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0369/2024 - THE PHENOMENON OF FATPHOBIA ON BRAZILIAN DIGITAL NEWS PLATFORMS: A CRITICAL-REFLEXIVE AND PROBLEMATIZING ANALYSIS
O FENÔMENO GORDOFOBIA EM PLATAFORMAS DIGITAIS BRASILEIRAS DE NOTÍCIAS: UMA ANÁLISE CRÍTICO-REFLEXIVA E PROBLEMATIZADORA

Author:

• Jádisson Gois Silva - Silva, J.G - <jadissonsilva92@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0089-4852

Co-author(s):

• Cristiano Mezzaroba - Mezzaroba, C. - <cristiano_mezzaroba@yahoo.com.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4214-0629


Abstract:

The focus of this study is on media discourses about fat bodies, which promote fatphobia. The aim was to problematize the media content and discourses present on Brazilian digital news platforms concerning fat bodies. Methodologically, it is characterized by its qualitative descriptive-exploratory documentary approach. The locus for the research was the digital news platforms of UOL Vivabem, in its Health section, and the G1 Portal. The data was analyzed using Lawrence Bardin\'s content analysis (CA). A total of 16 articles were identified. Following the theoretical-methodological assumptions of CA, 3 categories of thematic analysis emerged: (1) Biomedical discursiveness as normativity; (2) Slimming is the watchword; (3) The media and its body pedagogy. From the findings, it is possible to see the tendency of the media to report the fat body as being sick, predestined to suffering, precisely because it breaks with the standards stipulated by hegemonic discourses. It can thus be seen that the subjectivities of fat people are often delegitimized, with fat being the focus of social representations rather than the subject and its multiple dimensions. Keywords: Obesity, Health-disease process, Mass means of communication, Social exclusion

Keywords:

Obesity, Health-disease process, Mass means of communication, Social exclusion

Content:

INTRODUÇÃO

A mídia tem sido considerada uma importante ferramenta de mediação acerca do
“ideal” de corpo a ser desejado, reconhecido e valorizado – magro/esguio/fitness –, a partir da
premissa de que estaria atrelado à saúde, felicidade e beleza. E, ao corpo gordo, atribui-se um
estigma¹, marcando-o negativamente¹. Sendo o acúmulo de gordura a marca mais evidente,
perceptível a partir da configuração corporal volumosa, pensando nos ideais da ordem
biomédica seria aquele/a em que o Índice de Massa Corpórea (IMC) estaria fora da
classificação de normalidade (18,5 – 24,9 kg/m²), mas sim, atingindo valores considerados
como indicadores de anormalidade (> 30,0 kg/m²).
Compreende-se, nesse sentido, que o corpo é tratado como uma normalidade
biopolítica. Para Esposito² a biopolítica é um dispositivo que produz a singularidade como
monstruosidade via estatística. É para isso que serve um dispositivo biopolítico médico: para
impedir a “anormalidade” dos corpos. “[...] uma anomalia é, etimologicamente, uma
desigualdade, uma diferença de nível. O anormal é simplesmente o diferente²” (p. 174).
O mencionado dispositivo, para Agamben³, “[...] é qualquer coisa que tenha de algum
modo a capacidade de capturar, orientar, determinar, interceptar, modelar, controlar e
assegurar os gestos, as condutas, as opiniões e os discursos dos seres viventes” (p. 40).
A mídia, neste caso, utiliza-se da ciência, de questões empíricas, de questões ligadas
ao direito, de imagens e sons, e, ao seu modo, passa a influenciar as pessoas, inclusive
referente ao consumo de mercadorias e produtos que, no caso do corpo gordo, tem a
finalidade de “ajudar” no processo de emagrecimento, pois “[...] ter um corpo magro, esbelto
e definido é a maior promessa de felicidade da contemporaneidade 4 ” (p. 47).
Enquanto em pleno século XXI o corpo gordo tem sido demasiadamente associado à
doença, ao desleixo, e até mesmo, ao insucesso pessoal e profissional, isto é, visto como fora
da normalização social, sabe-se que há pouco mais de 5 séculos, precisamente na Idade

