0322/2025 - Prática de memorialização virtual no contexto da pandemia de COVID-19 no Brasil: rito do velório online Memorialization practices in the context of the COVID-19 pandemic in Brazil: the online wake ritual
Este estudo buscou compreender o rito do velório online como prática de memorialização
virtual no contexto da pandemia COVID-19 no Brasil. Trata-se de estudo qualitativo
exploratório e descritivo, do tipo pesquisa documental. Foi conduzida uma pesquisa na
plataforma Google, de materiais publicados entre 11 de março de 2020 a 27 de julho de 2021,
em português, com recorte geográfico “Brasil”, a partir de seus links. Dos 4924 links
identificados, 162 links se referem a matérias jornalísticas online publicadas no contexto da
pandemia e disponíveis para acesso na íntegra e de forma gratuita. Destas, selecionou-se 65
que mencionaram o velório realizado de forma virtual, as quais foram analisadas por meio da
análise de conteúdo. Identificou-se transformações significativas na topografia do rito do
velar, que foram adaptados às restrições sanitárias e medidas de distanciamento social, tais
como forma de envolvimento e diversidade de sujeitos envolvidos no oferecimento; modo de
transmissão do rito; aspectos relacionados à espacialidade e temporalidade. A presença de
elementos simbólicos personalizados de pertencimento deu visibilidade ao protagonismo de
enlutados na construção do rito do velar.
Palavras-chave:
Memorialização; Comportamento ritualístico; Tecnologia da Informação e Comunicação; Pandemia por COVID-19
Abstract:
This study aimed to understand the online wake ritual as a virtual Memorialization practice in
the context of the COVID-19 pandemic in Brazil. This is an exploratory and descriptive
qualitative study, with the document analysis as study design. A search was conducted on the
Google platform, with links published between March 11, 2020 and July 27, 2021, in
Portuguese, with “Brazil” as geographic delimitation. Among the 4924 links identified, 162
links referred to online news articles published in the context of the pandemic and available
for full and free access. Among these, 65 were selected as they mentioned the online wake
ritual. They were analyzed through content analysis. Significant transformations were
identified in the topography of the wake ritual, in order to respond to sanitary restrictions and
social distancing measures. These were related, for instance to: the form and diversity of
people involved in the offering; transmission mode; aspects related to spatiality and
temporality. The presence of singularized symbolic elements concerning belongingness gave
visibility to the leading role of bereaved in the design of wake ritual.
Keywords:
Memorialization practices; Ritualistic Behavior; Information Technology; COVID 19 Pandemic
Conteúdo:
Introdução
As práticas de memorialização correspondem às ações simbólicas e/ou organizacionais
diante da morte, do morto e do morrer, na medida em que se faz necessário dar um destino
para o corpo morto. Estas práticas variam conforme aspectos religiosos, sociais, culturais,
econômicos e com o tempo histórico. Em muitas culturas, também envolve a dimensão
político-legal, que determina os parâmetros legais, sanitários e normativos, os quais devem ser
apreciados formalmente. Esta dimensão pode ser concretizada por meio de empresas
funerárias, cemitérios, crematórios e demais órgãos que representam socialmente os lugares
que trabalham com a morte e o morto 1 .
As práticas de memorialização também envolvem os rituais fúnebres, tais como
velório, a cremação, o enterro e o sepultamento, que se relacionam à permanência simbólica
dos sujeitos no pós-morte 1 . Estes rituais fúnebres também envolvem as pessoas enlutadas, nos
quais estão presentes os rituais de luto, destacando-se as práticas informais de memorialização
que reúnem a família e os amigos para apoio mútuo. Nesta perspectiva, a preparação do
corpo, além de corresponder às legislações formais, quando realizada pela família, assume o
lugar de rito fúnebre e rito de luto simultaneamente em razão da existência de vínculo afetivo,
a exemplo da colocação de objetos pessoais nos caixões 1 .
Os rituais diante da morte e no luto compõem transição de encerramento de uma vida
e iniciação de um novo modo de viver na ausência de quem se perdeu² e são caracterizados
por uma conjuntura de sentidos multimilenares³, símbolos e simbolismos permeados pela
necessidade humana de significar a experiência da perda 4 e ações simbólicas de
reconhecimento da identidade comunitária. Possuem a potência de amalgamar os costumes
humanos, os estilos de morrer e as crenças fúnebres universais 5 inerentes à experiência
humana e, simultaneamente, a unicidade inexorável desta experiência.
Destaca-se o rito do velar pela criação topográfica de um espaço-tempo heterogêneo 6
em relação ao comum do cotidiano, que marca a união de uma comunidade para a vivência
ritualizada de interação 7 e manutenção da representação simbólica comunitária 8 . Uma de suas
valências é a criação de um lócus para a visualização do corpo, ato que em parte possibilita a
ritualística na corporeidade e, em parte, informa dados sobre a concretude da morte 4, 5 .
A compreensão do velar como símbolo alinha-se à função do rito proposta por
Douglas 4 para quem os símbolos rituais são eficazes enquanto inspiram confiança; podem ter
uma existência cultural autônoma, proporcionam ordem na desordem que destrói os arranjos
dos elementos, como ocorre em situações de crise representada nesse contexto pela morte, e
nesta desordem se evoca o simbolismo ritual 9 .
O velório é um comportamento ritualístico eminentemente humano diante da morte,
representa um dispositivo narrativo da experiência social multimilenar do morrer e do estar
com o morto, caracterizado por um investimento simbólico polivalente, que compõem e
atravessa a memória ritual coletiva dos distintos povos inter e intraculturalmente 1-5,8-11 .
As práticas de memorialização foram afetadas pelas restrições de distanciamento
social durante a pandemia de COVID-19. Neste sentido, ocorreram mudanças nas práticas de
memorialização ligadas à preparação do corpo, rituais fúnebres, cremação e enterros como
consequência da crise sanitária 12-13 .
Desse modo, pessoas enlutadas se depararam com a impossibilidade de realização de
ritos e rituais tradicionais diante da morte, do morto e do morrer devido ao risco biológico e a
necessidade de distanciamento 12-13 . O cenário pandêmico desvelou a reinscrição dos ritos de
despedidas na virtualidade, caracterizando modalidades de ritos e rituais contemporâneos
diante da morte, do morto, do morrer e no luto 9,14 a partir do acionamento de tecnologias da
comunicação e da informação digitais como ferramentas à ritualidade, à estratégia de
enfrentamento resiliente, cuidado à saúde mental e ao luto. Este estudo propôs-se
compreender o rito do velório online como prática de memorialização virtual no contexto da
pandemia de COVID-19 no Brasil.
Material e Método
Quanto ao desenho do estudo, trata-se de um estudo qualitativo exploratório e
descritivo, do tipo pesquisa documental 16 . Adotou-se nesta pesquisa como documentos as
matérias jornalísticas virtuais de livre acesso publicadas no contexto pandêmico acerca do
velório online como prática de memorialização virtual. Considerando a semelhança entre a
pesquisa documental e a revisão bibliográfica 16 foram adotadas no presente estudo as etapas
que constituem um estudo de revisão integrativa 17 com vistas ao delineamento e
sistematização da pesquisa documental em meio virtual.
Para acesso aos documentos, conduziu-se uma pesquisa na plataforma Google, com os
seguintes critérios para busca: a) links que abordavam o conteúdo de práticas de
memorialização virtuais publicados por organizações; b) links do Google publicados entre 11
de março de 2020 até 27 de julho de 2021. Este período corresponde, respectivamente, à data
da declaração de situação de Pandemia por COVID-19 pela OMS e julho de 2021 foi o
primeiro mês de curva decrescente no Brasil do número de óbitos por coronavírus, após seu
auge. Para tanto, a busca do Google se deu no modo “Pesquisa Avançada”, na qual houve
recorte temporal do dia 11/03/20 ao dia de realização da pesquisa (27 de julho de 2021), não
sendo acrescidas novas buscas após este dia. Além disso, foi delimitado no campo o recorte
geográfico “Brasil” como país e recorte idiomático “Português-Brasil”. Quanto à natureza da
fonte, foram incluídos “qualquer fonte” e “qualquer qualidade”, “notícias" e “vídeos”. Foram
excluídas na busca avançada do Google a) “imagens”, “maps” e links que continham somente
vídeos; b) links que tratavam de propagandas de serviços, sem mencionarem práticas de
memorialização virtuais; práticas de memorialização virtuais que foram realizadas em páginas
individuais de redes sociais de pessoas enlutadas.
