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0351/2025 - FACTORS ASSOCIATED WITH RELATIVE HANDGRIP STRENGTH: SURVEY ON CHRONIC DISEASES IN ADULTS (EDOC-A)
FATORES ASSOCIADAS À FORÇA DE PREENSÃO MANUAL RELATIVA: INQUÉRITO SOBRE DOENÇAS CRÔNICAS EM ADULTOS (EDOC-A)

Author:

• João José Albuquerque de Sousa Júnior - Sousa Júnior, JJA - <joao.jose@ufac.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5249-5090

Co-author(s):

• Gina Torres Rego Monteiro - Monteiro, GTR - <ginatrm@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9900-1825
• Cledir de Araújo Amaral - Amaral, CA - <cledir.amaral@ifac.edu.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7221-5364
• Maurício Teixeira Leite de Vasconcellos - Vasconcellos, MTL - <mautlv@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1658-2589
• Thatiana Lameira Maciel Amaral - Amaral, TLM - <thatianalameira27@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9197-5633


Abstract:

Objective: To analyze the association of relative handgrip strength (rHGS) with morbidities in adults from Rio Branco, Acre, in 2014. Method: This is a survey with a sample of 643 people representative of the adult population, aged 18 to 59 years. Morbidities were considered as dependent variables, while rHGS, obtained by the ratio between the maximum absolute hand strength and the body mass index (BMI), was treated as the independent variable. Population characterization was performed using descriptive statistics, and the association between morbidities and rHGS tertiles was tested using multiple logistic regression techniques. Complex sample design was considered in all analyses. Results: In the analysis of different morbidities with rHGS in adults, in model 2, after adjustment, it was observed that individuals with central obesity [OR 10,98 (IC95%:5,00; 24,10)], anemia [OR 2,20 (IC95%:1,20; 3,70)], diabetes mellitus [OR 2,64 (IC95%:0,71; 9,76)], dyslipidemia [OR 1,97 (IC95%:1,22; 3,18)] e metabolic syndrome [OR 4,32 (IC95%:2,09; 8,94)], showed higher chances of being classified with low rHGS. Conclusion: Clinical conditions of cardiovascular and metabolic risks are associated with a reduction in rHGS in adults.

Keywords:

Hand Strength, Handgrip Dynamometry, Adults, Epidemiological Survey.

Content:

Introdução

O aumento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) nas últimas décadas resultou na diminuição da qualidade de vida e na incidência de maiores custos com saúde1. A implementação de medidas para avaliar a saúde geral e monitorar pacientes em risco de agravos à saúde é essencial para prevenir complicações em pessoas com doenças crônicas. Um exemplo dessas medidas é a mensuração da força de preensão manual (FPM) considerada um marcador de força global2.
A FPM é uma medida da função do músculo esquelético, amplamente avaliada em estudos da área de saúde como sinal da funcionalidade3, é altamente viável, devido a maior acessibilidade, facilidade de avaliação e, principalmente, pela validade das informações nas populações a partir dos quatro anos de idade4,5. A baixa força muscular, ou dinapenia, tem sido associada à incapacidade física, ao surgimento de morbidades e ao aumento na taxa de mortalidade6.
Sobre a distribuição da baixa FPM em adultos, dados de uma revisão sistemática realizada com 125.462 adultos em 21 países, com indivíduos entre 35 e 60 anos, identificou para o quartil inferior da FPM uma variação de 11 e 21 kgf na África e de 26 e 43 kgf na Europa e de 21 e 34 kgf na América Latina, em mulheres e homens, respectivamente7.
Os valores de prevalência de baixa FPM variam nas diversas populações quanto ao ponto de corte, pois dependem da faixa etária, do sexo, etnia e protocolos utilizados para as medidas da força8-10, sendo comuns o uso dessa medida em estudos realizados com idosos e naqueles com morbidades6,12. Em indivíduos com 50 anos ou mais, na China, Índia, México, África do Sul, Rússia e Gana, a prevalência de baixa FPM foi de 47,4% tendo como pontos de corte 30 kgf para homens e 20 kgf para mulheres13. A variabilidade nos processos de avaliação da força, devido à escolha do equipamento e dos protocolos utilizados para a realização do teste, dificulta a comparação dos resultados 14.
A força de preensão manual relativa (FPMr) é um indicador que corrige a FPM pelo índice de massa corporal (IMC). Estas medidas estão associadas à doença metabólica, tendo a FPM uma relação com parâmetros antropométricos como massa corporal, estatura, circunferência da cintura e aspectos clínicos individuais relacionados ao risco cardiovascular15. Estudos anteriores mostraram que a FPMr tem sido recomendada pelo fato de amenizar a relação entre força e massa corporal, e ao rastrear de riscos relacionados a saúde, essa abordagem é reconhecida como um método de mensuração eficiente, sendo indicada em alguns estudos populacionais 11,16,17, 19.
Apesar da FPMr ser um importante biomarcador de saúde este permanece pouco utilizado em ambientes clínicos e epidemiológicos18,19. Evidências apresentadas se somam a outros esforços que reforçam a medida de FPMr como uma importante variável na avaliação permanente em saúde pública, uma vez que permite identificar e prevenir a redução da força muscular e seus efeitos potenciais na ocorrência de outros agravos à saúde. Assim, estudos que utilizem a FPMr, como medida de avaliação da saúde global em diferentes populações, contribuem para reduzir essa lacuna do conhecimento em saúde. A FPMr pode auxiliar em ações para prevenção de doenças e de promoção da saúde, gerando indicadores de ações para melhoria e incorporações de programas e incentivos à prática de exercícios físicos19. Portanto, o objetivo deste estudo foi analisar a associação da FPMr com morbidades em um inquérito sobre doenças crônicas em adultos de Rio Branco, Acre, em 2014.
Método