Média, o corpo glutão foi percebido/qualificado como um sujeito opulente, empoderado e
desejado 5 .
Porém, no atual contexto em que vivemos o corpo gordo ora é percebido como aquele
que foge às normas do que seria referência a ser seguida, ora é o corpo gordo visto a partir da
ordem biomédica como um corpo obeso/doente, e isto se configura como sendo a gordofobia
– preconceito e discriminação deliberada e direcionada às pessoas gordas, compreendendo-as
como inferiores, como seres humanos “anormais”, equiparando-as, por vezes, a uma
“anomalia 6,7 ”.
Surge, assim, o seguinte questionamento: De que maneira as plataformas digitais de
notícias têm contribuído para promoção da problemática estigmatizadora da gordofobia?
Desta forma, o estudo em tela objetivou problematizar os conteúdos midiáticos
presentes em duas plataformas digitais brasileiras de notícias que tendenciam compreensões
de caráter gordofóbico. Enquanto aporte teórico, foram utilizados os estudos de Vigarello 5 , em
“As metamorfoses do gordo”; de Jean-Pierre Poulain 9 , que contribui com a “Sociologia da
Obesidade”; e, Georges Canguilhem 8 , com a obra “O normal e o patológico”.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A pesquisa caracterizou-se pela sua abordagem qualitativa10 e de cunho
descritivo-exploratório11. Além disso, caracterizou-se como uma pesquisa documental,
seguindo a lógica de “análise de produtos midiáticos12”, realizada para compreensão
acerca dos discursos e sentidos proferidos acerca do corpo gordo nas plataformas digitais
de notícias investigadas. O locus para realização da pesquisa foi o Portal Vivabem UOL, mais
precisamente na seção saúde, e o Portal G1 com notícias relacionadas ao tema saúde.
A escolha dos referidos portais ocorreu pelo fato de ambos serem considerados os

portais digitais brasileiros de informação com grande acesso e audiência no Brasil, e
também, por serem veículos de transmissão de informações dirigidas a um público amplo e
diversificado, justamente por veicular informações com embasamento em estudos científicos
e por contemplarem discursos, conceitos, valores, representações e ações que perpassam o
universo da construção do corpo tido como “ideal” e almejável e sua relação com a saúde na
atualidade.
As coletas ocorreram durante o período compreendido entre agosto de 2022 a março de
2023. Na oportunidade, foi criado um grupo no aplicativo Whatsapp Messenger (somente
com o primeiro autor deste estudo) nomeado “App diário – corpo gordo”, em que eram
enviadas as matérias identificadas e que, na avaliação dos pesquisadores do presente estudo,
poderiam compor o corpus da pesquisa (sendo 16 matérias coletadas, 7 do portal UOL e 9 do
portal G1).
Posterior às coletas, as matérias foram “transportadas” para um computador e
organizadas em pastas nomeadas de “análise de conteúdo UOL” e “análise de conteúdo G1”,
para que pudessem ser analisadas e selecionadas, conforme os critérios de inclusão (a
matéria veiculada teria que discorrer sobre corpos gordos, que neste caso é demasiadamente
reportado pela mídia como corpo obeso, obesidade, sobrepeso, excesso de peso,
emagrecimento, e se a discursividade midiática inclinava para o processo de patologização
do gordo, impondo-se assim, de certa maneira, culpabilidade e estigmatização) e exclusão
(as matérias em que seus conteúdos não tinham relação com o objeto deste estudo), ou seja,
conteúdos (textuais e imagéticos) os quais não discorriam sobre corpo gordo com teor
gordofóbico.
Foi utilizada a técnica de análise de conteúdo, proposta por Bardin 13 , na qual foi
realizada através da pré-análise, exploração do material – Quadro 1 – e o tratamento dos
achados. O conteúdo textual das matérias analisadas foi transportado para o processador de

