0989/2013 - Entre cuidar e vigiar: Ambiguidades e contradições no discurso de uma agente penitenciária. Between caring and watching out: Ambiguities and contradictions in the discourse of a female correctional officer.
• Mariana de Medeiros e Albuquerque Barcinski - Barcinski, M. - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - <mbarcinski@gmail.com>
Coautor(es):
• Bibiana Altenbernd - Altenbernd, B. - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - <bibiana.alt@gmail.com>
• Cristiane Campani - Campani, C. - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - <cristiane_campani@hotmail.com>
Área Temática:
Saúde e Gênero
Resumo:
O artigo tem como objetivo verificar de que modo o discurso de uma agente penitenciária que trabalha com mulheres encarceradas reflete de formas diversas a contradição inerente à instituição prisão, a saber, sua dupla missão de punir e ressocializar criminosos. Os dados coletados em uma penitenciária feminina do Rio Grande do Sul foram analisados através da Análise Crítica do Discurso, que tem como objetivo entender de que forma as produções discursivas refletem relações sociais de poder. A análise nos mostra que a prática desta agente fundamenta-se simultaneamente em ideologias punitivas e ressocializadoras, expressas em sentimentos contraditórios de raiva e carinho em relação às detentas. Os resultados nos apontam para a centralidade de gênero na relação estabelecida entre agentes e presas. Portanto, o fato de ser uma agente mulher cuidando e vigiando outras mulheres dota esta relação cotidiana de uma complexidade ainda maior, que extrapola os limites impostos pela prisão.
Palavras-chave:
gêneroprisão femininaagente penitenciária
Abstract:
The work aims at verifying how the discourse of a female correctional officer working in a prison for women reflects, in different ways, the inherent contradiction of prisons, that is, their double mission of punishing and re-socializing criminals. The data collected in a female prison in Rio Grande do Sul were analyzed through Critical Discourse Analysis, which has the goal of understanding how discursive productions reflect social power relations. The analyses show that this officer’s practice is based simultaneously in punitive and re-socializing ideologies, expressed in contradictory feelings of anger and affection towards incarcerated women. Results point to the centrality of gender in the relationship established between officers and interns. Thus, the fact of being a female officer caring and watching out for other women makes this daily relationship even more complex. Such complexity extrapolates the limits imposed by prisons.
Between caring and watching out: Ambiguities and contradictions in the discourse of a female correctional officer.
Resumo (abstract):
The work aims at verifying how the discourse of a female correctional officer working in a prison for women reflects, in different ways, the inherent contradiction of prisons, that is, their double mission of punishing and re-socializing criminals. The data collected in a female prison in Rio Grande do Sul were analyzed through Critical Discourse Analysis, which has the goal of understanding how discursive productions reflect social power relations. The analyses show that this officer’s practice is based simultaneously in punitive and re-socializing ideologies, expressed in contradictory feelings of anger and affection towards incarcerated women. Results point to the centrality of gender in the relationship established between officers and interns. Thus, the fact of being a female officer caring and watching out for other women makes this daily relationship even more complex. Such complexity extrapolates the limits imposed by prisons.
Barcinski, M., Altenbernd, B., Campani, C.. Entre cuidar e vigiar: Ambiguidades e contradições no discurso de uma agente penitenciária.. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2013/ago). [Citado em 24/12/2024].
Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/entre-cuidar-e-vigiar-ambiguidades-e-contradicoes-no-discurso-de-uma-agente-penitenciaria/13810?id=13810&id=13810