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Artigos

0158/2025 - Vivências do racismo em pessoas idosas negras: uma revisão de escopo.
Experiences of racism in black elderly people: a scoping review.

Autor:

• Emanuel Miranda de Santana Oliveira - Oliveira, EMS - <psiemanuelsantana@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5592-556X

Coautor(es):

• Maria Luíza Silva Oliveira Santana - Santana, MLSO - <luiza.oliveira.psi@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0009-0007-9183-7787

• Hugo Moura de Albuquerque Melo - Melo, HMA - <hugo.amelo@ufpe.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8072-337X

• Nadja Maria Jorge Asano - Asano, NMJ - <nadja.asano@ufpe.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3644-7333

• Danielle de Andrade Pitanga Melo - Melo, DAP - <danielle.pitanga@ufpe.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2340-3796



Resumo:

Objetivos: Identificar e sintetizar evidências científicas acerca das vivências do racismo em pessoas idosas negras. Métodos: Trata-se de uma revisão de escopo conduzida conforme a estrutura metodológica proposta pelo Joanna Briggs Institute (JBI). Realizaram-se buscas nas bases: Lilacs, Medline/PubMed, Scopus, Web of Science e Embase. Para busca de literatura cinzenta, utilizou-se as bases: Google Acadêmico; Cochrane Library; Catálogo de Teses e Dissertações (CAPES); Cybertesis e NDLTD Resultados: As buscas resultaram em 1778 referências e amostra final foi composta por 13 estudos. As vivências do racismo em saúde foram verificadas em todos os estudos, e estavam relacionadas a dimensão biopsicossocial da saúde. Conclusões: Os resultados, possibilitaram inferir que entre as diversas manifestações do racismo, suas vivências estão mais diretamente ligadas à saúde biopsicossocial. O estudo apresentou categorias de análise para cada uma das vivências do racismo sendo estas vivências unanimes em apontar para iniquidades em saúde na dimensão biopsicossocial, muito embora sejam necessários aprofundamentos que favoreçam a inclusão, compreensão e investigação das vivências do racismo em pessoas idosas negras.

Palavras-chave:

Pessoas Idosas; Negros; Racismo; Tipologia do Racismo; Prejuízos em saúde.

Abstract:

Objectives: To identify and synthesize scientific evidence about the experiences of racism among older Black individuals. Methods: This is a scoping review conducted according to the methodological framework proposed by the Joanna Briggs Institute (JBI). Searches were conducted in the following databases: Lilacs, Medline/PubMed, Scopus, Web of Science, and Embase. For gray literature, the following sources were used: Google Scholar, Cochrane Library, CAPES Theses and Dissertations Catalog, Cybertesis, and NDLTD. Results: The search yielded 1778 references, and the final sample consisted of 13 studies. Experiences of racism in healthcare were identified in all studies and were related to the biopsychosocial dimension of health. Conclusions: The results suggest that among the various manifestations of racism, its experiences are most directly linked to biopsychosocial health. The study presented analytical categories for each of the experiences of racism, all of which unanimously pointed to health inequities within the biopsychosocial dimension. However, further research is necessary to promote the inclusion, understanding, and investigation of the experiences of racism among older Black individuals.

Keywords:

Older Adults; Black People; Racism; Racism Typology; Healthcare Damage.

Conteúdo:

INTRODUÇÃO

As pessoas idosas estão constantemente expostas aos acontecimentos sociais, culturais, psicológicos e ambientais que podem causar significativas mudanças no curso de suas vidas, e a resposta que estes sujeitos podem dar para tais demandas, surge a partir dos recursos que possuem. Para além das ocorrências comuns no envelhecimento, como a morte de pessoas próximas, convivência com doenças crônicas, diminuição da capacidade funcional, aposentadoria, problemas familiares e econômicos, os idosos também se deparam com questões que atravessam gerações e geram implicações diretas na vivência da velhice e do envelhecimento, dando origem às diversas formas de ser e estar no mundo(1,2).
As mudanças sociodemográficas do Brasil, que segue a tendência mundial e da América Latina de envelhecimento, com maior longevidade, expectativa de vida e redução da natalidade, tem sido observada como um ganho em termos de saúde(3,4), contudo, envelhecer sendo uma pessoa negra, diante de cenários sociais, econômicos, educacionais, ambientais, de saúde, moradia, alimentação entre tantos que auxiliam as desigualdades e favorece o surgimento e a manutenção de realidades nas quais nem sempre é sinônimo de uma qualidade de vida digna, ou mesmo é possível.
As desigualdades imprimem formas diferentes de engendrar o envelhecimento. Privados de condições dignas de saúde, trabalho moradia e relações sociais, as pessoas idosas negras estão sujeitas às implicações de poder, que entendido a partir das relações sociais e da dimensão histórica-espacial/temporal, não se configura como algo isolado ou autônomo dos indivíduos e de suas práticas, mas a partir das várias relações de saber/poder, como a medicina, a psiquiatria, as instituições carcerárias e a sexualidade, que toma os corpos como superfície onde incide o poder(5–10).
Apesar de o cenário das desigualdades no Brasil ser marcado visualmente pelas diferenças que separam os mais ricos dos mais pobres, os que tem mais educação formal dos que tem menos, os que tem melhores condições de moradia, acessibilidade e ambientes mais saudáveis dos que não tem, o que há em comum para marcar as disparidades em todos os campos é a catastrófica dimensão racial, que coloca de um lado – sujeitos com melhores condições em todas as esferas, quais sejam os brancos – e do outro, em contraste aos primeiros sujeitos negros.
Seja contrariando as estatísticas outrora apontadas, seja insurgindo como a população que aumentou no Brasil, as pessoas que se declararam pretas, subiu de 7,4% para 10,6% no período de 2012 a 2022 e a declarada parda subiu de 7,4% para 10,6%. Os que se declararam brancos, diminuiu de 46,3% em 2021para 42,8% em 2021(11).
A assimetria do envelhecimento no Brasil, marcada pelo recorte racial “será sempre um complexo perverso, gerador de medos e tormentos, de problemas de pensamento e de terror, mas sobretudo de infinitos sofrimentos e, eventualmente, de catástrofes”(12, p. 25). Este cenário, se desenvolve no Brasil desde a época da escravidão, e vem marcando a história do povo negro ao longo dos anos uma vez que a resistência que foi desenvolvida pelos negros escravizados lhes custou um preço muito alto, inclusive, de suas próprias vidas.
O Brasil foi o país que mais importou pessoas de África no período do tráfico negreiro. Vindos de países como Senegal, Angola, Congo, Costa da Mina e Golfo de Benin, estima-se que aproximadamente 4,9 milhões de pessoas – africanos comercializados como escravos – vieram para o Brasil(13). As marcas das violências perpetradas pelo racismo sistemático e cruel, parece explicar o porquê de a população negra sofrer ainda hoje, por condições vividas naquela época. Mesmo após a chamada abolição, as condições de vida e trabalho dos “ex-escravizados” ainda estavam ligadas ao domínio e dependência com os seus “ex-senhores”, isso porque não fora permitido aos negros acumularem bens ou terras(13).
Outrossim, ter que adaptar-se a uma realidade da qual expurgava seus valores, moral e condições físicas, pode estar relacionado a respostas fisiológicas incomuns ou pouco habituais para os seres humanos(13). Neste sentido, as desigualdades sociais, sobretudo as expressas a partir das implicações do preconceito e do racismo para pessoa idosa negra, geram experiências diferentes sobre a história de vida e velhice, demarcadas pela raça, gênero, classe social, origem de nascimento entre outros aspectos interseccionais(14).
A velhice negra apresentará impossibilidades de se compor de forma linear e igualitária pois está limitada à dispositivos de violência que historicamente não contribuem para a engrenagem de uma velhice dita bem-sucedida, justamente porque se depara com vivências estruturais das quais destacam-se a pobreza, baixa escolaridade e diversas iniquidades sociais(15,16).
Além disso, o silenciamento histórico, cultural e sobretudo subjetivo da pessoa negra, estruturado ao longo de um processo histórico marcado pela violência imposta na e a partir da colonização, geraram disparidades orientadas a partir da violência, da hierarquização de poder, saber e renda, e que tem o racismo como ponto central à criação e manutenção de áreas de silenciamento. Não somente, outras disparidades como a de gênero, também se colocam como mais uma forma de exclusão da pessoa negra do cenário de existências, o que revela e amplia a complexa rede intersecional de iniquidades pelas quais sofrem, a maior parte da população brasileira, posto que são, pessoas negras.
Com base no exposto, torna-se imprescindível problematizar não apenas o fenômeno do racismo e da velhice, mas, e sobretudo suas características. Neste sentido, surge a pergunta de pesquisa: como se caracterizam as vivências do racismo em pessoas idosas negras descritas na literatura? Considerando primordial problematizar o fenômeno do racismo e da velhice, o objetivo desta pesquisa de revisão é: identificar na literatura existente, estudos científicos acerca das vivências do racismo em pessoas idosas negras.
Embora existam diversos estudos sobre a percepção do racismo, discriminação, tratamento injusto, entre outros, que tem como população, pessoas negras, ainda parecem incipientes os estudos que de alguma forma, apontam as vivências do racismo em pessoas idosas negras, fazendo-se necessário fornecer um sumário das evidências disponíveis acerca destas vivências, bem como identificar quaisquer lacunas na literatura existente.

