EN PT


0196/2025 - FACTORS ASSOCIATED WITH THE PSYCHOLOGICAL IMPACTS RELATED TO SOCIAL ISOLATION IN ADOLESCENTS: A LATENT CLASS ANALYSIS
FATORES ASSOCIADOS AOS IMPACTOS PSICOLÓGICOS RELACIONADOS AO ISOLAMENTO SOCIAL EM ADOLESCENTES: UMA ANÁLISE DE CLASSE LATENTE

Author:

• André Ribeiro de Castro Júnior - Castro Júnior, AR - <andrecastrorcj@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3681-3607

Co-author(s):

• Juliana Yurgel Valente - Valente, JY - <juliana.valente@unifesp.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4408-2952
• Patricia Paiva de Oliveira Galvão - Galvão, PPO - <ppo.galvao@unifesp.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4431-4787
• Lidiane Nogueira Rebouças - Rebouças, LN - <lidianereboucas@hotmail.com>
ORCID: http://orcid.org/0000-0003-0419-0908
• Manuela de Mendonça Figueirêdo Coelho - Coelho, MMF - <manumfc2003@yahoo.com.br;manuela.coelho@ufc.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6182-9486
• Neiva Francenely Cunha Vieira - Vieira, NFC - <nvieira@ufc.br; neivafrancenely@hotmail.com>
ORCID: http://orcid.org/0000-0002-9622-2462
• Zila van der Meer Sanchez - Sanchez, ZM - <Zila van der Meer Sanchez>
ORCID: http://orcid.org/0000-0002-7427-7956
• Fabiane Do Amaral Gubert - Gubert, FA - <fabianegubert@ufc.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3016-9619


Abstract:

Objective: to describe the prevalence and patterns of psychological impacts related to social isolation among adolescents and their association with sociodemographic variables, alcohol use and screen time during the COVID-19 pandemic. Method: This is a cluster randomized controlled trial to evaluate the effectiveness of the #Tamojunto2.0 drug use prevention program. The sample was 529 eighth-year students from 73 public schools, randomly selected in the cities of São Paulo, Fortaleza and Eusébio, occurring between February 2019 and August 2021. The explanatory variables were: (1) socioeconomic level; (2) alcohol use and (3) screen time during the COVID-19 pandemic. Results: Students who reported having increased screen time were more likely to belong to a class with a high psychological impact related to the pandemic (OR=5.86, CI 95%:2.30;14.92). This chance was also increased in adolescents who consumed alcoholic beverages (OR=3.07, CI 95%:1.03;9.14). Girls were more vulnerable to experiencing high psychological impact during the pandemic (OR=25.4, CI 95%::9.13;70.68). Conclusion: The study highlighted the high prevalence of increased screen use by adolescents, in addition to the occurrence of psychological impacts related to isolation.

Keywords:

Health promotion; Primary prevention; School health; Government programs

Content:

INTRODUÇÃO
A pandemia da Covid-19 ainda hoje revela os efeitos na sociedade, em diferentes aspectos, com desfechos negativos de saúde, principalmente em crianças e adolescentes, com destaque para agravos à saúde mental1. As atividades laborais e escolares suspensas, restringiram crianças e adolescentes ao ambiente doméstico2. O cenário de mudanças gerou impactos diretos na saúde mental dos jovens, suscitando sentimentos de ansiedade, depressão, dificuldade de dormir, estresse e, até mesmo, pensamento suicida entre jovens3.
O isolamento social ocasionou mudanças no estilo de vida, acarretando importante redução nos níveis de atividade física e aumento do comportamento sedentário. As crianças e adolescentes foram mantidos muito tempo em casa, sendo submetidos a longo período de restrição de movimento e sem a possibilidade de brincar ao ar livre4. Essa mudança no estilo de vida elevou, consideravelmente, o hábito de estar frente às telas, sobretudo a TV, e o uso de dispositivos móveis entre adolescentes e adultos durante a pandemia5, intensificando, assim, a exposição das pessoas às telas, principalmente pelo uso das redes sociais, dos aplicativos e programas de TV6.
No Brasil, onde ocorreu a suspensão total da atividade escolar presencial desde a segunda semana de março de 20207, foi identificado aumento de 59% no tempo de tela por dia (televisão, videogame e computador) dos adolescentes durante a pandemia, ficando expostos a mais de 4 horas de telas por dia8. A mudança no padrão comportamental dos jovens, como o aumento do tempo de tela, eleva os riscos de exposição a agravos de saúde mental e sofrimento psíquico9,10, além da exposição ao risco de suicídio, sobretudo entre adolescentes11.
Outro fator associado com riscos à saúde mental dos adolescentes é o consumo de álcool. Embora estudos tenham evidenciado o declínio no consumo de álcool por adolescentes, durante a pandemia, essa ingestão esteve associada a prejuízos à saúde mental. Deste modo, compreendem-se impactos psicológicos como o conjunto de fatores emocionais negativos que afetam a saúde mental12. No Brasil, pesquisa de base populacional identificou que 18% dos adolescentes informaram que consumiam bebidas alcoólicas antes da pandemia, percentual que reduziu para 13%, durante a pandemia13. Essa redução no consumo de álcool pode estar relacionada ao distanciamento dos amigos e das festas, o que dificultou o acesso à substância14, já que, no Brasil, a principal forma de acesso dos adolescentes ao consumo de álcool é em festas15.
Estudos sobre a análise de séries temporais, comparando o período de isolamento social com o ano anterior, mostraram que, embora o consumo de álcool seja quantitativamente menor, a relação com problemas de saúde mental aumentou neste período16,17. Corroborando esse achado, em revisão recente18, destacaram-se os efeitos psicológicos negativos da pandemia em adolescentes, enfatizando a relação do consumo de substâncias e aumento na prevalência de depressão clínica, ideação suicida e ansiedade. Em outra revisão19, tem-se, ainda, apanhado sobre a relação entre as dificuldades de saúde mental, na população de modo geral, reforçando a relação com o consumo de álcool, durante o isolamento social20.
Apesar das evidências existentes, faltam estudos conduzidos em países de média e baixa renda, como o Brasil, que avaliem os impactos psicológicos da pandemia na saúde mental dos adolescentes e que possam informar os gestores públicos sobre as melhores decisões a serem tomadas, no sentido da prevenção das consequências do isolamento social, ocasionado pela pandemia da Covid-19, e que se possivelmente perpetuam os impactos nocivos até o momento. A partir do exposto, objetivou-se descrever a prevalência e os padrões de impactos psicológicos relacionados ao isolamento social entre adolescentes e a associação com variáveis sociodemográficas, uso de álcool e tempo de tela, durante a pandemia da Covid-19.

