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0220/2024 - QUEM SÃO OS ALIMENTOS COMERCIALIZADOS COM O TERMO FIT NO BRASIL?
WHO ARE THE FOODS SOLD WITH THE TERM FIT IN BRAZIL?

Autor:

• Thamara de Cássia Carneiro - Carneiro, T. C. - <thamara.carneiro@aluno.ufop.edu.br>
ORCID: https://orcid.org/0009-0000-2786-7948

Coautor(es):

• Bruna Eugênia Ferreira Mota - Mota, B. E. F. - <brunaefmota@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6272-9145

• Francine Rubim de Resende - Resende, F. R. - <francine.resende@aluno.ufop.edu.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1862-8061

• Raquel de Deus Mendonça - Mendonça, R. D. M. - <raquel.mendonca@ufop.edu.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7599-8715

• Camila Carvalho Menezes - Menezes, C. C. - <camilamenezes@ufop.edu.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6709-8706



Resumo:

Há uma crescente oferta de alimentos fit/fitness e, no Brasil, ainda não há regulamentação. O objetivo desse estudo foi identificar e avaliar alimentos fit/fitness comercializados no Brasil, classificá-los quanto ao seu propósito e extensão de processamento e avaliar o seu perfil de nutrientes. A coleta de dados dos alimentos ocorreu em quatro estabelecimentos comerciais. A classificação NOVA foi utilizada para classificar os alimentos em relação ao propósito e extensão de processamento e os critérios da Organização Panamericana de Saúde (OPAS) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para avaliação do perfil de nutrientes. Dos 146 alimentos analisados, 79% foram classificados como ultraprocessados. Segundo o perfil de nutrientes, 75% e 39,2% dos alimentos possuíam pelo menos um nutriente crítico em nível elevado, quanto critérios da OPAS e ANVISA, respectivamente. Ademais, 80% dos rótulos apresentaram outras alegações e termos exaltando alguma propriedade nutricional. Conclui-se que alimentos fit/fitness são, em sua maioria, ultraprocessados, com elevada prevalência de nutrientes críticos e estão associados a presença de outros alegações que exaltam alguma característica positiva do produto, podendo induzir os consumidores ao engano.

Palavras-chave:

Alegações nutricionais; Perfil de nutrientes; Alimentos ultraprocessados.

Abstract:

There is a growing supply of fit/fitness foods and, in Brazil, there is still no regulation. The objective of this study was to identify and evaluate fit/fitness foods sold in Brazil, classify them according to their purpose and extent of processing and evaluate their nutrient profile. Food data collection took place in four commercial establishments. The NOVA classification was used to classify foods in relation to the purpose and extent of processing and the criteria of the Pan American Health Organization (PAHO) and the National Health Surveillance Agency (ANVISA) to evaluate the nutrient profile. Of the 146 foods analyzed, 79% were classified as ultra-processed. According to the nutrient profile, 75% and 39.2% of the foods had at least one critical nutrient at a high level, according to PAHO and ANVISA criteria, respectively. Furthermore, 80% of the labels presented other claims and terms extolling some nutritional property. It is concluded that foods containing the terms fit/fitness are, for the most part, ultra-processed, with a high prevalence of critical nutrients and are associated with the presence of other claims that highlight some positive characteristic of the product, which may mislead consumers.

Keywords:

Nutritional claim; nutriente profile; ultra-processed food.

Conteúdo:

1 INTRODUÇÃO

O Brasil e o mundo têm sido marcados pela alta prevalência de obesidade e Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) 1-5 que, entre outros aspectos, são efeito da mudança no padrão alimentar da população potencializado pela abundância de ultraprocessados na oferta global de alimentos. Esses alimentos, em grande parte, são caracterizados por serem densos em energia, com alto teor de açúcares, gorduras totais, saturadas e trans, e sódio e baixo de vitaminas, minerais e fibras 6. Em contrapartida, observa-se uma busca pelo padrão de beleza imposto pela nossa sociedade e pelos meios de comunicação, e os consumidores têm modificado certas escolhas alimentares com o objetivo de melhorar sua saúde e bem-estar7.
A indústria acompanha a mudança de perfil dos consumidores e fica atenta às suas necessidades e desejos8, adotando estratégias de comercialização de alimentos vistos popularmente como mais saudáveis. Dessa forma, novos produtos têm ganhado impulso na indústria alimentícia, como a reformulação de produtos a partir da redução do conteúdo calórico ou diminuição da quantidade de açúcares adicionados/livres, substituindo-os por edulcorantes de alta intensidade 9-11.
Nesse aspecto, a rotulagem de alimentos é um instrumento importante, que tem como objetivo informar sobre a qualidade nutricional e garantir a segurança dos alimentos, sendo uma das formas mais diretas que conectam o alimento ao consumidor12. Dentre as informações nutricionais presentes nos rótulos, destacam-se as alegações nutricionais, que são definidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) como:
“qualquer declaração, com exceção da tabela de informação nutricional e da rotulagem nutricional frontal, que indique que um alimento possui propriedades nutricionais positivas relativas ao seu valor energético ou ao conteúdo de nutrientes, contemplando as alegações de conteúdo absoluto e comparativo e de sem adição.” 13.
As alegações nutricionais possuem o propósito de destacar algum conteúdo nutricional e/ou energético dos alimentos e são consideradas tão eficazes quanto as publicidades televisivas, uma vez que atraem e influenciam os consumidores 14-16. No entanto, devido a influência das alegações no poder de compra, sua utilização tem contrariado cada vez mais seu objetivo principal, sendo adaptada pela indústria como “alegações de marketing de nutrição” e, muitas vezes, se apresentam de forma confusa e/ou incompletas, levando o consumidor ao engano 14,17-21. Desse modo, os termos fit ou fitness, embora não definidos pela legislação brasileira, têm sido cada vez mais empregados nos rótulos dos alimentos. Segundo Koenigstorfer e Baumgartner 22, esses termos, assim como dicas de condicionamento físico em embalagens de alimentos, são uma prática comum de marketing no setor de alimentos. Sendo assim, os produtos que trazem essas terminologias podem levar os consumidores a acreditarem que é possível atingir seus objetivos de composição corporal consumindo-os 22-25.
No Brasil não existem estudos que mostram a relação entre a presença de terminologias fit/fitness nos rótulos de alimentos e a qualidade nutricional dos alimentos. Portanto, faz-se necessário investigar quais as características desses produtos, a fim de analisar a salubridade e a correspondência desses às expectativas dos consumidores, sendo base para criação de regulamentações com foco na promoção da saúde. Diante do exposto, o presente estudo teve como objetivo identificar e avaliar o perfil de nutrientes de alimentos comercializados no Brasil com a presença dos termos fit/fitness nos rótulos, assim como sua extensão e propósito de processamento e a presença de alegações nutricionais.
2 METODOLOGIA

