É crescente a população feminina em situação de cárcere no mundo, estando exposta a precárias condições de confinamento que, muitas vezes, impossibilitam ou dificultam o acesso dessa população à alimentação de qualidade, efetiva e equânime, representando, assim, um problema relevante quando tratada no âmbito da saúde pública. Diante disso, este trabalho teve como objetivo compreender aspectos da alimentação no sistema penitenciário feminino da Paraíba. Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa, desenvolvida em todas as penitenciárias femininas da rede estadual da Paraíba. Participaram da pesquisa mulheres em situação de cárcere, totalizando 16 participantes. Observamos que o contexto do encarceramento inviabiliza a garantia do direito à alimentação no que se refere à disponibilidade de alimentos, adequação, acessibilidade e estabilidade do fornecimento. A condição da mulher no sistema penitenciário fere a dimensão do direito à alimentação que se refere à alimentação adequada. A alimentação para o ser humano deve ser entendida como processo de transformação da natureza em gente saudável e cidadã. Para isso, é fundamental que práticas que promovam o direito à alimentação considerem os princípios que se relacionam com o mesmo e, assim, superem práticas discriminatórias e autoritárias.
Palavras-chave:
Alimentação; Prisões; Mulheres.
Abstract:
The female prison population is growing in the world. This population is been exposed to precarious conditions of confinement that often prevent or hinder access to quality food, effective and equitable, consisting of a relevant problem in public health. This paper aims to understand the aspects of food in the female penitentiary system of Paraíba. This is a research with a qualitative approach, developed in all the female\'s prisons of the state of Paraíba. The participants of this research are 16 women in the prison context. These results show that the context of incarceration makes it impossible to guarantee the right to food, concerning food availability, adequacy, accessibility and stability of supply. The condition of incarcerated women hurts the dimension of the right to food that refers to adequate food. Food for human beings must be understood as a process of transforming nature into healthy and citizenship people. For this, practices that promote the right for health alimentation must consider the principles related to this right and thus overcome discriminatory and authoritarian practices.
Regime of scarcity: Feeding in the female penitentiary system.
Resumo (abstract):
The female prison population is growing in the world. This population is been exposed to precarious conditions of confinement that often prevent or hinder access to quality food, effective and equitable, consisting of a relevant problem in public health. This paper aims to understand the aspects of food in the female penitentiary system of Paraíba. This is a research with a qualitative approach, developed in all the female\'s prisons of the state of Paraíba. The participants of this research are 16 women in the prison context. These results show that the context of incarceration makes it impossible to guarantee the right to food, concerning food availability, adequacy, accessibility and stability of supply. The condition of incarcerated women hurts the dimension of the right to food that refers to adequate food. Food for human beings must be understood as a process of transforming nature into healthy and citizenship people. For this, practices that promote the right for health alimentation must consider the principles related to this right and thus overcome discriminatory and authoritarian practices.
Sousa, L.M.P, Matos, I.N.B, Paiva, T.R.L, Gomes, S.M, Freitas, C.H.S.M.. Regime da escassez: A alimentação no sistema penitenciário feminino.. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2019/Dez). [Citado em 07/11/2024].
Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/regime-da-escassez-a-alimentacao-no-sistema-penitenciario-feminino/17465?id=17465