MÉTODO
Protocolo e Registro
Esta revisão de escopo foi realizada de acordo com a metodologia proposta pelo Joanna Briggs Institute (JBI), que estabelece as etapas: 1) identificação da questão de pesquisa; 2) critérios de inclusão; 3) estratégia de busca; 4) seleção de fonte de evidência; 5) extração e análise dos dados e 6) apresentação dos resultados(17,18), e relatada em concordância com o guia “Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses for Scoping Reviews” (PRISMA-ScR)(19). O protocolo desta revisão foi registrado na plataforma Open Science Framework (OSF) sob número de registro DOI 10.17605/OSF.IO/HJVK4, e que pode ser encontrado em: https://osf.io/hjvk4/(19).

Critérios de seleção

Esta revisão buscou responder a seguinte pergunta norteadora: “Como se caracterizam as vivências do racismo em pessoas idosas negras descritas na literatura?”. Tal pergunta foi formulada a partir do mnemónico PCC(20),sendo P (População): Pessoas Negras; C (Conceito): Racismo e C (Contexto): Velhice. Os participantes, são pessoas negras e idosas com idade igual ou superior a 60 anos. Os critérios de seleção foram estabelecidos com base na questão norteadora, a partir da estratégia PCC.
Foram incluídos os seguintes tipos de estudos: a) quanto à população: estudos envolvendo pessoas negras, aqui entendidas como: Pessoas que têm origem em quaisquer dos povos negros originários da África, assim como o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas, conforme requisito de raça ou cor usado pela Fundação Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), ou que adotam autodefinição análoga(21); b) quanto ao conceito: estudos envolvendo o racismo, aqui entendido como: Tratamento diferenciado ou acesso desigual a oportunidades com base em pertença um grupo, como origem ou etnia um grupo, como origem ou etnia e c) quanto ao contexto: velhice. Estudos que envolvam pessoas com idade igual ou superior a 60 anos. Não foram estabelecidos critérios de exclusão, assim como não foi delimitado tempo e idioma.

Fontes de Informação

As buscas foram realizadas nas seguintes bases eletrônicas de dados: Lilacs (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde); Medline (National Library of Medicine)/PubMed; Scopus; Web of Science; Embase. Além disso, para busca de literatura cinzenta, foram realizadas buscas nas seguintes bases: Google Acadêmico; Cochrane Library; Catálogo de Teses e Dissertações (CAPES); Cybertesis – Repositorio de Tesis Digitales e Networked Digital Library of Theses and Dissertations (NDLTD). As buscas foram realizadas no dia 18 de janeiro de 2024.

Estratégia de busca

A estratégia foi delineada pela equipe de autores em consenso com um bibliotecário, onde foi realizada uma busca preliminar limitada a PubMed, para identificação dos descritores e sinônimos nos seguintes vocabulários controlados: MeSH, DeCS e Emtree Term. Após esta identificação houve adaptação dos termos para cada base de dados incluída e/ou fonte de informação, incluindo a literatura cinzenta. As chaves de busca foram testadas no período de novembro a dezembro de 2023.
Por meio dos operadores booleanos AND e OR, elaborou-se uma estratégia de busca única, validada por três pesquisadores, sendo um com expertise na temática, outro com expertise na temática e no método e um terceiro com expertise no método. Tal estratégia foi adaptada às bases de dados bem como para a literatura cinzenta. Não foi aplicado nenhum tipo de filtro que pudesse limitar a busca quanto ao tempo, idioma ou tipo de estudo, desde que respondam à questão de pesquisa. As buscas foram realizadas no dia 18 de janeiro de 2024. A lista de referências dos estudos incluídos também foi consultada a fim de identificar estudos que pudessem ser incluídos na revisão. A estratégia de busca utilizada em cada uma das bases eletrônicas de dados está disponível no Quadro 1.

Quadro 1. Estratégia de busca utilizada nas bases eletrônicas.

Base de Dados Estratégia de Busca
Lilacs ( "IDOSOS" ) or "IDOSOS de 80 anos ou mais" [Descritor de assunto] and ( "RACISMO" ) or "racismo sistematico" [Descritor de assunto] and ( ( "populacao negra" ) or "etnicidade" ) or "fatores raciais" [Descritor de assunto]
PubMed (((aged[MeSH Terms]) OR ("aged, 80 and over"[MeSH Terms])) AND ((racism[MeSH Terms]) OR ("systemic racism"[MeSH Terms]))) AND ((("black people"[MeSH Terms]) OR (ethnicity[MeSH Terms])) OR ("race factors"[MeSH Terms]))
Scopus ( ( KEY ( aged ) OR KEY ( "Aged, 80 and over" ) ) ) AND ( ( KEY ( racism ) OR KEY ( "Systemic Racism" ) ) ) AND ( ( KEY ( "Black People" ) OR KEY ( ethnicity ) OR KEY ( "Race Factors" ) ) )
Web of Science https://www.webofscience.com/wos/woscc/summary/22399e0e-8582-467d-b079-643b94518abf-c595bc02/relevance/1

