0118/2025 - CHANGES IN THE PROFILES OF BRAZILIAN ADOLESCENTS: ANALYSIS BASED ON HOUSEHOLD STRUCTURES IN THE 1991, 2000, AND 2010 CENSUSES
MUDANÇAS NOS PERFIS DAS ADOLESCENTES BRASILEIRAS: ANÁLISE A PARTIR DAS ESTRUTURAS DOMICILIARES NOS CENSOS DE 1991, 2000 E 2010
Author:
• Maria Luiza Moreira Duarte - Duarte, MLM - <marialuizamoreira@cedeplar.ufmg.br>ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0411-3312
Co-author(s):
• Raquel Zanatta Coutinho - Coutinho, RZ - <quelzanatta@cedeplar.ufmg.br>ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2841-1480
Abstract:
This study aims to characterize the social roles of adolescents (15-19 years old) in the Brazilian macro-regions in the years 1991, 2000, and 2010, through the analysis of their profiles based on individual characteristics, household structure, and intra-household interpersonal relationships. Differentiation is made between adolescent mothers and non-mothers. To define the profiles, datathe aforementioned Brazilian Demographic Censuses and the Latent Class Analysis (LCA) technique were used. The results indicate that over time, adolescent pregnancy has become less associated with leaving the family home or entering a marital union. Teenage marriage is also less linked to leaving the family home, as well as to inactivity in the workforce for both adolescent mothers and non-mothers. Furthermore, returning or staying at the family home seems to be more acceptable after the end of a relationship or an early pregnancy not followed by union.Keywords:
Adolescent Pregnancy; Family Formation; Marital Status; Adolescent Mothers; Latent Class Analysis; Demographic CensusContent:
No contexto do Curso de Vida, a adolescência é uma fase marcada por mudanças biológicas, psicológicas e sociais (1). Neste estudo, consideramos trajetória como o caminho completo do jovem desde a infância até a idade adulta, e transição como os episódios que compõem essa jornada . As transições, como a maternidade, a escolaridade, a entrada no mercado de trabalho e os relacionamentos, são estratégias para a construção da identidade adulta (2).
Apesar da maternidade ser um marco não obrigatório na transição para a vida adulta, na adolescência pode acarretar efeitos profundos na vida das jovens e violação de direitos humanos, tais como o abandono da educação formal e o início precoce de relações maritais, levando a consequências socioeconômicas e complicações físicas e mentais (3–6) . Estima-se que anualmente cerca de 12 milhões de meninas entre 15 e 19 anos dão à luz em regiões em desenvolvimento, com pelo menos 10 milhões dessas gestações sendo não planejadas (7).
A Taxa de Fecundidade Total (TFT) do Brasil atingiu 1,6 filhos por mulher em 2024 (8), valor muito abaixo do nível de reposição populacional (9). Houve uma redução significativa na fecundidade entre mulheres menos escolarizadas e de menor status econômico, que possuíam valores mais elevados em 2010. No mesmo período, as adolescentes brasileiras de 15 a 19 anos viram suas taxas de fecundidade diminuírem, refletindo a tendência nacional de declínio (6). Embora as taxas de fecundidade adolescente no Brasil (65 nascimentos por mil adolescentes) sejam mais baixas que em alguns países sul-americanos, como Venezuela e Bolívia, elas ainda estão consideravelmente acima dos padrões observados em países desenvolvidos e em desenvolvimento, como Índia e Rússia (6). A América Latina e o Caribe têm algumas das taxas mais altas de fecundidade adolescente globalmente, superadas apenas por algumas regiões da África (6). No contexto sul-americano, o Brasil tem a sétima maior taxa de fecundidade adolescente, empatando com Peru e Suriname (6).
Adicionalmente, aproximadamente 5,6 milhões de abortos ocorrem anualmente nessa faixa etária em todo o mundo, dos quais 3,9 milhões são inseguros, contribuindo para morbi-mortalidade materna e outros problemas de saúde prolongados (7). É importante ressaltar que complicações durante a gravidez e o parto são a principal causa de morte entre as adolescentes em escala global, que enfrentam maiores riscos de eclâmpsia, endometrite puerperal, infecções sistêmicas, parto prematuro, recém nascidos com baixo peso ao nascer e condições neonatais graves, quando comparadas ao grupo de 20 a 24 anos (10).
