0350/2025 - Analysis of Budgetary Impact of the Offer of Occlusal Devices in the Unified Health System
Análise de Impacto Orçamentário da Oferta de Dispositivos Oclusais no Sistema Único de Saúde
Author:
• Pâmela Lopes Pedro da Silva - Silva, Pâmela Lopes Pedro - <pamelapan_lopes@hotmail.com>ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4537-6821
Co-author(s):
• George Azevedo Lemos - Lemos, GA - <george.lemos@icbs.ufal.br>ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2140-216X
• Yuri Wanderley Cavalcanti - Cavalcanti, YW - <yuri@ccs.ufpb.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3570-9904
• André Ulisses Dantas Batista - Batista, AUD - <andreulisses@yahoo.com.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1593-0174
Abstract:
The objective was to evaluate the budgetary impact of offering occlusal devices (ODs) in the Unified Health System (SUS) Temporomandibular Disorder (TMD), Orofacial Pain (OFP) and/or bruxism. Budgetary Impact Analysis was carried out using the bottom-up micro-costing technique from the perspective of municipal managers over a 5-year time horizon. Monetary values in reais were obtained from websites with bidding prices, a static sensitivity analysis of 25% was carried out and, based on the base scenario, the impact on the budget was estimated according to the population size of the municipalities. The cost of a OD was R$149.81, with a variation between best- and worst-case scenarios, of R$104.93 and R$194.71. The incremental impact on the budget of the total number of Brazilian municipalities for offering 4,240,551 ODs was R$635,276,945.31, with a progressive incorporation rate of 5% per year. For small I municipalities the impact was R$208,535.52, R$521,338.80 for small II, R$1,042,677.60 for medium size and R$9,385,296.88 for large size. It was concluded that the direct municipal cost for creating a OD in the SUS for individuals with TMD, OFP and/or bruxism was R$149.81, with an incremental impact of R$635,276,945.31 over 5 years, considering all Brazilian municipalities.Keywords:
Analysis of the Budgetary Impact; Unified Health System; Temporomandibular Joint Dysfunction Syndrome.Content:
A Disfunção Temporomandibular (DTM) é considerada a causa mais comum de Dor Orofacial (DOF) de origem musculoesquelética.1,2 Apresenta-se como uma condição de alta prevalência na população, cuja busca por tratamento tem aumentado nos últimos anos,3,4,5,6 uma vez que impacta negativamente na qualidade de vida dos indivíduos acometidos.7,8,9,10,11,12,13,14
Frente à pluralidade de sintomas, associada a sua etiologia multifatorial,15 tem-se a disponibilidade de diferentes modalidades de terapias,16,17,18,11 contudo, as opções mais conservadoras (não invasivas e reversíveis) são eficazes, e, portanto, mais recomendadas. Nesse sentido, o dispositivo oclusal (DO) é uma das modalidades conservadoras mais utilizadas, comumente confeccionado em material rígido (resina acrílica), trata-se de uma placa intraoral removível instalada no arco dentário superior ou inferior,19 empregada principalmente para os casos de mialgia, artralgia, bruxismo e reposicionamento do disco articular.20,21,22 O mecanismo exato de ação dos DOs é um debate contínuo, incluindo relaxamento muscular, proteção dos dentes, normalização da propriocepção, reposicionamento mandibular em relação cêntrica, conscientização, efeito placebo ou efeitos centrais.5,18,22,23
Pesquisas epidemiológicas têm demonstrado que a DTM apresenta alta prevalência entre os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).24,25,26,27 Apesar do Caderno “A Saúde Bucal no SUS”28 trazer que a prestação de serviços de saúde bucal deve priorizar os agravos de maior gravidade e/ou prevalência, no rol de procedimentos clínicos ofertados pelas unidades de Atenção Primária à Saúde (APS), observa-se, diferentemente de outras condições crônicas comuns na população assistida, a ausência de procedimentos de prevenção, diagnóstico, tratamento e acompanhamento da pessoa com DTM e DOF, o que confere relevância a essa disfunção para a saúde pública.14,29
Sabe-se que inúmeros desafios são identificados na gestão em saúde, especialmente no que se refere a entraves na ampliação da oferta e cobertura dos serviços; assim, cabe ao gestor municipal adaptar a oferta nacional para a realidade do seu município.30,31 Nesse contexto, as avaliações econômicas em saúde destacam-se como ferramenta de apoio para a tomada de decisões, conciliando as necessidades de saúde da população com as possibilidades de custeio e otimizando a alocação dos recursos.32,33
Apesar do seu impacto negativo na população, a literatura tem poucos estudos acerca dos custos do tratamento da DTM e DOF tanto no Brasil como em outros países.34,35,36,37 Pesa-se a esse cenário, o fato de as análises de economia em saúde terem sido elencadas como uma das prioridades de pesquisa na área de DTM por um comitê de especialistas na área.37 Dentro desse contexto, a Análise de Impacto Orçamentário (AIO) é um método de avaliação econômica das consequências financeiras advindas da adoção de uma nova tecnologia em saúde, dentro de um determinado cenário de saúde com recursos finitos, possibilitando ao gestor verificar a viabilidade econômica da adoção de uma nova tecnologia em saúde.38,39 Essas avaliações são particularmente importantes em países em desenvolvimento, onde os recursos são escassos e as necessidades em saúde grandes.32
Assim, o objetivo desta pesquisa foi avaliar os custos clínicos e laboratoriais para confecção de DOs nos Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs), incluindo-se consultas para ajuste dos dispositivos, estimando o impacto orçamentário municipal da oferta de DOs na Atenção Secundária (AS) para indivíduos com DTM, DOF e/ou bruxismo sob a perspectiva do SUS.
