Objetivo: analisar a distribuição espacial da gravidez em menores de 14 anos e seis meses segundo regiões e municípios brasileiros e características sociodemográficas e de saúde das parturientes e nascidos vivos. Metodologia: Estudo ecológico, analisando o Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC), 2011- 2021, em três grupos etários (< 14 anos e 6 meses, 15-19 e 20 anos e mais), segundo variáveis demográficas e do parto. Foi aplicado o Índice Global de Moran e o Indicador de Autocorrelação Espacial. Resultados: No período foram 107.876 nascidos vivos de meninas 10-14 anos, na maioria negras, 20% em união estável ou casadas, com menor proporção de 7 consultas de pré-natal e captação no primeiro trimestre, maior proporção de baixo peso ao nascer e baixo índice de Apgar, residentes nas regiões Norte e Nordeste. A taxa média de nascidos vivos de 10-14 anos mostrou autocorrelação significativa com o espaço, especialmente Centro-Oeste e Norte. Conclusão: A gravidez de 10 a 14 revela uma sequência de vulnerabilidades sofridas por essas meninas, pela gravidez em idade precoce, maior frequência entre negras, com implicações na morbimortalidade para ela e seus filhos; e pela violência presumida nesses casos, incluindo o acesso negado ao aborto legal.
Keywords:
nascido vivo, estupro, sistemas de informação em saúde, gravidez na adolescência
Gravidez em meninas menores de 14 anos: análise espacial no Brasil, 2011 a 2021
Abstract(resumo):
Objetivo: analisar a distribuição espacial da gravidez em menores de 14 anos e seis meses segundo regiões e municípios brasileiros e características sociodemográficas e de saúde das parturientes e nascidos vivos. Metodologia: Estudo ecológico, analisando o Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC), 2011- 2021, em três grupos etários (< 14 anos e 6 meses, 15-19 e 20 anos e mais), segundo variáveis demográficas e do parto. Foi aplicado o Índice Global de Moran e o Indicador de Autocorrelação Espacial. Resultados: No período foram 107.876 nascidos vivos de meninas 10-14 anos, na maioria negras, 20% em união estável ou casadas, com menor proporção de 7 consultas de pré-natal e captação no primeiro trimestre, maior proporção de baixo peso ao nascer e baixo índice de Apgar, residentes nas regiões Norte e Nordeste. A taxa média de nascidos vivos de 10-14 anos mostrou autocorrelação significativa com o espaço, especialmente Centro-Oeste e Norte. Conclusão: A gravidez de 10 a 14 revela uma sequência de vulnerabilidades sofridas por essas meninas, pela gravidez em idade precoce, maior frequência entre negras, com implicações na morbimortalidade para ela e seus filhos; e pela violência presumida nesses casos, incluindo o acesso negado ao aborto legal.
Keywords(palavra-chave):
nascido vivo, estupro, sistemas de informação em saúde, gravidez na adolescência
Pinto, I. V., Bernal, R. T. I., Souza, J. B., Andrade, G. N., Araújo, L. F., Felisbino-Mendes, M.S., Souza, M. F. M., Montenegro, M., Vasconcelos, N., Malta, D. C.. Gravidez em meninas menores de 14 anos: análise espacial no Brasil, 2011 a 2021. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2024/Jun). [Citado em 05/11/2024].
Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/en/articles/gravidez-em-meninas-menores-de-14-anos-analise-espacial-no-brasil-2011-a-2021/19292?id=19292