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0415/2024 - Sampling and monitoring plan for pesticide residues in drinking water in the state of São Paulo
Plano de amostragem e vigilância de agrotóxicos em água tratada no estado de São Paulo

Author:

• Denise Piccirillo Barbosa da Veiga - Veiga, D.P.B - <denisepiccirillo@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0317-245X

Co-author(s):

• Viviane Emi Nakano - Nakano, V.E - <viviane.fukasawa@ial.sp.gov.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0726-9291
• Cibele Nicolaski Pedron - Pedron, C.N - <cibelenpedron@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4188-3589
• Janete Alaburda - Alaburda, J. - <janete.alaburda@ial.sp.gov.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0156-9293
• Iracema de Albuquerque Kimura - Kimura, I.A - <iracema.kimura@ial.sp.gov.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0213-6369
• Adriana Bugno - Bugno, A. - <adriana.bugno@ial.sp.gov.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7361-405X
• Jose Oscar William Vega Bustillos - Bustillos, J.O.W.V - <ovega@ipen.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4712-4057
• Rubens José Mario Junior - Mario Junior, R.J - <rjunior@cvs.saude.gov.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1074-5482
• Cristiane Maria Tranquillini Rezende - Rezende, C.M.T - <ctrezende@saude.sp.gov.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6352-3576
• Geyse Aparecida Cardoso dos Santos - Santos, G.A.C - <geyse.cardoso@usp.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8251-5937
• Luís Sérgio Ozório Valentim - Valentim, L.S.O - <lvalentim@cvs.saude.sp.gov.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4296-206X


Abstract:

Introduction: Brazil is the world leader in pesticides consumption, according to the report from the Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO). The control and surveillance of drinking water against these contaminants involves the responsibilities of sanitation service providers and the Surveillance bodies of the Unified Health System (SUS). Objective: To describe the surveillance sampling plan and the results of pesticides monitoring in drinking water in the state of São Paulo. Methodology: From 2020 to 2023, 137 municipalities were selected for analysis of 91 pesticides, using the liquid chromatography technique associated with mass spectrometry. The selection considered: agricultural activity around the Water Supply Systems catchments, population supplied, history of residues in water and food, largest agricultural area, agricultural establishments that use pesticides and number of exogenous poisonings. Results: All samples presented results below those established in Ordinance GM/MS 888/2021. 2,4-D, Diuron, Tebuconazole, Bentazone and Atrazine were detected more frequently during the rainy season. Conclusion: It is important for surveillance monitoring to consider the characterization of the territory to define an opportune collection period.



Keywords:

Pesticides, drinking water, health surveillance

Content:

INTRODUÇÃO
Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) 1 , o
consumo global de agrotóxicos em 2021 foi de 3,54 milhões de toneladas de ingredientes
ativos. O Brasil alcançou a primeira posição no ranking com 720 mil toneladas
comercializadas, 60% superior ao dos Estados Unidos, o segundo maior consumidor,
seguido da Indonésia, China, e Argentina 1 . De acordo com os dados do IBAMA 2 , os maiores

