenção primária e internações por condições sensíveis. Rev Saúde Pública 2017; 51:75. doi: 10.11606/s1518-8787.2017051007033
25. Pinto Junior EP, Aquino R, Dourado I, Costa LQ, Silva MGC. Internações por condições sensíveis à Atenção Primária à Saúde em crianças menores de 1 ano no Brasil. Ciên Saúde Coletiva 2020; 25(7):2883-90. https://doi.org/10.1590/1413-81232020257.25002018
26. Silva SS, Pinheiro LC, Loyola-Filho AI. Internações por condições sensíveis à atenção primária entre idosos residentes em Minas Gerais, Brasil, 2010-2015. Cad. Saúde Colet 2022; 30(1). doi: 10.1590/1414-462X202230010294
27. Veloso MAA, Caldeira AP. Número de equipes assistenciais e internações por condições sensíveis à atenção primária. Cien Saude Colet 2022; 27(7):2573-2581. doi: 10.1590/1413-81232022277.20952021.
28. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Nota metodológica da Cobertura Potencial da Atenção Primária à Saúde no SUS. Nota Técnica Nº 301/2022-CGESF/DESF/SAPS/MS. Brasil: Ministério da Saúde; 2022.
29. Dourado I, Oliveira VB, Aquino R, Bonolo P, Lima-Costa MF, Medina MG, Mota E, Turci MA, Macinko J. Trends in primary health care-sensitive conditions in Brazil: the role of the Family Health Program (Project ICSAP-Brazil). Med Care 2011; 49(6):577-84.
30. Hone T, Macinko J, Trajman A, Palladino R, Coeli CM, Saraceni V et al. Expansion of primary healthcare and emergency hospital admissions among the urban poor in Rio de Janeiro Brazil: A cohort analysis. Lancet 2022 Nov; 15. doi: 10.1016/j.lana.2022.100363
31. Santos FM, Macieira C, Machado ATGM, Borde EMS, Santos AF. Internações por condições sensíveis à atenção primária (ICSAP): uma análise segundo características sociodemográficas, Brasil e regiões, 2010 a 2019. Rev Bras Epidemiol 2022; 25.
32. Knabben JJ, Kretzer MR, Barros GC, Pereira EC, Silva FC, Vietta GG. Tendência temporal das condições sensíveis à atenção primária em idosos no Brasil. Revista Brasileira de Promoção da Saúde 2022; 35(10). doi: 10.5020/18061230.2022.12813
33. Viacava F, Carvalho CC, Martins M, Oliveira RD. Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária (ICSAP): análise descritiva por sexo e idade e diagnósticos principais. PROADESS. Projeto de Avaliação dos Serviços de Saúde. Boletim Informativo nº 9, 2022 out.
34. Moura BLA, Cunha RC, Aquino R, Medina MG, Mota ELA, Macinko J, Dourado I. Principais causas de internação por condições sensíveis à atenção primária no Brasil: uma análise por faixa etária e região. Rev Bras Saúde Mater Infant 2010; 10(1):83-91.
35. Mendonça SS, Albuquerque EC. Perfil das internações por condições sensíveis à atenção primária em Pernambuco, 2008 a 2012. Epidemiol Serv Saúde 2014; 23(3):463-74. doi: 10.5123/S1679-49742014000200009
36. Carneiro VCCB, Oliveira PTR, Carneiro SR, Maciel MC, Pedroso JS. Impact of expansion of primary care in child health: a population-based panel study in municipalities in the Brazilian Amazon. BMJ Open 2022 Mar 4; 12(3):e048897. doi: 10.1136/bmjopen-2021-048897
37. Cavalcanti S, Feitosa CMS, Santos DMS, Barros FD, Carvalho ACAN. Internações por condições sensíveis à atenção primária: município do Nordeste do Brasil. Brazilian Journal of Health Review 2021; 4(2): 4298-310. doi: 10.34119/bjhrv4n2-026
38. Barros RDB, Aquino, R. Souza LEPF Evolução da estrutura e resultados da Atenção Primária à Saúde no Brasil entre 2008 e 2019. Ciência & Saúde Coletiva 2022; 27(11):4289-301. doi: 10.1590/1413-812320222711.02272022
39. Farias YN, Leite IC, Siqueira MAMT, Cardoso AM. Iniquidades étnico-raciais nas hospitalizações por causas evitáveis em menores de cinco anos no Brasil, 2009-2014. Cad Saude Publica 2019; 35(Suppl. 3):e00001019
40. Ribeiro MGC, Araujo Filho ACA, Rocha SS. Hospitalizações por condições sensíveis à atenção primária em crianças do Nordeste brasileiro. Rev Bras Saúde Mater Infant 2019; 19(2):499-506. doi: 10.1590/1806-93042019000200013
41. Cavaletti ACL, Caldas CP. Condições sensíveis à atenção primária: o protagonismo da Estratégia Saúde da Família na prevenção de internações de pessoas idosas. J Manag Prim Health Care 2021 Set 2. Disponível em: https://www.jmphc.com.br/jmphc/article/view/1030
42. Boing AF, Vicenzi RB, Magajewski F, Boing AC, Moretti-Pires RO, Peres KG et al. Redução das Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária no Brasil entre 1998-2009. Rev Saúde Pública 2012; 46(2):359-66.
43. Freitas JLG, Silva PP, Moreira KFA, Cavalcante DFB, Souza MHN, Alves JC. Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária em crianças em Rondônia, de 2008 a 2017. Cogitare enferm 2020; 25:e71904. doi: 10.5380/ce.v25i0.71904
44. Santos BV, Lima DS, Fontes CJF. Internações por condições sensíveis à atenção primária no estado de Rondônia: estudo descritivo do período 2012-2016. Epidemiol. Serv. Saude 2019; 28(1):e2017497. doi: 10.5123/S1679-49742019000100001
45. Santos DMA, Alves CMC, Rocha TAH, Silva NC, Queiroz RCS, Pinho JRO, et al. Fatores associados às internações infantis por condições sensíveis à atenção primária no Brasil: estudo ecológico. Rev Panam Salud Publica 2022; 46:e63. doi: 10.26633/RPSP.2022.63
46. Figueredo DCMM, Figueredo AM, Souza TKB, Vianna, RPT Relação entre oferta de diagnóstico e tratamento da sífilis na atenção básica sobrea incidência de sífilis gestacional e congênita. Cad. Saúde Pública 2020; 36(3):e00074519. doi: 10.1590/0102-311X00074519
47. Freitas GL, Souza TR, Lana FCF, Matozinho FP, Moreira AD, Arcêncio RA. Tendências temporais de internações de crianças por condições sensíveis à atenção primária em Minas Gerais, Brasil. Rev Min Enferm 2022; 26:e-1431. DOI: 10.35699/2316-9389.2022.38797.
48. Domingues RM, Szwarcwald CL, Souza PR Jr, Leal MC. Prevalence of syphilis in pregnancy and prenatal syphilis testing in Brazil: Birth in Brazil study. Rev Saude Publica 2014; 48(5):766-74.
