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0331/2025 - Oral health indicators: advances or reproduction of a curative model? A scoping review
Indicadores de saúde bucal: avanços ou reprodução de um modelo curativista? Uma revisão de escopo

Author:

• Valeska Maddalozzo Pivatto - Pivatto, VM - <vpivatto@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7022-4689

Co-author(s):

• Pierre Guedes de Araujo - Araujo, PG - <pierreguedesaraujo@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7893-4546
• Rodrigo Otávio Moretti Pires - Pires, ROM - <rodrigo.moretti@ufsc.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6372-0000


Abstract:

Indicator analysis is valuable for public management in assessing the health situation, proposed interventions, and implemented policies. Objective: To map the literature and identify oral health indicators used to organize, monitor, and evaluate public health services related to Primary Health Care or a similar level of care. The review was guided by the JBI principles and included 11 databases between December 2023 and April 2025. Articles published in full online, with no language or year restrictions, were included. The initial search yielded 3,299 articles, and 83 were ultimately included. The highlights were Brazilian studies, which used secondary data, PHC as the exclusive level of care, and the limited involvement of health managers. Oral health indicators were organized into categories: (a) access, services, and prevention and promotion practices; (b) individual care; (c) structure; (d) work process; (e) oral health surveillance; and (f) user perspective. The findings highlight studies using secondary data and clinical-procedural indicators, with little involvement from managers and users. These results reinforce the need to develop and use more integrated and equity-sensitive indicators capable of reflecting comprehensive care and supporting the formulation, monitoring, and evaluation of public policies.

Keywords:

Health indicator; Oral Health; Primary Health Care.

Content:


INTRODUÇÃO
Indicadores de saúde são amplamente utilizados em todo o mundo para avaliar a condição sanitária e o bem-estar de grupos humanos. Desempenham um papel crucial no planejamento de políticas de saúde, oferecendo informações valiosas sobre mudanças e tendências ao longo do tempo nos padrões de saúde de diferentes comunidades, num mesmo momento ou em períodos distintos1. Segundo Januzzi (2012), eles apoiam atividades de planejamento público e formulação de políticas em diversos níveis governamentais e permitem o monitoramento das condições de vida e do bem-estar da população, tanto pelos governos quanto pela sociedade civil. Para utilizar esses indicadores de forma eficaz, é essencial compreender os elementos fundamentais associados a eles, o que realmente revelam, os objetivos de medição, sua confiabilidade e suas limitações. Portanto, raramente um indicador por si só pode retratar a realidade; contextualizá-lo no tempo e no espaço é crucial para evitar conclusões ou ações inadequadas2.
Os indicadores de saúde podem descrever e monitorar o estado de saúde de uma população, bem como o comportamento de um sistema de saúde e o impacto de ações propostas, sempre inseridos num contexto histórico e cultural sendo, portanto, dinâmicos e mutáveis. Ao transformar um dado em informação relevante, os indicadores expõem os resultados das políticas e intervenções adotadas, sendo de crucial importância para os gestores responsáveis por decidir acerca de sua manutenção ou alteração3, 4.
A rotina de monitoramento e o processo de avaliação das ações, programas e políticas, por meio de instrumentos avaliativos, contribuem com a qualificação e sustentabilidade dos sistemas de saúde, fortalecendo seus princípios e diretrizes5. A busca pela institucionalização do monitoramento e avaliação, como prática constante de planejamento embasando a tomada de decisão, parte também do melhoramento de instrumentos e técnicas e do envolvimento dos profissionais dos níveis estratégicos, táticos e operacionais do sistema de saúde, uma vez que a experiência de avaliadores e gestores deve ser contemplada na construção de modelos de avaliação6.
A avaliação contínua e sistemática dos serviços de saúde é fundamental para a sua qualificação, criando parâmetros e definindo diretrizes governamentais capazes de melhorar as condições de saúde da população. Tais processos devem ser dinâmicos e rotineiros, e precisam considerar tanto os objetivos dos serviços de saúde como as necessidades de saúde da população. Esta análise permanente facilita a detecção de lacunas e deficiências, permitindo ajustes para promover um sistema de saúde universal, equitativo e abrangente7, 8, 9, 10, 11. A avaliação dentro das instituições de saúde tem se tornado mais frequente nos últimos anos na perspectiva de consolidar os processos de gestão e a governabilidade dos sistemas de saúde. No entanto, a sua aplicabilidade ainda é pouco valorizada como recurso para fundamentar as rotinas do serviço e fortalecer profissionais e gestores em suas decisões. A utilização de informações para efetivar a vigilância em saúde ainda é falha12, 13, .
A coleta de dados e o desenvolvimento de sistemas de informação são fundamentais para viabilizar a avaliação dos serviços de saúde e para subsidiar ações e programas que melhorem a qualidade da atenção à saúde da população, sejam eles relativos ao processo saúde-doença ou de caráter administrativo-gerencial14. A análise regular dos indicadores de saúde é uma ferramenta valiosa para a gestão e avaliação da situação de saúde, das intervenções propostas e das políticas implementadas. É essencial que os profissionais de saúde e os gestores monitorem os indicadores, pois esses elucidam caminhos significativos para melhorar a qualidade das ações estratégicas de saúde15.
A presente revisão de escopo tem por objetivo mapear a literatura e identificar indicadores de saúde bucal utilizados para organização, monitoramento e avaliação dos serviços públicos de saúde, relacionados à Atenção Primária à Saúde (APS) ou nível de atenção similar. A literatura carece de revisões exploratórias sobre o tema.

