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Artigos

0107/2024 - Significados atribuídos ao cuidar de uma pessoa idosa na família
Meanings attributed to caring for an older person in the family

Autor:

• Deomara Cristina Damasceno Garcia - Garcia, D. C. D. - <deomara@hotmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1711-3330

Coautor(es):

• Wilza Carla Spiri - Spiri, W. C. - <wilza.spiri@unesp.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0838-6633

• José Eduardo Corrente - Corrente, J. E. - <jose.corrente@unesp.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5478-4996

• Alessandro Ferrari Jacinto - Jacinto, A. F. - <alessandrojacinto@uol.com.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1977-5880



Resumo:

O objetivo deste estudo foi compreender, junto aos idosos familiares cuidadores, os significados atribuídos ao cuidar de uma pessoa idosa na família. A abordagem qualitativa envolveu entrevista semiestruturada com três questões norteadoras aos idosos familiares cuidadores. Os participantes foram pessoas idosas familiares que cuidam de seus parentes com mais de 60 anos, doentes e/ou dependentes, selecionados por conveniência, de acordo com os critérios de elegibilidade. Dos 51 participantes, 23 foram escolhidos para compor a amostra para o estudo qualitativo. As duas categorias aventadas na Análise de Conteúdo Temática Categorial foram confirmadas também através da Análise Fatorial. Na primeira dimensão, “Aspectos ligados aos Cuidados”, referiu-se à cronicidade do estado de saúde do idoso cuidado. Na segunda dimensão, “Aspectos ligados à Qualidade de Vida do Cuidador”, predominou a categoria referente à condição do idoso cuidador. Portanto, estas duas categorias identificadas esclareceram os significados atribuídos ao processo de cuidar de um idoso familiar doente, inclusive para se pensar também na importância do papel do idoso cuidador como um agente essencial na relação entre ele e o idoso cuidado, bem como no processo de cuidar.

Palavras-chave:

Cuidadores, Família, Idosos, Qualidade de vida

Abstract:

The objective of this study was to understand, together with older family caregivers, the meanings attributed to caring for an older adult in the family. The qualitative approach involved a semi-structured interview with three guiding questions for older family caregivers. The participants of the research sample were older family members who take care of their relatives over 60 years old, sick, and/or dependent, ed for convenience, according to the eligibility criteria. Of the 51 participants, 23 were chosen to compose the qualitative study sample. The two categories shown in the Categorical Thematic Content Analysis were also confirmed through Factor Analysis. The first dimension, “Aspects related to Care”, referred to the chronicity of the health of the older adult being cared for. The second dimension, “Aspects related to the Caregiver\'s Quality of Life”, was the category related to the condition of the older adult caregiver. These two unveiled categories covered the meanings attributed to caring for a sick family member, including also thinking about the importance of the role of the older caregiver as an essential agent in the relationship between him and the older cared and the care process.

Keywords:

Caregiver, Family, Older Adult, Quality of Life

Conteúdo:

Introdução

O processo de cuidar é um assunto de grande interesse face ao perfil da sociedade contemporânea quanto à vivência com um número cada vez maior de pessoas idosas na família. A tarefa do cuidar compreende relações em que cuidado, atenção, solicitude em relação ao outro são postas em ação1 e vem sofrendo constantes transformações e adquirindo contornos diversos ao longo da história2.
A literatura gerontológica consagrou o uso dos termos formal e informal. A categoria de cuidador formal designa um tipo de apoio com base em relações profissionais remuneradas. O cuidador informal funciona a partir de relações de amizade, coletivismo e parentesco, aquele que cuida de uma pessoa idosa da sua própria família3,4.
A família, principal elemento desta rede de apoio informal, é a fonte primária dos cuidados aos idosos. Esses cuidados são definidos a partir dos padrões e regras de relações constituídas entre os seus membros e podem variar diante de eventos, que venham ocorrer na família e as peculiaridades dos cuidados a serem desenvolvidos diante do grau de dependência dos idosos5.
A qualidade de vida (QV) do cuidador provavelmente está associada à QV do indivíduo cuidado e, quando a QV do cuidador se deteriora, é provável que haja maior risco à QV do cuidado, e com custo social mais alto. A Organização Mundial da Saúde considera a natureza subjetiva do conceito de QV e enfatiza o aspecto multidimensional em pelo menos três domínios nas dimensões positivas e as negativas: físico, psicológico e social6.
A compreensão do processo de uma pessoa idosa cuidar de um outro idoso na família tem sido pouco investigada. Na pesquisa de Garcia et al.7, dos 1.143 artigos selecionados apenas dez foram incluídos e os autores reuniram, selecionaram e analisaram os artigos que avaliavam a qualidade de vida desses cuidadores, especificamente, os instrumentos de avaliação da QV, os aspectos dos cuidados e a forma de intervenção juntos aos idosos cuidadores.
O objetivo deste estudo é compreender, junto aos idosos familiares cuidadores, os significados atribuídos à função de cuidar de uma pessoa idosa da família.