MÉTODOS
Foi realizada uma avaliação econômica parcial em saúde empregando AIO, por meio da técnica de microcusteio bottom-up,39,40 seguindo os critérios da CHEERS - Consolidated Health Economic Evaluation Reporting Standards41 e da REBRATS - Rede Brasileira de Avaliação de Tecnologias em Saúde.42 Adotou-se a perspectiva do gestor municipal em saúde no contexto do SUS, analisando o custo direto da confecção de DOs na AS para alívio de sintomas em indivíduos com DTM, DOF e/ou Bruxismo, num horizonte temporal de cinco anos, por tratar-se de condições crônicas.38,40,42
Para a confecção dos DOs foi eleita a técnica de polimerização da resina acrílica através da energia de micro-ondas, baseado no manual técnico disponibilizado pelo Ministério da Saúde (MS) para confecção de próteses odontológicas.43,44 O tempo gasto, bem como a quantidade de cada material necessário para a realização das etapas clínicas e laboratoriais, incluindo uma sessão de retorno para ajuste do dispositivo, foi obtido de estudo anterior.45
Os custos diretos incluíram gastos com insumos, materiais e instrumentais, considerando-se sua vida útil, bem como os custos com recursos humanos.39 Taxas de desconto não foram aplicadas.38,46,47 Mediante a impossibilidade de obter-se a média salarial de todos os municípios brasileiros, foram considerados como referência os salários-base pagos pela Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa aos seguintes profissionais, de acordo com a Plataforma Integrada de Ouvidoria e Acesso à Informação - Fala.BR (https://falabr.cgu.gov.br/), acrescidos de encargos e benefícios de 103,6%:40 Auxiliar de Saúde Bucal (ASB) e Técnico em Prótese Dentária (TPD) salários-base de R$ 1.320,00 e Cirurgião-Dentista (CD) especialista, salário-base R$ 1.851,74. O custo do tempo clínico/laboratorial para cada sessão foi obtido a partir do valor da hora de trabalho, dividindo-se o salário, acrescido dos encargos, para cada profissional, por 8 horas trabalhadas por dia, durante 22 dias por mês.46,48
Os dados monetários foram apresentados em reais (R$) e obtidos a partir de websites que disponibilizam um resumo de preços derivados de licitações para aquisição de materiais no Brasil, são eles: Banco de Preços em Saúde - BPS (https://www.gov.br/saude/pt-br/acesso-a-informacao/banco-de-precos/) e Painel de Preços (https://paineldeprecos.planejamento.gov.br/); foi obtida a média a partir do maior e menor preço para cada produto. Para aqueles itens não disponibilizados, foi realizada a busca em sites de materiais odontológicos. A consulta de preços foi empreendida entre os meses de maio e junho de 2023 e os dados de custos foram tabulados e analisados em planilhas no Microsoft Office Excel.
Como foi considerado um cenário para confecção do DO nos CEOs que já contam com o serviço de um Laboratório Regional de Prótese (LRPD), os custos para montagem e manutenção da infraestrutura física não foram computados.46 Foi calculado o custo individual médio por paciente para a oferta de um DO na AS.39,40 Em seguida, foi multiplicado o custo unitário municipal com o DO pelo número de pessoas que precisam de tratamento. De acordo com o panorama do censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (https://censo2022.ibge.gov.br/panorama/) o Brasil conta com uma população de 203.062.512 pessoas, destes, aproximadamente 70% são dependentes do SUS.47 Considerando que uma média de 48,04% de indivíduos apresenta, pelo menos, um sintoma de DTM, e que destes uma média de 20,7% indivíduos exibiram necessidade de tratamento,24,25,26,29,49 foi considerada uma população-alvo para receber o DO de 14.135.173 pessoas. Ressalta-se que os dados de prevalência dos sintomas de DTM e necessidade de tratamento foram obtidos calculando-se a média aritmética dos resultados de estudos epidemiológicos realizados na população brasileira em diferentes regiões do país.24,25,26,29,49
O horizonte temporal foi de 5 anos (2023 a 2027), assumindo-se uma incorporação progressiva da oferta do DO pelo município. Iniciou-se com cobertura de 10% da população-alvo e foi determinada uma taxa fixa de 5% de incorporação ao ano, uma vez que a oferta de uma nova tecnologia ocorre de maneira gradual, seja pela logística envolvida, aquisição de materiais e insumos, formação/atualização de recursos humanos, divulgação do serviço à população e/ou número de indivíduos que buscam acesso a essa tecnologia.42,47
Foi realizada também uma análise de sensibilidade estática (ASE) de 25%,38,46,47 onde os valores totais estimados a serem gastos pelos municípios, bem como a população-alvo para receber o DO, sofreram variação de 25% para mais ou para menos, gerando respectivamente dois cenários: melhor cenário/mais otimista e pior cenário/mais pessimista. A ASE foi necessária devido à possibilidade de incerteza dos resultados quanto às variações regionais relativas ao número de pacientes com necessidade de DO e valores das licitações para aquisição de materiais, insumos e instrumentais, além do salário dos profissionais.38,49,50 Além disso, a partir do cenário-base, realizou-se uma estimativa do impacto no orçamento de acordo com o porte populacional dos municípios, conforme classificação do IBGE: a) Porte pequeno I, municípios com até 20.000 habitantes; b) Porte pequeno II, municípios com até 50.000 habitantes; c) Médio porte, até 100.000 habitantes; d) Grande porte, até 900.000 habitantes.51
Para se obter o custo final, foram subtraídos os valores de incentivo federal pagos aos municípios para custear a consulta com especialista e a confecção do DO.49 De acordo com o SIGTAP - Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPM (Órtese, Prótese e Materiais Especiais) do SUS (http://sigtap.datasus.gov.br/tabela-unificada/app/sec/inicio.jsp), o valor repassado pelo MS para confecção de um DO é de R$23,54 (código 07.01.07.007-2); foi considerado o valor de R$6,30 (código 03.01.01.004-8) destinado à consulta clínica com CD na Atenção Secundária, independente da especialidade, uma vez que a especialidade de DTM e Dor Orofacial não está disponibilizada no sistema. Assim, o valor final de desconto foi de R$29,84.
