0064/2024 - USO DE PRESERVATIVO E RELATO DE DIAGNÓSTICO DE IST EM HOMENS CISGÊNERO, SEGUNDO ORIENTAÇÃO SEXUAL: UMA ANÁLISE A PARTIR DA PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE DE 2019 CONDOM USE AND REPORTED DIAGNOSIS OF STI IN CISGENDER MEN, ACCORDING TO SEXUAL ORIENTATION: AN ANALYSIS BASED ON THE 2019 BRAZILIAN NATIONAL HEALTH SURVEY
Este estudo investigou o uso de preservativo e o relato de diagnóstico de infecções sexualmente transmissíveis (IST) em homens de 18 a 59 anos, segundo orientação sexual, a partir dos dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2019. Foram analisados 30.512 sujeitos. Modelos de regressão de Poisson com variância robusta brutos e ajustados foram utilizados para investigar a associação entre orientação sexual e uso de preservativo nos últimos 12 meses e na última relação e o relato de diagnóstico de IST. Embora nas análises brutas homens homo e bissexuais fizessem mais uso de camisinha nos últimos 12 meses e na última relação sexual, após ajuste para a variável morar com companheiro/a, essas associações perderam significância estatística. O relato de diagnóstico de IST, no entanto, manteve-se mais prevalente em homo e bissexuais, mesmo após ajustes (aRP 4,69; IC95% 2,76-7,99). As políticas públicas de prevenção de IST/HIV/Aids devem passar de uma lógica de práticas de risco para a análise de um contexto mais amplo, que inclua os diferentes tipos de relacionamento, suas temporalidades e negociações.
Palavras-chave:
minorias sexuais e de gênero; preservativos; infecções sexualmente transmissíveis; saúde do homem
Abstract:
This study investigated condom use and the reported diagnosis of sexually transmitted infections (STIs) in men, aged 18 to 59 years, according their sexual orientation, based on data from the 2019 Brazilian National Health Survey (NHS). A total of 30,512 subjects were analyzed. Crude and adjusted Poisson regression models with robust variance were used to investigate the association between sexual orientation and condom use in the last 12 months and during the last sexual encounter, as well as the reported diagnosis of STIs. Although in crude analyses, homosexual and bisexual men reported more condom use in the last 12 months and during the most recent sexual encounter, after adjusting for the variable of living with a partner in the models, these associations lost statistical significance. The reported STI diagnosis, however, remained more prevalent in homosexual and bisexual men, even after adjustments (aPR 4.69; 95% CI 2.76-7.99). Public policies for STI/HIV/AIDS prevention should shift from a logic of risky practices to the analysis of a broader context, including different types of relationships, their temporalities, and negotiations.
Keywords:
sexual and gender minorities; condoms; sexually transmitted infections; men’s health
Conteúdo:
INTRODUÇÃO
Historicamente, as ações de prevenção ao HIV/Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST) tem tido como foco principal homens que se identificam como homo e bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (HSH)1. Em 2022, essa população representava 55,3% das novas infecções por HIV/Aids por via sexual em homens1 e, em 2016, apresentava prevalência de sífilis muito superior àquela relatada na população em geral2. Aqueles que se identificam como heterossexuais, por não serem compreendidos como população-chave, ficaram assim subsumidos à categoria “população em geral”, para a qual não há políticas e ações de prevenção específicas3. No entanto, em 2022, eles representavam 27,7% dos novos casos de HIV/Aids1.
O mais frequente diagnóstico de IST/HIV/Aids por homens homo/bissexuais e a invisibilização dos hetero nas políticas e ações de prevenção contrastam com o que a literatura vem indicando sobre o uso de camisinha. Embora as pesquisas que investiguem o uso de preservativos por homens homo e bissexuais e por homens heterossexuais usem metodologias muito diversas, o que limita sua comparabilidade, elas têm indicado que os homo/bisexuais usam mais preservativo e de forma mais consistente que os hetero4–7, especialmente quando em relações com outros homens8 (no caso de homens que fazem sexo com homens e mulheres), mas que esse uso varia de acordo com o tipo de parceria (sendo mais frequente com parceiros/as comerciais9, do que com eventuais10 e fixos/as4,8, respectivamente) e com o tipo de prática avaliada (mais frequente no sexo vaginal que no anal11 e mais frequente nas relações anais insertivas que nas receptivas8,12).
Cabe salientar que a maioria dos estudos sobre ocorrência de IST/HIV/Aids e uso de preservativo realizadas com homens homo e bissexuais no Brasil se restringe a amostras de conveniência8,13 ou a amostras probabilísticas com potencial limitado de generalização6,9,10,14,15. São poucas as pesquisas elaboradas com metodologias que permitem realizar comparações entre homens homo e bissexuais e homens hetero4,16,17. E são ainda mais escassas as aquelas que coletam dados sobre orientação sexual (a maioria investiga práticas sexuais, com o uso da categoria HSH18). Neste sentido, a Pesquisa Nacional de Saúde de 2019 (PNS 2019) é o único inquérito com amostra representativa da população brasileira que investigou orientação sexual17,19,20.
Este estudo teve, portanto, como objetivo investigar o uso de preservativo e o relato de diagnóstico de IST em homens cisgênero de 18 a 59 anos, segundo orientação sexual, comparando homo e bissexuais com heterossexuais, a partir dos dados da PNS 2019.
MÉTODOS
População do estudo e amostragem
Estudo transversal que utilizou dados da PNS 2019, uma pesquisa de base populacional conduzida pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A população respondente foi composta por adultos com 18 anos ou mais de idade, residentes em áreas urbanas ou rurais, excluídos os setores censitários especiais ou de escassa população19.