MÉTODO
Trata-se de uma revisão de escopo, tendo sido orientada pelos princípios descritos no Manual do Revisor do Joanna Briggs Institute (JBI) (2020)16 e apresentada de acordo com os Itens de Relatório Preferenciais para Extensão de Revisões Sistemáticas e Meta-Análises para Revisões de Escopo (PRISMA-ScR): lista de verificação e explicação. O protocolo foi registrado no Open Science Framework sob o número 10.17605/OSF.IO/KS5ME.
A pergunta de revisão que impulsionou a pesquisa foi: “Quais são os indicadores de saúde bucal utilizados na literatura nacional e internacional relativos à organização, monitoramento e avaliação dos serviços de Atenção Primária à Saúde ou serviços públicos similares?” A estratégia PCC (população, conceito e contexto) foi aplicada, sendo: População, os indicadores de saúde; Conceito, organização, monitoramento e avaliação dos serviços de saúde; e Contexto, a APS nacional e internacional.
Para efeitos deste estudo foram considerados indicadores de saúde bucal as métricas ou parâmetros utilizados na organização, monitoramento e avaliação dos serviços públicos de saúde bucal, relacionados à APS ou à nível de atenção similar, em detrimento dos indicadores de saúde/doença. O objetivo é fornecer uma visão mais abrangente da saúde bucal, considerando não apenas a ocorrência de doenças, mas também como os serviços de saúde bucal estão sendo implementados e se estão atendendo às necessidades da comunidade. Essa abordagem pode ajudar a identificar áreas de melhoria e a formular políticas públicas mais eficazes na promoção da saúde bucal.
Os estudos foram selecionados com base nos respectivos critérios de elegibilidade: artigos científicos, estudos observacionais, análises de políticas públicas, enfim, estudos analisando indicadores utilizados em saúde bucal no contexto da saúde pública, publicados na íntegra, online, sem restrição de idioma. Não houve restrição quanto ao ano das publicações.
Foram critérios de exclusão: estudos de ensaios teóricos e reflexões, estudos sobre recomendações clínicas, não versar sobre indicadores de saúde bucal, não estar relacionado, pelo menos em parte, à APS, ser estudo de revisão. Optou-se também por excluir os artigos que tratavam exclusivamente de análise de prevalência de doenças bucais, como o uso do índice CPOd (dentes cariados, perdidos e obturados). Essa revisão parte do entendimento de que a utilização do CPOd como indicador de resultado já é bastante consolidada na literatura e no meio odontológico. Estudos de revisões sistemáticas e de escopo foram utilizados para checagem das referências bibliográficas, sem serem incluídos de fato nesta revisão.
Considerando os critérios de inclusão, a estratégia de busca foi desenvolvida no PubMed, utilizando o Medical Subject Headings (MeSH), como segue: (("Quality Indicators, Health Care"[Mesh] OR "Health Care Quality Indicators"[Title/Abstract] OR "Indicators of Health Services"[Title/Abstract] OR "Health Status Indicators"[Mesh:NoExp] OR "Health Status Indicators"[Title/Abstract] OR "Management Indicators"[Title/Abstract] OR Indicator*[Title/Abstract]) AND ("Oral Health"[Mesh] OR "Oral Health"[Title/Abstract] OR "Dentistry"[Mesh] OR "Dentistry"[Title/Abstract] OR "Dentists"[Mesh] OR "Dentists"[Title/Abstract] OR Dentist*[Title/Abstract]) AND ("Public Health"[Mesh:NoExp] OR "Public Health"[Title/Abstract])).
A coleta de dados se deu nas bases de dados de artigos científicos Medline/PubMed, Scopus, Web of Science, Scielo, LILACS, Embase, DOSS (EBSCO), Cochrane, ProQuest Dissertations & Theses Global (PQDT Global), Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) e Google Acadêmico, tendo sido feita em dezembro de 2023 e atualizada em abril de 2025. As referências dos artigos selecionados foram verificadas para identificar novos estudos não localizados nas buscas anteriores, obedecendo aos critérios de inclusão pré-estabelecidos.
Após a realização da busca nas bases de dados, todas as referências localizadas foram importadas para o software Rayyan. Os artigos duplicados foram removidos automaticamente. A seleção dos estudos foi conduzida por uma dupla de avaliadores independentes, tendo sido realizado teste de calibração com os critérios de inclusão para avaliar seu alinhamento. Neste teste foram avaliados os primeiros 100 artigos de forma independente e às cegas, tendo um terceiro revisor avaliado as divergências, identificando um Kappa de 0,84 entre os revisores17.
Na primeira fase da revisão de escopo, a seleção dos estudos se deu com base nos títulos e resumos. Posteriormente, realizou-se a leitura completa dos artigos selecionados, identificando se os critérios de inclusão eram atendidos, a relevância do estudo para a presente revisão e se ele respondia à questão de pesquisa. Nos casos de divergências entre revisores, o terceiro revisor foi chamado a contribuir com a pesquisa, buscando o consenso entre todos.
Teses e dissertações foram excluídas após a fase 1, pois, em geral, artigos advindos desses trabalhos já haviam sido incluídos na revisão.
Os dados extraídos dos artigos foram organizados em planilha do software Microsoft Excel, de acordo com as variáveis: título, autores, palavras-chave, ano e periódico onde o estudo foi publicado, local onde a pesquisa foi realizada, ano de coleta dos dados, país de origem dos autores, objetivo da investigação, tipo de estudo/abordagem metodológica, indicadores de saúde bucal utilizados com seu descritivo e forma de cálculo, bases de dados para coleta de dados, resultados, principais conclusões, limitações do estudo, número e característica dos participantes e por fim, se o estudo envolveu os gestores em algum momento.
Após a extração dos dados, os mesmos foram analisados, descritos de forma exploratória e comparativa, buscando alcançar o objetivo da revisão. Este artigo resume e classifica os indicadores de saúde bucal identificados, sendo apresentados em forma de gráficos, tabelas e figuras (mapas), permitindo identificar semelhanças e diferenças entre os artigos. Não foi realizada avaliação de qualidade metodológica dos artigos incluídos.