RESULTADOS
O custo dos materiais necessários para confecção de um DO foi de R$56,99, destes, R$31,47 corresponderam à etapa laboratorial, enquanto R$25,52 às etapas clínicas; já o custo com pessoal foi de R$122,66. Os custos de cada sessão, separadamente, podem ser observados na Tabela 1. Uma lista com todos os materiais e instrumentais considerados para o cálculo de custo pode ser encontrada na Tabela 2.
O custo municipal total do DO, descontando o valor do repasse federal, foi de R$149,81. Considerando-se uma análise de sensibilidade de 25%, pode haver uma variação entre o melhor e o pior cenário, respectivamente de R$104,93 e R$194,71 conforme demonstrado na Tabela 3.
O impacto incremental no orçamento considerando-se a totalidade dos municípios brasileiros para a oferta de 4.240.551 DOs ao longo de 5 anos foi de R$635.276.945,31; as variações para um melhor e pior cenário são apresentadas na Tabela 4. Já o impacto incremental no orçamento considerando-se o porte populacional dos municípios no cenário-base foi de R$208.535,52 para os municípios de porte pequeno I, R$521.338,80, de porte pequeno II, R$1.042.677,60 de porte médio e R$9.385.296,88 de grande porte, a incorporação progressiva ao longo de 5 anos pode ser observada na Tabela 5.
DISCUSSÃO
Neste estudo, foi calculado o custo para confecção do DO dividindo-o entre os custos com insumos, materiais e instrumentais e o gasto com pessoal (CD, ASB e TPD); encontrou-se que a maior parcela dos gastos foi proveniente do pagamento de pessoal. Resultado semelhante foi encontrado por Cavalcante et al46, onde a maior parcela dos gastos para confecção de próteses totais (PTs) também foi proveniente do pagamento de pessoal (74,85%). Esse resultado corroborou o estudo de Araújo, Gonçalves e Machado,52 que apontou que o gasto per capita com pagamento de pessoal representa cerca de 70% do gasto total com saúde utilizando recursos próprios do município; seguido pelos gastos com o pagamento de serviços médicos, hospitalares, odontológicos e laboratoriais sob a gestão do município, contratados ou conveniados com o SUS. Os dados monetários aqui são discutidos com outros trabalhos que analisaram os custos com próteses dentárias, uma vez que não há na literatura informações acerca de DOs, também chamados de placa oclusal.
De acordo com o SIGTAP “Placa oclusal é um dispositivo confeccionado de forma individualizada, em resina acrílica, que se encaixa entre as arcadas dentárias. O objetivo deste aparelho é controlar as forças que agem no sistema mastigatório, promover alívio dos sintomas de DTM e proteger os dentes da atuação de cargas traumáticas adversas provenientes de hábitos parafuncionais”.31 Apesar de este dispositivo fazer parte do rol de procedimentos o valor pago pelo repasse federal fica aquém do esperado, e a maioria dos municípios não oferta essa opção de tratamento para a população.
A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) apresenta uma série de normas sobre finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal amparadas nos pilares de planejamento, transparência, controle e responsabilização no uso dos recursos públicos nas três esferas de poder. Os limites para as despesas com pessoal impostos pela LRF têm sido apontados pelos gestores municipais de saúde como obstáculo às políticas do setor,53 sobretudo para os municípios com menos de 10.000 habitantes.54
Em contrapartida, Medeiros et al.53 avaliaram a tendência linear dos indicadores de despesas com pessoal e a correlação deste com o perfil de gastos com o pessoal da saúde nos municípios brasileiros, entre 2004 e 2009 e encontraram uma tendência de aumento de 1,3% nas médias anuais da despesa total com pessoal dos municípios; porém, as despesas com pessoal da Saúde não acompanharam esse crescimento. Não houve correlação entre os indicadores, portanto, esse resultado se opõe aos argumentos dos gestores de saúde, que atribuem à LRF os problemas para contratação de trabalhadores e expansão dos sistemas de saúde. Vale esclarecer que os pesquisadores53 utilizaram dados secundários dos sistemas Finanças do Brasil - FINBRA e Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde - SIOPS, os quais apresentam limitações devido dificuldades de acesso e/ou cobertura dos dados, seja por erros na alimentação do sistema ou até mesmo mascaramento de informações. Assim, mais pesquisas são necessárias nesse campo para se alcançar respostas mais concretas.
Observou-se que, além do custo com aquisição de materiais para confecção do DO ser menor, quando comparado com o custo com pessoal, a maioria dos insumos, instrumentais e equipamentos necessários são comuns a qualquer CEO que já conta com o serviço de Prótese Dentária, sobretudo quando atrelado a um LRPD. O LRPD trata-se de um ponto de apoio da rede SUS, podendo funcionar numa unidade própria do município ou em consórcios intermunicipais públicos ou privados. Os gestores municipais e estaduais podem optar por terceirizar o serviço, que contam com a confecção de próteses removíveis parciais e totais, próteses adesivas, coroas fixas e retentores intrarradiculares.28,55 Vieira et al.56 e Souza, Mourão, Emiliano57 descreveram para cada 100 mil habitantes, uma tendência de crescimento na taxa padronizada de produção de próteses dentárias no SUS, em todas as regiões geográficas do Brasil. Estes dados reforçam a capacidade dos municípios de ofertarem os DOs como uma modalidade de tratamento não invasiva para os usuários com diagnóstico de DTM sem comprometer sobremaneira o orçamento, assim, essa AIO poderia auxiliar o gestor na tomada de decisão quanto à oferta de tratamentos para tal disfunção.