Métodos

Tipo de estudo
Tratou-se de estudo com abordagem qualitativa, por meio da análise de conteúdo com a técnica de entrevista semiestruturada para o levantamento dos dados. O método qualitativo é aquele capaz de incorporar a questão do significado e da intencionalidade8. O método clínico-qualitativo apresenta características específicas como a preocupação com os significados conscientes e inconscientes atribuídos pelos participantes estudados frente aos diversos fenômenos vivenciados9. Nosso estudo considerou uma forma de entrevista que possibilitasse ao participante sua manifestação por meio do seu discurso. O pesquisador manteve relação face a face, valorizando as trocas afetivas mobilizadas na interação pessoal, atenção à fala do participante nos tópicos ligados à saúde/doença, aos serviços de saúde frequentados e/ou ao como manejava suas vivências10.

Amostra e critérios de elegibilidade
Os participantes foram pessoas idosas familiares que cuidam/cuidavam de seus parentes com mais de 60 anos doentes/dependentes, selecionados por conveniência. As informações sobre os idosos cuidadores e cuidados foram obtidas a partir do relato dos cuidadores e dos registros nos prontuários do Centro de Saúde Escola (CSE) e os do Centro de Convivência dos Idosos (CCI), localizados numa cidade de médio porte no interior do Estado de São Paulo.
Os critérios de inclusão foram: idoso familiar cuidador estar cadastrado no Centro de Saúde Escola, aceitar participar da pesquisa e assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e estar cuidando de um membro idoso da família com uma doença diagnosticada. Os critérios de exclusão foram: idoso familiar cuidador ser incapaz de responder às questões das entrevistas e o idoso familiar cuidado estar institucionalizado.

Coleta de dados
A abordagem qualitativa adotou a entrevista semiestruturada, que contava com questões norteadoras aos idosos familiares cuidadores: 1) Como é cuidar de X?; 2) Como você se vê nesse processo de cuidar?; 3) Que alterações houve em sua vida?
A pesquisadora compareceu ao CCI e CSE para o agendamento das entrevistas e usou contato pessoal ou telefônico para definir dia, horário e local. No primeiro encontro, lia-se o TCLE, a pesquisadora e o participante assinavam as duas vias e cada um ficava com sua cópia. Para identificação dos participantes, cada um deles foi renomeado pela letra E seguida de um número sequencial crescente. A coleta de dados ocorreu em duas etapas: novembro/2019 a março/2020 e de novembro/2021 a agosto/2022, sendo que no período crítico da pandemia os agendamentos das entrevistas foram suspensos.
Da amostra total da pesquisa, alguns dos participantes (subamostra) foram selecionados de forma não probabilística para este estudo qualitativo e o fechamento amostral foi realizado pelo critério da saturação teórica11. A partir do não surgimento de novas unidades de significação e da repetição de conteúdos, completou-se a coleta com o fechamento da subamostra. Dois pesquisadores estiveram envolvidos nesta análise e houve consenso na composição da subamostra (qualitativa).
Este estudo foi submetido à análise de um Comitê de Ética em Pesquisa e aprovado no dia 12 de junho de 2019 – CAAE: 14016419.1.0000.5411 e Número do Parecer: 3.386.130.