Foram utilizadas as seguintes palavras chaves: Memorialização virtual; Luto virtual;
Funeral virtual; Funeral online; Práticas Mortuárias virtuais; Morte virtual; rituais fúnebres
virtuais; Comportamento ritualístico virtual; funeral ao vivo; memoriais virtuais, rituais
virtuais de luto, memorialização, funerais onlines, cremação online, enterro online, memorial
online, cerimônias de luto virtuais, memorialização virtuais; luto virtuais, memorialização e
morte, despedidas virtuais, virtualidade do luto. Esta busca permitiu localizar 4924 links, que
foram exportados para um novo documento em Excel no qual foi realizada a extração dos
dados das fontes primárias, nas seguintes informações dos links incluídos: título do link, seu
website e descrição geral do conteúdo. No processo de extração dos dados, localizou-se 162
documentos relacionados às matérias jornalísticas publicadas no contexto da pandemia de
COVID-19 e disponíveis virtualmente para acesso na íntegra e de forma gratuita. Estas
publicações foram lidas na íntegra, buscando-se mapear práticas de memorialização virtuais.
Destas, selecionou-se documentos referentes ao velório virtual, os quais foram analisados por
meio da análise de conteúdo, do tipo categorial temática 18 . Neste sentido, os 65 documentos 19-83
foram analisados e referenciados como fontes documentais neste estudo e constam no
Apêndice do manuscrito.
O processo de delineamento e tomada de decisão dos critérios de inclusão de busca na
plataforma Google foi realizada por dois pesquisadores de forma conjunta. A localização dos
links e o processo de extração dos dados, que resultou na planilha em Excel com os 4924
links foi realizada por um destes pesquisadores. Já a leitura dos documentos na íntegra e a
decisão por sua inclusão/exclusão no estudo foi realizada conjuntamente entre estes mesmos
dois pesquisadores, assim como o processo de análise.
Resultados
A análise dos documentos identificou aspectos relacionados ao contexto histórico do
velório online no Brasil pré pandêmico 19-22 . A tecnologia para velórios e homenagens virtuais
já compunham os serviços de empresas funerárias desde 2001, porém eram vendidos como
serviços adicionais 19,21,23 esse recurso se prestava a atender familiares e amigos residentes em
outros estados ou países 23 . Uma igreja brasileira relatou a opção pela cerimônia fúnebre virtual
como parte do cuidado aos seus fiéis enlutados com familiares distantes 24 . A necessidade de
transmitir velórios ao vivo era, entretanto, algo ainda latente e as poucas empresas que
tentaram prestar este serviço no passado não tiveram boas experiências, normalmente
envolvendo câmeras e DVRs voltados a sistemas de CFTV convencionais 21 .
Na pandemia, passou a ser ofertado como um serviço obrigatório a ser ofertado pelas
prestadoras de serviços funerários 19-83 . A imposição do distanciamento social, requereu
diferentes serviços onlines, incluindo o velório 19-83 , em todo o mundo 25,26 , quando medidas de
biossegurança recomendadas restringiram às pessoas a possibilidade de acompanhar seus
familiares no leito de hospitais 22 , na morte e no luto. Este contexto, afetou os costumeiros
rituais de despedida 22 , transformando-os em uma experiência dramática pelo impedimento da
ritualidade, da mais banal a mais extraordinária 19 . O velório online se apresentou como
ferramenta inovadora e humanizada para famílias de vítimas da COVID-19 quando o Brasil
ocupava o segundo lugar no ranking mundial de mortes e o primeiro lugar na América Latina
e o mundo estava buscando novas formas para lidar com os mortos e as famílias enlutadas 27 .
Devido às mudanças emergenciais ao segmento funerário, houve aumento da demanda por
estes serviços para compensar as dificuldades e limitações às práticas do velório presencial 29 ,
de modo que as agências funerárias passaram a disponibilizar o acompanhamento virtual de
velórios 26,31-32 e ampliar os investimentos nesta modalidade 22 , em função da migração das
homenagens fúnebres e de luto para o online 30 , por ser uma aposta em tecnologia para
ressignificar a despedida e opção inovadora e humanizada para famílias de vítimas da Covid-
19 27 , transformando a rotina do cemitério e de quem fosse frequentá-lo 28,43 e dos profissionais
de serviços funerários, que também adaptam-se nos cuidados com o luto durante a pandemia 33 .
O aumento da demanda por velório online impôs desenvolvimento de sua dimensão
político-legal de modo que os serviços funerários passassem a oferecê-los gratuitamente em
suas capelas para mortes com covid-19 60 . O Projeto de Lei Ordinária aprovado pela Câmara de
Uberlândia – MG em novembro de 2020 28 propôs a implantação do ‘Velório Virtual’ no
município, autorizou a transmissão ao vivo de imagens do velório via internet aos familiares
das pessoas falecidas e que todas as despesas de instalação e disponibilização do serviço
seriam de responsabilidade das empresas funerárias 28 . Outros Estados brasileiros implantaram
o serviço, devido à ampla divulgação desta recomendação nos diversos meios de comunicação
e as empresas equiparam as salas de velórios para possibilitar a transmissão de pelo menos
10% dos óbitos anuais totais de todo o Brasil, com cerca de 130 mil transmissões em todo o
país. Houve a implantação do velório online em empresas funerárias de Minas Gerais, Rio de
Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo, Ceará e Roraima 21 . No início
desse período, ainda era pequena 20 , contudo, as funerárias de capitais brasileiras registraram
crescimento paulatino no serviço por vídeo 29 com aumento de 75% em 2020 e o tempo total
dos acessos deste mês somou 348 horas 19 . Desse modo, o velório online ganhou mais
importância na pandemia 22 .
Para tanto, fez-se necessário oferecimento por empresas de tecnologia, de solução
completa “as a service”, abrangendo desde câmeras com conectividade e áudio integrados até
a integração dos servidores de streaming ao próprio site ou app da funerária e cemitério, com
gerenciamento total pelas empresas funerárias que contratavam o serviço e os próprios
servidores de serviço de velório online replicaram a transmissão para as pessoas que estavam
acompanhando as cerimônias ao vivo 21 , abrangendo a participação online de cerca de 300
pessoas 22 .
O velório online foi considerado um mercado promissor, com o faturamento adquirido
sem qualquer investimento na compra de equipamentos 21 . A recomendação às instituições
públicas e privadas versava sobre a implantação de um modelo simples de serviço, tanto por
ser considerado de baixo custo 28 e pelo direito ao morto de ser velado 22 , 30
Os documentos se referiram ao modo de funcionamento do velório online 24, 29 . As
despedidas virtuais também foram realizadas em plataforma online escolhida pela família 22
por meio de um sistema que criava uma nota de falecimento personalizada e poderia ser
partilhada de forma digital, em que os familiares poderiam enviar mensagens de consolo 22 de
apoio 27 , que podiam ser previamente aprovadas por um familiar e aparecer em um monitor na
sala de velório, para que a família recebesse as condolências em tempo real 27 . O ritual permitia
o uso de mídias como textos, cartas, fotografias para a família 20,27 , cantorias e vídeos para
honrar, homenagear e relembrar o falecido 20,22 , oferecer chuva de rosas no caixão e exibir fotos
e músicas à escolha da família 31 , além de montar o velório através de um link pelo meeting e
filmar o culto e o sepultamento 22 ; registrar em gravação a cerimônia 28,30 e assinar o livro
virtual de presença na despedida virtual 22, 27 , disponibilizar um site para prestar mensagens de
condolências aos familiares 20 . Esta última, já era uma forma de homenagem póstuma realizada
e devido ao contexto pandêmico, foi trazida também para o meio digital 20 .
Os cemitérios também ofertaram velório online para evitar aglomerações em razão do
coronavírus 23,31-33,42-43 , nos quais as câmeras instaladas nas salas de velório, permitiram
acompanhar em tempo real a transmissão da cerimônia por dispositivos móveis 28 por meio de
redes sociais e plataformas digitais 22,27 .
Esse modelo e suas ferramentas digitais oportunizaram à comunidade, aos familiares e
amigos de perto e de longe se despedirem de forma segura do ente querido 22 , além de apenas
os mais próximos terem a liberdade de enterrá-lo sem preocupação 22 , de modo que a
tendência do velório online foi se popularizar 30 . A privacidade das cerimônias foi garantida
através de uma senha cadastrada para cada família, permitindo assim que somente as pessoas
autorizadas recebessem acesso à transmissão ao vivo 19-83 . A plataforma permitia que cada
funerária, cemitério ou crematório pudesse inserir diretamente suas cerimônias através de um
sistema de cadastro onde recebiam login e senha de administração 21,32 . Os códigos necessários
foram fornecidos pela instituição funerária, além de todo o suporte técnico remoto necessário
para instalação e configuração dos equipamentos 21 .
