0412/2024 - FACTORS ASSOCIATED WITH THE QUALITY OF THE DOCTOR-PATIENT RELATIONSHIP IN BRAZIL.
FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DA RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE NO BRASIL.
Author:
• Lucas Wollmann - Wollmann, L. - <lucasw.bm@gmail.com>ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3543-0794
Co-author(s):
• Lisiane Hauser - Hauser, L. - <lisiane.hauser@ymail.com>ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3324-5533
• Christina van der Feltz-Cornelis - van der Feltz-Cornelis, C.M. - <christina.vanderfeltz-cornelis@york.uk.ac>
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6925-8956
• Sotero Serrate Mengue - Mengue, S.S - <sotero@ufrgs.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3349-8541
• Rudi Roman - Roman, R. - <rudiroman@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2663-4314
• Milena Rodrigues Agostinho Rech - Rech, M.R.A - <milena.rodrigues.agostinho@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1852-1632
• Erno Harzheim - Harzheim E. - <eharzheim@hcpa.edu.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8919-7916
Abstract:
The quality of the doctor-patient relationship plays a crucial role in treatment adherence, disease control, and care satisfaction, with various factors potentially impacting its development. This study investigated the influence of patient- and doctor-related factors on the quality of this relationship, measured by the Patient-Doctor Relationship Questionnaire (PDRQ-9), within the Primary Care setting of Brazil's SUS (Unified Health System). Data were collected5,971 adult patients and 494 doctorsFamily Health Units (USF) across all regions of Brazil. Multivariate analysis indicated that only patient characteristics were significantly associated with the quality of the doctor-patient relationship. These included living in urban areas, being male, having 10 or more years of education, obtaining a same-day consultation, having more than three consultations per year with the same doctor, and being seen at a USF with high-quality primary care. The findings highlight inequalities in the doctor-patient relationship, showing that patients who share common characteristics with their doctors (urban background and higher education) or consult in higher-quality primary care settings report more satisfactory relationships. This underscores the importance of developing doctors' cultural competence and the impact of service organization on relationship quality.Keywords:
Physician-Patient Relations; Quality of Health Care; Process Assessment, Health Care; Patient-Reported Experience Measures.Content:
A relação médico-paciente é um elemento central a ser considerado a fim de melhorar a qualidade da saúde das populações. Uma boa relação médico paciente está associada com diversos efeitos positivos, como maior adesão aos tratamentos e recomendações médicas1, controle de doenças e sintomas, melhor status funcional e psicológico2,3 e satisfação com o cuidado recebido4. Paradigmas consagrados de qualidade colocam a relação médico-paciente como elemento fundamental de qualidade como o Quadruple Aim5, método clínico centrado na pessoa6 e como atributo essencial da atenção primária à saúde (APS)7.
A relação médico-paciente manifesta-se através da confiança estabelecida entre o profissional e a pessoa, do comportamento empático do médico e de boas habilidades de comunicação e interação. Isso leva a uma aliança terapêutica, onde objetivos e responsabilidades são estabelecidos em conjunto e fortalecem-se através de um vínculo construído ao longo do tempo8–11.
Diversos fatores podem interferir no desenvolvimento de uma boa relação entre o médico e seu paciente. Fatores relacionados aos pacientes, como idade, sexo, raça, escolaridade, status socioeconômico e presença de comorbidades estão associados12–15. Em relação aos médicos, as condições de trabalho e a satisfação do médico podem afetar a qualidade da relação, bem como características relacionadas à sua formação e experiência profissional16–18.
Escalas psicométricas tem sido usualmente utilizadas a fim de estudar a relação médico-paciente9. No Brasil, encontra-se validado o patient-doctor relationship questionnaire (PDRQ-9), um instrumento prático e com bons parâmetros psicométricos19, que avalia a relação médico-paciente a partir da perspectiva do paciente, com foco na percepção da disponibilidade para ajuda e empatia do médico20. O PDRQ-9 já foi utilizado em pesquisas nacionais de avaliação do cuidado da APS21,22.
Como elemento central do cuidado, o PDRQ-9 também deve integrar o conjunto de indicadores de pagamento por desempenho no novo modelo de financiamento federal da APS23. Para superar os desafios de qualidade existentes no Brasil, é importante conhecer os fatores que afetam a relação médico-paciente, obtendo informações que sirvam de subsídio para atuar na melhoria dos resultados em saúde e experiência com o cuidado24.
