0366/2023 - “Me prende, DeleGata!”- performatividades de gênero na construção da beleza como uma arma estética e discursiva de poder entre delegadas da Polícia Civil
This article discusses the performative gender constructions of female police officers working in the state of Rio de Janeiro. Using cartography as a research method, we follow the paths, connections and processes of constructing femininities, activated and performed by our interviewees to establish a place of respect and prominence within and outside the institution, using beauty as an aesthetic and discursive tool of power, based on the DeleGata performative class. Cartographic interviews were carried out with nine female police officers in the state of Rio de Janeiro, aged between 30 and 59. Although the police have historically valued ideals recognized as masculine, such as strength and virility, the gender performativities operated by female police officers allow for a feminization of the police. The figure/enunciation of DeleGata, who constructs an image of the female police officer, implying a unity, signifies the production of political subjects, as well as ideas and values that reach a communicative and performative standard, making visible a certain woman who adorns - with her beauty - and surprises - with her intelligence - at the same time. DeleGata thus brings into play apparently antagonistic extremes: beauty-intelligence, sensuality-power, femininity-strength and produces a social and symbolic regime for the production of bodies and femininities.
“Me prende, DeleGata!”- performatividades de gênero na construção da beleza como uma arma estética e discursiva de poder entre delegadas da Polícia Civil
Abstract(resumo):
O presente artigo aborda as construções performáticas de gênero de delegadas de polícia atuantes no Estado do Rio de Janeiro. A partir da utilização da Cartografia como método de pesquisa, acompanhamos percursos, conexões e processos de construção de feminilidades, acionadas e performadas por nossas entrevistadas para constituírem um local de respeito e destaque dentro e fora da Instituição, usando a beleza como ferramenta estética e discursiva de poder, a partir da classe performática DeleGata. Foram realizadas entrevistas de manejo cartográfico com nove delegadas lotadas no estado do Rio de Janeiro, com idades entre 30 e 59 anos. Embora a polícia valorize historicamente ideários reconhecidos como masculinos, como força e virilidade, as performatividades de gênero operadas pelas delegadas permitem uma feminilização da polícia. A figura/enunciação da DeleGata, que constrói uma imagem da mulher delegada, fazendo supor uma unidade, significa a produção de sujeitos políticos, assim como ideias e valores que atingem um padrão comunicativo e performático, visibilizando certa mulher que ornamenta – com sua beleza – e que surpreende – com sua inteligência – ao mesmo tempo. Assim, a DeleGata coloca em ação extremos aparentemente antagônicos: beleza-inteligência, sensualidade-poder, feminilidade-força e produzem um regime social e simbólico de produção de corpos e feminilidades.
da Silva, D. A., Uziel, A.. “Me prende, DeleGata!”- performatividades de gênero na construção da beleza como uma arma estética e discursiva de poder entre delegadas da Polícia Civil. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2023/Dec). [Citado em 28/12/2024].
Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/en/articles/me-prende-delegata-performatividades-de-genero-na-construcao-da-beleza-como-uma-arma-estetica-e-discursiva-de-poder-entre-delegadas-da-policia-civil/18992?id=18992&id=18992