Contudo, apesar de sua popularização 30 , os velórios onlines eram exceção 22 , pois a
transmissão destinava-se apenas para casos de mortes não confirmadas ou suspeitas de
COVID-19 ou de síndrome respiratória aguda grave (Sars), para os quais não deveria haver
velório, nem presencial, nem virtual 19-83 . Nesses casos, o destino final do corpo deveria ser
atingido imediatamente após a morte e considerar apenas os aspectos sanitários da ritualidade.
O velório na pandemia seguiu as prescrições dos modos rituais ao corpo, quando o trabalho
dos funcionários organizou-se segundo diretrizes definidas pelas Unidades de Saúde, Serviços
de Verificação de Óbito (SVO), Institutos de Medicina Legal (IML) e serviços funerários. O
corpo era enrolado em lençol, selado em dois sacos, e posto em caixão fechado, ainda no
hospital. A seguir era transportado diretamente para o cemitério. Quando lá chegava, o caixão
era lacrado com silicone 19, 26 e deveria ser cremado, sendo esse o procedimento recomendado
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que levou ao aumento da
quantidade de cremações em 44% 33,38 .
As funerárias e cemitérios adotaram medidas de prevenção para os funcionários
lidarem com os corpos 20, 24, 29, 33 com equipamento de proteção individual 19 . "Os coveiros
estavam parecendo astronautas". Outras mudanças ocorreram nos rituais do velar, passando a
serem às pressas, aqueles que tinham início em um dia e contavam com o sepultamento no dia
seguinte foram substituídos por cerimônias de 30 minutos e, no máximo, uma hora e
adotavam as medidas de segurança 29 .
O processo exigia uma rapidez fora do habitual. Para que não se acumulassem corpos,
em razão do risco de contágio, a prefeitura estendeu o funcionamento dos cemitérios e liberou
sepultamentos e cremações da exigência de documento lavrado em cartório. Os cemitérios
públicos da cidade, onde os sepultamentos normalmente ocorrem até às 16h, tiveram horário
ampliado até às 20h, sepultando os pacientes que faleceram pelo vírus em uma quadra isolada
sem a participação dos familiares nas cerimônias 34 . O cemitério também restringiu o tempo de
duração dos velórios 34-35,42 .
Quanto aos objetivos, motivações e funções do velório online identificados nos
documentos, a solução tecnológica correspondia às necessidades das instituições funerárias
para atender melhor seus clientes, com a instalação de câmeras nas salas e nos ambientes de
velório 20-21 , evitava aglomerações na cerimônia fúnebre, ainda que o ente querido não tivesse
sido infectado 24 e, deslocamentos até os locais para prevenir a disseminação do
coronavírus 23,35 . O velório no formato online também visava oferecer às famílias, que se
estendiam por cidades, estados e até países diferentes 22 e, para aqueles que moravam perto,
mas estavam impedidos por conta das restrições, a possibilidade de participar do velório ou
do sepultamento 22, 27 e das cerimônias de despedida ao vivo via internet 21 de forma simples e
segura 21, 22 e com comodidade 21 . Ademais, se apresentava como forma de compartilhar a
experiência de um novo luto 36 em tempos de rituais de luto modificados 37,39 e abreviados 35 ,
marcados pela solidão e isolamento na hora da despedida 43 , sem abraços e com rede de apoio
restrita 34-35,42 ou inexistente 43 .
Acrescenta-se que a virtualidade da cerimônia visava ainda diminuir custos 22 ;
humanizar o atendimento das funerárias 30 ; aproximar as pessoas enlutadas de forma
digitalizada na celebração; permitir a elas demonstração de carinho e atenção em momentos
difíceis 21 ; acalentá-las no momento da perda e oferecer-lhes tranquilidade 22 ; adaptar-se ao
processo de luto e às restrições impostas pelo cenário 19 ; ressignificar os rituais de despedidas;
auxiliar as pessoas na compreensão da finitude humana 22 , oportunizar despedida digna 22 ;
honrar a memória de entes queridos 30 ; facilitar a compreensão de que o falecido não
desapareceu, mas que estava em outro lugar; além de trazer aos olhos a realidade daquilo que
o coração negava aceitar, facilitando o processo de assimilação da perda dos entes queridos 22
e, por fim, minimizar a solidão na dor do luto e manter os laços e relacionamentos 30 . Guias
para favorecer o processo de elaboração do luto no contexto pandêmico foram elaborados,
indicando a importância de estratégias inovadoras nos rituais de despedida, tais como o
velório online, face à alteração dos rituais de luto tradicionais, apontando para o direito de se
dizer adeus 30, 46, 47, 62, 63, 65,68 . A transmissão online era compreensível mesmo sendo algo diferente,
pois o rito do velar virtualizado poderia ser uma experiência positiva 22 .
A tecnologia facilitou o adeus em tempos de pandemia também para as instituições
religiosas, espaços de cultos e celebrações religiosas 24,27,36,40,44,45 . Estes espaços foram fechados
para conter a disseminação do novo coronavírus e as medidas de biossegurança deveriam
considerar a saúde das entidades religiosas que atendiam em situação de morte e luto 25 .
Desde o início da pandemia, várias lives de missas de sétimo dia tomaram conta da
internet, até mesmo rituais budistas foram transmitidos em tempo real para a família
acompanhar 30 . A adoção destes ritos digitais foi justificada pela fé, aduzindo que a fé e o
alcance da benção ultrapassam tempo e espaço. Houve situações em que a própria funerária
forneceu um áudio encaminhado pelos padres para a despedida das vítimas. O velório online
foi também adotado como forma de ritualização, realizado no instante que durava o ato
religioso escolhido e visava oferecer amparo à família e amigos na vivência e experiência
dolorosa do luto 24,44,45,49 .
A utilização das redes sociais facilitou o apoio da igreja a sua comunidade diante do
aumento do número de mortos e as reverberações nas pessoas enlutadas. Neste cenário, a
internet facilitava o acesso aos pedidos de oração e faziam aumentar o pedido de assistência
espiritual, mas ao mesmo tempo representava dificuldades de disponibilizar velórios online
para atender a toda a demanda. Esse fator levou à perda da privacidade do rito. Uma estratégia
adotada foi ritualizar despedidas por meio de missas ou cultos ecumênicos virtuais, pois
várias pessoas que perderam podiam ser acolhidas simultaneamente. Quando se realizava
lives (transmissão ao vivo) em homenagens aos mortos se evidenciava a dimensão da
necessidade das pessoas enlutadas 36, 24, 40,51,52 .
Ainda, se identificou nos documentos opiniões de especialistas que falaram sobre a
dimensão psíquica dos ritos de luto por morte, especialmente sob imposição de isolamento,
que aumentava o risco de luto traumático 29,33,36,53,54 . O ato simbólico do velar tem o potencial de
contribuir na organização das emoções e no processo do morrer e no luto 22 . Ver o corpo físico
da pessoa, ter familiares e amigos presentes na cerimônia, poder se despedir configuram
elementos importantes para o processo de elaboração da perda e sua ausência dificulta a
assimilação da perda 46,53,55,56 . Compreendendo a relevância da validação social da perda por
meio dos ritos, os especialistas apontavam que a despedida virtual como uma forma de
homenagem digna 57,58 que auxiliava a trazer conforto 59 diante de um luto coletivo que fez sentir
como em luto pessoal 36,61 . Esta perda coletiva pode ser expressada na frase: Será que a morte
nessa epidemia, como numa guerra, perdeu sua excepcionalidade para a sociedade? 36 Havia
macro lutos coletivos tais como pela morte, mas também micro lutos, por outras inúmeras
perdas significativas não relacionadas diretamente a ela. Além do luto pelo mundo que se
conhecia, o "mundo presumido", que se refere a um universo das nossas referências, do que é
familiar e previsível, e que nos traz "a ilusão de controle", mas que no contexto pandêmico é
como se tivesse “ruído” 36 .