METODOLOGIA
Desenho do estudo
Para este estudo, utilizaram-se dos dados transversais da terceira onda, como coleta de dados de um ensaio controlado randomizado em cluster, conduzido para avaliar a efetividade do programa de prevenção ao uso de drogas #Tamojunto2.0, coletados em meio à pandemia da Covid-19, durante o isolamento social. A amostra foi composta por alunos do oitavo ano de 73 escolas públicas brasileiras. As escolas incluídas foram selecionadas aleatoriamente do universo de escolas públicas de cada cidade que compôs o estudo (São Paulo, Fortaleza e Eusébio). Assim, as escolas foram extraídas da lista de escolas nacionais cadastradas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Conforme a lista nacional, as escolas foram selecionadas ao acaso, desconsiderando as características específicas destas, dispensando qualquer intencionalidade na amostra, de modo a maximizar a representatividade.
Os municípios participantes foram São Paulo (SP), cidade mais populosa do país, com a estimativa de mais de 12 milhões de habitantes e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,805; Fortaleza (CE), capital do estado do Ceará que possui cerca de 2,7 milhões de habitantes e IDH de 0,754; e Eusébio (CE), localizada na região metropolitana da capital cearense a qual conta com população de 55 mil habitantes e IDH de 0,701.
O ensaio controlado randomizado possuiu três momentos de coletas de dados: (1) antes da implementação do programa, entre fevereiro e março de 2019; (2) nove meses após a avaliação de linha de base, entre novembro e dezembro de 2019, ambas de forma presencial nas escolas participantes; e (3) 25 meses depois, entre os meses de abril e agosto de 2021. O presente estudo utiliza apenas os dados da terceira onda de coleta de dados (2021), período em que estavam vigentes as restrições sociais impostas pela pandemia, e durante o qual ainda não havia ocorrido o retorno às atividades escolares presenciais.
Devido às restrições impostas pela pandemia da Covid-19, a coleta de dados da terceira etapa do estudo ocorreu mediante questionário on-line, de autopreenchimento e anônimo, enviado via e-mail e/ou por meio da rede social virtual WhatsApp© dos pais, os quais, após a confirmação da anuência e compreensão do estudo, enviaram o link para os adolescentes.
Na cidade de São Paulo, os pesquisadores entraram em contato com os diretores e coordenadores das escolas participantes e estes ficaram responsáveis pelos envios de e-mails aos pais e alunos. No Ceará, os pesquisadores foram autorizados pelas escolas e Secretaria Estadual de Educação a entrarem em contato direto com os pais, fato que facilitou a aproximação em meio virtual.
O procedimento para contato foi realizado por até três vezes, no intervalo de uma semana, por meio de mensagem virtual personalizada com o nome do adolescente e da escola. Além disso, houve tentativa de ligações telefônicas para esclarecimento aos pais dos adolescentes, quando necessário. Durante o período, utilizou-se de um único número de telefone pelos pesquisadores, mediante o compartilhamento da ferramenta WhatsApp Web©. Com isso, foi possível unificar as mensagens e o contato de referência para esclarecer dúvidas e fornecer orientações e contato de atendimento para serviços de saúde mental, quando necessário. A diferença da forma de contato entre São Paulo e Ceará se deve às regras das Secretarias Estaduais de Educação de cada estado.
O estudo foi registrado no Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos (REBEC), com protocolo número RBR-8cnkwq (http://www.ensaiosclinicos.gov.br/rg/RBR-8cnkwq/), e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (protocolo 2.806.30).

