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0307/2025 - Alta do paciente neonatal em contextos hospitalares e maternidades: revisão de escopo
Discharge of neonatal patients in hospital and maternity settings: scope review

Autor:

• Camila Tahis dos Santos Silva - Silva, CTS - <camila_tahis@hotmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2434-2817

Coautor(es):

• Marimeire Morais da Conceição - Conceição, MM - <enfufba2002@yahoo.com.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5370-0209

• Cassiane Viana de Andrade - Andrade, CV - <vianacassiane16@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2227-178X

• Samantha Sousa Rocha - Rocha, SS - <samanthasousar@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0009-0001-9967-5504

• Josielson Costa da Silva - Silva, JCS - <josielson.silva@ufba.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5198-9491

• Climene Laura de Camargo - Camargo, CL - <climenecamargo@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4880-3916

• Débora Amorim de Vasconcelos - Vasconcelos, DA - <deborah_vasconcelos1989@hotmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2221-4109

• Jean Louis Silva Santos - Santos, JLS - <jean.santos@academico.ifs.edu.br>
ORCID: https://orcid.org/0009-0006-4151-7892



Resumo:

O objetivo do estudo é realizar um levantamento da literatura sobre a alta do paciente neonatal em contextos hospitalares e maternidades. Trata-se de uma revisão de escopo baseada no referencial metodológico do Joanna Briggs Institute que teve como questão de pesquisa: Quais são as abordagens descritas na literatura sobre a transição do cuidado hospitalar para o domicílio de neonatos no momento da alta? O período de coleta foi de maio a junho de 2023 na National Library of Medicine National Institute Medicine of Health of EUA, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde e Banco de Dados de Enfermagem, SCOPUS e Web of Science. Para as buscas, foram utilizados descritores controlados com base nos participantes (recém-nascido; neonato); no conceito (alta do paciente; sumário de alta do paciente; transição de cuidados do hospital para o domicílio) e no contexto (hospitais; maternidades). Dos 1.176 textos selecionados, 11 compuseram a amostra final, publicados de 2019 a 2023. A análise dos achados emergiu principais categorias relacionadas à alta do paciente neonatal: Prontidão para a Alta; Prontidão dos pais para transição do cuidado; Instrumentos para suporte na transição de cuidados; Educação para alta. Conclui-se que o uso de diversas ferramentas e instrumentos de suporte para a qualidade da alta do paciente neonatal é profícuo para o desenvolvimento e implementação de tecnologias em saúde voltadas para o cuidado de neonatos.

Palavras-chave:

Neonato; Alta do paciente; Transição do hospital para casa; Maternidade; Revisão.

Abstract:

The objective of this study is to conduct a survey of the literature on neonatal patient discharge in hospital and maternity settings. This is a scoping review based on the Joanna Briggs Institute methodological framework that had the following research question: What are the approaches described in the literature on the transition from hospital to home care for newborns at the time of discharge? The collection period was from May to June 2023 in the National Library of Medicine National Institute of Medicine of Health of the USA, Latin American and Caribbean Literature in Health Sciences and Nursing Database, SCOPUS and Web of Science. For the searches, controlled descriptors were used based on the participants (newborn; neonate); the concept (patient discharge; patient discharge summary; transition of care from hospital to home) and the context (hospitals; maternity hospitals). Of the 1,176 selected texts, 11 comprised the final sample, published from 2019 to 2023. The analysis of the findings revealed the main categories related to neonatal patient discharge: Readiness for Discharge; Parental Readiness for Care Transition; Instruments for Support in Care Transition; Education for Discharge. It is concluded that the use of various tools and support instruments for the quality of neonatal patient discharge is beneficial for the development and implementation of health technologies aimed at newborn care.

Keywords:

Neonate; Patient discharge; Patient discharge summaries; Hospital to Home Transition; Maternity; Review.

