Excessive interventions during labor in Brazil have been reported as disrespect and abuse and contribute to neonatal and maternal morbidity and mortality. The exhibition Senses of Birth aims to encourage normal birth to promote health and improve the experience of childbirth in the country. This article describes the characteristics of 555 women who visited the exhibition during pregnancy and their perception of obstetric violence. Obstetric violence was reported by 12.6% of the women, mostly low-income and unmarried. It was associated to lithotomic position and Kristeller maneuver during childbirth, and non immediate skin-to-skin contact. The main categories of obstetric violence reported were: not accepted interventions /accepted interventions on the basis of partial information (36.9%), undignified care / verbal abuse (33.0%); physical abuse (13.6%); non-confidential / non-privative care (2.9%) and discrimination (2.9%). Visiting the exhibition significantly increased pregnant women’s knowledge about obstetric violence. However, recognition of obsolete or harmful practices as obstetric violence was still low. Initiatives such as Senses of Birth may contribute to increase knowledge and social mobilization to disseminate good practices in childbirth care.
Keywords:
Violence against women; Parturition, Maternal and Child health; Health education
Violência obstétrica: influência da Exposição Sentidos do Nascer na vivência das gestantes.
Abstract(resumo):
O excesso de intervenções no parto no Brasil tem sido reportado como violência obstétrica e contribui para os índices elevados morbi-mortalidade materna e neonatal. A exposição Sentidos do Nascer busca incentivar o parto normal para promover a saúde e melhorar a experiência de parir e nascer no País. Este artigo analisa o perfil e a experiência de parto de 555 mulheres que visitaram a exposição durante a gestação, com enfoque na percepção sobre violência obstétrica. A violência obstétrica foi reportada por 12,6% das mulheres e associada ao estado civil, à menor renda, ausência de companheiro, parto em posição litotômica, realização da manobra de Kristeller e a separação precoce do bebê após o parto. Predominaram nos relatos de violência obstétrica: intervenção não consentida/aceita com informações parciais (36,9%), cuidado indigno/abuso verbal (33,0%); abuso físico (13,6%); cuidado não confidencial/privativo (2,9%) e discriminação (2,9%). A visita à exposição aumentou o conhecimento das gestantes sobre violência obstétrica. Entretanto, o reconhecimento de procedimentos obsoletos ou danosos na assistência ao parto como violência obstétrica foi ainda baixo. Iniciativas como esta podem contribuir para ampliar o conhecimento e mobilização social sobre as práticas na assistência ao parto e nascimento.
Keywords(palavra-chave):
Violência contra a mulher; Parto; Saúde Materno-Infantil; Educação em saúde