RESULTADOS
A busca nas 11 bases de dados gerou um total de 3.299 artigos, sendo 1098 excluídos por duplicidade. Para leitura de título tinha-se 2201 artigos, dos quais 1903 foram excluídos por não se enquadrarem nos critérios. Seguiu-se a leitura dos resumos de 289 artigos, excluindo 148 destes, restando, portanto, 150 artigos para leitura na íntegra. Após leitura completa, foram incluídos na revisão 78 artigos e somaram-se a estes outros cinco trabalhos obtidos por checagem das listas de referências, totalizando 83 artigos científicos nesta revisão de escopo.
Os resultados da busca nas bases de dados estão detalhados por meio do fluxograma na figura 1.
O quadro-síntese com os dados extraídos por esta revisão foi organizado nas seguintes categorias (1) referência bibliográfica e tipo de estudo; (2) objetivo; (3) conclusões e (4) indicadores de saúde bucal utilizados (Quadro 1).
Acerca dos países e regiões geográficas de origem das publicações, destacam-se as pesquisas brasileiras perfazendo 84% do total de trabalhos (n=70). As demais publicações são advindas da Europa (6%), Oceania (4%), América do Norte (2%), América Latina (2%) e um estudo global (1%), como demonstra a figura 2.
O ano da primeira publicação incluída foi 1994 e o último 2025, sendo o ano de 2021 o que teve maior número de publicações, com nove artigos. O comportamento das publicações por ano é apresentado na figura 3.
Referente às metodologias utilizadas nos artigos selecionados, 72% (n=59) basearam-se exclusivamente em dados secundários, 19% incluíram o uso de dados primários e 9% aplicaram outras metodologias como apresentação de relatos e construção de modelos avaliativos. Sobre o nível de atenção envolvido nas pesquisas selecionadas, 61% eram exclusivos da APS e 39% englobavam outros níveis. Em relação às pesquisas incluírem a participação dos gestores na sua metodologia, apenas 13% (n=11) o fizeram. Os artigos incluídos na revisão foram nos idiomas português (56), inglês (26) e espanhol (1).
Acerca dos indicadores de saúde bucal identificados nos artigos, os mesmos foram organizados e agrupados por semelhança pelos autores nas seguintes categorias: (a) acesso, serviços e práticas de prevenção e promoção, (b) cuidado individual, (c) estrutura, (d) processo de trabalho, (e) vigilância em saúde bucal e (f) perspectiva do usuário, conforme quadro 2.
Indicadores de acesso são o destaque e aparecem em 74 artigos (89%). Indicadores referentes ao cuidado individual foram 34 (41%), seguidos por indicadores de processo de trabalho 16 (19%) e vigilância em saúde bucal 14 (17%). Com menor frequência estão os indicadores sobre estrutura 7 (8%) e perspectiva do usuário 11 (13%).