Estudos sobre a fecundidade adolescente geralmente focam em fatores individuais, como acesso a contraceptivos e informações de saúde reprodutiva, além das consequências negativas da gravidez adolescente (11,12). É importante dizer que não é apenas a gravidez que acarreta consequências deletérias para o curso de vida, mas que a mesma pode ser um sintoma de uma processo prévio de exclusão social, além de desigualdades de gênero nas relações amorosas e sexuais e/ou problemas em seu próprio contexto familiar, que refletem em iniquidades na vivência da sexualidade segura e da autonomia em relação aos seus corpos (13).
Assim, é fundamental considerar a gravidez na adolescência dentro de um modelo de desenvolvimento do curso de vida, não apenas como resultado de comportamentos sexuais problemáticos, mas uma somatória de influências (14).
Uma influência é a família, que desempenha papel crucial na formação da agência do jovem, refletindo expectativas sociais e influenciando as decisões e comportamento dos adolescentes, como a obrigatoriedade de contrair matrimônio no caso de uma gestação (15). As experiências intergeracionais também influenciam o seu risco (14), pois o histórico de gravidezes adolescentes entre as avós e mães das adolescentes muitas vezes contribuem para que a postura seja a de mitigar os impactos do nascimento dos netos, oferecendo cuidado e suporte financeiro (16–19).
Na perspectiva ocidental, a adolescência é vista como um período de aprendizado de relações sociais, comportamentos de gênero e identidade pessoal, buscando acúmulo de capital humano para a independência econômica, emocional e pessoal dos adultos (20). A maternidade na adolescência exemplifica a junção de papeis familiares, onde o adolescente grávido passa a assumir papeis adicionais como pai/mãe, parceiro/parceira ou marido/esposa, afetando também outros membros da família, como avós e tios (16,21).
A maternidade na adolescência pode envolver não apenas a mudança de status social, mas, também, a reafirmação de projetos de mobilidade social, sendo comum nas narrativas de parte das adolescentes que engravidam a fala sobre projetos de vida, construção da própria família, entrada na vida adulta e busca pelo reconhecimento da família e de amigos (22). Além disso, parte das adolescentes de camadas socioeconômicas mais baixas tendem a perceber a gravidez precoce como um evento positivo devido à uma reprodução de discursos e comportamentos contextuais (23).
Como resultado, contextos históricos, políticos e econômicos moldam as trajetórias dos adolescentes (1) e enquanto nas classes mais elevadas, a maternidade e paternidade na adolescência, que são mais raras, não levam, em grande parte dos casos, à aceleração do curso de vida, para os adolescentes de classes mais baixas, ela pode vir acompanhada de mudança do status conjugal e/ou domiciliar, além da entrada antecipada no mercado de trabalho (24).
Nesse processo de construção de novos papeis, em grande parte dos casos, a maternidade é entendida pela adolescente como inerente à condição feminina, cabendo a elas, enquanto mulheres, grande parte da responsabilidade de cuidado para com a criança que nasce (16,23). Dessa forma, os processos de socialização de gênero atribuem as distintas responsabilidades e autoridades de homens e mulheres no lar e no cuidado com terceiros, influenciados pela estrutura social e fatores como classe social, raça, cor e renda (25–32).
Os diferenciais mencionados refletem não apenas estruturas sociais, como gênero, raça e classe social, mas também biografias. Essas biografias são moldadas em contextos históricos que envolvem interações entre diferentes gerações, resultando em trocas e socializações recíprocas (33). As práticas e relações socioestruturais impõem restrições e oferecem recursos que influenciam o desenvolvimento e o funcionamento pessoal do indivíduo (34).
Embora a gravidez seja um evento mais raro entre as jovens de classes sociais mais altas, quando isso ocorre, essas mulheres tendem a recorrer ao aborto com mais frequência (35), o que sugere que a gravidez não seja uma escolha por parte das mulheres mais vulnerabilizadas, mas sim um problema de ausência de escolhas e que decorrem em grande parte do acesso desigual aos serviços de saúde sexual e reprodutiva. As adolescentes do sexo feminino geralmente têm menos acesso à contracepção do que os adolescentes do sexo masculino devido a políticas discriminatórias, julgamentos de prestadores de serviços ou atitudes predominantes sobre o que é um comportamento aceitável para mulheres jovens (6,36). Além disso, ainda que haja contextos em que as adolescentes possuem elevado conhecimento em relação à existência gratuita de métodos anticoncepcionais, ainda há uma prática inadequada para sua utilização por grande parte das jovens, o que resulta em maiores taxas de falhas (37).