Conteúdo:

Introdução
O período de transição do cuidado hospitalar para o domicílio é um momento crítico, pois pode ser permeado por estresse e por mudanças significativas na dinâmica e na rotina da família de um recém-nascido (RN). Além disso, trata-se de uma fase de maior vulnerabilidade, devido à possibilidade de acidentes, dúvidas, e à transferência da responsabilidade pelo cuidado — antes institucional e hospitalar1 — para o âmbito domiciliar. Assim, é fundamental assegurar a continuidade do cuidado ao RN durante sua transição entre os diferentes serviços e níveis de atenção, tendo na educação do paciente e de sua família uma estratégia essencial para garantir uma transição segura e a integralidade do cuidado2.
Entende-se por transição de cuidado como o momento oportuno para compartilhamento de informações de cuidado, treinamento e educação em saúde da mãe e outros cuidadores do recém-nascido. Destaca-se a teoria de Transição de Cuidados (TC)2 como importante referencial para a atuação de profissionais de saúde, em especial da enfermagem, com relação ao reconhecimento da importância deste espaço para continuidade do cuidado em saúde que promova sobrevivência e qualidade de vida do RN e família.
Diante desse contexto, a Organização das Nações Unidas (OMS) aponta que quase 15 milhões de prematuros nascem todos os anos no mundo3. Os partos prematuros no Brasil ocupam a 10ª posição no ranking mundial4. Isso expressa a necessidade de uma assistência neonatal adequada, qualificação da assistência desde o pré-natal à alta hospitalar, com o intuito de diminuir o longo processo de permanência hospitalar e futuras reinternações5,6.
Em pesquisa retrospectiva realizada em um hospital público de São Paulo, é destacado que dos 726 recém-nascidos 78 foram reinternados, contabilizando 14,5% prematuros e 7,8% nos casos a termo. As principais causas destacadas são: displasia broncopulmonar, bronquiolite, pneumonia/broncopneumonia, convulsão, diarréia, problemas com traqueostomia e gastrostomia, entre outros5.
Esses dados podem refletir uma desqualificação do processo de alta hospitalar por decisão médica e na deficiência de transição de cuidados para o RN. Logo, internações e reinternações podem ser comuns pela suscetibilidade a problemas decorrentes da infância e a acidentes, negligência ou imperícia da mãe ou cuidadores. Neste caso, é necessário intervir e instruir de maneira adequada os responsáveis ainda no internamento de acordo com o planejamento de alta que ofereça oportunidades de orientação e acolhimento das dúvidas e dificuldades vivenciadas no cotidiano de RN e famílias1.
Essas medidas buscam fornecer informações e treinamento de habilidades e condutas a serem adotadas em situações de emergência, bem como na rotina de cuidados diários que garanta o atendimento das necessidades humanas básicas do RN7 e evitem complicações e até mesmo o óbito. Ainda assim, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) oito a cada dez óbitos de recém-nascidos poderiam ser evitados o que reflete na importância de uma TC adequada que busquem mitigar as dificuldades vivenciadas em momento crítico quando da transição entre os locais de nascimento e o domicílio8.
A fim de nortear a realização do estudo, como sugere a técnica de Peters et al, 20209, por meio de buscas prévias na literatura MEDLINE (via PubMed), JBI e Biblioteca Cochrane Database of Systematic Reviews (CDCR) foram encontrados 12 estudos. Destes, destaca-se a denominação de preparação ou prontidão para a alta10 englobando a transição de cuidados de RN de unidades de cuidados intensivos11, 12 ou até mesmo prematuros para o domicílio. Ademais, alguns estudos apresentam ferramentas com a finalidade de aprimorar e contribuir para uma TC adequada12 que assegurem aos recém-nascidos condições indispensáveis de cuidado pelos genitores no domicílio13, 14, 15.
Os estudos também apontam instrumentos com o objetivo de mensurar a experiência dos pais na transição após a alta dos filhos em hospitais pediátricos16 e favorecer a experiência de cuidado17,18 para os genitores, reduzindo o estresse e sentimentos de insegurança (19). Além da importância em compreender a perspectiva de profissionais de saúde atuantes na TC de modo a elucidar problemas identificados nesse processo de alta20.
Logo, esta revisão de escopo se justifica na necessidade de identificação de lacunas na literatura acerca da TC e alta do neonato por decisão médica. Ademais, obter um delineamento do estado da arte de estudos que abordam o conceito de TC e alta do paciente neonato em hospitais e maternidades.
Por fim, perante a problemática apresentada associada ao contexto de morbimortalidade de RN, refletido pela ocorrência de reinternações que podem ser prevenidas, a fim de evitar agravos e óbitos além do aumento de custos hospitalares, emerge a seguinte questão: Quais são as abordagens descritas na literatura sobre a transição do cuidado hospitalar para o domicílio de neonatos no momento da alta? Este estudo teve como objetivo realizar levantamento da literatura sobre a abordagem da transição do cuidado hospitalar e alta do paciente neonatal em contextos hospitalares e maternidades.