volumes de venda no território nacional concentram-se nos estados de Mato Grosso (176 mil
toneladas), São Paulo (99 mil toneladas) e Paraná (76 mil toneladas).
O uso excessivo e indiscriminado de agrotóxicos na agricultura é uma das principais
fontes de contaminação ambiental do solo, ar e água 3–5 . A depender das características
ambientais das substâncias, estas podem alcançar mananciais de abastecimento público tanto
de captação superficial quanto subterrânea 6 . O consumo de água contaminada por
agrotóxicos é uma importante via de exposição humana e tem sido associado a desfechos de
saúde como malformações congênitas, transtornos neurológicos e cognitivos, entre outros 7–9 .
No Brasil, o controle e a vigilância da água para consumo humano envolvem
responsabilidades dos prestadores de serviços de saneamento e dos órgãos de Vigilância
(municipal, estadual e federal) inscritos no Sistema Único de Saúde (SUS), nos termos
definidos na Lei Orgânica da Saúde 10 , da Instrução Normativa 01/SVS de 2005 11 e da
portaria nacional de potabilidade da água, GM/MS 888/2021 12 .
O monitoramento de agrotóxicos na água para consumo humano no Brasil teve início
na década de 1970, com a inclusão progressiva de novos parâmetros e Valores Máximos
Permitidos (VMP) em cada atualização das normas de potabilidade 13 . Atualmente, a Portaria
GM/MS 888/2021 12 , que alterou o Anexo XX da Portaria de Consolidação GM/MS 5/2017 14 ,
estabelece VMP para 54 ingredientes ativos de agrotóxicos, não prevendo limites para a
combinação entre diferentes compostos.
Desde a implantação do Programa de Vigilância da Qualidade da Água (Proagua) em
1992, ocorreram avanços nas ações sanitárias, contudo, o desenvolvimento econômico,
acompanhado da intensificação do uso e ocupação do solo, trouxe impactos significativos na
qualidade dos mananciais de abastecimento público. Os contextos diferenciados de
produção e consumo de água, e de risco à saúde deve refletir no modo como o poder público
se organiza frente a esses desafios 15 .
Ainda que São Paulo tenha uma economia predominante do setor de serviços e
indústria 16 , a atividade agropecuária possui relevante papel no desenvolvimento do estado,
sendo o maior produtor de cana-de-açúcar e citros do país e o segundo maior consumidor de
agrotóxicos 2 . É nesse contexto que os responsáveis pelos 14.343 pontos de captação de água
para consumo humano no estado 17 , devem monitorar semestralmente resíduos de agrotóxicos
na água considerando as características e a sazonalidade do plantio e os períodos de
aplicação de agrotóxicos, conforme prevê a Diretriz Nacional do Plano de Amostragem da
Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano 12,18 .
Como o Brasil não dispõe de sistema de informação sistematizado sobre o uso e
aplicação de agrotóxicos, a definição de período de maior risco para esse tipo de
contaminação é um dos principais desafios enfrentados pelos responsáveis pelo
abastecimento de água e órgãos de vigilância. A partir de 2020, o Centro de Vigilância
Sanitária (CVS) e o Instituto Adolfo Lutz (IAL), ambos da Secretaria de Estado da Saúde de
São Paulo, realizaram estudos para definir os critérios de amostragem e incluir as análises de
resíduos de agrotóxicos no programa estadual de monitoramento de vigilância da qualidade
da água de consumo humano.
Em vista disto, são apresentadas as metodologias utilizadas para elaboração do plano
de amostragem de vigilância e os resultados das análises de resíduos de agrotóxicos em água
para consumo humano de 137 municípios do estado de São Paulo entre 2020 a 2023.

MÉTODOS
Amostragem
De 2020 a 2023, a partir de diretrizes do CVS, foram coletadas pelas vigilâncias
municipais 277 amostras de água tratada para consumo humano, procedentes de 137
municípios do estado de São Paulo.
Os municípios selecionados foram aqueles que apresentavam atividade agrícola no
entorno dos pontos de captação de Sistemas de Abastecimento de Água (SAA), maior
população abastecida, histórico de resíduos em água para consumo humano e em alimentos,
maior área agrícola, volume aplicado, percentual de estabelecimentos agrícolas que utilizam
agrotóxicos e número de intoxicações exógenas 19 .
A seleção dos municípios seguiu os requisitos do artigo 44 da Portaria GM/MS
888/2021, que define os requisitos para a amostragem. Os planos foram pactuados pelo CVS
com as instâncias regionais de vigilância sanitária (GVS), vigilâncias municipais e o IAL.
As amostras foram todas analisadas pela unidade central do IAL, localizada na capital
paulista. Dessas amostras, 197 eram provenientes de mananciais superficiais e 80 de
captações subterrâneas.
Plano amostral
Período de 2020–2021
Inicialmente, foi elaborado um projeto piloto com os municípios selecionados a partir
da avaliação da simulação hidrológica 13 e dos resultados das análises de resíduos de
agrotóxicos anteriormente obtidos dos SAA 17 . Foram realizadas coletas de amostras de água
provenientes de SAA de municípios localizados na Bacia Hidrográfica Sorocaba e Médio
Tietê, abrangendo os Grupos Estaduais de Vigilância Sanitária (GVS) de Sorocaba e de
Botucatu.
O plano de amostragem foi dividido em dois períodos: seco (julho, agosto e
setembro/2020) e chuvoso (dezembro, fevereiro e março/2020-2021). Foram selecionados
nove municípios para as coletas, oito de captação superficial e um de subterrânea. As
amostras de água foram coletadas na saída do tratamento das estações.
Ampliando o projeto piloto, em 2021 foram incluídos os municípios da regional de
São João da Boa Vista, levando em conta o número de pontos de captação de água
superficial de abastecimento com intensa atividade agrícola, irrigação à montante, histórico
de uso de agrotóxicos, e resultados das análises das empresas responsáveis pelo
abastecimento público no período de 2014 a 2020. Contemplando 10 municípios dessa
região, foram previstas três coletas no período de chuva (meses de fevereiro e março) e três
no de estiagem (julho, agosto e setembro).
Período 2022–2023