Análise dos Dados
Utilizaram-se a Análise de Conteúdo Temática Categorial (Fases 1 e 2) e a Análise Fatorial (Fase 3) para o tratamento e a compreensão dos dados levantados das respostas das questões da pesquisa e recorreu-se da teoria psicológica para a interpretação e discussão dos temas e categorias elencados. Cada entrevista foi ouvida e digitada na íntegra e os materiais da transcrição foram: discursos e observações a respeito dos participantes.
A Análise de Conteúdo Temática Categorial baseou-se na adaptação de Bardin12 e de Graneheim & Lundman13. A Análise de Conteúdo qualitativa é um método que lida tanto com o conteúdo manifesto (o que diz o texto, geralmente, apresentado em categorias) quanto com o conteúdo latente (obtido pela interpretação do texto - temas)13.
Na Fase 1, realizaram-se a pré-análise (a) e a exploração do material (b). Com a pré-análise das respostas das entrevistas dos idosos participantes, procedeu-se uma exaustiva leitura flutuante, houve a escolha dos documentos e a constituição do corpus do material a ser preparado: registros orais e observacionais e a transcrição desses registros referente à entrevista de cada um deles. Na exploração do material, procederam-se os levantamentos das unidades de significado, unidades de significado condensado, interpretações do significado subjacente, subtemas e temas12,13 (Figura 1).
Na Fase 2, prepararam-se o tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação (c). Foram elencados os subtemas, temas, as categorias e chegou-se ao Tema Geral a partir da descrição e da análise dos dados. Todos esses processos foram realizados pela pesquisadora e reanalisados por outro pesquisador de forma interativa. Diante de discordâncias, houve a discussão e reinterpretação dos dados até se chegar num consenso. Buscou-se transmitir de forma clara e fidedigna as falas dos participantes para possibilitar a construção dos núcleos de categorização sobre o processo de cuidar (Figura 1).
Na Fase 3, realizou-se a Análise Fatorial para confirmar e apresentar qual a predominância de um fator sobre o outro. A avaliação dos temas (subcategorias) obtidos na análise qualitativa foi submetida à análise com rotação varimax para a extração dos fatores mais representativos e, assim, obter o Tema Geral.
Figura 1

Resultados

Análise de Conteúdo Temática Categorial – Fases 1 e 2
Dos 51 participantes, do momento inicial do estudo, advindos dos dois centros pesquisados, foram convenientemente selecionados e alcançaram a saturação teórica dos enunciados, os primeiros 23 para compor a amostra da pesquisa qualitativa.
A idade dos idosos familiares cuidadores variou entre 60 e 80 anos; 19 mulheres e 4 homens, todos cristãos. A idade dos idosos cuidados variou entre 66 a 96 anos. Houve uma variação quanto ao grau de dependência dos familiares cuidados; em relação aos seus diagnósticos (destaque à demência e ao AVC) e ao tempo de cuidados ao familiar (de um a 31 anos).
Realizaram-se a interpretação e a análise dos dados qualitativos com as nomeações dos temas (subcategorias) e as definições das categorias específicas com base na natureza multidimensional do conceito de Qualidade de Vida do Grupo WHOQOL e nos aportes teóricos da psicologia. A categoria – Aspectos ligados à Qualidade de Vida do Cuidador – abarcou os temas: Psicológicos, Físicos, Sociais e Ambientais (positivos e negativos). A outra categoria – Aspectos ligados aos Cuidados – relacionou-se aos temas: Relacionais (relação do idoso cuidador com o familiar com mais de 60 anos) (positivos, negativos e ambivalentes) e Alterações na vida do idoso cuidador (sem alterações, com alterações: positivas e negativas) (Quadro 1). A estruturação de duas categorias possibilitou chegar ao Tema Geral, à compreensão quanto aos significados atribuídos ao cuidar de um familiar com mais de 60 anos.
Quadro 1