Métodos
Este estudo seguiu as nove etapas da Revisão de Escopo (RE) sugeridas pelo referencial metodológico do Joanna Briggs Institute (JBI), a saber: 1) reunião de pessoas interessadas no trabalho, sendo composta a equipe de três pesquisadoras responsáveis pela elaboração do protocolo, busca e seleção dos textos; 2) elaboração e registro do protocolo na plataforma Open Science Framework (OSF), sob o DOI: 10.17605/OSF.IO/7P3AM, com a finalidade estratégica de nortear e construir a revisão9; 3) delineamento e ajuste do objetivo e das questões de pesquisa; 4) definição e ajuste dos critérios de inclusão/exclusão com os objetivos e questões norteadora da pesquisa; 5) descrição do método planejado para a busca e seleção de evidências; 6) busca de evidências em três etapas; 7) seleção dos estudos em três etapas; 8) extração das evidências encontradas nos textos selecionados; e, por fim, 9) mapeamento e resumo das evidências em relação aos objetivos e questões9.
As buscas ocorreram no período de maio a junho de 2023. Foram utilizadas visitas a cinco fontes indexadas, a saber: National Library of Medicine National Institute Medicine of Health of EUA (NIH via PubMed); por meio do acesso à Biblioteca Virtual de Saúde Brasil (BVS), foram investigadas as fontes: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Banco de Dados de Enfermagem (BDENF) e, pelo acesso institucional ao Portal Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), visitou-se a SCOPUS e Web of Science.
A coleta de dados foi feita por duas pesquisadoras, concomitantemente, por meio da busca utilizando o acesso institucional de uma universidade pública federal com vistas a expandir as buscas. Foram utilizados seguintes termos: “Alta do Paciente”; “Recém-Nascido”; “Sumário de Alta do Paciente”; “Transição de Cuidados do Hospital para o Domicílio”; “Neonato”, nos idiomas Português e Inglês, respectivamente, extraídos das plataformas virtuais Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e Medical Subject Headings (MeSH). Posteriormente, foram aplicados aos campos de busca das bibliotecas científicas, devidamente combinados pelos Operadores Booleanos “AND” e “OR”, para composição do mnemônico PCC (P = participantes; C = conceito; C = contexto), como demonstra o Quadro 01.
Foram critérios de inclusão para o mnemônico PCC: são participantes os lactentes, ou seja, pessoas com idade entre zero e 28 dias de nascido3; conceito: a alta hospitalar conceituada como o processo administrativo de saída de um paciente de uma instituição de saúde e/ou a transição da alta hospitalar para casa2,21; e no contexto considerou-se hospitais e/ou maternidades que são serviços de saúdes com corpo clínico que prestam assistência médica aos pacientes e na condição das mulheres durante a gestação e parto3. Para a seleção dos textos incluiu-se estudos empíricos, originais, de pesquisa de campo, realizados, exclusivamente, com seres humanos, entre outros textos como diretrizes, recomendações, manuais, todos publicados na íntegra em periódicos nacionais e internacionais, com qualquer abordagem metodológica e em qualquer idioma. Não foram instituídos critérios de exclusão aos textos do estudo, nem no mnemônico PCC.
O recorte temporal adotado nesta revisão, para inclusão de estudos publicados nos últimos cinco anos, fundamenta-se na publicação do Plano de Ação Global para a Segurança do Paciente 2021–2030 pela Organização Mundial da Saúde (OMS)22. Este plano estabelece diretrizes estratégicas para aprimorar a segurança nos cuidados de saúde, com ênfase especial na transição do cuidado e nos processos de alta hospitalar, especialmente para populações vulneráveis como os recém-nascidos. A transição segura do hospital para o domicílio passou a ser abordada como uma prioridade, com recomendações específicas para o uso de ferramentas como checklists, protocolos estruturados e ações educativas voltadas à família. Evidências recentes sugerem que, após sua publicação, diversas unidades neonatais implementaram mudanças significativas nessas práticas. Um estudo de melhoria da qualidade realizado nos Estados Unidos, por exemplo, demonstrou que intervenções iniciadas em dezembro de 2021 — como padronização da comunicação de alta e maior envolvimento dos pais — resultaram em melhorias substanciais na segurança e na continuidade do cuidado neonatal21. Assim, a delimitação temporal visa capturar as produções científicas alinhadas a essa nova orientação global.
Os textos extraídos das fontes indexadas foram importados para o software Intelligent Systematic Review (Rayyan), adequado para o período da seleção dos textos23. Ressalta-se o uso software Rayyan como uma ferramenta de triagem colaborativa que pode ser considerado uma ferramenta de automação parcial no contexto de revisões sistemáticas ou de escopo. Foi utilizado para automatizar tarefas como a triagem inicial de estudos, uso de filtros, marcações por palavras-chave, e priorizar artigos com base em decisões anteriores dos revisores. No entanto, não substituiu o julgamento humano — a elegibilidade final dos estudos se deu mediante análise manual. Esta etapa foi representada com base no Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses Extension for Scoping Reviews (PRISMA-Scr)24.
A extração dos dados ocorreu mediante instrumento com os seguintes dados: título, ano de publicação, local de realização do estudo, revista responsável pela publicação do estudo, contexto (hospital e/ou maternidade) e caracterização da pesquisa, objetivo(s) e principais resultados. Também, extraiu-se as características das altas dos pacientes neonatos, tipo e quantidade de participantes dos estudos (profissionais e/ou familiares).
Foram compilados os seguintes dados: quadro clínico, agravo, problema ou características clínicas do neonato (ou da mãe) no internamento que gerou a alta. Outrossim, foram dados desta revisão: lacunas e limitações apontadas pelos autores dos textos selecionados; sugestões/recomendações de novos estudos e as conclusões/considerações finais dos estudos.
Os dados foram analisados, mapeados, resumidos conforme análise de conteúdo temática26 e apresentados em forma de quadros sínteses de modo a elucidar as questões de pesquisa. Além disso, a apresentação guiou-se por uma síntese descritiva correspondente aos resultados obtidos, às respostas apresentadas em virtude do objetivo e das perguntas propostas. Por fim, os achados foram discutidos à luz da Teoria da Transição de Cuidados27 e da Política Internacional de Segurança do Paciente22 proposta pela OMS e normatizada no Brasil pelo Ministério da Saúde.

