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0131/2025 - Determinação do teor de iodo em alimentos produzidos por agricultores familiares
Determination of iodine content in foods produced by family farmers

Autor:

• Sílvia Oliveira Lopes - Lopes, SO - <silvia.lopes.nut@hotmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6755-8610

Coautor(es):

• Edna Miranda Mayer - Mayer, EM - <edna.mayer@ufv.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1948-110X

• Sabrina Silva de Oliveira - Oliveira, SS - <nutrioliveirasabrina@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2166-4140

• Jérsica Martins Bitencourt - Bitencourt, JM - <jersica.cunha@ufv.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3821-8171

• Edimar Aparecida Filomeno Fontes - Fontes, EAF - <eaffontes@ufv.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4370-8805

• Ricardo Henrique Silva Santos - Santos, RHS - <rsantos@ufv.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8549-8861

• Sylvia do Carmo Castro Franceschini - Franceschini, SCC - <sylvia@ufv.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7934-4858

• Silvia Eloiza Priore - Priore, SE - <sepriore@ufv.br>
ORCID: https://orcid.org/0000.0003.0656.1485



Resumo:

O monitoramento do consumo de iodo é importante para a prevenção de doenças relacionadas. Objetivo: Quantificar o conteúdo de iodo nos alimentos produzidos por agricultores familiares da Região Geográfica de Viçosa-Minas Gerais, Brasil. Métodos: Amostras de alface, couve, feijão, fubá, leite, mel, ovo, pó de café e queijo foram coletados em 306 domicílios de oito cidades. O método colorimétrico foi utilizado para quantificação de iodo nas amostras de alimentos. As análises dos dados foram realizadas no programa Statistical Program for Social Science (SPSS) versão 21.0. Foi verificado se havia diferença na concentração de iodo nos alimentos entre os diferentes cultivares, cidades e estações do ano utilizando o teste Mann Whitney e Kruskal-Wallis, com comparações múltiplas pelo Teste de Dunn. Resultados: Foram analisadas 580 amostras. Não foi encontrada diferença entre os cultivares de alface, couve e feijão. Houve diferença entre as cidades no conteúdo de iodo para ovos (p?0,001), queijo (p=0,028) e leite (p=0,001). Não foi encontrado diferença entre as estações do ano quanto ao conteúdo de iodo na couve e alface. Conclusão: A determinação de iodo nos alimentos caracteriza-se como um estudo inicial para a inclusão do iodo nas tabelas de composição de alimentos.

Palavras-chave:

Análise de Alimentos, Análise Bromatológica, Iodo, População Rural

Abstract:

Monitoring iodine consumption is important for preventing related diseases. Objective: Quantify the iodine content in foods produced by family farmers in the Geographic Region of Viçosa-Minas Gerais, Brazil. Methods: Samples of lettuce, cabbage, beans, cornmeal, milk, honey, eggs, coffee powder and cheese were collected306 households in eight cities. The colorimetric method was used to quantify iodine in food samples. Data analyzes were carried out using the Statistical Program for Social Science (SPSS) version 21.0. It was verified whether there was a difference in the concentration of iodine in foods between different cultivars, cities and seasons using the Mann Whitney and Kruskal-Wallis test, with multiple comparisons using the Dunn Test. Results: 580 samples were analyzed. No difference was found between lettuce, cabbage and bean cultivars. There was a difference between cities in the iodine content of eggs (p≤0.001), cheese (p=0.028) and milk (p=0.001). No difference was found between the seasons regarding the iodine content in cabbage and lettuce. Conclusion: The determination of iodine in foods is characterized as an initial study for the inclusion of iodine in food composition tables.