Trata-se de um estudo transversal a partir dos dados do Estudo das Doenças Crônicas com adultos (Edoc-A), um inquérito de base populacional realizado com adultos de 18 a 59 anos residentes em Rio Branco, Acre, no período de abril a setembro de 2014, o estudo respeitou a resolução nº. 466/12 e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Acre sob o parecer número 518.531, tendo todos os participantes assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
A pesquisa foi desenvolvida na capital do estado do Acre, localizada na região Norte do Brasil, na fronteira com Bolívia e Peru, que possuía IDH de 0,754 em 201020. Detalhes sobre os procedimentos de amostragem, seleção dos participantes e coleta dos dados foram previamente descritos por Amaral e cols.21.
A definição do tamanho amostral levou em consideração a prevalência de 15% para alteração da função renal, grau de confiança de 95% e erro absoluto de 3%, o erro padrão atribuído – EPA de 1,95, resultando em um total de 543 adultos. Foram acrescidos 20% para suprir possíveis perdas, totalizando ao final uma amostra de 685 entrevistados. Tais parâmetros permitiram que os dados do Edoc-A pudessem ser empregados no estudo de outras variáveis, como é o caso da FPMr21.
A seleção da amostra se deu por conglomerado em dois estágios: setor censitário e domicílio. No primeiro estágio de seleção foram selecionados 40 setores censitários de um total de 338 e para cada setor foram sorteados 11 domicílios, usando a seleção sistemática com equiprobabilidade. Foram considerados critérios de exclusão a dificuldade ou impossibilidade de comunicação e autorrelato de gestação. Assim, todos os adultos elegíveis nos domicílios sorteados foram convidados a participar da pesquisa (Figura 1).
Devido a perda de informação da FPM e SM, um banco específico com 643 observações desta variável foi construído e os pesos foram recalibrados de modo a produzir estimativas para 209.576 adultos residentes em Rio Branco, com base na projeção populacional de 1º de julho de 2014 apresentada pelo IBGE20.
A coleta de dados consistiu em entrevistas, realizadas por entrevistadores treinados e supervisionadas pela coordenação da pesquisa. Após cada entrevista, instruções sobre os procedimentos a serem realizados no dia posterior sobre a coleta de materiais biológicos, antropometria e avaliação de sinais vitais foram repassadas aos participantes.
A avaliação antropométrica consistiu na mensuração da massa corporal com balança digital Bal Gl 200 da G-Tech® com capacidade mínima de 50 gramas e máxima de 200 kg; a estatura, foi medida com o estadiômetro portátil Sanny ® com resolução em milímetro; para mensurar a circunferência da cintura foi utilizada uma fita inelástica Cescorf ®, tendo como referência o ponto médio entre a crista ilíaca anterior superior e a última costela. Para esta última medida foi solicitado aos participantes a permanência com o abdômen relaxado e a respiração em padrão normal. Todas as medidas foram obtidas em duplicata, sendo considerada a média das avaliações22. A partir das informações de massa corporal e estatura calculou-se o IMC, obtida pela equação: IMC = massa corporal (kg)/estatura(m²)23.
A pressão arterial foi aferida com o paciente sentado, pernas descruzadas, pés apoiados no chão, braço na altura do coração, livre de roupas, apoiado com a mão voltada para cima, com o manguito no meio do braço e feito a avaliação da artéria braquial de forma automatizada utilizando um esfigmomanômetro da marca Omron modelo HBP1100®. A mensuração da FPM foi obtida considerando o maior desempenho da força em três medidas de cada mão por meio de um dinamômetro hidráulico de mão da marca SAEHAN SH5001®, com resolução de 2 kgf, num intervalo de um minuto de descanso entre as medidas, segundo procedimentos da American Society of Hand Therapists24. Todos os participantes foram orientados sobre a utilização do instrumento, sendo adotada a posição sentada, cotovelo a 90º, a força de aperto de três a cinco segundos.
Como variáveis dependentes, as morbidades foram definidas em:
• Obesidade central (sim; não) considerando os pontos de cortes de 102cm e 88cm da circunferência da cintura para homens e mulheres, respectivamente23;