Instrumentos e Medidas
O instrumento utilizado para coleta de dados foi o mesmo utilizado em estudos anteriores, realizados com escolares, para coletar dados relativos à prevenção ao uso drogas no Brasil. Foi criado com base no questionário EU-Dap, sendo traduzido e adaptado para o português/Brasil e validado21. Durante a adaptação, foram adicionadas algumas perguntas do Questionário da Organização Mundial da Saúde, utilizado na VI Pesquisa Brasileira sobre o Uso de Drogas entre Estudantes22, e da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PENSE)23. Assim, o questionário do estudo possui perguntas sobre saúde mental, consumo de drogas, bullying e dados sociodemográficos. Para a coleta de dados no tempo 3, que ocorreu durante a pandemia, foram inseridas questões que buscaram avaliar o impacto da pandemia na saúde mental dos jovens.
O desfecho investigado neste artigo decorreu de variáveis sobre sintomas emocionais relacionados à pandemia, analisados a partir de classes latentes. A formação das classes latentes foi feita a partir das variáveis sobre os impactos psicológicos relacionados à pandemia que se referiam a sentimentos e emoções. Esses impactos foram acessados mediante a nove perguntas dicotômicas (sim X não), como: “No ano de 2020, por conta da pandemia, você vivenciou os sentimentos e emoções abaixo? Irritabilidade, falta de esperança, tristeza forte que não passava, dorme durante o dia e fica acordado à noite, insônia, dificuldade para dormir, dificuldade em encontrar atividades prazerosas, vontade de morrer”. As variáveis foram escolhidas conforme busca na literatura, de acordo com palavras mais evocadas em revisão inicial para construção do projeto.
As variáveis explicativas foram: (1) o nível socioeconômico, avaliado pela escala da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP); um questionário com quinze itens dicotômicos (não / sim)24, que considera a escolaridade do chefe-de-família e os bens e serviços utilizados, com pontuações variando de 1 a 100. Pontuações mais altas indicam melhor status econômico, e as classes socioeconômicas são classificadas de A (mais alta) a E (mais baixa); (2) o uso de álcool, por meio de uma pergunta dicotômica (simXnão) sobre o uso nos últimos 12 meses; e (3) o tempo de tela, durante a pandemia da Covid-19, avaliado através da questão “No ano de 2020, por conta da pandemia da Covid-19, você teve alguma mudança no uso de telas (computador, tablet ou celular) para entretenimento”, tendo como opções de resposta “diminuiu”, “não teve mudanças” ou “aumentou”. As análises foram controladas para sexo (feminino/masculino), idade (numérica), uso de álcool antes da pandemia e a variável grupo de randomização, (intervenção ou controle), de forma a retirar qualquer possível efeito residual da intervenção (que não houve).

Análise Estatística
Ao considerar que os impactos psicológicos relacionados à pandemia podem estar relacionados e agrupados em padrões, foi conduzida análise de classe latente com os nove itens que coletaram dados sobre sintomas emocionais relacionados à pandemia para identificar padrões de impacto psicológico associado ao isolamento social. No total, uma a cinco classes foram extraídas por enumeração. As classes latentes não eram mais extraídas, se poucas informações adicionais fossem fornecidas, ao adicionar nova classe. Os modelos foram ajustados com base em critérios de “goodness of fit”, considerando a interpretabilidade e a parcimônia das classes.
Os índices de qualidade do ajuste incluíram o Critério de Informação de Akaike (AIC), o Critério de Informação Bayesiana (BIC), o Critério de Informação Bayesiana Ajustado ao Tamanho Da Amostra (SSABIC), o teste Vuong-Lo-Mendell-Rubin (VLMR), teste ajustado de Lo-Mendell-Rubin (LRT) e a entropia. Menores índices de AIC, BIC e SABIC indicam valores usados para comparação entre modelos de entropia, em que índices abaixo de 0,70 indicam níveis adequados de precisão de classificação. Também, considera-se a importância de porcentagem significativa de casos (mais de 5% da amostra) classificados em cada classe identificada25,26.
No segundo momento, conduziram-se regressões logísticas multinomiais múltiplas no Mplus 7.4, usando a opção R3STEP27, tendo as variáveis explicativas (tempo de tela, uso de álcool e variáveis sociodemográficas), afetando as classes latentes de impactos psicológicos relacionados à pandemia, que foram consideradas desfecho. A complexa estrutura multinível dos dados (crianças alocadas em escolas), o grupo alocado aleatoriamente (intervenção ou controle) e o uso de álcool, no segmento anterior à pandemia, também foram incluídas nas análises, como forma de controle para evitar possíveis vieses de confusão. As análises inferenciais foram realizadas, por meio da estimativa de Máxima Verossimilhança (MLR)28.

RESULTADOS
A pesquisa teve a participação de 529 adolescentes, com predominância do sexo feminino (60,9%), com média de idade de 15 anos (desvio padrão 0,85), em que 51,7% pertenciam à classe econômica C. Em relação ao consumo de álcool, 23,8% dos adolescentes relataram uso da substância durante a pandemia e 64,2%, aumento do tempo de tela durante a pandemia. O desencorajamento foi o principal impacto psicológico relacionado à pandemia, sendo apontado por 82,7% dos jovens, seguido do estresse, com 75,1%, e dificuldade em desfrutar de atividades prazerosas, em que foram por 67,2% da amostra (Tabela 1).