Em 2022, o projeto ganhou maior escala ao contemplar 50 municípios elencados como
prioritários para a Vigilância em Saúde das Populações Expostas a Agrotóxicos (VSPEA). A
priorização considerou as características do território paulista e na avaliação de cenários de
risco de exposição aos agrotóxicos a partir de dados referentes à produção agrícola,
pulverização aérea, resíduos de agrotóxicos em água para consumo humano e alimentos,
bem como intoxicações exógenas 19 . Foram previstas duas coletas anuais, uma no período
seco e outra no período chuvoso para cada município. As coletas contemplaram amostras de
água tratada em SAA.
Para 2023, os GVS selecionaram 76 municípios prioritários, onde haviam evidências
de maior vulnerabilidade dos pontos de captação de água para consumo humano à
contaminação por agrotóxicos, eleitos a partir das seguintes variáveis: 1) pontos de captação
dos SAA com ocupação agrícola no entorno; 2) manancial superficial ou sistema que
abastece maior número de pessoas e 3) frequência de pulverização aérea. Destes municípios,
57 (75%) registraram práticas de pulverização aérea de agrotóxicos entre 2013-2018 20 , com
maior frequência no período de outubro a maio. De modo diverso das amostragens
anteriores, as coletas anuais para cada município foram previstas para o período chuvoso. A
Tabela 1 apresenta a distribuição dos municípios contemplados com coletas de água para
análises de vigilância de resíduos de agrotóxicos.
Coletas
As coletas das amostras de água dos SAA foram realizadas em pontos localizados na saída
do tratamento. Em alguns casos, a coleta ocorreu em cavaletes da rede de distribuição,
contemplando mananciais de captação superficiais e subterrâneos. O kit para as coletas foi
composto por caixa de isopor com dois frascos de vidro âmbar de 500 mL para análise em
duplicata, gelo reciclável, preservante e orientações para o procedimento de coleta elaborado
pelo CVS e IAL. A entrega foi realizada para os GVS, que distribuíram aos municípios
participantes.
As amostras foram coletadas pelas vigilâncias municipais, armazenadas e
transportadas à 4ºC com preservante, com prazos estabelecidos de 48 horas a partir do
momento da coleta e a análise em laboratório, de forma a reduzir a atividade microbiana e a
degradação dos resíduos de agrotóxicos.
Metodologia analítica
Para as análises, foram utilizados 91 padrões certificados de agrotóxicos. A escolha
dos compostos baseou-se no seu histórico de uso e na frequência de aplicação nas culturas e
incluíram fungicidas, inseticidas, herbicidas, entre outros. Para a identificação e
quantificação dos agrotóxicos, foi utilizado sistema de cromatografia a líquido de ultra
eficiência acoplado a analisador de massas de alta resolução (Exactive Plus Orbitrap™
Thermo Scientific) e a avaliação de desempenho e os critérios de aceitação foram baseados
nos descritos do protocolo da SANTE 11312/2021 21 e na Portaria GM/MS 888/2021 12 .
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O processo de priorização dos municípios para elaborar o Plano de Amostragem,
conforme prevê o artigo 44 da Portaria GM/MS 888/2021, apresentou desafios, sobretudo