Na categoria, Aspectos ligados à Qualidade de Vida do Cuidador, tiveram-se os temas e seus respectivos subtemas nas dimensões positivas e negativas:
• Psicológicos: ligados à subjetividade dos participantes, seus sentimentos, emoções, autoestima.
o positivos: “Durmo muito bem, graças a Deus (risos). Sou muito satisfeito comigo, não quero outro” (Idoso cuidador E26).
Destacou-se também a importância do papel da Religiosidade na vida desses idosos cuidadores como forma de esperança, superação, apoio: “Eu sei que eu tenho que amar, viver a Palavra se me chamo cristã, mas ao mesmo tempo, eu tenho de acordar para mim, trabalhar nem que seja voluntário !” (Idosa cuidadora E2).
o negativos: “Eu queria poder fazer melhor, eu fico brava comigo mesma porque eu queria me doar mais e ter mais paciência ...” (Idosa cuidadora E19).
De acordo com as interpretações do discurso e das observações na forma de se expressar, do tom de voz, os cuidadores mostraram-se também autoexigentes, frustrados, culpados, com raiva, insatisfeitos. A idosa cuidadora E7 declarou-se afetada e sobrecarregada nesse momento de sua vida: “É tudo eu e eu fico sobrecarregada o tempo todo. Falam que eu sou pessimista, não é ser pessimista, é ser realista!” (Idosa cuidadora E7).
• Físicos: estados do corpo, problemas de saúde, necessidades básicas, sexualidade.
o positivos: “Não é nada cansativo para mim, não é não” (Idosa cuidadora E18).
o negativos: “ ... não tenho saúde, a dor atrapalha minha vida, não durmo bem. Depois que comecei a cuidar, sofri mais da coluna, dos braços, de tanto fazer força” (Idosa cuidadora E3).
• Sociais: relações sociais estabelecidas e desenvolvidas pelo cuidador.
o positivos: “Eu saio. Eu viajo e quando é possível ela (mãe) viaja comigo...” (Idosa cuidadora E4).
A possibilidade de receber ajuda de terceiros nos cuidados com o idoso familiar foi tida como um aspecto positivo na vida desses cuidadores. Porém, aqueles que não a recebiam, desabafavam quanto a essa necessidade e as consequências advindas da não obtenção, tais como: conflitos familiares, sentimentos de injustiça.
o negativos: “Os meus irmãos não acreditam que a minha mãe tenha a doença de Alzheimer, eles não acreditam... ... mas me dói ter que provar para os meus irmãos, entendeu?” (Idosa cuidadora E14).
• Ambientais: serviços de saúde, segurança, transporte.
o negativos: “Então, o declínio, a gente não sabe como é, a gente vai passando e adquirindo experiência a partir das novas etapas... Seria bom que o pessoal que entende de alguma coisa explicasse algumas coisas senão fica perdido e até a gente pensar, a gente não sabe o que fazer” (Idosa cuidadora E12) – com a necessidade de receber orientações e explicações dos órgãos competentes.

Na categoria, Aspectos ligados aos Cuidados, tiveram-se:
• Relacionais: estabelecidos entre o idoso familiar cuidador e o idoso familiar cuidado
o positivos: “Cuido dele (tio) desde 2015, acompanho-o nas consultas, nos exames, nos médicos e fico com ele nos finais de semana” (Idosa cuidadora E1) – relação do cuidar e ser acompanhante.
Notaram-se “Cuidados Recíprocos” estabelecidos entre os membros do casal e nas relações entre mãe e filhos, geralmente, acompanhados dos itens: gratidão, reconhecimento e retribuição: “Eu cuido dele (marido) com carinho, com amor. Eu cuido com gosto. Há 2 ou 3 anos, eu fiz cirurgia de estômago e eu vomitava muito e foi ele que cuidou de mim. Eu cuido dele com gosto” (Idosa cuidadora E5).
o negativos: “Ele (marido) é um pouco teimoso, não aceita muito o que a gente fala. Ele faz o que ele quer ...” (Idosa cuidadora E21) – dificuldades e consequências da pessoa idosa cuidada pela não aceitação em receber ajuda do cuidador.
Houve cuidadores que realizavam uma “dupla função” na atenção de seus familiares idosos, pois cuidavam tanto da mãe como do irmão ou do marido: “Eu cuido dele (irmão, 62 anos) e dela (mãe), e eu sou idosa também (risos)... ... Minha dificuldade para cuidar deles é a comunicação” (Idosa cuidadora E8).
o ambivalentes: “Eu cuido, não sei responder... eu tenho que cuidar. Eu faço com prazer ... Não tenho nenhuma dificuldade para cuidar dela (esposa). É tranquilo, um ajuda o outro”. (Idoso cuidador E20).
Nesse caso, os participantes iniciaram seus discursos afirmando não ter trabalho, nem dificuldades para cuidar do familiar, ter prazer; porém, depois de um tempo da entrevista, conseguiram manifestar o que de fato sentiam e como vivenciavam o processo de cuidar com sentimentos ambivalentes no cuidar.
• Alterações na vida do cuidador: a partir dos cuidados com o seu familiar com mais de 60 anos.
o sem alterações: “Não me atrapalha em nada. Não senti alteração na minha vida por ter de cuidar dela (mãe). Então tá tudo certo, não alterou nada não” (Idosa cuidadora E17).
o com alterações:
o positivas: “Houve alteração na minha vida sim, eu tenho a declarar, mas para mim, isso não foi ruim, eu fiz e consegui” (Idosa cuidadora E4).
A entrevistada E4 foi a única que respondeu de forma positiva às questões da pesquisa, mesmo levando-se em consideração o estado de saúde de sua mãe com diagnóstico de Alzheimer. Ela comentou que a relação com sua mãe sempre foi boa e percebeu os aspectos positivos nos cuidados.
o negativas: “O estresse aumentou também mais por causa da pandemia, antes os filhos vinham com mais frequência, passavam os domingos juntos, saia-se mais um pouco. Agora, eu só saio para levá-los aos médicos, comprar remédios, fazer exames, consultar, ir ao mercado ...” (Idosa cuidadora E27) – mudanças pessoais, limitações e estreitamento no estilo de vida.
O subtema “Esquecimento de si” apontou para o não ter mais vida normal: “Mudou muito nossa vida depois de tudo isso, mudou tudo. Tudo mudou, né, na minha vida agora eu fico muito presa. Não tenho mais nenhum tipo de distração, nada, absolutamente nada, só em casa mesmo ...” (Idosa cuidadora E6) – sem tempo para outras atividades.
No subtema “Estar voltado aos cuidados do familiar”, destacou-se vida vazia: “Cuidar da minha mãe, cuidar de uma pessoa com Alzheimer, muda muito a vida da gente porque a experiência que eu tô tendo, você não consegue mais fazer as suas coisas, você não consegue ter uma vida normal, tem que ter uma dedicação maior para ela do que para os outros da casa, para os filhos, do que para mim e eu ainda tô tentando manter algumas coisas para que eu também não adoeça” (Idosa cuidadora E12) – preocupação constante com o idoso cuidado, dedicação total aos cuidados.