Os especialistas também colocavam que era preciso utilizar os recursos de
comunicação disponíveis 24,36 e para a necessidade de alternativas para marcar o momento e
unir as pessoas, como orações em grupo via aplicativos de reunião 36 , pois mesmo a ampliação
do complexo funerário apresentava insuficiente em razão da alta demanda 50 .
No que tange às narrativas de famílias enlutadas, estas traziam que, por mais
compreensível que fosse a razão das restrições, elas implicavam na perda da concretude da
morte em função de não poder ver o corpo 13, 19, 22,24, 27 36, 37, 39, 24 . A ritualização virtual foi uma
forma de ressignificar esse processo 19, 68-82 .
Discussão
Este estudo auxiliou na compreensão do velório como rito complexo rico em
simbolismo. Identificou-se que pode ser uma experiência ritual fúnebre, posto que possui a
função de destinar o corpo por distintos sujeitos, conforme a conjuntura sociocultural e os
parâmetros sanitários e políticos-legais. Também se constituiu como experiência ritual de
luto, pois tem a finalidade de favorecer a expressão de gestualidades simbólicas dos enlutados
ao morto e de receber e destinar afeto às suas redes relacionais. Ressalta-se o
compartilhamento de emoções proporcionado pelos ritos de velar, ritos de interação 16 ; a morte
é um aspecto da vida e a vida só é possível em uma troca simbólica com a morte 8 .
Vivenciar estas duas experiências rituais são relevantes para as pessoas enlutadas, pois
são intrínsecas no processo de elaboração da perda: ter contato com o corpo morto e com os
processos formais de destino do corpo que trazem concretude à morte e ao mesmo tempo
vivenciar gestos vinculares significativos e relacionados à pessoa falecida. Esta dupla
perspectiva ao se analisar o velório teve grande significância desvelada durante a pandemia,
mediante às restrições sanitárias, que trouxe alterações tanto na formalidade de destino do
corpo, quanto na gestualidade singular e no apoio relacional no velório.
Os resultados permitem refletir que a interdição aos ritos de luto presenciais, com a
impossibilidade de desligamentos específicos, gerou o efeito de desaparecimento do morto
com impacto significativo na concretude da perda. Em consonância, a literatura aponta que os
sofrimentos psíquicos individuais e coletivos na pandemia foram agravados pelo aumento
exponencial de mortes de forma abrupta e pela impossibilidade de um senso de realidade na
despedida 7 .
Os gestos simbólicos desempenhados pelas pessoas que estão vivendo a experiência
de uma perda significativa e endereçados ao morto são fatores de proteção à elaboração do
luto e, sua ausência dificulta a confrontar a realidade da morte 13-14 . Nestes sentido, a crise de
saúde e sanitária acarretou secundariamente na pandemia da perda e a pandemia do luto 8 .
As multinarrativas localizadas nos documentos sobre as medidas de biossegurança da
pandemia da COVID 19 destacam e relativizam as implicações da ausência do ato de velar
para sobreviventes enlutados e para os atores sociais que também compõem este rito,
essencialmente, em uma coletividade afetada pelas mortes múltiplas e repentinas não
ritualizadas. Essa ausência invocou a topografia do ritual do velório, resultante da memória
ritual coletiva sobre o estar com o corpo-morto e a consequente polivalência dos gestos rituais
vivenciados, profundamente interligados às faculdades simbólicas instauradas nesse espaço-
tempo extraordinário pelos distintos sujeitos que manejam o corpo e o gestualizam,
permitindo às comunidades vincular e institucional desempenhar comportamentos conforme
os costumes fúnebres e de luto compartilhados na história humana. As práticas de
memorialização são multidimensionais e visam à manutenção das narrativas organizacionais e
não organizacionais sobre as ações formais e simbólicas diante da morte e do luto,
envolvendo atores sociais diversos, que buscam estabelecer ordenamento e coesão social 1
diante da morte, do morto e do morrer e no luto, com as especificidades de cada sujeito neste
processo. Contudo, se adaptam e servem à moldura dos distintos contextos socioculturais 5,9,14.
Essas considerações coadunam com o estudo de Kellehear (2013) 5 a respeito da
experiência social do morrer amalgamada e herdada de tradições passadas, que se repetem
socialmente sobre um design do morrer, com desafios próprios de seu tempo e aos quais se
tem que reagir, em função da prevalência de certas doenças, das exigências interpessoais das
instituições sociais e econômicas e dos amplos, mas frequentemente encobertos imperativos
morais e expectativas sociais. Entendendo que distintas sociedades têm sistemas operacionais
para lidar de formas diferentes com a morte e o morto, seja descartando o morto e valorizando
a morte, seja valorizando o morto e descartando a morte 84.
Evidenciou-se nos documentos estudados o destaque sobre os deveres éticos e
biossegurança. Esta perspectiva alinha-se à obra Douglas 4 que explora a ideia de deveres
específicos relacionados à sobrevivência da comunidade como uma ordem racional. Assim,
adotar medidas de biossegurança se torna um dever ético para preservar a vida individual e
coletiva 85 . Apesar do dever de se manter a eticidade e o respeito às recomendações de
distanciamento social 14 de certo modo, as medidas geraram perdas e alteraram a subjetividade
e a cultura do rito funeral e do luto, proporcionando ainda mais tristeza, dor e desolação 15 .
Podemos colocar neste estudo que o ato de velar deve ser exercício de eticidade, posto que a
forma como o corpo é tratado simbolicamente tem profundo impacto nas emoções e na
memória das pessoas enlutadas.
Ademais, os documentos permitiram refletir que a morte pôde ser humanizada por
meios de processos ritualísticos virtuais, alinhado a outros estudos 12 . Mesmo que o corpo
físico estivesse ausente por já estar sepultado, procedia-se o ritual do velório utilizando-se
referências adstritas a ele: os enlutados encontravam-se virtualmente em memória da pessoa
falecida e eram velados os pertences da pessoa ou o caixão sem o corpo. Este aspecto traz um
marcador de transformação da topografia ritual do velório e do comportamento humano
diante da morte, que foi intermediado pelo uso das tecnologias de informação e comunicação.
Estes dados reiteram a literatura que afirma a necessidade humana de ritualizar 2-5 .
O caráter humanizador do ritual face à morte e ao luto é consenso na literatura 1-14, mas
a visão sobre a eficácia ritual no mundo virtual requer uma perspectiva ampliada, que envolve
novas dinâmicas e mudanças de paradigmas na ritualização. Visualiza-se neste estudo o
transbordamento de fronteiras territoriais e os acionamentos de sujeitos que ritualizam, por
meios de processos digitais enquanto marcadores antropológicos modernos inter e
intraculturalemente múltiplos e singulares. Este estudo apresenta resultados alinhados à
contextualização dos rituais em situação de crise e o surgimento de formas rituais
contemporâneas que exploram e ampliam uso da tecnologia para conectar pessoas diante do
sofrimento e para acionar modos de enfrentamento e cuidado à saúde mental.
Desse modo, identificou-se desdobramento da maleabilidade dos ritos, evidenciado
neste estudo pelo reconhecimento e valorização da sua dimensão tecnológica, na perspectiva
da reinscrição do velar e das diversas narrativas que favorecem o desenvolvimento de novos
suportes tecnológicos para ritualizar. A virtualização é uma característica eminentemente
contemporânea dos ritos e que desafia sua própria natureza tradicional temporal e espacial
permitindo configurar-se um tempo que não finda na sua própria constituição ritual, mas pode
ser revisitado conforme interesse de seus detentores.
Enquanto outrora os ritos pertenciam apenas à memória daqueles que o vivenciavam e
eram repassadas às gerações 2-10 compreendemos nestes achados, que hoje é possível carregá-
los no tempo para além de um recorte instaurado no cotidiano em razão dos meios de
armazenamento virtuais desses rituais por meio das tecnologias. O espaço também se
modificou, pois era possível dispor e recorrer às ferramentas digitais de interação de múltiplos
sujeitos simultaneamente em diferentes locais geográficos; à linguagem dialógica na
virtualidade e à mediação à distância do rito. Entende-se que se mantiveram referências da
ritualização tradicional, mas foram a ela adicionados diferentes gestos simbólicos e recursos,
tais como a utilização de um banco de homenagens. Visualiza-se a função pedagógica do rito,
inseparável de sua cultura, do seu tempo, dos recursos aos quais pode acionar.