49. Guedes ALL, Guimarães DC, Paiva SP, Tibiriça SHC, Cardoso GCP, Ribeiro LC. Prevenção da sífilis congênita na atenção primária à saúde: contribuições do estudo de avaliabilidade. HU Ver 2022; 48:1-11. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/hurevista/article/view/37056
50. Pinto LF, Mendonça CS, Rehem TCMSB, Stelet B. Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária (ICSAP) no Distrito Federal: comparação com outras capitais brasileiras no período de 2009 a 2018. Cien Saude Colet 2019; 24(6):2105-2114. DOI: 10.1590/1413-81232018246.08582019
51. Maia LG, Silva LA, Guimarães RA, Pelazza BB, Pereira AC, Rezende WL, et al. Internações por condições sensíveis à atenção primária: um estudo ecológico. Rev Saúde Pública. 2019;53(2):1-11. DOI: 10.11606/S1518-8787.2019053000403
52. Rocha JVM, Sarmento J, Moita B, Marques AP, Santana R. Comparative research aspects on hospitalizations for ambulatory care sensitive conditions: the case of Brazil and Portugal. Cien Saude Colet 2020 Mar; 25(4):1375-88. doi: 10.1590/1413-81232020254.13502019. Epub 2019 Aug 25.
53. Viola BM. Acesso aos serviços de saúde em tempos de pandemia de COVID-19: uma análise a partir das Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária [Dissertação]. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca; 2022.
54. Dalberto EM. Impacto da pandemia por COVID-19 nas internações por condições sensíveis a Atenção Primária à Saúde na rede pública do Município de Marau, RS, 2019-2020 [Dissertação]. Porto Alegre: Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Escola de Enfermagem, Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2022.
55. Gama JVP, Silva MAM. Análise das internações por condições sensíveis à atenção primária à saúde na região sul do estado do Rio de Janeiro durante a pandemia da COVID-19: um estudo de caso. Revista Pró-UniverSUS 2022 Jan/Jun; 13 (1):2-6.
56. Sagan A, Webb E, Azzopardi-Muscat N, Mata I, McKee M, Figueras J. Health Systems Resilience During COVID-19: Lessons for Building Back Better. Denmark: WHO Europe, WHO European Observatory on Health Systems and Policies; 2021.
57. Carvalho CC, Viacava F, Oliveira RD, Martins M, Abrahão LD. Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária (ICSAP): análise do quesito raça/cor. Proadess - Boletim Informativo 2022; 10. Disponível em: https://www.proadess.icict.fiocruz.br/Boletim_n10_PROADESS_ICSAP_racacor_dez2022.pdf
Outros idiomas:
Hospitalizations for Primary Care-Sensitive Conditions in Brazil from 2000 to 2022: Trends and Challenges
Resumo (abstract):
The evolution of hospitalizations for Ambulatory Care-Sensitive Conditions (ACSC) in Brazil from 2000 to 2022 was analyzed, highlighting national trends and the impact of COVID-19. This is an ecological and longitudinal study using data from the Hospital Information System of the Brazilian Unified Health System (SUS). The study analyzed ACSC rates and their proportion of total hospitalizations, considering estimated population, regional and state distribution, and age groups. A total of 56,308,152 ACSC were recorded during the period, corresponding to 20.8% of hospitalizations in the country. There was a reduction in ACSC rates per 10,000 inhabitants and in the proportion of total hospitalizations, with stagnation between 2015-2019. Most states and regions saw a reduction, with the largest decreases in the North, Northeast, and Center-West regions. Regarding age groups, there was a reduction in ACSC during the period, with an increase during the pandemic among the most vulnerable groups, along with changes in the pattern of causes. During the pandemic, rates decreased between 2020-2021, only to rise again in 2022. The importance of policies ensuring comprehensive and continuous access to the Family Health Strategy in Brazil is highlighted, especially for vulnerable groups, as well as the need for continuous investment to prevent disruptions in care and reduce avoidable hospitalizations.
Palavras-chave (keywords):
Ambulatory care-sensitive conditions, Family Health Strategy, Brazilian Unified Health System, Brazil.
Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária no Brasil no período de 2000 a 2022: tendências e desafios
Hospitalizations for Ambulatory Care-Sensitive Conditions in Brazil from 2000 to 2022: Trends and Challenges
Hospitalizaciones por Condiciones Sensibles a la Atención Primaria en Brasil en el período de 2000 a 2022: tendencias y desafíos
Autores: Suelen Carlos de Oliveira (ENSP/Fiocruz; Unigranrio) – e-mail: suelen.c.oliveira@gmail.com – https://orcid.org/0000-0002-0090-2341
Lucia de Fátima Nascimento de Queiroz (Consultora independente) – e-mail: lfnqueiroz@gmail.com - ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2244-349X
Carla Lourenço Tavares de Andrade (Ensp/Fiocruz) – e-mail: carla.andrade@fiocruz.br – ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3232-0917
Mariana Vercesi de Albuquerque (Ensp/Fiocruz) – e-mail: mariana.albuquerque@fiocruz.br – ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0763-6357
Luciana Dias de Lima (Ensp/Fiocruz) – e-mail: luciana.dias@fiocruz.br – ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0640-8387
Elzo Pereira Pinto Junior (Cidacs – Fiocruz-BA) – e-mail: elzo.junior@fiocruz.br – ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6977-2071
Roberta Gondim de Oliveira (Ensp/Fiocruz) – e-mail: roberta.gondim@fiocruz.br – ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8408-6427
Eduarda Ferreira dos Anjos (Cidacs – Fiocruz – BA/ Ensp/Fiocruz) – e-mail: eduarda.anjos@fiocruz.br – ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4322-236X
Ligia Regina Franco Sansigolo Kerr (UFC) – e-mail: ligiakerr@gmail.com - ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4941-408X
Cristiani Vieira Machado (Ensp/Fiocruz) – e-mail: cristiani.machado@fiocruz.br – ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9577-0301
Resumo: Analisou-se a evolução das Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária (ICSAP) no Brasil de 2000 a 2022, destacando tendências nacionais e impactos da COVID-19. Estudo ecológico e longitudinal com dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS. Foram examinadas as taxas de ICSAP e sua proporção no total de internações, considerando população estimada, distribuição regional, estadual e faixas etárias. As 56.308.152 ICSAP registradas no período corresponderam a 20,8% das internações no país. Houve redução da taxa de ICSAP por 10.000 habitantes e da proporção total de internações, com estagnação entre 2015-2019. A maioria dos estados e regiões obtiveram redução, com maior decréscimo em estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Quanto aos grupos etários, verificou-se redução de ICSAP no período, com aumento na pandemia nos grupos mais vulneráveis, além de mudanças no padrão de causas. Durante a pandemia, houve redução das taxas entre 2020-2021, que se elevaram novamente em 2022. Ressalta-se a importância de políticas que garantam acesso integral e contínuo à Estratégia de Saúde da Família, especialmente para grupos vulneráveis, além da necessidade de investimentos contínuos para conter interrupções na atenção e reduzir internações evitáveis.