Frente ao exposto, o objetivo deste estudo é analisar os papeis sociais e trajetórias das adolescentes brasileiras em relação à maternidade adolescente. Pretende-se identificar diferenças e semelhanças ao longo do tempo, antes e depois do declínio da fecundidade no Brasil, através da caracterização dos perfis das adolescentes nas diferentes macrorregiões do país nos Censos de 1991, 2000 e 2010. Comparando adolescentes mães e não-mães, a análise considera variáveis individuais, a estrutura domiciliar e os tipos de relações interpessoais intra-domiciliares.
MÉTODOS
Este estudo baseia-se em dados dos Censos Demográficos brasileiros de 1991, 2000 e 2010, mais especificamente do questionário da amostra, obtidos por meio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e acessados pelo projeto IPUMS-International.
Para incorporar as informações do plano amostral, foram utilizados o peso amostral e o identificador de estratos da amostra. Os dados foram tratados utilizando o software estatístico R e o pacote "Latent Class Causal Analysis" (LCCA) disponibilizado pela Universidade do Estado da Pensilvânia (38).
Optou-se pelos dados dos censos demográficos em detrimento dos registros de nascimento brasileiros, como o Registro Civil e o Sistema de Informação do Nascido Vivo (Sinasc), devido à capacidade limitada destes últimos de analisar a estrutura familiar e domiciliar das adolescentes já mães, assim como de incluir informações sobre adolescentes e mulheres sem filhos nascidos vivos.
As variáveis usadas no modelo de classes latentes foram selecionadas com base em determinantes diretos e indiretos da fecundidade adolescente, além de sua alta correlação com esse fenômeno, conforme sugerido pela literatura.
Quadro 1
A análise de classes latentes (LCA) é uma técnica de segmentação usada para identificar subgrupos em uma população com base em características observadas (39). Ela se baseia em uma tabela de contingência que cruza todas as variáveis analisadas, estimando as prevalências das classes latentes e as probabilidades de resposta dos itens (40). Essa técnica requer dados completos das variáveis indicadoras e a suposição de independência local específica entre as variáveis condicionadas à variável latente.
A equação a ser considerada expressa como a probabilidade de observar um determinado padrão de respostas é uma função das probabilidades de pertencimento a cada classe latente (?) e as probabilidades de resposta aos itens das variáveis indicadoras (?).
P(Y = y) = ?_(c=1)^C ?_c ?_(j=1)^J ?_(r_j=1)^(R_j) ?_(j,r_j |c)^(I(y_j=r_j))
Assim sendo, determinada uma classe latente c, os estados observados consecutivos são estatisticamente independentes, uma vez que, como demonstrado na equação acima, a probabilidade conjunta de todos os elementos que compõem ? para uma classe latente c pode ser encontrada multiplicando os parâmetros ? individuais correspondentes à essa classe latente específica.
Para introduzir uma covariável X no modelo para identificar como essa característica prediz a associação nas classes latentes, então a expressão fundamental pode ser reescrita da seguinte maneira:
P(Y = y|X=x) = ?_(c=1)^C ?_c (x)?_(j=1)^J ?_(r_j=1)^(R_j) ?_(j,r_j |c)^(I(y_j=r_j))
Onde, ?c(x) = P(L = c|X = x) é um modelo de regressão logística multinomial, no qual a análise de regressão logística produz uma estimativa do efeito de cada latente classe em comparação com uma classe latente de referência (40).
Com uma única covariável X, ?c(x) pode ser expresso da seguinte forma:
?_c (x)=P(X=x)=e^(?_0c+?_(1c^x ) )/(1+ ?_(c^'=1)^(C-1) e^(?_0c+?_(1c^x ) ) )
Nos casos, como o do presente estudo, em que forem incorporadas covariáveis na análise, as probabilidades de resposta aos itens das variáveis indicadoras (?) ainda serão estimadas, mas as probabilidades de pertencimento a cada classe latente (?), não. Ao invés de ?, coeficientes de regressão (?) são estimados, e as probabilidades de pertencimento a cada classe latente podem ser expressas como funções dos coeficientes de regressão e valores nas covariáveis correspondentes.