Análise Fatorial - Fase 3

Após o levantamento dos dados qualitativos e da Análise de Conteúdo Temática Categorial, construiu-se um quadro com a frequência dos temas (1 a 13) discorridos nas falas dos 23 participantes quanto às três questões das entrevistas (Quadro 2) e realizou-se a Análise Fatorial pelo Aplicativo Factor Analysis – Free Statistics and Forecasting Software Calculators13.
A Análise Fatorial possibilitou a distribuição do posicionamento dos participantes num plano cartesiano, considerando-se os fatores 1 e 2 nos eixos X e Y respectivamente. Na Tabela 1, observam-se que as maiores cargas fatoriais, no Fator 1, foram: tema 1 -“Alterações negativas em sua vida” e tema 5 - “Aspectos Psicológicos negativos”; enquanto as menores foram: tema 13 - “Sem alterações em sua vida” e tema 10 - “Aspectos Relacionais – com idoso familiar – positivos”. No Fator 2, as maiores cargas fatoriais foram: tema 12 - “Aspectos Sociais positivos” e tema 2 - “Alterações positivas em sua vida”; enquanto as menores foram: tema 3 -“Aspectos Físicos negativos” e tema 11 - “Aspectos Sociais negativos”.
Tabela 1
Quadro 2
Gráfico 1

A distribuição apresentada no Gráfico 1 foi a que melhor explicou as diferenças das posições dos indivíduos nesse plano cartesiano. Pelas interpretações, o Fator 1 (eixo X) representou os “Aspectos Alterações negativas” e os “Psicológicos negativos” (à direita) e os “Aspectos Sem alterações” e “Relacionais com idoso familiar positivos” (à esquerda). Portanto, a primeira dimensão predominante referiu-se aos aspectos quanto aos cuidados. O Fator 2 (eixo Y) representou os “Aspectos Sociais positivos” e “Alterações positivas em sua vida” (acima do eixo) e os “Aspectos Físicos negativos” e os “Sociais negativos” (abaixo do eixo) – trata-se, então, da segunda dimensão que se refere à condição do idoso cuidador (Gráfico 1).