Palavras-chave: Condições sensíveis à atenção primária, Estratégia Saúde da Família, Sistema Único de Saúde, Brasil.
Abstract: The present study analyzed the evolution of hospitalizations for Ambulatory Care-Sensitive Conditions (ACSC) in Brazil from 2000 to 2022, highlighting national trends and the impact of COVID-19. This work is an ecological and longitudinal study, using data from the Hospital Information System (SIM) of the Brazilian Unified Health System (SUS). This study analyzed ACSC rates and their proportion of total hospitalizations, considering an estimated population, regional and state distribution, and age ranges. A total of 56,308,152 ACSCs were recorded during the period, corresponding to 20.8% of all hospitalizations in the country. A decrease was found in ACSC rates per 10,000 inhabitants and in the proportion of total hospitalizations, with stagnation observed between 2015-2019. Most states and regions saw a decline, with the largest decreases found in the North, Northeast, and Midwest regions. Regarding age ranges, a decrease in ACSC was observed during the period, with an increase during the pandemic among the most vulnerable groups, along with changes in cause patterns. During the pandemic, rates decreased between 2020-2021, only to rise again in 2022. The importance of policies ensuring comprehensive and continuous access to the Family Health Strategy (FHS) in Brazil is highlighted, especially for vulnerable groups, as is the need for continuous investments to prevent disruptions in care and reduce avoidable hospitalizations.
Keywords: Ambulatory care-sensitive conditions, Family Health Strategy, Brazilian Unified Health System, Brazil.
Resumen: Se analizó la evolución de las Hospitalizaciones por Condiciones Sensibles a la Atención Ambulatoria (HCSAA) en Brasil de 2000 a 2022, destacando tendencias nacionales e impactos de la COVID-19. Se trata de un estudio ecológico y longitudinal con datos del Sistema de Información Hospitalaria del SUS. Se examinaron las tasas de HCSAA y su proporción en el total de hospitalizaciones, considerando la población estimada, la distribución regional y estatal, así como los grupos etarios. Las 56.308.152 HCSAA registradas en el período representaron el 20,8% de las hospitalizaciones en el país. Hubo una reducción en la tasa de HCSAA por 10.000 habitantes y en la proporción total de hospitalizaciones, con estancamiento entre 2015-2019. La mayoría de los estados y regiones presentaron reducciones, con mayor disminución en los estados del Norte, Nordeste y Centro-Oeste. En cuanto a los grupos etarios, se observó una reducción de HCSAA en el período, con un aumento durante la pandemia en los grupos más vulnerables, además de cambios en el patrón de causas. Durante la pandemia, las tasas disminuyeron entre 2020-2021, pero volvieron a aumentar en 2022. Se destaca la importancia de políticas que garanticen el acceso integral y continuo a la Estrategia de Salud de la Familia, especialmente para los grupos vulnerables, además de la necesidad de inversiones continuas para evitar interrupciones en la atención y reducir hospitalizaciones evitables.
Palabras clave: Condiciones Sensibles a la Atención Ambulatoria, Estrategia de Salud de la Familia, Sistema Único de Salud, Brasil.
Introduction
The organization of Primary Health Care (PHC) services in Brazil has a historical trajectory marked by advances and setbacks over time. The creation of the Family Health Program (Programa Saúde da Família – PSF) in 1994, which later became the Family Health Strategy (FHS), is a milestone for PHC and the Unified Health System (SUS).
In the following decades, the ESF became a priority on the federal health agenda1,2 due to its relevance in expanding access, changing the care model, and financing SUS3,4. The priority nature of this strategy was also expressed in initiatives to train professionals, encourage research, and innovate in evaluation.
PHC evaluation initiatives, by governments or researchers in the country, were based on expert recommendations5,6 and experiences from other health systems. Evaluation methodologies focus on the structure and organization of the system, access, and quality of health care7-10. In addition to using direct indicators, such as vaccination coverage and lifestyle changes, these employed indirect indicators, including hospitalizations for PHC – Ambulatory Care-Sensitive Conditions (ACSC).
ACSCs are those for which high-quality primary care – "first-contact, accessible, continuous, comprehensive, and coordinated," as defined by the World Health Organization (WHO) – can prevent hospitalization, or in which early intervention can prevent complications or severity11. Indicators related to ACSCs have been used in other countries, sometimes referred to as "hospitalizations for ambulatory care-sensitive conditions (ACSC)" or "avoidable hospitalizations"11-17, including during the period of the COVID-10 pandemic18,19.
In 2008, the Brazilian Ministry of Health established a list of ACSCs20, consisting of nineteen groups of diseases whose hospitalizations could be prevented or diminished by high-quality, timely, and qualified ACSC21. Since then, Hospitalizations for ACSC have been used in SUS monitoring and evaluation studies, aiming to analyze PHC performance and improve health system management9, 22-27.
Comparative research on the adequacy of the indicator to analyze the effectiveness of PHC, as well as the results achieved in different socioeconomic contexts and health system configurations, has represented a fruitful field of study. It is important to note that the resolution capacity of PHC varies regionally, statewide, and municipally within SUS itself, highlighting the importance of observing the diversity of ACSCs within these distinct contexts.
Although there are numerous studies on hospitalizations for ACSCs of various scopes, there is a scarcity of national and longitudinal research covering longer periods. Furthermore, beginning in 2020, the COVID-19 pandemic changed the pattern of hospitalizations in the country, suspending elective care and shifting the system toward combating the health emergency. The changes in the number and severity of hospitalizations, with different patterns across age ranges and regions, highlighted the need to analyze how ACSCs behaved in this context. Among the publications on the topic, this study stands out for its long period of analysis (2000 to 2022) and for its identification of variations in the magnitude of rates and the pace of admissions throughout both regions and states, in addition to highlighting the age ranges most likely to benefit from specific measures.
The questions guiding the study were: What was the evolution of ACSCs in Brazil between 2000 and 2022? How was this evolution affected by the COVID-19 pandemic?
The present study aimed to (i) analyze the evolution of ACSC in Brazil in a time series of more than two decades, from 2000 to 2022, and (ii) identify national trends and the repercussions of the COVID-19 pandemic.
Methods
This work presents an ecological, longitudinal, descriptive study, conducted using publicly available, unrestricted secondary data extracted from the reduced databases of hospital admission authorizations (Autorizações de Internações Hospitalares – AIH) from the SUS Hospital Admissions System (Sistema de Internações Hospitalares do SUS – SIH-SUS) of the Ministry of Health (MoH). Hospitalization data from 2000 to 2022 in Brazil were collected monthly and organized annually and by state, highlighting the effects of the COVID-19 pandemic. Data for 2022 were accessed in January 2024. The databases were manipulated using SAS, version 9.4, software, and graphs were constructed in Excel.
