0167/2007 - Práticas e significados de saúde bucal: um estudo qualitativo com mães de crianças atendidas na Universidade Federal de Santa Catarina
Practices and meanings of oral health: a qualitative study with mothers of children attended at the Federal University of Santa Catarina
Autor:
• Ana Carolina Couto Robles - Robles, A.C.C. - Florianópolis, Santa Catarina - Universidade Federal de Santa Catarina - <aninharobles@gmail.com>Área Temática:
Não CategorizadoResumo:
Este estudo objetivou conhecer práticas e significados de saúde bucal de mães de crianças atendidas em clínicas de odontopediatria da Universidade Federal de Santa Catarina. O método qualitativo tipo estudo de caso foi utilizado e os dados foram coletados por meio de entrevista semi-estruturada. A população estudada constituiu-se por sete mães que levavam seus filhos para atendimento odontológico na universidade. Observou-se que experiências negativas vivenciadas em tratamentos odontológicos anteriores, dificuldades financeiras e gravidez influenciaram-nas na busca e adesão a tratamentos. A procura pelo dentista ocorreu, principalmente, para realização de procedimentos curativos. As mães cuidam dos dentes de seus filhos por considerarem tais cuidados responsabilidade materna, para prevenir cárie e suas conseqüências, evitar gastos com tratamentos onerosos e que as crianças passem por experiências desagradáveis com dentistas. As fontes de informação citadas sobre os cuidados com a boca foram dentistas, médicos, enfermeiras, escolas, veículos de comunicação em massa e acadêmicos de odontologia. Apesar de desejarem cuidar da saúde de seus filhos de maneira adequada, nem sempre elas têm condições econômicas e sociais favoráveis para colocar os ensinamentos em prática.Palavras-chave: Saúde bucal; Percepção; Conduta de saúde; Mães; Pesquisa qualitativa
Abstract:
This research aimed to know oral health practices and meanings of mothers whose children were attended in the dental pediatric clinics of the Federal University of Santa Catarina. The qualitative method, case study, was used and data were collected by semi-structured interview. The studied population consisted by seven mothers that were taken their children to odontologic attendance at the university. It was observed that negative odontologic experiences occurred in the past, economic difficulties and pregnancy have influenced those mothers to look for and adhere to dental care. The dental visits occurred, mostly, for curative assistance. The mothers take care of their children’s teeth because they considered this a maternal responsibility, to prevent dental caries and their consequences, to avoid wasting money with expensive treatment and children’s bad experiences with dentists. Mothers received information on the subject from dentists, doctors, nurses, schools, mass communication media and odontology students. Despite of their desiring to take care adequately of their children’s health, those mothers don’t always have favorable socio-economic conditions to put the obtained instructions into practice.Key-words: Oral Health; Perception; Health behavior, Mothers; Qualitative study
Conteúdo:
Saúde e doença são fenômenos clínicos e sociais vividos culturalmente. Para promover saúde de maneira efetiva, deve-se levar em conta não só aspectos objetivos deste processo, mas também os subjetivos, relativos às opiniões das pessoas que o vivenciam1,2.
Pesquisas sobre percepção em saúde são importantes pois possibilitam entender os comportamentos e a influência que o processo saúde e doença exerce na qualidade de vida das pessoas3,4,5,6,7.
Em relação à saúde bucal, a compreensão dos profissionais da saúde, em especial de odontopediatras, sobre a realidade de seus pacientes, propicia uma abordagem mais próxima de suas necessidades. Esta compreensão pode ser favorecida por estudos qualitativos, entretanto, segundo Östberg et al.8, estudos deste tipo têm sido pouco freqüentes.
O conteúdo deste trabalho teve como fonte de dados a dissertação de mestrado “Atitude e percepção sobre saúde bucal de mães de crianças atendidas em clínicas de Odontopediatria da Universidade Federal de Santa Catarina”9. Através da metodologia utilizada, emergiram dois grandes temas: “Práticas e significados de saúde bucal” e “Satisfação com o atendimento odontológico”. O primeiro deles será abordado neste artigo, cujo objetivo foi conhecer práticas e significados de saúde bucal de mães de crianças atendidas em clínicas de odontopediatria da UFSC.
METODOLOGIA
O método qualitativo, tipo estudo de caso10,11, foi utilizado. Neste método, “o significado que as pessoas dão às coisas e à vida são focos de atenção especial pelo pesquisador”12.
A amostra foi escolhida intencionalmente e constituiu-se de sete mães que traziam seus filhos para consultas em clínicas de odontopediatria da UFSC. Este número justifica-se, pois a partir da quinta entrevista observou-se saturação dos dados10.