Discussão

As categorias aventadas na Análise de Conteúdo Temática Categorial foram confirmadas também através da Análise Fatorial. Na primeira dimensão, predominou a categoria “Aspectos ligados aos Cuidados”, que se refere à dependência e à cronicidade do estado do estado de saúde do idoso cuidado e, na segunda dimensão, “Aspectos ligados à Qualidade de Vida do Cuidador” refere-se à condição do idoso cuidador, com destaque aos aspectos positivos e negativos quanto à qualidade de vida do cuidador.
Os participantes salientaram que não escolheram a função de cuidar e alguns nem mesmo se sentiam preparados para desempenhá-la. Contrariando o fato de que ser cuidador familiar acarreta um processo que envolve toda a família, resultando num movimento que vai implicar na decisão de quem vai cuidar de acordo com os relacionamentos construídos e de outros fatores referentes à história familiar15. Seria importante haver uma demarcação clara entre o conceito e a prática de cuidados básicos e especializados em saúde no cenário do cuidado domiciliar. Geralmente, os cuidados necessários à pessoa doente ou dependente extrapolam as capacidades cognitivas, psicomotoras e afetivas do cuidador, por serem cuidados especializados na área da saúde16.
Os significados do cuidar de um familiar (acima de 60 anos) advindos dos temas desvelados e das categorias levantadas nos discursos dos idosos familiares cuidadores resultaram de múltiplos aspectos. A categoria “Aspectos ligados aos Cuidados” relacionou-se aos temas: “Relacionais” (relação do idoso cuidador com o idoso familiar cuidado) e “Alterações na vida do idoso cuidador”.
No convívio idosos cuidador e o cuidado, mecanismos inconscientes de defesa foram observados nos participantes, e perceberam-se, inclusive, repercussões nas relações familiares: negação da doença por qualquer uma das partes ou dos familiares, como na família de E14 em que os irmãos não aceitavam o diagnóstico de doença de Alzheimer da mãe; identificação, em que um indivíduo identifica-se com qualquer aspecto do outro; projeção, em que ocorre a atribuição de pensamentos, comportamentos, emoções indesejáveis para a outra pessoa; sublimação, em que as ideias socialmente inaceitáveis são canalizadas em comportamentos aceitáveis; avantajamento17, com o desvelamento da percepção de vantagem do idoso cuidador diante das condições do idoso cuidado.
Em nossa pesquisa, os subtemas atrelados ao “esquecimento de si”, “estar voltado aos cuidados do familiar”, “as relações estabelecidas entre os idosos cuidadores e cuidado” referidos no tema “Alterações negativas na vida do idoso familiar cuidador” em “Aspectos ligados aos Cuidados”, percebeu-se que mais da metade dos participantes sofreram prejuízos em vários aspectos de suas vidas. Face aos impedimentos e mudanças na vida do cuidador, pode-se dizer que o processo que transforma um cônjuge ou um filho adulto em cuidador é doloroso, a começar por razões práticas: o cuidador passa a usar o tempo que dedicaria nos projetos e investimentos pessoais para cuidar do idoso4.
Alguns dos idosos cuidadores apresentavam-se tristes e desanimados, principalmente os que cuidam/cuidavam de pacientes com doença de Alzheimer. A exceção foi a entrevistada E4, que se manifestou positivamente em todos os aspectos com relação ao cuidar e a sua qualidade de vida diante da responsabilidade com sua mãe. A entrevistada E14 declarou viver uma grande mudança na relação com sua mãe, principalmente pela cronicidade da doença dela, passando a viver como a “mãe da própria mãe”. A geração mais nova cuida dos seus familiares idosos mediante o reconhecimento dos cuidados recebidos ao longo de suas vidas e o cuidar proporciona-lhes a sensação de estar retribuindo o amor e carinho e há o sentimento de dever cumprido18. Os discursos das entrevistadas E4, E8, E12, E14, E19, E25 e E27 evidenciavam tais sentimentos, ao se referirem à gratidão e retribuição ao cuidar de suas mães.
Por outro lado, a dependência do idoso cuidado significou para alguns cuidadores perda de controle de sua própria vida, cansaço, restrição na mobilidade e circulação, principalmente externa, podendo repercutir negativamente em sua saúde e na relação conjugal, seja pelos cuidados com o cônjuge (E2, E3, E6, E10, E11, E18, E20) ou por cuidar das mães (E8, E12, E14, E19, E27). Cabe destaque aos cuidados recíprocos entre o cuidador e o idoso cuidado, sendo observada uma certa dependência física ou psicoemocional, como ocorre com E5, E9, E20 e E21. A literatura mostra que os cuidadores familiares veem a experiência de assumir a responsabilidade pelo idoso dependente como uma tarefa exaustiva e estressante pelo envolvimento emocional e pela transformação de uma relação anterior de reciprocidade para uma de dependência. Os cuidadores experimentam restrições a sua própria vida ao realizar atividades que focam o bem-estar físico e psicossocial do idoso cuidado e podem ter suas relações próximas interrompidas devido ao seu papel de cuidador19,20.