The evolution of hospitalization rates for ACSCs per 10,000 inhabitants and the share of ACSCs in total hospitalizations were analyzed, considering the Brazilian population, estimated by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE) as a whole, by regions and states, and by age ranges.
Data analysis on causes of hospitalization was performed for the 19 diagnostic groups that make up the ACSCs within all age groups. Regarding prenatal and childbirth-related illnesses, our study considered complications affecting pregnant and postpartum women that could have been prevented with quality primary care.
The six main causes of hospitalizations at the beginning and end of the study period were highlighted for the population under five and over sixty years of age, based on the relevance of ACSCs in these age groups, both in terms of rate and proportion of hospitalizations.
The estimated or potential coverage indicators for the FHS and PHC were obtained from the MoH website. On the webpage, accessed in May 2023 (https://sisaps.saude.gov.br/painelsaps/saude-familia), PHC coverage was available for the years 2007 to 2022, and FHS coverage from 2007 to 2020. Given changes in funding that required the registration of the covered population, the MoH adopted the term "potential coverage" for the purposes of comparability of the series28. The potential coverage of Family Health Teams (FHTs) was estimated, considering the number of teams and the recommended population coverage per team (3,500 people) in relation to the total population. The formula used by the MoH in 2022 was:
Estimated or potential coverage of FHT = (in FHT x 3500) x 100 / IBGE population estimate
The second indicator considers the estimated potential coverage of all PHC services recognized by the MoH, taking into account FHTs or PHC teams with configurations that are distinctly from the FHS, including teams working in Street Clinics (FHT-SC), with the riverside population (FHT-RP) or the prison population (FHT-PP):
Estimated or potential coverage of PHC team = (in FHT x 3500) + (in PHC team 20 h x 1750) + (in PHC team 30 h x 2625) + (SISAB population of FHT-SC, FHT-RP and FHT-PP*) X 100/ IBGE population estimate
The FHS\'s estimated population coverage data from 2000 to 2006 were no longer available online, but they had been obtained from the MoH website in May 2017 and were included in the research group\'s archives. At that time, the MoH also estimated coverage based on the number of funded teams and the recommended population coverage per team, which was approximately 3,500 people.
Because this study used secondary, publicly accessible data with de-identified information, the research was not submitted to a Human Research Ethics Committee.
Results
Between 2000 and 2022, 56,308,152 hospitalizations for PHC-sensitive conditions were recorded in Brazil, corresponding to 20.8% of the 270,855,504 total hospitalizations. These hospitalizations cost SUS approximately R$39,539,942,995 and R$258,654,667,294.76, respectively, with an average cost of R$751.93 for hospitalizations due to ACSCs and R$959.43 for general hospitalizations.
Between the first and last years analyzed, the hospitalizations due to ACSC (HACSC) rate decreased from 174.1 to 93.7 per 10,000 inhabitants (Figure 1), and the proportion of total hospitalizations decreased from 24.3% to 16.1% (data not shown). The rate of decline varied over time. The decrease in HACSC cases until 2019 accompanied the increase in FHS coverage (Figure 1). A downward trend was observed in the HACSC rate per 10,000 inhabitants between 2000 and 2008, when FHS expansion was observed, followed by a small increase between 2008 and 2010, a further decrease between 2010 and 2016, and stagnation between 2016 and 2019. Between 2020 and 2021, the first two years in which the country was most affected by the COVID-19 pandemic, the rates reached their lowest levels. The monthly analysis (data not shown) showed a decrease, beginning in March 2020, the month in which COVID-19 hospitalizations began to increase. In 2022, the rate rose again, remaining below the 2019 level.
Figure 1
Decrease in ACSC between 2000 and 2022 occurred in all regions of the country, following the national trend, with differences in rates of decline between regions and state (Table 1).
Table 1
In 2000, the South region presented the highest rate (225.1), followed by the Midwest (210.2), Northeast (186.1), North (184.1), and Southeast (141.2) regions. In 2022, the South region had the highest rate of ACSC per 10,000 inhabitants (112.6), despite a negative variation of 50%, representing the second largest decrease among the regions during the period studied. The lowest rate was in the Southeast (86.7), also with the smallest percentage in decline (-38.6). The North, Northeast, and Midwest had, respectively, rates of 98.4, 94.3, and 89.3 per 10,000 inhabitants. The states with the highest rates of HACSCs per 10,000 inhabitants, by year analyzed, were: Rondônia in 2000 (303.8%), Piauí in 2009 (225.9%), and Maranhão from 2019 to 2022, all three of which are located in the North and Northeast regions of Brazil.
The variation in the ACSC rate from 2000 to 2022 was negative in most states and in all regions of the country. The largest decreases occurred in Paraíba (-68.2%), Goiás (-66.0%), Alagoas (-65.3%), Mato Grosso (-63.1%), Tocantins (-62.6%), Rio Grande do Norte (-61.6%), and Rondônia (-60.8%). The states with the largest decreases are in the North, Northeast, and Midwest regions. Only Amazonas (27.7) and Roraima (189.3) showed an increase during the period.
Between 2020 and 2021, when the non-pharmaceutical measures (masks and social distancing in 2020-21) and pharmaceutical measures (vaccination in 2021) recommended to control the COVID-19 pandemic were implemented in the country, the national rate of hospitalizations for ACSCs per 10,000 inhabitants decreased by -1.4%, followed by a 23.5% increase in 2022.
Although declines in ACSCs were observed for all age ranges between 2000 and 2022, there were variations among them. The age ranges with the highest rates of HACSCs were among the elderly, over 80 years of age; the elderly, aged 60 to 79 years, and children, aged 0 to 4 years. In these three age ranges, the downward trend in ACSCs was most evident, in terms of the population rate per 10,000 inhabitants (Figure 2). Among those over sixty, there was a continuous decrease between 2000 and 2007, with a sharp decline between 2007 and 2008 and between 2019 and 2020, in the latter case in the context of increased hospitalizations due to COVID-19. However, between 2020 and 2021, rates rose again for the three most sensitive age ranges (over 80, 60 to 79, and children aged 0 to 4).
Figure 2
An analysis of HACSCs by cause, considering the age ranges of children under five and the elderly, shows significant changes during the period.
Between 2000 and 2022, among the six main causes of ACSCs among children under five, hospitalizations due to infectious gastroenteritis and its complications decreased (from 172.6 to 41.5 per 10,000 inhabitants) and hospitalizations due to asthma (from 89.8 to 24.3 per 10,000 population). Hospitalizations due to lung diseases increased from 21.5 to 61.5 per 10,000 inhabitants; hospitalizations due to bacterial pneumonia increased from 16.4 to 36.4 per 10,000 inhabitants; due to kidney and urinary tract infections rose from 7.5 to 14.2/10,000 inhabitants; and those caused by diseases related to prenatal care and childbirth rose from 1.5 to 15.3/10,000 inhabitants (Figure 3).