DISCUSSÃO
Uma revisão de escopo permite a exploração abrangente do campo de estudo em questão, identificando a amplitude e diversidade dos indicadores de saúde bucal utilizados nos sistemas de saúde pública. Ao analisar os indicadores de saúde bucal em diferentes estudos e períodos de tempo é possível identificar tendências, mudanças e melhorias na abordagem da saúde bucal, o que é crucial para o desenvolvimento de políticas de saúde eficazes e práticas clínicas baseadas em evidências. A revisão de escopo pode fornecer ideias valiosas para a tomada de decisões em diversos contextos, contribuindo para o aprimoramento da qualidade dos cuidados prestados, promovendo intervenções preventivas e ações mais eficazes ao identificar indicadores específicos que são mais relevantes para comunidades particulares, levando em conta fatores socioeconômicos, demográficos e culturais18.
A presente revisão identificou que parte significativa dos artigos são oriundos de análises sobre o Brasil. Isso pode se justificar por esse país apresentar o maior sistema público de saúde do mundo, contando com serviços odontológicos para todas as pessoas, independente de idade, origem e renda. A implantação das primeiras equipes de Saúde Bucal (ESB), no modelo atual brasileiro, aconteceu em 2003 e teve grande expansão nos anos seguintes, o que exigiu, e exige, forte monitoramento e avaliação dados os altos recursos investidos. Os artigos internacionais selecionados englobam principalmente indicadores de acesso, perspectiva do usuário e vigilância de saúde bucal nos sistemas públicos de saúde, direta ou indiretamente ligados à APS, uma vez que a oferta de atenção odontológica é bastante heterogênea ao redor do mundo21, 23, 25, 26, 28, 48, 52, 69, 81, 89, 90, 92, 101.
Sobre os indicadores identificados na revisão, diversos se propuseram a mensurar o acesso da população aos serviços de saúde bucal e práticas de promoção e prevenção, entre eles: as consultas odontológicas, a cobertura de equipes de Saúde Bucal, a proporção de ESB em relação às equipes de Saúde da Família, o número absoluto de cirurgiões-dentistas, 1ª consulta odontológica programática, as consultas de gestantes, ações coletivas de saúde bucal, escovação dental supervisionada, fluoretação da água de abastecimento, oferta de serviços especializados entre outros3, 5, 6, 19-82, 94-97, 99, 100, 102. Acesso de primeiro contato é um dos atributos essenciais elencados por Barbara Starfield (2002)83 para os serviços de APS. Medir o acesso aos serviços, particularmente no Brasil, tem sido prioridade desde a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) dada a necessidade de acompanhamento e avaliação de como tem se dado a expansão da oferta de atenção odontológica no território nacional. Ainda que pouco uniforme no Brasil, as pesquisas demonstram ampliação e melhoria no acesso da população aos serviços de saúde bucal59, 68, 72. No entanto, apenas a incorporação de profissionais e equipes pode não refletir em aumento do acesso efetivo das pessoas. Isso porque, considerando a equidade como pilar de organização do sistema de saúde, é essencial que fatores como o processo de trabalho, um olhar crítico às características socioeconômicas do território, a organização dos fluxos de atendimento, a estruturação da agenda de serviços e a identificação adequada de grupos prioritários sejam integrados às estratégias de gestão56. Artigos internacionais também destacam a análise da utilização de serviços odontológicos mesmo que esses países não contem com sistemas de saúde integrais como o Brasil21, 23, 25, 48, 52, 69, 81.