A coleta de dados foi realizada através de entrevistas semi-estruturadas que foram gravadas, transcritas e analisadas.
Foram coletados dados de identificação das mães e de seus filhos. As questões norteadoras foram: 1) “Como foram as suas experiências com dentistas ao longo da sua vida?”; 2) “Hoje em dia, como você cuida dos seus dentes?”; 3) “Como você cuida dos dentes dos seus filhos?”; 4) “Por que você acha que os dentes estragam?”; 5) “O que você aprendeu sobre os cuidados com a boca desde que as crianças iniciaram o tratamento na universidade?”.
Após explicação dos objetivos do estudo e seu método, e da possibilidade de desistência em qualquer etapa da pesquisa, as mães eram convidadas a participar da pesquisa. Após anuência, era solicitada assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Para manter o anonimato, elas foram denominadas de M1, M2, M3, M4, M5, M6 e M7.
A análise dos dados foi realizada pelo processo de Análise-Reflexão-Síntese, preconizado por Patrício13. Neste processo, a análise decompõe os dados e a síntese os integra às diversas dimensões e contextos da vida dos sujeitos. A análise e a síntese são realizadas de maneira sinérgica, através da reflexão, que é uma reconsideração dos dados, associando sensibilidade e razão.
O projeto deste estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFSC, em Dezembro de 2004.
RESULTADOS
PERFIL DAS MÃES ENTREVISTADAS
A TABELA I apresenta as características das mães entrevistadas e a TABELA II as de seus filhos.
CONHECENDO A HISTÓRIA DE SAÚDE BUCAL DAS MÃES
Cuidados com a saúde bucal na infância e adolescência
Algumas mães comentaram a idade em que iniciaram os cuidados com seus dentes. M4 iniciou a escovação aos 4 anos, M6 aos 7 e M3 aos 10 anos. Cuidar dos dentes era representado pela escovação; o fio dental não era utilizado. A procura pelo dentista estava associada à casos agudos e o procedimento realizado, geralmente, se reduzia à exodontia do dente acometido, como ilustrado no depoimento de M6:
A mãe nunca disse: -“Hoje eu vou ensinar vocês a escovar os dentes”. (...) nós tínhamos uma escova pra quatro irmãos. (...) Fio dental, a gente nem sabia que existia. (...) Eu comecei a escovar os dentes quando eu fui pra aula, com 7 anos. Eles faziam escovação, flúor, mas meus dentes já estavam detonados. (...). A mãe só levava no dentista quando o dente tava podre. (...) Só levava pra extrair.
A dificuldade de cuidar dos dentes foi associada às condições financeiras vivenciadas pelas famílias: “A família é muito humilde, não conhecia escova de dente. Só enxaguava com água. (...) Com o tempo, meu pai comprou uma escovinha pra cada um (...). Mas eu já tinha uns 10 anos. Antes, eu nem lembro de ter escovado dente”. (M3)
M1 citou estratégias utilizadas por seu pai para a higienização dentária incluindo a questão alimentar como forma de cuidar dos dentes: “Escovava o dente da gente com cinza porque deixava mais branquinho. (...). Era aquele sistema rígido: -‘não vou comprar pasta de dente que é caro’. Então era com sabonete. (...) O que ajudava é que a gente não comia muito doce. A gente comia muita carne”.
Segundo M5, sua mãe realizava a escovação e permitia que ela “treinasse” a higienização bucal, “brincando com a escova”. A mãe de M7 também escovava seus dentes, entretanto, nunca a levou ao dentista.
A maioria das participantes não recebeu informações sobre saúde bucal no âmbito familiar. M1, M2 e M3 justificaram dizendo que seus pais não tiveram acesso a este tipo de informação, por morarem na roça: “...em casa, a mãe não fica: -‘Vai escovar o dente!’ (...) ela também não foi instruída. Minha mãe, aos 25 anos, não tinha mais nenhum dente e meu pai também tinha dentadura”. (M2)
M4 comentou que aprendeu “sozinha” a cuidar dos dentes, pois a jornada de trabalho da mãe não permitia envolvimento com tais cuidados. M6 relatou que sua mãe nunca se interessou pela saúde bucal dos filhos: “A mãe nunca se interessou! E ela era professora! Ela ensinava as crianças na aula, mas em casa, com a gente... como é que pode?”.