O plano amostral por conglomerados foi dividido em três estágios: 1) as unidades primárias de amostragem (UPA) foram os setores censitários ou composição de setores, selecionadas por amostragem aleatória simples, mantendo a estratificação da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (PNAD); 2) um número fixo de domicílios particulares permanentes foi selecionado em cada UPA; 3) um morador (com 15 anos ou mais) foi selecionado com equiprobabilidade entre a lista de moradores elegíveis para responder à entrevista individual. Detalhes sobre a amostragem encontram-se disponíveis em Stopa et al., 202019.
O processo de realização de entrevistas envolveu entrevistadores, supervisores e coordenadores treinados pelo IBGE, entre agosto de 2019 e março de 2020. As entrevistas foram realizadas com a utilização de dispositivos móveis de coleta. Ao chegar no domicílio selecionado e explicar os objetivos da pesquisa aos moradores, o entrevistador preenchia uma lista de todos os indivíduos residentes no domicílio, independentemente de concordarem ou não em participar da pesquisa, identificava o(a) morador(a) que proveria as informações sobre os questionários domiciliar e de todos os moradores do domicílio, e sorteava um(a) morador(a) de 15 anos e mais para responder à entrevista individual (a ser agendada)19.
Na PNS 2019, foram visitados 108.525 domicílios e realizadas 94.114 entrevistas individuais, com uma taxa de não resposta de 6,4%. Selecionados entre 15 e 17 anos não responderam às questões contidas no módulo “Atividade sexual” (n=2.317). Foram excluídos da presente análise aqueles(as) que se recusaram a responder as entrevistas individuais (n=1.189), os(as) selecionados(as) que não foram encontrados (n=1.664) e aqueles aos quais o questionário era não aplicável (n=412). Foram incluídos apenas os homens (n=41.662). Em função da falta de detalhamento, foram excluídos aqueles com outra orientação (n=16), que não sabiam sua orientação sexual (n=358) e que recusaram-se a responder esta pergunta (n=757). Assim, dos 40.531 homens que se declararam hetero, homo ou bissexuais, 30.512 tinham entre 18 e 59 anos. Deste total, 423 não tinham tido relações sexuais até o momento da entrevista, resultando na análise final de 30.089 pessoas (Figura 1).
Variáveis de resposta
A frequência do uso de camisinha nos últimos 12 meses foi avaliada através da pergunta “Nos últimos doze meses, nas relações sexuais que teve, com que frequência usou camisinha?”, cujas opções de resposta eram sempre, às vezes, nunca, recusou-se a responder e não aplicável. A esta pergunta, responderam 27.063 homens (dos 30.089 analisados, 29.206 responderam à questão sobre ter tido relações nos últimos 12 meses, 1.872 foram excluídos por não terem tido relação nos últimos 12 meses e 271 por não saber/não lembrar). Para a análise de associação com a variável explicativa, essa variável foi recategorizada como às vezes/nenhuma (caracterizando uso inconsistente de preservativo) e sempre (uso consistente do insumo).
O uso de camisinha na última relação nos últimos 12 meses foi avaliado pela questão “Nos últimos doze meses na última relação sexual que teve, foi usada camisinha masculina ou feminina?”, cujas opções de resposta eram camisinha masculina, camisinha feminina, não usou nenhuma, não sabe/não lembra, recusou-se a responder e não aplicável. Neste caso, camisinha masculina e camisinha feminina foram agrupadas na resposta “sim”, enquanto “não usou nenhuma” permaneceu como a categoria “não” e as demais respostas foram consideradas missings. Responderam a essa pergunta 12.494 sujeitos (ou seja, dos 27.063 que responderam à questão anterior, 14.569 foram excluídos por não terem usado camisinha nenhuma vez neste último ano).
Por fim, o relato de diagnóstico de IST foi avaliado por meio da pergunta “Nos últimos 12 meses, algum médico lhe deu diagnóstico de doença/infecção sexualmente transmissível?”, cujas opções de resposta eram sim, não e não aplicável. A esta questão, responderam 30.512 homens (incluindo aqueles que não tiveram relação sexual nos últimos 12 meses). Os missings, as recusas e as não respostas foram tratados como perdas e os sujeitos nestas categorias foram excluídos das análises.
Variável explicativa
A informação sobre orientação sexual foi coletada através da pergunta “Qual sua orientação sexual?”. A resposta espontânea era, então, categorizada pelo entrevistador em: heterossexual, homossexual, bissexual, outra (especifique). Caso não houvesse resposta espontânea, as opções eram lidas, em voz alta, seguidas, se necessário, do significado de cada alternativa, conforme as informações do manual e do treinamento da pesquisa.
Covariáveis
Para além da orientação sexual, outras variáveis explicativas foram analisadas, como idade (média e faixa etária, categorizada em 18-29 anos, 30-44 anos e 45-59 anos); raça/cor da pele autorreferida (branca, preta, amarela, parda, indígena); mora com companheiro/a (sim e não); escolaridade (fundamental incompleto ou equivalente, fundamental completo/médio incompleto ou equivalente, médio completo/superior incompleto ou equivalente, superior completo/pós-graduação); violência sexual, através da pergunta se alguma vez na vida foi ameaçado ou forçado a ter relações sexuais ou quaisquer outros atos sexuais contra sua vontade (sim e não); estado de saúde (muito bom/bom e regular/ruim/muito ruim); quando consultou um médico pela última vez (até um ano, mais de um a três anos, mais de três anos).
Análise estatística
A análise descritiva foi estratificada pela orientação sexual e todos os dados foram apresentados em frequência relativa e intervalo de confiança 95% (IC95%), considerando-se o desenho e os pesos amostrais. Para variáveis categóricas, as diferenças entre grupos foram avaliadas pelo teste de qui quadrado. A idade foi descrita adicionalmente como média e IC95% e as diferenças entre grupos avaliadas pelo teste t de Student (Tabelas 1 e 2).