O custo total para confecção de um DO foi de R$179,65, enquanto o repasse federal é de R$29,84, ou seja, o município precisa arcar com a maior parcela, correspondendo a R$ 149,81. Observou-se, portanto, que o valor repassado pelo MS aos municípios para financiamento dos DOs não é suficiente para cobrir os custos com essa terapia. Assim, é importante que os municípios diminuam sua dependência dos recursos de transferências, seja da União ou do Estado; tal dependência pode gerar diminuição da autonomia da administração pública municipal e mau uso dos recursos de arrecadação, sobretudo nos municípios de menor porte.53
O Pacto de Gestão do SUS descentraliza as atribuições do MS para os estados e municípios e regulamenta o financiamento público tripartite com responsabilidades entre gestores das três esferas.54 Nessa pesquisa, a análise de custos foi realizada sob a perspectiva do gestor municipal, considerando que este fará a ponte entre a necessidade da população local e o direcionamento dos gastos do poder público. Além disso, dessa maneira será mais fácil auxiliar o gestor na tomada de decisão quanto à alocação dos recursos, seja na APS ou AS, viabilizando o atendimento integral do paciente com DTM e DOF. A articulação entre os municípios seria de grande valia para a organização dos serviços de saúde nas diversas regiões do Brasil, superando as adversidades em cada realidade específica. No entanto, existem dificuldades nesse diálogo entre os serviços do mesmo município e entre diferentes municípios, o que pode afetar diretamente a qualidade e a integralidade da assistência à saúde.58
Uma alternativa seria a atuação dos gestores articulando-se nas Regiões de Saúde através de polos de referência ao atendimento especializado do paciente portador desta disfunção espalhados no Estado com ações cooperativas e solidárias entre os gestores. Convênios e parcerias entre os municípios próximos através da criação de comissões intergestores também seriam interessantes para a regionalização dos serviços e, consequentemente, dos recursos.54 Regiões de saúde são recortes territoriais inseridos num espaço geográfico contínuo e idealmente, devem ser identificadas pelos gestores municipais e estaduais em saúde a partir de características em comum da população assistida e facilidade de comunicação e transporte entre si.58 A regionalização é uma das diretrizes do SUS e tem como objetivos garantir o acesso às ações e serviços de saúde de qualidade e de maneira integral em todos os níveis de complexidade, fortalecendo a descentralização através da atuação dos gestores; além de racionalizar os gastos e otimizar os recursos destinados à saúde através do Plano Diretor de Investimento (PDI).58
A especialidade odontológica DTM e DOF foi regulamentada pelo Conselho Federal de Odontologia em 2002; no SIGTAP o dispositivo oclusal foi incluído em 2008, e o especialista em DTM até hoje não faz parte do CBO (lista de profissionais liberados para realizar o procedimento), além do número limitado de profissionais no SUS capacitados para esse fim. Apesar da confecção, instalação e ajuste de DOs fazerem parte da carteira de serviços odontológicos da APS,31 percebeu-se que esse procedimento não tem sido oferecido, rotineiramente, pelos municípios. Estudos têm demonstrado em diferentes países, um conhecimento limitado de CDs não especialistas em DTM e DOF acerca desta disfunção, sugerindo a implantação da especialidade nos serviços de saúde para uma melhor cobertura da população.1,4,30
A crescente incidência das DOFs ligadas às DTMs e o seu impacto na qualidade de vida dos indivíduos têm merecido destaque nas pesquisas em saúde pública, razão pela qual é de suma importância que os profissionais do SUS estejam preparados para atender a demanda destes pacientes,4,14,47,59,60 conforme as diretrizes da Política Nacional de Educação na Saúde.61 A capacitação destes profissionais deve ser contínua, acompanhar as necessidades da população e as evidências mais atuais em DTM e DOF; podendo ser realizada por meio de diferentes estratégias, como treinamentos presenciais, cursos de especialização, programas de educação continuada, palestras e workshops.62
A integração entre os níveis de atenção primária, secundária e terciária da Rede de Atenção à Saúde tende a melhorar o acesso, a resolutividade e a qualidade do cuidado em DTM e DOF de usuários do SUS,18,62 além disso, essa integração promove uma melhor comunicação entre os profissionais, uma abordagem interdisciplinar desta condição e a utilização mais eficiente dos recursos, reduzindo os custos para o sistema de saúde.62 Por isso, sugere-se que o tratamento com DOs seja ofertado na AS, preferencialmente nos CEOs, assim, haveria uma maior abrangência dos serviços de referência para encaminhamento e aumento no número de especialistas em DTM e DOF. Segundo Cavalcante et al,46 o aumento da oferta de PTs sobreimplantes no SUS poderia proporcionar um maior incentivo à formação e contratação de profissionais especializados, acredita-se que tal fenômeno também poderia ser observado para o tratamento de pacientes com DTM e DOF e a oferta de DOs no SUS.