2.1 BANCO DE ALIMENTOS COMERCIALIZADOS COM TERMO FIT OU FITNESS

O estudo tem caráter observacional transversal, realizado entre os meses de janeiro e fevereiro de 2023. A coleta de dados pautou-se na identificação e catalogação das imagens e informações contidas nos alimentos que apresentassem em seu rótulo as terminologias fit/fitness. Essa etapa foi realizada de forma online, por meio do acesso aos principais e-commerces de alimentos. Para identificar outros alimentos e ampliar o tamanho da amostra, a catalogação de alimentos também foi realizada de forma presencial, sendo realizadas visitas em quatro estabelecimentos comerciais distintos.
A seleção dos estabelecimentos comerciais para a coleta de informações de forma presencial foi realizada de acordo com ranking dos maiores supermercados brasileiros divulgado pela Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) em 2022, especificamente as informações presentes no ranking estadual referente ao estado de Minas Gerais. Dessa forma, foram selecionados quatro grandes supermercados, em razão da grande variedade de produtos normalmente encontradas nesses estabelecimentos.
A seleção dos e-commerces de alimentos incluídos no estudo foi realizada de acordo com as informações das empresas destaques no segmento de supermercados, hipermercados, atacarejo e conveniência da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) em 2021 26, sendo selecionados o primeiro e o terceiro colocado. A segunda empresa mencionada no ranking foi excluída por não apresentar um site que possibilitasse a compra de alimentos. De forma semelhante, também foi selecionado o principal site de e-commerce da SBVC de 2021 26. Os produtos alimentares coletados online seguiram o critério de busca por palavras-chave, “fit” e “fitness”, sendo incluídos no estudo os alimentos fabricados no Brasil e que apresentassem as informações nos rótulos em português, exceto o termo em estudo. Uma vez identificados os produtos disponíveis nestas plataformas, suas informações nutricionais foram coletadas e, quando não presentes nos sites, foram obtidas diretamente nos sites dos próprios fabricantes.
Devido a maior viabilidade para ter acesso aos supermercados de forma presencial, a coleta foi realizada em três municípios diferentes, Belo Horizonte, Ouro Preto e Mariana, o que aumentou a variabilidade de cenários comerciais para a pesquisa. As buscas presenciais tiveram como parâmetro a observação geral de todos os setores de alimentos, sendo catalogados todos os alimentos que expunham as terminologias fit/fitness nos rótulos por meio da denominação da venda, e marca e/ou nome fantasia, considerando as variedades/sabores. A catalogação seguiu o método proposto por Kanter et al. 27, onde foi fotografado cada produto, incluindo o registro fotográfico da embalagem completa do alimento, ou seja, painel principal, laterais e verso.
Todos os dados encontrados, tanto presencialmente quanto online, foram organizados em uma planilha segmentada no Microsoft Excel® 2016, segundo especificações citadas por Kanter et al. 28, descrevendo as seguintes informações: nome do produto, marca, sabor, tamanho da porção, informações do painel de informações nutricionais, lista de ingredientes, presença de alegações nutricionais e edulcorantes. Posteriormente, os alimentos foram analisados de acordo com a extensão e proposito de processamento, perfil de nutrientes e presença de alegações.

2.2 CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO AO GRUPO DE ALIMENTOS E À EXTENSÃO E PROPÓSITO DE PROCESSAMENTO

Os alimentos foram classificados de acordo com a extensão e propósito de processamento seguindo os parâmetros da classificação NOVA 29. Além disso, foram categorizados de acordo com os grupos de alimentos definidos pelo anexo V da Instrução Normativa (IN) nº 75/2020 30, seguido de uma caracterização estratificada e adaptada do modelo de Dunford et al. 31.

2.3 CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO AO PERFIL DE NUTRIENTES

Para identificar se os alimentos que apresentavam os termos fit/fitness em seus rótulos continham excesso de nutrientes críticos (como sódio, açúcares e gorduras) e que, por consequência, receberiam rotulagem nutricional frontal, foi utilizado os modelos de perfil de nutrientes da Organização Panamericana de Saúde (OPAS)32 e da ANVISA13 (Quadro 1). Os nutrientes críticos são aqueles descritos pela OMS como prejudiciais à saúde 33. A definição de quais nutrientes devem ser analisados e os níveis máximos aceitáveis para consumo foram pautados nas metas de ingestão de nutrientes para a população estabelecidas pela OMS para prevenção da obesidade e de doenças não transmissíveis 33. Cabe ressaltar que, no caso dos alimentos que requerem preparo com adição de outros ingredientes (como bebidas e misturas instantâneas de sobremesas e sucos concentrados), os pontos de corte definidos pelo perfil de nutrientes sugerido pela ANVISA devem ser aplicados com base no alimento pronto para o consumo, conforme instruções de preparo13.