Resultados
De acordo com a Figura 1, foram selecionados onze textos, em sua totalidade realizados em países estrangeiros. Os estudos marcados como inelegíveis não atendiam aos filtros utilizados nas bases de dados conforme os critérios de inclusão. O quadro 02 apresenta as principais características dos textos incluídos nesta revisão. Já a Figura 2 sintetiza as características da transição de cuidado dos neonatos e a Figura 3 apresenta o mapa com a síntese das evidências agregadas por categorização temática dos resultados dos textos selecionados.

Discussão
O quadro 2 mostra a caracterização dos estudos que quatro estudos foram realizados na região da América do Norte11,19,29,33, bem como não são incluídos estudos nacionais sobre a temática. Além disso, os estudos quatro estudos investigaram a perspectiva dos genitores13,28,30-34, bem como as práticas que estão envolvidas nesse processo de TC11,29,30. Apenas três estudos abordam práticas profissionais11,29,3 como fonte de análise a fim de direcionar o cuidado e a assistência prestada por eles aos pacientes em situação de alta hospitalar, já que o gargalo da transição de cuidados se inicia nas práticas profissionais e se consolida na assistência e continuidade do cuidado domiciliar.
Sendo assim, fica claro que a análise da literatura explora a compreensão dos genitores e cuidadores e evidencia um campo fértil para realização de estudos que envolvam diversos segmentos de profissionais, bem como a extensão da rede de atenção que receberá esse neonato para continuidade do cuidado na comunidade.
Assim, a transição do cuidado do RN de forma segura22,27 requer uma rede consolidada que se comunique nos diversos níveis de atenção, além de ser baseada numa relação de vínculo capaz de capacitar e levar os pais e cuidadores ao nível de prontidão que executem as ações de assistência às necessidades humanas básicas7 com suporte às situações de emergência.
Outro aspecto se refere à pouca quantidade de estudos que trazem as tecnologias implementadas nesse cuidado. As iniciativas de propor modelos de cuidado, bem como a construção de diretrizes e instrumentos que busquem avaliar a prontidão do RN, bem como da capacidade dos pais de continuar o cuidado domiciliar se mostra bastante promissora, apesar de ainda estar em déficit a validação destes instrumentos que ateste a eficiência e validade das iniciativas de modo a assegurar uma alta qualificada.
Para a alta qualificada ou a obtenção dos requisitos que levem à prontidão do RN, estudos apontaram os casos de alta precoce a partir da avaliação dos seguintes critérios: termo no parto >38 semanas, peso ao nascer >3º percentil; índice de Apgar >7 aos 5 minutos, gasometria normal, sem transferência para outra enfermaria após o parto, alteração do peso ao nascer < 8%, estabelecimento de alimentação por via oral, emissão espontânea de urina e fezes; bilirrubina transcutânea A implementação da alta precoce e do seguimento precoce não resultou em uma necessidade significativamente maior (versus alta padrão) de visita de emergência inadequada ou reinternação hospitalar. Em outros estudos28,29 foi avaliada a taxa de reinternação por causas apropriadas, que consiste num critério definido por parada cardíaca ou episódio cianótico; doença respiratória; febre ? 38 °C em lactentes com menos de 8 semanas; ou qualquer diagnóstico que resulte em hospitalização em RN com alta precoce, mas não obteve diferença significativa.
Estudo mostra que famílias readmitidas estavam associadas à maior necessidade de ensino de alta consistente e aprofundado, em decorrência de uma preparação truncada e apressada da alta durante a admissão ao nascimento30. Na alta, as mães sentiram-se, em sua maioria, prontas e bem preparadas para ir para casa. No mês após a alta, quase metade utilizou os serviços de saúde de forma não planejada31,32.