Um modelo de regressão de Poisson com variância robusta não ajustado foi usado para avaliar a associação entre orientação sexual e cada variável resposta: uso de camisinha nas relações ocorridas nos últimos 12 meses, uso de camisinha na última relação ocorrida nos últimos 12 meses, e relato de diagnóstico de IST nos últimos 12 meses (modelo 1). Ajustes sequenciais foram feitos para idade e raça/cor da pele (modelo 2), coabitação, escolaridade e violência sexual (modelo 3) e estado de saúde e uso de serviços de saúde (modelo 4). Os resultados foram expressos em Razão de Prevalências (RP) e intervalo de confiança 95% (IC95%). As análises foram realizadas usando o comando survey do software Stata 16.0 (Stata Corporation, College Station, TX), e consideraram efeitos da amostragem complexa e pesos amostrais.
Aspectos éticos
A PNS 2019 foi aprovada pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP)/Conselho Nacional de Saúde (CNS) sob o parecer n° 3.529.376, de 23/08/2019. Todos os procedimentos seguiram as recomendações da Resolução 466 de 2012 do CNS e o consentimento foi obtido antes da realização de cada entrevista.
RESULTADOS
Homens homo e bissexuais eram mais jovens (55,5% estavam na faixa de 18 a 29 anos, mesma situação de 28,0% dos hetero; média de idade 31,0 vs. 38,1 anos), coabitavam menos frequentemente com companheiro/a (22,6%, vs. 67,1%), tinham maior escolaridade (69,6% tinham ensino médio completo ou mais, em comparação a 35,6%), relataram ter sofrido mais violência sexual (6,5% vs. 0,8%) e estar em melhor estado de saúde (81,5% vs. 23,3%) que os homens heterossexuais. Não houve diferenças estatisticamente significativas entre grupos no que tange a raça/cor da pele e tempo desde a última consulta médica (Tabela 1).
Sempre usar caminha nos últimos 12 meses (56,3% vs. 25,7%) e ter usado na última relação ocorrida nos últimos 12 meses (80,5% vs. 41,1%) foi mais frequente entre homo e bissexuais em comparação aos hetero, assim como ter tido relato de diagnóstico de IST nos últimos 12 meses (6,0% vs. 0,5%) (Tabela 2).
A Tabela 3 mostra que, na análise bruta, ser homo ou bissexual esteve associado a sempre usar camisinha nos últimos 12 meses (RP 1,78; IC95% 1,58-2,01) e a ter usado este insumo na última relação nos últimos 12 meses (RP 1,66; IC95% 1,53-1,81) e que estas associações se mantiveram após a inclusão de idade e raça/cor da pele nos modelos (modelo 2). No entanto, no modelo 3 (para ambas as variáveis resposta), a associação se tornou estatisticamente não significativa após a introdução da variável “mora com companheiro/a” no modelo. Cabe salientar que, entre os que se identificaram como homo e bissexuais, 37,9% (IC95% 26,4%-51,0%) dos que moravam com companheiro e 62,4% (IC95% 53,1%-70,9%) dos que não moravam usavam camisinha de forma consistente, mesma situação de 13,4% (IC95% 12,6%-14,3%) e 57,0% (54,9%-59,2%) dos hetero, respectivamente. Já a associação entre orientação sexual e relato de diagnóstico de IST manteve-se significativa mesmo após ajustes, com homens homo e bissexuais tendo maior prevalência de relato de diagnóstico de IST no último ano que homens hetero (modelo bruto: RP 8,88; IC95% 5,54-14,24; modelo 4: aRP 4,69; IC95% 2,76-7,99).
DISCUSSÃO
Nossos achados apontam que, nos 12 meses que precederam a PNS 2019, homens homo e bissexuais de 18 a 59 anos usaram mais preservativo de forma consistente, incluindo na última relação, mas também tiveram mais relato de diagnóstico de IST que homens heterossexuais na mesma faixa etária. Embora a literatura tenha constantemente indicado um uso mais frequente e mais consistente de preservativo por homens homo e bissexuais do que por homens heterossexuais4–7,17, nossos resultados evidenciam, no entanto, que após ajustes para coabitação com companheiro/a, a diferença no uso de preservativo entre os dois grupos torna-se não significativa estatisticamente. Ou seja, o maior uso de preservativo entre homens homo e bissexuais é explicado parcialmente pelo fato de que eles coabitam menos frequentemente com companheiro/a em comparação aos heterossexuais.
Estudos anteriores4,9,10,17,21 realizados tanto com homens em geral quanto com HSH, indicam que, em relacionamentos mais estáveis e duradouros, o uso de preservativo é menos frequente. Segundo a PCAP de 2013, entre homens, em geral, de 15 a 64 anos sexualmente ativos nos 12 meses anteriores à pesquisa, 44,6% usaram camisinha na última relação sexual, percentual que chegou a 72,5% quando a relação foi com parceria casual. Já o uso de camisinha em todas as relações nos últimos 12 meses antes do inquérito com qualquer tipo de parceria foi declarado por apenas 27,5%, variando de 22,1% para aqueles com parceria fixa, a 60,9% para aqueles com parcerias casuais4. Na PNS 2019, apenas 25% (IC95% 74,0-75,9%) dos homens, em geral, casados ou em coabitação usaram preservativo na última relação, mesma situação de 73,1% (IC95% 71,5%-74,8%) dos não coabitantes21. Na RDS HSH de 2016, por sua vez, enquanto três quartos dos entrevistados usavam camisinha de forma consistente com parceiros comerciais9, menos de 50% usava o insumo de forma consistente com parceiros eventuais10.