O impacto incremental no orçamento inicialmente pode parecer elevado, ao considerar a totalidade dos municípios brasileiros, contudo, quando se observa o porte populacional dos municípios e a oferta gradual do serviço ao longo de 5 anos, este cenário parece viável. O MS fornece aos municípios incentivos financeiros a depender do volume da tecnologia ofertada, por exemplo, aqueles municípios que produzem acima de 120 próteses dentárias por mês (1.452 próteses por ano) recebem R$ 270.072,00 por ano, o que representa R$ 186,00 por prótese dentária, acordo semelhante poderia ser obtido para a produção de DOs.63 Pereira et al47 realizaram uma análise de impacto orçamentário da oferta de próteses totais para população de idosos usuários do SUS no estado de São Paulo e concluíram que a incorporação da reabilitação oral seria viável e de baixo impacto, de acordo com a disponibilidade financeira e as prioridades de cada município, corroborando os resultados deste estudo.
Cavalcante et al,46 numa análise de microcusteio, também utilizando a infraestrutura de LRPDs próprios, obtiveram um custo estimado de R$189,00 para confecção de PTs convencionais no SUS e R$663,05 para PTs overdentures (sobreimplantes), ou seja, valores superiores àquele destinado aos DOs. Segundo os autores, o repasse do MS cobre apropriadamente esses custos, assim, parece viável que os DOs sejam ofertados à população sem comprometer sobremaneira o orçamento, principalmente quando se observa o impacto econômico do absenteísmo e perda de produtividade atrelados à esta disfunção.
Deste modo, o gestor municipal deverá adaptar a oferta nacional para a realidade do município através do Plano Municipal de Saúde, ressaltando-se que os procedimentos e ações a serem realizados devem respeitar as regulamentações específicas dos conselhos profissionais, bem como as habilidades individuais, sendo mote para a organização e a identificação de treinamentos adicionais necessários a serem ofertados aos profissionais.31 A Portaria nº 1.924, do MS publicada em 17 de novembro de 202364 reajustou, dentre outros, os valores de incentivo financeiro das Equipes de Saúde Bucal, dos LRPDs e dos CEOs. Tornando dessa maneira, o atual momento propício ao investimento no tratamento de pacientes com DTM e DOF no SUS, seja na capacitação dos CDs da APS para diagnosticar, prevenir e tratar os casos mais simples, seja na inclusão de especialistas na área nos CEOs ou ampliação dos serviços dos LRPDs, com a confecção de DOs para estes pacientes.
Estudos de avaliação econômica do tratamento da DTM e DOF em outros países tem demonstrado um aumento dos custos diretos e indiretos à medida que a condição cronifica, repercutindo em maiores despesas com intervenções hospitalares mais invasivas como injeções na ATM e cirurgias, além de perda de produtividade por absenteísmo e presenteísmo,34,35,36 enquanto isso, um estudo realizado na APS da cidade de Porto Alegre-RS observou que a maior parte dos encaminhamentos foram para Cirurgia Bucomaxilofacial (76,3%) e apontou problemas relacionados à informação, acesso e resolubilidade para assistência à DTM no SUS, com sobrecarga da AS e aumento dos custos.60 Deste modo, o investimento em modalidades de tratamento mais conservadoras como o DO ainda na fase aguda da DTM pode ser menos oneroso para o serviço público.
Uma série temporal realizada por Souza, Mourão, Emiliano65 no período de 2008 a 2018 demonstrou que a produção de procedimentos odontológicos ambulatoriais constantes na tabela SUS foi menor nas regiões Norte e Nordeste do Brasil; não estando incluída aqui a oferta de DOs. Os autores sugerem que os resultados desse estudo sejam um estímulo aos gestores para o monitoramento da produção odontológica a nível local, buscando por soluções micro e macrorregionais para suprir as demandas da população, além de um incentivo a estudos futuros para melhor compreensão da produção, financiamento, recursos humanos e demanda dos serviços odontológicos no SUS. Corroborando esses achados, Neves, Giordani, Hugo66 também descreveram maiores produções nas regiões Sul e Sudeste, onde a maior prevalência de procedimentos curativos mostrou associação com a disponibilidade de materiais e instrumentais odontológicos por parte das equipes de saúde bucal. Buscando abranger essas diferenças sociodemográficas, neste estudo, optou-se por utilizar a média do maior e menor preço para cada um dos materiais, insumos e instrumentais considerados para a análise orçamentária.
Esta pesquisa apresenta algumas limitações, como diferenças regionais de preços, proveniente de variações orçamentárias, licitações e fornecedores; tais diferenças se estendem também aos custos salariais, por dificuldades de acesso e permanência de profissionais especializados em certas regiões do país; além disso, nem todos os estados e municípios disponibilizam tratamento para DTM e DOF ou contam com estrutura para este fim. Controlou-se essas possíveis variações desenvolvendo uma ASE e sugere-se que os gestores sejam sensíveis ao extrapolar os custos para sua realidade local. Além disso, como não foi possível determinar quantas pessoas necessitariam do uso de DO, já que esta é apenas uma das possíveis modalidades de tratamento para a DTM, considera-se que a população-alvo deste estudo possa estar superestimada.
Neste trabalho optamos por realizar a análise de custos apenas para a oferta de DOs, mas se faz necessário esclarecer que essa deve ser implementada em conjunto com outras modalidades de tratamento, de maneira multidisciplinar e interprofissional. A complexidade do diagnóstico, e consequentemente, das inúmeras possibilidades de terapias, acrescido da ausência de códigos no SIGTAP e dificuldade na obtenção de preços inviabilizaram uma análise de custos mais abrangente, como no caso da avaliação de custos indiretos, a qual poderia ser realizada em pesquisas futuras.