aged (Topic) or "aged, 80 and over" (Topic) and Racism (Topic) or "Systemic Racism" (Topic) and "Black People" (Topic) or Ethnicity (Topic) or "Race Factors" (Topic)
Embase ('aged'/de OR 'very elderly'/de) AND ('black person'/de OR 'ethnicity'/de OR 'race'/exp) AND ('racism'/de OR 'structural racism'/de)
Literatura Cinzenta Estratégia de Buscas
Google Acadêmico Black People and Racism and Aged

Cochrane Library Black People and Racism and Aged

CAPES Black People and Racism and Aged
Cybertesis Black People and Racism and Aged
NDLTD Black People and Racism and Aged

Seleção das fontes de evidências

Após identificação dos estudos nas bases eletrônicas de dados, estes foram exportados para o Rayyan®(22), para remoção das duplicatas. Após remoção das duplicatas, foi realizada a fase 1, na qual dois revisores (E.M.S.O e M.L.S.O), de forma mascarada/cega, avaliaram os títulos e resumos dos estudos identificados. Aqueles estudos que não atenderam aos critérios de inclusão foram excluídos. Na fase 2, os estudos foram lidos na íntegra pelos mesmos revisores, também de forma mascarada/cega, que novamente aplicaram os critérios de inclusão e exclusão para selecionar os estudos. Tanto na fase 1 quanto na fase 2, quando os dois revisores não chegavam a um consenso, o terceiro revisor com expertise na temática foi acionado para avaliar o estudo e tomar a decisão final.

Procedimento de coleta de dados
Para extração dos dados dos estudos selecionados, foi utilizado instrumento baseado na sugestão de modelo disponível no manual do JBI(17). O instrumento para mapeamento descritivo das variáveis do estudo ser foi construído no Microsoft® Excel® para Microsoft 365® MSO (Versão 2312 Build 16.0.17126.20132) 64 bits, no modelo de quadro sinóptico, cujo as variáveis contemplaram os seguintes dados: características do estudo (autor, ano e país de origem do estudo, objetivo; características do conceito: tipologia do racismo e vivências do racismo. Dois revisores (E.M.S.O e M.L.S.O.S) realizaram um teste piloto para avaliar se os formulários de coleta de dados propostos permitiam coletar todos os dados necessários para a análise qualitativa. As informações dos estudos incluídos na fase 2 foram extraídas, de maneira independente, com o uso de planilhas do Microsoft Excel®.

Sumário dos resultados

Os dados coletados foram apresentados de forma descritiva por meio de tabelas, acompanhadas de sumário narrativo. Os dados extraídos foram: autor, ano de publicação e país de origem, objetivo e tipologia do racismo. Foram apontadas categorias de análise para cada uma das tipologias do racismo identificadas, agrupadas em: discriminação racial direta ou crime de ódio (racismo individual); racismo institucional; racismo estrutural; racismo cultural; racismo comunitarista ou diferencialista; racismo ecológico ou ambiental; racismo recreativo e racismo religioso. A partir das categorias, foram apresentadas as vivências do racismo apontadas por cada estudo. Os dados coletados foram agrupados para refletir os temas principais ou recorrentes relacionados ao objetivo da revisão. Para o sumário dos resultados foram observadas as orientações contidas no Manual de Síntese de Evidências do Instituto Joanna Briggs(17).

Aspectos Éticos

Por se tratar de uma revisão de escopo, a pesquisa não foi submetida à apreciação de um Comitê de Ética em Pesquisa.

Seleção dos Estudos

As buscas nas bases eletrônicas de dados resultaram na identificação de 1778 estudos. Destes, 309 foram excluídos por serem duplicatas, restando 1469 estudos, que foram selecionados para leitura do título e resumo. Dos títulos e resumos lidos: 1252 foram excluídos por não atenderem aos objetivos da pesquisa, por não estarem de acordo com a população, conceito ou contexto e 13 por não serem open acess, destes um total de 24 estudos ficaram em conflito entre os dois primeiros revisores, sendo solucionados pelo terceiro revisor e restando 204 estudos que foram eleitos para leitura na íntegra. Depois de lidos na íntegra, foram excluídos 191 estudos por não atenderem aos objetivos da pesquisa, por não estarem de acordo com a população, conceito ou contexto sendo a amostra final composta pela inclusão de 13 estudos(23–35). O fluxograma dos resultados das buscas nas bases de dados e critérios de seleção, pode ser apreciado na Figura 1.