Entre as mães que receberam orientações sobre saúde bucal na infância, M5 citou sua mãe como fonte de informações. Os ensinamentos são repassados às suas filhas atualmente. M1 e M3 citaram o dentista como fonte de informação. A escola foi citada por duas mães como coadjuvante no aprendizado sobre saúde bucal na infância: “...é mais na escola, eles faziam flúor (...). E ofereciam tratamento, palestra.... Foi quando eu aprendi a escovar a língua. (M1)
Experiências relacionadas ao tratamento odontológico na infância
Todas as entrevistadas lembravam-se de suas primeiras experiências, sendo bastante mencionados o medo do dentista, a mágoa, a dor e o trauma.
Meu pai levou nesse dentista da cidade. Ele catou o boticão e tchá! Dentista era sinônimo de dor, chegava lá e só arrancava o dente. (M1)
...quando ela veio pra tirar, a anestesia já tinha passado e ela puxou do mesmo jeito. Eu gritando e ela puxando...(...) Eu ficava com medo! (M2)
...eu tenho mágoa até hoje. (...) com 7 anos (...) ele (dentista) me arrancou um dente permanente. O dente tava cariado, um molar, e naquela época acho que eles eram mais pela opção “arranca” do que tentar restaurar o dente, salvar... (M4)
Minha experiência com dentista foi péssima. (...) Extraiu meu dente, deu hemorragia. (...). Eu fiquei com trauma. Até hoje, se eu sentar numa cadeira de dentista eu tremo! (M6)
M7 não teve acesso ao dentista durante a infância, por residir em povoado sem assistência à saúde: “...precisava pegar ônibus, era difícil. A mãe (...) só me levava certinho pra fazer as vacinas. Dente eu só escovava e deu.”
Experiências odontológicas na gestação
Durante a gestação, algumas mães procuraram atendimento por terem problemas, como a necessidade de substituição de restaurações, sangramento gengival e sensibilidade.
...na gravidez, quebrou um dente. (...). Ele (dentista) só falou que não podia fazer uma coisa “mais assim”, devido à gravidez, não poderia tomar anestesia. O procedimento que ele ia fazer poderia interferir no bebê. (M1)
...eu tive problema de sangramento na gengiva. (...) e teve dente que eu tive que arrumar. Ela viu que era coisa pequena. Eu tava grávida, tinha o problema de levar anestesia, eu não queria. (M4)
M6 relatou que apresentou cárie dentária durante a gravidez, entretanto, não procurou atendimento. M2 e M3 não procuraram atendimento por “não ter precisado”. M5 comentou que foi encaminhada ao dentista na segunda gestação.
Experiências odontológicas recentes
As mães continuam procurando atendimento odontológico somente “quando necessário”. Nas palavras de M1: “As pessoas só vão no dentista quando está muito grave a coisa. Talvez a dor insuportável”. M7 teve sua primeira experiência odontológica há dois anos (aos 27 anos de idade), quando foi submetida à exodontia de quatro dentes em posto de saúde.
Em relação às experiências relacionadas ao atendimento, M2, M3 e M5 relataram dificuldade de acesso, qualidade insatisfatória e falta de atendimento especializado nos serviços públicos:
Demora muito! Quando começa, é só obturação que eles fazem (...). Se tem que fazer tratamento de canal, ou você vai pra fila ou você paga um. Às vezes, tu nem vai porque é tanta gente! Ou fica tanto tempo que passa a dor, você acaba deixando e quando dói, vai no posto e eles tiram, porque está estragado. (M2)
...é que a gente não tem plano de saúde, é o Sistema Único”, é bem difícil. Estamos na espera para fazer. (...). A última vez que eu fiz tratamento foi na policlínica “X”. O dentista era muito bom. Mas, dependendo do posto... Uma vez, eu fui num dentista particular. Só que aí era bem diferente. (...). Eles trabalham porque gostam da profissão. Eles fazem a coisa bem feita. Os outros (do posto), estão ali porque são incumbidos disso, mas não porque eles gostam. (M3)
CONHECENDO A HISTÓRIA DE SAÚDE BUCAL DOS FILHOS
Cuidados com a saúde bucal dos filhos
As entrevistadas referiram que, quando seus filhos eram bebês, os instrumentos que utilizaram para a higienização da boca foram fralda ou gaze umedecida, dedeira e escova associada à pasta infantil. A época em que se deu o início da limpeza variou, sendo que algumas iniciaram a limpeza antes da erupção dos dentes decíduos e outras após.
...primeiro eu passei gaze. Com o tempo, a gente usava a dedeira. (...). Quando apareceu mais dentinho, aí começou com escovinha. (...). A mais nova fica brincando com a escova, toma banho, escova os dentinhos, tudo brincando. (...) já cria aquele hábito. Já sabe que sabonete, shampoo, escova, está tudo junto. Depois que ela termina eu dou uma olhada, uma massageada. (M5)
Em relação aos cuidados com a cavidade bucal, as fontes de informação citadas logo que as mães tiveram seus filhos foram enfermeiras e médicos pediatras.