Concluiu-se, portanto, que o custo municipal para confecção de um DO na Atenção Secundária do SUS, incluindo-se consultas para ajuste do dispositivo, foi de R$149,81. O impacto incremental orçamentário para a oferta de 4.240.551 DOs ao longo de 5 anos para indivíduos com DTM, DOF e/ou bruxismo foi de R$ 635.276.945,31, considerando-se todos os municípios brasileiros.
REFERÊNCIAS
1. Baharvand M, Monfared MS, Hamian M, Moghaddam EJ, Hosseini FS, Alavi K. Temporomandibular Disorders: Knowledge, Attitude and Practice among Dentists in Tehran, Iran. Journal of Dental Research, Dental Clinics, Dental Prospects. 2010; 4(3): 90-94.
2. Mehndiratta A, Kumar J, Manchanda A, Singh I, Mohanty S, Seth N, et al. Painful clicking jaw: a pictorial review of internal derangement of the temporomandibular joint. Polish Journal of Radiology. 2019; 84: e598–e615.
3. Espinosa IA, Pérez EM, Gonzalez YM, Corona A. Assessment of knowledge on temporomandibular disorders among Mexican dental educators. Acta Odontol Latinoam. 2016; 29(3): 206–213.
4. Rhoden A et al. Avaliação da ocorrência e dos conhecimentos sobre disfunção temporomandibular em profissionais da Equipe de Saúde da Família do Grupo Hospitalar Conceição. RFO UPF. 2020; 25(1): 16-25. doi: 10.5335/rfo.v25i1.10285.
5. Tran C, Ghahreman K, Huppa C, Gallagher JE. Management of temporomandibular disorders: a rapid review of systematic reviews and guidelines. Int. J. Oral Maxillofac. Surg. 2022; 51: 1211–1225. doi: 10.1016/j.ijom.2021.11.009.
6. Ilgunas A, Fjellman?Wiklund A, Häggman?Henrikson, Lobbezoo F, Visscher CM, Durham J, et al. Patients’ experiences of temporomandibular disorders and related treatment. BMC Oral Health. 2023; 23: 653. doi: 10.1186/s12903-023-03230-5.
7. Schierz O et al. Comparison of perceived oral health in patients with temporomandibular disorders and dental anxiety using oral health-related quality of life profiles. Qual Life Res. 2008; 17: 857-866.
8. Pereira TC, Brasolotto AG, Conti PC, Berretin-Felix G. Temporomandibular disorders, voice and oral quality of life in women. J Appl Oral Sci. 2009; 17: 50-59.
9. Barbosa TS, Leme MS, Castelo PM, Gavião MBD. Evaluating oral health-related quality of life measures for children and preadolescents with temporomandibular disorder. Health and Quality of Life Outcomes. 2011; 9(32): 1-12.
10. Lemos GA, Paulino MR, Beltrão RTS, Batista AUD. Influence of temporomandibular disorder presence and severity on oral health-related quality of life. Rev Dor. 2015; 16(1): 10-4.
11. List T, Jensen RH. Temporomandibular disorders: Old ideas and new concepts. Cephalalgia. 2017; 37(7): 692–704. doi: 10.1177/0333102416686302.
12. Bitiniene D, Zamaliauskiene R, Kubilius R, Leketas M, Gailius T, Smirnovaite K. Quality of life in patients with temporomandibular disorders. A systematic review. Stomatologija, Baltic Dental and Maxillofacial Journal. 2018; 20(1): 3-9.
13. Paulino MR, Moreira VG, Lemos GA, Silva PLP, Bonan PRF, Batista AUD. Prevalência de sinais e sintomas de disfunção temporomandibular em estudantes pré-vestibulandos: associação de fatores emocionais, hábitos parafuncionais e impacto na qualidade de vida. Ciênc Saúde Coletiva. 2018; 23(1): 173-186.
14. Melo ACR, Forte FDS, Barbosa GAS, Batista AUD. Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial: classificação, epidemiologia, importância do diagnóstico e implicações para o Sistema Único de Saúde (SUS). In Castro RD, Batista AUD, editores. Evidências científicas e práticas clínicas odontológicas no âmbito do Sistema Único de Saúde. João Pessoa: Editora UFPB, 2020, p. 231-251.
15. Moura WP, Silva PLP, Lemos GA, Bonan PRF, Montenegro RV, Batista AUD. Retrospective review of patients referred to a temporomandibular dysfunction care setting of a Brazilian public university. Rev Dor. 2017; 18(2): 128-34.
16. Durham J, Exley C, Wassell R, Steele JG. ‘Management is a black art’ – professional ideologies with respect to temporomandibular disorders. British Dental Journal. 2007; 202. doi:10.1038/bdj.2007.369.
17. De Leew R, Klasser G. Orofacial pain: guidelines for assessment, diagnosis and management. ed. 5. Chicago: Quintessence, 2013.
18. Okeson, J. Tratamento das desordens temporomandibulares e oclusão. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
19. Ferro KJ, editor. Glossary of Prosthodontic Terms Committee of the Academy of Prosthodontics - Ninth Edition. JPD. 2017; 117(5S): e1-e105.
20. Glaros G, Owais Z, Lausten L. Reduction in parafunctional activity: a potential mechanism for the effectiveness of splint therapy. Journal of Oral Rehabilitation. 2007; 34(2): 97-104.
21. Al-Ani Z. Occlusion and temporomandibular disorders: a long-standing controversy in dentistry. Prim Dent J. 2020; 9(1): 43–48. doi: 10.1177/2050168420911029.
22. Riley P, Glenny AM, Worthington HV, Jacobsen E, Robertson C, Durham J, et al. Oral splints for patients with temporomandibular disorders or bruxism: a systematic review and economic evaluation. Health Technol Assess. 2020; 24(7): 1-224.