Tab.1
A Tabela 2 mostra as cinco classes latentes analisadas com base em variáveis de impactos psicológicos relacionados à pandemia. O modelo de 3 classes apresentou o menor valor de BIC (3.931.904), indicando que ele oferece ajuste superior ao modelo de duas classes e evita a complexidade desnecessária de modelos com mais classes, como o de quatro classes. A diferença entre os valores de BIC para os modelos de três e quatro classes é relativamente pequena, mas suficiente para indicar que o modelo de três classes apresenta melhor equilíbrio entre ajuste e parsimônia. O BIC é amplamente considerado o critério mais confiável para avaliar o ajuste de modelos em análises de classes latentes, uma vez que avalia o equilíbrio entre o ajuste de um modelo aos dados e a complexidade do modelo25,26. Como recomendado por boas práticas, usa-se o BIC em conjunto com outros índices de ajuste, como a entropia, e também se considera a significância dos testes de comparação de modelos (VLRT e LRT ajustado). Os testes VLRT e LRT ajustado foram estatisticamente significativos para o modelo de três classes, mas não para o modelo de quatro classes. Para o modelo de três classes, os p-valores para os testes VLMR e LRT ajustado (0,0050 e 0,0055, respectivamente) indicam que a adição de uma terceira classe é estatisticamente significativa, em comparação com o modelo de duas classes. No modelo de quatro classes, os p-valores para esses testes não são mais significativos (VLRT = 0,1154 e LRT ajustado = 0,1195), o que sugere que a adição de uma quarta classe não traz melhorias significativas ao modelo. O modelo de referência utilizado foi o de uma classe única. A entropia do modelo de três classes (0,846) foi adequada, indicando boa separação entre as classes.
Tab.2
A Figura 1, a qual apresenta os resultados baseados no ajuste do modelo aos dados, demonstra o mais parcimonioso, sendo estas as três classes: 1) Baixo impacto psicológico relacionado à pandemia (14%), alunos desta classe foram os menos submetidos a fatores estressantes que acarretaram sofrimento psíquico, devido à pandemia. Assim, todos os agravos apareceram de forma discreta, tendo destaque sutil para desencorajamento e medo de ficar doente; 2) Moderado impacto psicológico relacionado à pandemia (38%), os alunos desta classe tiveram probabilidade intermediária de desenvolver impacto psicológico, sendo estresse e desencorajamento os fatores mais encontrados nessa categoria; 3) Alto impacto psicológico relacionado à pandemia (48%). Esse grupo representou os indivíduos mais propensos a envolver-se em todos os tipos de situações que desencadeiam impactos psicológicos relacionados à pandemia, sendo a única categoria que apresentou o destaque para pensamento suicida, assim, torna-se um grupo mais preocupante em relação aos agravos. Visualiza-se na Figura 1 que quase metade da população jovem avaliada no estudo teve alto impacto psicológico relacionado à pandemia e, neste grupo, o pensamento suicida esteve presente em, aproximadamente, 75% dos casos, sinalizando importante marcador sobre a saúde mental.

Fig.1

A Tabela 3 apresenta o resultado da regressão logística multinominal múltipla, com três classes latentes como desfecho. O sexo feminino apresentou mais chances de pertencer às classes de médio impacto psicológico (OR=4,99, 95% IC 95%: 1,76; 14,16) e de alto impacto psicológico (OR=25,4, IC 95%: 9,13;70,68) relacionados à pandemia, comparado com o sexo masculino. Os adolescentes que consumiram álcool na pandemia tiveram três vezes mais chances de pertencerem à classe latente de alto impacto psicológico relacionado à pandemia (OR= 3,07, IC 95%: 1,03; 9,14), do que os que não consumiram álcool na pandemia. E os adolescentes que aumentaram o tempo de tela, durante a pandemia, apresentaram 2,25 vezes mais chances de pertencerem às classes médio impacto psicológico relacionados à pandemia (OR= 2,25, IC 95%: 1,04; 4,86) e 5,86 vezes mais chances de pertencerem à classe de alto impacto psicológico relacionado à pandemia (OR = 5,86, IC 95%:2,30;14,92), comparado com quem não mudou o hábito em relação ao tempo de tela.