Destacaram-se também indicadores categorizados como de cuidado individual e incluem a realização de procedimentos curativos: restaurações, exodontias, procedimentos periodontais e outros, e procedimentos preventivos: aplicação de flúor, selante, profilaxias, etc5, 6, 20, 29, 30, 32, 33, 36, 37, 40, 41, 44, 47, 49, 50, 52, 54, 56-63, 66, 72, 73, 76,-78, 82, 84. O foco em procedimentos clínicos operatórios reflete ainda uma odontologia hegemônica, individual, curativista e fragmentada, essencialmente voltada para o mercado privado, que valoriza a prática clínica tradicional em detrimento de uma abordagem social, familiar e integral. Revisitar a formação dos cirurgiões-dentistas e o direcionamento do trabalho das ESB é fundamental para transformar a prática nos serviços e, consequentemente, a saúde da população. No entanto, é preciso criticar também o papel dos indicadores de desempenho nesse cenário: quando a medição de resultados se ancora exclusivamente em métricas clínicas e produtivistas (como número de procedimentos realizados), os serviços tendem a reproduzir essa lógica, negligenciando dimensões como promoção da saúde, educação em saúde bucal e ações territoriais. Assim, além do acesso clínico, é urgente incorporar indicadores que avaliem a integralidade, a equidade e o impacto coletivo das ações odontológicas60.
Os indicadores referentes ao processo de trabalho focaram em ações junto à equipe multiprofissional, na formação dos cirurgiões-dentistas, na organização da agenda, participação em reuniões de planejamento, territorialização, entre outros6, 22, 25, 33, 55, 58, 59, 62, 64, 68, 70, 73, 74, 75, 85, 86, 95, 98, 102. Vale destacar que as ESB foram incluídas na Estratégia Saúde da Família (ESF) oito anos após sua criação e de forma “opcional” ao gestor municipal, o que pode ter influenciado a desconexão e o descompasso entre ESB e ESF, limitando o cuidado compartilhado e posicionando a saúde bucal como “apêndice” nas unidades de saúde87.
Alguns estudos apontam para avanços das políticas públicas de saúde bucal, seja com ampliação do acesso aos serviços, redução de tratamentos mutiladores e resultados que indicam mais equidade entre a população26. No entanto, apesar dos avanços percebidos no Brasil com as ESB, a maioria dos trabalhos até o momento identifica uma odontologia curativista, com baixa qualificação de capital humano e com a Lei dos Cuidados Inversos88 ainda presente, reforçando as iniquidades em saúde47, 53, 82, 87.
Outros artigos analisam indicadores de vigilância em saúde bucal: dor dental, cárie, periodontia, fluorose, câncer de boca e número de encaminhamentos ao especialista21, 23, 28, 36, 42, 45, 70, 89, 95, 101-103. O protocolo da presente revisão optou por excluir artigos exclusivamente de indicadores de doença, como o CPO-d, por entender sua consolidação no meio odontológico bem como por não ser o foco desta revisão, fato que pode responder ao baixo número de artigos nessa categoria.
Em menor número foram localizados indicadores de estrutura, tanto física como a presença de determinados equipamentos, insumos e instrumentais, quanto de coordenação do cuidado, como os sistemas de regulação com referência e contra referência, bem como o financiamento envolvido22, 25, 42, 49, 55, 59, 63, 68, 73, 85.
Acerca da perspectiva do usuário, alguns artigos tratavam da satisfação dos pacientes, auto avaliação de saúde bucal, hábitos de consumo alimentar bem como a participação no controle social. A perspectiva do usuário nos apresenta indicadores essenciais de qualidade do atendimento ao compreender as expectativas e experiências dos pacientes, colocando-os no centro do processo organizacional. Tais dados podem orientar gestores e formuladores de políticas na melhoria dos serviços oferecidos, na melhor alocação de recursos e maior eficiência, revelando tendências e problemas emergentes nos serviços de saúde21, 23, 25, 58, 69, 89-92, 97.
Grande parte dos estudos utilizou-se de dados secundários para sua análise, o que traz consigo a limitação inerente da confiabilidade e disponibilidade desses dados. Ao mesmo tempo, tal metodologia reforça a importância de se ter bons sistemas de informação e valorizar a qualidade do seu preenchimento. As metodologias majoritariamente epidemiológicas e quantitativas podem negligenciar a reflexão crítica, caso não aprofundem suas análises.