O objetivo desse estudo é avaliar a associação da fatores relacionados à pacientes e médicos da atenção primária do SUS com a qualidade da relação médico-paciente, mensurada através do PDRQ-9.
MÉTODO
Delineamento e amostra
Trata-se de uma pesquisa aninhada em um estudo transversal de abrangência nacional, realizado para avaliar a qualidade da atenção primária à saúde (APS) no Brasil, fornecida por diferentes perfis de médicos25. Em cada região do país, foram escolhidos municípios com uma probabilidade proporcional ao número de Unidades de Saúde da Família (USF) que adotam a Estratégia de Saúde da Família (ESF). A seleção das USF em cada município ocorreu por meio de amostragem sistemática, estratificada pelo número de equipes da ESF. Os dados para a seleção da amostra foram obtidos através de uma lista de todos os médicos que atuam na ESF no Brasil, fornecida pelo Ministério da Saúde.
Em cada USF selecionada, foram entrevistados, no local, usuários adultos, seguindo uma seleção consecutiva após a consulta médica. Esses usuários responderam ao questionário PDRQ-9, à versão curta do Instrumento de Avaliação da Atenção Primária - PCATool-Brasil, e a perguntas estruturadas sobre variáveis sociodemográficas, morbidade e qualidade do cuidado recebido. Também foram entrevistados por meio de questionário estruturado, todos os médicos selecionados. Este era um questionário reduzido com questões sociodemográficas, formação e experiência do profissional e o Warr–Cook–Wall Job Satisfaction Scale, um instrumento de avaliação da satisfação com o trabalho voltado para profissionais de saúde26. A coleta de dados ocorreu no período entre julho e novembro de 2016.
O cálculo amostral do estudo original contemplava 6.193 usuários distribuídos em 516 clusters (médicos), visando identificar uma diferença de 0,3 pontos nos escores do PCATool-Brasil entre os grupos. Considerou-se um desvio padrão de 1,7, um efeito de delineamento (DEFF) de 3,4 e perdas de 20%, com um poder estatístico de 80% e uma significância de 5%. O número total de usuários foi igualmente distribuído entre os três grupos de médicos, optando-se por entrevistar 12 pacientes por médico.
Para discriminação de uma relação paciente de alta qualidade, avaliada através do PDRQ-9, foi utilizado o ponto de corte de 3,5 no escore do instrumento, que possui variação possível de 1 a 5 (escores maiores indicam melhor relação). O ponto de corte foi selecionado através de utilização do índice de Youden.
Critérios de inclusão
Médicos: atuar há pelo menos 12 meses na UBS selecionada.
Pacientes: maior de 18 anos; ter consultado com o médico selecionado no mesmo dia e ao menos uma vez anteriormente à entrevista; ter condições de responder ao questionário.
Análise estatística
As variáveis qualitativas foram descritas utilizando frequências absolutas e relativas, considerando a amostra total e também estratificada por alto e baixo escore do PDRQ-9. As variáveis associadas ao alto escore do PDRQ-9 foram identificadas por meio da equação de estimação generalizada (EEG) mediante distribuição de Poisson, com estimativa robusta da variância, sendo exibida a razão de prevalência (RP) e seus respectivos intervalos de confiança (IC). O método de estimação generalizada considera a estrutura de correlação entre as observações e é principalmente empregado em análises com desfecho binário27. Especialmente neste estudo os pacientes estão agrupados por médicos (serviço de saúde), sugerindo a necessidade de contemplar a correlação entre os pacientes de um mesmo médico no modelo ajustado28,29. Para uma melhor modelagem, foram utilizadas as informações dos clusters (médicos) com mais de 6 entrevistas de pacientes.
No modelo multivariável foram incluídas, inicialmente, as variáveis explicativas que se mostraram, individualmente, associadas ao alto escore do PDRQ-9, com p-valor inferior a 0,20 no teste Wald. Em seguida foram excluídas sucessivamente as variáveis com p-valores mais elevados, visando a um modelo somente com variáveis cujo p-valor é inferior a 0,05. Em se tratando da adequação do modelo foram avaliadas através do Teste de Wald-Wolfowitz e do critério de quase-verossimilhança sob o modelo de independência (QIC), assim como realizada a inspeção gráfica dos resíduos de Pearson. Todas as análises foram realizadas no Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 23.