Quadro 1. Características e pontos de corte dos modelos de perfis de nutrientes utilizados para a avaliação da qualidade dos alimentos comercializados com rótulos contendo os termos fit/fitness.
INSERIR QUADRO 1 AQUI
Nota: *OPAS: Organização Pan-Americana da Saúde; **ANVISA: Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Fonte: Brasil 30; OPAS 32
Segundo o modelo de perfil de nutrientes da OPAS32, alimentos in natura ou minimamente processados, de acordo com a classificação NOVA, não são considerados elegíveis para avaliação do perfil de nutrientes, ou seja, somente deverão ser analisados por esse modelo de perfil de nutrientes os alimentos classificados como processados e ultraprocessados. Da mesma forma, segundo o modelo de perfil de nutrientes da ANVISA13, são inelegíveis para avaliação os alimentos para bebês, alimentos para usos dietéticos especiais. assim como frutas, hortaliças, leguminosas, tubérculos, cereais, nozes, castanhas, sementes e cogumelos, farinhas, carnes e pescados, ovos, leite fermentado e queijos, desde que não sejam adicionados de ingredientes que agreguem açúcares adicionados ou valor nutricional significativo de gorduras saturadas ou de sódio ao produto.
Conforme exposto no Quadro 1, o modelo de perfil de nutrientes da OPAS32 avalia os teores de açúcares livres nos alimentos, enquanto o modelo da ANVISA13 avalia os teores de açúcares adicionados. Sendo assim, a OPAS define açúcares livres como “monossacarídios e dissacarídios adicionados a alimentos e bebidas pelo fabricante, cozinheiro e/ou consumidor somados aos açúcares naturalmente presentes no mel e em caldas e sucos de frutas”.
Apesar do modelo de perfil de nutrientes da OPAS considerar os açúcares livres, a presença dessa informação nos rótulos de alimentos não é exigida pela legislação brasileira, apenas os açúcares adicionados. Assim, nos casos possíveis, foi estiamada a quantidade de açúcares livres usando o método proposto pela OPAS 32 que considera a informação sobre a quantidade de açúcares totais e/ou adicionados declarada nos rótulos dos alimentos.
Neste sentido, o método de quantificação de açúcares livres da OPAS32 considera que quando os fabricantes descrevem a ausência de açúcar (0g) ou informa a quantidade de adição de açúcares, considera-se a mesma informação para açúcares livres. Caso o alimento seja do grupo de refrigerantes, bebidas para desportistas, biscoitos doces, cereais matinais, chocolates e biscoitos salgados e apresente a quantidade de açúcares totais, considera-se o mesmo valor para açúcares livres. Se o alimento for do grupo de alimentos leite e iogurte aromatizado ou do grupo de frutas em calda e o fabricante declarar a quantidade de açúcares totais, considera-se 50% do valor informado para açúcares livres. Para o grupo de alimentos barra de cereais com fruta, considera-se 75% da quantidade de açúcares totais informados pelo fabricante. Nos casos em que os teores de açúcares (totais ou adicionados) não são informados pelos fabricantes, não foi possível avaliar o teor de açúcar livre do alimento.
Identificou-se quais produtos continham edulcorantes baseada em palavras-chave na lista de ingredientes de cada alimento ou bebida de acordo com a OPAS 32: aspartame, sacarina, sucralose, ciclamato, acessulfame-kk, estévia, polidextrose, maltitol, manitol, isomaltose, neotame, xilitol, taumatina e advantame.

2.4 PRESENÇA DE ALEGAÇÕES NUTRICIONAIS

A IN 75/2020 30 estabelece os requisitos técnicos para declaração da rotulagem nutricional nos alimentos embalados. Neste sentido, seguindo as especificações definidas nos anexos XIX, que se refere aos termos autorizados para declaração de alegações nutricionais e no anexo XX, que descreve os critérios de composição e de rotulagem que devem ser atendidos para declaração de alegações nutricionais, verificou-se a presença de alegações nutricionais que estivessem destacadas no painel frontal dos rótulos dos alimentos avaliados. Também foram coletados outros termos que remetem a aspectos “nutricionais” (como vegano) na parte frontal dos rótulos que não são contempladas na instrução normativa em questão.