Um importante preditor de TC bem-sucedida do hospital para o cuidado domiciliar27, é a prontidão dos pais. Porém, atualmente não há uma medida padrão em uso em ambientes de cuidados agudos pediátricos para avaliar a prontidão dos pais, em especial da mãe31,32,27,19, antes da alta hospitalar da criança. Há relato na literatura de ferramentas para relato dos pais ao refletir sobre a experiência19. Por exemplo, uma medida de experiência relatada pelo cuidador de transição hospitalar pediátrica para domiciliar captura o conhecimento de transição e o suporte de transição em 2-8 semanas após a alta19,16.
A prevalência de necessidades complexas de atenção biopsicossocial da população de pais requer uma atenção maior para a prontidão para a alta, como cita estudo que correlaciona a TC de pais adolescentes de RN em uma UTIN11. É o que a Escala de prontidão dos pais para a alta hospitalar abordada em estudo com 200 mães no Irã traz ao avaliar 6 aspectos importantes na TC como: prontidão físico-psicológica da mãe e do bebê, suporte esperado, conhecimento de eventos e cuidados futuros, conhecimento dos cuidados pessoais do bebê, dor e intervenções terapêuticas34.
Avaliação das Necessidades Familiares e Domiciliares10,19,27 também é conceituada como importante fator na TC e envolve saúde mental dos pais, transtorno de estresse pós-traumático, Avaliação das Necessidades Familiares e Domiciliares, transição deve incluir as necessidades médicas, físicas, psicossociais e de saúde mental da família e do bebê. Todas as famílias devem ser rastreadas na admissão na UTIN para determinar os determinantes sociais de saúde e fatores de risco, para parcerias comunitárias e serviços de assistência social para serviços necessários de alto risco e podem precisar de atenção redobrada como parte do processo de planejamento da alta.
Alguns exemplos de famílias de alto risco incluem, mas não se limitam a: famílias onde há uso de substâncias ativas ou história de uso indevido de substâncias, aqueles que receberam cuidados pré-natais inadequados, pais adolescentes, aqueles que sofrem violência interpessoal, famílias que experimentam insegurança habitacional ou alimentar, famílias onde há instabilidade significativa no relacionamento, aqueles com condições de saúde mental diagnosticadas ou não diagnosticadas (especialmente ansiedade ou depressão), famílias com recursos socioeconômicos limitados, cuidadores com baixa alfabetização funcional em saúde, aqueles em que um membro da família está encarcerado e famílias transitórias ou migratórias10,19.
A TC fundamenta sua relevância na continuidade do cuidado capaz de13,27 dar aos pais e aos bebês apoio estruturado e individual, a fim de melhorar a saúde mental e a competência dos pais, promover o desenvolvimento da criança e otimizar a colaboração interprofissional. O modelo desenvolvido busca apoiar e desenvolver as habilidades dos genitores no cuidado dos neonatos no domicílio.
A avaliação da percepção dos pais sobre a prontidão para a alta fornece informações importantes para as decisões de alta. A disponibilidade de instrumentos confiáveis e válidos testados dentro do contexto geográfico e cultural é necessária para uma avaliação abrangente da prontidão pré-alta, para que as necessidades dos pais possam ser identificadas e as intervenções necessárias planejadas e implementadas10,19.
Além das necessidades de informação, intervenções usando tecnologia de saúde móvel e sistemas de transição e financeiros poderiam apoiar melhor as famílias após a alta19. Um estudo dos EUA apontou10 as seguintes ferramentas: resumo da alta, o roteiro do curso hospitalar da UTIN e a pasta de planejamento de alta; materiais escritos à família mais suplementar33 (vídeos, folders, fichários, sites) diário para familiares controle de acontecimentos, ocorrências, rotina e dúvidas. Estas podem oferecer eficiência e educação consistente aos pacientes, já que o estudo mostra que instruções de alta em vídeo são equivalentes às instruções presenciais dadas por um médico residente em relação à satisfação materna e compreensão auto-avaliada31.