Figura 1 – Fluxograma dos resultados das buscas nas bases de dados e critérios de seleção. Adaptado do PRISMA-ScR – Recife, PE, Brasil, 2024.





























Características dos estudos

As características dos estudos individuais estão descritas no Quadro 2. O período de publicação dos estudos variou do ano de 2008 ao ano de 2023, concentrando-se no ano de 2023 (n=4). Onze estudos foram desenvolvidos nos Estados Unidos(23,24,26–28,30–35) e apenas dois foram desenvolvidos no Brasil(25,29).
Dentre os tipos de discriminação, foram identificados: (n=6)(26,27,30,32–34) estudos associados à discriminação racial direta ou crime de ódio ou racismo individual ou discriminação percebida; (n=4)(23,25–27) ao racismo institucional; (n=09)(16,24,25,27,28,31,33–35) racismo estrutural ou sistêmico; (n=1)(26) envolvendo racismo cultural e (n=1)(24) envolvendo racismo comunitarista ou diferencialista; (n=3)(16,25,27) racismo ecológico ou ambiental. Não foram identificados estudos que tenham incluído o racismo religioso e o racismo recreativo. A maior parte dos estudos foram identificados em mais de uma categoria.
Quanto às vivências do racismo, 100% dos estudos evidenciavam algum tipo de implicação na saúde física e/ou mental dos sujeitos, sendo verificadas: menor expectativa de vida(23), nocividade à saúde psicossocial(24), desigualdades no acesso e condição aos serviços em saúde(25,27,29,35), injustiça epistêmica(26); Desregulação metabólica(28,33), dor física(30,34), maior probabilidade de morte ou amputação(31); depressão(32).

Quadro 2. Características individuais dos estudos incluídos na revisão de escopo – Recife, PE, Brasil, 2024.

Autor
Ano
País Objetivo Tipologia do racismo. Vivências do Racismo
Mandelblatt et al. (23)
2023
Estados Unidos Testar associações entre discriminação percebida e acúmulo de déficit entre sobreviventes de câncer de mama, pulmão, próstata e colorretal auto identificados como negros ou afro-americanos que estavam dentro de 5 anos após o diagnóstico e completaram o tratamento ativo. Racismo Institucional. Menor expectativa de vida diante do uso de serviços em saúde.
Qin W. et al. (24)
2023
Estados Unidos Examinar a relação entre a discriminação cotidiana, as percepções da vizinhança e a incidência de limitações nas atividades diárias (ou seja, atividades da vida diária [AVD] e atividades instrumentais da vida diária [AIVD]) entre afro-americanos de meia-idade e mais velhos. Discriminação cotidiana, individual e institucional. Limitações nas Atividades de Vida Diária (AVD) e Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD); Consequências nocivas à saúde psicossocial.
Moura et al.(25)
2023
Brasil Identificar fatores determinantes das disparidades das condições sociais na saúde de idosos não institucionalizados na cidade de São Paulo, sob a perspectiva da autodeclaração da cor da pele. Racismo estrutural;
Racismo ambiental;
Desigualdades no acesso aos serviços em saúde;
Diferenças nas estimativas de fatores de risco e proteção;
Vivências do
Brown et al.(26)
2023
Estados Unidos Investigar as experiências vividas por pacientes negros com doenças graves e como vários fatores podem estar associados à comunicação médico-paciente e à tomada de decisões médicas. Racismo Institucional;
Racismo Estrutural;
Discriminação cotidiana.
Injustiça epistêmica; Diferenças no acesso, cuidados e tomada de decisões diante doenças graves e no fim da vida;
Desigualdades em saúde.
Morales e Robert (27)
2020
Estados Unidos Investigar as disparidades entre negros e brancos nas mudanças de idosos para residências assistidas e lares de idosos e basear-se no Modelo de Utilização de Cuidados de Saúde da Andersen para testar explicações para quaisquer disparidades. Racismo Sistêmico;
Racismo Ambiental;
Racismo estrutural;
Discriminação em saúde;
Discriminação racial. Segregação racial e geográfica;
Capacidade limitada de pagamento por opções de cuidados de longa duração privadas.
Boen(28)
2019
Estados Unidos Investiga as diferenças entre negros e brancos no estresse - incluindo diversas medidas de exposição ao estresse crônico, agudo, relacionado à discriminação e cumulativo - e examina se as diferenças raciais nessas medidas de estresse medeiam as disparidades entre negros e brancos na proteína C reativa (PCR) e desregulação metabólica mais tarde na vida. Racismo Sistêmico;
Discriminação cotidiana; Desregulação metabólica; Inflamação sistêmica;
Envelhecimento e deterioração fisiológica acelerados;