Keywords:

Food Analysis, Bromatological Analysis, Iodine, Rural Population

Conteúdo:

INTRODUÇÃO

O iodo é um micronutriente essencial para o bom funcionamento do organismo. Ele participa da formação dos hormônios tireoidianos, Triiodotironina (T3) e Tiroxina (T4), importantes para o desenvolvimento dos indivíduos. A ingestão insuficiente deste micronutriente pode acarretar em bócio, cretinismo em crianças, mortalidade infantil, dentre outras enfermidades que podem acometer o desenvolvimento físico e metal do ser humano, sendo considerado a principal causa evitável de danos cerebrais em crianças1,2.
Estratégias utilizadas para o combate a deficiência deste micronutriente levaram os países a desenvolver ações públicas para minimizar as dificuldades de acesso aos alimentos fontes, uma vez que nem toda a população consegue acessar para consumo: ostras, moluscos, mariscos e peixes de água salgada. São também fontes de iodo, leite e ovos, desde que o animal tenha tido uma alimentação com disponibilidade deste nutriente em rações e no solo onde os vegetais que eles consomem são produzidos3.
Os baixos níveis de iodo na água e no solo são frequentes em várias regiões do mundo, o que pode favorecer o aparecimento de processos de deficiência. Uma solução amplamente adotada globalmente é a iodação do sal de consumo, visando garantir a ingestão adequada de iodo pela população4, 5, 6.
As recomendações diárias de consumo de iodo levam em consideração a faixa etária e o estado fisiológico. Para crianças em idade pré-escolar (0 a 59 meses), recomenda-se 90 µg/dia; para crianças e adolescentes (6 a 12 anos), 120 µg/dia; para adolescentes (acima de 12 anos) e adultos, 150 µg/dia; e para gestantes e lactantes de 250 µg/dia7.
Dos 138 países com dados de Concentração Urinária de Iodo (CIU), 108 apresentam status adequado de iodo, enquanto 20 são deficientes. Ainda há lacunas nos programas de iodação do sal e no atendimento às necessidades dietéticas, o que pode impactar negativamente todos os níveis de desenvolvimento econômico dessas populações8. Estudos brasileiros com dados nacionais indicam prevalências de deficiência de iodo de 36,7% em gestantes9,10 e 10,11% em escolares11.
No Brasil, 98% dos domicílios utilizam o sal iodado. No entanto, fatores como fabricação, armazenamento, distribuição e manipulação doméstica desse ingrediente culinário podem levar a alterações no conteúdo de iodo disponível, como encontrado em 12,4% das amostras analisadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária13,14. Além disso, ainda há o uso de sal não iodado e temperos caseiros, o que pode impactar a ingestão de iodo. Portanto, avaliar apenas o teor de iodo no sal, sem considerar a contribuição de outros alimentos, é insuficiente para determinar se as necessidades de iodo da população estão sendo atendidas15.
Em contraposição à deficiência, tem-se a ingestão excessiva de iodo que também pode acarretar no adoecimento dos indivíduos com o aparecimento de doenças como a tireoidite autoimune, câncer na tireoide, dentre outras. Sendo assim, o monitoramento da ingestão de iodo concretizasse com uma importante ação para a prevenção de doenças e promoção da saúde16.
Uma ferramenta útil para o acompanhamento e avaliação do estado nutricional de micronutrientes é o uso de instrumentos que mensurem o consumo alimentar. Isso porque, embora a CIU sendo um biomarcador de ingestão recente de iodo, ela pode sofrer influência de fatores como depuração renal, consumo recente de alimentos fontes, uso de suplementação, entre outros, o que pode levar à superestimação da ingestão de iodo. Consequentemente, não permite avaliar o impacto do consumo no estado nutricional de iodo a longo prazo10.
Assim, a avaliação do consumo alimentar pode contribuir para esse monitoramento. No entanto, exige que seja utilizado para o seu cálculo tabelas e informações nutricionais que apresentem o conteúdo de nutrientes dos alimentos. No caso do conteúdo de iodo nos alimentos produzidos no Brasil, ainda existe uma lacuna, pois não há dados de análise sobre os teores de iodo nesses alimentos17,18.
O conteúdo de iodo nos alimentos pode ser influenciado por fatores ambientais, como clima, solo, concentração de iodo na água, entre outros5,6. Portanto, utilizar informações sobre o conteúdo de iodo provenientes de outros países e regiões pode resultar em subestimação ou superestimação da concentração de iodo nas regiões analisadas. Assim, este artigo teve por objetivo analisar o conteúdo de iodo nos alimentos produzidos por agricultores familiares da Região Geográfica de Viçosa, Minas Gerais, Brasil.