Foram citados dois programas e modelos de cuidado para apoio a TC13,19 destacando a oportunidade de mais modelos integrados de atenção nas unidades que se estendam à comunidade para abordar as necessidades complexas de atenção biopsicossocial da população do país11. O primeiro, foi um Programa de Transition to Home oferecendo suporte estruturado e individualizado para famílias com bebês prematuros antes e após a alta hospitalar, destacando na visão dos pais13. Já o outro modelo classifica as preocupações e desafios parentais envolvidos na TC em 5 categorias: Necessidades Informacionais, Estresse e Enfrentamento, Luto, Interação Social e Desenvolvimento do Papel Pais-Filho19. Outro instrumento foi o Q-Sort direcionado (Maternal Competence Q-Sort in preterm birth) que consiste numa auto-observação para a competência parental em neonatologia14.
No que diz respeito à participação interprofissional, os profissionais envolvidos na TC para assegurar uma alta hospitalar segura do RN podem compor uma equipe de planejamento de alta incluindo enfermeiros clínicos, médicos, neonatologistas30 profissionais de nível médio (por exemplo, enfermeiros de prática avançada neonatal e assistentes médicos), coordenadores de alta, planejadores de alta, gerentes de caso, psicólogos, assistentes sociais e outros profissionais, além de cuidadores de bebês. Estes últimos requerem identificação de indivíduos com disposição e responsabilidade assumida, como enfermeiros particulares ou outras pessoas de apoio à família ou família extensa, como amigos, igreja10, entre outros. Todos constituem importantes fontes de informações acerca das intervenções necessárias para proporcionar segurança na TC27,30.
Estudos da Suíça destacam a enfermeira de prática avançada13,32 como papel de mediação entre os pais e outros profissionais de saúde em diversas situações, além de ser capaz de coordenar de forma orientada por objetivos conectada com outros prestadores de serviços de saúde e instituições de apoio no hospital e fora do hospital. Isso coaduna com estudo brasileiro que traz a identificação dos critérios de elegibilidade para a alta responsável até a identificação de problemas após a alta hospital como atividades a serem realizadas pela enfermeira na alta hospitalar responsável que vise contribuir para a segurança do paciente na alta hospitalar, para a continuidade e integralidade do cuidado, bem como para a redução das readmissões hospitalares35. Assim, a atuação da enfermeira pode proporcionar aos pais confiança e segurança, além de um suporte técnico qualificado unindo o atendimento hospitalar e ambulatorial por meio da assistência contínua fornecida durante as transições vivenciadas.
Estudo também cita o Programa de Transition to Home (TtH) que oferece suporte estruturado e individualizado para famílias com bebês prematuros antes e após a alta hospitalar, destacando na visão dos pais a TtH e a relevância da continuidade do cuidado e a percepção de colaboração interprofissional1,27. Na categoria de profissionais, o enfermeiro detém uma responsabilidade na preparação para a alta hospitalar, em que informações curtas que podem ser particularmente úteis como medidas de desfecho e como indicadores de risco para readmissão36.
Ducros28 avalia a readmissão apropriada a partir dos critérios de visitas apropriadas na emergência devido a parada cardíaca ou episódio cianótico, doença respiratória, febre ? 38 °C em lactentes com menos de 8 semanas, ou qualquer diagnóstico que resulte em hospitalização. Então estes podem ser considerados critérios importantes para construção de instrumentos e tecnologias que busquem proporcionar uma transição de cuidados segura e adequada, a partir de uma alta hospitalar segura do RN.
Diferente da França, estudo desenvolvido nos Estados Unidos10 avaliou a readmissão hospitalar durante os primeiros 28 dias pós-parto, independentemente da paridade e do estado de aleitamento materno, como qualquer evento ocorrido de visita hospitalar. Esses são conceitos que requerem padronização de forma a homogeneizar e possibilitar inferências por meio de estudos que avaliem a ocorrência e risco de readmissões.
A educação para a alta de forma completa, individualizada e sistematizada que envolve o planejamento de alta pode contribuir para melhorias significativas na TC e uma alta segura do RN. Essas ações podem contribuir para a redução das reinternações de curta permanência, associadas às atividades educativas de enfermeiras concentradas principalmente na educação em aleitamento materno, de modo que outros tópicos de educação eram perdidos ou feitos de última hora30.