devido à ausência de informação referente ao uso e aplicação de agrotóxicos no território.
Após o processo de sistematização de informações disponíveis em bases como IBGE,
Sisagua/MS, Sinan/MS, entre outras, foram selecionados 137 municípios de 20 regionais
(GVS) do estado de São Paulo, totalizando 277 amostras de água tratada.
As análises foram realizadas no IAL pela técnica de cromatografia associada à
espectrometria de massas. Na metodologia para o atendimento dos parâmetros do Anexo
XX da Portaria GM/MS 5/2017, os Limites de Detecção (LD), definidos como as menores
concentrações dos analitos que podem ser detectadas, mas não necessariamente
quantificadas, e os de Quantificação (LQ), definidos como as menores concentrações dos
analitos determinadas para quantificação com precisão e exatidão aceitáveis, variaram de
0,13 a 4,24 ?g L -1 e de 0,42 a 14 ?g L -1 respectivamente para 85 ingredientes ativos. Com a
alteração para a Portaria GM/MS 888 que passou a vigorar em 04/05/2021, a metodologia
de análise foi validada para a faixa do LD de 0,04 a 4,85 ?g L -1 e a do LQ de 0,13 a 16 ?g L -1
para 91 ingredientes ativos.
No período de 2020-2023, foram detectados resíduos de agrotóxicos em 12 (13%) dos
137 municípios amostrados e em 13 (4,7%) das 277 amostras de água para consumo
humano coletadas de SAA. Todos os resultados estavam em conformidade com os padrões
de potabilidade estabelecidos no Anexo XX da Portaria GM/MS 5/2017 e Portaria GM/MS
888/2021 12,14 . (Tabela 2).
Não foram detectados mais de um ingrediente ativo na mesma amostra. No entanto,
em um mesmo município, foi observada duas detecções. Das sete coletas e o composto
Atrazina foi encontrado abaixo do LQ para uma amostra e, em outra, na concentração de
0,47 ?g L -1 , abaixo do VMP de 2,0 ?g L -1 . Este agrotóxico é registrado para uso na cana-de-
açúcar 22 , que é a principal cultura do município, correspondente a 79,7% da sua produção
agropecuária 16 . A Figura 1 apresenta a distribuição dos resultados detectados para o período
2020-2023.
A maior frequência de detecção ocorreu entre dezembro a abril. Esse período
corresponde à época de aplicação dos agrotóxicos 20 e coincide também com os maiores
índices pluviométricos, podendo ocorrer, por consequência, lixiviação e escoamento
superficial. Essa maior detecção em período chuvoso foi também observada em estudos
realizados por De Armas et al. 23 , Delgado-Moreno et al. 24 , CETESB 25 , Halbach et al. 26 . A
Figura 2 apresenta a distribuição mensal das coletas e seus respectivos resultados.
Das 13 detecções, duas foram de amostras de captação subterrânea, e em ambas, foi
encontrado o composto Bentazona, com valores abaixo do LQ. Trata-se de um herbicida que
teve 1,2 mil toneladas vendidas no estado de São Paulo em 2022 2 , com uso indicado para
diversas culturas, como a do amendoim 22 , cuja cultura representa 45,5% do setor agrícola de
um dos municípios onde foi encontrado o composto 16 (Tabela 2).
O composto Bentazona é altamente solúvel em água, muito resistente à hidrólise e tem
baixos valores de coeficiente de adsorção 27 . Portanto, tem elevada mobilidade no solo e pode
ser suscetível à lixiviação e permear no solo através de fissuras para o aquífero subjacente.
Uma vez fora da zona de ação biológica, não existe qualquer mecanismo abiótico para a sua
degradação. Nestas circunstâncias, pode ocorrer a contaminação das águas subterrâneas em
alta prevalência 27 . Embora não conste na Portaria GM/MS 888/2021, o Guidelines da