Interessa-nos apontar que, quando esses ritos são feitos no presencial, existe um papel
maior da atuação dos profissionais das instituições que realizam os ritos formais, como líderes
religiosos e cerimonialistas das instituições funerárias. Quando são reinscritos na
virtualidade, amplia-se a condução por outros atores, tais como os próprios enlutados e sua
rede de apoio, inclusive criando outros gestos simbólicos, que assumem um papel maior no
rito do velar 9,14,84,85-86 . Ainda, houve maior diversidade de sujeitos envolvidos no seu
oferecimento, com profissionais e grupos voltados ao cuidado ao luto, que propuseram o
ritual, sem necessariamente estarem vinculados à uma instituição. Sendo uma mudança de
paradigma do rito institucional 88 .
Houve mudança no modo como foi transmitido o rito. A transmissão do ritual não se
limitou ao site institucional da agência funerária e ao cemitério, mas se estendeu
simultaneamente, a outros canais de transmissão, que eram usados com frequência, tais como
por distintas plataformas virtuais e aplicativos de disponibilidade gratuita. Pretendeu-se não
apenas possibilitar a transmissão remota de cerimônias de despedida, mas proporcionar ao
público participante, radicado em diferentes localidades, uma experiência imersiva, através de
vivências personalizadas que admitiam a inserção de gestos virtuais. Neste sentido, elementos
simbólicos para que os participantes pudessem enriquecer a construção da experiência e
proporcionar a sensação de presença e pertencimento ao momento do ritual. A narrativa pôde
ser vivenciada de forma simultânea, sincronizada, por vários familiares e amigos. Assim, a
experiência individual pôde ser coletivizada.
Alguns documentos estudados colocam que o contexto pandêmico marcou uma
ausência do rituais de despedida 65,70,7276 mas a análise aprofundada deste estudo identificou a
transformação da topografia do ritual do velório e sua reinscrição na virtualidade, validando-
se como expressão da ação humana e da necessidade de sua manutenção na atualidade, com
uma ressonância multimilenar das memórias rituais compartilhadas individual e
coletivamente. Esses achados reafirmam sobre o morrer implicado às alterações sociais
inerentes à história humana e à possibilidade de reinscrição dos rituais na
contemporaneidade 9,14 confrontando ainda a preocupação apontada pela literatura sobre o
possível desaparecimento dos rituais na sociedade tecnicista 6,8 .
Acredita-se, portanto, que a introdução das tecnologias digitais como elemento que
favorece a ritualização parece responder a uma variedade de solicitações. Em sua origem
encontram-se questões próprias deste tempo, no qual as configurações da experiência,
ensejam novos modos de sentir e induzem novas formas da subjetividade contemporânea
virtualizadas, e para as quais se faz uso na prática cotidiana digitais. Diante deste cenário de
restrições e ainda que não fosse possível se despedir conforme os parâmetros culturais em que
se estava inserido pôde-se demarcar essa passagem ao se realizar a reinscrição e a criação de
novos rituais que faziam sentido para cada cultura familiar ou comunitária, desvelando-se a
dimensão tecnológica dos ritos e os rituais de despedida tecnológicos, dando visibilidade ao
processo de morrer contemporâneo 14 , na relação com a perspectiva sociológica da historia do
morrer 87 .
Neste contexto, insurge o velório online para ressignificar a presença do morto ou do
corpo-morto e ausente por meio da tecnologia, no qual se valida o simbolismo e as diversas
leituras do corpo e da morte e suas interfaces, expandindo a concepção sobre a atitude do
homem diante da morte e sobre a ideia de “boa morte” como restrita a contextos específicos e
alinhando-se à perspectiva Hellehear (2016) 5 , que afirma ser a morrer uma construção
sociocultural em contínua reescritura; uma conversa em andamento.
Agradecimentos
O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior – Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.
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Memorialization practices in the context of the COVID-19 pandemic in Brazil: the online wake ritual
Resumo (abstract):
This study aimed to understand the online wake ritual as a virtual Memorialization practice in
the context of the COVID-19 pandemic in Brazil. This is an exploratory and descriptive
qualitative study, with the document analysis as study design. A search was conducted on the
Google platform, with links published between March 11, 2020 and July 27, 2021, in
Portuguese, with “Brazil” as geographic delimitation. Among the 4924 links identified, 162
links referred to online news articles published in the context of the pandemic and available
for full and free access. Among these, 65 were selected as they mentioned the online wake
ritual. They were analyzed through content analysis. Significant transformations were
identified in the topography of the wake ritual, in order to respond to sanitary restrictions and
social distancing measures. These were related, for instance to: the form and diversity of
people involved in the offering; transmission mode; aspects related to spatiality and
temporality. The presence of singularized symbolic elements concerning belongingness gave
visibility to the leading role of bereaved in the design of wake ritual.
Palavras-chave (keywords):
Memorialization practices; Ritualistic Behavior; Information Technology; COVID 19 Pandemic
Prática de memorialização virtual no contexto da pandemia de COVID-19 no Brasil: rito do velório online
Práctica de memorialización virtual en el contexto de la pandemia de COVID-19 en Brasil: rito de velatorio en línea
Memorialization practices in the context of the COVID-19 pandemic in Brazil: the online wake ritual
RESUMO
Este estudo buscou compreender o rito do velório online como prática de memorialização virtual no contexto da pandemia COVID-19 no Brasil. Trata-se de estudo qualitativo exploratório e descritivo, do tipo pesquisa documental. Foi conduzida uma pesquisa na plataforma Google, de materiais publicados entre 11 de março de 2020 a 27 de julho de 2021, em português, com recorte geográfico “Brasil”, a partir de seus links. Dos 4924 links identificados, 162 links se referem a matérias jornalísticas online publicadas no contexto da pandemia e disponíveis para acesso na íntegra e de forma gratuita. Destas, selecionou-se 65 que mencionaram o velório realizado de forma virtual, as quais foram analisadas por meio da análise de conteúdo. Identificou-se transformações significativas na topografia do rito do velar, que foram adaptados às restrições sanitárias e medidas de distanciamento social, tais como forma de envolvimento e diversidade de sujeitos envolvidos no oferecimento; modo de transmissão do rito; aspectos relacionados à espacialidade e temporalidade. A presença de elementos simbólicos personalizados de pertencimento deu visibilidade ao protagonismo de enlutados na construção do rito do velar.
Palavras chave: Memorialização; Comportamento ritualístico; Tecnologia da Informação e Comunicação; Pandemia por COVID-19
RESUMEN
Este estudio buscó comprender el rito del velorio online como práctica de memorialización virtual en el contexto de la pandemia de COVID-19 en Brasil. Se trata de un estudio cualitativo exploratorio y descriptivo, del tipo investigación documental. Se realizó una búsqueda en la plataforma Google, de materiales publicados entre el 11 de marzo de 2020 y el 27 de julio de 2021, en portugués, con foco geográfico en «Brasil», a partir de sus enlaces. De los 4924 links identificados, 162 se refieren a artículos periodísticos online publicados en el contexto de la pandemia y disponibles para acceso completo y gratuito. De ellos, seleccionamos 65 que mencionaban la estela virtual, que fueron analizados mediante análisis de contenido. Se identificaron transformaciones significativas en la topografía del rito del velorio, que se adaptaron a las restricciones sanitarias y a las medidas de distanciamiento social, como la forma de participación y la diversidad de sujetos involucrados en la ofrenda; el modo de transmisión del rito; aspectos relacionados con la espacialidad y la temporalidad. La presencia de elementos simbólicos de pertenencia personalizados dio visibilidad al papel de los deudos en la construcción del velorio.
Palabras clave: Memorialización; Comportamiento ritualista; Tecnologías de la información y la comunicación; Pandemia de COVID-19
ABSTRACT
This study aimed to understand the online wake ritual as a virtual Memorialization practice in the context of the COVID-19 pandemic in Brazil. This is an exploratory and descriptive qualitative study, with document analysis as the main study design. A search was conducted on the Google platform, with links published between March 11, 2020 and July 27, 2021, in Portuguese, with “Brazil” as the geographic definition. Among the 4924 links identified, 162 links referred to online news articles published in the context of the pandemic and available for full and free access. Among these, 65 were selected as they mentioned the online wake ritual, and were analyzed through content analysis. Significant transformations were identified in the topography of the wake ritual in order to respond to sanitary restrictions and social distancing measures. These were related, for instance to: the form and diversity of people involved in the offering; the transmission mode; and aspects related to spatiality and temporality. The presence of singularized symbolic elements concerning belongingness gave visibility to the leading role of the bereaved in the design of the wake ritual.