• Anemia (sim; não) definida pela hemoglobina ?13 mg/dL, para os homens, ou ?12 mg/dL, para mulheres25;
• Diabetes mellitus (sim; não) utilizando a glicemia sérica em jejum ?126 mg/dL ou uso de medicação hipoglicemiante26;
• Dislipidemias (sim; não) considerando os pontos de corte para idade de 18 e 19 anos do colesterol total elevado quando ? 170 mg/dL, lipoproteína de alta densidade (HDL-c) ? 45 mg/dL e triglicerídeos (TGL) ? 90 mg/dL. Já para os indivíduos com idade ? 20 anos, foi considerado colesterol total ?190 mg/dL, HDL-c ? 40 mg/dL para homens e ?50 mg/dL para mulheres e triglicerídeos ?150 mg/dL 27;
• Hipertensão arterial sistêmica (HAS) foi considerada pela pressão arterial sistólica ?140 mmHg e/ou diastólica ?90mmHg ou pelo uso de medicação anti-hipertensiva28.
• Síndrome metabólica (SM) foi definida pela combinação da presença de pelo menos três dos seguintes componentes: glicemia sérica ?100 mg/dL ou uso de hipoglicemiante; pressão arterial sistólica ?130 e/ou diastólica ?85 mm Hg) ou uso de anti-hipertensivo; triglicerídeos ?150 mg/dL e baixos níveis de HDL-c (<40 mg/d em homens e <50 mg/dL em mulheres) ou uso de estatinas; e circunferência da cintura (obesidade central) para homens ?90 cm e mulheres ?80 cm29.
A variável independente do presente estudo FPMr, foi obtida por meio da razão entre o maior desempenho de força absoluta (em kgf) dividido pelo IMC (em kg/m²), em seguida categorizada em tercis por grupo etário e sexo, resultando no:
• Primeiro tercil (T1) considerado baixa força, foi definido a partir dos valores do percentil da FPMr (1,11 kgf/(kg/m²)) / (H: ? 1,54; M: ? 0,97 kgf/(kg/m²));
• Segundo tercil (T2), força intermediária (1,12 a 1,57 kgf/(kg/m²)) / (H: entre 1,55 e 1,93; M: 0,98 e 1,21 kgf/(kg/m²));
• Terceiro tercil (T3) alta força para (> 1,75 kgf/(kg/m²)) / (H: ? 1,94; M: 1,22 kgf/(kg/m²)).
As covariáveis independentes incluíram o autorrelato de dados sociodemográficos, como faixa etária (18-29 anos; 30-39 anos; 40-49 anos; 50-59 anos), sexo (feminino; masculino) e escolaridade (não alfabetizado; educação básica - ensino fundamental e médio; ensino superior - graduação e pós-graduação). Entre os hábitos de vida foram considerados o tabagismo (sim; não), etilismo (sim – consumo esporádico ou contínuo; não) e a atividade física (sim - prática regular de atividades físicas nos três meses anteriores à pesquisa; não). A insônia (sim; não) e uso de medicamento (sim; não) foram definidas pelo autorrelato30.
Os dados obtidos foram expressos por meio de estatísticas descritivas segundo sexo e faixa etária, com medidas de tendência central e dispersão (média, mediana, erro padrão e coeficiente de variação) para variáveis contínuas, e para as categóricas empregou-se frequências absolutas e relativas. Para comparação da distribuição das variáveis contínuas foi utilizado o teste t de Student e para variáveis categóricas o teste de Wald. Em todas as análises levaram-se em consideração o efeito do desenho amostral e os pesos das observações calibrados para inferências populacionais (N).
Medidas de associação foram expressas em odds ratio (OR) entre as variáveis dependentes e os tercis da FPMr, considerando o tercil superior (alta força) como referência. Para a utilização no modelo, foi previamente checado o atendimento ao pressuposto, onde destacam-se a ausência de multicolinearidade, testada por meio da função VIF (Variance Inflation Factor) com valores <2. Para cada variável dependente, foram estimados três modelos, sendo o modelo bruto, uma associação entre morbidade e FPMr; o modelo 1, ajustado por idade, sexo e prática de atividade física; e o modelo 2, ajustado por idade, sexo, atividade física e as demais morbidades avaliadas no estudo. As variáveis independentes com p-valor menor que 0,20 entraram no modelo múltiplo e permaneceram aquelas consideradas estatisticamente significativas (p-valor <0,05) ou com plausibilidade biológica. Foi adotado o nível de significância de 95% nas análises.
A análise dos dados foi realizada no módulo complex samples do pacote estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 29.