Organização Mundial da Saúde apresenta como valor de referência 0,5 mg L -1 para saúde 28 .
O CONAMA 396/2009 29 define para águas subterrâneas o seu valor máximo de 30 µg L -1 .
O herbicida Atrazina foi o mais encontrado, correspondendo a 62% das detecções. Das
8 amostras de água para consumo humano, seis estavam com valores abaixo do LQ e duas
quantificadas abaixo do VMP. A Atrazina está registrada para formulação de 3.377
produtos 30 , parte deles amplamente utilizados no estado, com uma comercialização de 4,5
mil toneladas em 2022 2 . Sua aplicação é autorizada, entre outras culturas, para abacaxi,
cana-de-açúcar, milho, milheto, soja e sorgo 22 . Os resultados coincidem com as principais
culturas dos respectivos municípios, tais como milho, soja e cana de açúcar, cujas produções
chegam a representar 81,3% da produção agrícola 16 . Atrazina também é um dos agrotóxicos
com maior frequência de detecção nas análises realizadas pelos SAA em todo o país 31,32 . A
preocupação do setor saúde com esse ingrediente ativo resultou na obrigatoriedade de
monitoramento também dos seus metabólitos a partir de 2021 12 .
Outros compostos encontrados foram os herbicidas Diuron e 2,4-D, este o segundo
mais comercializado no Brasil 2 , além do fungicida Tebuconazol, que é autorizado para 86
culturas 22 . Todos eles têm uso permitido para as cinco principais culturas do estado de São
Paulo: cana-de-açúcar, soja, laranja, milho e café 22,33 (Tabela 2). O 2,4-D foi encontrado em
um município cuja produção de cana-de-açúcar representa 74,6% da sua produção agrícola e
o Diuron, 94,2%, para essa mesma cultura 16 .
A Figura 3 apresenta as características ambientais e toxicológicas (Índice ToxPI) dos
ingredientes ativos detectados. Todos apresentam toxicidade, carcinogenicidade e
interferência endócrina como importantes características toxicológicas. O índice de
prioridade toxicológica ToxPi GUI (Toxicological Priority Index Graphical User Interface),
foi desenvolvido por Reif et al. 34 . É uma ferramenta que possibilita a integração de
evidências de exposição e seus efeitos por múltiplas variáveis para a criação de um índice de
priorização relativo ao conjunto específico de substâncias e permite uma visualização dos
critérios que facilita a compreensão dos resultados pelo avaliador 20 .
Os compostos encontrados têm sido reportados em diversas pesquisas no Brasil e em
outros países. A Atrazina foi um dos mais encontrados em águas subterrâneas por Grondona
et al. 35 , que avaliaram trabalhos publicados entre 1998 e 2020. Em Woolf et al. 36 , análises de
1204 poços perfurados nos EUA, a Atrazina também se destacou. O mesmo foi reportado
por Vera-Candioti et al. 37 , que avaliou a ocorrência de agrotóxicos em 103 amostras de
águas superficiais e subterrâneas na região dos Pampas da Argentina e encontrou este
composto em todas as 8 zonas agrícolas avaliadas, com maiores detecções em águas
subterrâneas (26 amostras).
No Brasil, Dias et al. 32 realizaram uma revisão bibliográfica do período de 2000-2017
para verificar a ocorrência da Atrazina em águas tratadas do país, e sua presença foi
observada nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Mato
Grosso. Os autores também realizaram levantamento de resultados em publicações
científicas, entre 2012-2019, de águas superficiais em vários países e a Atrazina foi
detectada como o herbicida mais frequente e, dos fungicidas, o Tebuconazol. Em outra
revisão, conduzida por De Araújo et al. 38 , foram analisados 146 artigos científicos
publicados entre 1976 a 2021, e a Atrazina, além de ser o agrotóxico com maior frequência
de análises (56% dos trabalhos), foi a mais detectada entre os compostos com maiores

concentrações, juntamente com a Bentazona, em amostras coletadas nos EUA, Turquia,
Espanha e Brasil.
No estado de São Paulo, a CETESB realizou um diagnóstico da contaminação de 166
pontos em águas superficiais e subterrâneas 25 . Dos 42 agrotóxicos pesquisados, Atrazina e
Diuron foram observados em diversos pontos do estado. O Diuron esteve presente em mais
de 80% das amostras de águas superficiais e o 2,4-D foi detectado com a maior
concentração, acima de critérios das referências nacionais e internacionais para proteção da
vida aquática.
Em um monitoramento de águas superficiais na China, observou-se 83 dos 114 ativos
analisados e a Bentazona foi detectada em todas as 208 amostras 39 . No Japão, Kamata et al. 40
investigaram a ocorrência, entre 2012 e 2017, de 162 agrotóxicos em 14.076 amostras de
água potável, tratada ou de nascentes, monitorados pelas 12 principais concessionárias de
abastecimento, e a Bentazona foi o herbicida mais presente, em 52% das amostras de água
de nascentes e 24% em água tratada.
Caldas et al. 41 avaliaram por quatro anos a qualidade da água tratada no sul do Brasil.
No estudo, a Atrazina foi detectada em mais de 50% das amostras, o Tebuconazol em mais
de 80% e o Diuron em 35%. O Diuron foi um dos compostos com maior número de
ocorrências em uma bacia hidrográfica para abastecimento público do Rio Grande do Sul 42 .
Na Espanha, em estudo realizado por Rico et al. 43 , que analisaram 430 compostos, foram
observadas concentrações de Diuron acima de 0,1 µg L -1 .
Oltramare et al. 44 reportaram que o 2,4-D excedeu o valor de 1 µg L -1 em dez pontos de
uma bacia hidrográfica agrícola em Uganda. Halbach et al. 26 avaliaram na Alemanha a
contaminação por agrotóxicos em 103 cursos de água. Os autores investigaram 76
compostos de inseticidas, herbicidas e fungicidas e 32 metabólitos durante a estação mais
seca (480 amostras) e mais chuvosa (335 amostras), observando que o Tebuconazol esteve
entre os compostos com maiores medianas. O estudo indicou que o 2,4-D apresentou
concentrações muito mais elevadas durante a estação chuvosa.
Os resultados encontrados neste estudo demonstram a importância do monitoramento
de vigilância de forma complementar ao do controle, realizado pelas empresas de
abastecimento de água. As análises de vigilância têm o potencial de produção de evidências
para melhor direcionamento dos planos de amostragem das empresas de saneamento. Dessa
forma, é fundamental que, tanto os órgãos governamentais quanto as empresas de
saneamento, realizem a caracterização do território conforme previsto nas Diretrizes de
Vigilância em Saúde das Populações Expostas a Agrotóxicos 14 de modo a identificar os
fatores de riscos e vulnerabilidades para esse tipo de contaminação.
A partir de diferentes estratégias de cronograma, foi possível concluir que o período
mais adequado para coleta de amostras de água para análise de agrotóxicos corresponde aos
meses de outubro a abril, período com histórico de maiores volumes de chuva e, por
conseguinte, maior risco de escoamento de agrotóxicos para os mananciais. Contudo, o
detalhamento de período de aplicação mais intensa de agrotóxicos na bacia hidrográfica
pode orientar o calendário ideal para amostragem de agrotóxicos em água para consumo
humano, conforme previsto na Portaria GM/MS 888/2021.
Nesse sentido, na ausência de dados disponíveis para as vigilâncias e para os
prestadores de serviço de abastecimento de água, é fundamental o mapeamento da bacia de