Aspectos legais e éticos
Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, CAAE 48653615.6.0000.5327.
O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foi assinado por todos os entrevistados. Os questionários foram aplicados nas unidades de saúde, por meio de ferramenta eletrônica (tablet), por entrevistadores treinados. As informações foram transferidas de maneira anônima para análise.
A pesquisa foi financiada pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
RESULTADOS
As características dos participantes aparecem na Tabela 1. A maioria dos 5971 pacientes incluídos na amostra são mulheres, com cor da pele autodeclarada não-branca e com idade superior a 45 anos. Dois terços é portador de ao menos uma das comorbidades crônicas questionadas (hipertensão arterial, diabetes mellitus, doença respiratória (asma ou doença pulmonar obstrutiva crônica), depressão, obesidade e tabagismo. A maioria consultou em USF com alto escore de APS, avaliado através do PCATool-Brasil, e teve mais de três consultas nos últimos 12 meses.
Em relação aos 494 médicos participantes do estudo, a maioria são mulheres e com até 40 anos de idade. A maioria dos médicos possui especialização em Medicina de Família e Comunidade (MFC), tem mais de 5 anos de experiência de trabalho na APS e está há mais de 2 anos na mesma USF.
A Tabela 2 apresenta as razões de prevalência (RP) dos fatores que foram associados uma alta qualidade da relação médico-paciente, de acordo com o PDRQ-9, nas análises uni e multivariada.
Em relação às características do pacientes, na análise univariada houve associação de uma melhor relação médico-paciente com residir em município urbano, sexo masculino, possuir 10 ou mais anos de estudo, estar trabalhando ou aposentado, pertencer as classes socioeconômicas ABC, obter a consulta no mesmo dia que que procurou atendimento, ter consultado mais de 3 vezes no último ano com o seu médico e ser atendido em USF com alto escore de qualidade da APS. Em relação às características dos médicos, na análise univariada houve associação com possuir especialização em MFC e atender até 12 pacientes por turno de trabalho.
Na análise multivariada apenas características dos pacientes mantiveram-se significativamente associadas à qualidade da relação médico-paciente: residir em município urbano, sexo masculino, possuir 10 ou mais anos de estudo, obter a consulta no mesmo dia que que procurou atendimento, ter consultado mais de 3 vezes no último ano com o seu médico e ser atendido em USF com alto escore de qualidade da APS.
DISCUSSÃO
A partir de fatores relacionados a pacientes e médicos da APS do SUS avaliados nessa pesquisa, foi possível encontrar uma associação da qualidade da relação médico-paciente com o paciente residir em município urbano, ser do sexo masculino, possuir 10 ou mais anos de estudo, obter a consulta no mesmo dia que que procurou atendimento, ter consultado mais de 3 vezes no último ano com o seu médico e ser atendido em USF com alto escore de qualidade da APS.
De maneira geral, esses achados estão alinhados com outras pesquisas que buscaram identificar fatores associados à relação médico-paciente12,30,31. Chama a atenção a falta de associação com cor da pele e idade do paciente, algo presente em outros estudos31,33. Normalmente representando um fator de iniquidade, essas associações não foram encontradas no presente estudo. Ao mesmo tempo, outros fatores possivelmente relacionados à iniquidade foram identificados, como a associação positiva entre a qualidade da relação médico-paciente e variáveis como sexo masculino, residência em municípios predominantemente urbanas e maior nível de escolaridade. Esses achados estão em consonância com a literatura30-32. A menor qualidade da relação médico-paciente observada entre mulheres pode ser explicada por vieses de gênero, seja pela possibilidade de receberem uma atenção de menor qualidade ou pela tendência das mulheres em avaliar o cuidado recebido de forma mais crítica em comparação aos homens, possivelmente devido a uma maior exigência quanto ao atendimento de suas necessidades.