MÉTODOS

Desenho do estudo e população
O cálculo amostral da população a ser visitada para a coleta de alimentos foi realizado no programa OpenEpi®, de acordo com equação (1):

Equação

Considerou-se: para o tamanho da população (n), o total da população rural19 (n=31090); a prevalência (p) de deficiência de iodo de 14,1% em escolares rurais, já que não existem dados nacionais de deficiência de iodo em adultos20, erro tolerável (d) de 5%; nível de confiança de 95%; escore padrão de distribuição normal (Z) de 1,96 e efeito do desenho do estudo (EDFF) de 1,5 para amostras aleatórias da zona rural 21 chegando a um número de 278 indivíduos.
Considerando um adicional de 10% para desistências, dados incompletos e controle de fatores de confusão21, obteve-se uma amostra final de 306 agricultores, que foram sorteados para serem visitados para a coleta das amostras na zona rural da Região Geográfica Imediata de Viçosa, Minas Gerais, Brasil (Tabela 1).

Tab. 1

Caracterização da região

A Região Imediata de Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil é composta por 146 municípios, que se divide em 10 Regiões Geográficas Imediatas, abarcando a de Viçosa que corresponde a 12 municípios que estão inseridos na Zona da Mata de Minas Gerais. O clima é tropical de altitude e tropical úmido, com temperaturas médias de 18ºC.

Caracterização da amostra de alimentos

A coleta dos alimentos foi realizada através de visitas domiciliares às 306 propriedades de agricultores familiares sorteados, distribuídas nas 8 cidades participantes. A escolha dos alimentos analisados foi baseada em estudos anteriores realizados na mesma região e na disponibilidade dos alimentos produzidos22,23 nas propriedades. Os alimentos selecionados foram: alface, couve, feijão, fubá, leite, mel, ovo, pó de café e queijo. Em todos os domicílios visitados, solicitava-se uma amostra dos alimentos citados, porém nem todos os domicílios tinham disponibilidade de produção desses itens.
As amostras foram coletadas nos domicílios e armazenadas em caixas térmicas, transportadas em temperatura ambiente até Laboratório de Análise e Química de Alimentos do Departamento de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Viçosa (Brasil), onde foram catalogadas. Todas as amostras foram congeladas e acondicionadas a -20ºC, exceto as amostras de ovos, que foram mantidas sob refrigeração (4 ºC) por até 2 dias.
Foi registrada a data da coleta para comparação as estações do ano e sua possível interferência na concentração de iodo para as amostras de couve e alface. A escolha desses alimentos se deve ao ciclo curto de desenvolvimento das plantas e à coleta realizada diretamente nas hortas dos agricultores. As amostras foram coletas e analisadas entres os meses de julho de 2021 e agosto de 2022.

Divulgação de padrões éticos

Este estudo faz parte do projeto denominado "Fatores associados a deficiência de iodo em agricultores familiares da Zona da Mata de Minas Gerais" aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa, com parecer número 2.496.986. A participação do voluntário deu-se mediante confirmação posterior a leitura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Determinação de iodo nos alimentos

Foi utilizado o método colorimétrico proposto por Moxon et al.24, reconhecido e amplamente validado para análise de iodo em amostras de alimentos, com adaptações de Perring et al.25. A técnica baseia-se na determinação colorimétrica do iodo por meio de seu papel catalítico na destruição de um complexo férrico-tiocianato pelo íon nitrito, catalisado pelo iodeto, acompanhada do decréscimo na sua coloração avermelhada, com medição das absorbâncias a 454 nm, em espectrofotômetro. A quantificação do conteúdo de iodo presente nas amostras de alimentos foi determinada por meio de comparação com uma curva de calibração construída a cada dia de análise.

Pré-preparo das amostras de alimentos

Alface e couve foram trituradas em mix, congeladas e, posteriormente, raladas em ralador doméstico até obter uma pasta, sendo armazenadas em potes de polietileno de 50 mL. Amostras de 0,500 g eram retiradas para análise em duplicata, e o restante era congelado a -20ºC.
Amostras de feijão e milho foram moídas em um moinho de facas “Analítico A11 Basic Mill”, peneiradas em peneira de inox com abertura de 0,053mm e armazenadas em tubos Falcom de 15 mL a -20 oC até o momento das análises.
As amostras de queijo foram maceradas em gral e com pistilo de porcelana 60 ml até obter uma pasta, sendo analisadas imediatamente. Retirava-se a amostra de 0,500 g em duplicata, e o restante era congelado a – 20ºC.
Os ovos refrigerados foram separados da casca e misturados, com a clara e gema, dentro de um pote de polietileno. Para obter uma mistura homogênea, foi realizada uma agitação manual por 1 minuto até formar uma gemada, a qual prosseguia para análise de iodo imediatamente.
Amostras de fubá, leite, mel e pó de café foram misturadas com auxílio de um bastão de vidro dentro do próprio pote de coleta antes da sua pesagem para quantificação de iodo. Retirava-se 0,500 g em duplicata e o restante era congelado em -20ºC.