Silva, A. da. et al.(29)
2019
Brasil Apresentar de forma descritiva uma análise comparativa, numa perspectiva racial, do perfil sociodemográfico, das condições de saúde e de uso de serviços de saúde dos idosos da cidade de São Paulo, SP. Racismo sistêmico; Iniquidades; Efeitos negativos em relação as condições de saúde, acesso a bens e serviços de saúde e o uso deles.
Taylor et al.(30)
2018
Estados Unidos
Examinar as relações entre discriminação racial e sintomas depressivos com intensidade de dor em mulheres afro-americanas com osteoartrite. Discriminação racial; Maior intensidade da dor física; sintomas depressivos.
Hicks et al.(31)
2016
Estados Unidos Avaliar se as disparidades raciais dependentes da idade descritas anteriormente após trauma por todas as causas persistem na população de trauma vascular. Racismo Sistêmico;
Discriminação em Saúde; Maior probabilidade (cinco vezes mais) de morte ou amputação após trauma vascular.
Nadimpalli et al.(32)
2015
Estados Unidos Avaliar a associação transversal entre discriminação percebida e sintomas depressivos, bem como o papel de vários potenciais fatores moderadores dessa relação em idosos afro-americanos que vivem em uma cidade urbana dos EUA. Discriminação racial;
Depressão;
Dawson et al.(33)
2015
Estados Unidos Investigar a influência da discriminação racial percebida em medidas biológicas (controle glicêmico, pressão arterial e colesterol LDL), o componente mental da qualidade de vida (MCS) e comportamentos de saúde conhecidos por melhorar os resultados do diabetes. Discriminação racial;
Racismo institucional e estrutural;
Discriminação em saúde; Associação negativa com dieta geral e específica; Pressão arterial sistólica mais elevada.
Burgess et al.(34)
2009
Estados Unidos
Examinou-se até que ponto as experiências de discriminação racial estão associadas à dor corporal relatada por homens afro-americanos. Discriminação racial; Dor corporal.
Hausmann et al.(35)
2008
Estados unidos Explorar a prevalência da discriminação racial percebida nos cuidados de saúde em vários grupos raciais/étnicos e esclarecer como esse tipo de discriminação se relaciona com o estado de saúde de diferentes grupos. Discriminação racial; Discriminação em saúde; Racismo sistêmico; Racismo estrutural. Pior condição de saúde.
Resultados dos estudos individuais.

