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0094/2025 - PREVALÊNCIA DO USO DE MACONHA E FATORES ASSOCIADOS ENTRE ESTUDANTES DE UMA UNIVERSIDADE DO LESTE DE MINAS GERAIS
PREVALENCE OF MARIJUANA USE AND ASSOCIATED FACTORS AMONG STUDENTS AT A UNIVERSITY IN THE EAST OF MINAS GERAIS

Autor:

• João José Luiz Campos - Campos, JJL - <joao.campos@estudante.ufjf.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9514-5944

Coautor(es):

• Arthur Félix Iácono Fullone - Fullone, AFI - <arthur.fullone@estudante.ufjf.br>
ORCID: https://orcid.org/0009-0003-9268-6408

• Eulilian Dias de Freitas - Freitas, ED - <eulilian.freitas@ufjf.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4350-7499

• Lélia Cápua Nunes - Nunes, LC - <lelia.capua@ufjf.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2651-7572

• Camila Teixeira Vaz - Vaz, CT - <milatvaz@yahoo.com.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1948-8769



Resumo:

Objetivo: Investigar a prevalência do uso de maconha e fatores associados entre estudantes de uma universidade do leste de Minas Gerais. Metodologia: Foi realizado um estudo transversal com estudantes universitários de seis cursos da área da saúde. Os participantes preencheram dois questionários, o primeiro com questões sociodemográficas e o segundo com questões para triagem do envolvimento com tabaco, álcool e outras drogas. A associação entre as variáveis foi analisada por modelo de regressão logística. Resultados: A prevalência do uso de maconha na vida foi 19,62%. Estudantes de raça/cor não branca tiveram menos chance de usar maconha (OR: 0,61; IC 95%: 0,37-0,99). Já estudantes que moravam em república, com amigos ou sozinhos(as) (OR: 2,65; IC 95%: 1,47-4,79), tinham uma relação ruim com o pai ou não tinham relação (OR: 2,25; IC 95%: 1,28-3,95) e aqueles que não possuíam uma religião (OR: 6,38; IC 95%: 3,38-12,06) tiveram maior chance de usar maconha. Conclusão: O uso de maconha entre os estudantes esteve associado às variáveis explicativas: raça/cor, forma de moradia, relação com o pai e religião. Esses resultados contribuem para indicar um grupo prioritário para definição de ações de prevenção da saúde e de danos.

Palavras-chave:

Cannabis; Estudantes; Universidades; Drogas ilícitas

Abstract:

Objective: To investigate the prevalence of marijuana use and associated factors among students at a university in eastern Minas Gerais. Methods: A cross-sectional study was carried out with university studentssix health courses. Participants completed two questionnaires: the first included sociodemographic questions, and the second contained questions to screen for involvement with tobacco, alcohol, and other drugs. The association between the variables was analyzed using a logistic regression model. Results: The lifetime prevalence of marijuana use was 19.62%. Students of non-white race/color were less likely to use marijuana (OR: 0.61; 95% CI: 0.37-0.99). Students who lived in a dormitory, with friends, or alone (OR: 2.65; 95% CI: 1.47-4.79), had a bad relationship with their father, or had no relationship (OR: 2.25; 95% CI: 1.28-3.95), and those who did not have a religion (OR: 6.38; 95% CI: 3.38-12.06) were more likely to use marijuana. Conclusion: Marijuana use among students was associated with the explanatory variables: race/color, form of residence, relationship with father, and religion. These results contribute to indicating a priority group for defining health and damage prevention actions.