Figure 3
Among the elderly population (over sixty years of age), there was also a decrease in HACSC rates for most causes between 2000 and 2022 (Figure 4), although HACSC rates remained higher in this age group than in others and showed changes in the composition of the most frequent causes.
In 2000, the six leading causes of HACSC per 10,000 inhabitants in the population of over sixty years of age were: heart failure (195.9), lung disease (129.4), cerebrovascular disease (101.5), infectious gastroenteritis and its complications (52.6), hypertension (48.7), and diabetes mellitus (43.8). In 2022, the main causes of HACSC in this population group, per 10,000 inhabitants, were cerebrovascular diseases (56.7), followed by heart failure (51.8), kidney and urinary tract infections (32.2), lung diseases (24.7), diabetes mellitus (22.4), and angina (20.5). It is important to highlight the increase in the rate of kidney and urinary tract infections, which is the only one, among the six most frequent causes of hospitalization, to increase in the period for this age range, from 20.2 in 2000 to 32.2 per 10,000 inhabitants in 2022.
Figure 4
Discussion
The downward trend in HACSC in Brazil between 2000 and 2022 identified in this study corroborated the results of previous national longitudinal studies9,22,29-33, highlighting the sharp decrease recorded in the initial period of the analysis, between 2000 and 2008. Several studies have pointed to a negative correlation between HACSC and the expansion of the FHS in the country, reflecting efforts to strengthen PHC within SUS during this period, as well as the effectiveness of the FHS model in addressing health inequalities.
Previous research has explored the relationship between PHC and HACSC at the macroregional31,34, state23,30,35,36, and municipal24,37,38 levels; and/or analyzed these relationships across different age ranges7,25,34,39-41, with relevant contributions. The analysis by macroregion and state conducted in this study corroborates the conclusions of other studies, according to which structural inequalities and in the implementation of the FHS are driving the differences in declines in ACSC. Despite the high rates of ACSC per 10,000 inhabitants observed between 2000 and 2022 in the South region, the highest rates were concentrated in some states in the North and Northeast, while the largest declines were observed in states in the North, Northeast, and Midwest regions.
Municipal-based studies have been important in analyzing the relationship between health care configuration and HACSCs. Macinko et al.22 found that, from 1999 to 2007, greater PHC coverage was associated with lower rates HACSCs, while a greater presence of private beds was associated with higher rates of HACSCs22. Boing et al.42 and Castro et al.8 recognized the correlation between a greater availability of physicians in PHC services and a decrease in HACSCs. Castro et al.9 found that municipalities with lower PHC quality showed HACSC rates of 21.2% higher than did municipalities with the highest ratings in the Primary Care Quality Improvement Program (PMAQ-AB), even in socially vulnerable contexts.
In the state of Rio de Janeiro, Hone et al.30 found that each additional FHS visit was associated with a 3% lower rate of HACSCs, a 63% lower rate of 30-day readmissions for any non-congenital cause, and a 57% lower rate of 30-day readmissions for HACSCs. According to the authors, the elderly, those with less education, the unemployed, and those with higher incomes showed the greatest declines in HACSCs associated with the FHS30.
The situation in Rondônia stands out, as it recorded high rates of HACSCs per 10,000 inhabitants between 2000 and 2022. Freitas et al.43, analyzing ACSCs among children in the state, highlighted the low coverage of basic sanitation and a high proportion of pregnant women with fewer than six prenatal appointments. In this state, 42.8% of ACSCs were recorded among children under nine years of age, with higher ACSC rates recorded in smaller municipalities44. This indicates the need to expand access to health care for vulnerable groups, as well as coordinate public policies to improve living conditions.
In the analysis by age range and cause, among the population under five years of age, a notable decrease was observed in hospitalizations for infectious gastroenteritis and its complications. While the incidence of these infections can be diminished by access to safe water, basic sanitation, and preventive measures (food hygiene, rotavirus vaccination), in turn reducing hospitalizations due to these causes, depends on timely care in PHC for children with gastrointestinal symptoms (e.g., oral rehydration therapy, medications in appropriate cases). Santos et al.45 associated the decrease in hospitalizations of children due to gastroenteritis and other causes with factors such as planning by FHS teams, operations carried out during special hours, the existence of child care facilities in the units, and the availability of vaccines.
However, the study revealed an increase in hospitalizations for prenatal and childbirth-related illnesses in this age range, associated with congenital syphilis. Figueredo et al.46 reported macroregional variability in limitations on access to syphilis treatment in PHC, finding that penicillin administration is not a majority practice in a a great majority of municipalities in the Southeast and Northeast regions. A study on HACSCs in children under five years of age in Minas Gerais, between 2008 and 2018, found that congenital syphilis is related to social vulnerability and gaps in prenatal care47. Other studies have highlighted flaws in health system management, referral and counter-referral actions, integration between epidemiological surveillance and PHC actions, the institutionalization of continuing education programs, and basic care, including the administration of penicillin by PHC services48,49. The observed decline in HACSC in the population over sixty years of age was previously confirmed in national9,33,41 and regional23,26,30,50 studies. The main causes of HACSC among the elderly were circulatory system diseases; respiratory system diseases; and endocrine, metabolic, and nutritional disorders, with a 61.5% decrease in hospitalization rates for heart failure and a 27.3% increase in hospitalizations for pneumonia. It is important to note that, in this age range, there was an increase in kidney and urinary tract infections during the period, the relevance of which has been highlighted in previous studies26,50-52. Pinto et al.50 highlighted the following as important measures to prevent hospitalizations for this cause among the elderly: stratification by risk and vulnerability; longitudinal consultations; emphasis on self-care and home care; and collaboration between FHS teams and caregivers of elderly individuals to ensure ongoing care, such as regular fluid intake and pneumococcal immunization.
Another key comment concerns the intensity of the decline in HACSC rates at different points in time, with a slight slowdown observed between 2015 and 2019. Although the limitations of this study do not allow for inferences between the policies of successive governments and the evolution of HACSC, previous studies have raised hypotheses in this regard. Barros et al.38 found that fiscal austerity policies resulted in reduced PHC spending in municipalities with greater socioeconomic deprivation, particularly between 2015 and 2016. Santos et al.45 warned of a slower decline in HACSC rates between 2015 and 2019, a period of austerity and economic crisis in the country.
The diminished impact of the COVID-19 pandemic on HACSC behavior, observed in this study, has also been recorded in previous studies. Viola53 found reduced care and hospitalizations for various PHC-sensitive conditions in five cities (Manaus, Belo Horizonte, Recife, Brasília, and Florianópolis) from 2017 to 2021. Dalberto54 and Gama and Silva55 reported similar declines in HACSC, followed by upward trends, likely resulting from the accumulation of demand caused by restrictions imposed on the population during the most critical period of the pandemic. Further research is warranted to explore the factors behind this decline, which is not necessarily related to improved PHC, but rather to difficulties in accessing hospital services due to physical distancing, fear of contamination, and/or overloading of services with COVID-19 care.