Preparo das amostras

Cerca de 0,500 g de amostra de alimentos pré-preparados foram pesados em balança analítica em cadinhos identificados, limpos, secos e previamente desmineralizados. Posteriormente, com auxílio de uma pipeta monocanal de 1000 µL, foram adicionados 1,0 mL de sulfato de zinco 10% e 1,0 mL de carbonato de potássio 30% (m/v). Utilizando um bastão de vidro, a mistura foi homogeneizada até formar uma pasta. O resíduo aderido ao bastão foi lavado com uma pequena porção de água ultrapura e transferido para o cadinho. Em seguida, os cadinhos foram colocados em uma estufa regulada a 95ºC em aproximadamente 14 horas.
Após a secagem, os cadinhos foram tampados e levados à mufla, inicialmente a 100ºC, com aumento gradual até atingir 550 ºC, permanecendo nessa temperatura por 60 minutos. Após esse tempo, os cadinhos foram retirados da mufla com auxílio de uma pinça e, após esfriarem, foi adicionado 1,0 mL da solução de sulfato de zinco 10% sobre as cinzas escuras. A pasta formada foi misturada com um bastão de vidro, e o resíduo aderido à haste foi lavado em volta do cadinho com um pequeno jato de água ultrapura. Repetiu-se o procedimento de secagem em estufa a 95º C por 14 horas, mufla a 550ºC por 60 minutos obtendo-se cinzas claras ou brancas.
Após o resfriamento do cadinho, o conteúdo foi transferido para um balão volumétrico de 50 mL com auxílio de um bastão de vidro e água ultrapura e aferido seu volume. Em seguida, a mistura foi transferida para tubos Falcon de 15mL e centrifugado a 957 por 5 minutos na Centrifuga Excelsa II Marca FANEM. O sobrenadante obtido de cada amostra foi utilizado na quantificação de iodo.

Curva analítica de iodo

Preparou-se a solução padrão de iodeto de potássio (KI) pesando, em balança analítica, com o auxílio de um béquer de 5 mL e espátula, 0,5232g de KI. Em seguida, o reagente foi dissolvido em água ultrapura e transferido para um balão volumétrico de 100 mL, sendo posteriormente completado com água ultrapura e homogeneizado. Assim, obteve-se uma solução padrão de iodo de 4 g·L-1.
Dessa solução padrão de iodo (4 g·L-1), retiraram-se 10 mL, utilizando uma pipeta volumétrica de 10 mL, e transferiu-se para um balão volumétrico de 1000 mL, completando-se com água ultrapura e homogeneizando. Obtendo-se uma solução padrão de iodo de 40 mg·L-1.
Transferiu-se, 50 mL da solução padrão de iodo de 40 mg·L-1, utilizando uma pipeta volumétrica de 50 mL, para um balão volumétrico de 1000 mL, que foi completado com água ultrapura e homogeneizado. Obteve-se, assim, uma solução padrão de iodo de 2000 µg·L-1.
Dessa solução padrão de iodo de 2000 µg·L-1 , foram pipetadas 0,0; 2,0; 4,0; 6,0; 8,0; 10,0 e 12,0 mL em balões volumétricos de 100 mL. Em cada balão foi adicionado 1 mL da solução de carbonato de potássio a 30% m/v e completou-se o volume com água ultrapura. O conteúdo de cada balão foi transferido para frascos âmbar, onde cada um continham uma concentração final de 0,0; 40,0; 80,0; 120,0;160,0; 200,0 e 240,0 µg/L, para obter as soluções padrões de iodo para uso.
Em uma série de tubos Falcon de 15 mL, foram pipetados 0,5 mL da solução padrão de uso, com auxílio de uma micropipeta monocanal de 10.000 µL, e adicionados 4,5 ml de água ultrapura. Em seguida, adicionou-se: 1,0 mL de solução de tiocianato de potássio (0,023 %m / v), depois 2,0 mL de solução de sulfato de amônio férrico (7,7% m/v em HNO3 2,0 mol L-1) e 2,0 mL de solução de nitrito de sódio (0,02 % m /v). Resultou em um volume total de 10 mL, com concentrações de iodo de 0, 2, 4, 6, 8, 10 e 12 ???????? ?????1, respectivamente. Os tubos foram agitados em vórtex e colocados em banho termostático a 60 ºC por 60 minutos. Em seguida, foram resfriados em banho de gelo por 10 minutos.
Posteriormente, as leituras da absorbância foram realizadas a 454 nm num espectrofotômetro Raileigh, à temperatura ambiente, previamente calibrado com água ultrapura. A curva analítica de absorbância a 454 nm versus concentração de iodo (?g de iodo L-1) foi construída e por regressão linear foi obtida uma equação da reta para quantificação de iodo. As soluções padrão de iodo variaram de 0 a 12,0 µg de iodo L-1 e a curva analítica foi feita em duplicata.
Todos os reagentes utilizados foram da marca Sigma Aldrich®, de elevada pureza analítica. As soluções e reagentes foram preparados utilizando água ultrapura obtida por sistema Milli-Q®185, água ultrapura tipo 1, equipamento PURELAB Classic com resistividade de 18,2M?/cm, a 25°C.