Keywords:

Cannabis; Students; Universities; Illicit drugs

Conteúdo:

INTRODUÇÃO
No mundo, aproximadamente 269 milhões de pessoas fizeram uso de algum tipo de droga em 2018, marcando um aumento percentual de 30% comparado a 20091. Nesse mesmo ano, cerca de 192 milhões de pessoas usaram maconha, destacada como o entorpecente mais consumido do mundo1. Entre 2014 e 2018, a maconha foi a principal droga responsável pelo contato das pessoas com o sistema de justiça criminal, relacionando-se com mais da metade das infrações penais1.
Mader et al 2 demonstraram maior pico de exposição à maconha na juventude2. Em um estudo realizado nos Estados Unidos, aproximadamente três quartos dos estudantes universitários relataram uso de maconha na vida e 39% relataram uso de maconha ao menos uma vez ao mês nos últimos 3 meses3. No Brasil, conforme dados das capitais brasileiras de 2010, 48,7% dos universitários relataram já terem consumido alguma substância psicoativa pelo menos uma vez na vida, com exceção do álcool e de produtos derivados do tabaco4.
O ingresso na educação superior tem sido valorizado como alternativa principal de escolha para os estudantes que chegam ao fim do ensino médio e marca o início de uma nova fase na vida dos jovens5. Para muitos, essa etapa é marcada pela mudança de ambiente social, escolar e familiar, representando o início da administração de suas vidas sozinhos 6.
A universidade configura um ambiente que pode propiciar o primeiro contato com o uso de drogas, devido à vulnerabilidade dos estudantes a comportamentos de risco gerados por momentos de estresse6. Ademais, a cultura dos ritos de iniciação e festas e a influência dos pares acadêmicos representam fatores de risco relacionados ao uso de drogas7,8. Especificamente em relação ao uso de maconha, os estudos descrevem como fatores de risco a existência de conflitos familiares, residir em área urbana e ter histórico de abuso infantil 9 e como fatores protetores o envolvimento em atividades religiosas2, 10 e morar com os pais 11.
O uso de maconha entre estudantes universitários pode resultar na possibilidade de desenvolver psicoses e esquizofrenia12, além de déficit cognitivo, prejuízo da memória e déficit de atenção, manifestações essas que parecem ser mais evidentes quando o uso inicia precocemente13. Entre as consequências acadêmicas desse uso, estiveram a menor média das notas e o maior número de faltas, que resultaram no aumento do tempo de conclusão da graduação14
Diante desse cenário epidemiológico e considerando a característica descritiva da maioria dos estudos que investigaram o uso da maconha no território brasileiro11, emerge a necessidade da realização de mais pesquisas analíticas centradas na temática para melhor compreensão da relação entre esse desfecho e seus determinantes. Isso irá permitir subsidiar ações para promover a saúde dos estudantes e minimizar os danos.
Dessa forma, o objetivo do estudo foi investigar a prevalência do uso de maconha e seus fatores associados entre estudantes de uma universidade do leste de Minas Gerais.

MÉTODO
Desenho do estudo e participantes
Tratou-se de um estudo transversal, realizado pelo Núcleo de Pesquisa e Estudos em Saúde Pública (NUPESP) da Universidade Federal de Juiz de Fora/Campus Governador Valadares (UFJF/GV), entre fevereiro e julho de 2015. Participaram do estudo todos os discentes, com 18 anos ou mais, devidamente matriculados nos seis cursos da área da saúde (Educação Física, Farmácia, Fisioterapia, Medicina, Nutrição e Odontologia) do referido Campus, no primeiro semestre de 2015. Foram excluídos aqueles estudantes ausentes por qualquer motivo no momento da coleta de dados e os que preencheram os instrumentos de forma inadequada impossibilitando a análise dos dados.

Procedimentos
Os dados foram obtidos por meio de dois questionários autoaplicados. Primeiramente, os estudantes responderam a um questionário estruturado pelos próprios pesquisadores, especificamente para este trabalho, contendo questões sociodemográficas, sobre estilo de vida e psicossociais. Em seguida, eles responderam o Alcohol Smoking and Substance Involvement Screening Test (ASSIST), desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde, para triagem do envolvimento com tabaco, álcool e outras drogas. O ASSIST é composto por oito questões sobre o uso de nove classes de substâncias psicoativas, sendo elas: tabaco, álcool, maconha, cocaína, estimulantes, sedativos, inalantes, alucinógenos e opiáceos. O instrumento procura abordar a frequência do uso na vida e nos últimos três meses dessas substâncias, os problemas relacionados ao uso e a preocupação apresentada pelas pessoas próximas ao usuário, bem como a identificação dos possíveis prejuízos apresentados pelo usuário na realização de suas tarefas cotidianas. Esse questionário foi traduzido e validado para a população brasileira15. A coleta de dados foi realizada em sala de aula, em momento previamente acordado com o professor responsável, e acompanhada por aplicadores treinados para orientar os estudantes no momento da coleta.