Keywords: Memorialization practices; Ritualistic Behavior; Information Technology; COVID 19 Pandemic
Introduction
Memorialization practices correspond to symbolic and/or organizational actions in the face of death, the dead, and the dying, as it becomes necessary to provide a destination for the deceased body. These practices vary according to religious, social, cultural, and economic aspects, and historical time. In many cultures, they also involve the political-legal dimension, which determines the legal, health, and regulatory parameters, which must be formally assessed. This dimension can be realized through funeral homes, cemeteries, crematoriums, and other organizations that socially represent places that work with death and the dead.
Memorialization practices also involve funeral rituals, such as wakes, cremations, burials, and interments, which relate to the symbolic permanence of individuals in the afterlife. These funeral rituals also involve the bereaved, which include mourning rituals, with emphasis on informal memorialization practices that bring family and friends together for mutual support. From this perspective, the preparation of the body, in addition to complying with formal legislation, when performed by the family, assumes the role of both a funeral rite and a mourning rite simultaneously due to the existence of an emotional bond, such as the placement of personal objects in the coffins. Rituals in the face of death and mourning constitute a transition of the end a life and beginning of a new way of living in the absence of the lost person. They are characterized by a multi-millennial set of meanings, symbols, and symbolisms permeated by the human need to signify the experience of loss, and symbolic actions of recognition of community identity. They possess the power to amalgamate human customs, styles of dying, and universal funeral beliefs inherent to the human experience, while simultaneously embodying the inexorable uniqueness of this experience.
The rite of wakefulness stands out for its topographical creation of a heterogeneous space-time relationship6 linked to everyday life, marking the union of a community for the ritualized experience of interaction7 and the maintenance of community symbolic representation8. One of its valences is the creation of a locus for the visualization of the body, an act that in part enables ritualistic corporeality and, in part, provides data on the concreteness of death4,5.
The understanding of wakefulness as a symbol aligns with the function of ritual proposed by Douglas4, for whom ritual symbols are effective as long as they inspire trust; they can have an autonomous cultural existence, providing order in the disorder that destroys the arrangements of elements, as occurs in crisis situations represented in this context by death, and in this disorder, ritual symbolism is evoked9. The wake is an eminently human ritualistic behavior in the face of death. It represents a narrative device of the millennia-old social experience of dying and being with the deceased, characterized by a multifaceted symbolic investment that composes and permeates the collective ritual memory of distinct peoples, both interculturally and intraculturally1-5,8-11.
Memorialization practices were affected by social distancing restrictions during the COVID-19 pandemic. In this sense, changes have occurred in memorialization practices related to body preparation, funeral rituals, cremation, and burials, all as a consequence of the health crisis.
Thus, bereaved people faced the impossibility of performing traditional rites and rituals in the face of death, the dead, and the dying due to biological risks and the need for social distancing. The pandemic scenario revealed the restoration of farewell rites in a virtual reality, characterizing contemporary rites and rituals in the face of death, the dead, the dying, and the mourning9,14. This study aimed to understand the online wake ritual as a practice of virtual memorialization in the context of the COVID-19 pandemic in Brazil.
Materials and Method
This study’s design is a qualitative, exploratory, and descriptive documentary study, which freely made use of accessible online news articles published during the pandemic regarding online wakes as a virtual memorialization practice. Considering the similarity between documentary research and bibliographic reviews, this study adopted the steps that constitute an integrative review study to outline and systematize documentary research in a virtual environment.
To access the documents, a Google search was conducted using the following search criteria: a) links addressing the content of virtual memorialization practices published by organizations; b) Google links published between March 11, 2020, and July 27, 2021. This period corresponds, respectively, to the date the COVID-19 pandemic was declared by the WHO, and July 2021 was the first month of a downward trend in the number of coronavirus deaths in Brazil, following its peak. Therefore, the Google search was conducted in "Advanced Search" mode, in which the time frame was from March 11, 2020, to the day of the search (July 27, 2021), with no new searches added after this date. Furthermore, the field was defined as "Brazil" as the country and "Brazilian Portuguese" as the language. Regarding the nature of the source, "any source" and "any quality," "news," and "videos" were included. The following were excluded from the Google advanced search: a) "images," "maps," and links containing only videos; b) links that were advertisements for services, without mentioning virtual memorialization practices; and virtual memorialization practices that were carried out on individual social media pages of bereaved people.
The following keywords were used: virtual memorialization, virtual mourning, virtual funeral, online funeral, virtual mortuary practices, virtual death, virtual funeral rituals, virtual ritualistic behavior, live funerals, virtual memorials, virtual mourning rituals, memorialization, online funerals, online cremation, online burial, online memorial, virtual mourning ceremonies, virtual memorialization; virtual mourning, memorialization and death, virtual farewells, and virtual mourning. This search enabled the identification of 4,924 links, which were exported to a new Excel document from which data was extracted from primary sources, including the following information from the links: link title, website, and general description of the content. During the data extraction process, 162 documents related to news articles published in the context of the COVID-19 pandemic were found, available online for full and free access. These publications were read in full, seeking to map virtual memorialization practices. From these, documents related to virtual wakes were selected and analyzed using thematic categorical content analysis18. Therefore, 65 documents19-83 were analyzed and referenced as documentary sources in this study and are listed in the manuscript\'s Appendix.
The process of outlining and deciding on the search inclusion criteria on the Google platform was carried out jointly by two researchers. One of these researchers conducted the link location and data extraction process, which resulted in the Excel spreadsheet containing 4,924 links. The reading of the documents in full and the decision to include then in or exclude them from the study were jointly conducted by these same two researchers, as was the analytical process.
Results
The analysis of the documents identified aspects related to the historical context of online funerals in pre-pandemic Brazil19-22. Technology for virtual wakes and tributes had been part of funeral home services since 2001, but they were sold as additional services19,21,23. This feature was intended to serve family and friends residing in other states or countries23. One Brazilian church reported opting for a virtual funeral ceremony as part of its efforts to care for its mourners with distant family members24. The need to broadcast live wakes, however, was still latent, and the few companies that attempted to offer this service in the past had poor experiences, typically involving cameras and DVRs designed for conventional CCTV systems21.
During the pandemic, it became a mandatory service for funeral providers19-83. The imposition of social distancing required various online services, including wakes19-83, worldwide25,26, when recommended biosafety measures restricted people\'s ability to accompany their family members in hospital beds22, in death, and in mourning. This context affected the usual farewell rituals22, transforming them into a dramatic experience by impeding rituals, from the most banal to the most extraordinary19. Online wakes presented themselves as an innovative and humane tool for families of COVID-19 victims when Brazil ranked second in the world in deaths and first in Latin America, and the world was searching for new ways to deal with the dead and bereaved families27. Due to emergency changes in the funeral sector, there was an increase in demand for these services to compensate for the difficulties and limitations of in-person wake practices29. Therefore, funeral homes began offering virtual wake monitoring26,31-32 and increasing investments in this modality22, due to the migration of funeral and mourning tributes to an online environment30. This represents a commitment to technology to give new meaning to farewells and an innovative and humanized option for families of COVID-19 victims27, transforming the routine of the cemetery and of those who would attend it28,43 and of funeral service professionals, who also adapt to grief care during the pandemic33.
The increased demand for online wakes required the development of its political and legal dimension, so that funeral services began offering them free of charge in their chapels for deaths caused by COVID-19. The Ordinary Bill approved by the Uberlândia, Minas Gerais, City Council in November 202028 proposed the implementation of a "Virtual Wake" in the municipality, authorized the live transmission of wake images via the internet to the families of the deceased, and established that all installation and provision costs for the service would be the responsibility of the funeral companies28. Other Brazilian states implemented the service due to the widespread dissemination of this recommendation in various media outlets, and the companies equipped their wake rooms to enable the transmission of at least 10% of all annual deaths in Brazil, with approximately 130,000 transmissions nationwide. Online wake services were implemented at funeral homes in Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo, Ceará, and Roraima. At the beginning of this period, the service was still small. However, funeral homes in Brazilian capital cities saw gradual growth in video services, with a 75% increase in 2020, and the total viewing time this month reached 348 hours. Thus, online wake services gained greater importance during the pandemic.
To achieve this, technology companies needed to offer a complete "as-a-service" solution, ranging from cameras with integrated connectivity and audio to the integration of streaming servers with the funeral home and cemetery\'s own website or app. The services were fully managed by the funeral homes that contracted the service. The online wake service servers themselves replicated the broadcast for those watching the ceremonies live, encompassing the online participation of approximately 300 people.