Tab.3

DISCUSSÃO
Este estudo buscou descrever padrões de impactos psicológicos relacionados à pandemia da Covid-19 entre adolescentes e a associação com variáveis sociodemográficas, uso de álcool e tempo de tela, durante a pandemia. No tocante aos dados descritivos, a maioria dos adolescentes da amostra reportaram aumento do tempo de tela durante a pandemia e expressiva prevalência de pensamentos suicidas (34%). Dentre os padrões de impactos psicológicos relacionados à pandemia, três classes latentes foram observadas nos adolescentes desta amostra: (1) baixo impacto psicológico; (2) médio impacto psicológico; e (3) alto impacto psicológico relacionado à pandemia. Os estudantes que reportaram aumento do tempo de tela, durante a pandemia, tiveram mais chances de pertencer às classes de impactos psicológicos relacionados à pandemia. Acrescenta-se que os adolescentes que consumiram bebidas alcoólicas, durante a pandemia, tiveram mais chances de terem impactos psicológicos altos, em comparação com aqueles que não consumiram bebidas alcoólicas no mesmo período. Destaca-se também que as meninas mostraram estar muito mais vulneráveis para apresentarem impactos psicológicos, durante a pandemia, em comparação com os meninos.
Quanto aos impactos emocionais relacionados à pandemia, destaca-se o pensamento suicida como muito prevalente entre os adolescentes da amostra. Outro estudo brasileiro também identificou que a ideação suicida esteve presente em 40% da amostra, destacando o grupo de jovens e adultos jovens como mais acometidos durante a pandemia29. Os pensamentos e as ações suicidas podem estar associados a comportamentos de isolamento social e solidão e, por isso, podem ter se exacerbado nesse momento de confinamento30,31. Os estudos relacionados a esse momento podem sinalizar o que houve, em termos de agravo na saúde mental dos jovens, potencializando quadros de ansiedade e estresse e sinalizando sobre a importância de reforçar os cuidados relativos à saúde mental dos adolescentes32,33.
Os resultados deste estudo, no que se refere ao aumento do tempo de tela durante a pandemia, assemelham-se aos estudos globais, que evidenciam que a população adolescente exposta ao tempo de distanciamento social, privada da interação de atividades, aumentou o tempo em frente ao computador e às telas de TV34,35,36,37. Corroborando essa ideia, a literatura aponta que esse tempo praticamente dobrou durante a pandemia36, sendo considerado importante fator de preocupação de estudiosos38. Achados semelhantes foram encontrados em pesquisas nacionais, apresentando que, em relação ao tempo reservado à TV, passou da média de 1,72 para 3,38 horas, comparando antes e depois da pandemia, e referente ao uso de computador ou tablet, o tempo médio de utilização dessas tecnologias em jovens passou de 4,48 para 7,15 horas39. Esse dado merece atenção, uma vez que, segundo recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), crianças e adolescentes não devem permanecer mais que 2 horas em frente à TV40. Diante das demandas geradas durante o período de isolamento, entende-se a importância do uso dos eletrônicos, contudo, reforça-se a necessidade de alertar sobre os riscos ocasionados pelo uso demorado de telas, ressaltando a importância de limitar o tempo e monitorar o conteúdo das atividades, pois essa exposição pode influenciar no comportamento e no estado de saúde mental dos adolescentes29.
Com este estudo, torna-se possível observar que adolescentes que aumentaram o tempo de tela, durante a pandemia, também apresentaram mais chances de pertencer às classes de impactos psicológicos relacionados à pandemia. Foram encontrados trabalhos realizados no Canadá41, com jovens de até 18 anos que apresentaram níveis mais altos de visualização de telas, sobretudo, TV ou tempo de mídia digital, e foram associados a sintomas de depressão, ansiedade, irritabilidade e desatenção, durante a pandemia. Na Itália, as evidências abordam aumento da taxa de problemas psicológicos relacionados ao tempo de tela, durante as medidas de contenção (variando de 20 a 40%), considerando que a prevalência internacional de todos os transtornos mentais pediátricos era de 13,4% antes da pandemia42. Estima-se que os impactos negativos gerados por esse período podem surgir a longo prazo, com repercussões na fase adulta43.
Ao ponderar os achados desta pesquisa, afirma-se que os adolescentes que usaram álcool pelo menos uma vez no último ano, durante a pandemia, apresentaram mais chances de pertencer aos impactos psicológicos intensos relacionados à pandemia, independente de terem relatado uso de álcool antes da pandemia44. Outro estudo nacional também encontrou que o consumo de álcool por adolescentes, durante a pandemia, esteve relacionado com problemas emocionais, evidenciando que os problemas de sono pioraram (OR=1,59; IC95% 1,20–2,11), durante a pandemia, assim como o sentimento de sentir-se triste, às vezes (OR=1,83; IC95% 1,40–2,38)14. Achado importante aponta que o uso de drogas, sobretudo álcool, durante a pandemia, elevou em até 13,8 vezes as chances para tentativa de suicídio29. O consumo de álcool, nesse cenário, está intimamente relacionado à forma de lidar com esses sentimentos ruins, na fase de distanciamento social45,46.
Este estudo alerta para relação de meninas terem maior chance de desenvolver impactos psicológicos relacionados à pandemia. Corroborando esse achado, pesquisa realizada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), com mais de 7,7 mil adolescentes de até 19 anos, apresenta achados semelhantes, no que diz respeito à predominância de meninas apresentando impactos psicológicos negativos47. Estudos internacionais apontam achados semelhantes, ao identificarem que as meninas, durante a pandemia da Covid-19, foram mais acometidas por problemas de ordem mental do que os meninos48. Estudo islandês apontou que surgiram diferenças significativas em termos de sexo, com porcentagem maior de meninas com fatores de adoecimento mental, durante a pandemia (54,9%)49. Neste estudo, encontraram-se maiores aumentos nos sintomas depressivos e reduções no bem-estar mental entre meninas adolescentes, em comparação com meninos. Múltiplos fatores biológicos e sociais podem explicar esses achados. Por exemplo, as influências hormonais durante a puberdade aumentam a sensibilidade a os estressores interpessoais entre as adolescentes, e as adolescentes, comparadas aos colegas do sexo masculino, são mais propensas a se envolverem em comportamentos sociais que exacerbam os sintomas depressivos, em resposta ao estresse50,51.
Dentre as limitações do estudo, apresenta-se a perda de dados, devido à descontinuidade de sujeitos no follow-up. Além disso, o fato de ser estudo transversal faz com que não se possa inferir causalidade nas associações entre as variáveis. O fato de o estudo apresentar informações por autorrelato, pode gerar erros no preenchimento e na prestação de informações. Contudo, o grupo investigado apresentou características consonantes com a literatura, podendo gerar a compreensão sobre a necessidade da atuação de programas de educação em saúde, direcionados para promoção da saúde dos adolescentes no ambiente escolar, para reforçar a identificação de questões de saúde mental e uso de álcool e outras drogas.

CONCLUSÃO
O estudo apontou a alta prevalência de aumento do uso de tela por adolescentes, durante o tempo de isolamento social rígido, além da ocorrência de impactos psicológicos relacionados a esse período. O grupo que fez uso de álcool, durante a pandemia, teve mais chances de pertencer ao grupo de sintomas mais intensos.
Salienta-se que o grupo intitulado “alto impacto psicológico relacionado à pandemia” apresentou como característica grande chance de apresentar pensamento suicida, devendo merecer atenção, em razão do risco relacionado a esse grupo. Concernente ao sexo, pode se destacar o grupo feminino como o de maior chance de desenvolver agravos psicológicos, sendo o grupo feminino o de maior chance de estar nas classes “médio impacto psicológico relacionado à pandemia” e “alto impacto psicológico relacionado à pandemia”.
Assim, este estudo visa contribuir com reflexões para os profissionais da saúde e da educação, bem como para os pais, sobre a necessidade da implementação de um cuidado educativo com ações que abordem questões relacionadas aos vários atributos subjetivos e comportamentais, sobretudo, em condições de isolamento, e as possíveis repercussões posteriores que podem afetar a saúde dos adolescentes, em casa e no convívio escolar.
Os achados apresentaram implicações para pensar práticas sobre educação ou restrição do tempo de tela para adolescentes, assim como para adoção de políticas de prevenção do uso de álcool, a fim de prevenir sintomas emocionais, sobretudo, em relação aos pensamentos suicidas. Destaca-se que os achados sinalizaram a necessidade de se observar a relação de sexo e identificaram causas para maior prevalência do grupo feminino, no tocante ao impacto psicológico causado pela pandemia, a fim de ofertar medidas de maior atenção para esse grupo.