O processo de adoecimento, geralmente, compõe-se de características crônicas que reproduzem situações que necessitam da presença contínua de uma outra pessoa e por tempo indeterminado. Consequentemente, há alterações, muitas vezes radicais, na família, gerando uma desarticulação e desequilíbrio nos papéis e funções distribuídas na dinâmica familiar. Tais irrupções bruscas de papéis mobilizam novas competências e afetos, mas exigem condições adequadas e tempo para serem processados21. Nesse processo, destacou-se a questão da dupla função na dinâmica dos cuidados, por exemplo: E8 sobrecarregou-se, pois, além de cuidar da mãe, passou a cuidar do irmão alcoolista e E15 responsabilizou-se também dos cuidados da filha da irmã com problemas psicoemocionais.
As relações que predominaram entre o idoso cuidador e o cuidado foram entre a esposa e seu cônjuge. A maioria dos cuidadores eram esposas ou filhas. A questão do cuidar da mãe foi apresentada como uma obrigação às filhas, tomadas como mais afeitas aos cuidados do que os filhos, como foi o caso da entrevistada E17, em que ela e suas irmãs cuidavam da mãe, mas não tiveram o apoio dos irmãos. As entrevistadas E7, E8, E14, E16 e E25 reclamaram não receber ajuda de seus irmãos. A velhice avançada passou a ser, portanto, um problema das famílias e sabe-se que colocar a responsabilidade na família é interpelar mais uma vez às mulheres a tarefa de cuidado22. Culturalmente, o papel de cuidador está associado à mulher, ou seja, o cuidar de um idoso dependente é uma obrigação “natural” da mulher23,24 e é assim essa prevalência na assistência às pessoas idosas seja no Brasil e no mundo25.
A condição de assumir vários papéis – esposa, mãe, cuidadora, dona de casa, acompanhante – diante do cuidar trouxe sérias consequências psicossociais a esses idosos cuidadores (E2, E3, E6, E10, E11 e E19), dentre elas: desânimo, tristeza, autoexigência, mudança de humor, oscilação da paciência. A tarefa de cuidar é eminentemente feminina, invisível, não remunerada26. Algumas delas salientaram que se veem como controladora, dependente do próprio idoso cuidado, estressada, impotente, pessimista, preocupada e, às vezes, até mesmo sem paciência. Cuidadores, que estão cuidando de seus cônjuges, por mais de 40 horas na semana, relataram ter maior risco de depressão e autoavaliação de saúde ruim27.
No início das entrevistas, muitos idosos cuidadores apontaram o lado positivo da função do cuidar e, no decorrer de seus discursos, falaram das dificuldades, obrigações, desgastes e tristezas. Muitos elementos afetivos e cognitivos misturaram-se e enredaram-se numa história sobre o processo, que envolvem alternâncias de aquisição, preparação e consolidação desse papel, incluindo inter-relações e momentos de instabilidade e de estabilidade, tais como tristezas e alegrias, ônus e bônus28.
A outra categoria “Aspectos ligados à Qualidade de Vida do Cuidador” abarcou os temas: Psicológicos, Físicos, Sociais e Ambientais – positivos e/ou negativos – como resposta complementar quanto ao significado do idoso cuidador atribuído ao processo de cuidar de um familiar idoso.
O comprometimento da saúde do cuidador é um aspecto que precisa ser considerado, pois estão sujeitos a este problema devido à idade avançada e ao aumento do risco de deterioração da saúde, dores, preocupações, transtorno mental comum, depressão, ansiedade29,30,31,32,33. A maioria dos participantes referiram-se à agitação, cansaço, insônia, não ter relação sexual, problemas de saúde física. Pode-se pensar na “dupla vulnerabilidade”34,35 em que o cuidador precisa lidar com as necessidades do cuidado e com as demandas de sua própria saúde36. A sobrecarga é a variável mais importante na determinação da qualidade de vida e considera-se que o cuidador familiar se encontra vulnerável devido às atividades de cuidado que exerce. Além disso, sua saúde física, muitas vezes, também está comprometida, devido ao pouco tempo de atenção para si, além das consequências do seu próprio processo de envelhecimento35,36,37.