texto Microsoft Word e os fragmentos (quadro 1) que se repetiam em relação à patologização
do corpo gordo, como por exemplo, a palavra doença e suas associações com doenças
crônicas não transmissíveis, foram marcados em realce na cor amarela. Já referente aos
fragmentos (quadro 1) que, demasiadamente, repetiam-se fazendo referência ao
emagrecimento e sua suposta relação com à saúde, como o fragamento perda de peso, por
exemplo, foram marcados em realce na cor turquesa.
E, os fragmentos (quadro 1) referente à discursividade que inclinava para a ideia de
que a mídia estava exercendo uma pedagógica corporal, foram marcados em realce na cor
verde, como por exemplo, melhoras no estilo de vida, conforme o contexto da matéria
veiculada.
Nesta etapa realizaram-se inferências e interpretações, correlacionando os achados ao
levantamento e mapeamento bibliográfico realizado inicialmente referente ao objeto deste
estudo, mas também abrindo espaço para novas dimensões teóricas e interpretativas a partir
do material empírico selecionado. Destaca-se, neste caso, que as categorias de análise
temática são resultantes desse material empírico (Quadro 1), sendo elas: (1) Discursividade
biomédica como normatividade; (2) Emagrecer é a palavra de ordem; (3) Mídia e sua
pedagogia corporal.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram selecionadas 16 matérias (7 portal UOL e 9 portal G1), o Quadro 2, apresenta
sistematicamente as matérias veiculadas nas plataformas investigadas.
A matérias selecionadas (Quadro 2) abordam a questão do sobrepeso e da obesidade
(principalmente), como sendo uma eminente problemática e que requer iniciativas que visem
o seu controle, prevenção e tratamento. Elucida-se que a matéria (figura 1), foi escolhida

dentre as demais selecionadas e apresentadas (Quadro 2), para ser analisada e tratada com
mais detalhes com vistas à problematização de conteúdos tendenciosos à gordofobia.
Na sequência, apresentam-se as 3 categorias oriundas do material empírico coletado e
selecionado dos dois portais investigados (Quadro 2).

DISCURSIVIDADE BIOMÉDICA COMO NORMATIVIDADE

É possível se verificar nas reportagens selecionadas que há uma normatividade que se
confirma em relação aos corpos gordos como sendo corpos patologizados, a partir daquilo que
os saberes e práticas biomédicas sugerem (recomendações médicas, uso de remédios,
intervenções médicas, aspectos nutricionais e prática de atividade física).
A própria Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Associação Brasileira para
Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO) 14 , consideram a obesidade como uma
doença crônica e que, devido a isso, reduz a expectativa de vida. Nas matérias analisadas, em
sua ampla maioria, identificamos verbos os quais reforçam esse processo de patologização,
geralmente antes da palavra obesidade, tais como: combater, controlar, enfrentar, tratar,
superar e prevenir.
Isto, de certa maneira, coaduna com os escritos de Poulain 9 , que ao realizar uma
análise sociológica sobre o surgimento da “obesidade” e de como a patologização do corpo
gordo foi instrumentalizada no âmbito do modus operandi da medicina hegemônica, passa a
afirmar o seguinte:

O papel dos cientistas, dos especialistas, do aparelho de legitimação do mundo
científico – por meio das revistas, dos congressos, das conferências de consenso – é
essencial nesse momento. O que está em jogo é que está ligado à necessidade de
tornar o problema visível e digno de crédito. As mudanças de vocabulário e as
modificações de estatuto epistemológico para noções como “fator de risco”,
“doença”, “doença mortal”, “epidemia” podem facilitar a visibilidade da questão da
obesidade (p. 149).

As consequências dessa maneira de entender o corpo gordo acabaram por reforçar a
sua estigmatização. Somado a isso, a mídia passa a veicular saberes de que a obesidade é um
grande problema, e sendo assim, os corpos gordos são vistos como “inimigos”, já que
afrontam esse processo de normalização e poder sobre os corpos.
Citamos como exemplo, a matéria veiculada, pelo portal G1, no dia 22 de novembro
de 2022, a respeito de uma pesquisa desenvolvida na Universidade Estadual de Campinas,
São Paulo, Brasil, na qual foi identificada a proteína interleucina-6 (IL-6) que queima gordura
após a realização de exercício físico. Para o pesquisador que coordenou o estudo, Eduardo
Ropelle: “[...] a descoberta traz a possibilidade de avanços para a saúde, como no controle da
obesidade 16 ”.
Não diferentemente, a matéria intitulada “Dia Nacional de Prevenção da Obesidade:
mais de 55% da população do DF apresenta excesso de peso”, veiculada pelo portal G1, mais
precisamente na seção “tratamento para obesidade do Distrito Federal”, informa que: “[...]
para enfrentar a obesidade, os postos de saúde do Distrito Federal fazem um trabalho
multidisciplinar que envolve nutricionistas, psicólogos, endocrinologistas e cardiologistas 17 ”.
A matéria também informa que os pacientes que muitas vezes procuram a assistência médica,
por queixas diversas, recebem o primeiro acompanhamento para tratar a obesidade.
No portal UOL, a matéria (figura 1), publicizada em 06 de outubro de 2022, também
tendência compreensões de caráter gordofóbico, principalmente acerca do processo de
patologização. Inicia-se a análise desta reportagem a partir de uma breve enunciação referente
ao sujeito Fábio Andrade Teixeira, um homem branco com 40 anos de idade, o qual chegou a
pesar 160 kg. Sendo que o discurso midiático refere, ainda, que quando Fábio esteve com 82
kg e com uma rotina de treino, em um certo dia, ouviu que não seria capaz de participar de
uma corrida de 10 km devido ao seu histórico de obesidade.