... Depois que ele nasceu, eu tive informações de como limpar a gengiva com água oxigenada diluída em água. Pegava uma fraldinha e passava na gengivinha depois das mamadas. Procurar não colocar açúcar na mamadeira... (M1)
O pediatra auxiliou quando ele viu que a gengiva tava ficando grossa. (M4)
Recebi na maternidade, explicou que depois da mamada tem que passar um algodãozinho na boca.(M5)
M6 comentou ter aprendido com outra mãe. Ela raramente higienizava os dentes de seu bebê, sentindo-se culpada pela precária condição bucal de seu filho:
Às vezes, eu passava uma fraldinha na boquinha dele. (...) Depois que nasceram os dentinhos, sabe como é que eu fazia? Dava uma escovinha pra ele brincar. Foram poucas as vezes que eu escovei. Eu dei muito Nescau®. Quando ele tinha 2 anos e meio já tinha cárie. Com 3 anos, tive que extrair dois dentinhos. Um dia, ele tava todo inchado, deu pena, eu chorei no consultório. A culpa veio: “-Por que eu não cuidei, por que eu não pedi ajuda?” (M6)
À medida que as crianças foram crescendo, os cuidados direcionados à saúde bucal continuaram associados à escovação e utilização de pasta dental infantil. Em relação ao fio dental: “...eu não usava fio dental. Só escovava os dente deles, do jeito que eu escovava os meus”. (M2)
O controle da alimentação cariogênica também foi lembrado: “Na mamadeira, nunca foi colocado açúcar. (...) Sempre teve essa consciência de cuidar.” (M4)
Algumas mães comentaram não fazer a escovação noturna porque, ao retornar do trabalho, encontravam as crianças dormindo: “À noite, tinha vez que eu chegava e eles já estavam dormindo. Ninguém tinha escovado, aí ficava. Eu não ia tirar criança da cama pra escovar dente”. (M2)
Os veículos de comunicação em massa (revistas e televisão) foram citados por quatro mães como fonte de informação atual: “... hoje em dia, as propagandas na televisão... (...) motivando a cuidar dos dentes... Acho que antigamente não tinha nada disso. Hoje a gente vê na televisão as propagandas com os cremes dentais.” (M4)
M2 não considera a televisão uma boa fonte de informações, sugerindo quadros explicativos nas salas de espera dos consultórios: “Tu acha que alguém vai ver a propaganda? Informação de higiene bucal, higiene do corpo, ou até mesmo de camisinha, de droga... É muito difícil! Você consegue mais informação quando vai ao consultório e vê uns quadrinhos na sala de espera”.
M2 e M5 relembraram que, antigamente, eram realizados teatros nas escolas abordando temas de saúde bucal e sugeriram a retomada destas atividades educativas no ambiente escolar: “...hoje em dia não existe reforço nas escolas, eu sinto falta disso, de ter um pessoal da odontologia que faça um trabalho. (...) Porque na minha época eles faziam teatro. A gente adorava, ficavam aqueles dentões, vinha a escovinha... Isso estimula a criança. (M5)
Três mães lembraram do dentista como fonte de informações. M2 e M7 citaram os alunos de odontologia da UFSC como os responsáveis pelos seus conhecimentos sobre saúde bucal: “Eu fui aprender foi lá, porque em outro lugar não ensina” (M2).
As mães comentaram as orientações fornecidas pelos alunos sobre a relação entre alimentação cariogênica e cárie dentária.
Eu adoçava a mamadeira e colocava mel. (...). É uma coisa que eu já tirei. (M5)
Cada vez que come doce tem que escovar bem os dentes. Às vezes, a gente relaxava e nem escovava.. (M7)
Após o ingresso das crianças no serviço de odontologia da UFSC, parece ter ocorrido uma mudança de hábitos, principalmente em relação à escovação supervisionada e uso do fio dental: “Nem comeu, já vai escovar os dentes, passo fio dental, ele me ajuda. Hoje eu reviso”.
M4 associou o momento da higiene dentária com sofrimento: “A última escovação da noite... (...) tadinha, a gente fica judiando dela... porque escovo, escovo...”. (M4)
M5 comentou que realiza a higiene bucal da sua filha caçula, de 3 anos de idade e nela utiliza creme dental sem flúor: “Eu uso porque se não cuspir não faz mal”. (M5)
A preocupação de M5 com a alimentação está também associada ao sobrepeso: “A mais velha não come verdura, fruta, adora chiclete, bala, chocolate. Então, não compro porque ela tá acima do peso e, além disso, a boca também, porque o açúcar...”.