Resultados
Maiores níveis de FPMr foram observados na faixa de 18 a 29 anos em ambos os sexos, seguido de redução progressiva com o aumento da idade. Em todas as faixas etárias os homens apresentaram maior FPMr que as mulheres, tanto na média global [1,74 kgf/(kg/m2), em homens vs. 1,09 kgf/(kg/m2), entre as mulheres], como na análise do primeiro tercil [1,54 kgf/(kg/m2), em homens vs. 0,97 kgf/(kg/m2) entre as mulheres], bem como nos estratos etários analisados, sendo estatisticamente significativo (p < 0,001). Na comparação dos grupos de idade de 18 a 29 anos com aqueles de 50 a 59 anos a redução da FPMr no primeiro tercil foi de 23% entre os homens [1,74 kgf/(kg/m2) vs. 1,34 kgf/(kg/m2)] e de 25,5% entre as mulheres [1,06 kgf/(kg/m2) vs. 0,79 kgf/(kg/m2)] (Tabela 1).
A análise do primeiro tercil da FPMr revelou uma prevalência de baixa força em 35,3% na população investigada. Também indivíduos com baixa FPMr em 40,7% eram não alfabetizados, 36,1% tabagistas, 37,4% afirmaram consumir álcool e 37,4% não praticavam atividades físicas. Não houve diferença estatisticamente significativa entre os tercis da FPMr e variáveis sociodemográficas (faixa etária, sexo e escolaridade) e hábitos de vida (tabagismo, etilismo e atividade física) (Tabela 2).
Quanto às condições de saúde, 65,4% dos indivíduos com obesidade central, 67,4% com diabetes, 38,4% com dislipidemia e 63,7% SM, apresentaram baixa FPMr, todos com diferenças estatisticamente significativas (Tabela 3).
Na análise das diferentes morbidades com a FPMr em adultos, no modelo bruto, observa-se que indivíduos com obesidade central 6,76 (IC95%: 3,76-12,47), anemia 1,77 (IC95%: 1,09-2,88), diabetes mellitus 3,22 (IC95%: 1,02-10,11), dislipidemia 1,86 (IC95%: 1,17-2,96) e SM 3,75 (IC95%: 1,82-7,73) apresentaram maiores chances de serem classificados com baixa FPMr. No modelo 1, após ajuste por idade, sexo e prática de atividade física, a associação para as morbidades descritas e a baixa FPMr se mantiveram, com exceção a obesidade central aumentando para 10,1 (IC95%: 5,09-19,95), utilizando sempre como referência o grupo de alta FPMr. No modelo 2 após ajuste pelas variáveis do modelo 1 (idade, sexo e prática de atividade física), acrescida das demais morbidades avaliadas, o diabetes mellitus perdeu a significância, permaneceram obesidade central 10,98 (IC95%: 5,00-24,10), anemia 2,20 (IC95%: 1,20-3,70), dislipidemia 1,97 (IC95%: 1,22-3,18) e SM 4,32 (IC95%: 2,09-8,94) associadas a baixa FPMr (Tabela 4).