Entretanto, Mezzaroba 18 alerta que: “[...] defender o discurso de que exercício é saúde
em determinado contexto sociocultural pode ser um grande equívoco por parte de professores
de Educação Física 16 ” (p. 235) (grifo nosso). “[...] este discurso que liga a causa (fazer
atividade física) a um efeito (gerar saúde), o conhecido discurso da causalidade, é algo
reducionista e problemático 18 ” (p. 235).
Além disso, percebe-se um notório pavor/medo em relação à gordura tanto no discurso
proferido por Fábio, quanto em tantos outros que também são veiculados no portal UOL, por
exemplo. Isto, inclusive, corrobora para promoção da gordofobia, pois: “[...] a visão que se
tem de qualquer pessoa gorda, não importando sua subjetividade, história, cultura e hábitos, já
é um pré-diagnóstico, um enquadramento do corpo gordo como um corpo doente 19 ” (p. 29).
O conteúdo veiculado no portal UOL, no dia 4 de março de 2023, com título “Dia
Mundial da Obesidade: doença tem várias causas e não só maus hábitos 24 ”, teve o objetivo de
chamar a atenção para o fato da obesidade ser considerada uma doença crônica, multifatorial,
que tem aspectos múltiplos e não somente uma questão ocasionada por maus hábitos de
vida 19 .
Depreende-se, diante ao exposto, que embora a matéria tenha uma relativa perspectiva
não culpabilizante, já que não reduz o fenômeno da obesidade a questões comportamentais, a
matéria tem viés patologizante, contribuindo desta forma para o processo de estigmatização
do corpo gordo. Steffen e Queiroz 25 afirmam que “[...] a estigmatização do corpo gordo como
doente impõe necessariamente a sugestão de cura de um mal – patológico e social – que deve
ser suprimido da sociedade” (p. 230).
Para Jimenez 19 a gordofobia passa a limitar “[...] as experiências que podem ser vividas
nos encontros ao efetuar a captura dos olhares e dos agires para o regime de verdade binário
da doença, em detrimento da multiplicidade do existir de cada corpo gordo, e que vem
acompanhado de culpabilização” (p. 30), desvalorização e exclusão.

Compreende-se, desse modo, que a sociedade tem estabelecido formas de categorizar
os sujeitos em seus atributos comuns e naturalizantes por meio de paradigmas negativos. Para
Goffman 1 , quando esses paradigmas não são alcançados de alguma forma, atributos que são
significativamente depreciativos, são postulados a esses sujeitos por grupos sociais que os
discriminam.