O estudo foi conduzido no âmbito do projeto “Pesquisas e Inovações em Prevenção de Transtornos Mentais e Uso e Abuso de Álcool e outras Drogas”, financiado pelo Ministério da Saúde (TED nº 176/2017). Agradecemos, ainda, à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES), pelo apoio por meio da concessão de bolsa de doutorado, e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pelo fomento com Bolsas de Produtividade em Pesquisa


REFERÊNCIAS
1. Peteet JR. COVID-19 Anxiety. J Relig Health. 2020 Oct;59(5):2203-2204. DOI: 10.1007/s10943-020-01041-4.
2. Sacramento JA, Menezes CSA, Brandão MDA, Briolo MC, Vinholes DB, Raimundo FV. Screen time and food consumption of children during the pandemic Rev Paul Pediatr. 2023;41:e2021284. DOI: https://doi.org/10.1590/1984-0462/2023/41/2021284
3. Zuccolo, PF, Casella, CB, Fatori, D. et al. Problemas emocionais de crianças e adolescentes durante a pandemia de COVID-19 no Brasil. Eur Child Adolesc Psychiatry (2023) 32(1):1083–1095. DOI: https://doi.org/10.1007/s00787-022-02006-6
4. Sá CS, Pombo A, Luz C, Rodrigues LP, Cordovil R. COVID-19 social isolation in brazil: effects on the physical activity routine of families with children. Rev Paul Pediatr. 2021;39:e2020159. DOI: https://doi.org/10.1590/1984-0462/2021/39/2020159
5. López-Castro T, Brandt L, Anthonipillai NJ, et al. Experiences, impacts and mental health functioning during a COVID-19 outbreak and lockdown: Data from a diverse New York City sample of college students. PLoS ONE. 2021;16(4):e0249768. DOI: https://doi.org/10.1371%2Fjournal.pone.0249768
6. Meherali S, Punjani N, Louie-Poon S, et al. Mental Health of Children and Adolescents Amidst COVID-19 and Past Pandemics: A Rapid Systematic Review. Int. J. Environ. Res. Public Health. 2021; 18(7):3432. DOI: https://doi.org/10.3390/ijerph18073432
7. Lima RC. Distanciamento e isolamento socias pela Covid-19 no Brasil: impactos na saúde mental . Physis. 2020;30(02):1-10. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-73312020300214
8. Teixeira MT, Vitorino RS, da Silva JH, Raposo LM, Aquino LA de, Ribas SA. Eating habits of children and adolescents during the COVID-19 pandemic: the impact of social isolation. J Hum Nutr Diet. 2021;34(4):670-8. DOI: https://doi.org/doi: 10.1111/jhn.12901
9. Miliauskas CR, Faus DP. Saúde mental de adolescentes em tempos de Covid-19: desafios e possibilidades de enfrentamento Physis. 2020;30(4):e300402. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-73312020300402
10. Arias Y, Herrero Y, Cabrera Y, Chibás D, García Y. Manifestações psicológicas diante da situação epidemiológica causada pelo COVID-19. Rev habanera ciências médicas. 2020;19(1):1-13. Available from: http://scielo.sld.cu/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1729-519X2020000400012
11. Huyhua S, Tejada S, Diaz R. Sentimentos de adolescentes frente ao isolamento social por COVID-19 a partir da metodologia fenomenológica. Rev Cubana Enferm. 2020;36(1)1-12. Available from: http://revenfermeria.sld.cu/index.php/enf/article/view/4176/659
12. Pfeifer JH, Allen NB. Puberty Initiates Cascading Relationships Between Neurodevelopmental, Social, and Internalizing Processes Across Adolescence. Biol. Psychiatry. 2021; 89(2):99-108. DOI: https://doi.org/10.1016/j.biopsych.2020.09.002
13. Malta DC, Gomes CS, Barros MBA, Lima MG, Silva AG, Cardoso LSM, et al. The COVID-19 pandemic and changes in the lifestyles of Brazilian adolescents. Rev Bras Epidemiol. 2021; 24: E210012. DOI: https://doi.org/10.1590/1980-549720210012
14. Malta DC, Gomes CS, Vasconcelos NM, Barros MBA, Lima MG, Souza Júnior PRB, et al. O consumo de bebidas alcoólicas entre adolescentes durante a pandemia de COVID-19, ConVid Adolescentes — Pesquisa de Comportamentos. Rev Bras Epidemiol. 2023; 26(Suppl 1): e230007.supl.1. DOI: https://doi.org/10.1590/1980-549720230007.supl.1.1
15. Brasil. Pesquisa nacional de saúde do escolar : 2019 / IBGE, Coordenação de População e Indicadores Sociais. – Rio de Janeiro : IBGE, 2021. 162 p
16. Grigoletto V, Cognigni M, Occhipinti AA, Abbracciavento G, Carrozzi M, Barbi E, et al. Rebound of Severe Alcoholic Intoxications in Adolescents and Young Adults After COVID-19 Lockdown. Journal of Adolescent Health, 2020 67 (5), 727–729. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jadohealth.2020.08.017
17. Zolopa, C., Burack, JA, O'Connor, RM et al. Changes in Youth Mental Health, Psychological Wellbeing, and Substance Use During the COVID?19 Pandemic: A Rapid Review. Adolescent Research Review (2022) 7:161–177. DOI: https://doi.org/10.1007/s40894-022-00185-6