Determinação de iodo nos alimentos

Em tubos Falcon de 15 mL foram pipetados 1,0 mL do sobrenadante obtido da centrifugação das amostras e 4,0 mL de água ultrapura. Em seguida, o mesmo procedimento foi aplicado com a sequência de adição dos reagentes, até leitura da absorbância a 454 nm em temperatura ambiente, num espectrofotômetro previamente calibrado com água ultrapura. Todas as análises foram realizadas em duplicata, e a concentração média de iodo expressa em µg/L.

Análise estatística

As análises dos dados foram realizadas no programa Statistical Program for Social Science (SPSS), versão 21.0. Foram calculadas estatísticas descritivas, apresentando valores medianos, mínimos e máximos para descrever a concentração de iodo nos alimentos. Para avaliação da normalidade dos dados, utilizou-se o teste de Kolmogorov–Smirnov. Os testes realizados foram não paramétricos.
Verificou-se a existência de diferença na concentração de iodo nos alimentos entre os diferentes cultivares, entre os municípios e entre as estações do ano em que os alimentos foram coletados, utilizando os testes de Mann Whitney ou Kruskal-Wallis, com comparações múltiplas pelo Teste de Dunn. Foi considerado valores significantes de p< 0,05.

RESULTADOS

Foram visitados 306 agricultores familiares, dos quais foram recolhidas 580 amostras de alimentos para análise, conforme a distribuição apresentada na Tabela 2.

Tab.2

Não houve diferença no conteúdo de iodo entre os diferentes cultivares de feijão (p=0,089), couve (p=0,220) e alface (p=0,245) (Tabela 3).

Tab.3

Comparando as medianas da concentração de iodo (µg) por 100 gramas de alimentos produzidos por agricultores familiares, não foi encontrada diferença entre os municípios para alface (p=0,249), couve (p=0,176), feijão (p=0,089), fubá (p=0,090), mel (p=0,076) e pó de café (p=0,106) (Tabela 4).
Foram encontradas diferenças nas concentrações de iodo nos ovos entre os municípios de São Miguel do Anta e Viçosa (p=0,037), São Miguel e Coimbra (p=0,036), São Miguel e Canaã (p=0,001), Teixeiras e Viçosa (p=0,023), Teixeiras e Coimbra (p=0,036) e Teixeiras e Canaã (p=0,001). Para as amostras de queijo, houve diferença entre os municípios de Viçosa e Ervália (p=0,031). Também houve diferença quanto ao teor de iodo no leite entre as cidades de Cajuri e Ervália (p=0,009), Cajuri e Teixeiras (p=0,033) e Cajuri e Canaã (p=0,009) (Tabela 4).
Não foi encontrada diferença entre as estações no ano quanto ao teor de iodo na couve (p=0,265) e alface (p=0,224).

