0182/2024 - Outsiders at Medical School: indigenous experiences in medical courses at Brazilian federal universities Estranhos” na Escola Médica: experiências indígenas em cursos de medicina de universidades federais brasileiras
Public policies aimed at indigenous peoples have been sporadic and with irregular coverage. In recent decades, affirmative actions have enabled indigenous people to access medical school, historically occupied by white people with high family incomes. This research analyzed experiences of otherness experienced by indigenous people in federal medical schools. This is an exploratory study, with a qualitative approach, using interviews and conversation circles, with the participation of 40 students15 courses. There were four categories of analysis: encounter between “strangers” and the medical school; differences and inequalities; relationships with students and teachers; conflicts and transformations. It was noticed that medical schools are unwelcoming to indigenous people, with practices of racism, intolerance and tutelage, when their differences become inequalities, consequences of structural processes in these Brazilian institutions. The indigenous presence in medical courses reveals social inequalities, causes conflicts and initial transformations, pointing out paths for plurality and social justice, as well as possibilities for medical education with visibility and actions for the health of indigenous peoples.
Keywords:
Education, Medical. Indigenous Peoples. Public Policy. Health Disparate Minority and Vulnerable Populations. Health of Indigenous Peoples.
Estranhos” na Escola Médica: experiências indígenas em cursos de medicina de universidades federais brasileiras
Abstract(resumo):
As políticas públicas de saúde e educação dirigidas a povos indígenas têm sido esporádicas e com abrangência irregular. Nas últimas décadas, ações afirmativas possibilitaram o acesso de indígenas na graduação de medicina, historicamente ocupada por pessoas brancas e de renda familiar elevada. Esta pesquisa analisou experiências de alteridade experienciadas por indígenas em escolas médicas federais. Trata-se de estudo exploratório, com abordagem qualitativa, com uso de entrevistas e rodas de conversa, com participação de 40 estudantes de 15 cursos. Foram quatro categorias de análise: encontro dos “estranhos” com a escola médica; diferenças e desigualdades; relações com estudantes e professores; conflitos e transformações. Percebeu-se que as escolas médicas são pouco acolhedoras aos indígenas, com práticas de racismo, intolerância e tutela, quando suas diferenças se tornam desigualdades, consequências de processos estruturais dessas instituições e da sociedade brasileira. A presença indígena nos cursos de medicina revela desigualdades sociais, provoca conflitos e transformações iniciais, apontando caminhos para pluralidade e justiça social, bem como possibilidades para uma educação médica com visibilidade e ações para a saúde dos povos indígenas.
Luna, W. F., Paladino, M., Cyrino, E. G.. Outsiders at Medical School: indigenous experiences in medical courses at Brazilian federal universities. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2024/May). [Citado em 27/12/2024].
Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/en/articles/outsiders-at-medical-school-indigenous-experiences-in-medical-courses-at-brazilian-federal-universities/19230?id=19230