Online wakes were considered a promising market, with revenue generated without any investment in equipment. The recommendation to public and private institutions focused on implementing a simple service model, both because it was considered low-cost and because of the right of the deceased to be mourned. The documents referred to how online wakes operated. Virtual farewells were also held on an online platform chosen by the family, through a system that created a personalized death notice that could be shared digitally. Family members could send messages of condolence and support, which could be previously approved by a family member and displayed on a monitor in the wake room, allowing the family to receive condolences in real time. The ritual allowed for the use of media, such as texts, letters, photographs for the family20,27, as well as songs and videos to honor, pay tribute to, and remember the deceased20,22. The ritual also offered a shower of roses at the coffin, with a display of photos and music chosen by the family31, as well as the formal organization of the wake through a link during the meeting and the filming of the service and burial22; a recording of the ceremony28,30, together with the signing of the virtual attendance book at the virtual farewell22,27, making a website available to send messages of condolence to family members20. This last form of posthumous tribute was already carried out and, due to the pandemic context, was also brought into the digital medium20. Cemeteries also offered online wakes to avoid crowds due to the coronavirus23,31-33,42-43, in which cameras installed in the wake rooms allowed real-time monitoring of the ceremony broadcast on mobile devices28 through social networks and digital platforms22,27.
This model and its digital tools provided the community, family, and friends, both near and far, with the opportunity to safely say goodbye to their loved ones22, while only those closest to them had the freedom to bury them with no major worries22, thus popularizing the trend of online wakes30. The privacy of the ceremonies was guaranteed through a password registered for each family, thus allowing only authorized individuals to access the live broadcast19-83. The platform allowed each funeral home, cemetery, or crematorium to directly enter their ceremonies through a registration system where they received an administrative login and password21,32. The necessary codes were provided by the funeral home, in addition to all the remote technical support necessary for installing and configuring the equipment21.
However, despite their popularity30, online wakes were an exception22, as the broadcast was intended only for cases of unconfirmed or suspected deaths from COVID-19 or severe acute respiratory syndrome (SARS), for which there should be no wake, either in person or virtually19-83. In these cases, the final burial of the body should be carried out immediately after death, considering only the sanitary aspects of the ritual. Wakes during the pandemic followed the prescribed rituals for the body, with staff organizing their work according to guidelines defined by Health Units, Death Verification Services (Serviços de Verificação de Óbito – SVO), Institutes of Forensic Medicine (Institutos de Medicina Legal – IML), and funeral services. The body was wrapped in a sheet, sealed in two bags, and placed in a closed coffin, still at the hospital. It was then transported directly to the cemetery. Upon arrival, the coffin was sealed with silicone19, 26 and was to be cremated, as recommended by the National Health Surveillance Agency (Anvisa), which led to a 44% increase in cremations33,38.
Funeral homes and cemeteries adopted preventive measures for employees handling bodies20, 24, 29, 33 with personal protective equipment19. The gravediggers looked like astronauts. Other changes occurred in the wake rituals, which began quickly; those that began one day and included burial the next were replaced by ceremonies lasting 30 minutes and, at most, an hour, and adopted safety measures29.
The process required unusual speed. To prevent bodies from piling up due to the risk of contagion, and the city government extended the opening hours of cemeteries and exempted burials and cremations from the requirement for notarized documents. The city\'s public cemeteries, where burials normally take place until 4:00p.m., extended their opening hours until 8:00p.m., burying patients who died from the virus in a secluded area without family members attending the ceremonies. The cemetery also restricted the length of wakes. Regarding the objectives, motivations, and functions of online wakes identified in the documents, the technological solution met the needs of funeral homes to better serve their clients. With the installation of cameras in the rooms and wake areas20-21, it avoided crowding at the funeral ceremony, even if the loved one had not been infected24. It also reduced travel to the locations to prevent the spread of the coronavirus. The online wake also aimed to offer families, who spanned cities, states, and even countries22, and those who lived nearby but were unable to do so due to restrictions, the opportunity to participate in the wake or burial22, 27 and farewell ceremonies live via the internet21 in a simple, safe, and convenient manner21. Furthermore, it presented itself as a way to share the experience of a new mourning36 in times of modified37,39 and abbreviated mourning rituals35, marked by loneliness and isolation at the time of farewell43, without hugs and with a restricted34-35,42 or nonexistent support network43.
Furthermore, the virtual ceremony aimed to reduce costs; humanize funeral home services; bring mourners closer together in a digital way during the celebration; allow them to demonstrate affection and attention in difficult times; comfort them at the time of loss and offer them peace of mind; adapt to the grieving process and the restrictions imposed by the situation; redefine farewell rituals; help people understand human finitude; provide a dignified farewell; honor the memory of loved ones; facilitate the understanding that the deceased did not disappear, but were elsewhere; and bring to light the reality of what the heart refused to accept, facilitating the process of assimilating the loss of loved ones; and, finally, minimize loneliness in the pain of grief and maintain bonds and relationships. Guides to facilitate the grieving process during the pandemic have been developed, highlighting the importance of innovative strategies for farewell rituals, such as online wakes, given the changes in traditional mourning rituals. They also emphasize the right to say goodbye30, 46, 47, 62, 63, 65, 68. Online broadcasting was understandable, even though it was somewhat different, as the virtual wake could be a positive experience22.
Technology has also facilitated farewells during the pandemic for religious institutions, worship spaces, and religious celebrations24, 27, 36, 40, 44, 45. These spaces were closed in order to contain the spread of the novel coronavirus, and biosafety measures needed to consider the health of the religious entities serving in situations of death and bereavement25.
Since the beginning of the pandemic, several livestreams of seventh-day masses have taken over the internet, and even Buddhist rituals have been streamed live for families to follow. The adoption of these digital rites was justified by faith, arguing that faith and the scope of the blessing transcend time and space. In some cases, the funeral home itself provided an audio recording sent by the priests for the victims\' farewell. The online wake was also adopted as a form of ritualization, held during the chosen religious ceremony and geared toward offering support to family and friends in the painful experience of grief24, 44, 45, 49.
The use of social media facilitated the church\'s support for its community in the face of the rising death toll and the repercussions for the bereaved. In this scenario, the internet facilitated access to prayer requests and increased the demand for spiritual assistance, but at the same time, it posed difficulties in providing online wakes to meet the full demand. This factor led to a loss of privacy during the rite. One strategy adopted was to ritualize farewells through virtual masses or ecumenical services, as several bereaved people could be welcomed simultaneously. When livestreams were held to honor the dead, the extent of the bereaved\'s needs became evident36, 24, 40, 51, 52.
Furthermore, the documents identified expert opinions that spoke about the psychological dimension of mourning rites, especially under the imposition of isolation, which increased the risk of traumatic grief29, 33, 36, 53, 54. The symbolic act of mourning has the potential to contribute to the organization of emotions and the process of dying and mourning. Seeing the person\'s physical body, having family and friends present at the ceremony, and being able to say goodbye are important elements in the process of coping with loss, and their absence hinders the assimilation of the loss. Understanding the relevance of social validation of loss through rituals, experts pointed to the virtual farewell as a form of dignified tribute that helped bring comfort in the face of collective mourning that felt like personal mourning. This collective loss can be expressed in the phrase: Has death in this epidemic, as in a war, lost its exceptionality for society? There were macro collective mournings, such as for death, but also micro mournings, for countless other significant losses not directly related to it. In addition to mourning the world as we knew it, the "assumed world," which refers to a universe of our references, of what is familiar and predictable, and which gives us "the illusion of control," but which in the pandemic context feels "noisy"36.
Experts also emphasized the need to use available communication resources24,36 and the need for alternatives to mark the moment and bring people together, such as group prayers via meeting apps36, as even expanding the funeral complex proved insufficient due to high demand50.
Regarding the narratives of bereaved families, they stated that, however understandable the reason for the restrictions, they implied a loss of the concreteness of death due to the inability to see the body13, 19, 22,24, 27 36, 37, 39, 24. Virtual ritualization was a way to resignify this process19, 68-82.