A maior parte dos estudos contemplava a análise de poucos indicadores, limitando a compreensão de fatores contextuais e mesmo do impacto de um indicador sobre o outro. Trabalhos que englobam uma gama maior de indicadores tendem a proporcionar um olhar ampliado dos sistemas. No entanto, além da necessidade de ampliação quantitativa, é preciso considerar a complexidade inerente ao sistema de saúde brasileiro: a heterogeneidade territorial e a municipalização — embora sejam avanços por conferirem autonomia aos gestores locais na organização e avaliação dos serviços — trazem desafios como a falta de padronização dos sistemas de informação. Essa fragmentação dificulta o monitoramento qualificado do processo de trabalho, muitas vezes restringindo as análises a perspectivas superficiais. Nesse sentido, destacam-se iniciativas recentes, como a implantação do e-SUS APS e do Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC), a estratégia SUS Digital e a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), que visam qualificar e integrar os registros. Além disso, ferramentas como o Conecte SUS buscam ampliar a interoperabilidade e oferecer maior transparência das informações em nível individual e coletivo. Tais iniciativas representam esforços concretos para reduzir a fragmentação e fortalecer uma gestão da APS cada vez mais orientada por dados.
Estudos sobre o sistema de saúde brasileiro, particularmente, devem levar em conta não apenas a associação de diferentes indicadores — dada a forte presença da saúde bucal na Atenção Primária à Saúde, fato pouco visto em outros países —, mas também as disparidades regionais e a diversidade de modelos de gestão municipal. Sem essa abordagem multidimensional, corre-se o risco de subestimar desigualdades ou mascarar ineficiências estruturais93.
Os estudos desta revisão são unânimes ao apontarem a importância da análise dos indicadores para qualificação das políticas públicas de saúde bucal, ressaltando suas implicações no planejamento, monitoramento e avaliação das ações e serviços propostos. Estudos como o de Ferreira et al (2024)95 apontam maior atenção e reconhecimento dos indicadores no contexto atual da saúde bucal dentro do sistema público de saúde, extrapolando os indicadores usuais de acesso, fortalecendo aspectos de protagonismo e organização das ESB.
Dado que indicadores de saúde bucal são fundamentais no processo de planejamento, avaliação e tomada de decisão pela gestão dos serviços, esta revisão localizou poucos artigos que incluíam os gestores e trabalhadores da saúde na construção e análise dos indicadores, sendo uma lacuna a ser preenchida. Da mesma forma, observou-se que estudos que inter-relacionam uma gama maior de indicadores e aqueles que tratam de aspectos relativos à regionalização são ainda escassos.
Este estudo de revisão apresenta algumas limitações, entre elas, (1) a possibilidade da seleção dos artigos, apesar de estruturada e metódica, não ter incluído todos os estudos relevantes, (2) a não inclusão de teses e dissertações, nem (3) da literatura cinzenta e (4) necessidade de atualização periódica da revisão.
A presente pesquisa colabora com o aprimoramento do conhecimento sobre indicadores de saúde bucal ao discriminá-los, bem como ajuda a consolidar os estudos sobre saúde bucal nos serviços públicos de saúde, permitindo aos gestores e equipes que analisem, planejem e direcionem ações no sentido de qualificar as condições de saúde da população. Os resultados deste estudo podem servir de base para a seleção de indicadores, considerando características específicas da intervenção, o contexto, a disponibilidade de dados, etc.