Na realização da Análise Fatorial, notaram-se, ao considerar a distribuição do posicionamento dos participantes no plano cartesiano, algumas oposições claras, como por exemplo: quanto ao Fator 1 – “Aspectos ligados aos Cuidados” - E12 nos cuidados de um idoso com maior cronicidade da doença de Alzheimer e E26 ao cuidar de um idoso cuidado, mas que apresentava pouca dependência do cuidador. Quanto ao Fator 2 – “Aspectos ligados à Qualidade de Vida do Cuidador” – E4 com aspectos positivos para todos os domínios da qualidade de vida (QV) e E20 com aspectos positivos e negativos para seus domínios de QV.
Nos cuidados de idosos da família, alguns sentimentos positivos relatados estavam relacionados ao crescimento pessoal, satisfação em cuidar e reconhecimento por parte do idoso cuidado. No aspecto social, ganhos relacionados à sensação de utilidade e competência em relação à tarefa, sentir-se vencedor por realizar aquilo que outros familiares não fazem, sentimento de responsabilidade e de satisfação pelo cumprimento do papel social e, ainda, benefícios às relações familiares38. Os participantes, E4, E14, E17, E18 e E26 manifestaram aspectos psicológicos positivos em seus discursos e declararam que se sentiam tranquilos ou não se estressavam nos cuidados com seus idosos, havia autoaceitação, bom humor, potência, satisfação e viviam o processo com otimismo, persistência ou, até mesmo, resiliência. Sendo que E4, E14 e E17, apresentaram uma boa condição de saúde para cuidar de suas mães, enquanto E18 e E26, de seus cônjuges.
Dos 23 participantes, 11 queixaram-se principalmente de não receberem apoio e/ou suporte emocional de seus familiares. Há relatos da frequente falta de orientação aos cuidadores familiares, que precisariam de uma rede de apoio e de proteção como também tempo para si e se enxergarem no mundo24,39. Destaca-se a necessidade de suporte para os serviços de cuidado do idoso dependente e o bem-estar dos cuidadores40,41, tais como ajuda emocional, informações que os ajudem frente às dificuldades, apoio instrumental nas tarefas42.
As idosas cuidadoras E19 (filha única) e E27 (única filha que cuida) por serem as responsáveis pelos cuidados, sofreram as consequências de não dividir com outros cuidadores formais ou informais. Na maioria das famílias, por causa das dificuldades financeiras ou falta de solidariedade, o mais comum é deixar o cuidado nas mãos de um único familiar43 e a saúde tende a ser pior quando os cuidadores têm menos relações com amigos e vizinhos44.
Existem outras estratégias de enfrentamento tais como: a religião, a espiritualidade, a alternância entre os cuidadores familiares no cuidado e o aprendizado sobre essas tarefas24, orientações e treinamento para os familiares45. As idosas E2 e E8 teceram muitas referências à religiosidade como forma de enfrentamento e viam em Deus a possibilidade de desabafar e de se encorajar diante dos obstáculos e dificuldades vivenciados no decorrer de suas funções de cuidadoras. A religiosidade atua como mediador na percepção de ônus e na busca de “Deus” como conforto diante das vulnerabilidades psicológicas, físicas ou sociais3. Diante das novas demandas trazidas pelo envelhecimento populacional, faz-se necessária uma agenda de serviços específicos e adequados para proteger e apoiar os cuidadores informais46.

Conclusão

A partir da interpretação da Análise de Conteúdo Temática Categorial dos discursos dos 23 idosos familiares cuidadores, duas categorias foram elencadas: “Aspectos ligados aos Cuidados” e “Aspectos ligados à Qualidade de Vida do Cuidador” e possibilitaram chegar ao Tema Geral e atender o objetivo da pesquisa, quanto ao significado atribuído ao cuidar de um familiar com mais de 60 anos doente e/ou dependente. As interpretações da Análise Fatorial corroboraram as da Análise de Conteúdo Temática Categorial e, ainda, apontaram as predominâncias dos fatores. Sendo assim, as duas categorias identificadas esclarecem os significados atribuídos ao processo de cuidar de um idoso familiar doente.

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Garcia, D. C. D., Spiri, W. C., Corrente, J. E., Jacinto, A. F.. Significados atribuídos ao cuidar de uma pessoa idosa na família. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2024/abr). [Citado em 22/12/2024]. Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/significados-atribuidos-ao-cuidar-de-uma-pessoa-idosa-na-familia/19155?id=19155&id=19155

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