A associação entre a qualidade da relação médico-paciente e fatores como urbanização e escolaridade, características frequentemente compartilhadas pelos próprios médicos, sugere uma dificuldade em estabelecer boas relações com pacientes que possuem perfis socioculturais distintos. Nesse contexto, a competência cultural, um atributo derivado da APS, torna-se um fator essencial a ser considerado no Brasil para reduzir essas disparidades. A competência cultural refere-se à capacidade de reconhecer e atender às necessidades particulares de subpopulações que podem não ser visíveis devido a suas especificidades étnicas, raciais ou culturais7. Dessa forma, ela é um elemento fundamental a ser incorporado no atendimento clínico, especialmente em contextos de iniquidades.
A presença de multicomorbidade não esteve associada com a relação médico-paciente, um fator encontrado em outras pesquisas12,15. Contudo, a gravidade das comorbidades é o mediador da associação, nesse caso. Não foi avaliada a gravidade das comorbidades na atual pesquisa, podendo ser essa a explicação da falta de associação.
Características relacionadas ao médico como carga de trabalho e especialização em MFC foram associadas com melhor relação médico-paciente na análise univariada, algo que encontra respaldo na literatura17,18. Contudo, nenhuma característica relacionada ao médico manteve-se na análise multivariada. Essa ausência pode ser explicada, pelo menos em parte, pela menor amostra e maior homogeneidade das características dos médicos entre si, quando comparada com a amostra de pacientes.
A capacidade de obter uma consulta no mesmo dia para um problema espontâneo, bem como um alto escore de qualidade da APS mantiveram-se associados na análise multivariada. Caraterísticas do serviço de saúde influenciam a forma como a relação-médico paciente se desenvolve. A longitudinalidade, é um componente importante da relação médico-paciente assim como um atributo essencial da qualidade dos serviços de APS7. Ela não está presente de maneira consistente em todos os países e depende do sistema de saúde, com alguns serviços focados apenas em fornecer acesso, mas não necessariamente como o mesmo médico ao longo do tempo. Serviços de saúde organizados de forma a oferecer acesso de qualidade e efetividade no atendimento contribuem para o desenvolvimento de uma melhor relação entre médico e paciente, o que também encontra respaldo na literatura30,34.
Em suma, mantiveram-se associadas com a qualidade da relação médico-pacientes as características dos pacientes que apresentam semelhança sociocultural com a dos médicos, bem como características do serviço de saúde. Isso aponta para a importância do desenvolvimento da competência cultural por parte dos médicos, bem como a organização qualificada dos serviços de APS, de forma a impactar de forma relevante na relação médico-paciente e, consequentemente, na qualidade do cuidado oferecido.
Este foi o primeiro estudo a utilizar as categorias de qualidade da relação médico-paciente estabelecidas a partir do escore do PDRQ-9. Sua utilização permitiu uma compreensão mais simples e intuitiva dos resultados, uma vez que as características de médicos e pacientes foram associadas a uma categoria de qualidade (ao invés de um valor no escore de qualidade), o que também facilitou a comunicação das conclusões. O fato de tratar-se de uma amostra nacional confere maior validade externa aos resultados. Por se tratar de estudo transversal, não é possível realizar inferências causais em relação aos fatores encontrados, cabendo a novas pesquisas aprofundarem essa discussão com metodologias adequadas. Da mesma forma, as covariáveis incluídas não pretenderam ser exaustivas em relação as possibilidades relevantes. Outros fatores não estudados podem estar implicados, sendo esta outro possibilidade de pesquisa. A pesquisa foi realizada com dados coletados em 2016. A relação médico-paciente tende a ser um elemento relativamente estável ao longo do tempo. Contudo, mudanças sociodemográficas ou culturais nesse período podem impactar da interpretação dos resultados no contexto atual.
A relação médico-paciente está presente como elemento central da qualidade do cuidado, inclusive integrando indicadores de qualidade dos sistemas de saúde e esquemas de avaliação e pagamento por desempenho. A partir deste estudo, pesquisadores, profissionais e gestores podem utilizar seus resultados para aprofundar a discussão da influência de características de médicos, pacientes e serviço de saúde na qualidade da relação médico-paciente. Isso permitirá desenvolver iniciativas de qualificação profissional e do serviço de saúde que busquem reduzir as iniquidades e oferecer um cuidado centrado nas pessoas, respeitando suas necessidades, características e valores.
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