In summary, the results of this study reinforce the merits of implementing policies focused on comprehensive and continuous care, such as the FHS model, along with investments in health promotion and prevention, in an attempt to reduce hospital admissions for conditions that could be treated in PHC51. Furthermore, the results also corroborate the assertion that, during health crises such as the COVID-19 pandemic, to avoid disruptions in health care, increased public funding and the adoption of adaptive strategies in the planning and delivery of health services are necessary56,18,19.
The limitations of using the ACSC indicator have been highlighted in previous studies, which highlighted an underreporting of hospitalizations, inaccuracies in diagnostic classification, and limited coverage of the ACSC index51. These factors highlight the need for improved health data recording. In the data on FHS and PHC coverage, any fluctuations that may be related to changes in calculation criteria established by the MoH did not compromise the analysis of the overall trend. Despite the mandatory collection and recording of race/color information in the SUS Information Systems since 2017, the improvement in the quality of its completion in hospital information systems has been recent and gradual; the absence of this information represented 35.4% of all hospitalizations in 2008, falling to 23.3% of all hospitalizations and 22.4% of all HACSCs in 2021, with significant territorial variation57. The gaps in this information hindered the analysis of ethnic-racial inequalities in access to and use of services, along with health outcomes during the study period. The prospect of improved recording quality after the elimination of the "no information" option for the race/color information reinforced the importance of conducting studies that explore this important dimension of Brazilian inequality.
This study was limited by its descriptive nature, the analytical omission of bed availability, and its focus on national rates, which failed to provide in-depth explanations for the causes of changes in HACSCs during the period, as well as the persistence of spatial and intergroup disparities. Further research is warranted to analyze the correlation of ACSCs with socioeconomic (income, ethnic/racial), territorial (municipal), and regional inequalities; in bed availability (considering public-private composition); and with health system characteristics (management, organization, and care), including records during the COVID-19 pandemic.
Regarding the use of ACSCs to assess the health system, despite the limitations identified in the literature, their importance is associated with their magnitude, as they accounted for over 20% of all hospitalizations in the country during the period analyzed in this study. This fact highlights the need to monitor ACSCs, as well as to carry out in-depth studies on the structure and effectiveness of PHC strategies, aiming to subsidize public policies to strengthen SUS and improve the health conditions of the Brazilian population.
Conclusion
This study found that the national rate of HACSCs in Brazil showed a continuous downward trend from 2000 to 2022. However, the following were observed: (i) variations in the magnitude of the rates and the pace of decline across regions and states; (ii) a greater decline in rates at the extremes of life, that is, in the age ranges under five and over sixty; (iii) differing behavior within the various cause groups, with a decline in hospitalizations for some causes and a worrisome increase in hospitalizations for others; and (iv) the effects of the COVID-19 pandemic on HACSCs, with a decrease in 2020 and 2021 and an increase in 2022 to levels below those of 2019.
The decrease in HACSC rates during this period occurred in a context marked by expanded access to PHC in Brazil. However, the decline did not occur at the same pace at different points in time, nor in the same manner throughout regions, age ranges, or causes.
The increase in hospitalizations due to prenatal and childbirth-related illnesses in children under five years of age, and in hospitalizations due to kidney and urinary tract infections among the elderly, highlighted gaps in organization and care in PHC that urgently need to be addressed in order to reduce morbidity from preventable conditions that can lead to complications, sequelae, and death.
Acknowledgements
We are grateful for the financial support from the NIHR/SEDHI Global Health Research Unit and for their contributions to the project\'s discussions.
CVM and LDL are CNPq Research Productivity Fellows and FAPERJ Scientists of Our State.
References
1. Malta DC, Santos MAS, Stopa SR, Vieira JEB, Melo EA, Reis AAC. A Cobertura da Estratégia de Saúde da Família (FHS) no Brasil, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, 2013. Cien Saude Colet 2016; 21(2):327-38.
2. Pinto LF, Giovanella L. Do Programa à Estratégia Saúde da Família: expansão do acesso e redução das internações por condições sensíveis à atenção básica (ICSAB). Ciência & Saúde Coletiva 2018; 23(6):1903-14. doi: 10.1590/1413-81232018236.05592018
3. Castro ALB, Machado CV. A política de atenção primária à saúde no Brasil: notas sobre a regulação e o financiamento federal. Cad Saúde Pública [Internet]. 2010 [acesso em 2025 Janeiro 12];26(4):693-705. Disponível em: http://www.scielo. br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2010000400012.
4. Brasil. Constituição da República Federativa: 1988 – texto constitucional promulgado em 5 de outubro de 1988, com as alterações adotadas pelas Emendas constitucionais nºs 1/1992 a 131/2023, pelo Decreto legislativo nº 186/2008 e pelas Emendas constitucionais de revisão nºs 1 a 6/1994. 64. ed.Brasília: Coordenação de Publicações, Câmara dos Deputados; 2023.
5. Billings J, Zeitel L, Lukomnik J, Carey TS, Blank AE, Newman L. Impact of socioeconomic status on hospital use in New York City. Health Aff (Millwood) 1993; 12:162-73.
6. Starfield B. Efetividade e Equidade em Serviços de Saúde através da Atenção Primária em Saúde. Terceiro Seminário Internacional: Avaliação em APS e Gestão por Resultados. Recife, Brasil, 2007 Dez 13. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/eventos/seminario_inter_dab/barbara_starfield_eua.pdf.
7. Rasella D, Harhay MO, Pamponet ML, Aquino R, Barreto ML. Impact of primary health care on mortality from heart and cerebrovascular diseases in Brazil: a nationwide analysis of longitudinal data. BMJ 2014 Jul 3; 348: g4014 doi: 10.1136/bmj. g4014
8. Castro ALB, Andrade CLT, Machado CV, Lima LD. Condições socioeconômicas, oferta de médicos e internações por condições sensíveis à atenção primária em grandes municípios do Brasil. Cad. Saúde Pública 2015; 31(11):2353-66.
9. Castro DM, Oliveira VB, Andrade ACS, Cherchiglia ML, Santos AF. Impacto da qualidade da atenção primária à saúde na redução das internações por condições sensíveis. Cad. Saúde Pública 2020; 36(11):e00209819. doi: 10.1590/0102-311X00209819.
10. Santos FM, Macieira C, Machado ATGM, Borde EMS, Jorge AO, Gomes BA, Santos AF. Association between hospitalizations for sensitive conditions and quality of primary care. Rev Saude Publica 2023; 57:85. doi: 10.11606/s1518- 8787.2023057004879
11. Gibbons DC, Bindman AB, Soljak MA, Millett C, Majeed A. Defining primary care sensitive conditions: a necessity for effective primary care delivery? Journal of the Royal Society of Medicine 2012; 105(10):422-8. doi: 10.1258/jrsm.2012.120178.