2.5 ANÁLISE DOS DADOS

Os dados foram organizados em planilhas Excel® e as análises descritivas foram realizadas para o cálculo das medidas de frequências absoluta e relativa. Para a análise dos dados foi utilizado o Statistical Packages for the Social Sciences (SPSS) versão 18.0. A presença de nutrientes críticos em excesso, que acarretaria na obrigatoriedade de inserção de rotulagem nutricional frontal, foi avaliada por meio de cada modelo de perfil de nutrientes (OPAS e ANVISA) e foi determinada em número e proporção (porcentagem e intervalo de confiança a 95% - IC 95%) de alimentos que seriam considerados insalubres. A concordância entre os modelos foi verificada por meio de análise estatística Kappa de Cohen34, assim como realizado por Duran et al. 35, levando-se em consideração um nível de significância de 95%. Para a interpretação do coeficiente Kappa foram considerados os seguintes parâmetros: 0,01–0,20 – leve; 0·21–0·40 – regular; 0,41–0,60 – moderado; 0,61–0,80 – substancial; e 0,81–1,00 – quase perfeito ou concordância perfeita 36.

3. RESULTADOS

Identificou-se 146 alimentos comercializados com os rótulos contendo os termos fit/fitness. Considerando os grupos de alimentos definidos pelo anexo V da IN 75 30, entre os alimentos e bebidas identificados, a maioria se enquadra nos grupos de molhos, temperos prontos, caldos, sopas, pratos semiprontos ou prontos para consumo e bebidas alcoólicas (35,6%), seguido de açúcares e produtos com energia proveniente de carboidratos e gorduras (31,5%) e produtos de panificação, cereais, leguminosas, raízes, tubérculos e seus derivados (15,8%) (Tabela 1).
Tabela 1. Classificação dos alimentos comercializados com os termos fit ou fitness de acordo com os grupos de alimentos definidos pela ANVISA.
INSERIR TABELA 1 AQUI
*Grupos de alimentos conforme a IN 75/2020 30.

Já pela classificação quanto à extensão e propósito de processamento, destaca-se que cerca de 78,8% dos alimentos foram classificados como ultraprocessados e menos de 10,3% como in natura e minimamente processados (Figura 1).
Figura 1. Classificação dos alimentos com terminologias Fit/Fitness conforme a extensão e propósito de processamento proposto pela classificação NOVA (n=146).
INSERIR FIGURA 1 AQUI

Ademais, entre os alimentos classificados como processados ou ultraprocessados (130), 75,4% apresentaram pelo menos um nutriente crítico (acima dos limites estabelecidos) e receberiam o alerta da rotulagem nutricional frontal de acordo com o perfil de nutrientes da OPAS 32 (Tabela 2), destacando as prevalências de altos teores de açúcares livres (63,9%) e gorduras totais (50,8%) nestes alimentos.
Utilizando a avaliação do perfil de nutrientes pelo modelo proposto pela ANVISA, houve uma prevalência menor de produtos com alto teor de gorduras saturadas (18,5%), açúcares adicionados (33,3%) e sódio (6,9%) (Tabela 2). Essa discordância entre os dois modelos foi verificada por meio dos baixos valores de coeficiente Kappa entre os dois modelos de perfil de nutrientes utilizados (OPAS e ANVISA), especialmente quando se avalia a classificação geral (pelo menos um nutriente crítico) (Índice Kappa = 0,20; p<0,001; concordância = 40,7%) (Tabela 2).
Tabela 2. Prevalência de nutrientes críticos nos alimentos comercializados com os termos Fit ou Fitness classificados como processados ou ultraprocessados.
INSERIR TABELA 2 AQUI
Nota: OPAS: Organização Pan-Americana da Saúde; ANVISA: Agência Nacional de Vigilância Sanitária. IC: Intervalo de Confiança.
1 Monteiro et al. 29. 2 OPAS 32. 3 Brasil 30.
*Total de alimentos elegíveis para classificação segundo os dois modelos de perfis de nutrientes, exceto para “açúcares”.
**Para o modelo de perfil nutricional (NPM) da OPAS e da ANVISA, a estimativa dos teores de açúcares livres e açúcares adicionados foram calculados a partir das informações de açúcares totais e açúcares adicionados disponíveis nos produtos. Como, no Brasil, essas declarações ainda não estão presentes em todos os rótulos, só foi possível analisar 72 alimentos entre os 130 identificados e classificados como processados ou ultraprocessados, os quais apresentavam essas informações em suas tabelas de informação nutricional, sendo: processados: n=1; ultraprocessados: n=71