Variáveis
A variável resposta foi o uso de maconha ao longo da vida, operacionalizada por meio da seguinte pergunta: “Na sua vida, você já usou maconha?” As opções de resposta foram: 0 = não e 1 = sim. As variáveis explicativas incluíram: raça/cor, categorizada em branca e não branca; estado civil, categorizado em solteiro(a) e casado(a) ou com união estável; curso, categorizado em Medicina, Odontologia e demais cursos (Educação Física, Farmácia, Fisioterapia ou Nutrição); mora com pais ou parentes, categorizada em sim e não (república, amigos ou sozinho(a)); boa relação com a mãe, categorizada em sim (boa) e não (regular, ruim ou não tem nenhuma relação); boa relação com o pai, categorizada em sim (boa) e não (regular, ruim ou não tem nenhuma relação); relação entre a mãe e o pai, categorizada em vivem juntos e não vivem juntos ou um deles é viúvo(a); pratica alguma religião, categorizada em sim e não; tem algum trabalho, categorizado em sim e não; prática de atividade física, categorizada em sim e não; e índice de massa corporal, calculado a partir do peso e altura autorreferidos, categorizados, conforme preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para a população adulta, em baixo peso, eutrófico e sobrepeso/obesidade16. As variáveis idade e sexo foram usadas como ajuste no modelo multivariado.
Em relação à variável explicativa “raça/cor”, seguindo as questões levantadas por Kabad e colaboradores, as categorias em uso foram embasadas pelo tamanho amostral e pelo número expressivamente reduzido de pessoas da raça amarela, em comparação às demais (branca e negra)17. A informação foi obtida por meio de autodeclaração e analisada como fator e não como marcador, compreendendo que as condições sociais, econômicas e demográficas devem compor a interpretação das diferenças étnico-raciais17. Dessa forma, a descrição das categorias de raça/cor, não trazem um sentido imutável à população17.

Análise estatística
Primeiramente, foi realizada uma análise descritiva, calculando-se a frequência para as variáveis categóricas e a mediana e o intervalo interquartil (1Q-3Q) para as variáveis contínuas. A prevalência de uso de maconha na vida foi estimada para a amostra, com um intervalo de confiança de 95% (IC 95%). Em seguida, para verificar a associação entre o uso de maconha na vida e as variáveis explicativas, modelos de regressão logística bivariados foram ajustados. Todas as variáveis que apresentaram valor de p menor ou igual a 0,20 nessas análises foram consideradas aptas a entrarem no modelo multivariado. Nesse modelo, foi adotado o procedimento stepwise-backward para a seleção e retenção das variáveis, permanecendo no modelo final aquelas com valor de p menor ou igual do que 0,05, com exceção da idade e do sexo, que foram usados como ajuste. Todas as análises foram realizadas no software Stata, versão 13.0 (StataCorp LP, College Station, USA).

Critérios éticos
Esta pesquisa obteve a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Juiz de Fora, sob n.º CAAE 40647314.9.0000.5147, de acordo com a Resolução n.º 466/2012 e a Resolução n.º 510/2016. Todos os participantes receberam previamente informações sobre os objetivos do estudo e procedimentos de coleta de dados e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