Há que se considerar, nesse contexto, que os sujeitos, a partir da mobilização do aprendizado coletivo de como lidar com as IST, fazem sua gestão de risco, tentando equilibrar suas necessidades e o risco de exposição22, sem que isso signifique, onecessariamente, um abandono ou desinteresse pela prevenção23. A prática de relações sexuais sem o uso de preservativo com companheiro em cohabitação pode simbolizar maior comprometimento, intimidade e envolvimento emocional dos parceiros com a relação24. Na literatura internacional, esse não uso de preservativo com um parceiro primário estável e seu uso com parceiros ocasionais, tem sido chamado de segurança negociada25. Além disso, a dimensão do prazer e do desejo também podem implicar no uso menos frequente da camisinha26. Neste mesmo sentido, negociações, alterações e intermitências são importantes em uma certa gestão de risco de parcerias sexuais27 gerando acordos e contratos que usualmente podem ser relevantes no uso ou não de preservativos. A análise do tempo de relacionamento, que poderia auxiliar na compreensão desta associação entre coabitação e uso de preservativo, não está disponível na PNS.
Intervenções e grupos de apoio para discutir a negociação envolvida no uso podem ser importantes para incrementar o uso de camisinha26. Da mesma forma, o uso de estratégias biomédicas e/ou comportamentais, como o tratamento como prevenção, a profilaxia pós-exposição, o aconselhamento e testagem e a soroadaptação podem ser usadas como alternativas na gestão de riscos22,26,28.
Nossos achados também indicam que homens homo e bissexuais tiveram mais relato de diagnóstico de IST nos 12 meses que antecederam a pesquisa que homens heterossexuais, o que é consistente com a literatura. Neste sentido, a PCAP 2013 indicou que 9,9% dos homens sexualmente ativos entre 15 e 64 anos (independente da orientação) tiveram algum sintoma que pudesse indicar IST ao longo da vida4. Isso contrasta com os dados da RDS HSH 2016, que indicou que quase 20,0% dos HSH entrevistados apresentaram algum sintoma de IST no ano anterior à pesquisa, e que apontou para uma prevalência de IST auto relatada na vida de 27,8%, com destaque para sífilis (52,1%), HIV/Aids (27,5%) e gonorreia (23,4%)2. A comparação de pesquisas com temporalidades (2013 e 2016), amostragens (população representativa do Brasil e HSH de redes específicas) e perguntas distintas (sintomas de IST em geral vs. prevalência aferida) como a PCAP 2013 e a RDS HSH 2016 é uma limitação importante, em função da inexistência de estudos nacionais que investiguem os dois grupos simultaneamente. Além disso, no Brasil, cabe ressaltar que, embora a epidemia do HIV/Aids tenha se transformado muito em sua trajetória, ainda é concentrada em grupos com determinadas praticas sexuais, como os HSH29. Estudos que analisaram a trajetória da epidemia do HIV/Aids28 evidenciaram que o estigma e o preconceito são fatores permanentes, que se relacionam com aumento de vulnerabilidades e que se vinculam com os cuidados à saúde e com a gestão de riscos nas práticas sexuais29.
Essa maior frequência de relato de diagnóstico de IST no último ano anterior à pesquisa também pode se dever parcialmente à sobretestagem de homens homo e bissexuais, uma vez que os heterossexuais são invisibilizados nas políticas e programas voltados à testagem e à prevenção de IST/HIV/Aids e não se percebem como estando em risco30. Neste sentido, uma pesquisa realizada em Campo Grande, Curitiba e Florianópolis, em 2019, apontou que mais de 80% dos HSH nas três cidades já haviam se testado para HIV ao longo da vida e mais de 50% deles tinham se testado no último ano anterior à pesquisa16. Isso contrasta com dados da PCAP 2013, que indicam que, entre homens sexualmente ativos entre 15 e 64 anos (independente da orientação), apenas 27,3% se testou alguma vez na vida4.
Cabe salientar algumas limitações da presente pesquisa. A forma como a orientação sexual foi inquirida na PNS (por autodeclaração espontânea e recategorizada pelo entrevistador em heterossexual, homossexual, bissexual, outra (especifique) e, em caso de não resposta, leitura das alternativas seguida de explicação) pode ter resultado em subdeclaração de homo/bissexuais, reduzindo a magnitude das medidas de associação observadas. Considerando a elevada frequência de preconceito e discriminação na sociedade brasileira, estes dados sempre devem ser contextualizados. Para além da orientação, outra variável que pode ter sofrido viés de informação foi o relato de diagnóstico de IST (inquirida através da pergunta “Nos últimos 12 meses, algum médico lhe deu diagnóstico de doença/infecção sexualmente transmissível?”). Além de ser uma pergunta inespecífica (impossibilita investigar de qual IST se trata), restringiu a resposta apenas àqueles que tiveram um diagnóstico fornecido por um médico.
No entanto, apesar das limitações, nossos achados são importantes à medida que a PNS foi o primeiro estudo nacional com amostra representativa da população adulta a investigar a orientação sexual, e não práticas sexuais20. Habitualmente, na área da saúde, utiliza-se o conceito de HSH, que, embora tenha importância histórica, especialmente no contexto do deslocamento do foco das ações preventivas de grupos de risco para práticas de risco, não contempla a diversidade de identidades de gênero e orientaçöes sexuais que tenta abarcar, com seus comportamentos preventivos e prevalências distintas de IST/HIV/Aids, e escancara a centralidade do sexo e da genitália na elaboração das políticas públicas18.