As intervenções de enfermagem para melhorar a prontidão para alta dos pais podem incluir ensino com fornecimento de informações claras10,28,31, desenvolvimento de habilidades e acompanhamento reforço de instruções sobre recuperação física e emocional, cuidado e prática com o gerenciamento das necessidades pessoais e médicas da criança, identificação de estratégias de enfrentamento para lidar com as demandas da vida em casa após a alta e envolvimento de sistemas de apoio baseados na família e na comunidade27,36.
Outros pontos relevantes se referem também aos cuidados com o recém-nascido como aferição de temperatura, uso da seringa bulbo (sucção), banho, troca de fralda infantil e cuidados genitais, cuidados com o cordão umbilical, testes de triagem neonatal, nutrição e alimentação, ordenha e expressão do leite humano, limpeza de uma bomba e armazenamento, rotulagem e transporte de leite humano, volumes adequados de leite, rotina de ordenha e manutenção produção plena de leite, descongelamento e aquecimento do leite humano armazenado. Ademais, também são citadas dicas para facilitar a transição para casa, cuidados com a circuncisão, posicionamento para dormir, confortar e acalmar o bebê, ressuscitação cardiopulmonar (RCP) infantil31, animais de estimação em casa, uso de medicamentos, consultas de acompanhamento, além de quando chamar o pediatra, dicas de segurança e imunizações30.
Estudo também aponta que a partir de um suporte estruturado e individualizado para famílias com bebês prematuros antes e após a alta hospitalar pode resultar em aumento da autonomia e autoconfiança dos pais13. Dessa forma, a educação integral é um programa de intervenções precoces para a alta hospitalar de bebês prematuros e suas famílias é necessária para melhorar a capacidade de cuidado das mães e superar barreiras14,32.
O conteúdo educativo de alta e compreensão familiar pode enfatizar o conteúdo que cada família precisará, sem levar em conta as necessidades específicas de cada família/bebê (trabalhar com a família e confirmar que a família compreende o processo de planejamento da alta da UTIN). Outro aspecto se refere à orientação antecipatória que consiste numa ideia realista de como será a vida com o bebê imediatamente após a alta, bem como ao longo do seu curso de vida. Este aspecto busca elucidar e promover compreensão dos comportamentos típicos e esperados do lactente, incluindo alimentação, micção e evacuação e padrões de sono; entender os comportamentos infantis atípicos, bem como os sinais e sintomas de possíveis doença aprender estratégias para lidar com o choro; e mais importante saber responder em uma emergência (Quem, O Quê, Onde, Quando, Como e Por Quê)10,11.
Nesse sentido, saber como reagir numa situação de emergência pode incluir uma avaliação da acuidade percebida e uma resposta apropriada (por exemplo, ligar para os serviços de emergência versus o contato com o pediatra versus esperar até a próxima consulta pediátrica agendada). Para avaliar a acuidade percebida, algumas famílias podem se beneficiar do uso de um gráfico visual de verde (aguarde a próxima consulta pediátrica agendada), amarelo (ligue imediatamente para o pediatra) ou vermelho (ligue para a emergência ou para os serviços de emergência)10,11.
Além disso, o fornecimento de informações claras para os pais com ênfase para cronograma de acompanhamento claro pode permitir alta precoce segura e bem supervisionada28. Estudo corrobora que o preparo para autogerenciamento teve menos reinternações em 30 dias, o que configura uma alta segura33,37.
Com relação à transferência e coordenação de cuidados10 apontado como elemento da TC, envolvendo a transferência dos cuidados dos provedores de UTIN para os provedores comunitários e para o lar médico (envolvimento na atenção primária e contato com APS e recursos comunitários) é importante considerar a identificação de vulnerabilidade familiar relacionadas a proficiência e compreensão do idioma para informações, presença de militares ativos, lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, queer, intersexuais e assexuais (LGBTQIA+), chefiadas por pessoas com deficiência e/ou culturalmente e/ou filosoficamente distintas de maneiras que precisam ser consideradas no planejamento de transição de alta da UTIN.