M2 referiu ter aprendido a necessidade de troca periódica da escova dentária e M3 a quantidade de dentifrício a ser utilizada. M4 e M7 comentaram os hábitos de sucção não nutritiva .
A importância da dentição decídua e sua relação com a saúde geral emergiram em uma das falas. M5 demonstrou preocupação em relação à condição bucal de outras crianças e mencionou repassar orientações neste sentido para outras mães.
OS SIGNIFICADOS ATRIBUÍDOS À SAÚDE BUCAL
Observou-se preocupação das participantes em cuidar de seus filhos e sua responsabilidade materna em relação à promoção da saúde bucal.
É uma responsabilidade que você tem como mãe. (M1)
Eu me preocupo, não quero que eles passem o medo que eu passei. (...) Eu não culpo a minha mãe dela não ter ensinado, porque ela não aprendeu. Tanto é que ela usa dentadura debaixo e em cima, desde moça. (M2)
Entre os motivos alegados para cuidar da cavidade bucal, foram citados aqueles vinculados às conseqüências da doença, tais como o prejuízo na mastigação e na estética, gastos financeiros com tratamentos onerosos, relação saúde bucal e saúde geral. M2 relatou ainda não querer ser culpada futuramente pelos filhos pela situação de seus dentes:
Eu vejo como é difícil pra mastigar, prejudica! (...) Depois de grande, está lá com os dentes feios, tem que gastar... Porque caro do jeito que estão as coisas, e por descuido meu, porque não vai ser por descuido deles. Aí eles ficam maiores: -“A mãe que não cuidou!”. Por isso que eu quero cuidar. (M2)
Pra você ter um sorriso adequado, até no conversar, faz parte do corpo, então você tem que cuidar bem. Por causa de ter boa saúde. Porque senão, você não vai conseguir nem conversar direito! (M3)
De maneira geral, a falta de cuidados foi o motivo alegado pelas mães para os dentes de seus filhos terem cariado. Cada uma delas, entretanto, tem uma interpretação diferente do processo saúde e doença.
Para algumas, a cárie está relacionada à alimentação, higienização insatisfatória da cavidade bucal e presença de bactérias. Para M3: “Com o tempo, os alimentos vão ali, as bactérias, e acabam apodrecendo o dente.”
M1, apesar de conhecer os fatores ligados à etiologia desta doença, relatou que: “... nem sempre você consegue ter controle de escovar o dente sempre depois que ele come alguma coisa. Às vezes, você não está por perto (...), nem fica sabendo que comeu.” A escovação noturna também foi lembrada: “Você faz janta, dá comidinha, vai fazer alguma coisa e quando vê, tá dormindo. Já deixa pra outro dia a escovação”. (M1)
Outros fatores mencionados como causadores de cárie foram estomatite, falta de controle periódico com o cirurgião-dentista, sucção de chupeta e anestesia local.
Eu fiquei com os dentes muito fracos devido à estomatite. (M4)
Falta de higiene e falta de orientação da comida. (...). E visitar o dentista de 6 em 6 meses (...) porque se tem alguma coisa errada já conserta tudo. (M5)
Meu marido diz que anestesia apodrece os dentes. (M7)
DISCUSSÃO
DOS CUIDADOS DE ONTEM, AOS CUIDADOS DE HOJE
Enquanto algumas entrevistadas mencionaram a mãe como principal cuidadora, outras receberam poucos cuidados com a cavidade bucal, sendo a falta de conhecimento de seus pais uma das justificativas para tal. A jornada de trabalho e as dificuldades financeiras foram também apontadas como fatores que dificultaram os cuidados. Atualmente, elas preocupam-se em cuidar bem dos filhos, buscando não repetir nas crianças os “erros” cometidos por seus pais.
Estudo realizado na área rural de Itaúna/MG procurou conhecer as representações sociais sobre o processo saúde/doença entre 29 mães de escolares. Muitas delas não tiveram acesso a qualquer informação sobre saúde bucal na infância. Entretanto, atualmente estavam bem informadas, pois algumas tiveram acesso aos serviços odontológicos em universidade próxima e outras a um serviço itinerante de saúde bucal realizado em escolas. Segundo os autores, as condições de vida no meio rural nem sempre são favoráveis para a promoção da saúde, impedindo, muitas vezes, que as mães cuidem de seus filhos “da maneira adequada”, sendo equivocado exigir das pessoas hábitos que não foram transmitidos pelas gerações passadas14.
Quanto à busca por atendimento odontológico na infância, observou-se que a procura pelo dentista limitava-se aos casos sensibilidade dolorosa e procedimento realizado geralmente se reduzia às exodontias; assim, as pessoas perdiam seus dentes desnecessariamente, devido à menor ênfase na reabilitação bucal.