Embora seja fundamental que existam políticas públicas de saúde direcionadas a grupos historicamente vulnerabilizados e alijados do sistema de saúde, como homens homo e bissexuais, nossos achados indicam que as estratégias de prevenção de IST/HIV/Aids devem ser repensadas, de forma a passar de uma lógica de práticas de risco para a análise de um contexto mais amplo, que inclua, por exemplo, os diferentes tipos de relacionamento, suas temporalidades e negociações. Considerar o contexto mais amplo, particularmente as formas e tipos de relacionamentos, as negociações neles envolvidas e o tempo destas negociações nos sugere um caminho promissor de novas pesquisas que possam tornar ainda mais complexa a compreensão dinâmica sobre as crescentes taxas de infecções de HIV e outras IST entre homo e bissexuais. No que diz respeito ao uso consistente de camisinha entre os homens hetero, nossos resultados reforçam o que a literatura já vem indicando3, que a ausência de políticas públicas direcionadas a prevenção de IST/HIV/Aids entre esse grupo reduz suas oportunidades de diagnóstico em tempo oportuno e os torna mais exposto ao risco de novas infecções.
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CONDOM USE AND REPORTED DIAGNOSIS OF STI IN CISGENDER MEN, ACCORDING TO SEXUAL ORIENTATION: AN ANALYSIS BASED ON THE 2019 BRAZILIAN NATIONAL HEALTH SURVEY
Resumo (abstract):
This study investigated condom use and the reported diagnosis of sexually transmitted infections (STIs) in men, aged 18 to 59 years, according their sexual orientation, based on data from the 2019 Brazilian National Health Survey (NHS). A total of 30,512 subjects were analyzed. Crude and adjusted Poisson regression models with robust variance were used to investigate the association between sexual orientation and condom use in the last 12 months and during the last sexual encounter, as well as the reported diagnosis of STIs. Although in crude analyses, homosexual and bisexual men reported more condom use in the last 12 months and during the most recent sexual encounter, after adjusting for the variable of living with a partner in the models, these associations lost statistical significance. The reported STI diagnosis, however, remained more prevalent in homosexual and bisexual men, even after adjustments (aPR 4.69; 95% CI 2.76-7.99). Public policies for STI/HIV/AIDS prevention should shift from a logic of risky practices to the analysis of a broader context, including different types of relationships, their temporalities, and negotiations.
Palavras-chave (keywords):
sexual and gender minorities; condoms; sexually transmitted infections; men’s health
USO DE PRESERVATIVO E RELATO DE DIAGNÓSTICO DE IST EM HOMENS CISGÊNERO, SEGUNDO ORIENTAÇÃO SEXUAL: UMA ANÁLISE A PARTIR DA PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE DE 2019
CONDOM USE AND REPORTED DIAGNOSIS OF STI IN CISGENDER MEN, ACCORDING TO SEXUAL ORIENTATION: AN ANALYSIS BASED ON THE 2019 BRAZILIAN NATIONAL HEALTH SURVEY
Flávia Bulegon Pilecco
Departamento de Medicina Preventiva e Social, Universidade Federal de Minas Gerais
flaviapilecco@yahoo.com.br
ORCID: 0000-0001-8316-8797
Jonatan da Rosa Pereira da Silva
Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Secretária de Saúde do estado do Rio Grande do Sul
jonatanprd@gmail.com
ORCID: 0000-0002-9120-2841
Rafael Steffens Martins
Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Hospital Moinhos de Vento
rafaelstm@outlook.com.br
ORCID: 0000-0002-4817-9789
Marco Aurélio Máximo Prado
Departamento de Psicologia, Universidade Federal de Minas Gerais
mamprado@gmail.com
ORCID: 0000-0002-3207-7542
RESUMO
Este estudo investigou o uso de preservativo e o relato de diagnóstico de infecções sexualmente transmissíveis (IST) em homens de 18 a 59 anos, segundo orientação sexual, a partir dos dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2019. Foram analisados 30.512 sujeitos. Modelos de regressão de Poisson com variância robusta brutos e ajustados foram utilizados para investigar a associação entre orientação sexual e uso de preservativo nos últimos 12 meses e na última relação e o relato de diagnóstico de IST. Embora nas análises brutas homens homo e bissexuais fizessem mais uso de camisinha nos últimos 12 meses e na última relação sexual, após ajuste para a variável morar com companheiro/a, essas associações perderam significância estatística. O relato de diagnóstico de IST, no entanto, manteve-se mais prevalente em homo e bissexuais, mesmo após ajustes (aRP 4,69; IC95% 2,76-7,99). As políticas públicas de prevenção de IST/HIV/Aids devem passar de uma lógica de práticas de risco para a análise de um contexto mais amplo, que inclua os diferentes tipos de relacionamento, suas temporalidades e negociações.
PALAVRAS-CHAVE: minorias sexuais e de gênero; preservativos; infecções sexualmente transmissíveis; saúde do homem
ABSTRACT
This study investigated condom use and the reported diagnosis of sexually transmitted infections (STIs) in men, aged 18 to 59 years, according their sexual orientation, based on data from the 2019 Brazilian National Health Survey (NHS). A total of 30,512 subjects were analyzed. Crude and adjusted Poisson regression models with robust variance were used to investigate the association between sexual orientation and condom use in the last 12 months and during the last sexual encounter, as well as the reported diagnosis of STIs. Although in crude analyses, homosexual and bisexual men reported more condom use in the last 12 months and during the most recent sexual encounter, after adjusting for the variable of living with a partner in the models, these associations lost statistical significance. The reported STI diagnosis, however, remained more prevalent in homosexual and bisexual men, even after adjustments (aPR 4.69; 95% CI 2.76-7.99). Public policies for STI/HIV/AIDS prevention should shift from a logic of risky practices to the analysis of a broader context, including different types of relationships, their temporalities, and negotiations.