23. Greene CS, Manfredini D. Transitioning to chronic temporomandibular disorder pain: A combination of patient vulnerabilities and iatrogenesis. J Oral Rehabil. 2021; 48(9): 1077–1088. doi: 10.1111/joor.13180
24. Arruda EP, Assad RA, Gabardo ML, Matei GC, Almeida BC. Prevalência da disfunção temporomandibular em pacientes das unidades básicas de saúde de Ponta Grossa-PR. Revista Ortodontia Gaúcha. 2012; 16(2): 5–11.
25. Progiante P, Pattussi M, Lawrence H, Goya S, Grossi P, Grossi M. Prevalence of Temporomandibular Disorders in an Adult Brazilian Community Population Using the Research Diagnostic Criteria (Axes I and II) for Temporomandibular Disorders (The Maringá Study). The International Journal of Prosthodontics. 2015; 28(6): 600–609. doi: 10.11607/ijp.4026
26. Magalhães BG, Sousa ST, Mello VVC, Barbosa ACS, Morais MPLA, Vasconcelos MMVB, et al. Risk factors for temporomandibular disorder: Binary logistic regression analysis. Medicina Oral, Patologia Oral y Cirurgia Bucal. 2014; 19(3): 232–236.
27. Mello VVC, Barbosa ACS, Morais MPLA, Gomes SGF, Vasconcelos MMVB, Caldas Júnior AF. Temporomandibular disorders in a sample population of the Brazilian Northeast. Brazilian Dental Journal. 2014; 25(5): 442–446. doi: 10.1590/0103-6440201302250
28. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. A saúde bucal no Sistema Único de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2018.
29. Henrique VL, Pacheco KCM, Aguiar IHA, Brito WCO, Silva PLP, Batista AUD, et al. Prevalência de sintomas de disfunção temporomandibular, fatores associados e impacto sobre a qualidade de vida em usuários da rede de atenção primária à saúde. Research, Society and Development. 2022; 11(1): e13911124560.
30. López-Frías FJ, Flores JG, Represa VB 3, Labruzzi CA, Martinez MH. Knowledge and management of temporomandibular joint disorders by general dentists in Spain. J Clin Exp Dent. 2019;11(8):e680-5. doi: doi:10.4317/jced.55634
31. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Saúde da Família. Carteira de serviços da Atenção Primária à Saúde (CaSAPS): versão profissionais de saúde e gestores. Brasília: Ministério da Saúde, 2020.
32. Vanni T, Luz PM, Ribeiro RA, Novaes HMD, Polanczyk CA. Avaliação econômica em saúde: aplicações em doenças infecciosas. Cad. Saúde Pública. 2009; 25(12): 2543-2552.
33. Probst LF. Economia da saúde e Odontologia: aplicações e implicações para gestão no Sistema Único de Saúde [tese]. Doutorado em Odontologia: Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Odontologia de Piracicaba, 2018.
34. Durham J, Shen J, Breckons M, Steele JG, Araújo-Soares V, Exley C, et al. Healthcare Cost and Impact of Persistent Orofacial Pain. Journal of Dental Research. 2016; 95(10): 1147-1154.
35. Breckons M, Shen J, Bunga J, Vale L, Durham J. DEEP Study: Indirect and Out-of-pocket Costs of Persistent Orofacial Pain. J Dent Res. 2018; 97(11): 1200-1206.
36. Seo H, Jung B, Yeo J, Kim K, Cho J, Lee YJ et al. Healthcare utilization and costs for temporomandibular disorders: a descriptive, cross-sectional study. BMJ Open 2020; 10: e036768. doi:10.1136/bmjopen-2020-036768.
37. Slade G, Durham J. 2020 Prevalence, impact, and costs of treatment for temporomandibular disorders. Paper commissioned by the Committee on Temporomandibular Disorders (TMDs): From Research Discoveries to Clinical Treatment. In Temporomandibular disorders: Priorities for research and care (see Appendix C). Washington, DC: The National Academies Press.
38. Brasil[a]. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Ciência e Tecnologia. Diretrizes metodológicas: análise de impacto orçamentário: manual para o Sistema de Saúde do Brasil. 1. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2012.
39. Gonçalves MA, Alemão MM. Avaliação econômica em saúde e estudos de custos: uma proposta de alinhamento semântico de conceitos e metodologias. Rev Med Minas Gerais. 2018; 28(5).
40. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde. Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias e Inovação em Saúde. Diretriz Metodológica: estudos de microcusteio aplicados a avaliações econômicas em saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2021.
41. Husereau D, Drummond M, Petrou S, Carswell C, Moher D, Greenberg D, et al. Consolidated Health Economic Evaluation Reporting Standards (CHEERS)—Explanation and Elaboration: A Report of the ISPOR Health Economic Evaluation Publication Guidelines Good Reporting Practices Task Force. Value in Health. 2013; 16: 231–250. doi: 10.1016/j.jval.2013.02.002.
42. Brasil[b]. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Ciência e Tecnologia. Diretrizes metodológicas: Diretriz de Avaliação Econômica. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2014.
43. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria da Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Manual técnico de confecção de próteses totais pela técnica de polimerização em micro-ondas. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
44. Brasil. Ministério das Relações Exteriores. Manual de confecção de próteses dentárias pela técnica de polimerização por micro-ondas. Agência Brasileira de Cooperação, Ministério da Saúde do Brasil, Ministério da Saúde de Moçambique. Agência Brasileira de Cooperação, Brasília, 2019.
45. Galvão CS. Tempo de Confecção Clínica e Laboratorial de Placas Oclusais Convencionais X Fresadas em Pacientes com Bruxismo do Sono: Ensaio Clínico [dissertação]. Mestrado em Ciências Odontológicas: Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022.