Discussion
The present study helped to understand the wake as a complex rite rich in symbolism. It was identified that it can be a funeral ritual experience, since it has the function of allocating the body through different subjects, according to the sociocultural context and health and political-legal parameters. It also constituted a ritual experience of mourning, as it aims to encourage the expression of symbolic gestures by the mourners towards the deceased and to receive and dedicate affection to their relational networks. The sharing of emotions provided by wake rites, rites of interaction, is highlighted16; death is an aspect of life, and life is only possible in a symbolic exchange with death8. Experiencing these two ritual experiences is relevant for bereaved people, as they are intrinsic to the process of coping with loss: contact with the deceased body and the formal processes of disposition that bring death to concreteness, while simultaneously experiencing meaningful bonding gestures related to the deceased. This dual perspective on the analysis of the wake was revealed in great significance during the pandemic, due to health restrictions, which brought changes both to the formality of disposition of the body, as well as to the singular gestures and relational support at the wake.
The results allow us to reflect that the ban on in-person mourning rites, with the impossibility of specific disconnections, created the effect of the deceased disappearing, with a significant impact on the concreteness of the loss. Accordingly, the literature indicates that individual and collective psychological suffering during the pandemic was exacerbated by the exponential increase in abrupt deaths and the impossibility of a sense of reality during the farewell.
Symbolic gestures performed by people experiencing a significant loss and addressed to the deceased are protective factors in the process of mourning, and their absence makes it difficult to confront the reality of death13-14. In this sense, the health and sanitary crisis has secondarily led to the pandemic of loss and the pandemic of mourning8.
The multi-narratives found in documents on biosafety measures during the COVID-19 pandemic highlight and relativize the implications of the absence of the act of mourning for bereaved survivors and for the social actors who also participate in this rite, essentially within a community affected by multiple and sudden, non-ritualized deaths. This absence invoked the topography of the wake ritual, resulting from the collective ritual memory of being with the dead body and the consequent versatility of the ritual gestures experienced, deeply interconnected with the symbolic faculties established in this extraordinary space-time scenario by the different subjects who handle the body and interact with it, allowing communities to bond and institutionally perform behaviors in accordance with funeral and mourning customs shared throughout human history. Memorialization practices are multidimensional and aim to maintain organizational and non-organizational narratives about formal and symbolic actions in the face of death and mourning, involving diverse social actors who seek to establish social order and cohesion1 in the face of death, the dead, and the dying, and those in mourning, with the specificities of each subject in this process. However, they adapt and serve the framework of distinct sociocultural contexts5,9,14.
These considerations are consistent with Kellehear\'s (2013) study5 regarding the social experience of dying, amalgamated and inherited from past traditions, which are socially repeated based on a design of the dying, with challenges specific to their time and to which one must respond, given the prevalence of certain diseases, the interpersonal demands of social and economic institutions, and the broad, but often hidden, moral imperatives and social expectations. It is understood that different societies have operating systems to deal differently with death and the dead, whether by discarding the dead and valuing death, or by valuing the dead and discarding death.
The documents studied emphasized the emphasis on ethical duties and biosafety. This perspective aligns with Douglas\'s work4, which explores the idea of specific duties related to the survival of the community as a rational order. Thus, adopting biosafety measures becomes an ethical duty to preserve individual and collective life. Despite the duty to maintain ethics and respect social distancing recommendations14, these measures have, to a certain extent, generated losses and altered the subjectivity and culture of funeral rites and mourning, causing even greater sadness, pain, and desolation15. This study suggests that the act of mourning should be an exercise in ethics, since the way the body is symbolically treated has a profound impact on the emotions and memories of the bereaved.
Furthermore, the documents allowed us to reflect on the fact that death could be humanized through virtual ritual processes, which is in line with other studies. Even if the physical body was absent because it had already been buried, the wake ritual proceeded using references associated with it: mourners met virtually in memory of the deceased, and the person\'s belongings or the coffin without the body were laid to rest. This aspect represents a transformation in the ritual topography of the wake and human behavior in the face of death, mediated by the use of information and communication technologies. These data reiterate the literature that affirms the human need for ritualization2-5.
The humanizing nature of ritual in the face of death and grief is a consensus in the literature1-14. However, the view of ritual efficacy in the virtual world requires a broader perspective, involving new dynamics and paradigm shifts in ritualization. This study demonstrates the overflow of territorial boundaries and the activation of ritualizing subjects through digital processes as interculturally multiple and singular modern anthropological markers. This study presents results aligned with the contextualization of rituals in crisis scenarios and the emergence of contemporary ritual forms that explore and expand the use of technology to connect people facing suffering and to activate modes of coping and mental health care.
Thus, an unfolding of the malleability of rites was identified, evidenced in this study by the recognition and appreciation of their technological dimension, from the perspective of the reinstatement of the wake and the diverse narratives that favor the development of new technological supports for ritualization. Virtualization is an eminently contemporary characteristic of rites and challenges their own traditional temporal and spatial nature, allowing for the configuration of a time that does not end with its own ritual constitution, but rather can be revisited according to the interests of its holders.
While rites once belonged solely to the memories of those who experienced them and were passed down through generations2-10, we understand from these findings that today it is possible to carry them through time beyond a framework established in everyday life due to the virtual storage of these rituals through technology. The space has also changed, as it became possible to dispose of and use digital tools for the interaction of multiple individuals simultaneously in different geographic locations; to the dialogical language in virtuality; and to the remote mediation of the rite. It is understood that references to traditional ritualization were maintained, but different symbolic gestures and resources were added, such as the use of a tribute bank. The pedagogical function of the rite is viewed, inseparable from its culture, its time, and the resources it can use. It is important to highlight that, when these rites are performed in person, professionals from the institutions that perform the formal rites, such as religious leaders and funeral home ceremonialists, play a greater role. When they are reincorporated into virtual settings, the role of other actors, such as the bereaved themselves and their support network, expands, including the creation of other symbolic gestures that take on a larger role in the wake rite9,14,84,85-86. Furthermore, there was a greater diversity of individuals involved in offering the rite, with professionals and groups focused on grief care, proposing the ritual without necessarily being affiliated with an institution. This represents a paradigm shift in the institutional rite88.
There was a change in the way the rite was transmitted. The transmission of the ritual was not limited to the funeral home\'s website and the cemetery. Rather, it was simultaneously extended to other frequently used transmission channels, such as various virtual platforms and free apps. The goal was not only to enable remote broadcasting of farewell ceremonies, but also to provide participating audiences, based in different locations, with an immersive experience through personalized experiences that allowed for the insertion of virtual gestures. In this sense, symbolic elements were used to enrich the experience and provide participants with a sense of presence and belonging during the ritual. The narrative could be experienced simultaneously and synchronously by several family members and friends. Thus, the individual experience could be collectively shared.
Some documents studied indicate that the pandemic context marked an absence of farewell rituals65,70,72,76, but this study\'s in-depth analysis identified the transformation of the topography of the wake ritual and its restoration in virtual reality, validating it as an expression of human action and the need for its maintenance today, with a multi-millennial resonance of ritual memories shared both individually and collectively. These findings reaffirm the implication of dying in the social changes inherent in human history and the possibility of reinscribing rituals in contemporary times9,14, also confronting the concern highlighted in the literature about the possible disappearance of rituals in a technocratic society6,8.
It is believed, therefore, that the introduction of digital technologies as an element that favors ritualization seems to respond to a variety of demands. At its origin lie questions specific to this time, in which the configurations of experience give rise to new modes of feeling and induce new forms of contemporary subjectivity that are placed in a virtual scenario, and for which digital technologies are used in everyday practice. Given this restrictive scenario, and even though it was not possible to say goodbye according to the cultural parameters in which one was immersed, this transition could be defined by restoring and creating new rituals that made sense for each family or community culture. This revealed the technological dimension of rites and technological farewell rituals, giving visibility to the contemporary dying process14 in relation to the sociological perspective of the history of dying87.
In this context, the online wake emerged to resignify the presence of the deceased or of the dead and absent body through technology. This validates the symbolism and diverse interpretations of the body, death, and their interfaces. This expands the conception of human attitudes toward death and the idea of a "good death" as restricted to specific contexts, aligning with the perspective of Hellehear (2016)5, which asserts that dying is a sociocultural construction in continuous rewriting; an ongoing conversation.
ACKNOWLEDGEMENTS
This work was carried out with the support of the Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel – Brazil (CAPES) - Funding Code 001.
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Como
Citar
Freitas, LC, Oliveira, PRN, Farias, LA, Almeida, MHM, Batista, MPP. Prática de memorialização virtual no contexto da pandemia de COVID-19 no Brasil: rito do velório online. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2025/set). [Citado em 05/12/2025].
Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/pratica-de-memorializacao-virtual-no-contexto-da-pandemia-de-covid19-no-brasil-rito-do-velorio-online/19798