KEYWORDS: sexual and gender minorities; condoms; sexually transmitted infections; men’s health
INTRODUCTION
Historically, prevention actions against HIV/AIDS and other sexually transmitted infections (STIs) have focused primarily on men who identify themselves as homosexual, bisexual and other men who have sex with men (MSM)1. In 2022, this population accounted for 55.3% of all new sexually transmitted HIV/AIDS infections in men1 and, in 2016, had a much higher prevalence of syphilis than that reported in the general population2. Those who identify as heterosexual, as they are not understood as a key population, were thus subsumed into the “general population” category, for which there are no specific prevention policies and actions3. However, in 2022, they accounted for 27.7% of all new cases of HIV/AIDS1.
The more frequent diagnosis of STI/HIV/AIDS by homosexual/bisexual men, as well as the invisibility of heterosexuals in prevention policies and actions, contrast with what the literature has been indicating about condom use. Although studies investigating condom use by homosexual/bisexual men and heterosexual men use very different methodologies, which limits their comparability, they have indicated that homosexual/bisexual men use condoms more and more consistently than do heterosexual men4–7, especially when in relationships with other men8 (in the case of men who have sex with men and women). However, this use varies according to the type of partnership (which is more frequent with commercial partners9 than with casual10 and steady4,8 partners, respectively) and the type of practice evaluated (more frequent in vaginal than in anal sex11 and more frequent in insertive than in receptive anal intercourse8,12).
It is worth noting that most studies on the occurrence of STIs/HIV/AIDS and condom use conducted with homosexual and bisexual men in Brazil are restricted to convenience samples8,13 or probabilistic samples with limited potential for generalization6,9,10,14,15. There are few studies designed with methodologies that allow for comparisons between homosexual/bisexual men and heterosexual men4,16,17. And those that collect data on sexual orientation are even scarcer (most investigate sexual practices, using the MSM category18). In this sense, the 2019 National Health Survey (NHS 2019) is the only survey with a representative sample of the Brazilian population that has investigated sexual orientation17,19,20. This study, therefore, aimed to investigate condom use and reported STI diagnoses in cisgender men, aged 18 to 59 years, according to sexual orientation, comparing homosexual/bisexual men with heterosexual men, based on data from the 2019 NHS.
METHODS
Study population and sampling
This work was a cross-sectional study using data from the 2019 NHS, a population-based survey conducted by the Ministry of Health in partnership with the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE). The respondent population consisted of adults, aged 18 years or over, living in urban or rural areas, excluding special census tracts or those with a low population19.
The cluster sampling plan was divided into three stages: 1) the primary sampling units (unidades primárias de amostragem – UPA) were the census tracts or composition of tracts, selected by simple random sampling, maintaining the stratification of the National Household Sample Survey (Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio – PNAD); 2) a fixed number of permanent private households was selected in each UPA; 3) a resident (aged 15 years or over) was selected with equiprobability from the list of eligible residents to respond to the individual interview. Details on the sampling are available in Stopa et al., 202019.
The interview process involved interviewers, supervisors, and coordinators trained by IBGE, between August 2019 and March 2020. The interviews were conducted using mobile collection devices. Upon arriving at the selected household and explaining the study objectives to the residents, the interviewer filled out a list of all individuals residing in the household, regardless of whether or not they agreed to participate in the research; identified the resident who would provide information on the household questionnaires and on all residents of the household; and randomly selected one resident, aged 15 years or over, to respond to the individual interview (to be scheduled)19.
In the 2019 NHS, 108,525 households were visited and 94,114 individual interviews were conducted, with a non-response rate of 6.4%. Those selected between 15 and 17 years of age did not answer the questions contained in the “Sexual activity” module (n=2,317). Those who refused to respond to the individual interviews (n=1,189), those selected who could not be found (n=1,664), and those to whom the questionnaire was not applicable (n=412) were excluded from this analysis. Only men were included (n=41,662). Due to the lack of detail, those with any other orientation (n=16), those who did not know their sexual orientation (n=358), and those who refused to answer this question (n=757) were excluded. Thus, of the 40,531 men who declared themselves heterosexual, homosexual, or bisexual, 30,512 were between 18 and 59 years of age. Of this total, 423 had not had sexual relations up until the time of the interview, resulting in a final analysis of 30,089 people (Figure 1).
Answer variables
The frequency of condom use in the last 12 months was assessed by asking the question “In the last twelve months, when you had sexual relations, how often did you use a condom?”, whose response options were always, sometimes, never, refused to answer, and not applicable. A total of 27,063 men responded to this question (of the 30,089 analyzed, 29,206 answered the question about having had relations in the last 12 months, 1,872 were excluded because they had not had relations in the last 12 months, and 271 because they did not know/did not remember). For the analysis of association with the explanatory variable, this variable was recategorized as sometimes/none (characterizing inconsistent condom use) and always (consistent use of the input). Condom use during the last sexual intercourse in the last 12 months was assessed by the question “During the most recent sexual intercourse you had in the last twelve months, did you use a male or female condom?”, whose response options were male condom, female condom, did not use any, does not know/does not remember, refused to answer, and not applicable. In this case, male condom and female condom were grouped into the “yes” answer, while “did not use any” remained as the “no” category; the other answers were considered missing. A total of 12,494 subjects answered this question (that is, of the 27,063 who answered the previous question, 14,569 were excluded because they had not used a condom at all in the last year).
Finally, the reported STI diagnosis was assessed using the question “In the last 12 months, has a doctor diagnosed you with a sexually transmitted disease/infection?”, the answer options for which were yes, no and not applicable. To this question, 30,512 men responded (including those who had not had sexual intercourse in the last 12 months). Absences, refusals, and non-responses were treated as losses and subjects in these categories were excluded from the analyses.
Explicative variable
Information on sexual orientation was collected through the question “What is your sexual orientation?” The spontaneous response was then categorized by the interviewer as: heterosexual, homosexual, bisexual, other (specify). If there was no spontaneous response, the options were read aloud, followed, if necessary, by the meaning of each alternative, according to the information in the manual and research training.