Outro aspecto crucial a ser abordado é a definição do número ideal de classes latentes para o estudo, que é feita de modo arbitrário. Conforme descrito por Han e colaboradores (41), ao utilizar a Análise de Classes Latentes (LCA), cabe ao pesquisador determinar o número de classes nas quais os dados serão expressos, o qual influencia significativamente o ajuste do modelo. Um maior número de classes latentes possibilita uma visualização mais ampla da diversidade das respostas; no entanto, aumenta o risco de ajustar o modelo ao ruído, além de exigir a estimativa de mais parâmetros do modelo.
Usando estatísticas como o critério de informação de Akaike (AIC) e o critério de informação Bayesiano (BIC), é possível avaliar o ajuste do modelo em relação ao número de classes latentes. Geralmente, valores menores para esses critérios indicam um modelo mais bem ajustado. Além disso, a entropia relativa também é útil para o ajuste do modelo, com valores próximos a 1 indicando um melhor ajuste e valores próximos a 0 indicando inadequação (39).
No entanto, é importante considerar que o melhor ajuste estatístico nem sempre coincide com o melhor modelo teórico. Portanto, a definição do número de classes também depende da avaliação do pesquisador, que busca um modelo parcimonioso e consistente com a literatura e suas hipóteses (41). É importante deixar claro também que cada vez que as classes latentes são geradas ou recriadas na programação, o ordenamento das classes não é preservado no output, ou seja, cabe ao pesquisador a identificação das classes.
RESULTADOS
Para o ano de 1991, através da aplicação da Técnica de Análise de Classes Latentes para 6.912.791 casos, foram estabelecidas arbitrariamente cinco classes principais para as adolescentes brasileiras. As duas primeiras classes representam cerca de 14% cada da população, enquanto as outras são 32%, 2% e 40%, conforme mostrado na Tabela 1.
Tab. 1
Tab.2
A seguir são apresentadas as descrições de cada uma das classes, que são os perfis observados para o ano de 1991 (Tabela 2):
Classe 1 - “Nem responsável, nem esposa/parceira e nem filha”: Adolescentes solteiras ou nunca casadas (97,1% de chance) podem ou não trabalhar fora (52,0% de chance) e não têm filhos (93,9% de chance). Elas não têm relação com o responsável pelo domicílio (96,1% de chance), não convivem com os pais (90,5% de chance de não conviver com a mãe e 98,9% de chance de não conviver com o pai) ou parceiro (100,0% de chance de não conviver).
Classe 2 - “Família jovem”: Casadas ou em união (100,0% de chance), essas adolescentes tendem a ser esposas ou parceiras do responsável pelo domicílio (82,1% de chance), mas também podem ter outra ou não ter relação com o responsável pelo domicílio (17,4% de chance). Elas geralmente não trabalham fora (81,7% de chance), adotando uma relação tradicional, não convivem com os pais (99,1% e 99,9% de chance de não conviverem, respectivamente, com a mãe e o pai) e têm 58,1% de chance de ter pelo menos um filho nascido vivo e 41,9% de chance de não ter filhos nascidos vivos. Quando têm filhos, geralmente possuem apenas um (43,5% de chance).
Classe 3 - “Filhas nunca unidas sem filhos e atuantes na força de trabalho”: Filhas do responsável pelo domicílio (99,4% de chance), essas adolescentes são solteiras ou nunca unidas (99,5% de chance) e tendem a trabalhar (70,1% de chance). Elas geralmente vivem com os pais (99,1% e 80,8% de chance de, respectivamente, conviverem com a mãe e o pai), mas não com um parceiro (100,0% de chance). Não possuem filhos nascidos vivos (96,1% de chance). Esse perfil foi o segundo mais comum em 1991, representando cerca de 31,7% da população estudada.
Classe 4 - “Filhas unidas ou alguma vez unidas com filhos”: Filhas do responsável pelo domicílio (98,3% de chance), essas adolescentes tendem a estar unidas ou casadas (70,2% de chance), mas também podem ter tido uniões anteriores (29,8% de chance). Elas geralmente não trabalham (73,3% de chance), mas algumas podem ter a possibilidade de trabalhar (26,7% de chance). Convivem principalmente com a mãe no domicílio (96,2% de chance) e têm uma probabilidade menor de conviver com o pai em comparação com outras classes (73,2% de chance). Costumam viver com o parceiro no mesmo domicílio (68,7% de chance) e são mais propensas a ter filhos nascidos vivos (67,9%), embora algumas não tenham filhos (32,1% de chance). Esse perfil foi o menos comum em 1991, representando cerca de 2,3% da população estudada.