Ao lado da prevalência relevante da presença de altos teores de açúcares nos alimentos avaliados, pode-se verificar também que, entre os alimentos elegíveis para a classificação, 53,1% continham pelo menos um edulcorante em sua lista de ingredientes e 32% mais de um, sendo mais presentes em doces, pós para refresco e/ou chás, e adoçantes, além de biscoitos e iogurtes. Concomitantemente, verificou-se que além dos termos fit/fitness, diversas outras alegações e termos que sugerem benefício a saúde estavam presentes no painel principal desses alimentos, tais como “sem glúten”, “vegano”, “rico em fibras”, entre outros (Figura 2).
Figura 2. Prevalência de alegações nutricionais e/ou uso de outros termos em alimentos comercializados com os termos Fit ou Fitness (n=146).
INSERIR FIGURA 2 AQUI
*Outras = alegações/termos como rico em minerais, não contém conservantes, orgânico entre outros.

DISCUSSÃO
Os termos fit/fitness não estiveram associados a apenas um grupo de alimentos. Entretanto, tais termos estavam mais presentes em alimentos ultraprocessados, os quais, de forma geral, possuem, muitas vezes, alta densidade calórica, desbalanço na composição de micro e macronutrientes, além do uso de aditivos alimentares 37. Na tentativa de tornar o produto mais atraente, estratégias de marketing podem levar os consumidores ao engano, usando conceitos amplos de saúde e bem-estar 38, dessa forma a alta prevalência de alimentos ultraprocessados fit/fitness é preocupante. Alimentos fit/fitness, entretanto, por vezes, são alimentos que podem conter alto valor calórico e teores de açúcar e de gordura elevados 39.
O uso de alegações de alguma propriedade nutricional pode gerar no consumidor a percepção de que aquele alimento é mais saudável, enquanto a ausência de alegações nutricionais gera percepção de que os alimentos são menos saudáveis40-42. No entanto, tais alegações são utilizadas como estratégias de marketing, especialmente nos alimentos ultraprocessados 43,44.
Apesar da terminologia fit/fitness não ser regulamentada no Brasil quanto ao seu uso, observa-se no presente estudo que o uso indiscriminado dos termos fit/fitness pode gerar percepções de atribuições nutricionais aos alimentos que não são correspondentes às suas reais propriedades. Koenigstorfer et al. 22 observaram que a presença do termo fitness nos rótulos de alimentos comercializados na Austrália levava ao aumento do tamanho da porção consumida, o que pode ser devido à percepção errada sobre maior qualidade nutricional do alimento fitness. Dessa forma, a regulamentação desses produtos, bem como a inserção de rotulagem nutricional frontal poderiam melhorar o entendimento do consumidor sobre esses produtos.
Como estratégia para atrair os consumidores, a indústria, muitas vezes, diminui o teor de nutrientes críticos, como os açúcares (que conferem menor percepção salubridade) por meio da incorporação de aditivos alimentares que podem aumentar a percepção de salubridade dos alimentos, como os edulcorantes 9,45. Esses aditivos proporcionam sabor doce e nenhum ou baixo valor calórico, sendo utilizados como substitutos dos açúcares 46,47. No entanto, a busca por uma alimentação saudável pode levar ao consumo excessivo dessas substâncias 48, as quais estudos têm demonstrado que o consumo a longo prazo pode provocar alterações metabólicas na microbiota intestinal, levando a disbiose, intolerância à glicose e, possivelmente, ao desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 2 48,49. A American Heart Association 50 e a American Diabetes Association51 sugerem limitar o uso de adoçantes devido à escassez de evidências sobre sua associação com risco cardiometabólico e seu efeito no peso corporal 52,53. Ademais, recentemente, a OMS se posicionou contrária ao uso de edulcorantes para indivíduos sem diabetes mellitus, baseado em evidências de que o consumo desses aditivos tem pouco a nenhum benefício à saúde, além de aumentarem o risco para diabetes mellitus tipo 2 e de doenças cardiovasculares54.