Discussão
Morbidades como obesidade central, anemia, diabetes, dislipidemia e SM foram associados com a baixa FPMr, sendo expressiva a prevalência de baixa FPMr nos indivíduos com tais condições de saúde.
Cabe destacar que esses resultados levam em consideração, além das variáveis de confundimento tratadas nos modelos ajustados, as variações da FPMr no sexo e na idade, empregadas na estratificação dos tercis da FPMr. A pertinência dessa estratificação se dá em razão de importantes mudanças nos níveis de força existentes entre os sexos e a sua variação ao longo dos anos10,31,32. As mulheres geralmente têm os músculos dos braços menores que os dos homens e estão menos envolvidas em atividades que exigem força33. A FPMr diminui com a idade tanto em homens quanto em mulheres, sendo essa diminuição relativamente maior neles do que nelas, uma vez que os homens apresentam valores de FPMr significativamente maiores em todas as idades4,5,34.
O envelhecimento, por sua vez, resulta em redução da força muscular, com impacto sobre o desempenho físico, qualidade de vida e independência funcional, aumentando o risco de morbidade e mortalidade3,6,35. A baixa FPM está associada à redução das capacidades motoras e neurológicas além de ser frequentemente utilizada como marcador de funcionalidade e de senilidade36.
A FPMr é um proxy da força geral, sendo utilizada como um preditor de complicações relacionadas à saúde da população30,37. Também existe correlação significativa entre a FPM e as dimensões corporais como massa corporal, altura e comprimento da mão33. Assim no presente estudo utilizou-se o IMC na variável independente FPMr para controlar o efeito do peso e da altura sobre ela, sendo uma importante variável antropométrica para identificar a obesidade e como preditor de doenças cardiovasculares e metabólicas15.
Pesquisa realizada com 28.146 coreanos acima de 19 anos apresentou a FPMr dividida pelo peso corporal em tercis, com o ponto de corte menor ou igual 0,46 em homens e menor ou igual a 0,38 em mulheres para o primeiro tercil38. Na população norte americana os pontos de corte foram 0,52 kgf/kg e 0,40 kgf/kg em homens e mulheres, respectivamente39.
Similar ao realizado neste trabalho, dados obtidos com colombianos na faixa etária de 30 a 70 anos, categorizou a FPMr pelo peso corporal em tercis, obteve prevalência de baixa FPMr de 33,0%15 e entre os mexicanos com idade entre 18 e 65 anos, foi de 25,0%40, assim como entre os coreanos 41.
Foi encontrado uma prevalência elevada de baixa FPMr nos indivíduos com obesidade central no presente estudo. A obesidade central mostrou associação com a baixa FPM em outro estudo na mesma cidade30, bem como associada de forma negativa com idade, obesidade central42, hipertrigliceridemia e pressão arterial sistólica elevada39. A obesidade é fator de risco para muitas doenças crônicas, como as cardiovasculares e metabólicas, além de prejudicar a massa muscular e reduzir o desempenho físico43,44. Também pode contribuir para o desenvolvimento da sarcopenia, risco aumentado de incapacidade física, morbidade e mortalidade cardiovascular45 e condições físicas crônicas e multimorbidade13, 46.
A inflamação crônica sistêmica constitui fator importante da obesidade, pois exerce efeitos prejudiciais no músculo esquelético, levando a redução da capacidade oxidativa, à resistência insulínica e ao decréscimo da síntese proteica, consequentemente a diminuição da massa muscular esquelética e da força muscular47.
Estudo realizado na Coreia, com 13.149 indivíduos de 30 a 79 anos, avaliou a associação entre força muscular e obesidade e reportou que a obesidade aumentou a chance de serem classificado com baixa FPM absoluta (30% dos homens e 12% das mulheres)48. Segundo dados de uma pesquisa Norte Americana, envolvendo 5.056 participantes com idade acima de 20 anos, o tercil superior da FPMr (FPM/peso corporal) apresentou um efeito protetor para obesidade, tanto em homens (97%) quanto para as mulheres (98%), após ajuste 39. No México, em pesquisa realizada com 860 indivíduos com idade entre 18 e 65 anos, a obesidade aumentou em mais de duas vezes a chance de os indivíduos serem classificados como baixa FPMr40. Esses achados corroboram o presente estudo, onde a chance do indivíduo obeso ser classificado com baixa FPMr foi elevada.
Além da obesidade central, o diabetes também foi associado à FPMr no modelo bruto e ajustado para idade, sexo e prática de atividade física neste estudo. Uma explicação para a redução da força muscular em relação ao diabetes é que a glicose é a principal fonte de energia para realização de movimentos corporais, sendo que a privação ou dificuldade de utilização desta molécula incide diretamente na produção de força momentânea49,50. Um estudo de base populacional realizado no período de 2016–2018, com 13.384 adultos na Coréia com idade acima de 19 anos, identificou que indivíduos com pré-diabetes têm baixa FPMr41. Em outro estudo realizado no Reino Unido com 418.656 participantes, na faixa etária de 40 a 69 anos, identificou que a menor FPM foi associada a uma maior prevalência de diabetes, independentemente de fatores de confusão, em todas as etnias, em homens e mulheres. No mesmo estudo, foi encontrado nos participantes do Sul da Ásia uma prevalência de diabetes maior em participantes negros em comparação aos participantes europeus brancos em todos os níveis de FPM51.