Covariables
In addition to sexual orientation, other explanatory variables were analyzed, such as age (mean and age range, categorized as 18-29 years, 30-44 years, and 45-59 years); self-reported race/skin color (white, black, yellow, brown, Indigenous); living with a partner (yes and no); education (incomplete elementary school or equivalent, complete elementary school/incomplete high school or equivalent, complete high school/incomplete higher education or equivalent, complete higher education/postgraduate studies); sexual violence, through the question of whether or not they had ever been threatened or forced to have sexual relations or any other sexual acts against their will (yes and no); health status (very good/good and fair/poor/very poor); and when they last saw a doctor (up to one year, more than one up to three years, more than three years).
Statistical analysis
Descriptive analysis was stratified by sexual orientation, and all data were presented as relative frequency and 95% confidence interval (95% CI), considering the sample design and weights. For categorical variables, differences between groups were assessed by the chi-square test. Age was additionally described as mean and 95% CI, and differences between groups were assessed by Student\'s t-test (Tables 1 and 2).
A Poisson regression model with unadjusted robust variance was used to assess the association between sexual orientation and each response variable: condom use in sexual intercourse in the last 12 months, condom use in the last sexual intercourse in the last 12 months, and reported STI diagnosis in the last 12 months (model 1). Sequential adjustments were made for age and race/skin color (model 2); cohabitation, education, and sexual violence (model 3); and health status and use of health services (model 4). The results were expressed as Prevalence Ratio (PR) and 95% CI. The analyses were performed using the survey command from the Stata 16.0 software (Stata Corporation, College Station, TX), and considered the effects of complex sampling and sampling weights.
Ethical aspects
The 2019 NHS was approved by the National Research Ethics Commission (CONEP)/National Health Council (CNS), logged under opinion no. 3,529,376, dated 08/23/2019. All procedures followed the recommendations of CNS Resolution 466 of 2012, and consent was obtained before each interview.
RESULTS
Homosexual and bisexual men were younger (55.5% were between 18 and 29 years of age, the same situation as 28.0% of heterosexual men; mean age 31.0 vs. 38.1 years); lived less frequently with a partner (22.6% vs. 67.1%); had higher education (69.6% had completed high school or more, compared to 35.6%); reported having suffered more sexual violence (6.5 % vs. 0.8%); and were in better health (81.5% vs. 23.3%) than heterosexual men. There were no statistically significant differences between groups regarding race/skin color and time since the last medical consultation (Table 1).
Always using a bed in the last 12 months (56.3% vs. 25.7%) and having used it in the last intercourse in the last 12 months (80.5% vs. 41.1%) was more common among homosexual/bisexual men when compared to heterosexual men. Having been diagnosed with an STI in the last 12 months (6.0% vs. 0.5%) was also more common (Table 2).
Table 3 shows that, in the crude analysis, being homosexual or bisexual was associated with always using a condom in the last 12 months (PR 1.78; 95% CI 1.58-2.01) and with having used this input in the last intercourse in the last 12 months (PR 1.66; 95% CI 1.53-1.81). These associations also remained after the inclusion of age and race/skin color in the models (model 2). However, in model 3 (for both response variables), the association became statistically insignificant after the introduction of the variable “lives with a partner” in the model. It is worth noting that, among those who identified themselves as homosexual and bisexual, 37.9% (95% CI 26.4%-51.0%) of those who lived with a partner and 62.4% (95% CI 53.1%-70.9%) of those who did not live with a partner used condoms consistently, the same situation as 13.4% (95% CI 12.6%-14.3%) and 57.0% (95% CI 54.9%-59.2%) of heterosexuals, respectively. The association between sexual orientation and reported STI diagnosis remained significant even after adjustments, with homosexual and bisexual men showing a higher prevalence of reported STI diagnosis in the last year than heterosexual men (crude model: PR 8.88; 95% CI 5.54-14.24; model 4: aPR 4.69; 95% CI 2.76-7.99).
DISCUSSION
Our findings indicate that, in the 12 months preceding the 2019 NHS, homosexual and bisexual men, aged 18 to 59 years, used condoms more consistently, including at their last sexual intercourse, but also reported more STI diagnoses than heterosexual men in the same age group. Although the literature has consistently indicated more frequent and consistent condom use by homosexual and bisexual men than by heterosexual men4–7,17, our results show that, after adjusting for cohabitation with a partner, the difference in condom use between the two groups becomes statistically insignificant. In other words, the greater condom use among homosexual and bisexual men is partially explained by the fact that they live less frequently with a partner when compared to heterosexual men.
Previous studies4,9,10,17,21 conducted with both men in general and MSMs indicate that condom use is less frequent in more stable and long-lasting relationships. According to the 2013 PCAP, among men in general, aged 15 to 64 years, who were sexually active in the 12 months prior to the survey, 44.6% used a condom during their last sexual intercourse, a percentage that reached 72.5% when the relationship was with a casual partner. Condom use in all relationships in the last 12 months prior to the survey with any type of partner was reported by only 27.5%, ranging from 22.1% for those with a steady partner to 60.9% for those with casual partners4. In the 2019 NHS, only 25% (95% CI 74.0-75.9%) of all men, in general, married or living together, used a condom in their last intercourse, the same situation as 73.1% (95% CI 71.5%-74.8%) of men who did not live together21. In the 2016 RDS MSM, in turn, while three-quarters of the interviewees used condoms consistently with commercial partners9, less than 50% used the input consistently with casual partners10.