EMAGRECER É A PALAVRA DE ORDEM

As reportagens relacionadas a esta categoria temática evidenciam que emagrecer seria
a atividade-fim de quem possui corpo gordo. Para tal, outras formas de se aderir ao
emagrecimento são também exploradas nos discursos midiáticos, como por exemplo, a partir
de procedimentos medicamentosos, “Semaglutida: o que se sabe sobre injeção para tratar
obesidade aprovada pela ANVISA”.
Observa-se, desta forma, que o processo de patologização do corpo gordo está
intimamente relacionado à medicalização dos corpos em busca de “curá-los”, “corrigi-los”,
sendo os holofotes direcionados à perspectiva da magreza. Para Farhat 28 , “[...] dentro deste
contexto do ‘corpo perfeito’, além da mídia, a indústria farmacêutica também exerce forte
influência sobre as pessoas. São inúmeros medicamentos que prometem grande perda de peso,
num curto espaço de tempo” (p. 8), e que, por vezes, acarreta diversos problemas à saúde do
sujeito.
Poulain 9 nos informa que já houve uma “[...] vasta literatura de regimes para engordar,
como existe, na contemporaneidade, uma vasta literatura de regimes para emagrecer” (p.
125). Aqui, torna-se premente recuperar a antiga campanha industrial farmacêutica dos
comprimidos Vikelp: “Vikelp transforma as magras de nascença em criaturas fortes e cheias
de vida”.

Esta campanha é de 1940, e expressa os padrões estéticos após a Segunda Guerra
Mundial, um momento de escassez de alimentos, exemplificando como a beleza é sempre
inatingível para a maioria da população 30 . Heine e Marinho 30 alerta para o fato da “[...]
formação ideológica que relaciona saúde com ganho de peso, e coloca a magreza como algo
tão negativo que pode até gerar um complexo, afetando a vida das pessoas, sendo apontada
inclusive, como um "fardo" insuportável” (p. 11).
Nos dias atuais o corpo magro tem sido visto como a tônica do “ideal” de corpo, por
sua vez, a gordura passa a ser considerada um símbolo de falência moral 5 , e o indivíduo
gordo, além de apresentar um peso e formas que não têm uma aceitação social em sua
plenitude 1 , passa a ser visualizado como um sujeito menos desejável e desqualificado 23 .
Ainda dando ênfase ao discurso proferido, Fábio continua com a informação de que
aos seus 15 anos de idade já pesava 121 kg, sendo assim, desde cedo já vivenciava o bullying
na escola devido a sua configuração corporal. Tal relato, converge com o resultado de um
estudo da OMS veiculado pelo portal G1, no dia 27 de setembro de 2022, com título
“Obesidade: entenda o que é e como você pode ajudar quem sofre dessa doença crônica 31 ”, o
qual demonstra que os grupos que mais sofrem com preconceito contra a obesidade são:
crianças em idade escolar - 63% têm mais chances de sofrer bullying -, pessoas que sofrem
descrédito dentro do ambiente de trabalho - 53% dos participantes da pesquisa relataram
casos assim, – e pacientes – 69% dos adultos respondentes passaram por algum tipo de
constrangimento ao procurar ajuda médica.
Além disso, a partir da afirmação de Fábio de que solicitou aos seus pais para o
“levarem a um médico, para mudar hábitos e emagrecer (sic) 22 ”, torna-se notório que o
processo de exclusão das pessoas gordas está engendrado até mesmo na percepção destas, de
que seu próprio corpo não merece ser vivido, estando sempre em busca de alternativas de
fugir dele na contínua possibilidade, ou obrigação de emagrecer a qualquer preço, afinal, ser

gordo é um problema considerado cabível de reversão, já que não corresponde à
normalidade 32 .

Não é absurdo considerar o estado patológico como normal, na medida em que
exprime uma relação com a normatividade da vida. Seria absurdo, porém, considerar
esse normal idêntico ao normal fisiológico, pois trata-se de normas diferentes. Não é
a ausência de normalidade que constitui o anormal. Não existe absolutamente vida
sem normas de vida, e o estado mórbido é sempre uma certa maneira de viver 8 (p.
92).