RESULTADOS
Participaram do estudo 593 estudantes dos seis cursos da área da saúde da universidade, o que corresponde a 78,8% do público-alvo desta pesquisa. A prevalência estimada do uso de maconha na vida e nos últimos 3 meses, na amostra estudada, foi de 19,62% (IC 95%: 16,37-22,87) e de 8,90% (IC95%: 6,59-11,22), respectivamente. A mediana de idade encontrada foi de 20 anos, sendo 19 anos correspondente ao primeiro quartil e 22 ao terceiro.
Os estudantes avaliados eram predominantemente do sexo feminino (67,2%), autodeclararam-se brancos(as) (52,7%) e eram solteiros(as) (94,8%). Compuseram a categoria de raça/cor não branca 254 pessoas da raça negra (de cor parda e preta) e 6 pessoas da raça/cor amarela. Com relação ao curso, a maioria era estudante do curso de Medicina (33,4%), seguido de estudantes do curso de Odontologia (24,8%) e os estudantes dos demais cursos (Educação Física, Farmácia, Fisioterapia e Nutrição) correspondiam a 41,8%. A maioria morava em repúblicas, com amigos ou sozinhos(as) (67,7%), relatou que os pais moravam juntos (71,6%), tinha uma boa relação com a mãe (92,4%) e com o pai (81,3%). Ademais, os estudantes, majoritariamente, possuíam uma religião (88,6%), não trabalhavam (93,2%), não praticavam nenhum tipo de atividade física (54,9%) e eram eutróficos (70,7%). Demais informações sobre a caracterização da amostra estão descritas na Tabela 1.
Ainda na Tabela 1, observa-se as análises bivariadas. O uso de maconha na vida associou-se negativamente ao sexo feminino (OR: 0,32 e IC 95%: 0,21-0,50), à raça/cor não branca (OR: 0,63 e IC 95%: 0,41-0,98) e a não praticar atividade física (OR: 0,52 e IC 95%: 0,34-0,79). Por outro lado, o uso de maconha na vida associou-se positivamente a morar em república, com amigos ou sozinho(a) (OR: 2,12 e IC 95%: 1,29-3,49), a ter uma relação ruim ou não ter relação com a mãe (OR: 2,28 e IC 95%: 1,17-4,40), com o pai (OR: 1,99 e IC 95%: 1,23-3,21), aos pais não viverem juntos ou um deles ser viúvo(a) (OR: 1,81 e IC 95%: 1,17-2,81), a não possuir uma religião (OR: 7,80 e IC 95%: 4,52-13,47) e a ter sobrepeso ou obesidade (OR: 2,20 e IC 95%: 1,29-3,75).
De acordo com a Tabela 2, os resultados da análise multivariada mostraram que, independente da idade e do sexo, estudantes de raça/cor não branca tiveram menos chance de usar maconha na vida (OR: 0,61 e IC 95%: 0,37-0,99). Ademais, estudantes que moravam em república, com amigos ou sozinhos(as) (OR: 2,65 e IC 95%: 1,47-4,79), tinham uma relação ruim com o pai (OR: 2,25 e IC 95%: 1,28-3,95) e aqueles que não possuíam uma religião (OR: 6,38 e IC 95%: 3,38-12,06) tiveram maior chance de usar maconha na vida.

Tabela 1: Caracterização dos estudantes da área da saúde e análises bivariadas entre o uso de maconha na vida e variáveis explicativas, Universidade Federal de Juiz de Fora/Campus Governador Valadares, Minas Gerais, 2015.

Tab.1

Tabela 2: Análise multivariada por meio de regressão logística para o uso de maconha na vida de estudantes da área da saúde, Universidade Federal de Juiz de Fora/Campus Governador Valadares, Minas Gerais, 2015.