Tab.4

DISCUSSÃO

Neste estudo, buscou-se analisar o conteúdo de iodo nos alimentos produzidos por agricultores familiares, não sendo encontradas diferenças quanto ao conteúdo de iodo nos alimentos de origem vegetal e mel, nem entre os diferentes cultivares, estações do ano e cidades. Já para os alimentos de origem animal, foram identificadas diferenças entre as cidades.
Os teores de iodo nos alimentos podem variar, sendo resultado de animais e/ou plantas com deficiência ou excesso de iodo5,6, 27. As diferenças quanto ao conteúdo deste micronutriente podem ser atribuídas a fatores geográficos, como o conteúdo de iodo no solo, água, estação climática, ambiente e o método de preparo. Compreender como esses fatores influenciam o processo de disponibilização de iodo caracteriza-se como uma ação importante em saúde pública. Por exemplo, a água pode ter o teor de iodo variável, sendo influenciada pelo solo, pela proximidade com o mar e pelo escoamento agrícola. Outro fator que pode influenciar o conteúdo de iodo nos alimentos é a utilização de fertilizantes contendo iodo17, 28.
O iodo é um nutriente importante e deve ser obtido através de fontes dietéticas. A disponibilidade do conteúdo de iodo de forma natural nos alimentos influencia diretamente o estado nutricional. Assim, criar estratégias de monitoramento e avaliação deve ser incentivado para a promoção da saúde e combate à carência que afeta a população mundial, em especial, gestantes, nutrizes e lactantes9,10.
Portanto, estruturou-se o Estudo Multicêntrico de Deficiência de Iodo (EMDI-Brasil), com o objetivo avaliar o perfil nutricional de iodo, sódio e potássio no grupo materno-infantil, por meio de estudo transversal durante a gestação e lactação. Neste estudo multicêntrico, foram apresentadas algumas lacunas importantes a serem preenchidas quanto à avaliação dos teores de iodo nos alimentos, uma vez que os estudos sobre o consumo alimentar ressaltaram a importância de análises dos alimentos para a criação de informações sobre o conteúdo de iodo nos alimentos brasileiros9.
Além disso, Silva et al. (2023)10 encontrou que, além do sal, outros alimentos também contribuíram como fontes importantes de consumo de iodo, como arroz, feijão, ovos, leite e pão. Isso corrobora com a justificava da importância e relevância dos achados deste estudo, uma vez que foi analisada a concentração de iodo em alimentos frequentemente disponíveis nos domicílios, advindos da produção dos agricultores familiares.
Neste estudo, para os alimentos de origem vegetal, não houve diferença entre as cidades. Sugere-se, pela ausência diferença quanto ao conteúdo de iodo nos alimentos de origem vegetal e mel, a utilização de um valor mediano para cada alimento podendo ser: Alface (27,03 µg/100g), Couve (31,23 µg/100g), Feijão (24,39µg/100g), Fubá (16,47µg/100g), Mel (7,94 µg/100g) e Pó de Café (30,34 µg/100g).
A ausência de diferença entre os municípios quanto ao teor de iodo nos alimentos de origem vegetal pode ser explicada pela proximidade geográfica das cidades, conferindo semelhança na disponibilidade ambiental para as plantas. Também não foi observado diferença entre os cultivares de alface, couve e feijão, o que se deve às poucas variações no conteúdo de nutrientes entre os cultivares, não apenas para o iodo, mas também para outros nutrientes investigados na literatura, com exceção do conteúdo de ferro nos feijões29, 30.
Foram observadas diferenças no conteúdo de iodo entre as cidades para os alimentos de origem animal, com exceção do mel, sendo eles: leite, queijo e ovos. Por outro lado, a concentração de iodo dos alimentos de origem animal pode sofrer modificações de acordo com a dieta que lhe é ofertada e forma de manejo31. Segundo Ershow et al.17, os suplementos alimentares são frequentemente fornecidos aos animais como prática no manejo da criação, buscando garantir a saúde, os resultados reprodutivos e o ganho de peso em gado leiteiro e de corte, ovinos, caprinos e aves. Além de garantir uma alimentação adequada para os animais, também há a necessidade da utilização de substância à base de iodo, conhecidas como iodóforos que são utilizadas para a limpeza dos úberes das vacas e podem ser transferidas para o leite caso a higienização não tenha ocorrido de forma adequada.
Somados a isso, podem ocorrer alteração no teor de iodo dos alimentos de origem animal devido à utilização de sal iodado na preparação. Um exemplo disso é o queijo frescal, alimento de consumo frequente na região no qual este estudo foi desenvolvido. O queijo frescal é uma preparação à base de leite cru, coalho (composto de quimosina e a pepsina) e sal, que pode sofrer influência da quantidade de sal adicionada na massa durante o preparo. Isso porque, culturalmente, no preparo desse alimento, utiliza-se o sal para tempero, o que pode ser influenciado pelo teor de iodo disponível na sua composição.
No geral, a ingestão média de iodo no Brasil gira em torno de 163,1 µg por dia, conforme observado em estudos com populações específicas, como gestantes10. Esse valor está dentro do intervalo recomendado pela OMS, que sugere uma ingestão diária de 150 µg para adultos, porém está abaixo da recomendação para gestantes e lactantes, que é de 250 µg7. Portanto, esse valor é menor que as necessidades, sendo necessárias estratégias nutricionais, como a suplementação.
Segundo dados do EMDI- Brasil o consumo de sal é responsável por atender a aproximadamente 45% da ingestão de iodo10. Lembrando que a recomendação brasileira de iodação do sal de consumo é 15 a 45 mg de iodo por quilo de sal14. O consumo brasileiro de sal, segundo dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2017/2018), é de 9,34 gramas por pessoa por dia, valor acima do recomendado, que é de 5,0 gramas13.
No entanto, este ingrediente culinário não atende à necessidade total do consumo de iodo. Os outros 55% correspondem a outros alimentos, como arroz, feijão, leite e ovos. Assim, buscando comparar os resultados encontrados nas análises dos alimentos com informações de consumo nacionais é apresentando a Figura abaixo:

Fig.

Dos alimentos analisados, e que possuem informação de consumo alimentar na população brasileira, o somatório da mediana da concentração de iodo nos alimentos foi de 44,95 µg/dia/pessoa. Considerando a recomendação para adultos de 150 µg, esses podem contribuir com aproximadamente 30% das necessidades. Ressalta-se, no entanto, que os alimentos analisados não sofreram processos térmicos, como cozimento ou infusões, o que pode influenciar no conteúdo de iodo.
É importante destacar que o conteúdo de iodo em preparações deve considerar fatores como a retenção de nutrientes, que envolvem a quantidade do nutriente no alimento cru e o valor retido após o preparo. Essa informação se faz importante para compreender a real concentração do nutriente no alimento32,33.
Quanto ao “pó de café”, as informações disponíveis no estudo de consumo nacional se referem-se à infusão e não ao ingrediente “pó de café”. Sendo assim, foi considerada a receita padrão disponível no banco de informações do projeto que originou este artigo, e utilizado o valor de consumo disponível na POF 2017/2018, de 163,2g/dia/pessoa13.
O feijão foi o alimento que apresentou maior conteúdo de iodo nas análises e é comumente consumido na mesa dos brasileiros. Porém, o seu consumo ao longo dos anos tem diminuído, com prevalência de 58,6% em 2023 nas capitais brasileiras e no Distrito Federal 34. A redução no consumo deste alimento, além de impactar a oferta de iodo, pode resultar em deficiência de outros micronutrientes na alimentação dos brasileiros, sendo um fator importante a ser considerado e até incentivado em processos de educação alimentar e nutricional, com o objetivo de promover uma alimentação adequada e saudável.
Além disso, ao comparar os resultados com o estudo de Milagres et al.18, que compilou dados sobre o teor de iodo nos alimentos em diferentes tabelas e países, observou-se que as medianas deste estudo foram maiores. Entretanto, ao analisar os valores mínimos e máximos do copilado de estudos, este trabalho apresenta medianas dentro desses intervalos. Isso pode ser atribuído às variações geográficas no conteúdo de iodo, que podem ser semelhantes às encontradas na Região Geográfica Imediata de Viçosa.
O resultado das análises do conteúdo de iodo deste estudo corrobora com os achados na tabela do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) (2022), embora não tenha sido utilizada a mesma forma analítica, uma vez que a tabela da USDA utiliza a espectrometria de massa com plasma acoplado indutivamente. A existência de regiões com teor de iodo nos alimentos semelhantes à deste estudo reforça a importância de considerar características comuns, como o conteúdo de iodo na água, estratégias semelhantes de produção de alimentos, análises biogeoquímicas de solo, entre outras35,36.
Um tema que tem ganhado destaque nesse contexto são os estudos sobre estratégias de biofortificação de alimentos, como as práticas de manejo do solo que aumentam a oferta de iodo, o que poderia contribuir para um maior aporte desse nutriente nos alimentos37. No entanto, essas práticas exigem um estudo mais aprofundado das questões epidemiológicas relacionadas ao processo de deficiência desses micronutrientes, visto que, na mesma população, pode haver tanto casos de deficiência e também de excesso de iodo20.
Uma limitação deste estudo foi a utilização de alimentos crus para a análise, e não de alimentos cozidos. No entanto, optou-se por essa técnica devido à ausência de estudos similares na literatura brasileira. Essa abordagem poderá posteriormente ser discutidas, considerando questões como a concentração de iodo em alimentos crus e cozidos, as diferenças regionais no conteúdo de iodo e o aumento número de alimentos analisados, visando contribuir para a disponibilização de informações que favoreçam análises de consumo alimentar de iodo na população brasileira38.
Este é o primeiro estudo a analisar a concentração de iodo em alimentos brasileiros, utilizando uma amostra representativa da Região Geográfica Imediata de Viçosa – MG/Brasil, com alimentos produzidos por agricultores familiares. Os resultados deste estudo contribuirão para análises futuras e orientarão práticas que incentivem o consumo de alimentos ricos em iodo.