Tais percepções permitem compreender o fenômeno da obesidade para além de
disfunções físico-químicas, conforme destacado pela área biomédica, ou seja, relaciona-se à
capacidade de se adaptar às normas previamente apresentadas pelo meio. Nesse sentido, a
ideia de patologia e anormalidade, ou doença e normalidade, não pode estar dissociada do
organismo e do ambiente em que se encontra, pois a investigação analítica desse conceito não
pode deixar de levar em conta os valores e construções sociais 8 .
Outra matéria veiculada pelo portal G1, no dia 04 de março de 2022, apresenta dados
do Atlas da Obesidade no Mundo, os quais apontam que o Brasil pode ter um terço de
crianças e adolescentes com obesidade até 2035. Ainda nesta matéria, é disponibilizado o
relato de uma dona de casa que afirma o seguinte: “[...] a gente tem que estar sempre presente
mostrando que não é apenas desleixo. É uma doença. Obesidade é uma doença e precisa ser
tratada 33 ”.
O relato utilizado pelo portal G1, é tendencioso à gordofobia, pois além de colocar a
culpa no sujeito pela sua configuração corpórea/volumosa, ou seja, aparentemente desleixado
e sem disciplina, passa a patologizar o sujeito, pois este, encontra-se distante do “protótipo” a
ser seguido, o corpo cujo resulta do processo de emagrecimento.
Tal afirmação dialoga com uma outra matéria veiculada no portal G1, no dia 24 de
agosto de 2022, que também faz referência ao emagrecimento como “sinônimo de saúde”,
pois a matéria logo no primeiro parágrafo disponibiliza a informação de que: “[...] perder

peso, mesmo que seja só um pouquinho, já traz benefícios à saúde. Estudos mostram que com
apenas 3% a menos de peso pode haver redução nos níveis de glicose. Se perder 5%, a pessoa
consegue notar o aumento do colesterol bom, o HDL, e sentir menos dor nas articulações 34 ”.
Aqui, percebe-se que estes valores “fechados”, de 5, 10%, relacionam-se também à
primeira categoria, da discursividade biomédica como normatividade, é como se os corpos
fossem iguais e os números ajudam nesse processo de normatividade.
Há, portanto, uma notória elaboração e disseminação de conteúdos os quais
apresentam, como eixo central, enaltecer o emagrecimento, isto é observável no portal do
UOL, pois mesmo a matéria veiculada não tendo como ênfase esta temática, frequentemente
são “disparados” anúncios os quais visam estimular os leitores a adquirirem seus planos com
dicas de emagrecimento (figura 2).
É inegável, portanto, que a mídia influencia e, sobremaneira, estimula as pessoas em
relação a aspectos de consumo e mercadológicos, inclusive tendo em vista que os meios de
comunicação e informação, de maneira frequente, exibem propagandas e programas, em que,
Segundo Oliveira et al. 35 os corpos tidos como “perfeitos” são a tônica da midiatização, ou
seja, “[...] há um processo de apagamento do corpo gordo em uma esfera não apenas
simbólica, mas também concreta 7 ” (p. 91).

MÍDIA E SUA PEDAGOGIA CORPORAL

Observando os discursos uníssonos das duas principais plataformas digitais brasileiras
de informação, observa-se que os discursos textuais apresentam a questão/tema, estimulam
práticas, expõem saberes (principalmente biomédicos e comportamentais), procuram motivar
quem acessa esse tipo de conteúdo a atingir a atividade-fim (emagrecer, deixar a condição de

corpo gordo), e também se pautam na pedagogia do medo, ou seja, amedrontando, com certos
discursos, quem possui ou se dirige a ter uma maior corpulência.
Como por exemplo, pode ser citada a matéria veiculada no portal UOL, no dia 15 de
março de 2023, intitulada “Sem açúcar, fritura e refri: Joice Hasselmann mudou hábitos e
perdeu 22 kg 36 ”. Na continuidade, enuncia-se o seguinte: “[...] a jornalista e ex-deputada
federal Joice Hasselmann faz sucesso nas redes sociais com o seu novo estilo de vida. No
perfil do Instagram "Bem-Estar com Joice", ela compartilha a rotina de treinos e de
alimentação saudável 36 ”, aqui é a mídia passando a ideia de que é preciso ímpeto de mudança,
só assim, será possível emagrecer e obter saúde e melhora na qualidade de vida – o foco,
portanto, é no aspecto individual e comportamental.
Tal afirmativa, dialoga com o produto midiático disponibilizado no portal G1, mais
precisamente no dia 31 de dezembro de 2022, em que colocou em destaque o seguinte título:
“Em 2023 eu vou emagrecer: veja dicas para perder peso e levar uma vida mais saudável 37 ”. E
o produto midiático faz sua pedagogia corporal: “[...] considerada a campeã entre as
resoluções de ano novo, a promessa de perder peso e levar um estilo de vida mais saudável é,
além de uma questão estética, uma questão de saúde 37 ”.
Segundo Poulain 9 , pelo fato da obesidade ser vista como uma questão de saúde, acaba
se tornando um preconceito mais aceito devido ao discurso médico-hegemônico que o
legitima.
Quanto à pedagogia corporal, recorreu-se aos escritos de Ribeiro et al. 38 os quais
destacam que a mídia tem a capacidade de investir no discurso do aperfeiçoamento do corpo,
justamente por ser percebida “[...] como um veículo de discursos considerados verdadeiros 38 ”
(p. 72). A pedagogia midiática opera, portanto, nos “trilhos” que irão direcionar a produção
de sentidos e sujeitos sociais, particularmente dada pela forma como são estruturados os
textos midiáticos 38 .