Tab.2

DISCUSSÃO
A prevalência do uso de maconha na vida entre os estudantes foi de 19,62%. A análise multivariada demonstrou que, independentemente da idade e do sexo, estudantes de raça/cor não branca tiveram menor chance de usar maconha na vida. Por outro lado, aqueles que moravam em república, com amigos ou sozinhos, que tinham relação ruim com o pai ou que não possuíam religião tiveram maior chance do uso da substância.
A prevalência de uso de maconha na vida demonstrada no presente estudo foi semelhante às encontradas para estudantes da região Sul do Brasil18,19; (19,3% e 19,2%) e de Salvador20 (20,5%) e superiores às demonstradas entre universitários Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)21 (4,9%), de Odontologia22, de Farmácia e Bioquímica23 e de Pedagogia24 do Espírito Santo (13,2%, 8,8% e 7,5%, respectivamente) e da Paraíba25 (10,6%). Por outro lado, estudos realizados com universitários das 27 capitais brasileiras4, de Curitiba26 e de Ribeirão Preto27, encontraram prevalências maiores (26,1%, 26,14% e 24,4%, respectivamente). Entre estudantes de Rio Grande11, no sul do país, e do Colorado, nos Estados Unidos3, as prevalências de uso de maconha na vida foram maiores que o dobro da encontrada neste estudo (40,5% e 73,0%, respectivamente).
Sabe-se que o início da vida universitária pode ser marcado pelo abuso de drogas que remetem à facilitação das interações sociais e à fuga de problemas associados ao ambiente de estresse6. Em estudo com estudantes de graduação, Phillips et al. encontraram associação entre uso de maconha no ano anterior e recente e abertura para novas ideias/experiências3. Para graduandos das áreas da saúde, a situação em relação ao consumo de substâncias pode ser mais complexa, por enfrentarem diretamente o sofrimento humano, a dor e a morte, muitas vezes sem uma preparação educacional adequada para lidar com esses desafios28,29. Ao mesmo tempo, o crescente uso da maconha pode estar relacionado à diminuição da conscientização dos riscos de seu uso11 e/ou à abertura das discussões sobre a permissão de sua utilização para fins medicinais e recreativos, semelhantes às que ocorrem nos Estados Unidos, Uruguai e Holanda11.
Em nosso estudo, os estudantes da raça/cor não branca tiveram 39% menos chance de usar maconha em comparação aos de raça branca (IC95%: 0,37-0,99). Similarmente, um estudo realizado em uma faculdade dos Estados Unidos demonstrou que as chances de uso de maconha e remédios controlados nos últimos 12 meses foi significativamente maior entre as pessoas de cor branca (OR: 2,12; IC95%: 1,71-2,62)30. Em outros trabalhos realizados no sul da Califórnia31 e em 40 estados estadunidenses32, ser da raça/cor/etnia branca também esteve associado ao maior uso de maconha em comparação aos não brancos, apresentando razões de chance de 1,53 e de 1,32, respectivamente. Já em uma Universidade do sul do Brasil, não foi encontrada associação entre raça/cor e consumo de maconha11.
As diferenças raciais/étnicas no uso de drogas ilícitas podem ter início antes da Universidade30 e evidências indicam que estudantes do ensino médio com forte identidade étnica podem ter frequência reduzida do uso de maconha por um efeito no aumento do engajamento escolar33. Os estudos sugerem a realização de monitoramento contínuo das diferenças raciais/étnicas para orientar as políticas de prevenção e tratamento do uso de maconha34, bem como para orientar medidas de rastreamento, encaminhamento e tratamento que sejam racialmente e etnicamente sensíveis30.
A forma de moradia do estudante também esteve associada ao uso de maconha. Esse resultado corrobora o encontrado entre universitários no Canadá, em que morar com os pais ou familiares esteve associado a 40% menos chance de uso de maconha na vida (OR: 0,60; IC95%: 0,48-0,75)2. Outro estudo realizado no mesmo país, demonstrou que os universitários que moravam longe de seus pais tiveram duas vezes a chance de usar maconha no último mês (OR: 2,03; IC95%: 1,46-2,84), em comparação aos estudantes que moravam junto a eles35. Potencialmente, tal fato pode estar relacionado à diminuição da influência parental sobre os filhos no momento do ingresso na faculdade35.