Classe 5 - “Filhas nunca unidas sem filhos”: Filhas do responsável pelo domicílio (99,2% de chance), essas adolescentes são solteiras ou nunca casadas (99,9% de chance) e não trabalham (100,0% de chance). Elas vivem com os pais no mesmo domicílio (97,8% e 87,3% de chance de, respectivamente, conviverem com a mãe e o pai), mas não têm um parceiro morando com elas (100,0% de chance). Essas adolescentes não têm filhos nascidos vivos (98,8% de chance). Comparadas com a classe 3 (80,8% de chance), elas têm uma maior probabilidade de conviver com o pai no mesmo domicílio. Esse perfil é o mais comum em 1991, representando cerca de 38,7% da população estudada.
No ano de 2000, com 8.786.779 casos, foram identificadas cinco classes principais para as adolescentes brasileiras. A primeira classe representou cerca de 11% da população, enquanto as demais representaram respectivamente, 14%, 41%, 3% e 31% da população analisada (Tabela 1).
Tab.3
A seguir são apresentadas as descrições das classes e, consequentemente, dos perfis observados para o ano de 2000 (Tabela 3):
Classe 1 - “Nem responsável, nem esposa/parceira e nem filha”: Adolescentes que têm uma relação diferente com o responsável pelo domicílio (93,6% de chance), são solteiras ou nunca casadas (92,3% de chance) e podem ou não trabalhar (48,4% de chance). Elas não vivem com os pais (88,2% e 97,0% de chance de, respectivamente, não viverem com a mãe e o pai) ou parceiro (100,0% de chance), e não têm filhos (89,9% de chance).
Classe 2 - “Família jovem”: Casadas ou em união (100,0% de chance), essas adolescentes tendem a ser esposas ou parceiras do responsável pelo domicílio (76,8% de chance), embora também possam ter outra relação ou não ter relação com o responsável pelo domicílio (21,2% de chance). Elas geralmente não trabalham (67,5% de chance), não moram com os pais (100,0% de chance) e podem ter ou não filhos (61,0% de chance). Quando são mães, geralmente têm apenas um filho (45,5% de chance).
Classe 3 - “Filhas nunca unidas sem filhos e atuantes na força de trabalho”: Filhas do responsável pelo domicílio (99,4% de chance), essas adolescentes são solteiras ou nunca casadas (99,0%), geralmente trabalham (65,2%), moram com os pais (97,8% com a mãe e 78,4% com o pai), mas não vivem com um parceiro (100,0%), e é comum que não tenham filhos (94,2%). Esse perfil é o mais prevalente em 2000 (41,0% da população em estudo).
Classe 4 - “Filhas unidas ou alguma vez unidas com filhos”: Essas adolescentes são filhas do responsável pelo domicílio (99,2%) e tendem a terem estado unidas em algum momento (52,8%), com um risco de ainda estarem (47,2%). Elas podem estar na força de trabalho (52,3%) ou não (42,7%), moram com a mãe (96,4%) e frequentemente com o pai (68,0%), mas não costumam morar com o parceiro (55,6%). Esse grupo está mais associado à presença de uma criança nascida viva (73,0%), embora algumas não tenham filhos (27,0%). Esse perfil foi o menos prevalente em 2000 (3,3% da população em estudo).
Classe 5 - “Filhas nunca unidas sem filhos”: Em 2000, cerca de 31,0% das adolescentes brasileiras pertenciam a um perfil similar ao observado em 1991. Elas são filhas do responsável pelo domicílio (98,7%), solteiras ou nunca casadas (99,8%), e não trabalham (91,0%). Moram com os pais (97,9% com a mãe e 84,5% com o pai), mas não com um parceiro (100,0%), e não têm filhos (99,4%). Comparadas com a classe 3 (78,4%), têm uma maior probabilidade de morar com o pai (84,5%).