As limitações dos estudos apontam para maior exploração das causas de reinternação31 e uso inapropriado dos serviços de saúde pós-alta10,28, bem como aperfeiçoamento e generalização do modelo de TtH13, além da necessidade de discriminação do perfil de atuação da enfermeira de práticas avançadas para uma alta segura do neonato13,32. Outro ponto se refere à limitação no uso de instrumentos muitas vezes centrados apenas no papel das mães, o que aponta para generalização e adequação às demais parentalidades responsáveis pelo cuidado do RN quando a TC ocorre14.
Por fim destaca-se que a limitação do estudo se concentra na seleção de estudos de bases de dados o que não demonstra a totalidade da literatura sobre a área, além de se restringir a um recorte temporal específico, além disso, a discussão dos dados demonstrou uma descrição do levantamento dos estudos sendo necessário maior aprofundamento sobre os fatores que contribuem para a segurança da alta e na transição de cuidados nos contextos que envolvem o RN.
O levantamento da literatura sobre a alta do paciente neonatal em contextos hospitalares e maternidades demonstrou incipiência de estudos principalmente nacionais. Além disso, fica claro que a maioria dos estudos versa sobre a TC no contexto de cuidados intensivos, bem como de neonatos com maior incidência de morbidades o que não dispensa cuidados numa população de neonatos sem maiores comprometimentos, mas uma personalização que se adeque às necessidades de cada RN em seus diversos contextos de saúde e parentais.
Por fim, as lacunas identificadas demonstram a maior necessidade de estudo sobre a temática, principalmente no contexto nacional, além do fomento para modelos de cuidado centrados na família e na TC e alta do neonato. Ademais, os estudos demonstram diversos conceitos no espectro da TC, desde a readmissões como indicadores de qualidade até a segurança e prontidão da alta do paciente neonato em hospitais e maternidades. Logo, requer que a TC seja abordada de forma a corroborar em uma alta segura do RN, diminuindo o risco de readmissões e contribuindo para o desenvolvimento saudável e a inter relação entre equipe de profissionais de saúde e família.
Além disso, os estudos demonstraram o uso de diversas ferramentas e instrumentos de suporte, o que deixa claro um campo fértil para o desenvolvimento e implementação de tecnologias em saúde voltada para o cuidado de neonatos no contexto de TC e segurança e qualidade da alta do paciente neonatal principalmente na rede SUS, contribuindo para a resiliência deste sistema de saúde, reduzindo custos e otimizando os processos de cuidado a fim de reduzir readmissões e morbimortalidade nesse público.

Contribuições dos autores
Silva CTS e Conceição MM contribuíram na concepção e delineamento do estudo, análise e interpretação dos resultados, redação e revisão crítica do conteúdo do manuscrito. Andrade CV, Rocha SS e Silva AP, contribuíram na análise e interpretação dos dados, redação e revisão crítica do conteúdo do manuscrito. Silva JC, Vasconcelos DA, e Camargo CL contribuíram na concepção e delineamento do estudo, redação e revisão crítica do conteúdo do manuscrito. Todos os autores aprovaram a versão final do manuscrito e são responsáveis por todos os seus aspectos, incluindo a garantia de sua precisão e integridade.

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Silva, CTS, Conceição, MM, Andrade, CV, Rocha, SS, Silva, JCS, Camargo, CL, Vasconcelos, DA, Santos, JLS. Alta do paciente neonatal em contextos hospitalares e maternidades: revisão de escopo. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2025/ago). [Citado em 05/12/2025]. Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/alta-do-paciente-neonatal-em-contextos-hospitalares-e-maternidades-revisao-de-escopo/19783

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