Essa pedagogia corporal, relaciona-se à pedagogia do medo, ao disseminar conteúdos
que, de certa forma, causa pavor nas pessoas, como por exemplo, a matéria veiculada no
portal G1, no dia 2 de fevereiro de 2023, com título “Por que o sobrepeso na meia-idade afeta
seu futuro 39 ”, a reportagem coloca em destaque os resultados de um estudo desenvolvido por
cientistas noruegueses em que evidenciam a obesidade como fator significativo para o
surgimento da Doença de Alzheimer.
Além deste tipo de discursividade ser considerada como patologizante, também
generaliza todos os corpos gordos, como se para não ter esta doença (Alzheimer), a tônica
inclina para ideia da perda de peso associada à promoção da saúde. É como se o fato do
sujeito ser magro garantisse a ele “proteção”. Ou seja, esta pedagogia corporal tem
consagrado o corpo como matéria moldável, um objeto manipulável para alcançar aquilo que
se deseja 40 .
Torna-se oportuno trazer para este debate os determinantes sociais da saúde,
justamente tendo em vista a sua íntima relação acerca do processo saúde-doença, e levando-se
em conta a discursividade proferida por Fábio a respeito de sua correria com demandas de
trabalho, faculdade etc.: “[...] mantive o novo peso por seis anos, mesmo com a correria entre
trabalho e faculdade, rotina que me permitia treinar apenas três vezes na semana. Ganhei
autoestima e comecei a namorar 22 ”.
Os mencionados determinantes 41 englobam os fatores sociais, econômicos, culturais,
étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais, os quais influenciam a ocorrência de
problemas de saúde e seus fatores de risco na população, isto, inclusive, dialoga com a
afirmação subsequente de Fábio, quando o mesmo afirma que um conjunto de situações
problemáticas, como por exemplo, ter perdido entes queridos, interferiram de tal maneira em
sua vida que voltou a pesar 160 kg.
Diante ao exposto, Oliveira et al. 35 afirmam o seguinte:

O discurso é claro: as pessoas não se cuidam! A ideologia da saúde associa
equivocamente a ação de se cuidar com "ser magro" ou "praticar atividade física".
Quem não se cuida ou não se vigia faz parte do novo grupo de desviantes, os
"descuidados obesos". Qualquer outro sentido para a palavra cuidado é silenciado 35
(p. 105).

Nesse sentido, ocorre aquilo que a saúde coletiva denomina como sendo o processo de
culpabilização da vítima. Mezzaroba 18 alerta que isso acontece a partir do momento em que é
atribuída a culpa (única e exclusiva) ao próprio sujeito, sem mesmo levar em consideração a
sua possível exposição aos vários agravos, que vão desde a questões e condições de trabalho e
acesso à alimentação, por exemplo, às questões relacionadas ao “bombardeio de informações”
dos cotidianos, por vezes, quanto a atitudes preventivas visando à saúde.
Nesta discussão, também é oportuno destacar a pesquisa realizada por Ulian et al. 43 , na
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, Brasil, a qual objetivou examinar
se a perda de peso após intervenções baseadas em Healt at Every Size está associada a
mudanças nos fatores de risco cardiometabólicos e na qualidade de vida de mulheres com
obesidade.
A mencionada abordagem significa “saúde em todos os tamanhos”, formulada nos
Estados Unidos, e prioriza a saúde e o bem-estar físico e psicológico, independentemente do
peso, incentivando pessoas com diferentes configurações corporais a se envolverem em
comportamentos mais saudáveis, sem a ênfase está direcionada à ideia de emagrecimento 43 .
Os achados sugerem que intervenções de modificação do estilo de vida e de peso
neutro podem melhorar o bem-estar e os resultados relacionados à saúde, mesmo na ausência
de perda de peso, isto é, a perda de peso não é determinante para obter melhoras na
capacidade física, na proteção cardiovascular e na qualidade de vida 43 .
Segundo estes autores: “[...] o achado mais surpreendente foi que alguns participantes
que mantiveram o peso ou mesmo ganharam peso também melhoraram a circunferência da
cintura, o risco metabólico agrupado e a qualidade de vida 43 ” (p. 4-5). Tais evidências são

