0133/2021 - Juventude, gênero e justiça reprodutiva: iniquidades em saúde no planejamento reprodutivo no Sistema Único de Saúde Youth, gender and reproductive justice: health inequities in family planning in the Brazilian Unified Health System
Iniciação sexual é um processo gradual de experimentação e aprendizado do repertório cultural sobre gênero, reprodução, contracepção, violência sexual, entre outros temas que circundam a sociabilidade juvenil. Ao contrário da perspectiva da abstinência sexual como panaceia para redução da “gravidez precoce” no Brasil, postula-se a abordagem da justiça reprodutiva como framework para enfrentar iniquidades em saúde no planejamento reprodutivo. Discutem-se desafios às políticas públicas de saúde para amparar adolescentes e jovens em suas trajetórias sexuais e reprodutivas, privilegiando a dimensão da interseccionalidade. O foco recai nas iniciativas institucionais públicas de oferta de métodos contraceptivos hormonais reversíveis de longa duração (LARC) no Sistema Único de Saúde, na última década. Do ponto de vista metodológico, tal reflexão se apoia em material empírico oriundo de pesquisa antropológica documental sobre tecnologias contraceptivas, no intuito de problematizar o que chamamos de “oferta seletiva” de tais dispositivos e seu viés discriminatório e estigmatizante. A defesa da ampliação da oferta contraceptiva no SUS, com acesso universal de todas as mulheres à LARC, distancia-se do que designamos como “coerção contraceptiva” em determinados grupos sociais.
Palavras-chave:
juventude; contracepção reversível de longo prazo; interseccionalidade; saúde reprodutiva.
Abstract:
Sexual initiation is a gradual process of experimentation and learning the cultural repertoire about gender, reproduction, contraception, sexual violence, among other themes that involve youth sociability. Contrary to the perspective of sexual abstinence as a panacea for reducing “early pregnancy” in Brazil, an approach to reproductive justice is postulated as a framework to face health inequities with regard to family planning. The article discusses the challenges imposed to public health policies to support adolescents and young people in their sexual and reproductive trajectories, privileging the dimension of intersectionality. The focus is on public institutional initiatives that offer long-acting reversible contraception (LARC) in the Brazilian Unified Health System (SUS) in the last decade. From a methodological point of view, such reflection is based on empirical material derivedanthropological documentary research on contraceptive technologies, in order to problematize what we call “ive offer” of these devices and their discriminatory and stigmatizing bias. The defense of expanding the contraceptive offer in SUS, with universal access for all women to LARC, drifts awaywhat we designate as “contraceptive coercion” in certain social groups.
Youth, gender and reproductive justice: health inequities in family planning in the Brazilian Unified Health System
Resumo (abstract):
Sexual initiation is a gradual process of experimentation and learning the cultural repertoire about gender, reproduction, contraception, sexual violence, among other themes that involve youth sociability. Contrary to the perspective of sexual abstinence as a panacea for reducing “early pregnancy” in Brazil, an approach to reproductive justice is postulated as a framework to face health inequities with regard to family planning. The article discusses the challenges imposed to public health policies to support adolescents and young people in their sexual and reproductive trajectories, privileging the dimension of intersectionality. The focus is on public institutional initiatives that offer long-acting reversible contraception (LARC) in the Brazilian Unified Health System (SUS) in the last decade. From a methodological point of view, such reflection is based on empirical material derivedanthropological documentary research on contraceptive technologies, in order to problematize what we call “ive offer” of these devices and their discriminatory and stigmatizing bias. The defense of expanding the contraceptive offer in SUS, with universal access for all women to LARC, drifts awaywhat we designate as “contraceptive coercion” in certain social groups.
Brandão , E. R., Cabral, C. da S.. Juventude, gênero e justiça reprodutiva: iniquidades em saúde no planejamento reprodutivo no Sistema Único de Saúde. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2021/abr). [Citado em 02/01/2025].
Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/juventude-genero-e-justica-reprodutiva-iniquidades-em-saude-no-planejamento-reprodutivo-no-sistema-unico-de-saude/18032?id=18032