CONCLUSÕES
A revisão de escopo realizada demonstra a importância estratégica dos indicadores de saúde bucal na formulação, avaliação e aprimoramento das políticas públicas de saúde, especialmente no contexto da Atenção Primária à Saúde. Os resultados evidenciam uma predominância de estudos focados no Brasil, reflexo do seu robusto sistema de saúde pública e da ampla inserção da saúde bucal na Estratégia Saúde da Família. Foi possível observar que, embora os indicadores revelem avanços no monitoramento do acesso e da oferta de serviços, ainda prevalecem métricas de caráter curativista e centradas em procedimentos clínicos, o que limita a análise mais abrangente da integralidade do cuidado em saúde bucal. Além disso, identificou-se a carência de estudos que integrem uma abordagem multidimensional, envolvendo diferentes tipos de indicadores, gestores e trabalhadores na construção e uso dessas métricas.
A escassez de estudos sobre regionalização, equidade, impacto coletivo e perspectiva do usuário reforça a necessidade de repensar os modelos de avaliação adotados, promovendo uma visão mais holística e territorializada. A pesquisa também ressalta o valor da utilização de dados secundários, ao mesmo tempo em que aponta suas limitações e a necessidade de bases de dados mais confiáveis e padronizadas. Conclui-se que a incorporação de indicadores que reflitam a integralidade do cuidado e a realidade dos territórios pode impulsionar transformações significativas na saúde bucal coletiva, contribuindo para a superação de iniquidades e para a qualificação do cuidado prestado à população.
Por fim, acredita-se que este artigo contribui para consolidar o conhecimento científico sobre os indicadores de saúde bucal, bem como elucida caminhos para seu fortalecimento e incentiva o aumento da produção de trabalhos técnicos sobre a temática. Os resultados deste estudo podem servir de base para a seleção de indicadores, considerando características específicas da intervenção, o contexto e a disponibilidade de dados.

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Pivatto, VM, Araujo, PG, Pires, ROM. Oral health indicators: advances or reproduction of a curative model? A scoping review. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2025/Sep). [Citado em 05/12/2025]. Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/en/articles/oral-health-indicators-advances-or-reproduction-of-a-curative-model-a-scoping-review/19807?id=19807



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