Estudos indicam a associação entre baixa FPM e anemia10,52,53. A redução da força muscular em indivíduos anêmicos pode ser atribuída à diminuição do transporte de oxigênio pela hemoglobina, resultando em fraqueza e fadiga54. No estudo realizado com 16.638 coreanos com mais de 19 anos, intitulado Korea National Health and Nutrition Examination Survey (KNHANES), a anemia esteve associada a baixa FPM absoluta (OR = 1,92, IC 95%: 1,58-2,33), após ajuste 53, conforme o presente estudo.
Neste trabalho a associação com a dislipidemia e a FPMr também foi observada. O excesso de lipídios aumenta o processo inflamatório do organismo, ao mesmo tempo que os músculos esqueléticos regulam o processo metabólico, principalmente no metabolismo lipídico. Esse acúmulo excessivo diminui a eficiência muscular, reduzindo a massa corporal magra, consequentemente a produção de força, dificulta o processo de oxidação, além de aumentar a resistência insulina, aumentando a formação de tecido adiposo 55. Um estudo com 6.027 adultos coreanos com idades entre 30 e 69 anos, mostrou associação da FPMr com a dislipidemia, (OR = 1,36, IC95%: 1,00–1,83), após ajuste56. Outro estudo com 1.015 coreanos com idade entre 40 e 94 anos, avaliou os efeitos da FPMr e os níveis de lipídios no sangue, observando uma associação entre aumento da força e menores níveis de triglicerídeos e colesterol e o aumento dos níveis de HDL séricos 57.
Em se tratando da SM, também foi associada à FPMr neste estudo. O acúmulo de adiposidade, predominantemente no tecido visceral, que aumenta o processo inflamatório do organismo, é a característica fundamental do desenvolvimento da SM, assim como a presença de desordem metabólica, alteração da pressão arterial e da glicemia em combinação58. A avaliação da associação entre SM e FPMr em estudo com 5.026 colombianos entre 35 e 70 anos, identificou que a chance de indivíduos com SM terem baixa FPMr foi quase duas vezes maior em mulheres e mais de duas vezes em homens, após ajuste por idade, nível socioeconômico, renda, escolaridade, uso de álcool, uso de tabaco, moradia e atividade física15, assemelhando-se com os achados do presente trabalho. Outros estudos também identificaram associação entre SM e baixa FPM, como o realizado com 5.056 participantes norte-americanos que observaram que a chance de homens com SM terem baixa FPM foi 45% maior e das mulheres 52% maior em comparação com aqueles indivíduos sem SM40. No estudo com 28.146 coreanos acima de 19 anos apresentou uma associação da SM com a FPMr em todas as faixas de idade38. Entre 854 adultos árabes, com idade entre 24 e 55 anos, a magnitude da associação foi 90% maior de eles estarem classificados com baixa FPM na presença da SM59.
O presente estudo tem algumas limitações, como a ausência de dados dietéticos, o que pode influenciar na produção de força, e da avaliação mais detalhada da composição corporal, não sendo possível a identificação dos níveis de massa magra e massa gorda. Também a análise transversal que não permite um acompanhamento de um período para a comparação na produção da força, e o fato de algumas condições terem sido autorreferidas, embora o uso dessas medidas seja confiável e recomendada para estudos de base populacional com grandes amostras, em função dos custos e operacionalização da coleta de dados10. Em contrapartida, pode-se citar que buscou-se utilizar medidas objetivas de saúde, por meio de exames laboratoriais, o que favorece à qualidade das informações obtidas para todas as morbidades estudadas. Por outro lado, um avanço do presente estudo foi ter calculado a FPMr, como uma alternativa à FPM absoluta, destacando que atualmente é considerada a forma de mensuração mais precisa, como principal índice de pesquisa em estudos populacionais 11,15,16,17,38,39,41.
Em suma, no presente estudo, à obesidade central, anemia, dislipidemia, diabetes e SM estiveram associadas a baixa FPMr, e são as morbidades mais prevalentes entre adultos de 18 a 59 anos. As evidências aqui apresentadas se somam a outros esforços que reforçam a medida de FPMr como uma importante variável na avaliação permanente em saúde pública, uma vez que permite identificar e prevenir a redução da força muscular e seus efeitos potenciais na ocorrência de outros agravos à saúde. A literatura traz muitos estudos sobre a FPM, no entanto recomenda-se a realização de novos estudos de segmento que contemplem a avaliação da composição corporal, visando a maior compreensão das relações entre a FPMr e os processos de saúde-doença.

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Sousa Júnior, JJA, Monteiro, GTR, Amaral, CA, Vasconcellos, MTL, Amaral, TLM. FACTORS ASSOCIATED WITH RELATIVE HANDGRIP STRENGTH: SURVEY ON CHRONIC DISEASES IN ADULTS (EDOC-A). Cien Saude Colet [periódico na internet] (2025/Oct). [Citado em 05/12/2025]. Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/en/articles/factors-associated-with-relative-handgrip-strength-survey-on-chronic-diseases-in-adults-edoca/19827



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