O fato de morar longe dos pais pode refletir na maior exposição dos estudantes às drogas, devido ao aumento das oportunidades de uso e redução da capacidade de recusa a ofertas11,36,37. Vale ressaltar que mudanças culturais e geográficas nesse momento criam um ambiente de angústia, exacerbado pela ausência de uma rede de apoio familiar próxima11,38. Desse modo, a combinação de maior liberdade, menor supervisão e a busca por mecanismos de enfrentamento pode contribuir para o aumento do uso de maconha entre estudantes que vivem sem os pais11,36,37,38.
Nesse sentido, um elevado nível de monitoramento dos pais no ensino médio foi correlacionado a um menor aumento da frequência do uso de maconha após esse período entre universitários dos Estados Unidos39, demonstrando que a presença, participação e acompanhamento dos pais na vida acadêmica dos filhos pode reduzir o uso da substância. Napper e colaboradores também demonstraram correlação inversa entre monitoramento parental e uso de maconha e aprovação do uso de maconha por estudantes de psicologia (r: ?0,20, p<0,001; r: ?0,21, p<0,001, respectivamente)40.
As relações familiares parecem interferir no uso de maconha e, por conseguinte, em suas consequências. A família representa um papel fundamental como fonte de referência para os jovens na orientação de suas ações e atitudes41. As crenças e valores transmitidos pelo ambiente familiar constituem elemento crucial no processo de encontro de soluções práticas para equilibrar as exigências acadêmicas com as responsabilidades pessoais e familiares41.
No presente estudo, estudantes com relação ruim com o pai tiveram chance 1,25 vezes maior de usar maconha (IC95%: 1,28-3,95). Similarmente, o relato de história de conflito familiar entre universitários egípcios aumentou a chance de abusar de haxixe, bhang, strox, voodoo, tramadol, heroína e álcool (OR: 6,48; IC95%: 5,08-8,28)9. Já entre jovens suíços, o relacionamento conturbado com os pais não esteve associado ao início do uso de maconha (OR: 1,34; IC95%: 0,95-1,88)42. Ainda, em estudo realizado em Chicago com pessoas de 10 a 22 anos, o conflito familiar foi significativamente associado à ocorrência de transtornos por uso de álcool ou maconha no último ano (OR: 1,23; IC95%: 1,02-1,47)43.
Em relação à religião, no presente estudo foi observada chance 5,38 vezes maior de uso de maconha entre estudantes que não tinham uma religião, comparado aos que tinham. Em uma Universidade da Paraíba foi observada uma razão de prevalência de 1,70 (IC95%: 1,02-2,84) entre estudantes que tinham religião, para uso na vida de drogas ilícitas25. Thomas et al. sugerem que o efeito da religião possa advir das normas sociais restritivas existentes entre grupos engajados nessas ações44.
A prática da religião também parece influenciar no uso de maconha, de acordo com outros estudos realizados no Brasil. Gomes et al. encontraram chance maior de uso de maconha nos últimos 30 dias entre discentes brasileiros que não eram frequentes em suas religiões (OR: 2,09 IC95%: 1,39-3,14)10. No sul do Brasil, a razão de prevalência do uso de maconha no último mês foi de 0,28 (IC 95%: 0,17-0,47) para universitários que praticavam religião semanalmente ou diariamente, comparado aos que nunca o faziam11. Ainda nessa investigação, a prática de religião também apresentou redução na probabilidade do uso da substância conforme aumentava sua frequência (p-valor para tendência linear: <0,001)11. A prática religiosa pode estar associada ao controle indireto das atitudes referentes ao consumo de drogas, como a maconha, pela percepção da imoralidade que o ato representa em si próprio45. A inclusão de práticas espirituais e religiosas pode proporcionar aos estudantes um senso de propósito e apoio comunitário, auxiliando-os a lidar com o estresse e as pressões acadêmicas de maneira saudável e construtiva28.