12. Probst JC, Laditka JN, Laditka SB. Association between community health center and rural health clinic presence and county-level hospitalization rates for ambulatory care sensitive conditions: an analysis across eight US states. BMC Health Serv Res 2009 Jul 31; 9:134. doi: 10.1186/1472-6963-9-134
13. Falster MO, Jorm LR, Douglas KA, Blyth FM, Elliott RF, Leyland AH. Sociodemographic and health characteristics, rather than primary care supply, are major drivers of geographic variation in preventable hospitalizations in Australia. Med Care 2015; 53(5):436-45.
14. Srinivasa VK, Genevieve C, Raj SB, Linda W, Anne D, Andrew M et al. Assessment of health care, hospital admissions, and mortality by ethnicity: population-based cohort study of health-system performance in Scotland. Lancet Public Health 2018 May; 3(5):e226-36. doi: 10.1016/S2468-2667(18)30068-9. Epub 2018 Apr 21.
15. Van Der Pol M, Olajide D, Dusheiko M, Elliott R, Guthrie B, Jorm L et al. The impact of quality and accessibility of primary care on emergency admissions for a range of chronic ambulatory care sensitive conditions (ACSCs) in Scotland: longitudinal analysis. BMC Fam Pract 2019 Feb 22; 20(1):32.
16. González-Vélez AE, Mejía CCC, Padilla EL, Marín SYM, Bobadilla PAR, Sánchez JPR et al. Ambulatory care sensitive conditions hospitalization for emergencies rates in Colombia. Rev Saude Publica 2019; 53:36.
17. Satokangas M, Arffman M, Antikainen H, Leyland AH, Keskimäki I. Individual and Area-level Factors Contributing to the Geographic Variation in Ambulatory Care Sensitive Conditions in Finland: A Register-based Study. Med Care 2021 Feb 1; 59(2):123-30.
18. Green MA, McKee M, Hamilton OKL, Shaw RJ, Macleod J, Boyd A, Srinivasa VK Associations between self-reported healthcare disruption due to covid-19 and avoidable hospital admission: evidence from seven linked longitudinal studies for England. BMJ 2023; 382:e075133. doi: 10.1136/bmj-2023-075133
19. Green MA, McKee M, Massey J, et al. Trends in inequalities in avoidable hospitalisations across the COVID-19 pandemic: a cohort study of 23.5 million people in England. BMJ Open 2024; 14:e077948. doi: 10.1136/ bmjopen-2023-077948
20. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Lista Brasileira de Condições Sensíveis a Atenção Básica. Portaria nº 221 de 17 de abril de 2008. Diário Oficial. Brasil: Ministério da Saúde; 2008 Set 21.
21. Alfradique ME, Bonolo PDF, Dourado I, Lima-Costa MF, Macinko J, Mendonça CS, et al. Internações por condições sensíveis à atenção primária: a construção da lista brasileira como ferramenta para medir o desempenho do sistema de saúde (Projeto ICSAP - Brasil). Cad Saúde Pública 2009; 25:1337-49.
22. Macinko J, Oliveira VB, Turci MA, Guanais FC, Bonolo PF, Lima-Costa MF. The influence of primary care and hospital supply on ambulatory care-sensitive hospitalizations among adults in Brazil, 1999-2007. Am J Public Health 2011 Oct; 101(10):1963-70. doi: 10.2105/AJPH.2010.198887. Epub 2011 Feb 17.
23. Marques AP, Montilla DER, Almeida WS, Andrade CLT. Internação de idosos por condições sensíveis à atenção primária à saúde. Rev Saúde Pública 2014; 48(5):817-26. doi: 10.1590/S0034-8910.2014048005133
24. Araújo WRM, Queiroz RCS, Rocha TAH, Silva NCS, Thumé E, Tomasi E, et al. Estrutura e processo de trabalho na atenção primária e internações por condições sensíveis. Rev Saúde Pública 2017; 51:75. doi: 10.11606/s1518-8787.2017051007033
25. Pinto Junior EP, Aquino R, Dourado I, Costa LQ, Silva MGC. Internações por condições sensíveis à Atenção Primária à Saúde em crianças menores de 1 ano no Brasil. Ciên Saúde Coletiva 2020; 25(7):2883-90. https://doi.org/10.1590/1413-81232020257.25002018
26. Silva SS, Pinheiro LC, Loyola-Filho AI. Internações por condições sensíveis à atenção primária entre idosos residentes em Minas Gerais, Brasil, 2010-2015. Cad. Saúde Colet 2022; 30(1). doi: 10.1590/1414-462X202230010294
27. Veloso MAA, Caldeira AP. Número de equipes assistenciais e internações por condições sensíveis à atenção primária. Cien Saude Colet 2022; 27(7):2573-2581. doi: 10.1590/1413-81232022277.20952021.
28. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Nota metodológica da Cobertura Potencial da Atenção Primária à Saúde no SUS. Nota Técnica Nº 301/2022-CGFHS/DFHS/SAPS/MS. Brasil: Ministério da Saúde; 2022.
29. Dourado I, Oliveira VB, Aquino R, Bonolo P, Lima-Costa MF, Medina MG, Mota E, Turci MA, Macinko J. Trends in primary health care-sensitive conditions in Brazil: the role of the Family Health Program (Project ICSAP-Brazil). Med Care 2011; 49(6):577-84.
30. Hone T, Macinko J, Trajman A, Palladino R, Coeli CM, Saraceni V et al. Expansion of primary healthcare and emergency hospital admissions among the urban poor in Rio de Janeiro Brazil: A cohort analysis. Lancet 2022 Nov; 15. doi: 10.1016/j.lana.2022.100363
31. Santos FM, Macieira C, Machado ATGM, Borde EMS, Santos AF. Internações por condições sensíveis à atenção primária (ICSAP): uma análise segundo características sociodemográficas, Brasil e regiões, 2010 a 2019. Rev Bras Epidemiol 2022; 25.
32. Knabben JJ, Kretzer MR, Barros GC, Pereira EC, Silva FC, Vietta GG. Tendência temporal das condições sensíveis à atenção primária em idosos no Brasil. Revista Brasileira de Promoção da Saúde 2022; 35(10). doi: 10.5020/18061230.2022.12813
33. Viacava F, Carvalho CC, Martins M, Oliveira RD. Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária (ICSAP): análise descritiva por sexo e idade e diagnósticos principais. PROADESS. Projeto de Avaliação dos Serviços de Saúde. Boletim Informativo nº 9, 2022 out.
34. Moura BLA, Cunha RC, Aquino R, Medina MG, Mota ELA, Macinko J, Dourado I. Principais causas de internação por condições sensíveis à atenção primária no Brasil: uma análise por faixa etária e região. Rev Bras Saúde Mater Infant 2010; 10(1):83-91.