captação de água para consumo humano, bem como a articulação com a Defesa
Agropecuária para a identificação dos ingredientes ativos mais utilizados e os períodos de
aplicação para o planejamento de coleta em tempo oportuno.
A identificação de agrotóxicos em água para consumo humano, embora dentro dos
valores de potabilidade estabelecidos pela legislação, evidencia que os produtos utilizados
nas culturas agrícolas localizadas próximas aos mananciais podem atingir os pontos de
captação de água para abastecimento público com riscos de interferências na potabilidade.
Nesse sentido, as intervenções necessárias para a proteção dos mananciais ultrapassam
a governabilidade do setor saúde. Dessa forma, é fundamental a gestão integrada das bacias
hidrográficas para garantir Boas Práticas Agrícolas; a recuperação e proteção das Áreas de
Preservação Permanente, para redução dos riscos de contaminação dos mananciais; e a
segurança da água de consumo humano.

CONCLUSÃO
O processo de elaboração do plano de amostragem, conforme previsto na Portaria
GM/MS 888/2021, evidenciou os desafios desse planejamento quando não há informações
de uso e aplicação de agrotóxicos disponíveis, sendo necessário que o setor saúde
sistematize informações de diversos outros setores buscando compor a caracterização do
território e a identificação de fatores de risco.
As análises de agrotóxicos do programa de monitoramento de vigilância da qualidade
da água de consumo humano no estado de São Paulo foram significativas para aprimorar o
conhecimento desses contaminantes nos principais mananciais de abastecimento público. Os
resultados são importantes, para subsidiar as vigilâncias municipais e a estadual na
aprovação dos planos de amostragem dos responsáveis de SAA para a condução de ações
integradas com o meio ambiente e a agricultura, além da preservação dos mananciais de
abastecimento público, adoção de boas práticas na agricultura, gerenciamento dos riscos e
prevenção à saúde.
AGRADECIMENTOS:
À CGLAB/MS - Fiocruz, pelo auxílio do fornecimento de insumos, solventes e padrões
Ao Centro de Vigilância Sanitária pela aquisição dos insumos de coleta, sistematização dos
dados e definição dos pontos de coleta. Aos GVS pela construção conjunta na elaboração do
plano de amostragem e às Vigilâncias Municipais pelo cuidado e execução das coletas das
amostras.
Ao Núcleo de Gerenciamento de Amostras do IAL pela recepção e controle das amostras.
Ao Núcleo de Contaminantes Orgânicos do IAL pelo apoio laboratorial
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Veiga, D.P.B, Nakano, V.E, Pedron, C.N, Alaburda, J., Kimura, I.A, Bugno, A., Bustillos, J.O.W.V, Mario Junior, R.J, Rezende, C.M.T, Santos, G.A.C, Valentim, L.S.O. Sampling and monitoring plan for pesticide residues in drinking water in the state of São Paulo. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2024/Dec). [Citado em 22/01/2025]. Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/en/articles/sampling-and-monitoring-plan-for-pesticide-residues-in-drinking-water-in-the-state-of-sao-paulo/19463?id=19463&id=19463



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