Os estudos selecionados, analisaram como as diversas formas de racismo estavam associadas a outros fatores ou como suas vivências foram percebidas por pessoas negras com idade entre 0 e 99 anos.
Foram identificadas, diversas categorias e tipologias de racismo nos estudos selecionados, a saber: racismo institucional e/ou racismo estrutural, que diz respeito a um sistema de discriminação racial enraizado nas instituições, normas, práticas e relações sociais, e que operam de maneira sistêmica para perpetuar desigualdades entre grupos raciais, independentemente da intenção individual(36–38). Como continuidade do racismo estrutural, o racismo ambiental pode ser entendido como a forma que são desproporcionalmente afetadas as populações negras e de outras minorias, pelos danos ambientais, como poluentes, minimização ou ausência de espaços públicos e urbanos de qualidade entre outros fatores que interferem na qualidade de vida física e gera impactos psicológicos em populações com menos privilégios políticos e econômicos(39).
No que tange a discriminação cotidiana, trata-se de agressões, humilhações e desvantagens enfrentadas diariamente por pessoas pertencentes a grupos racializados, expressadas através de olhares de desconfianças, recusas veladas de atendimento ou tratamento diferenciado, entre outras, em alguns casos, essas ações são realizadas individualmente, ou seja, é uma forma de discriminação individual, que tem como resultado ações discriminatórias pautadas na raça, cor ou origem étnica(40–42). Outrossim, a discriminação institucional, tem sua ligação às práticas, normas e políticas que, mesmo sem intenção explícita, perpetuam desigualdades raciais em espaços como escolas, hospitais, empresas e no sistema de justiça, resultando na exclusão de grupos racializados do acesso pleno a direitos e oportunidades(36,37).
Quanto ao racismo sistêmico, é uma tipologia do racismo que diz do aprofundamento das desigualdades integradas e reproduzidas em todos os níveis de uma sociedade, afetando suas estruturas políticas, econômicas, jurídicas e sociais, tendo como origem o colonialismo e os processos históricos-sociais diante dos quais se expressam amplamente, a nível individual e institucional, práticas excludentes e motrizes de desvantagens que garantem a pessoas racializadas, especialmente as negras, múltiplas desvantagens operadas e integradas no funcionamento cotidiano das instituições observadas através de ações explicitas ou não e integradas ao funcionamento cotidiano(36,37,43).
Ainda como uma tipologia do racismo, a discriminação em saúde, refere-se às desigualdades no acesso, na qualidade e nos desfechos dos serviços de saúde com base em características como raça, etnia, gênero, idade e status socioeconômico. No contexto racial, ela se manifesta por meio de práticas e políticas que resultam em um atendimento diferenciado e prejudicial a populações negras e indígenas, refletindo as dinâmicas do racismo estrutural, institucional e individual dentro do sistema de saúde(38,41,44,45).
Alguns estudos(25,31) discutiram sobre como o racismo institucional e sistêmico, pode interferir na qualidade de vida e saúde de pessoas idosas negras. As vivências dessas formas de racismo, estão ligadas a menor expectativa de vida diante do uso de serviços em saúde, bem como a maior probabilidade de morte ou amputação, o que demonstra as fortes raízes do racismo sistêmico e da discriminação em saúde.
Quando se trata da nocividade à saúde psicossocial, o estudo(24) discute como o tratamento injusto, sistemático e crônico pode ser percebido como uma ameaça a população idosa negra, contribuindo para o surgimento ou manutenção das limitações de Atividades de Vida Diária (AVD) e Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD), bem como geram consequências nocivas à saúde, sobretudo por minimizar e fragilizar a circulação e vínculos sociais, produto do racismo comunitarista, gerando impactos diretos na saúde psicossocial(24).
Nos estudos(25,27,29,35), os autores vão apresentar várias formas de racismo bem como suas interseccionalidades. O racismo ambiental, é apresentado(25,27) como um fator determinante das desigualdades favorecendo experiências limitantes no acesso a condições e serviços com base na segregação geográfica, que irão interferir diretamente nos fatores de risco e proteção da pessoa idosa negra, sobretudo quando observada a condição sistêmica do racismo. O racismo estrutural, também é apresentado(29) fonte para iniquidades na vivência de sujeitos idosos negros frente as condições, acesso a bens e serviços de saúde e seu uso. Estas ideias são reforçadas(35) ao observar que a discriminação em saúde, e o racismo individual, sistêmico e estrutural, piora a condição de saúde de forma global.
Os impactos do racismo institucional, estrutural e cotidiano, favorecem as diferenças e limitações no acesso e condições de serviços em saúde, assim como a tomada de decisões médicas diante de pacientes idosos negros com doenças graves no fim da vida, neste estudo(26) os autores irão discutir que estas decisões estão relacionadas à injustiça epistêmica.
A discriminação em saúde e suas interseções com a discriminação racial e racismo institucional, vai contribuir para que a desregulação metabólica seja uma vivência do racismo(28,33) interferindo diretamente em condições de saúde como inflamações sistêmicas, envelhecimento e deterioração fisiológicas aceleradas e pressão arterial sistólica mais elevada.
A discriminação racial, direta ou indireta, também vai gerar vivências do racismo percebidas na maior intensidade da dor física e em sintomas depressivos entre mulheres idosas negras com osteoartrite, assim como em casos de depressão entre homens idosos negros que relataram dor corporal(30,32,34).
DISCUSSÃO