Segundo Mendonça15, o edentulismo no Brasil é uma prática instituída pelas instâncias de saúde bucal como cuidado sanitário. Investigação em área rural da Bahia encontrou associação entre exodontias e fracasso de tratamentos anteriores, sendo que o encorajamento ao desdentamento esteve também relacionado a dentistas práticos que firmavam contratos vantajosos, estabelecendo prazos para a conclusão das extrações e entrega da “chapa” em tempo mínimo, num valor tal que a extração unitária seria onerosa.
Em relação à preferência por serviços odontológicos particulares, observou-se neste estudo que também nestes serviços, algumas vezes, os pacientes não recebiam opções de tratamento diferentes da exodontia.
Entretanto, Matos e colaboradores16 encontraram em seu estudo diferenças em relação à saúde bucal e ao tipo de tratamento recebido entre os usuários dos diferentes serviços de odontologia. Os usuários dos serviços privados tinham mais chance de receber tratamento restaurador ou preventivo, enquanto os que utilizavam os públicos tinham mais chance de receber tratamento cirúrgico (exodontia).
Muitas entrevistadas relataram experiências desagradáveis com dentistas no passado, o que acabou gerando medo, dor, trauma e mágoa.
Trabalho de Syrjälä et al.17, realizado através de entrevistas com 5 adultos, demonstrou que experiências traumáticas na infância e presença ou ausência de um modelo familiar que incentivasse os cuidados com os dentes, influenciaram a percepção e o comportamento das pessoas em relação à sua saúde bucal.
Em nossa investigação, algumas mães iniciaram a escovação tardiamente e o fio dental não era utilizado. Algumas lembraram a escola como marco inicial dos cuidados bucais e mencionaram que lá eram realizados bochechos com soluções fluoretadas.
No estudo de Carneiro18, que buscou conhecer a percepção sobre saúde bucal de um grupo de pessoas residentes na área rural de Brazlândia (Distrito Federal), também foi observado que alguns entrevistados receberam as primeiras orientações sobre cuidados com a boca na escola. Mas, segundo a autora, mesmo que os programas educativo-preventivos desenvolvidos em escolas públicas tenham sido importantes, as contribuições, talvez, não tenham sido suficientes para desenvolver o autocuidado para além do espaço escolar. Abreu etr al.14 sugerem a escola como um ambiente profícuo para a discussão de temas ligados à alimentação e saúde, por ser considerado um local de credibilidade, segundo a população rural entrevistada.
Uma participante deste estudo relatou que, na infância, escovava seus dentes com sabonete e, às vezes, com cinza, para fazer os dentes brilharem. Num contexto de dificuldades financeiras, escassez de serviços odontológicos e de informações preventivas, as pessoas acabam cuidando de sua saúde, guiadas por saberes populares. No trabalho de Carneiro18, também foi citada a utilização de outros recursos para a limpeza dentária, como escovar os dentes com folha de laranja, folha de juá, fumo ou cinza.
A gravidez também pareceu influenciar a busca ao tratamento odontológico. Uma mãe citou ter receio de ser anestesiada e outra relatou ter recebido do próprio dentista informações contra-indicando determinados procedimentos. Observou-se que as mães que consultaram o dentista o fizeram por necessitarem procedimentos curativos. Quase todas tiveram acesso ao pré-natal, mas somente uma foi encaminhada ao cirurgião-dentista.
No trabalho qualitativo de Albuquerque et al.19, a gravidez foi considerada pelas entrevistadas uma barreira ao atendimento odontológico, já que o próprio dentista desaconselhava o tratamento neste período. Para elas, existem riscos relativos à anestesia local e à hemorragia e perigos para o bebê.
Percebe-se que, atualmente, ainda é forte a presença de crenças em relação ao atendimento odontológico na gestação20, tanto entre a população em geral quanto entre os profissionais da saúde 2, 21. O atendimento odontológico deve fazer parte do pré-natal, integrando profissionais da área da saúde, possibilitando troca de conhecimentos, fornecimento de orientações e promoção da saúde bucal materna 21,22.
Em relação à higienização bucal do bebê, as mães que foram orientadas realizavam esta limpeza com fralda, dedeira, ou escova e dentifrício, conforme recomendação do pediatra, de enfermeiras ou de outras mães. Uma delas mencionou utilização de fralda molhada com água oxigenada.