18. Pfefferbaum B. Challenges for Child Mental Health Raised by School Closure and Home Confinement During the COVID?19 Pandemic. Current Psychiatry Reports. 2021;23(10):1-9. DOI: https://doi.org/10.1007/s11920-021-01279-z
19. Robert A, Rogers J, Manson R, Siriwardena AN, Houg T, Whitley A, et al., Alcohol and other substance use during the COVID-19 pandemic: A systematic review. Drug and Alcohol Dependence. 202;229(109150):1-35. DOI: https://doi.org/10.1016/j.drugalcdep.2021.109150
20. Silczuk, A. Threatening increase in alcohol consumption in physicians quarantined due to coronavirus outbreak in Poland: the ALCOVID survey. J. Public Health, 2020, 42(3);461 - 465. DOI: https://doi.org/10.1093/pubmed/fdaa110
21. Galvão PPdO, Valente JY, Millon JN, Melo MHS, Caetano SC, Cogo-Moreira H, Mari JJ and Sanchez ZM. Validation of a Tool to Evaluate Drug Prevention Programs Among Students. Front. Psychol. 2021;12(esp. 678091): 1-9. DOI: https://doi.org/10.3389/fpsyg.2021.678091
22. Carlini EA, Noto AR, Sanchez ZM, Carlini CMA, Locatelli DP, Abeid LR, et al. VI Levantamento nacional sobre o consumo de drogas psicotrópicas entre estudantes do ensino fundamental e médio das redes pública e privada de ensino nas 27 capitais brasileiras. Brasília: SENAD - Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. [internet]. 2010 [cited 2022 Jan 28]. Available from: https://www.cebrid.com.br/vi-levantamento-estudantes-2010/
23. Brasil. Pesquisa nacional de saúde do escolar : 2015 / IBGE, Coordenação de População e Indicadores Sociais. – Rio de Janeiro : IBGE, 2026. 131 p
24. Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa. Critério de classificação econômica Brasil. São Paulo: ABEP; 2018.
25. Nylund KL, Aspaurouhov T, Mutén BO. Deciding on the Number of Classes in Latent Class Analysis and Growth Mixture Modeling: A Monte Carlo Simulation Study. 2007;14(4): 535-569. DOI: https://doi.org/10.1080/10705510701575396
26. Weller BE, Bowen NK, Faubert SJ. Análise de Classe Latente: Um Guia para as Melhores Práticas. Journal of Black Psychology, 2020;46(4):287–311. DOI: https://doi.org/10.1177/0095798420930932
27. Asparouhov T, Muthén B. Auxiliary variables in mixture modeling: Three-step approaches using M plus . Structural Equation Modeling, 2014;21(3):329–341. DOI: https://doi.org/10.1080/10705511.2014.915181
28. Muthén LK, Muthén BO. Mplus: Statistical Analysis with Latent Variables: User’s Guide (Version 8). Los Angeles: Muthe?n & Muthe?n; 2017. http://www.statmodel.com
29. Rocha DM, Oliveira AC, Reis RK, Santos AM, Andrade EM, Nogueira LT. Comportamento suicida durante a pandemia da COVID-19: aspectos clínicos e fatores associados. Acta Paul Enferm. 2022;35:eAPE02717. DOI: https://doi.org/10.37689/acta-ape/2022AO02717
30. Hernández J. Impacto do COVID-19 na saúde mental das pessoas. Medicentro (Villa Cl). 2020;24(3):578-94. Available from: http://scielo.sld.cu/pdf/mdc/v24n3/1029-3043-mdc-24-03-578.pdf
31. Castro M, Cano J, Vereau E, Vásquez A, Izaguirre D. Programa socioafetivo para reduzir o risco de suicídio em adolescentes. SCIÉNDO. 2020;23(3):173-9. DOI: http://dx.doi.org/10.17268/sciendo.2020.022
32. Bahn GH. Coronavirus disease 2019, school closures, and children’s mental health. Journal of the Korean Academy of Child and Adoles - cent Psychiatry 2020; 31:74-9. Available from: https://www.jkacap.org/journal/view.html?doi=10.5765/jkacap.200010
33. Linhares MBM, Enumo SRF. Reflexões baseadas na Psicologia sobre efeitos da pandemia COVID-19 no desenvolvimento infantil. Estud Psicol (Campinas). 2020;37. DOI: https://doi.org/10.1590/1982-0275202037e200089
34. Pietrobelli A, Pecoraro L, Ferruzzi A, Heo M, Faith M, Zoller T, et al. Effects of COVID-19 Lockdown on Lifestyle Behaviors in Children with Obesity Living in Verona, Italy: A Longitudinal Study. Obesity (Silver Spring). 2020;(8):1382-1385. DOI: https://doi.org/10.1002/oby.22861
35. Santos LC, Pinheiro TJS, Andrade TIX, Sousa PHA, Braga PP, Romano MCC. Psychosocial impacts of social isolation due to COVID-19 in children, adolescents and young people: a scoping review. Rev. Enferm - UFSM. 2021;11(73):1-19. DOI: https://doi.org/10.5902/2179769265407
36. Yoshikawa H, Wuermli AJ, Britto PR, Dreyer B, Leckman JF, Lye SJ, et al. Effects of the global Coronavirus disease-2019 pandemic on early childhood development: short- and long-term risks and mitigating program and policy actions. J Pediatr. 2020;223:188-93. DOI: https://doi.org/10.1016%2Fj.jpeds.2020.05.020