A religião e a religiosidade parecem estar consolidadas como um dos protetores mais importantes contra o uso de drogas, o que amplia o interesse de profissionais de saúde e pesquisadores em estudá-las10. No Canadá, universitários classificados no maior score de religiosidade apresentaram menor chance de uso de maconha (OR: 0,92; IC95%: 0,87-0,97)2, resultados semelhantes aos relatados para graduandos dos Estados Unidos de ascendência europeia-americana (OR: 0,83, IC95%: 0,74-0,92) e afro-americana (OR: 0,82; IC95%: 0,72-0,94) que realizavam atividades relacionadas à igreja, além dos cultos de adoração45.
Pesquisas indicam que, ao se engajarem em padrões de religiosidade e espiritualidade, os jovens adotam um conjunto de valores, símbolos, comportamentos e práticas sociais que incluem, em última instância, a rejeição do uso de álcool e outras drogas28,46,47. Alguns autores consideram que os ensinamentos religiosos podem ser protetores ao exercer uma influência direta na estrutura familiar ou na personalidade de um indivíduo ou ao incutir os valores de respeito, bem-estar e autopreservação48,10. Entre os adolescentes, os efeitos da religiosidade no uso de drogas podem ser mediados por melhor autocontrole e menor tolerância a desvios frente a normas sociais49. Dessa forma, estratégias que incorporem a espiritualidade podem ser significativamente benéficas para enfrentar as dificuldades da vida universitária, funcionando como uma proteção contra comportamentos de risco associados ao uso de drogas28.
Este estudo apresenta limitações inerentes ao desenho de estudo transversal, como os vieses de prevalência e de informação e o fato de não ser possível realizar inferência sobre causalidade entre o desfecho e os fatores investigados. Além disso, os estudantes podem ter omitido ou subestimado o consumo de maconha, por ser uma substância ilícita. Na tentativa de minimizar esses efeitos, os aplicadores foram treinados para orientarem a coleta de dados e os questionários foram autoaplicados e sem identificação.
Ainda como limitações, podem ser citadas a ausência de um cálculo amostral, o que pode aumentar a possibilidade de erro na coleta e no manuseio de dados50; o agrupamento de forma “bi-racial” da variável explicativa “raça/cor”, que pode representar uma problemática na interpretação das informações51,17; e o tamanho do intervalo de confiança da variável explicativa “pratica alguma religião” na análise multivariada. No entanto, foram feitas três tentativas de coleta de dados em cada turma e realizado um cuidadoso manuseio do banco de dados; o agrupamento na variável explicativa “raça/cor” foi testado com exclusão das pessoas da raça amarela e o modelo manteve-se o mesmo; por fim, dado o resultado significativo, a variável explicativa “pratica alguma religião” foi mantida e seu possível efeito interpretado. Ressalta-se que os resultados devem ser interpretados com cuidado e não podem ser generalizados para outra população além da estudada.
Conclui-se que o uso de maconha na vida entre estudantes encontrou-se associado à raça/cor, forma de moradia, relação com o pai e religião. Esses resultados contribuem para definir pontos prioritários para abordagem em ações de educação em saúde entre universitários. Além disso, apontam para a relevância de que essas iniciativas tenham caráter institucional, visando a proteção da saúde dos jovens. O envolvimento estudantil e a incorporação da temática nos projetos pedagógicos dos cursos configuram alternativas para fortalecer esse movimento.
Recomenda-se a realização de estudos complementares, transversais e longitudinais, para aprofundar a compreensão da relação investigada, inclusive no sentido de contribuir para elucidar a causalidade. Isso permitirá orientar e subsidiar as práticas de prevenção do uso de maconha e de danos e de promoção da saúde entre jovens de forma mais efetiva.

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Campos, JJL, Fullone, AFI, Freitas, ED, Nunes, LC, Vaz, CT. PREVALÊNCIA DO USO DE MACONHA E FATORES ASSOCIADOS ENTRE ESTUDANTES DE UMA UNIVERSIDADE DO LESTE DE MINAS GERAIS. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2025/abr). [Citado em 07/04/2025]. Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/prevalencia-do-uso-de-maconha-e-fatores-associados-entre-estudantes-de-uma-universidade-do-leste-de-minas-gerais/19570?id=19570

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