A água oxigenada já foi prescrita para a higienização bucal do bebê, entretanto, caiu em desuso, por desestabilizar a microflora23. É recomendável a utilização de dedeiras, fralda ou gaze umedecida em água filtrada a partir da erupção do primeiro dente decíduo. Antes disso, a limpeza poderá ser realizada (entre o 2º e o 3º mês de vida do bebê) com o intuito de criar condicionamento e adaptação às manobras de higiene bucal. Após a erupção dos molares decíduos, geralmente a partir de dezoito meses, a escova deve ser introduzida para limpeza das superfícies oclusais. O fio dental faz-se necessário a partir do momento que existirem pontos de contato entre os dentes 24.
As mães deste estudo foram informadas sobre a limpeza da cavidade bucal do bebê por enfermeiras, médicos pediatras ou outras mães. Em estudo realizado com 42 mães internadas em maternidade para terem seus bebês, a maioria das mães desconhecia a época para início, a maneira de se realizar a higiene bucal do bebê e o momento ideal de levar a criança para a primeira consulta odontopediátrica. Em relação às fontes de informação sobre saúde bucal do bebê, as mais citadas foram os pediatras e, principalmente, os veículos de comunicação em massa. O cirurgião-dentista foi citado por 2,38% das participantes25.
Neste estudo, uma mãe comentou deixar seu bebê brincar com a escova durante o banho, para depois finalizar a escovação. Sua intenção era ele crescer associando os cuidados da boca com os cuidados do corpo. Esta prática era realizada por sua mãe e foi incorporada à sua rotina. De acordo com Tiba26, a mãe deve permitir que a criança brinque com a escova, assumindo a complementação da limpeza. É favorável a criação de um momento de descontração durante a escovação, já que uma escovação apressada pode virar um “castigo” e acabar agredindo a criança. Moura et al27 recomendam que a higiene dentária deve, preferencialmente, ser realizada em horários pré-determinados, associando-se o horário da higiene bucal àquele estabelecido para a higiene corporal.
Nos depoimentos das mães percebeu-se o valor que elas dão à escovação, após as refeições, e ao controle da alimentação cariogênica (especialmente os doces) como as principais formas de prevenir a doença cárie. Resultados semelhantes foram encontrados no estudo de Simioni et al 28.
Algumas mães citaram como dentifrício freqüentemente utilizado, o de marca Tandy®, por considerarem-no “mais fraco”. Isto provavelmente se deve à maneira como foi veiculado na mídia e ao seu sabor agradável, favorecendo que a escovação seja realizada com menos resistência por parte da criança. Este dentifrício contem em sua formulação 1100 ppm de flúor, a mesma concentração encontrada em muitas pastas prescritas para adultos.
Dentifrícios infantis contêm menos detergente em sua composição, assim, formam menos espuma, tornando a escovação mais segura29. Entretanto, quanto menor a idade da criança, maior a possibilidade de deglutição da pasta30,31, aumentando, consequentemente, as chances de desenvolvimento de fluorose.
A literatura apresenta controvérsias em relação à época de introdução de dentifrícios fluoretados na higiene bucal do bebê. Alguns autores32 recomendam a sua utilização a partir da erupção do primeiro dente, enquanto outros33 consideram cedo a idade de 6 meses, pois até os três anos de idade a chance de ingestão é grande. Holt e Murray34 salientam que a indicação de dentifrícios com concentração menor que 1000 ppmF em crianças deve levar em consideração a relação risco / benefício, já que, por um lado o risco de desenvolvimento de fluorose diminui, entretanto, aumentam as chances de desenvolvimento da cárie. O importante é que os pais estejam orientados a colocar uma pequena quantidade de creme dental na escova30,35, além de realizar a escovação nas crianças, cuidando para que não ocorra a ingestão da espuma 35.
Nesta investigação, as mães utilizaram o fio dental ocasionalmente, apesar de reconhecerem os benefícios da sua utilização. Estes resultados foram também encontrados em outros estudos 14,17,18 .
Mesmo sendo relativamente bem informadas, a rotina do dia-a dia e a falta de tempo das participantes interferiram nos cuidados com a saúde bucal infantil. Em momentos de esgotamento físico ou de envolvimento com outras atividades, as crianças acabavam adormecendo sem escovar os dentes e as mães consideravam inoportuno acordá-las. Assim, não basta ter informações, é preciso ter condições adequadas para colocar os ensinamentos em prática.
Neste estudo, a culpa pela precária condição bucal do filho emergiu em um depoimento, sendo associada ao mau cuidado materno. De acordo com Abreu et al14, a cobrança da sociedade em relação aos cuidados com os filhos, e ao mesmo tempo, o não cumprimento dessa “regra” acaba causando sentimentos negativos nas mães, prejudicando sua qualidade de vida. Portanto, ao se aconselhar mães, deve-se levar em conta a realidade em que elas estão inseridas, para junto delas construir um plano que seja mais adequado para cada família, nas circunstâncias em que elas vivem.