relevantes, inclusive, tendo em vista a perspectiva positivista embasada no modus operandi da
área biomédica e que também concerne muitas pesquisas na área da Educação Física.
Além, é claro, de corroborar com as pesquisas desenvolvidas nas áreas das Ciências
Humanas e Sociais, que têm advogado acerca de um olhar mais crítico-analítico com vistas a
levar em consideração as individualidades e subjetividades dos corpos/pessoas/humanos a
partir, inclusive, de uma perspectiva holística e não reduzido ao processo de emagrecimento
enquanto à tônica monolítica com vistas à suposta garantia de saúde.
Essa didatização corporal (exercida pela mídia) com vistas à busca de um corpo
“ideal” é operacionalizada através de variados discursos que são elaborados de maneira a
produzir “verdades”, como por exemplo, o discurso hegemônico, médico-centrado, o qual
aponta de maneira positivista e universalizante o corpo gordo como sendo doente, veiculado
em muitas discursividades midiáticas como propenso à morte.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tendo em vista a análise de conteúdo realizada, bem como, a discussão e
problematização empreendidas com embasamento na literatura científica, torna-se perceptível
a elaboração e veiculação de produtos (conteúdos textuais e imagéticos) por parte da mídia, os
quais propagam informações e saberes gordofóbicos, podendo acarretar as mais variadas
formas de violência, opressão e ridicularização das pessoas gordas.
Percebe-se, assim, que as subjetividades das pessoas gordas são frequentemente
deslegitimadas, a gordura é a tônica das representações sociais e não o sujeito e suas múltiplas
dimensões.
Reafirma-se, aqui, que é para tal propósito que uma pesquisa como esta existe e se
coloca a pensar essa problemática contemporânea sob a perspectiva pedagógica e educacional
justamente tendo em vista o processo de humanização e criticidade a ser desenvolvido nos/as

alunos/as, momento em que há uma forte imersão de crianças e jovens no mundo da cultura
digital, seja por meio do computador, ou por dispositivos móveis, tais como celulares e
tablets, em plataformas como e-mail, redes sociais na web, dentre outras, tendo em vista o uso
da internet.
Compreende-se, nesse sentido, que um trabalho pedagógico envolvendo uma educação
para, com e através das mídias 44 , isto é, levando-se em consideração os pressupostos teórico-
metodológicos da mídia-educação 44 , pode ser uma das possibilidades diante ao processo de
conscientização e desenvolvimento do senso de criticidade em relação à influência, e aos
impactos advindos dos produtos midiáticos frente a um “ideal” de corpo, e que, de maneira
frequente, é associado à saúde – magro e/ou musculoso/fitness –, tanto ao que diz respeito a
formação (inicial e continuada) de professores(as) quanto aos estudantes da educação básica,
pois os estudantes “[...] aprendem com suas interações com as mídias, seus usos e costumes,
seus conhecimentos e suas formas de aprendizagem 44 ”, contribuindo, desta forma, para a
formação de sujeitos que não pratiquem gordofobia, mas que reconheçam a diversidade
existente e marcada no corpo de cada cidadão.

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Silva, J.G, Mezzaroba, C.. THE PHENOMENON OF FATPHOBIA ON BRAZILIAN DIGITAL NEWS PLATFORMS: A CRITICAL-REFLEXIVE AND PROBLEMATIZING ANALYSIS. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2024/Nov). [Citado em 22/01/2025]. Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/en/articles/the-phenomenon-of-fatphobia-on-brazilian-digital-news-platforms-a-criticalreflexive-and-problematizing-analysis/19417?id=19417



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