Esta revisão de escopo teve como objetivo identificar na literatura existente, estudos científicos acerca das vivências do racismo em pessoas idosas negras. Foram identificados estudos que trataram da discriminação racial direta, ou racismo individual, racismo institucional, racismo estrutural ou sistêmico, racismo cultural (injustiça epistêmica), racismo comunitarista ou diferencialista e racismo ecológico ou ambiental.
Os estudos brasileiros incluídos nesta revisão(25,29), analisaram aspectos da condição, acesso e qualidade dos serviços de saúde pela população idosa negra e utilizaram dados secundários para análise. Embora a cor da pele/raça declarada tenha sido fator comparativo entre os estudos, observa-se que os negros (pardos e pretos) somaram em ambos os estudos uma menor população que brancos e amarelos, o que parece fortalecer os resultados ao demonstrar o menor acesso de pessoas negras aos serviços em saúde.
Os estudos(23,32) trataram o papel do racismo diante da discriminação racial percebida, como importantes vetores de iniquidades em saúde. As descobertas destes estudos, revelam que a percepção da discriminação racial tem efeitos adversos para saúde física e mental de pessoas idosas. Por outro lado, a manifestação do racismo epistêmico(26) contribuiu para piores relações entre médico e paciente, além de piores resultados e tomada de decisões médicas, o que resulta em maus-tratos e traumas.
A injustiça epistêmica, que envolve ações sistemáticas de exclusão e silenciamento dos conhecimentos dos sujeitos(46), e que foram apresentadas nestes estudos(23,32), dialoga com o estudo(25) quando aponta que as diferenças educacionais entre brancos e negros prejudica as possibilidades de prevenção, tratamento e cura de doenças e promoção de saúde. De igual modo, o estudo(29), aponta que os piores níveis de escolaridade são considerados como uma das principais causas de iniquidades em saúde, o que reforça a importância da literacia em saúde para população idosa negra.
Ainda no tocante à saúde, nota-se que todos os estudos incluídos nesta revisão(23–35) avaliaram alguma dimensão da saúde no contexto biopsicossocial, conceito importante na medida em que confere uma abordagem que compreende as dinâmicas de saúde e doença como fenômenos influenciados pelas dimensões biológica, psicológica e social, sendo uma alternativa ao modelo biomédico reducionista uma vez que possibilita um entendimento mais amplo do adoecimento, considerando não apenas a presença de patologias, mas também como o sofrimento psíquico, os fatores sociais, as relações interpessoais e as condições de vida influenciam a qualidade de vida, sobretudo de populações historicamente vulneráveis como pessoas idosas negras(47–49).
Contudo, é importante notar que não foram identificados estudos que tratem da dimensão da espiritualidade e antagonicamente do racismo religioso. Nossa hipótese, é de que em função da diáspora negra, o candomblé – religião africana – e a umbanda, religião afro-brasileira, criaram uma identidade única, símbolo de lutas e resistências desde o período da escravidão e do tráfico negreiro, até o início de suas práticas de forma mais aceitável socialmente. Outrossim, a violência gerada pela intolerância religiosa é produto do preconceito racial e religioso, discriminação e racismos, que criam, mantém e perpetuam a prática do racismo religioso no Brasil.
Embora se observe a feminização da velhice, ou seja, esse superavit da população feminina que vem se apresentando desde a década de 1950 no Brasil e no mundo(50), apenas no estudo(30) houve um recorte para o gênero feminino, o que demonstra, embora não seja objeto desta revisão de escopo, mais uma lacuna nos estudos envolvendo a interseccionalidade de raça e gênero feminino.
Por meio desta revisão de escopo foi possível mapear uma quantidade ainda reduzida de estudos que demonstrem as vivências do racismo em pessoas idosas negras, demonstrando a existência de uma lacuna substancial no que diz respeito a um conhecimento ainda incipiente.

LIMITAÇÕES DO ESTUDO

Os resultados desta revisão, podem ter sido limitados por alguns motivos. A ausência nos estudos de definições e/ou compreensão de termos e conceitos empregados na classificação do racismo. A ausência de estudos latinos e a baixa quantidade de estudos brasileiros que subsidiem análises qualitativas acerca do fenômeno pesquisado. Por fim, outra limitação importante, foi a exclusão de estudos que não fossem open access. Tais limitações podem ter inviabilizado a inclusão de alguns estudos ou dificultado uma análise mais crítica e detalhada dos estudos incluídos.

IMPLICAÇÕES PARA O AVANÇO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO PARA A ÁREA DE GERONTOLOGIA

Os resultados desta revisão de escopo, demonstram para a comunidade científica, sobretudo à gerontologia, as implicações do racismo em pessoas idosas, ao mesmo tempo que demonstra a lacuna existente nesta área. Esse estudo, pode auxiliar pesquisadores na identificação das implicações do racismo em pessoas idosas negras, a fim de que seja evitada a reprodução de estudos que já tenham sido elucidados pela literatura.


CONCLUSÃO

Esta revisão de escopo, mapeou 13 estudos sobre as vivências do racismo em pessoas idosas negras. Os resultados, possibilitaram visualizar que entre as diversas manifestações do racismo, suas vivências estão mais diretamente ligadas à saúde biopsicossocial. Todavia, grande parte das vivências do racismo identificadas nesta revisão, necessitam ser avaliadas em estudos futuros para melhor compreensão.
Os esforços empreendidos nesta revisão, indicam a necessidade de ampliação da produção científica sobre as vivências do racismo em pessoas idosas negras no Brasil, tanto em termos de quantidade quanto de variedade. As produções encontradas ainda são tímidas e fragmentadas utilizando dados secundários, indicam a necessidade de investimentos afim de fortalecer os desenhos de pesquisa, que carecem de apresentação conceitual e metodológicas nítidas. Avançar neste sentido, pode favorecer a orquestração de debates mais coesos e efetivos em termos interdisciplinares, uma vez que pesquisadores de diferentes áreas compartilham a mesma temática.
O estudo apresentou categorias de análise para cada uma das vivências do racismo sendo estas vivências unanimes em apontar para iniquidades em saúde na dimensão biopsicossocial, muito embora sejam necessários aprofundamentos que favoreçam a inclusão, compreensão e investigação das vivências do racismo em pessoas idosas negras.



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Oliveira, EMS, Santana, MLSO, Melo, HMA, Asano, NMJ, Melo, DAP. Vivências do racismo em pessoas idosas negras: uma revisão de escopo.. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2025/jun). [Citado em 08/08/2025]. Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/vivencias-do-racismo-em-pessoas-idosas-negras-uma-revisao-de-escopo/19634?id=19634

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