Para o ano 2010, através da aplicação da Técnica de Análise de Classes Latentes para 8.366.389 casos, reconheceu-se seis classes principais para as adolescentes brasileiras. A primeira classe representa cerca de 7% da população, enquanto as demais, respectivamente, 15%, 28%, 4%, 40% e 5% da população analisada (Tabela 1). O perfil emergente "Nem esposa/parceira e nem filha", embora represente apenas 5,3% da população em 2010, é mais prevalente neste ano do que o perfil "Filhas nunca unidas sem filhos", por isso decidiu-se pela inclusão da categoria.
Tab. 4
A seguir são apresentadas as descrições das classes e, consequentemente, dos perfis observados para o ano de 2010 (Tabela 4):
Classe 1 ou perfil “Nem responsável, nem esposa/parceira e nem filha”: Adolescentes solteiras ou nunca casadas (98,3% de chance) que geralmente não trabalham (78,2% de chance) e não convivem com os pais (73,1% e 91,6% de chance de, respectivamente, não conviverem com a mãe e o pai), parceiro (100,0% de chance) ou crianças nascidas vivas (98,4% de chance).
Classe 2 ou perfil “Família jovem”: Casadas ou em união (100,0% de chance), essas adolescentes tendem a serem esposas ou parceiras do responsável pelo domicílio (53,7% de chance), indicando a possibilidade de residir com os familiares de um possível parceiro após casada ou unida. Podendo ou não atuar na força de trabalho (40,1% de chance), não convivem com os pais (88,0% e 91,8% de chance de, respectivamente, não conviverem com a mãe e o pai) e podem ter ou não alguma criança nascida viva (49,7% de chance). Quando reconhecidas como mães, tendem a possuir apenas uma criança nascida viva (40,6% de chance).
Classe 3 ou perfil “Filhas nunca unidas sem filhos e atuantes na força de trabalho”: Filhas do responsável pelo domicílio (96,5% de chance), são solteiras ou nunca casadas (98,4% de chance) e geralmente trabalham (81,9% de chance). Convivem com os pais (97,8% e 78,0% de chance de, respectivamente, conviverem com a mãe e o pai), mas não com um possível parceiro. Não têm filhos. Esse perfil é o segundo mais comum em 2010, representando cerca de 27,7% da população em estudo.
Classe 4 “Filhas unidas ou alguma vez unidas com filhos”: Filhas do responsável pelo domicílio (94,0% de chance), são solteiras ou nunca casadas (53,2% de chance) ou já estiveram unidas em algum momento (46,1% de chance). Podem trabalhar (43,2% de chance) ou não (56,8% de chance). Convivem com a mãe (94,9% de chance) e muitas vezes com o pai (65,3% de chance), mas às vezes não (34,8% de chance). Não vivem com o parceiro (100,0% de chance) e podem ter filhos (59,4% de chance) ou não (31,4% de chance), sugerindo a possibilidade de retornar ou permanecer na casa dos pais após uma união sem sucesso.
Classe 5 ou perfil “Filhas nunca unidas sem filhos”: Filhas do responsável pelo domicílio (96,7% de chance), solteiras ou nunca casadas (98,8% dos casos) e não trabalham (100,0% dos casos). Vivem com os pais (97,5% e 81,5% de chance de, respectivamente, conviverem com a mãe e o pai), mas não com um parceiro (100,0% de chance), e raramente têm filhos (9,3% de chance). Esse continua sendo o perfil mais prevalente, representando cerca de 39,9% da população estudada em 2010.
Classe 6 ou perfil “Nem esposa/parceira e nem filha”: Adolescentes sem relação direta ou com outra relação com o responsável pelo domicílio (76,6% de chance), solteiras ou nunca casadas (82,9% de chance), e algumas já estiveram unidas (16,7% de chance) ou são responsáveis pelo domicílio (23,4% de chance). Muitas estão na força de trabalho (59,1% de chance), não vivem com os pais (93,6% e 98,3% de chance de, respectivamente, não conviverem com a mãe e o pai), nem com um parceiro. A maioria não tem filhos (84,0% de chance). Esse perfil é o segundo menos prevalente em 2010, representando cerca de 5,3% da população em estudo, provavelmente casos advindos do perfil 1 e 3. Uma característica marcante desse agrupamento é a chance de ser ela mesma a responsável pelo domicílio (23,4%).