46. Cavalcante DFB, Pereira AC, Cavalcanti YW, Probst LF, Ambrosano AMB. Overdentures as an alternative to conventional dentures: a micro-costing analysis for Public Health Service in Brazil. Ciênc Saúde Coletiva. 2021; 26(8): 3335-3344. doi: 10.1590/1413-81232021268.10002020
47. Pereira AC, Bahia LR, Cavalcante DFB, Meneghim MC, Cavalcanti YW, Ambrosano GM et al. Budgetary Impact of Oral Rehabilitation With Complete Dentures: An Economical Evaluation From São Paulo State, Brazil. Value in Health Regional Issues. 2019; 20: 73-78. doi: 10.1016/j.vhri.2019.01.008
48. Merchan LP, Probst LF, Simões ACCD, Raimundo ACS, Cavalcanti YW, Cavalcante DFB, et al. Economic analysis of the different endodontic instrumentation techniques used in the Unified Health System. BMC Oral Health. 2022; 22: 344. doi:10.1186/s12903-022-02369-x
49. Gonçalves DADG, Dal Fabbro AL, Campos JADB, Bigal ME, Speciali JG. Symptoms of temporomandibular disorders in the population: an epidemiological study. Journal of Orofacial Pain. 2010; 24(3): 270–278.
50. Cavalcante DFB, Domingues CV, Meloni DR, Almeida FM, Probst LF, Cavalcanti YW, et al. Financial impact of the change in the vulnerability profile of More Doctors Program. Rev Saude Publica. 2020; 54: 148. doi: 10.11606/s1518-8787.2020054002156
51. Nascimento P. Transparência nos municípios brasileiros: as dimensões porte populacional e região importam? Revista Sul-Americana de Ciência Política. 2021; 7(2): 137-156.
52. Araújo CEL, Gonçalves GQ, Machado JA. Brazilian municipalities and their own expenditures on health: some associations. Ciênc Saúde Coletiva. 2017; 22(3): 953-963. doi: 1413-81232017223.15542016.
53. Medeiros KR, Albuquerque PC, Tavares RAW, Souza WV. Fiscal Responsibility Law and expenditure on health personnel: an analysis of the condition of Brazilian municipalities from 2004 to 2009. Ciênc Saúde Coletiva. 2017; 22(6): 1759-1769.
54. Arcari JM, Barros APD, Rosa RS, Marchi R, Martins AB. Manager profile and practices of county health management in the Unified Health System (SUS) according to population size in the municipalities of the Rio Grande do Sul state. Ciênc Saúde Coletiva. 2020; 25(2): 407-420.
55. Maia LS, Kornis GEM. A Reorganização da Atenção à Saúde Bucal frente aos incentivos federais: a experiência fluminense. Rev. APS. 2010; 13(1): 84-95.
56. Vieira MF, Marques PSA, Figueiredo DR, Caceceri DL, Cascaes AM. Produção de Próteses Dentárias no SUS em Idosos Brasileiros e Impacto da Pandemia Covid-19. Rev Saúde Pública. 2023; 57: 51. doi: 10.11606/s1518-8787.2023057004828.
57. Souza GCA, Mourão AS, Emiliano GBG. Série temporal da produção odontológica no Sistema Único de Saúde, Brasil, 2008-2018. Epidemiol. Serv. Saúde. 2022; 31(1): e2021213. doi: 10.1590/S1679-49742022000100007.
58. Finger D, Souza JB, Madureira VSF, Geremia DS, Tombini LHT. Regionalização e constituição das Redes de Atenção à Saúde: perspectiva de gestores municipais. Revista Brasileira de Ciências da Saúde. 2020; 24: 183-194.
59. Bomfim RA, Frias AC, Cascaes AM, Pereira AC. Functional dentition and associated factors in Brazilian elderly people: A multilevel generalised structural equation modelling approach. Gerodontology. 2018; 35(4):350-358.
60. Oliveira AKM, Silva TB, Shimocomaqui GB. Disfunção Temporomandibular na atenção primária à saúde: análise dos registros nos sistemas de informação em Porto Alegre. REAS. 2025; 25:1-9. doi: 10.25248/reas.e19461.2025.
61. Brasil. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 399 de 22 de fevereiro de 2006. Divulga o Pacto pela Saúde 2006 – Consolidação do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto. Brasília, 2006.
62. Magalhães AD, Carrer FCA, Pucca Junior GA. Estratégias para a estruturação e modelagem da rede de atenção à saúde bucal para a linha de cuidado da DTM. PEER REVIEW. 2024; 6(6):91-104. doi: 10.53660/PRW-1947-3617.
63. Santos NML, Hugo FN. Training in Family Health and its association with work processes of Primary Care Dentistry Teams. Ciência & Saúde Coletiva. 2018; 23(12): 4319-4329. doi: 1413-812320182312.12922016.
64. Brasil. Ministério da Saúde. Gabinete da Ministra. Portaria nº 1.924, de 17 de novembro de 2023. Brasília, 2023.
65. Souza, Mourão, Emiliano. Série temporal da produção odontológica no Sistema Único de Saúde, Brasil, 2008-2018. Epidemiologia e Serviços de Saúde. 2022; 31(1):e2021213. doi: 10.1590/S1679-49742022000100007.
66. Neves M, Giordani JMA, Hugo FN. Atenção primária à saúde bucal no Brasil: processo de trabalho das equipes de saúde bucal. Ciênc Saúde Coletiva. 2019; 24(5):1809-1820. doi: 10.1590/1413-81232018245.08892017.