35. Mendonça SS, Albuquerque EC. Perfil das internações por condições sensíveis à atenção primária em Pernambuco, 2008 a 2012. Epidemiol Serv Saúde 2014; 23(3):463-74. doi: 10.5123/S1679-49742014000200009
36. Carneiro VCCB, Oliveira PTR, Carneiro SR, Maciel MC, Pedroso JS. Impact of expansion of primary care in child health: a population-based panel study in municipalities in the Brazilian Amazon. BMJ Open 2022 Mar 4; 12(3):e048897. doi: 10.1136/bmjopen-2021-048897
37. Cavalcanti S, Feitosa CMS, Santos DMS, Barros FD, Carvalho ACAN. Internações por condições sensíveis à atenção primária: município do Nordeste do Brasil. Brazilian Journal of Health Review 2021; 4(2): 4298-310. doi: 10.34119/bjhrv4n2-026
38. Barros RDB, Aquino, R. Souza LEPF Evolução da estrutura e resultados da Atenção Primária à Saúde no Brasil entre 2008 e 2019. Ciência & Saúde Coletiva 2022; 27(11):4289-301. doi: 10.1590/1413-812320222711.02272022
39. Farias YN, Leite IC, Siqueira MAMT, Cardoso AM. Iniquidades étnico-raciais nas hospitalizações por causas evitáveis em menores de cinco anos no Brasil, 2009-2014. Cad Saude Publica 2019; 35(Suppl. 3):e00001019
40. Ribeiro MGC, Araujo Filho ACA, Rocha SS. Hospitalizações por condições sensíveis à atenção primária em crianças do Nordeste brasileiro. Rev Bras Saúde Mater Infant 2019; 19(2):499-506. doi: 10.1590/1806-93042019000200013
41. Cavaletti ACL, Caldas CP. Condições sensíveis à atenção primária: o protagonismo da Estratégia Saúde da Família na prevenção de internações de pessoas idosas. J Manag Prim Health Care 2021 Set 2. Disponível em: https://www.jmphc.com.br/jmphc/article/view/1030
42. Boing AF, Vicenzi RB, Magajewski F, Boing AC, Moretti-Pires RO, Peres KG et al. Redução das Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária no Brasil entre 1998-2009. Rev Saúde Pública 2012; 46(2):359-66.
43. Freitas JLG, Silva PP, Moreira KFA, Cavalcante DFB, Souza MHN, Alves JC. Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária em crianças em Rondônia, de 2008 a 2017. Cogitare enferm 2020; 25:e71904. doi: 10.5380/ce.v25i0.71904
44. Santos BV, Lima DS, Fontes CJF. Internações por condições sensíveis à atenção primária no estado de Rondônia: estudo descritivo do período 2012-2016. Epidemiol. Serv. Saude 2019; 28(1):e2017497. doi: 10.5123/S1679-49742019000100001
45. Santos DMA, Alves CMC, Rocha TAH, Silva NC, Queiroz RCS, Pinho JRO, et al. Fatores associados às internações infantis por condições sensíveis à atenção primária no Brasil: estudo ecológico. Rev Panam Salud Publica 2022; 46:e63. doi: 10.26633/RPSP.2022.63
46. Figueredo DCMM, Figueredo AM, Souza TKB, Vianna, RPT Relação entre oferta de diagnóstico e tratamento da sífilis na atenção básica sobrea incidência de sífilis gestacional e congênita. Cad. Saúde Pública 2020; 36(3):e00074519. doi: 10.1590/0102-311X00074519
47. Freitas GL, Souza TR, Lana FCF, Matozinho FP, Moreira AD, Arcêncio RA. Tendências temporais de internações de crianças por condições sensíveis à atenção primária em Minas Gerais, Brasil. Rev Min Enferm 2022; 26:e-1431. DOI: 10.35699/2316-9389.2022.38797.
48. Domingues RM, Szwarcwald CL, Souza PR Jr, Leal MC. Prevalence of syphilis in pregnancy and prenatal syphilis testing in Brazil: Birth in Brazil study. Rev Saude Publica 2014; 48(5):766-74.
49. Guedes ALL, Guimarães DC, Paiva SP, Tibiriça SHC, Cardoso GCP, Ribeiro LC. Prevenção da sífilis congênita na atenção primária à saúde: contribuições do estudo de avaliabilidade. HU Ver 2022; 48:1-11. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/hurevista/article/view/37056
50. Pinto LF, Mendonça CS, Rehem TCMSB, Stelet B. Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária (ICSAP) no Distrito Federal: comparação com outras capitais brasileiras no período de 2009 a 2018. Cien Saude Colet 2019; 24(6):2105-2114. DOI: 10.1590/1413-81232018246.08582019
51. Maia LG, Silva LA, Guimarães RA, Pelazza BB, Pereira AC, Rezende WL, et al. Internações por condições sensíveis à atenção primária: um estudo ecológico. Rev Saúde Pública. 2019;53(2):1-11. DOI: 10.11606/S1518-8787.2019053000403
52. Rocha JVM, Sarmento J, Moita B, Marques AP, Santana R. Comparative research aspects on hospitalizations for ambulatory care sensitive conditions: the case of Brazil and Portugal. Cien Saude Colet 2020 Mar; 25(4):1375-88. doi: 10.1590/1413-81232020254.13502019. Epub 2019 Aug 25.
53. Viola BM. Acesso aos serviços de saúde em tempos de pandemia de COVID-19: uma análise a partir das Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária [Dissertação]. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca; 2022.
54. Dalberto EM. Impacto da pandemia por COVID-19 nas internações por condições sensíveis a Atenção Primária à Saúde na rede pública do Município de Marau, RS, 2019-2020 [Dissertação]. Porto Alegre: Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Escola de Enfermagem, Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2022.
55. Gama JVP, Silva MAM. Análise das internações por condições sensíveis à atenção primária à saúde na região sul do estado do Rio de Janeiro durante a pandemia da COVID-19: um estudo de caso. Revista Pró-UniverSUS 2022 Jan/Jun; 13 (1):2-6.
56. Sagan A, Webb E, Azzopardi-Muscat N, Mata I, McKee M, Figueras J. Health Systems Resilience During COVID-19: Lessons for Building Back Better. Denmark: WHO Europe, WHO European Observatory on Health Systems and Policies; 2021.
57. Carvalho CC, Viacava F, Oliveira RD, Martins M, Abrahão LD. Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária (ICSAP): análise do quesito raça/cor. Proadess - Boletim Informativo 2022; 10. Disponível em: https://www.proadess.icict.fiocruz.br/Boletim_n10_PROADESS_ICSAP_racacor_dez2022.pdf
Como
Citar
Oliveira, SC, Queiroz, LFN, Andrade, CLT, Albuquerque, MV, Lima, LD, Pinto Junior, EP, Oliveira, RG, Anjos, EF, Kerr, LRFS, Machado, CV. Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária no Brasil no período de 2000 a 2022: tendências e desafios. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2025/jun). [Citado em 05/12/2025].
Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/internacoes-por-condicoes-sensiveis-a-atencao-primaria-no-brasil-no-periodo-de-2000-a-2022-tendencias-e-desafios/19687