DISCUSSÃO
O estudo buscou caracterizar os perfis das adolescentes brasileiras entre 15 e 19 anos de idade, residentes nas macrorregiões do Brasil nos anos de 1991, 2000 e 2010, com foco na estrutura domiciliar e nas relações interpessoais intra-domiciliares como proxies de papeis sociais. A análise incluiu a técnica de Análise de Classes Latentes para definir os perfis de interesse.
Com base nos dados apresentados, as adolescentes brasileiras no ano de 1991 são majoritariamente divididas em dois perfis distintos associados à maternidade. O perfil "Família jovem" reflete a discussão sobre papeis sociais de adultos sendo adotados durante a adolescência, como um modelo de formação familiar precoce similar ao encontrado na literatura (15), enquanto o perfil "Filhas nunca unidas sem filhos" indica a influência da origem familiar na inserção na força de trabalho, conforme encontrado por em outro artigo (42). Além disso, a forte ligação entre gravidez precoce e união ou casamento na “Família Jovem” está de acordo com a literatura, onde casamentos precoces frequentemente resultam em gravidez ou vice e versa. durante os períodos analisados no presente estudo, 1991, 2000 e 2010, os perfis identificados revelaram que a gravidez na adolescência se tornou menos associada à saída do domicílio de origem ou à união ou casamento ao longo dos anos, o que está em linha com a literatura que destaca a relação entre casamento precoce e gravidez (7). Também foi observado que a união na adolescência estava menos relacionada à não permanência na casa de um familiar, assim como à não participação na força de trabalho, especialmente entre adolescentes mães ou não mães unidas. A presença de apenas um dos pais no domicílio aumenta o risco de gravidez precoce, como indicado por outros estudos (7,16,17).
Com base na literatura estabelecida, os perfis identificados neste estudo refletem aspectos discutidos anteriormente por outros autores sobre a construção social dos papeis de gênero e a influência da estrutura familiar na inserção das adolescentes no mercado de trabalho e na maternidade precoce. Os resultados sugerem que a ausência paterna no domicílio tem um impacto significativo na participação das adolescentes em atividades laborais, corroborando estudos anteriores (1,42–44), principalmente quando não estavam em união. A ausência materna geralmente está relacionada à possível saída da adolescente do domicílio de origem devido a uma união.
Ao longo das décadas analisadas, os perfis das adolescentes brasileiras apresentaram mudanças significativas. Por exemplo, houve aumento em 2000 seguido da diminuição em 2010 na prevalência do perfil "Filhas nunca unidas sem filhos e atuantes na força de trabalho". Esse grupo, que foi o mais prevalente no ano 2000, quando as taxas de gravidez adolescentes foram as mais elevadas, continua sendo o segundo mais prevalente em 2010, com cerca de 27% das adolescentes. No mesmo período, o grupo “Filhas nunca unidas sem filhos”, que diminuiu sua prevalência no ano 2000, voltou a ser o mais prevalente em 2010, assim como era em 1991, por volta de 39% das adolescentes.
Houve também um aumento na prevalência do perfil "Filhas unidas ou alguma vez unidas com filhos". Essas mudanças podem indicar uma maior prevalência de uniões conjugais e separações de filhas que posteriormente retornam para as casas dos seus pais, o que sugere uma maior aceitação e flexibilidade das dinâmicas sociais e familiares ao longo do tempo. Além disso, o perfil "Filhas unidas ou alguma vez unidas com filhos" passou a estar mais associado à separação ou viuvez do que à união ou casamento em 2000. Também houve uma redução na associação com a presença do parceiro no domicílio.
O perfil "Família jovem", que permanece com a mesma prevalência ao longo do tempo, mostrou uma associação menos definida com a não participação na força de trabalho ao longo das décadas. Apesar disso, é clara a existência desse padrão de formação familiar precoce que merece estudos mais aprofundados, especialmente diante da queda da fecundidade adolescente observada nos últimos 10 anos (8). Por fim, o novo perfil em 2010 mostra que as adolescentes sem uma relação clara com o responsável pelo domicílio têm maior probabilidade de serem chefes de família, sugerindo experiências prévias de união e maternidade. Em resumo, os resultados destacam a complexidade das dinâmicas familiares e sociais associadas à maternidade na adolescência. Mudanças significativas foram observadas ao longo das décadas, refletindo uma mudança nas normas e valores sociais. O Censo Demográfico de 2022 permitirá continuar investigando essas dinâmicas para entender melhor suas causas e consequências.
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