CONCLUSÃO

A determinação do conteúdo de iodo nos alimentos caracteriza-se como uma importante ação em saúde pública. Isso porque, ao analisar os alimentos mais frequentemente produzidos e consumidos por determinado grupo ou população, é possível construir tabelas e informações nutricionais. Dessa forma, pode-se garantir uma avaliação correta da ingestão desse nutriente, além de permitir a análise adequada da dieta. Essas informações podem possibilitar a identificação de alimentos que contribuem para a ingestão diária de iodo, bem como orientações e recomendações dietéticas. Além disso, contribuem para o desenvolvimento de políticas públicas e para o monitoramento das deficiências nutricionais de iodo.
Portanto, este estudo dedicou-se à análise do conteúdo de iodo nos alimentos provenientes de agricultores familiares, buscando preencher a lacuna representada pela falta de informações sobre o conteúdo de iodo em alimentos brasileiros.

Financiamento
Este trabalho foi apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG – BPD 01017-22), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoa de Nível Superior (CAPES), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) (Chamada MCTIC/CNPq 2018 – Processo:439075/2018-1), Programa de Pós-Graduação em Ciência da Nutrição e Programa de Pós-Graduação em Agroecologia, ambos da Universidade Federal de Viçosa (Brasil).

Aprovação ética e consentimento para participar
Este estudo obteve aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa (Brasil) com parecer número 2.496.986. A participação deu-se de forma voluntária mediante confirmação de autorização posterior a leitura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Declaração de interesse concorrente
Os autores declaram que não têm interesses financeiros concorrentes ou relações pessoais conhecidas que possam ter influenciado o trabalho relatado neste artigo.

Agradecimentos
Agradecemos a todos os participantes do estudo.

Declaração de interesse
Os autores não têm conflitos de interesse a declarar.

Consentimento para participar
O consentimento informado foi obtido de todos os participantes incluídos no estudo.

Consentimento para publicar
Os participantes assinaram consentimento informado quanto à publicação de seus dados.

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Lopes, SO, Mayer, EM, Oliveira, SS, Bitencourt, JM, Fontes, EAF, Santos, RHS, Franceschini, SCC, Priore, SE. Determinação do teor de iodo em alimentos produzidos por agricultores familiares. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2025/mai). [Citado em 28/05/2025]. Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/determinacao-do-teor-de-iodo-em-alimentos-produzidos-por-agricultores-familiares/19607?id=19607

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