37. Guan H, Okely AD, Aguilar-Farias N, Del Pozo Cruz B, Draper CE, El Hamdouchi A, et al. Promoting healthy movement behaviours among children during the COVID-19 pandemic. Lancet Child Adolesc Health. 2020;4(6):416-8. DOI: https://doi.org/10.1016/S2352-4642(20)30131-0
38. Costa BRL. Bola de neve virtual: o uso das redes sociais virtuais no processo de coleta de dados de uma pesquisa científica. RIGS 2018; 7(1): 15-37. DOI: http://dx.doi.org/10.9771/23172428rigs.v7i1.24649
39. Malta DC, Szwarcwald CL, Barros MBA, Gomes CS, Machado IE, Souza Júnior PRB, et al. A pandemia da COVID-19 e as mudanças no estilo de vida dos brasileiros adultos: um estudo transversal, 2020. Epidemiol Serv Saúde 2020; 29(4): e2020407. DOI: https://doi.org/10.1590/S1679-49742020000400026
40. World Health Organization (WHO). Guidelines on physical activity, sedentary behaviour and sleep [Internet]. World Health Organization; 2019 [acessado em 12 jan. 2020]. Available from: https://apps.who.int/iris/handle/10665/311664
41. Li X , Vanderloo LM , Keown-Stoneman CDG, et al. Uso de tela e sintomas de saúde mental em crianças e jovens canadenses durante a pandemia de COVID-19. JAMA Netw Open. 2021;4(12):e2140875. DOI: http://dx.doi.org/10.1001/jamanetworkopen.2021.40875
42. Oliva S, Russo G, Gili R, Russo L, Di Mauro A, Spagnoli A, et al. Risks and Protective Factors Associated With Mental Health Symptoms During COVID-19 Home Confinement in Italian Children and Adolescents: The #Understandingkids Study. Front Pediatr. 2021;11;9:664702. DOI: https://doi.org/10.3389/fped.2021.664702
43. Binotto BT, Goulart CMT, Pureza J da R. PANDEMIA DA COVID-19: indicadores do impacto na saúde mental de adolescentes. Psicodebate. 2021;7(2):195-213. DOI: https://doi.org/10.22289/2446-922X.V7N2A13
44. Oliveira LS, Liberali BM, Neves SCM, Campos T. Consumo de álcool durante a pandemia da Covid-19. Rev Soc Bras Clin Med. 2021;19(4):225-9. Available from: https://docs.bvsalud.org/biblioref/2022/12/1401222/225-229.pdf
45. Rogés J, Bosque-Prous M, Colom J, Folch C, Barón-Garcia T,González-Casals H, et al. Consumption of alcohol, cannabis,and tobacco in a cohort of adolescents before and during. COVID-19 confinement. Int J Environ Res Public Health 2021;18(15): 7849. DOI: https://doi.org/10.3390/ijerph18157849
46. Maggs JL. Adolescent life in the early days of the pandemic:less and more substance use. J Adolesc Health. 2020;67(3):307-8. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jadohealth.2020.06.021
47. Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Enquete Unicef sobre saúde mental dos adolescentes, 2022. Available from: wttps://www.unicef.org/brazil/comunicados-de-imprensa/metade-dos-adolescentes-e-jovens-sentiu-necessidade-de-pedir-ajuda-em-relacao-a-saude-mental-recentemente
48. Mendolia S, Suziedelyte A, Zhu A. Have girls been left behind during the COVID-19 pandemic? Gender differences in pandemic effects on children's mental wellbeing. Econ Lett. 2022;214:110458. DOI: https://doi.org/10.1016/j.econlet.2022.110458
49. Halldorsdottir T, Thorisdottir IE, Meyers CCA, Asgeirsdottir BB, Kristjansson AL, Valdimarsdottir HB, et al. Adolescent well-being amid the COVID-19 pandemic: Are girls struggling more than boys? JCPP Adv. 2021 Jul;1(2):e12027. DOI: https://doi.org/10.1002/jcv2.12027
50. Layman HM, Thorisdottir IE, Halldorsdottir T, Sigfusdottir ID, Allegrante JP, Kristjansson AL. Substance Use Among Youth During the COVID?19 Pandemic: a Systematic Review. Current Psychiatry Reports. 2022;24(1):307–324. DOI: https://doi.org/10.1007/s11920-022-01338-z
51. Thorisdottir IE, Asgeirsdottir BB, Kristjansson AL, Valdimarsdottir HB, Tolgyes EMJ, Sigfusson J. Depressive symptoms, mental wellbeing, and substance use among adolescents before and during the COVID-19 pandemic in Iceland: a longitudinal, population-based study. The Lancet. 2021;8(8): 663-672. DOI: https://doi.org/10.1016/S2215-0366(21)00156-5



Other languages:







How to

Cite

Castro Júnior, AR, Valente, JY, Galvão, PPO, Rebouças, LN, Coelho, MMF, Vieira, NFC, Sanchez, ZM, Gubert, FA. FACTORS ASSOCIATED WITH THE PSYCHOLOGICAL IMPACTS RELATED TO SOCIAL ISOLATION IN ADOLESCENTS: A LATENT CLASS ANALYSIS. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2025/Jun). [Citado em 27/07/2025]. Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/en/articles/factors-associated-with-the-psychological-impacts-related-to-social-isolation-in-adolescents-a-latent-class-analysis/19672?id=19672



Execution



Sponsors