De acordo com Duarte, Teixeira e Silva 55, a saúde é um aspecto importante na hora da compra e as alegações nutricionais e de saúde no rótulo do produto levam a uma percepção mais favorável, sendo utilizadas pela indústria alimentícia para atrair o público preocupado com a saúde e o corpo 56. Nesse sentido, pode-se observar que a composição destes alimentos fit/fitness parece não ser nutricionalmente balanceada. Observa-se que, em grande parte, os alimentos poderiam receber advertência de altos teores de açúcares adicionados e presença de pelo menos um edulcorante, além de serem classificados como ultraprocessados.
Outro aspecto relevante sobre rotulagem de alimentos aqui investigado se trata do perfil de nutrientes adotado para a exposição da rotulagem nutricional frontal. A discordância entre o perfil de nutrientes da OPAS e ANVISA condiz com o estudo de Duran et al. 35, o qual demonstrou que o rigor do modelo de perfil de nutrientes proposto pela ANVISA é menor em alguns nutrientes quando comparado ao modelo adotado pela OPAS e que pode não ser adequado para alertar os consumidores quanto aos produtos que contêm teores elevados de açúcares adicionados. Da mesma forma, o estudo de Silva et al. 57 evidenciou que o modelo de perfil de nutrientes da ANVISA foi mais permissivo quando comparado ao modelo proposto pela OPAS.
O estudo foi realizado com o intuito de abranger os principais estabelecimentos locais de três municípios e os principais e-commerces nacionais. Entretanto, considera-se uma limitação a inexistência de um banco de alimentos em âmbito nacional, o que possivelmente favoreceria a avaliação de um número superior de alimentos. Uma outra limitação apresentada é pautada na falta da descrição de açúcares nas tabelas de informações nutricionais, uma vez que a identificação dos produtos foi realizada em um período em que muitas indústrias ainda não haviam adequado seus rótulos às legislações vigentes no Brasil 13,30.
Ressalta-se que este é o primeiro estudo a apresentar um panorama geral das características nutricionais e a percepção de consumidores sobre alimentos contendo o termo fit/fitness. Pela coleta de informações de estabelecimentos comerciais amplamente utilizados pela população brasileira, foi possível avaliar a qualidade nutricional desses produtos e identificar a necessidade de uma regulamentação que garanta que o consumidor não seja enganado pelo uso da terminologia.
Conclui-se que a maioria dos alimentos comercializados com terminologias fit/fitness nos rótulos identificados não apresentam um padrão de características nutricionais salubres, sendo utilizado prevalentemente em alimentos ultraprocessados como biscoitos, doces e pós para refrescos, além de apresentarem altos teores de nutrientes críticos. Sendo assim, devido à falta de regulamentações sobre o uso dos termos fit/fitness no Brasil, pressupõe-se que esses termos são utilizados como ferramentas de marketing pela indústria alimentícia visando atrair o consumidor, uma vez que esses termos são usualmente relacionados a melhor qualidade nutricional ou menor valor calórico dos alimentos. Nesse sentido, é importante a ampliação de estudos sobre suas características e sua influência na saúde humana, sendo base para a fundamentação de regulamentações com o intuito de garantir a saúde e proteção do consumidor.

FINANCIAMENTO
O presente estudo teve apoio financeiro da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES, código 001), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e Universidade Federal de Ouro Preto.

CONFLITO DE INTERESSES
Os autores não possuem nenhum conflito de interesses a declarar.

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Carneiro, T. C., Mota, B. E. F., Resende, F. R., Mendonça, R. D. M., Menezes, C. C.. QUEM SÃO OS ALIMENTOS COMERCIALIZADOS COM O TERMO FIT NO BRASIL?. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2024/mai). [Citado em 22/12/2024]. Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/quem-sao-os-alimentos-comercializados-com-o-termo-fit-no-brasil/19268?id=19268

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