A partir de alguns discursos, percebeu-se que o acesso ao serviço de odontopediatria da UFSC marcou o fim da peregrinação de muitas delas por outros serviços, em busca de tratamento odontológico para as crianças. A universidade foi considerada importante na aquisição de conhecimentos sobre a etiologia das doenças bucais. As mães sentiram-se mais motivadas e preparadas para cuidar dos filhos, modificando hábitos de higiene e de alimentação no âmbito familiar.
A dificuldade de acesso, a falta de vagas e de pessoal despreparado para o atendimento infantil nos postos de saúde e a impossibilidade de pagar pelo atendimento odontopediátrico particular foram mencionadas.
Em relação à percepção das mães sobre o processo saúde/doença bucal, de acordo com os dados deste estudo, cuidar dos dentes está relacionado à prevenção da cárie e suas conseqüências como dor, alterações estéticas e funcionais, além de gastos financeiros com tratamentos onerosos.
As mães citaram a cárie como uma doença causada por bactérias e alimentação rica em doces, sendo a escovação, a maneira de evitar que os dentes estraguem. Estes dados corroboram os de Frazão e Marques36, em pesquisa sobre a influência de agentes comunitários de saúde na percepção de mulheres e mães sobre conhecimentos de saúde bucal. Em nosso estudo, outros fatores que poderiam desencadear problemas dentários foram também citados, como a estomatite e a anestesia local.
A preocupação com aparência dos dentes e com problemas funcionais decorrentes de perdas dentárias influenciaram as mães a cuidar dos dentes.
Este tema também foi abordado em outros estudos 2,4-6,14,17,18,37. As alterações estéticas e funcionais decorrentes da cárie podem levar à estigmatização das pessoas e limitações interpessoais ao conversar e ao sorrir. Atualmente, o culto à beleza é supervalorizado e a aparência pessoal está diretamente relacionada à aceitação social14.
A relação saúde bucal e saúde geral foi comentada por algumas mães. Essa preocupação é importante e, ao mesmo tempo, interessante, já que o curso de odontologia no Brasil é separado do de medicina, sendo o tratamento da maioria dos problemas de saúde bucal de responsabilidade do dentista, ficando a saúde geral desvinculada da bucal. Assim, a “boca acaba não fazendo parte de corpo”, já que não é tratada por médicos. Além disso, a busca constante por especializações dentro da própria odontologia acabou levando à fragmentação da cavidade bucal.
Conclusão
Através desta pesquisa, pôde-se observar limitações vivenciadas pelas mães em relação à sua saúde bucal, influenciadas principalmente, por experiências negativas com dentistas, dificuldade de acesso aos serviços públicos de saúde bucal e falta de condições financeiras para freqüentarem consultórios odontológicos particulares. A odontologia praticada no passado, segundo as entrevistadas, valorizava a realização de exodontias em detrimento a tratamentos mais conservadores, causando nelas medo de dentista, trauma, dor e mágoa. Existe preocupação destas mães em cuidar da saúde bucal de seus filhos para evitar que elas tenham sentimentos de culpa, pois consideram tais cuidados responsabilidade materna. Além disso, desejam prevenir a cárie dentária e evitar que as crianças sofram com as conseqüências da doença, como dor, problema estéticos e funcionais.
Observou-se ainda que profissionais da saúde estão abordando precocemente a promoção da saúde bucal, fato este que indica maior interdisciplinaridade, já que diversas entrevistadas citaram os médicos pediatras e as enfermeiras de maternidades como as primeiras pessoas a orientar sobre os cuidados com a cavidade bucal do bebê.
Muitas mães também receberam informações sobre saúde bucal na escola, bem como através dos veículos de comunicação em massa e cartazes explicativos nos consultórios odontológicos e consideraram-nos importantes fontes de orientação. Parece que o ingresso de seus filhos no ambulatório de odontopediatria da UFSC propiciou que elas compreendessem melhor o processo saúde/doença bucal e ficassem mais motivadas a cuidar da cavidade bucal das crianças.
As entrevistadas mostraram-se satisfeitas com atendimento realizado pelos estudantes nas clínicas de odontopediatria da Universidade Federal de Santa Catarina e isto provavelmente deve-se à valorização da filosofia de promoção da saúde, que é ensinada em aulas teóricas e estimulada nas práticas, buscando aliar comunicação e habilidade técnica e compreender a cultura e a realidade em que os pacientes vivem, desenvolvendo um plano de tratamento individualizado e adequado às circunstâncias de cada família.
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