In this context, it is important to consider that individuals, based on the collective learning of how to deal with STIs, manage their risk, trying to balance their needs and the risk of exposure22, without this necessarily meaning abandonment or disinterest in prevention23. Having sexual relations without using a condom with a partner when living together can symbolize greater commitment, intimacy, and emotional involvement of the partners in the relationship24. In the international literature, this non-use of condoms with a stable primary partner and its use with occasional partners has been called negotiated safety25. In addition, the dimension of pleasure and desire can also imply a less frequent use of condoms26. In this same sense, negotiations, changes, and intermittency are important in a certain risk management of sexual partnerships27, generating agreements and contracts that can usually be relevant in the use or not of condoms. The analysis of the length of the relationship, which could help in understanding this association between living together and condom use, is not available in the NHS.
Interventions and support groups to discuss the negotiation involved in condom use may be important to increase condom use26. Likewise, the use of biomedical and/or behavioral strategies, such as treatment as prevention, post-exposure prophylaxis, counseling and testing, and seroadaptation may be used as alternatives in risk management22,26,28.
Our findings also indicate that homosexual and bisexual men reported more STI diagnoses in the 12 months preceding the survey than did heterosexual men, which is consistent with the literature. In this sense, the 2013 PCAP indicated that 9.9% of all sexually active men, aged 15 to 64 years (regardless of sexual orientation), had some symptom that could indicate STI throughout their lives4. This contrasts with data from the 2016 RDS MSM, which indicated that nearly 20.0% of the MSM interviewed had some type of STI symptom in the year prior to the survey, and which pointed to a self-reported lifetime prevalence of STIs of 27.8%, with emphasis on syphilis (52.1%), HIV/AIDS (27.5%), and gonorrhea (23.4%)2. The comparison of surveys with different time periods (2013 and 2016), samples (representative population of Brazil and MSM from specific networks), and questions (STI symptoms in general vs. measured prevalence), such as the PCAP 2013 and the RDS MSM 2016 is an important limitation, due to the lack of national studies that investigate both groups simultaneously. Furthermore, in Brazil, it is worth noting that, although the HIV/AIDS epidemic has changed significantly over its course, it is still concentrated in groups with certain sexual practices, such as MSM29. Studies that analyzed the trajectory of the HIV/AIDS epidemic28 showed that stigma and prejudice are permanent factors, which are related to increased vulnerabilities and are linked to health care and risk management in sexual practices29.
This higher frequency of reported STI diagnoses in the final year prior to the survey may also be partially due to an overtesting of homosexual and bisexual men, since heterosexuals are invisible in policies and programs aimed at testing and preventing STIs/HIV/AIDS and do not perceive themselves as being at risk30. In this sense, a survey conducted in Campo Grande, Curitiba, and Florianópolis in 2019 indicated that more than 80% of MSM in the three cities had already tested for HIV throughout their lives and more than 50% of them had tested in the last year prior to the survey16. This contrasts with data from PCAP 2013, which indicate that, among sexually active men, aged 15 to 64 years (regardless of sexual orientation), only 27.3% had tested at least once in their lifetime4.
It is important to highlight some limitations of the present study. The way sexual orientation was surveyed in the NHS (by spontaneous self-declaration and recategorized by the interviewer as heterosexual, homosexual, bisexual, other (specify) and, in case of no response, reading of the alternatives followed by an explanation) may have resulted in an underreporting of homosexuals/bisexuals, reducing the magnitude of the observed association measures. Considering the high frequency of prejudice and discrimination in Brazilian society, these data should always be contextualized. In addition to sexual orientation, another variable that may have suffered information bias was the reporting of STI diagnosis (asked through the question “In the last 12 months, has a doctor diagnosed you with a sexually transmitted disease/infection?”). Besides being an unspecific question (making it impossible to investigate which STI it was), it restricted the response to only those who had a diagnosis provided by a doctor.
However, despite the limitations, our findings are important, as the NHS was the first national study with a representative sample of the adult population to investigate sexual orientation, and not sexual practices20. In the health area, the concept of MSM is commonly used, which, although it has historical importance, especially in the context of the shift in the focus of preventive actions from risk groups to risky behaviors, does not contemplate the diversity of gender identities and sexual orientations that it attempts to encompass, with their preventive behaviors and different prevalences of STI/HIV/AIDS, and reveals the centrality of sex and genitalia in the elaboration of public policies18.
Although it is essential to have public health policies that historically vulnerable target groups that have been excluded from the health system, such as gay and bisexual men, our findings indicate that STI/HIV/AIDS prevention strategies should be recontemplated in order to move from a logic of risky practices to the analysis of a broader context, which includes, for example, the different types of relationships, their temporalities, and negotiations. Considering the broader context, particularly the forms and types of relationships, the negotiations involved in them, and the timing of these negotiations, suggests a promising path for new research that can make the dynamic understanding of the growing rates of HIV and other STI infections among gay and bisexual men even more complex. With regard to consistent condom use among heterosexual men, our results reinforce what the literature has already indicated3, that the absence of public policies aimed at preventing STI/HIV/AIDS among this group reduces their opportunities for a timely diagnosis and makes them more exposed to the risk of new infections.
FUNDING
FB Pilecco received a CAPES grant under the Capes PRINT Program. MAM Prado is a CNPq 1D productivity grant recipient.
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Como
Citar
Pilecco, F. B., Silva, J. da R.. P., Martins, R. S., Prado, M. A. M.. USO DE PRESERVATIVO E RELATO DE DIAGNÓSTICO DE IST EM HOMENS CISGÊNERO, SEGUNDO ORIENTAÇÃO SEXUAL: UMA ANÁLISE A PARTIR DA PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE DE 2019. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2024/mar). [Citado em 22/12/2024].
Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/uso-de-preservativo-e-relato-de-diagnostico-de-ist-em-homens-cisgenero-segundo-orientacao-sexual-uma-analise-a-partir-da-pesquisa-nacional-de-saude-de-2019/19112?id=19112